SCL
desporto cultura lazer Setembro 2019
DESTINOS SOBRE CARRIS
ficha técnica Propriedade, edição e distribuição: Gomes & Canoso,lda. Rua São João, nº.39, Repeses 3500-727 Viseu Telefone: 232 407 544
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Telemóvel: 969 474 853 Directora: Olinda Martins Redacção: Ana Margarida Gomes
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Colaboradores: José Arnaldo Ferreira e Paulo Cardoso Paginação: Jonathan Silva e Tiago Canoso Publicidade e Marketing: Joaquim Gomes e Tiago Canoso
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Editorial Caros Leitores Viajar de comboio é uma experiência única, grandes aventuras a bordo de uma carruagem preenchem o imaginário de muitos. “Inter Rail” é uma expressão conhecida pelos amantes de viagens ferroviárias, e consiste em viajar livremente por vários países. Recentemente, um novo termo surgiu no vocabulário dos aficionados de comboios, “intra rail” significa viajar por vários locais, mas dentro do próprio país. Por mais encantadoras que sejam as perspectivas de realizar uma destas duas opções, nem sempre é possível, quer devido ao tempo que possam exigir ou pelo próprio plane-
amento que necessitem. A partir da nossa capital, escolhemos alguns locais acessíveis de comboio no território português, para todos aqueles que adoram andar de comboio, mas de momento não podem embarcar em aventuras demoradas. Sítios aos quais chegamos em poucas horas, cidades que podemos agrupar num pequeno percurso ou tornar num destino único se assim o entendermos. Esta edição é para todos aqueles que adoram comboios e escapadinhas, pois afinal podemos juntar ambos.
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Boas leituras!!
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PLANO DE MARKETING (0366)
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INFORMAÇÕES
SET’
50H SEGUNDA | QUINTA | SEXTA 19:00H - 23:00H
SUBSÍDIOS ALIMENTAÇÃO - 4,52€/dia
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INSCRIÇÕES TEL: 232 407 544 EMAIL: formacao@gomesecanoso.pt Largo General Humberto Delgado nº1, 1ºesq.
Lisboa e o começo da aventura
Lisboa ocupa uma posição relativamente central no território português e com as suas seis estações ferroviárias, torna-se num local ideal para iniciar uma viagem de comboio. Decidimos rumar em
direção a sul, as opções são várias, apenas precisamos de escolher o que mais nos agradar e partir. Mas antes de embarcar, já que estamos na capital, porque não uma ida ao Jardim Zoológico?
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Educar para sensibilizar a proteção animal
Texto por Paulo Cardoso Fotografias cedidas por: Jardim Zoológico de Lisboa
Um espaço com 135 anos e com muitos animais para contar. Este é o Jardim Zoológico de Lisboa e foi inaugurado em 1884, conseguindo constituir-se como o primeiro parque com fauna e flora da Península Ibérica. 8 ...by Descla | De Comboio a Sul do Tejo
As inúmeras vindas de animais de África e do Brasil contribuíram para que, ao longo dos anos, este espaço tenha ficado com uma das coleções de animais mais vastas e diversificadas do mundo. Com cerca de 2000 animais de 300 espécies, o Zoo procura proporcionar aos seus visitantes um parque que oferece diversidade, tanto a nível zoológico como botânico. Hoje
em dia, tem uma grande missão e uma mensagem a transmitir às pessoas – conservar e proteger o ambiente. Um parque que recebe mais de um milhão de visitas anuais tem, certamente, histórias para contar. Entre apresentação de golfinhos, um bosque encantado e uma quintinha, deixe-se surpreender com o contacto com a vida animal. Além de se poder
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divertir com a observação e interacção com os vários mamíferos, aves, répteis e anfíbios do parque, pode ainda escolher entre uma diversidade de apresentações e actividades que lhe dão a conhecer melhor os espaços do Jardim. Este jardim botânico no centro de Lisboa de 22 hectares convida todos os visitantes a viajar pelo mundo ao ritmo animal: desde exibições de
leões-marinhos, um tempo de primatas ou um teleférico que oferece uma vista panorâmica e privilegiada sobre o recinto e a cidade de Lisboa. Nesta missão de conservação de espécies, um dos grandes objetivos do Jardim Zoológico é sensibilizar o ser Humano para a desaparecimento mundial de espécies e educar as populações para não contribuírem para essa extinção.
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L’ARTIGIANO IN FIERA 2019 de 30 Novembro a 08 Dezembro (Milão –Itália) O Evento mais importante do mundo, dedicado ao artesanato e às pequenas empresas. Uma extraordinária oportunidade de venda. O desenvolvimento do novos mercados. O lugar ideal para entrar em contato com o público de todo o mundo, aquele que é atento à qualidade artesanal e à qualidade dos produtos. Oportunidade única para promover e desenvolver o seu negócio. A Associação de Artesãos Serra da Estrela, única promotora e co-organizadora da presença dos artesãos portugueses nesta feira. Há 24 anos que levamos os portugueses a Milão, fazendo se representar pelo que do de Tejo melhor produzem. De Comboio a Sul | ...by Descla 11
Da capital até Évora
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A viagem de comboio entre Lisboa e Évora é breve, cerca de duas horas separam a capital e a cidade alentejana por via férrea, pelo caminho podemos apreciar as paisagens típicas das planícies alentejanas. Chegados a Évora estamos numa cidade cujo centro é considerado Património Mundial da UNESCO, as muralhas da cidade são parte integrante do centro e um monumento a visitar.
Fotografia cedida por: Município de Évora
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Muralhas que encantam Évora
Texto por Paulo Cardoso Fortografias cedidas por: Município de Évora
Pela sua localização, Évora constitui-se como espaço charneira entre o litoral alentejano e a Estremadura espanhola. Com efeito, a cidade assume claramente uma vocação patrimonial, cultural, universitária, e de serviços, com qualidade ambiental, que procura potenciar toda a área envolvente à própria cidade. Visitar as Muralhas de Évora vale a pena. Estão classificadas como Monumento Nacional desde 1922 e são parte integrante do magnifico Centro Histórico de Évora. Um centro que é Património Mundial da UNESCO e Évora é uma das poucas
cidades portuguesas que, ao longo dos tempos, tem conservado as suas muralhas. Foi o Rei D. Afonso IV de Portugal quem ordenou as obras de construção das Muralhas de Évora, no século XIV. As Muralhas de Évora apresen-
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tam uma grande variedade de estilos, marcados por várias alterações e restauros levados a cabo em diferentes épocas, como por Romanos, Visigodos e Mouros. Este Monumento, na antiguidade, foi utilizado como linhas defensivas fortificadas. O sistema defensivo da cidade de Évora era formado por duas linhas de muralhas que corresponderam a diferentes períodos de tempo. A primeira muralha, conhecida por cerca-velha, é de construção romano-medieval e é caraterizada por várias torres de diferentes formas: quadradas, circulares e poligonais. A segunda muralha, conhecida por cerca-nova, é de construção medieval, do século XVI. As muralhas formam o conjunto de defesa da cidade que foi erguido
ao longo dos séculos. A cerca-velha é a primeira muralha, caracterizada por várias torres de formas distintas, além de portas estratégicas. Já a chamada cerca-nova é a segunda muralha que ao longo do tempo foi reforçada com baluartes. O Centro Histórico da cidade é delimitado pela cerca exterior e até hoje mantém sua função de centro político, social e administrativo de Évora. Se quiser ter uma perceção mais real do que é o grande conjunto de muralhas, pode percorrer todo o perímetro a pé. Assim, conseguirá apreciá-las de perto, pode deixar o carro num dos vários parques de estacionamento exteriores e depois entrar numa das portas que lhe dão acesso ao centro da cidade.
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Ainda pelo interior
alentejano, vamos a Beja? Viajar de comboio entre Évora e Beja demora normalmente um pouco mais de duas horas. Actualmente, não existe ligação directa por comboio entre estas duas cidades, é feito um transbordo em Casa Branca, de onde parte um comboio regional com destino a Beja. O Alentejo continua a brindar os viajantes com as suas belas paisagens, de planícies extensas preenchidas por sobreiros. Chegados ao destino vamos aproveitar para visitar um local que nos dá a conhecer a passagem dos Visigodos por Portugal.
Fotografia cedida por: Blogue Mais Beja
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Visigodos em Beja Texto por José Arnaldo Ferreira Fotografias cedidas por: Blogue Mais Beja
Visitar a coleção visigótica do Museu Regional de Beja é conhecer o núcleo de peças mais importantes da época em que os Visigodos estiveram no nosso país. A constituição deste núcleo duro de arqueologia faz de Beja a “Capital da Arte Visigótica em Portugal”. É um espólio que foi sendo recolhido e constituído, ao longo de vários anos, por diversos especialistas arqueológicos. 18 ...by Descla | De Comboio a Sul do Tejo
A instalação deste núcleo ocorreu na Igreja de Santo Amaro e deve-se pelo facto de aí existir uma primitiva basílica paleo-cristã do sul do país. Esta é uma construção do final do século XV e nela foram aplicados capitéis visigóticos e peças elaboradas do mesmo período. Fique a saber que este projecto museográfico teve dois objectivos: recuperar o espaço interior da igreja, uma das mais significativas do concelho do ponto de vista histórico-arquitetónico, e expor a colecção visigótica reunida pelos especialistas de forma sistematizada, estabelecendo uma integração entre o conjunto das peças e os vestígios da antiga basílica. Neste local, estão expostos vários
objetos que marcam a presença dos visigodos na cidade, como capitéis, peças arquitetónicas de origem religiosa, lápides funerárias e uma espada de um guerreiro encontrada no princípio do século XX, numa sepultura na cidade de Beja. É uma das mais importantes coleções arqueológicas portuguesas. Percorra este conjunto de peças expostas que foi recolhido no concelho de Beja. Dele sobressaem, pela riqueza decorativa e pela quantidade, os elementos arquitetónicos que valem a sua visita. O Núcleo Visigótico é constituído por grandes peças do período dos Visigodos, povo de origem germânica, que esteve presente na Península Ibérica, entre os séculos V e VIII.
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E se formos logo rumo a sul? Partindo de Lisboa, através da linha ferroviária do sul, demoramos cerca de duas horas a chegar à Funcheira. Antes de rumar ao Algarve, uma paragem por esta estação do concelho de Ourique deixa-nos próximos de um local muito especial, o circuito arqueológico do Castro da Cola. Nas imediações da pacata vila de Ourique encontramos um dos locais que melhor conjuga a história com a natureza. Fotografia cedida por: Município de Ourique
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Natureza e história dão as mãos em Ourique Texto por José Arnaldo Ferreira Fotografias cedidas por: Município de Ourique
O circuito arqueológico do Castro da Cola explora a ligação entre o rio Mira e os diferentes povos que ocuparam este espaço no passado. Existem 15 sítios arqueológicos ao longo do circuito, que compreendem um período que vai do neolítico à
época medieval. A harmonia do traçado com a natureza, a par da sua importância histórica, fizeram do Castro
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da Cola um dos principais polos turísticos do concelho de Ourique. O trajecto tem início junto ao Centro de Acolhimento e Interpretação que disponibiliza toda a informação necessária ao público sobre os diferentes sítios a visitar. Parte do circuito é acessível de automóvel, no entanto, certos percursos apenas podem ser efectuados a pé, mas o contexto natural de admirável riqueza e interesse paisagístico convida o visitante a caminhar tranquilamente pelo circuito arqueológico do Castro da Cola. Existem vários monumentos megalíticos para visita, assim como da idade do bronze e do ferro. No centro do circuito destacam-se as ruínas de um antigo povoado fortificado islâmico que posteriormente foi também ocu-
pado pelos cristãos. O rio Mira ajudou à fixação e ao desenvolvimento dos povos que ocuparam esta zona. O estudo dos monumentos do Castro da Cola contribui imenso para compreender o passado desta região e os modos de vida das comunidades que por ali viveram ao longo da história. A Ermida de Nossa Senhora da Cola atrai ao local uma das mais antigas e importantes romarias do Alentejo, há registos que mostram que já se realizava no século XVIII. A Nossa Senhora da Cola está envolta em lendas, as gentes contam que sempre que tentam afastar o andor das imediações da igreja durante as procissões, a imagem da padroeira torna-se tão pesada, que os homens que a carregam são obrigados a regressar à ermida.
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Por terras algarvias Chegados ao Algarve, Tavira é uma boa escolha para uma paragem, as suas praias são encantadoras. A viagem desde a Funcheira demora cerca de duas horas e meia, se o local de partida for Lisboa são aproximadamente quatro horas de viagem. Em plena linha do Algarve vislumbramos por diversas vezes o mar no horizonte, e perto de Tavira a ria Formosa dá também um ar da sua graça. Neste encantador destino trocamos o comboio pelo barco e vamos conhecer uma ilha…
Fotografia cedida por: Henrique José G. Ferreira
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A Ilha de Tavira Texto por José Arnaldo Ferreira Fotografias cedidas por: Município de Tavira
Pela cidade de Tavira encontramos um dos mais fantásticos locais do litoral algarvio, a Ilha de Tavira. O acesso apenas pode ser feito de barco, através das estações de Quatro Águas ou do centro da cidade. O caminho até ao cais de Quatro Águas acompanha o rio Gilão e assume-se como um prefácio da beleza natural que a ilha possui, marcado por salinas e pequenos charcos habitados por aves. A praia é deslumbrante, possui um areal imenso, as águas são tranquilas e temperadas, e a zona concessionada possui estruturas de
apoio tais, como bares e restaurantes. Existe ainda um parque de campismo para quem quiser desfrutar do espaço por vários dias, sem ter que
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voltar à cidade. A ilha é um destino de eleição para famílias, é frequente encontrar o areal preenchido por turistas de várias nacionalidades, especialmente durante a época balnear, quando a afluência ao local é considerável.
A beleza selvagem A praia estende-se por 7 quilómetros ao longo da costa, uma caminhada de alguns minutos ao longo do areal e rapidamente deixamos para trás a zona mais humanizada. A ilha mostra agora o seu lado mais selvagem, mais puro e mais belo. O ar que por aqui se respira combina harmoniosamente o cheiro de mar com o aroma da área de pinhal próxima, as dunas invadidas de vegetação selvagem criaram uma barreira natural entre a praia e a pequena
mata de pinheiro manso. O camaleão é a principal habitante da mata e uma das atrações do espaço, este pequeno reptil é uma espécie protegida que apenas existe no Algarve. A praia está agora mais deserta, a presença humana é escassa e resume-se a alguns pescadores e aos poucos veraneantes que escolhem caminhar até esta zona. A paz reina e a atmosfera fantástica permite momentos únicos de descontração. As águas límpidas e o areal imenso parecem agora não ter fim, para os amantes da natureza poucas praias no Algarve oferecem esta sensação. Não há bares de apoio nem nada do género, mas ninguém por aqui sente a falta disso. Não há vendedores ambulantes nem espreguiçadeiras de plástico alinhadas no areal, mas mais uma vez, quem precisa disso?
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Na foz do Guadiana A viagem entre Tavira e Vila Real de Santo António é breve. A espaços, conseguimos ver o mar no horizonte, por entre a paisagem urbanizada desta zona algarvia. Ao chegar à última estação da linha do Algarve podemos visitar duas localidades ímpares: a moderna cidade de Vila Real de Santo António e a medieval vila de Castro Marim. Na separação destas duas localidades encontramos a mais antiga reserva natural do país.
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A primeira reserva natural do país
Texto por José Arnaldo Ferreira Fotografias cedidas por: Município de Castro Marim
Entre o centro de Castro Marim e Vila real de Santo António existe um dos mais preciosos tesouros do sotavento algarvio, a Reserva Natural de Castro Marim. 30 ...by Descla | De Comboio a Sul do Tejo
A poucos quilómetros da sua foz, as águas do Guadiana estendem-se por uma zona de sapal que dá abrigo a numerosas espécies de aves. São cerca de dois quilómetros de zona húmida, composta por ramificações de pequenos cursos de água provenientes do Guadiana, que originam sapais salgados, corpos de água salobra, salinas e esteiros. O Sapal de Castro Marim é um local de passagem, invernada e nidificação de numerosas espécies de aves aquáticas adquirindo, assim, um interesse ornitológico inquestionável. Tem também uma importância fulcral para a reprodução de várias
espécies de peixes e inúmeros bivalves, assim como serve de habitat a crustáceos autóctones, tais como a boca e o camarão de Monte Gordo. A presença humana também tem lugar nesta zona, a salinicultura é a principal atividade económica da reserva e o sal de lá proveniente é reputado pela sua qualidade. Alguns pequenos espaços secos existentes são usados para a agricultura. A Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António foi a primeira reserva natural a ser criada em Portugal, a sua classificação como área protegida data de 1975.
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A cidade do Marquês de Pombal
Vila Real de Santo António é uma cidade diferente. Nasceu projectada para ser uma urbe segundo a lógica do pensamento iluminista. As suas caraterísticas únicas tornam esta povoação numa cidade emblemática no contexto do urbanismo português.
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Fotografia cedida por: MunicĂpio de Castro Marim
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A cidade do iluminismo e algo mais
Texto por José Arnaldo Ferreira Fotografias cedidas por: Arquivo CM VRSA
Vila Real de Santo António situa-se junto à foz do Guadiana, lado a lado com a localidade espanhola de Ayamonte, separadas apenas pelo leito do rio. Havia planos para tornar a região do Algarve numa das mais prósperas de Portugal, a construção moderna e revolucionária à data deveu-se so-
bretudo a aspectos económicos. O Marquês de Pombal foi buscar inspiração à baixa lisboeta e projectou a cidade ideal do iluminismo.
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Vila Real de Santo António nasceu da lógica do pensamento iluminista, a cidade é concebida como um todo, do traçado urbano ao edificado, até a sua ocupação foi pensada. O povoado anteriormente aqui existente foi destruído pelo infame terramoto de 1755. Fruto das reformas pombalinas a nova cidade foi erguida em apenas dois anos, as suas características únicas tornam Vila Real de Santo António numa cidade emblemática no contexto do urbanismo português. A indústria conserveira acaba por ser o grande motor do desenvolvimento de Vila Real de Santo António. Durante o século XIX, investimentos espanhóis, gregos e italianos potenciaram imenso esta actividade e a
urbe atinge o seu auge nesta época. Nos dias de hoje a pesca ainda mantém alguma importância económica para a cidade, das antigas fabricas de conservas restam apenas os edifícios abandonados. A última encerrou definitivamente as suas portas em 2001. O turismo assume agora o papel principal na economia local.
O Centro Pombalino O Núcleo Histórico Pombalino de Vila Real de Santo António foi classificado como Conjunto de Interesse Público. As ruas cresceram à volta de uma praça central, subtilmente baptizada com o nome de Praça Marquês de Pombal. A planta quadrada é tão
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evidente que a cidade dá mesmo a sensação de ter sido feita a régua e esquadro. As ruas mais próximas do centro albergam vários negócios locais, dos quais se destacam as famosas lojas de atoalhados, que atraem imensos clientes, vindos sobretudo da vizinha Espanha. A atmosfera sentida pelo centro da vila é muito cosmopolita, na Praça Marquês de Pombal, um Obelisco erguido para homenagear o Rei D. José I, chama a atenção das objectivas das máquinas fotográficas dos visitantes. Escassos metros ao lado, a Igreja Matriz, considerada um exemplar da arquitetura religiosa pombalina, atrai igualmente bastantes olhares. A praça concentra ainda um aglomerado de esplanadas, onde a doçaria regional algarvia se evidencia.
O rio e o mar Basta caminhar em direção a sudoeste para se alcançar a marginal, qualquer rua serve, pois são todas perpendiculares entre si, e de imediato observamos o Rio Guadiana a chegar ao seu destino final o Atlântico. As vistas são magníficas, a cidade espanhola de Ayamonte surge em tons de branco num horizonte muito próximo, existem pela avenida uns jardins, pautados por bancos, onde é
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possível contemplar confortavelmente a paisagem. Por entre os edifícios ali presentes, alguns preenchidos com restaurantes onde se pode apreciar um bom prato de peixe, destaca-se o antigo Hotel Guadiana. O edifício data de 1926, foi desenhado pelo arquitecto de origem suíça Ernesto Korrodi, a pedido do industrial Manuel Ramirez, e possui traços arquitetónicos entre a estética Arte Nova e a composição clássica. O edifício de beleza ímpar, cheio de elementos de elegante riqueza decorativa, está hoje sob a
alçada de investidores alemães, que por via de um restauro recente lhe devolveram toda a sua glória. No extremo da avenida, mais próximo da foz do Guadiana, reparamos imediatamente na presença de um farol, que nos relembra a ligação próxima que Vila Real de Santo António tem com o mar. E o mar está ali tão perto, nas proximidades do farol existem vários acessos à praia, a areia é limpa e a água ostenta orgulhosamente uma temperatura agradável. E se for altura disso por que não um mergulho? Afinal, estamos no Algarve.
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