O Zine como um meio de comunicação, manifestação política e ativismo

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res de conteúdo empoderadores, fazendo com que fosse possível exercer essa ação cultural e política. Nesse mesmo contexto, foram criados zines (como Diseased Pariah News e Infected Faggot Perspectives) feitos por e para pessoas com HIV ou AIDS. Através dessas publicações, os produtores podiam expressar sua raiva, tristeza e desespero sem se preocupar com as noções convencionais do mundo editorial institucionalizado. Esses zines são documentos indispensáveis na história do ativismo da conscientização do HIV e da AIDS (SWADOSH, 2007).

1.4 O PAPEL DO ZINE NO CONTEXTO ATUAL O papel social do zine em seu auge pode ser comparado hoje com o que conhecemos como 9

redes sociais da internet e os grupos que existem nelas: entusiastas de algum assunto falam sobre o objeto em questão, e outros interessados nesse mesmo assunto podem ler, se informar, interagir e comentar. A grande diferença está na maneira que essa tarefa era executada. Quando os zines eram os meios utilizados, era algo bem mais árduo de ser executado e baseado em papel e selos postais (CHOCHOLOUS, 2015). Portanto, a produção de zines não era incentivada somente pela geração de conteúdo sobre assuntos que não eram encontrados nos meios institucionalizados, mas também pela comunidade que acabava se formando ao redor da produção do zine (esta que pode assemelhar-se ao contexto das redes sociais nos dias de hoje), conforme afirma Duncombe (2017, p.53): “cada zine é uma instituição comunitária em si,

[...] a zine titled Homocore sprang up in San Francisco. Together, these publications

inspired numerous other queer zines (Spencer, 2005, p. 42-45). Some queer communities embraced zines for their ability to unapologetically share individual stories and report news without censorship. (SWADOSH, 2007)

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