A TOSEFTA
TALVEZ O MAIS JUDAICO DOS LIVROS Rabino Dario E. Bialer Temos uma cultura fantástica! Ela não permite que aquilo que não foi considerado legal ou autêntico por uma geração seja desprezado, na esperança que sirva como lição para outras gerações. Nada é perdido! Nem as opiniões perdedoras, pois elas podem ter valor no futuro.
Rabi Avahu estava em Tveria. Os discípulos de Rav Yochanan notaram o brilho em seu rosto e disseram ao mestre: “Rabi Avahu deve ter encontrado um tesouro”. Ele lhes perguntou: “Por quê?”, eles responderam, “Eis que seu rosto está brilhando”. Rav Yochanan retrucou: “Talvez ele tenha achado um novo ensinamento na Torá”. Os discípulos de Rav Yochanan foram até Rabi Avahu e perguntaram: “Que novo ensinamento você aprendeu?”, ao que Rabi Avahu respondeu: “Uma antiga Tosefta”. Diz-se de Rabi Avahu: “A sabedoria de uma pessoa ilumina seu rosto”. Talmud Yerushalmi, Shabat Capítulo 8, Halachá 1 Talmud Bavli 54b
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embro de um episódio bastante traumático que aconteceu comigo enquanto ainda adolescente e que poucas vezes contei a alguém. Eu tinha 16 anos quando uma bomba do terrorismo islâmico, contando com a cumplicidade e a corrupção do governo argentino, destruiu o centro mais emblemático da comunidade judaica na Argentina. Ali me encontrava eu, numa montanha de escombros, tirando pedras e mais pedras de forma atabalhoada, procurando ansiosamente por algum indício de vida. Mas cada vez que minhas mãos encontravam um livro, e não importava qual era, se em espanhol, hebraico ou ídiche, livro de religião ou de qualquer outro assunto, eu fazia uma pausa e com cuidado colocava-o de lado, no intuito de salvá-lo também.
Revista da Associação Religiosa Israelita-A R I
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