O SETOR DO TURISMO NA REGIÃO DE LEIRIA
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 5 2.
2.1.Oferta e procura turística na Região de Leiria e dinâmicas integradas
2.1.1. Breve contextualização territorial e setorial
A Região de Leiria/Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria abrange um território relativamente heterógeno, em termos das suas estruturas físicas e socioeconómicas, que contribuem para um perfil diversificado em matéria da atividade turística.
Dispõe de uma frente litoral de cerca de 45 km, com características predominantemente naturais ou naturalizadas, pontuadas por pequenos aglomerados costeiros – com destaque para Pedrógão e S. Pedro de Moel - e praias com características muito atrativas – Praia do Osso da Baleia, Praia do Fausto, Praias de Pedrógão, Praia da Vieira, Praia de S. Pedro de Moel. A Região de Leiria não dispõe de nenhuma cidade de dimensão média na sua faixa costeira. O território interior, bastante extenso, é predominantemente estruturado pelo vale do rio Zêzere nos municípios localizados a norte/nascente, pelo Parque Natural da Serra de Aires e Candeeiros, na zona sul, e por uma rede urbana mais densa - eixo Pombal/Batalha/Leiria/Marinha Grande, envolvida por fortes sistemas industrializados, nos municípios intermédios (entre a faixa litoral e o vale do Zêzere). Os espaços naturais e naturalizados, incluindo os espaços de água ligados à bacia hidrográfica do Zêzere, incluem uma mancha florestal de grandes dimensões e uma rede de aglomerados rurais de perfil sociocultural interessante.
Nas principais cidades e sedes de concelho concentra-se o património monumental e arquitetónico-urbanístico de maior relevância, com destaque evidente para o Mosteiro da Batalha (inscrito na Lista do Património Mundial). Também se concentram nas cidades as dinâmicas artísticas e criativas de maior relevo (casos como o de Leiria Cidade Criativa da Música, da Rede UNESCO).
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Figura 1 – Região de Leiria
Fonte: CIM RL (cimregiaodeleiria.pt)
De salientar ainda, nos territórios onde se concentram as principais dinâmicas industriais, a forte presença de património industrial na região, com enorme potencial de valorização e de promoção turística.
Concluindo, a Região de Leiria oferece uma diversidade de recursos que detêm significativo potencial turístico, muitos dos quais se encontram atualmente organizados em produtos e serviços com representação e reconhecimento no mercado nacional e internacional.
A Região de Leiria apresentou, na última década, uma dinâmica demográfica negativa, em termos globais, embora com diferentes intensidades dentro do seu território, acompanhando em geral as tendências do país e europeias. Apesar de uma perda demográfica significativamente menos acentuada que na Região Centro, a Região de Leiria apresenta um decréscimo nesta década superior à média nacional.
Destacam-se, na região, os concelhos de Leiria e Marinha Grande, com um desempenho de sinal contrário, na medida em que apresentam um ligeiro acréscimo de população na última década.
Sublinha-se, por outro lado, os elevados decréscimos populacionais dos concelhos de Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande, em qualquer dos casos superior a 10%. Estamos a falar exatamente do grupo de concelhos localizados mais a nascente, com claras características de baixa densidade.
Estas tendências apontam, assim, para um acentuar das assimetrias demográficas intrarregionais, agravadas pelo simultâneo aumento relativamente mais forte do nível de envelhecimento da população nesses concelhos do interior (índices de envelhecimento em 2021 - Alvaiázere 416, Castanheira de Pera 499, Figueiró dos Vinhos 380 e Pedrógão Grande 448 e Região Centro 229).
Figura 2 – Recursos turísticos da Região de Leiria
Tabela 1 – População residente (Nº) e variação (%) entre Censos 2011-2021
Variação 2011-2021 Unidade Territorial
CensosCensos (Res Prov) 20112021
Portugal10 562 17810 344 802-2,1%
Região Centro2 327 7552 227 567-4,3% Região de Leiria294 632286 792-2,7% Alvaiázere7 2876 239-14,4% Ansião13 12811 645-11,3%
Batalha15 80515 558-1,6%
Castanheira de Pera3 1912 657-16,7%
Figueiró dos Vinhos6 1695 281-14,4% Leiria126 897128 6161,4% Marinha Grande38 68139 0320,9% Pedrógão Grande3 9153 391-13,4%
Pombal55 21751 170-7,3%
Porto de Mós24 34223 203-4,7%
Fonte: INE, Censos 2011 e Censos /(Resultados Provisórios) 2021
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Na distribuição da população residente por grupos etários as disparidades entres os municípios da Região de Leiria. são também acentuadas O grupo dos concelhos do interior apresenta em 2021 as percentagens mais elevadas de população com 65 e mais anos, superiores a 35% (as percentagens médias na Região de Leiria e na Região Centro são respetivamente 27,2% e 29,3%). Nos concelhos de Batalha, Leiria e Marinha Grande, a população com menos de 25 anos atinge, respetivamente, as proporções de 23,3%, 22,3% e 22,4% (superiores ao peso do mesmo grupo na média nacional ou da Região Centro, respetivamente, 21,8% e 20,2%).
A população residente na Região de Leria apresentava em 2021 níveis de escolaridade relativamente próximos da média da Região Centro, mas relativamente mais baixos do que a média nacional (destacam-se as percentagens da população sem qualquer nível de escolaridade que atingia 14,5% enquanto a média nacional se pautava pelos 13,7% e da população com o 1º ciclo do Ensino Básico que representava 23,3% enquanto apenas 21,4% na média nacional). Nalguns dos concelhos do interior, o peso da população sem qualquer nível de escolaridade completo ultrapassa os 15% - Alvaiázere, Ansião e Pedrógão Grande. A este grupo associa-se o concelho de Pombal.
Considerando a percentagem de população residente que não completou um nível de escolaridade para além do Ensino Básico (incluindo os três ciclos), o grupo de concelhos da Região de Leiria que apresenta uma situação menos favorável relativamente às médias da Região Centro ou nacional (respetivamente 64,0% e 61,3%) é bastante alargado –Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós.
Em matéria de população com nível de escolaridade superior, só Leiria apresenta uma percentagem mais elevada que a média nacional (respetivamente 18,7% e 17,4%).
Figura 3 – População residente (Nº) por local de residência e grupo etário, 2021
Fonte: INE, Censos 2021 (Resultados Provisórios)
Figura 4 – População residente (Nº) por local de residência e níveis de ensino 2021
Fonte: INES, Censos 2021 (Resultados Provisórios)
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0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 0- 14 anos1524 anos2564 anos65 e mais anos PortugalRegião CentroRegião de LeiriaAlvaiázereAnsiãoBatalhaCastanheira de Pera FigueiródosVinhosLeiriaMarinhaGrandePedrógão GrandePombalPorto de Mós Fonte: PORDATA 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% Nenhum1º ciclo Ensino Básico2º ciclo Ensino Básico3º ciclo Ensino BásicoEnsino secundário e pós secundário Ensino superior Região de Leiria Alvaiázere Ansião Batalha Castanheira de Pera Figueiró dos Vinhos Leiria Marinha Grande Pedrógão Grande Pombal Porto de Mós
A estrutura económica da Região de Leiria é caracterizada por uma presença significativa de setores industriais, que se concentram nos municípios de Leiria, Marinha Grande, Pombal e Batalha, em especial dos clusters dos moldes, das ferramentas especiais e plásticos e dos materiais para o habitat, setores estratégicos em termos dos domínios de especialização inteligente na Região Centro. As indústrias de fabricação de plásticos, produtos metálicos/metalurgia e minerais não metálicos (cerâmica, vidro, rocha e cimento) são as mais representativas no domínio da indústria transformadora.
O desenvolvimento industrial e a densidade empresarial no território, em particular nos municípios referidos, configuram um potencial bastante relevante em matéria de turismo de negócios e de turismo cultural baseado no património industrial.
Figura 5 – Setores associados a clusters e aos domínios de especialização inteligente na Região de Leiria
fileira florestal são as indústrias da madeira e outros ramos da indústria alimentar.
O turismo é uma atividade terciária de carácter estratégico para toda a Região de Leiria, aglutinando diferentes segmentos e produtos e enquadrando-se igualmente num dos domínios estratégicos da Região Centro em matéria de especialização inteligente.
Fonte: Elaboração própria
Nos municípios de baixa densidade, do interior do concelho, incluindo Porto de Mós, a floresta tem uma presença muito significativa, com potencial elevado de recuperação e de valorização, assumindo-se igualmente como um domínio de especialização inteligente para a Região Centro. Na indústria transformadora as atividades mais importantes da
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Figura 6 – Distribuição das empresas do setor de Alojamento, Restauração e Similares por concelho da Região de Leiria, em 2020
A Região de Leiria, em 2020, possuía 2.298 empresas no setor de Alojamento, Restauração e Similares, num total de 36.442 empresas não financeiras. Desse total de empresas do setor, 945 empresas estavam sedeadas em Leiria e cerca de 700 distribuíam-se, de forma equilibrada, entre os concelhos da Marinha Grande e de Pombal.
As empresas do setor de Alojamento, Restauração e Similares da Região de Leiria representavam, em 2020, 11,6% do total das empresas do setor na Região Centro, peso que não é muito distante da quota da Região de Leiria no total das empresas não financeiras da Região Centro (13,7%).
Fonte: PORDATA, https://www.pordata.pt/Subtema/Municipios/Empresas+N%c3%a3o+Financeiras-430
Tabela 2 – Peso das empresas do setor de Alojamento, Restauração e Similares no total de empresas não financeiras por concelho da Região de Leiria e variação das empresas do setor entre 2010 e 2020
Empresas do setor de Alojamento, restauração e similares
Áreas administrativas % das empresas do setor no total das empresas não financeiras Var 2010/2020
20102020
Portugal 7,5%8,6%30,7%
Região do Centro 7,4%7,5%8,7%
CIM Região de Leiria 6,2%6,3%3,5%
Alvaiázere 6,5%7,0%14,0%
Ansião 6,7%7,9%12,7%
Batalha 6,6%6,9%11,0%
Castanheira de Pera 11,2%13,1%10,0%
Figueiró dos Vinhos 9,1%10,0%5,3%
Leiria 5,5%5,5%5,0%
Marinha Grande 7,2%7,2%-1,2%
Pedrógão Grande 8,0%10,9%37,5%
Pombal 6,2%6,1%-4,0%
Porto de Mós 6,5%6,7%0,5%
Fonte: PORDATA, https://www.pordata.pt/Subtema/Municipios/Empresas+N%c3%a3o+Financeiras-430
O setor de Alojamento, Restauração e Similares na Região de Leiria apresenta um comportamento positivo na última década em termos do número de empresas, embora pouco significativo, o que resulta em parte de variações mais significativas nos concelhos da baixa densidade (menos representativos em termos de número de empresas). Sugere assim uma tendência, embora significativamente lenta, de reequilíbrio no território da Região de Leiria em matéria de distribuição do tecido empresarial de serviços de turismo.
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O setor de Alojamento, Restauração e Similares na Região de Leiria, em 2020, apresentava um total de 1.537 empresas individuais, incluindo empresários em nome individual e trabalhadores independentes, igualmente concentrados em 4 concelhos (cerca de 81,5%), Leiria, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós.
Figura 7 – Distribuição das empresas individuais do setor de Alojamento, Restauração e Similares por concelho da Região de Leiria, em 2020
As empresas individuais do setor de Alojamento, Restauração e Similares na Região de Leiria têm um peso muito significativo no total de empresas do setor, com tendência, no entanto, para alguma redução na última década, contrariamente à tendência nacional, sugerindo a hipótese de um aumento relativo na Região da quota parte de empresas com maior dimensão.
Tabela 3 – Peso das empresas individuais do setor de Alojamento, Restauração e Similares no total de empresas do setor por concelho da Região de Leiria e variação das empresas individuais do setor entre 2010 e 2020
Empresas individuais no setor de Alojamento, restauração e similares
Áreas administrativas
% das empresas individuais no total das empresas Var 2010/2020
20102020
Portugal 62,1%59,5%25,4%
Região do Centro 68,6%61,0%-3,2%
CIM Região de Leiria 69,2%58,2%-13,0%
Alvaiázere 88,0%64,9%-15,9%
Ansião 67,6%59,1%-1,4%
Batalha 66,1%54,6%-8,3%
Castanheira de Pera 60,0%51,5%-5,6%
Figueiró dos Vinhos 78,9%61,7%-17,8%
Leiria 64,3%52,6%-14,2%
Fonte:
Marinha Grande 73,8%67,4%-9,8%
Pedrógão Grande 75,0%68,2%25,0%
Pombal 68,0%61,2%-13,5%
Porto de Mós 82,9%61,7%-25,2%
Fonte: PORDATA, https://www.pordata.pt/Subtema/Municipios/Empresas+N%c3%a3o+Financeiras-430
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PORDATA, https://www.pordata.pt/Subtema/Municipios/Empresas+N%c3%a3o+Financeiras-430
A Região de Leiria, em 2020, tinha 6.281 pessoas ao serviço em empresas do setor de Alojamento, Restauração e Similares, que representavam cerca de 12,2% do total de pessoas ao serviço nas empresas desse mesmo setor na Região Centro, e apenas 1,7% do pessoal ao serviço nas empresas do setor a nível nacional.
O pessoal ao serviço nas empresas do setor concentra-se igualmente nos concelhos de Leiria (cerca de 50%), Marinha Grande e Pombal (no total dos três, cerca de 80%).
Figura 8 – Distribuição do pessoal ao serviço nas empresas do setor de Alojamento, Restauração e Similares por concelho da Região de Leiria, em 2020
O pessoal ao serviço nas empresas do setor de Alojamento, Restauração e Similares na Região de Leiria aumentou na última década (2010-2020), mas em percentagem muito inferior à Região Centro e Portugal, confirmando uma dinâmica de crescimento deste setor, na região, mais fraca do que na média do país.
Tabela 4 – Peso do pessoal ao serviço nas empresas do setor de Alojamento, Restauração e Similares no total do pessoal ao serviço nas empresas não financeiras por concelho da Região de Leiria e variação do pessoal ao serviço nas empresas do setor entre 2010 e 2020
Pessoal ao serviço nas empresas do setor de Alojamento, Restauração e Similares
Fonte: PORDATA, https://www.pordata.pt/Subtema/Municipios/Empresas+N%c3%a3o+Financeiras-430
Áreas administrativas
% do pessoal ao serviço nas empresas do setor no pessoal ao serviço no total das empresas não financeiras
20102020
Var 2010/2020
Portugal 7,9%8,8%24,8%
Região do Centro 6,6%6,9%13,2%
CIM Região de Leiria 5,1%5,4%9,8%
Alvaiázere 4,2%5,5%41,7%
Ansião 4,8%5,6%13,9%
Batalha 4,3%5,5%13,3%
Castanheira de Pera 7,5%8,1%-1,9%
Figueiró dos Vinhos 7,4%7,6%1,2%
Leiria 5,3%5,5%10,4%
Marinha Grande 5,6%5,2%8,1%
Pedrógão Grande 7,0%9,1%15,9%
Pombal 5,1%5,3%3,8%
Porto de Mós 3,5%4,2%15,2%
Fonte: PORDATA, https://www.pordata.pt/Subtema/Municipios/Empresas+N%c3%a3o+Financeiras-430
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As empresas do setor de Alojamento, Restauração e Similares (não se dispõe de dados por município que permitam avaliar os indicadores para as restantes atividades características do turismo) na Região de Leiria apresentam, na última década, sinais de evolução muito positiva, apesar dos acentuados decréscimos entre 2019 e 2020 provocados pela pandemia COVID-19. Quer em termos de volume de negócios, quer em termos de valor acrescentado bruto, verificam-se acréscimos significativos para a maioria dos concelhos, tendência que não é contrária à média da Região Centro nem à média nacional, apesar de muito inferior relativamente a esta última.
Tabela 5 – Valor e variação do volume de negócios nas empresas do setor entre 2010 e 2020 e peso do mesmo nas empresas do setor de Alojamento, Restauração e Similares no total do volume de negócios das empresas não financeiras por concelho da Região de Leiria
Empresas no setor de Alojamento, restauração e similares
Volume de negócios
%do Volume de negócios das empresas do setor no volume de negócios do total das
20192020 Var 2010/201920102019
Portugal16 247 9569 611 383 63,4%2,8%3,9%
Região do Centro1 994 7421 362 188 34,1%2,7%2,9%
CIM Região de Leiria263 427180 589 35,0%2,2%2,4%
Alvaiázere3 2712 284 -10,0%2,9%2,2%
Ansião7 6426 023 3,6%2,8%2,4%
Batalha17 59310 391 42,5%2,2%2,8%
Castanheira de Pera1 7311 225 -23,8%8,6%6,1%
Figueiró dos Vinhos3 2182 793 44,6%3,1%3,5%
Leiria140 20796 011 46,5%2,1%2,5%
Marinha Grande35 22623 468 33,0%2,5%2,1%
Pedrógão Grande1 9871 383 -10,3%4,4%4,4%
Pombal42 19228 855 23,1%2,3%2,5%
Porto de Mós10 3598 156 20,1%1,5%1,5%
Fonte: PORDATA, https://www.pordata.pt/Municipios/Volume+de+neg%c3%b3cios+das+empresas+n%c3%a3o+financeiras+total+e+por+se ctor+de+actividade+econ%c3%b3mica-589
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Tabela 6 – Valor e variação do valor acrescentado bruto nas empresas do setor entre 2010 e 2020 e peso do mesmo nas empresas do setor de Alojamento, Restauração e Similares no total do volume de negócios das empresas não financeiras por concelho da Região de Leiria
Empresas
Valor
%do
As variações do valor acrescentado bruto entre 2010 e 2019 por concelhos apresentam valores muito díspares. Alvaiázere, Batalha e Leiria apresentam variações do VAB nesse período próximas dos 74%, correspondente à variação do VAB para o mesmo período para Portugal, e muito acima dos 39,6% registados na Região Centro.
Confirma-se, para o ano de 2019, um acréscimo do peso do VAB gerado pelo setor do Alojamento, Restauração e Similares no total do VAB das empresas não financeiras, mas apenas numa parte dos concelhos da Região de Leiria. A nível nacional, o VAB gerado por este setor no total do VAB nacional, em 2019, representava 6,6%.
20192020 Var 2010/201920102019
Portugal6 907 8103 183 830 74,0%4,7%6,6%
Região do Centro828 379486 772 39,6%4,5%4,9%
CIM Região de Leiria108 02659 713 45,6%3,3%3,7%
Alvaiázere1 5691 035 74,7%2,9%3,9%
Ansião2 8062 108 4,2%3,5%3,2%
Batalha7 3193 785 70,6%2,8%4,3%
Castanheira de Pera700412 -6,0%9,0%7,1%
Figueiró dos Vinhos871757 -0,9%5,3%4,8%
Leiria56 48428 633 64,6%3,3%4,1%
Marinha Grande16 6179 506 39,8%3,9%3,2%
Pedrógão Grande833474 5,3%7,5%7,4%
Pombal16 54710 094 21,9%3,5%3,6%
Porto de Mós4 2812 910 3,8%2,3%2,0%
Fonte: PORDATA, https://www.pordata.pt/Municipios/Valor+acrescentado+bruto+das+empresas+n%c3%a3o+financeiras+total+e+por+sector +de+actividade+econ%c3%b3mica-588
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no setor de Alojamento, restauração e similares
Valor acrescentado bruto das empresas do setor no volume de negócios do total das empresas não financeiras
acrescentado bruto
Figura 9 – Distribuição (%) do VAB total gerado por setores de atividade (2019), para Portugal, por localização geográfica
A leitura comparada do VAB gerado pelo setor de Alojamento, Restauração e Similares com o VAB gerado por outros setores de atividade, permite-nos perceber diferenças de perfil económico dos vários concelhos da Região de Leiria, inclusive:
• o peso do VAB gerado pelo setor da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca nos concelhos de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande;
• o peso excecionalmente elevado do VAB gerado pelo setor das indústrias transformadoras no concelho da Marinha Grande,
• o peso relativamente mais elevado do VAB gerado pelo setor do comércio por grosso e a retalho no concelho da Batalha,
• o peso relativamente mais elevado do VAB gerado pelo setor da construção nos concelhos de Figueiró dos Vinhos e da Batalha,
• o peso relativamente mais elevado do VAB gerado pelo setor dos transportes e armazenagem nos concelhos de Alvaiázere, Pombal e Ansião,
• e o peso destacado do VAB gerado pelo setor das atividades de saúde humana e apoio social no concelho do Alvaiázere.
Fonte: PORDATA, https://www.pordata.pt/Municipios/Valor+acrescentado+bruto+das+empresas+n%c3%a3o+financeiras+total+e+por+sector +de+actividade+econ%c3%b3mica-588
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0,0%10,0%20,0%30,0%40,0%50,0%60,0%70,0%80,0% Portugal Centro Região de Leiria Alvaiázere Ansião Batalha Castanheira de Pêra Figueiró dos Vinhos Leiria Marinha Grande Pedrógão Grande Pombal Porto de Mós Outras actividades de serviços Actividades artísticas, de espectáculos, desportivas e recreativas Actividades de saúde humana e apoio social Educação Actividades administrativas e dos serviços de apoio Actividades de consultoria, científicas, técnicas e similares Actividades imobiliárias Actividade de Informação e comunicação Alojamento, restauração e similares Transporte e armazenagem Comércio por grosso e a retalho (...) Construção Captação, tratamento e distribuição de água (...) Electricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio Indústrias transformadoras Indústrias extractivas Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca
Na área do Turismo, o Instituto Politécnico de Leiria, oferece para além de um conjunto de formações, de diversos níveis, algumas estruturas e recursos de elevada importância em matéria de I&D.
A Região de Leiria, na segunda metade da década anterior, apresentou um perfil positivo de evolução das despesas de I&D no PIB, embora com níveis inferiores à média nacional. Para o desempenho da sub-região ao nível da produção de conhecimento e da inovação contribui de forma muito significativa a posição do Instituo Politécnico de Leiria, para além do papel que as empresas já representam em investimentos em investigação e inovação.
Figura 10 – Instituto Politécnico de Leiria – oferta de formação superior na área do Turismo (2021/2022)
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Fonte: Prospeto institucional
Figura 11 – Instituto Politécnico de Leiria – Centros de investigação
Fonte: https://citur-tourismresearch.com/nucleos-de-investigacao/ No ensino politécnico privado, a Marinha Grande possui o Instituto Superior Dom Dinis que disponibiliza um CTeSP em Gestão de Turismo.
A Região de Leiria dispõe de um conjunto relativamente amplo de instituições que asseguram uma oferta de formação profissional no setor do turismo (excetuando o concelho de Castanheira de Pera onde não foi identificada qualquer oferta formativa regular na área do turismo).
A generalidade dos serviços municipais ligados às áreas do turismo e cultura acolhe regularmente estágios curriculares de alunos destes cursos profissionais.
Tabela 7 – Oferta de formação profissional no setor do turismo
Instituições com oferta de formação profissional no setor do turismo
Alvaiázere
• Alvaiázere +
• IEFP – Curso Técnico de Cozinha/Pastelaria em Alvaiázere; Curso Técnico de Restaurante/Bar em Alvaiázere. Ansião
• SICÓ FORMAÇÃO (ETP Sicó – cursos profissionais de Técnico de Turismo Rural e Ambiental; Curso EFA de Turismo Ambiental e Rural – na sede, em Avelar); Batalha
• Agrupamento de Escolas da Batalha – Curso de Turismo
• CEPAE
• IPL – Curso de Turismo Castanheira de Pera
• Não foi identificada qualquer oferta
Figueiró dos Vinhos
• Agrupamento de Escolas de Figueiró dos Vinhos
• IEFP – Centro de Formação Profissional
• IEFP – Figueiró dos Vinhos /Curso EFA de Turismo Ambiental e Rural.
Leiria
Marinha Grande
Pedrógão Grande
• Escola Profissional de Leiria - Cursos Profissionais de Técnico de Bar e de Cozinha.
• ISDOM – Instituto Superior Dom Dinis - CTeSP em Gestão de Turismo
• ETPZP – Escola Tecnológica e Profissional da Zona do Pinhal – Cursos Profissionais de Técnico de Hotelaria e Restauração, Restaurante/Bar e de Hotelaria/Pastelaria
Pombal
• ETAP – Escola Tecnológica, Artística e Profissional de Pombal – Curso Profissional de Técnico de Turismo
• IPL – Núcleo de Formação de Pombal – CteSP em Marketing Digital Turismo; Ambiente, Património e Turismo Sustentável
Porto de Mós
• Instituto Educativo do Juncal – Curso Profissional de Técnico de Turismo Ambiental e Rural
Fonte: Elaboração própria: levantamento de informação junto dos Municípios da CIM RL
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 17
O território da Região de Leiria mantém-se marcado pela presença de três redes de aglomerados com características e funções territoriais diferenciadas: uma rede de aglomerados do litoral, incluindo Leiria, Marinha Grande, Batalha e Porto de Mós, com capacidade de polarização e estruturação do território envolvente e integrando o sistema urbano estruturante; uma rede de aglomerados complementar, de Pombal e Ansião, na proximidade e ligação direta ao IC8; uma rede de aglomerados a estruturar, incluindo Alvaiázere, Figueiró dos Vinhos, Pedrógão Grande e Castanheira de Pera, na zona interior de baixa densidade. A cidade de Leiria polariza toda a rede urbana sub-regional (principal centro de funções) e, com a Marinha Grande, forma um eixo urbano de forte dinâmica e competitividade económica.
Em termos de mobilidade, esta sub-região depende de forma determinante do sistema rodoviário, quer nas ligações intrarregionais, quer nas ligações com o exterior (inter-regionais). As ligações com o exterior conferem à Região de Leiria uma boa acessibilidade, com perspetivas de melhoria nos itinerários complementares que servem este território (projetos nos IC2, IC8, IC9 e IC36).
São determinantes, numa perspetiva de futuro e incluindo no contexto da estratégia turística, as condicionantes em matéria de rede ferroviária. Atualmente a Região é servida pela Linha do Oeste (não eletrificada), que apresenta grandes restrições em termos de mobilidade (horários, qualidade do transporte). Nos projetos em carteira, a Região ficará servida pela linha de alta velocidade (Lisboa-Porto) com uma estação em Leiria, e pela modernização da Linha do Oeste, com possível ligação à Linha do Norte na zona de Leiria.
A Região de Leria dispõe ainda de uma infraestrutura aeroportuária de natureza militar – Base aérea de Monte Real, que pode vir a representar algum potencial estratégico futuro em matéria de utilização civil, eventualmente para prestação de serviço nas linhas low-cost. A eventual hipótese de um aeroporto na zona de Santarém colocaria a quase totalidade da Região de Leiria num raio de 1 hora de distância desta infraestrutura.
Figura 13 – Infraestruturas rodoviárias principais e ferroviárias
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Figura 12 – Sistema Urbano e organização do território
Fonte: PROT Centro, Sistema Urbano e Organização do Território - Disgnóstico e Visão, 2008
Fonte: PROT Centro Estudo Temático sobre Infraestruturas de Acessibilidade, Transportes e Logística, 2008
O perfil da Região de Leiria e do seu modelo de ocupação, incluindo em termos das características do coberto florestal e do progressivo abandono demográfico de zonas do interior, de baixa densidade humana e de rede urbana, associados ao agravamento dos impactos das alterações climáticas, têm vindo a contribuir para um incremento dos fatores de vulnerabilidade do território, exigindo um reforço claro das medidas e estratégias de mitigação destes problemas. A faixa costeira da Região de Leiria apresenta também riscos crescentes em termos da sua transformação, igualmente associados aos impactos da crise climática.
A frequência crescente e intensidade de fogos florestais têm marcado a última década, com efeitos indiscutíveis em matéria da paisagem e dos recursos naturais, que constituem ativos de potencial turístico estratégico nesta região.
Aos impactos mais manifestos das alterações climáticas, a Região de Leiria adiciona os efeitos ambientais dos processos de industrialização e urbanização e de um modelo de mobilidade fortemente devedor da circulação rodoviária, com impactos evidentes em matéria de produção e de emissão de gases poluentes e de consumos energéticos e de água. As situações têm-se vindo a agravar nos últimos anos.
Figura 14 – Condições ambientais e turismo
Fonte: Elaboração própria
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2.1.2. OfertaTurística
Alojamento turístico
A tendência global de evolução da oferta de alojamento turístico na Região de Leiria acompanhou a dinâmica registada na Região Centro e em Portugal, assumindo uma trajetória de crescimento entre 2017 e 2019 e a partir de 2021. O ano de 2020 foi caraterizado por uma quebra significativa que pode, eventualmente, ser explicada pelos efeitos da pandemia COVID-19, que induziu uma redução drástica da atividade turística nacional e internacional, e conduziu ao encerramento de muitas empresas turísticas.
Figura 15 – Evolução do número de estabelecimentos de alojamento turístico, 2017-2021
Figura 16 – Evolução do número de estabelecimentos de alojamento turístico na Região de Leiria, 2017-2021
INE/PORDATA
17 – Evolução do número de camas em estabelecimentos de alojamento turístico na Região de Leiria, 2017-2021
Fonte: INE/PORDATA
Na Região de Leiria, em particular, verificou-se no período 2017-2021, uma redução do número de camas (-8%), apesar do aumento do número de estabelecimentos (+17%). Esta alteração poderá ser explicada, pelo menos parcialmente, pela alteração da tipologia de alojamento turístico predominante, registada no período e na região em análise.
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 20
Fonte:
Figura
Fonte: INE/PORDATA 20172018201920202021 Região de Leiria 82921008796 Centro 10791175136511241323 Nacional 58406868683351836271 0 2000 4000 6000 8000 10000 Nacional Centro Região de Leiria 82 92 100 87 96 20172018201920202021 4636 4816 4792 4087 4259 20172018201920202021
Entre 2017 e 2021, verifica-se uma tendência de equilíbrio da oferta de estabelecimentos de alojamento turístico no território da Região de Leiria.
Na generalidade dos concelhos, a evolução do número de estabelecimentos de alojamento turístico registada é positiva, com exceção dos concelhos de Leiria e Marinha Grande, que apresentavam, em 2021, um número de estabelecimentos inferior ao registado em 2017.
Apesar desta diminuição, e da redução do peso relativo dos municípios de Leiria e Marinha Grande (39% em 2021, face a 49% registados em 2017 no conjunto dos dois concelhos), continua a ser muito significativa a concentração da oferta de estabelecimentos de alojamento turístico nestes dois municípios. Leiria e Marinha Grande representavam, em 2021, mais de um terço da oferta de estabelecimentos de alojamento turístico da Região de Leiria.
Destaca-se igualmente, entre 2017 e 2021, o aumento do número de estabelecimentos de alojamento turístico registado em Ansião (+114%) e na Batalha (+57%).
Figura 18 – Distribuição da capacidade de alojamento turístico, por concelhos, 2017 [%
estabelecimentos]
Alvaiázere Ansião
Batalha Castanheira de Pera Figueiró dos Vinhos Leiria Marinha Grande Pedrógão Grande Pombal
Fonte: INE/PORDATA
Distribuição
capacidade de alojamento turístico, por concelhos,
estabelecimentos]
Alvaiázere Ansião
Batalha Castanheira de Pera Figueiró dos Vinhos Leiria Marinha Grande Pedrógão Grande Pombal Porto de Mós
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 21
número de
Figura 19 –
da
2021 [% número de
Fonte: INE/PORDATA 3,66 4,88 7,32 3,66 8,54 34,15 14,63 2,44 10,98 9,76
4,17 10,42 11,46 5,21 7,29 27,08 11,46 4,17 10,42 8,33
A distribuição dos estabelecimentos de alojamento turístico por tipologia na Região de Leiria é relativamente equilibrada nas três principais categorias – Estabelecimentos hoteleiros (EH), Turismo no Espaço Rural (TER) e Alojamento Local (AL).
Figura 20 – Número de estabelecimentos de alojamento turístico, por tipologia, Região de Leiria - 2021
A principal tipologia de alojamento turístico existente na Região de Leiria é o alojamento local, seguida dos estabelecimentos hoteleiros e das unidades de turismo em espaço rural, não tendo esta distribuição sofrido alterações significativas no período em análise (2017-2021).
A predominância da modalidade de AL na Região de Leiria poderá explicar, embora parcialmente, a redução do número de camas face ao aumento do número de estabelecimentos de alojamento turístico verificado já que, geralmente, as unidades de AL se caracterizam por um menor número de quartos/camas, quando comparadas com as unidades de hotelaria tradicional.
22
35
Estabelecimentos
hoteleiros
Alojamento local
A Região de Leiria mantém uma distribuição espacial das tipologias de estabelecimentos de alojamento turístico bastante diferenciada segundo os espaços territoriais:
39
Fonte: INE/PORDATA
Turismo de habitação no espaço rural
• Não existem estabelecimentos hoteleiros nos municípios de Pedrógão Grande (apenas AL + TER), Porto de Mós (apenas AL + TER) e Alvaiázere (apenas AL).
• Nos municípios de Leiria e Marinha Grande estão presentes apenas as tipologias de EH e AL.
• Os concelhos da Batalha, do Pombal, da Marinha Grande e, sobretudo, de Leiria distinguem-se dos restantes na medida em que apenas aqui existe oferta de hotelaria que, ainda assim, tem uma dimensão média, em termos de capacidade de camas.
• A oferta hoteleira atual encontra-se essencialmente associada quer a um segmento de turismo de negócios (caso da oferta existente em Leiria e no Pombal), quer a segmentos de procura de turismo de sol e mar (caso da Marinha Grande, sendo ainda assim insuficiente). A oferta de unidade hoteleiras da Batalha foi considera de muito boa qualidade. Em Porto de Mós, encontrase já em construção um novo hotel (85 quartos), que se localiza no centro da vila. Note-se ainda que em Leiria está prevista a construção de quatro unidades hoteleiras de 4 e 5 estrelas (mais de 300 quartos, no total).
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 22
A Região mantém limitações no acolhimento de grupos de turistas de média/grande dimensão, sobretudo durante os meses de maior procura turística (Primavera e Verão), justamente em resultado do limitado número de camas existente, o que contrasta com a capacidade bastante mais alargada que se encontra em alguns concelhos vizinhos (é o caso, nomeadamente, de Fátima, no concelho de Ourém, e da Lousã).
Em alguns concelhos existem maiores fragilidades ao nível da qualidade do serviço prestado pelas unidades de alojamento, incluindo na oferta complementar de atividades de animação turística que oferecem aos seus clientes (Alvaiázere, Marinha Grande e Porto de Mós).
Inclui-se, ainda, dentro dessas fragilidades, a necessidade de melhorar as competências do pessoal ao serviço nestas unidades de alojamento, incluindo do ponto de vista da comunicação e serviço ao cliente em websites e outro tipo de plataformas de reserva online.
A taxa de ocupação dos alojamentos turísticos na Região de Leiria registou uma evolução similar à registada na Região Centro e em Portugal, com uma quebra acentuada em 2020, o que, mais uma vez se poderá explicar pelo impacto da pandemia COVID-19 na atividade turística nacional e internacional.
No período entre 2017 e 2020, a Região de Leiria registou um desempenho ligeiramente superior ao da Região Centro. Efetivamente, e considerando, por exemplo, o ano de 2020, em que é registada a maior quebra, a taxa de ocupação dos alojamentos turísticos da Região de Leiria é de 22,8% face a uma taxa de 21,2% registada nos alojamentos da Região Centro.
Figura 21 – Evolução da taxa de ocupação, 2017-2021
70,0%
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
INE/PORDATA
Centro Região de Leiria
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 23
Fonte:
0,0% 10,0%
20172018201920202021 Nacional
Os valores de proveitos totais das unidades de alojamento turístico registaram, no período entre 2017 e 2021, uma quebra acentuada, à semelhança do observado para outros indicadores, podendo esta redução ser mais uma vez explicada pela pandemia COVID-19.
Na Região de Leiria a variação negativa dos proveitos totais das unidades de alojamento turístico foi ligeiramente mais penalizadora se comparada com a variação registada, de forma agregada, na Região Centro, mas inferior à registada em Portugal.
Figura 22 – Variação dos proveitos totais, 2017-2021
Apenas três concelhos da Região de Leiria registaram um aumento dos proveitos totais nas unidades de alojamento turístico no período entre 2018 e 2021: Pedrógão Grande, Porto de Mós e Figueiró dos Vinhos.
Os restantes municípios sofreram quebras neste indicador, ainda que com diferente amplitude.
A quebra mais acentuada verifica-se no município da Batalha (-43%), apesar do aumento significativo do número de estabelecimentos de alojamento turístico entre 2017 e 2021 (6 e 11 estabelecimentos respetivamente).
Figura 23 – Variação dos proveitos totais, por concelho, 2018-2021
Região
de
Grande
Castanheira de
Alvaiázere
Fonte: INE/PORDATA
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Fonte: INE/PORDATA -40,0-35,0-30,0-25,0-20,0-15,0-10,0-5,00,0 Nacional Centro
de Leiria -19,8 -11,6 -43,0 -1,8 1,1 -36,1 -27,1 13,2 -26,2 8,6
Ansião Batalha
Pera Figueiró dos Vinhos Leiria Marinha
Pedrógão Grande Pombal Porto
Mós
Alojamento turístico
Relativamente à oferta de restauração existente na Região de Leiria, existe alguma heterogeneidade nos diferentes concelhos.
Nalguns concelhos a oferta de restauração é hoje claramente ampla, diversificada e qualificada (Leiria, Marinha Grande e Pombal); noutros casos, a oferta é considerada qualificada mas, ainda assim, relativamente restrita, tanto em número, como em diversidade das propostas gastronómicas oferecidas (Ansião, Batalha e Porto de Mós); finalmente, nalguns territórios a oferta existente revela algumas insuficiências em qualidade das infraestruturas e do serviço prestado (Alvaiázere, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande).
É reconhecida na Região a necessidade de melhorar a relação entre as estratégias de promoção e comunicação e a presença efetiva dos produtos e receituários locais e regionais nas ementas dos restaurantes. Por exemplo, em Alvaiázere, que se tem procurado afirmar enquanto “Capital do Chícharo”, muitos restaurantes do concelho não asseguram que, pelo menos, um dos pratos da sua ementa seja confecionado com essa leguminosa, defraudando assim as expetativas de alguns turistas e visitantes do concelho.
Alguns concelhos estão a iniciar-se em iniciativas de valorização de produtos endógenos e/ou pratos típicos da região, procurando para tal mobilizar o tecido económico local, mas têm-se confrontado com algumas dificuldades em matéria de adesão (caso de Pedrogão Grande, na tentativa de reativar a Confraria do Bucho e de Figueiró dos Vinhos, no esforço de incentivar a confeção de determinados pratos gastronómicos do receituário local associado aos peixes de rio, por exemplo).
Quer na restauração, quer no alojamento turístico, reconhece-se a necessidade de qualificação e reforço/atualização de competências ao nível dos empresários e dos trabalhadores. Estas fragilidades, uma vez mitigadas, podem vir a impulsionar não só uma melhoria da qualidade dos serviços prestados, mas também favorecer a introdução de elementos de
inovação e de diferenciação na oferta atualmente existente na Região de Leiria.
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Empresas de animação turística e de suporte à atividade turística
De acordo com o Registo Nacional dos Agentes de Animação Turística (RNAAT), estão registadas (dados de julho 2022), nos 10 municípios da Região de Leiria, 81 empresas de animação turística:
• 40,7% dessas empresas de animação turística estão registadas no concelho de Leiria;
• Figueiró dos Vinhos não possui, à data, nenhuma empresa de animação turística registada;
• no concelho de Castanheira de Pera, uma das empresas registadas é uma empresa municipal (Prazilândia Turismo e Ambiente E.M.).
Nem todas as empresas registadas no RNAAT desenvolvem a sua atividade no território concelhio ou mesmo da CIM RL.
Muitas - senão mesmo a maioria - das atividades de animação turística promovidas no território, são realizadas por empresas sedeadas noutros concelhos ou fora da Região de Leiria (empresas de Lisboa, Porto, Fátima, Lousã, Góis, Penela, Coimbra, entre outros locais).
A oferta de atividades de turismo de natureza e ao ar livre – incluindo caminhadas e atividades de orientação, mas também outro tipo de atividades mais “radicais”, como arborismo, escala, paintball, tiro ao arco, zarabatana, cabina de pressão de ar e similares, passeio todo-o-terreno, parapente, outras atividades e percursos de obstáculos – tem uma presença significativa em quase toda a Região.
Os serviços de visitas guiadas a museus, monumentos e outros locais de interesse histórico-patrimonial, bem como rotas temáticas e outros percursos sobre património local, têm igualmente uma forte presença.
As restantes tipologias de produtos e serviços turísticos revelam um cenário bastante mais heterogéneo.
A Região de Leiria apresenta debilidades ao nível dos serviços de aluguer de transporte individual para turistas (rent-a-car), aspeto que poderá ser considerado crítico atendendo à inexistência de uma rede de transportes públicos eficaz e que cubra todo o território.
Figura 24 – Serviços turísticos na Região de Leiria
Leiria concentra a oferta de rent a car
Figueiró dos Vinhos possui empresa de rent a car, a operar também em Pedrogão Grande, que aluga viaturas ligeiras de passageiros e comerciais, motociclos e quadriciclos e também, em breve, de pequenas embarcações.
Ansião e Porto de Mós possuem empresas que disponibilizam soluções de mobilidade suave –bicicletas para utilização urbana e para atividades de cicloturismo.
Fonte: Elaboração própria: levantamento de informação junto dos Municípios da CIM RL
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Passeios marítimo-turísticos e pesca turística
Aluguer de motas de água, embarcações com ou sem tripulação
Atividades aquáticas Organização e venda de viagens e percursos turísticos
Rotas temáticas e outros percursos sobre património local Passeios e atividades equestres Arborismo, escala, paintball, tiro ao arco, e similares, passeios todo-o-terreno, parapente, etc.
Caminhadas, atividades de orientação, pedestres, de observação da Natureza e outras
Passeios e atividades de bicicleta (BTT e cicloturismo)
Atividades e experiências Jogos populares e tradicionais.
Visitas guiadas a museus, monumentos e outros locais de interesse patrimonial Espeleologia
Experiências de Kart Aluguer de sala de congressos e organizações de eventos. Outros desportos Parque de diversões
Fonte: RNAAT / Inquéritos aos Municípios.
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Tabela 8 – Distribuição das empresas de animação turística por concelho da Região de Leiria, segundo os produtos e serviços
Produtos e serviços Alvaiázere Ansião Batalha Castanheira de Pera
Figueiró dos Vinhos Leiria Marinha Grande Pedrógão Grande Pombal Porto de Mós
2.1.3. ProcuraTurística
O número de hóspedes registados na Região de Leiria evidenciou, à semelhança do verificado, em média, para as restantes regiões do país, um crescimento no período entre 2017 e 2019 e uma quebra acentuada em 2020, em resultado da pandemia COVID-19.
• A variação de número de hóspedes entre 2017 e 2019 na Região de Leiria foi de 1,3%, bastante inferior à variação verificada na Região Centro (8,2%) e ainda mais distante da variação a nível nacional (13,3%).
• A redução do número de hóspedes entre 2019 e 2020 na Região de Leiria (46,8%) é sensivelmente menor do que que as reduções verificadas na Região Centro (54,3%) e a nível nacional (61,6%).
Em 2021, é clara a recuperação deste indicador, apesar de os números de hóspedes tenham sido inferiores aos registados em 2019. A variação registada na Região de Leiria (-30%) é significativamente inferior à da Região Centro (-41%) e à nacional (-47%).
Figura 25 – Evolução do número de hóspedes, 2017-2021
20172018201920202021
Região de Leiria 273824276200277288147518194428 Centro 38051663895612411865618839992427176
Nacional 2395376525249904271424161043060014462011
Fonte: INE/PORDATA
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Figura 26 – Evolução do número de hóspedes, nos concelhos de Batalha, Leiria, Marinha Grande e Pombal, 2017-2021
Ao nível dos municípios da Região de Leiria, a evolução do número de hóspedes entre 2017 e 2021 foi desigual, com destaque para:
• o aumento do número de hóspedes registado nos municípios de Alvaiázere (+44,6%) e Ansião (+108,8%),
• o decréscimo registado nos concelhos da Batalha (-44,6%) e Marinha Grande (-38,2%).
A distribuição dos hóspedes no território é bastante desigual, considerando os dados relativos a 2021:
• Leiria e Marinha Grande concentravam cerca de 68% dos hóspedes e também concentravam a oferta de estabelecimentos de alojamento turístico, cerca de 38,5%;
Fonte: INE/PORDATA
Figura 27 – Evolução do número de hóspedes, nos concelhos de Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Pedrógão Grande e Porto de Mós, 2017-2021
• os quatro concelhos que registam uma procura turística mais elevada, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Batalha, no seu conjunto, concentram mais de 90% do número de hóspedes da Região de Leiria e cerca de 60% dos estabelecimentos de alojamento turístico.
Fonte: INE/PORDATA
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0 50 000 100 000 150 000 20172018201920202021 Batalha Leiria Marinha Grande Pombal 0 5 000 10 000 20172018201920202021 Alvaiázere Ansião Castanheira de Pera Figueiró dos Vinhos Pedrógão Grande Porto de Mós
A evolução das dormidas registou uma tendência positiva entre 2017 e 2019, seguida de uma quebra acentuada em 2020, relacionada com o impacto da pandemia COVID-19. Em 2021, o valor registado de 348 527 dormidas representa um aumento de cerca de 31% face ao ano anterior que registou 266 855 dormidas, indiciando uma trajetória de recuperação.
A quota das dormidas na Região de Leiria no contexto nacional e regional aumentou no período em análise.
Figura 28 – Evolução das dormidas na Região de Leiria (quota nacional e regional), 2017-2021
Figura 29 – Evolução das dormidas, nos concelhos de Alvaiázere e Ansião, 2017-2021
Ansião
Fonte: INE/PORDATA
Figura 30 – Evolução das dormidas, nos concelhos da Batalha, Leiria e Marinha Grande, 2017-2021
Fonte: INE/PORDATA
A evolução das dormidas à escala concelhia, entre 2017 e 2021, regista comportamentos diferenciados, que acompanham a evolução do número de hóspedes:
• uma variação muito positiva nos municípios de Ansião (+149,6%) e Alvaiázere (+104,6%),
uma variação negativa em Leiria (-32,3%), Marinha Grande (-42,6%) e Batalha (-44,1%).
INE/PORDATA
Leiria Marinha Grande
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 30
•
Fonte:
0,002,004,006,008,0010,00 2017 2018 2019 2020 2021 % Região de Leiria face Dormidas Região Centro % Região de Leiria face Dormidas em Portugal 1946 3982 2090 5217 20172018201920202021 Alvaiázere
63724 35622 253303 171532 126107 72369 20172018201920202021 Batalha
Em termos de estada média, as trajetórias de evolução no período entre 2017 e 2021 para as regiões de Leiria, Centro e Portugal são relativamente semelhantes.
De 2017 a 2019, a estada média na Região de Leiria foi ligeiramente superior à estada média na Região Centro.
Figura 31 – Evolução da estada Média, 2017-2021
A evolução das estadas médias por concelho, no período entre 2018-2021 (período para o qual estão disponíveis dados para todos os concelhos), evidencia algumas assimetrias na Região de Leiria:
• o aumento dos valores da estada média nos concelhos de Alvaiázere (+75%, passando de 1,2 para 2,1 noites), Pedrógão Grande (+50%, passando de 1,6 para 2,4 noites), Ansião (+27,3%, passando de 1,1 para 1,4 noites) e Castanheira de Pera (+20%, passando de 1,5 para 1,8 noites),
• a redução dos valores da estada média nos municípios de Leiria e Marinha Grande, com variações negativas, de -5,6% (passando de 1,8 para 1,7 noites) e -7,4% (passando de 2,7 para 2,5 noites), respetivamente.
Figura 32 – Evolução da estada média, por concelho, 2018-2021
Fonte: INE/PORDATA
Alvaiázere Ansião Batalha Castanheira de Pêra Figueiró dos Vinhos Leiria Marinha Grande Pedrógão Grande Pombal Porto de Mós
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Fonte: INE/PORDATA 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 20172018201920202021 Nacional Centro Região de Leiria 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 2018201920202021
A estada média dos turistas não residentes em Portugal nos municípios da Região de Leiria varia entre 1,0 e 5,0 noites. Na Região Centro, a amplitude da estada média dos turistas não residentes situa-se entre 1,9 e 2,2 noites, e em Portugal, entre 3,0 e 3,2 noites.
Entre 2018 e 2021 os concelhos da Região de Leria que apresentam desempenhos mais favoráveis na evolução da estada média dos turistas não residentes em Portugal são Alvaiázere (4,7 noites em 2021), Pedrógão Grande (4,2 noites em 2021) e Figueiró dos Vinhos (3,8 noites em 2021).
Figura 33 – Evolução da estada média, residentes no estrangeiro, 2018-2021
Em termos de sazonalidade da atividade turística, a evolução da proporção de dormidas entre julho e setembro registada na Região de Leiria no período entre 2017 e 2021 foi muito semelhante à registada na Região Centro e em Portugal, traduzindo uma tendência para o aumento da concentração de dormidas nestes três meses.
Figura 34 – Evolução da proporção de dormidas entre julho e setembro, 20172021
Centro Região de Leiria
dos
Grande
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 32
Fonte: INE/PORDATA
Fonte: INE/PORDATA 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 2018201920202021 Alvaiázere Ansião Batalha Castanheira de Pêra Figueiró
Vinhos Leiria Marinha
Pedrógão Grande Pombal Porto de Mós 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 20172018201920202021 Portugal
Na Região de Leiria, apenas o concelho de Porto de Mós contraria a tendência global de aumento da sazonalidade, apresentando uma diminuição da proporção de dormidas nos meses de julho a setembro, passando de 44,1% (2018) para 33,7% (2021).
Os restantes municípios acompanham a tendência de aumento da sazonalidade da atividade turística, ainda que com diferente expressão:
• Pedrogão Grande regista uma variação de +56,94%, sendo o município em que esta variação é maior,
• em contraposição, o concelho de Castanheira de Pera regista a menor variação (+3,19%).
Figura 35 – Evolução da proporção de dormidas entre julho e setembro, por concelho, 2018-2020
A Região de Leiria mantém valores de proporção de hóspedes estrangeiros relativamente mais baixos que a média da Região Centro e significativamente mais baixos do que a média nacional, respetivamente, 14,7%, 20,6% e 40,9% (em 2021).
A evolução da proporção de hóspedes estrangeiros entre 2017 e 2021 regista uma trajetória de diminuição semelhante nas regiões em análise, com uma quebra muito acentuada no ano de 2020, em consequência das restrições às viagens internacionais decorrentes da pandemia COVID-19, e uma ligeira recuperação em 2021.
Figura 36 – Evolução da proporção de hóspedes estrangeiros, 2017-2021
Portugal Centro Região de Leiria
Fonte: INE/PORDATA
Fonte:
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 33
INE/PORDATA
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 2018 2019 2020 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 20172018201920202021
A evolução da proporção de hóspedes estrangeiros à escala municipal mantém, em geral a mesma tendência regressiva.
O concelho de Pedrógão Grande, contudo, apresenta uma variação positiva da proporção de hóspedes estrangeiros muito acentuada entre 2018 e 2019 (+378,9%), passando de 1,9% em 2018 para 9,1% em 2021.
Figura 37 – Evolução da proporção de hóspedes estrangeiros por concelho, 2018-2021
Em 2021, a Região Centro registava 501.046 hóspedes com residência no estrangeiro, dos quais 35,5% residentes em Espanha.
Outros importantes mercados emissores para a Região Centro são a França, a Alemanha, o Brasil e Itália.
Figura 38 – Hóspedes por país de residência (%), Região Centro, 2021
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Fonte: INE/PORDATA
Fonte: INE/PORDATA 0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 2018201920202021 Alvaiázere Ansião Batalha Castanheira de Pêra Figueiró dos Vinhos Leiria Marinha Grande Pedrógão Grande Pombal Porto de Mós 35,5 13,5 6,4 5,7 4,9 4,6 4,2 3,7 2,8 2,7 Espanha França Alemanha Brasil Itália EUA Países Baixos Reino Unido Suiça Bélgica
Esses são também os principais mercados de turistas estrangeiros que visitaram o Welcome Center de Leiria em 2021 (apesar de não estarem disponíveis os dados relativos à origem dos visitantes da Região de Leiria, analisaram-se os dados facultados pelo Observatório do Turismo Sustentável do Centro de Portugal, OTSCP)
Na análise das motivações da visita à Região de Leiria por parte dos mercados emissores considerados conclui-se que
• a principal motivação de visita à Região de Leiria é o Património,
• a Natureza e os Eventos, são as motivações mais importantes, a seguir ao património, mas com uma expressão bastante menor.
Figura 39 – Visitantes do Welcome Center de Leiria, por país de residência, 2021 (TOP 6)
No comportamento por mercado emissor, sublinham-se algumas diferenças particularmente nos seguintes mercados:
• o peso da motivação associada à Religião no que se refere ao mercado italiano,
• o peso relativamente mais significativo da motivação de Eventos nos mercados nacional, dos EUA, Países Baixos, Itália e Brasil,
• o peso relativamente mais significativo da motivação Natureza nos mercados alemão e italiano,
• o peso relativamente significativo da motivação de Negócios nos mercados do Reino Unido e EUA,
• o peso relativamente significativo da motivação Desporto no mercado do Reino Unido.
Fonte: Observatório do Turismo Sustentável do Centro de Portugal, 2022
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Espanha França Brasil Alemanha Reino Unido Itália
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 36 Figura 40 – Visitantes do Welcome Center de Leiria, por país de origem e motivação Fonte: Observatório do Turismo Sustentável do Centro de Portugal, 2022
2.2.Caracterização do turismo nos Municípios da Região de Leiria
Turismo na orgânica municipal
O Pelouro do Turismo é uma competência do Presidente nos concelhos de Alvaiázere, Castanheira de Pera e Marinha Grande e responsabilidade de um dos vereadores do Executivo nos restantes concelhos.
Apesar da sua relevância estratégica e da aposta municipal que a maioria dos 10 Municípios confere ao setor do turismo, constata-se que, a nível orgânico, a situação atual, além de diferenciada, pode não ser a mais adequada aos desafios da política municipal. Os serviços municipais de turismo não dispõem de unidades orgânicas específicas e estão, em geral, integrados em unidades nos domínios do Desenvolvimento EconómicoSocial, da Educação, da Cultura, do Desporto e/ou do Ambiente.
Figueiró dos Vinhos
•Secção de Cultura e Turismo da Unidade de Educação, Saúde e Desenvolvimento Sociocultural
•Divisão de Turismo e EventosLeiria
•Divisão de Cultura, Património Cultural e TurismoMarinha Grande
•Divisão de Cultura e Turismo, do Departamento Municipal de Educação e Desenvolvimento SocialPombal
•Divisão Divisão de Cultura, Turismo e DesportoPorto de Mós
Ansião
•Município não possui equipa técnica interna afeta, delegando na ADILCAN –Associação de Desenvolvimento e Iniciativas Locais do Concelho de Ansião a gestão dos Postos de Turismo e a conceção, gestão e dinamização de visitas guiadas e de atividades de animação e promoção de turístico-cultural
Castanheira de pera
•Empresa Municipal Prazilândia, EM assegura atividades de apoio à promoção turistica
Sublinha-se que praticamente todos os municípios da Região de Leiria possuem técnicos superiores de turismo no seu quadro técnico.
Estratégias municipais para o Turismo
Atualmente, apenas dois Municípios dispõem de documentos e referenciais estratégicos relativos ao setor do Turismo.
Pombal
•Plano de Desenvolvimento Turístico 2020 de Pombal
Porto de Mós
•Plano Estratégico de Turismo Sustentável para Porto de Mós 2020-2030
Leiria e Marinha Grande têm intenções de avançar com a sua elaboração.
Vários Municípios abordam as matérias relacionadas com as estratégias locais de desenvolvimento turístico no seio de outros planos e referenciais estratégicos de cariz mais generalista e transversal: quer em planos e documentos estratégicos de âmbito setorial municipal, quer no âmbito de documentos com abrangência supramunicipal.
Castanheira de Pera
•Programa Diretor de Inovação, Competitividade e Empreendedorismo de Castanheira de Pera
Leiria
•Plano Estratégico Municipal da Cultura
•Leira 2030 -Documento de Reflexão Estratégica
Alvaiázere, Ansião e Pombal, no âmbito da Associação de Desenvolvimento Terras de Sicó
•Estratégia de Desenvolvimento Local –GAL Terras de Sicó 2020: uma parceria, um compromisso
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Acolhimento e apoio/ orientação de turistas
Os serviços municipais de atendimento e informação aos turistas adquirem configurações diferentes, mas existem nos 10 Municípios.
Postos de Turismo: Ansião, Batalha, Leiria (inclui também Posto de Turismo em Monte Real), Pedrogão Grande e Porto de Mós
Postos turismo na época balnear: Praia de Pedríogão, Leiria; Praia de Vieira, Marinha Grande
Serviço de acolhimento e informação localizados nos Paços do Concelho: Alvaiázere
Tal como os conteúdos em papel, os conteúdos digitais encontram-se frequentemente disponíveis em várias línguas. Alguns municípios estão atualmente a equacionar o desenvolvimento de mini-websites (Porto de Mós) e/ou aplicações móveis (Leiria e Pedrogão Grande) especificamente orientadas para o turismo. A maioria da informação oferecida incide apenas sobre recursos e oferta do Município, mas também existem materiais com âmbito alargado, que abrangem diferentes municípios da CIM RL e outros locais da região Centro (ex. Aldeias de Xisto, Terras de Sicó, EN2, etc.).
Feiras e eventos ligados ao turismo
Informação turística disponibilizada em equipamentos culturais: Complexo Monumental de Santiago da Guarda, em Ansião
Casa do Tempo, em Castanheira de Pera Museu e Centro de Artes de Figueiró dos Vinhos; Museu do Vidro Marinha Grande Castelo de Pombal
Alguns Postos de Turismo têm disponíveis para venda ao público peças de merchandising e publicações dedicadas à história e ao património natural e cultural do concelho ou funcionam igualmente como pontos de venda de peças de artesanato e outro tipo de produtos endógenos (locais e/ou regionais) - Alvaiázere, Ansião e Porto de Mós.
A informação disponibilizada, em geral gratuitamente, em materiais de informação e promoção turística assume diversos suportes e formatos: físicos (mapas, folhetos, desdobráveis) ou digitais (websites, aplicações móveis/apps e mupis e écrans com conteúdos multimédia e vídeo que estão exclusivamente disponíveis nalguns postos de turismo, por ex.).
Habitualmente, todos os municípios da CIM RL estão presentes no principal evento dedicado ao turismo nacional (BTL). Pontualmente, alguns municípios participam de forma mais individualizada noutros eventos de cariz turístico, de âmbito nacional e internacional.
Bolsa de Turismo de Lisboa
Participação dos 10 Municípiso e da CIM da Região de Leirirastand da Turismo do Centro, ERT
Participação de Alvaiázere, Ansião e Pombal através da Associação de Desenvolvimento das Terras de Sicó
Figueiró dos Vinhos participação através da ADXTUR –Rede de Aldeias de Xisto
Outros eventos
Ansião (2022) Festa da Alegria, em Vigo (Espanha) e WiesenMarkt (evento realizado em Erbach cidade alemã geminada com Ansião
Leiria: presença com stand próprio nalguns eventos nacionais; (2022) Feira Nacional da Agricultura e Feira de Sant’Iago em Setúbal
Pombal (2017-2019) FIT –Feira Ibérica de Turismo, na Guarda; (2015) Feira Internacional de Turismo de Madrid (Espanha) no stand da Rede de Cidades e Vilas de Excelência
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Iniciativas de cooperação na área do turismo
Todos os concelhos da Região de Leiria encontram-se, em maior ou menor grau, inseridos em associações, redes e projetos de cooperação que se relacionam com a área do turismo.
O enquadramento na CIM RL e no Turismo do Centro de Portugal tem permitido a estes dez municípios beneficiarem de algumas iniciativas, projetos e atividades de promoção e divulgação turística, incluindo em Feiras de Turismo. Também a Associação Terras de Sicó (no caso dos concelhos do Pombal, Ansião e Alvaiázere) e a ADXTUR - Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto (no caso do concelho de Figueiró dos Vinhos) desenvolvem regularmente iniciativas de promoção turística.
Vários concelhos integram redes de cooperação de cariz mais específico, de âmbito local e internacional, geralmente relacionados com a presença no seu território de determinados ativos naturais, paisagísticos, culturais, patrimoniais e artísticos e que estabelecem relações, mais ou menos vincadas, com o setor do turismo (orientando-se especialmente para o segmento de turismo cultural).
Tabela 9 – Participação dos Municípios em Associações, redes ou projetos de cooperação com ligação ao turismo
Associações, redes e projetos de cooperação
Aljubarrota 1385 Batalha
Concelhos da CIM RL envolvidos
Caminhos de Fátima
Leiria Pombal Associação de Municípios da Rota da EN2
Pedrog ão Grande Associação de Turismo Militar Português Porto de Mós Associação Portuguesa de Cidades e Vilas de Cerâmica
Projeto / Rota Esporo Ansião
Rede Cultura 2027
Porto de Mós
Figueiró dos Vinhos
Todos os concelhos
Rede de Castelos e Muralhas do Mondego Ansião Pombal Rede de Cidades Criativas UNESCO –Cidade Criativa da Música
Rede de Estações Náuticas de Portugal
Leiria
Pedrog ão Grande
Territórios 5 Sentidos Casta nheira de Pera Pombal
Territórios de Pedra Ansião
Rede Portuguesa de Turismo Industrial (Turismo de Portugal, IP).
Fonte: Levantamento de informação Municipal
Figueiró dos Vinhos Pombal
Marinh a Grande
Porto de Mós
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Porto de Mós Associação
Ativos e recursos com potencial turístico
Património Cultural – material e imaterial
Os ativos e recursos patrimoniais existentes na Região de Leiria são muito diversificados, seja em termos de tipologias, seja do valor patrimonial que lhes é reconhecido, seja ainda do potencial turístico associado.
Em termos de património cultural material, a Região de Leiria dispõe de um número significativo de bens do património imóvel classificados.
Patrimonio monumental classificado
Patrimonio vernacular
Monumentos classificados
Arqueologia industrial
Patrimonio cultural móvel e imóvel na Região de Leiria
Arquitectura militar Arquitectura religiosa
O Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha, que, para além de classificado como Monumento Nacional, integra a Lista do Património Mundial da UNESCO é um dos monumentos mais visitados em Portugal (apenas o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém têm mais visitantes).
Em todos os concelhos há imóveis classificados como Monumento Nacional, Imóvel de Interesse Público ou Imóvel de Interesse Municipal, estando alguns musealizados ou dispondo de conteúdos interpretativos e, nessa medida, constituindo-se como recursos turísticos.
Arquitectura militar
Castelos de Leiria, de Pombal e de Porto de Mós, referências históricas a nível local e nacional, com características distintas, são ícones na paisagem urbana e importantes âncoras turísticas. Estão abertos ao público para vista, integram estruturas de interpretação e acolhem eventos culturais e artísticos.
Patrimonio arqueológico
Conjuntos arquitectónicos e urbanísticos
Arquitectura civil
Está presente também o Castelo de Santiago da Guarda, integrado no Complexo Monumental de Santiago da Guarda (Ansião), que dispõe de conteúdos interpretativos, e o castelo de Monte Real (Leiria), para além de várias torres e outras estruturas defensivas (algumas em ruína) que não dispõem de elementos de interpretação.
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A Rede de Castelos e Muralhas do Mondego, a que pertencem os Municípios de Pombal e Ansião, assenta na valorização da Linha Defensiva do Mondego (criada no século XI pelos castelos de Coimbra, Lousã, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Penela, Soure e a atalaia de Buarcos, a que se associaram mais tarde outras estruturas incluindo os castelos de Pombal e de Santiago da Guarda), dinamiza um conjunto significativo de projetos de valorização turística associados ao património militar, incluindo roteiros culturais e artísticos, iniciativas gastronómicas, eventos, atividades pedagógicas e ainda a criação e disponibilização de materiais informativos e áudio-guias multilingues (disponíveis no posto de turismo de Pombal).
Relacionado ainda com o património militar, a Região dispõe de um sítio de relevância significativa, o campo da Batalha de Aljubarrota, no concelho de Porto de Mós, que dispõe atualmente de uma estrutura de interpretação, o CIBA – Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota.
Arquitectura religiosa
Inúmeras igrejas, capelas e ermidas, dispersas por todo o território da Região de Leiria, alguns santuários - Nossa Senhora do Fetal, na Batalha, e os de Nossa Senhora da Encarnação e de Nosso Senhor dos Milagres, em Leiria - e alguns conventos - Nossa Senhora do Carmo, em Figueiró dos Vinhos, de Santo Agostinho, em Leiria, e do Louriçal, em Pombal - para além do referido Mosteiro de Santa Maria da Vitória, que se destaca claramente.
A maioria das igrejas está funcional, dedicada ao culto religioso e, nessa medida, acessível.
Os conventos apresentam situações distintas: o Convento de Santo Agostinho foi reconvertido, acolhendo atualmente o Museu de Leiria; o
Convento do Louriçal está encerrado ao público, apenas a igreja é visitável, mediante pedido, e dispõe de uma pequena loja de produtos de doçaria conventual e biscoitos do Louriçal, confecionados pelas irmãs em clausura.
Alguns destes bens associam-se a manifestações religiosas que integram o património cultural imaterial da Região de Leiria, como a Procissão dos Caracóis/Festa de Nossa Senhora do Fetal, um evento com grande relevância local e forte capacidade de atração de visitantes ao Santuário de Nossa Senhora do Fetal.
Conjuntos arquitetonicos e urbanisticos
Os Centros históricos de Leiria e Pombal integram estruturas significativas de arquitetura militar, religiosa e civil.
O Conjunto edificado da antiga fábrica Stephens na Marinha Grande, integra a área fabril, o Museu do Vidro, o Teatro, a Biblioteca Municipal, a Escola Profissional e Artística e os jardins envolventes.
Existem ainda alguns conjuntos patrimoniais com um relevante potencial turístico, como é exemplo o núcleo de casario característico de S. Pedro de Moel.
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Arquitectura civil
Os exemplos de arquitetura civil com maior interesse patrimonial concentram-se nos conjuntos históricos de maior significado arquitetónico e urbanístico, em especial na faixa litoral da Região de Leiria.
Tabela 10 – Elementos da arquitetura civil na Região de Leiria
Ansião
Figueiró dos Vinhos
Leiria
•Quinta de Cima (palácio real entre os séculos XIII)
•Solares setecentistas em Ansião e em Alvorge
do concelho
•"Casulo» do pintor José Malhoa
do Clube Figueiroense (Figueiró dos Vinhos)
•Villa Portela (futuro centro de Artes)
•Parque termal de Monte Real e Palace Hotel
Real e Casa da Câmara de Monte Real
•Casa Alpendrada
•Casa do VidreiroMarinha Grande
•Cadeia Velha (Museu Marquês de Pombal)
•Edifício do Museu Arte Popular PortuguesaPombal
de Mós
•Casa dos Calados (antiga Real Fábrica do Juncal, com
de reconversão para espaço cultural)
Patrimonio arqueológico
Testemunho da ocupação desde tempos remotos, pontuam o território da Região de Leiria importantes ativos associados ao património arqueológico e que cobrem períodos desde o Paleolítico (Abrigo do Lagar Velho, no Vale do Lapedo, em Leiria, sobretudo conhecido pela sepultura de criança do Paleolítico Superior, habitualmente designado como Menino do Lapedo, classificado como Tesouro Nacional em 2021), o Neolítico (Complexo megalítico do Rego da Murta, em Alvaiázere), a Idade do Ferro (Povoado em Alvaiázere) até aos mais recentes períodos, romano e medieval (Complexo Monumental de Santiago da Guarda e o Arqueossítio do Carvalhal, no concelho de Ansião).
O CIALV - Centro de Interpretação do Abrigo do Lagar Velho dispõe de estruturas de interpretação plenamente funcionais. O Complexo Monumental de Santiago da Guarda e o Complexo megalítico do Rego da Murta são visitáveis e dispõem de conteúdos interpretativos.
Embora atualmente não esteja a funcionar, existiu um circuito de visita conjunto (bilhete comum) ao sítio arqueológico e Museu Monográfico de Conímbriga, à Villa Romana do Rabaçal e ao Complexo Monumental de Santiago da Guarda.
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•Paços
•Edifício
•Paço
projeto
Porto
Arqueologia industrial
O património arqueológico industrial está associado a setores e empresas que marcam a história económica da Região de Leiria com destaque para os concelhos de Castanheira ade Pera e de Figueiró dos Vinhos, antigos espaços de presença da industria têxtil, mas também de outros setores como a ferraria e produção de gelo, em diferentes épocas, e para os concelhos de Leiria, Marinha Grande e Pombal, com uma história industrial e uma dinâmica recente muito relevante, onde se destacam os setores do vidro, da cerâmica e dos moldes.
Adiante elencam-se os principais ativos associados a estruturas industriais, sejam unidades em laboração, sejam unidades desativadas, com potencial turístico.
Moinhos do Outeiro, em Ansião, visitáveis mediante marcação prévia) ou dispõem de elementos interpretativos (como a Azenha de Maçãs de Caminho, em Alvaiázere), mas muitos carecem ainda de iniciativas de valorização.
Os conjuntos edificados de matriz essencialmente vernacular, como as aldeias integradas na rede de “Aldeias de Xisto” (Casal de São Simão, no concelho de Figueiró dos Vinhos, e Mosteiro, no concelho de Pedrógão Grande) ou a Pia do Urso (concelho da Batalha), constituem espaços de forte atração turística. Para além destas, são poucas as estruturas que proporcionam uma oferta estruturada de serviços turísticos.
Património vernacular
O património vernacular encontra-se muito disperso no território da Região de Leiria, incluindo moinhos, azenhas, levadas, pontes, caminhos, fontes, lavadouros, coretos, entre outros exemplos. Igualmente dispersos no território estão elementos infraestruturais, como aquedutos, muros de pedra, pontos de vigia, faróis, etc. que dada a sua antiguidade e/ou características específicas têm vindo a ser valorizados do ponto de vista da atividade turística.
Alguns dos bens do património vernacular estão recuperados, são visitáveis (como o moinho de vento das Corujeiras, em Pombal, e o
Se muitos elementos de património cultural material identificados são propriedade pública, há também um número significativo de elementos propriedade de privados, o que não impede que sejam potenciados do ponto de vista turístico. Muitos destes ativos/recursos, quer os privados, quer os públicos, requerem ainda intervenções ao nível da interpretação e museologia.
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A Região de Leiria possui elementos do património cultural imaterial de natureza diversa, que têm vindo a beneficiar de projetos e eventos que procuram valorizá-lo, incluindo, em alguns casos, a sua inscrição no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.
Ofícios tradicionais/ produtos artesanais
Gastronomia
Patrimonio imaterial na Região de Leiria
Manifestações religiosas
Ofícios e saberes-fazer tradicionais
Património oral
Na Região de Leiria mantêm-se ainda ativos vários ofícios tradicionais especialmente ligados aos recursos naturais existentes, os quais vêm sendo objeto de intervenções que visam a sua interpretação e valorização:
• o fabrico do barrete (Castanheira de Pera), uma peça característica da indumentária tradicional dos campinos do Ribatejo e dos pescadores da Nazaré, que é executada num tear circular, existindo ainda uma unidade industrial que produz este objeto; o Município tem vindo a estudar a possibilidade de inscrição da técnica do fabrico do barrete de Castanheira de Pera no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial;
• o trabalho de pedra do “canteiro”, com a Casa do Cantoneiro (Porto de Mós) que presta homenagem a este ofício, através da recuperação de uma antiga habitação de cantoneiros a que foi associada uma obra de arte contemporânea;
• a extração da resina de pinheiro-bravo, com o projeto de valorização do saber-fazer do “resineiro” na Aldeia da Picha (Pedrógão Grande), incluindo a criação da Rota da Picha e do Resineiro, com pontos de paragem associados às diversas etapas do processo de extração da resina e a organização de ateliers para experimentação da atividade do resineiro; e o contributo para a revitalização da aldeia, que pode vir a integrar a rota das Aldeias de Xisto;
• e a arte xávega (praia de Pedrógão/Leiria e praia da Vieira/Marinha Grande), integrada no projeto do Município da Marinha Grande de desenvolvimento de um Centro Interpretativo de Arte Xávega e Cultura Avieira (conclusão prevista em 2024).
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Para além destes ofícios e saberes fazer tradicionais mais específicos da região, estão também presentes neste território produções artesanais ligadas à cestaria, trapologia, tecelagem, olaria e azulejaria, as quais se distribuem por vários concelhos.
A Região de Leiria possui também memória de alguns ofícios tradicionais extintos dos quais persistem testemunhos que vêm sendo igualmente valorizados, também na perspetiva turística:
• o ofício do neveiro (Castanheira de Pera), cuja memória persiste em três poços da neve (existentes, pelo menos, desde o século XVII, sem quaisquer elementos de interpretação), na Capela de Santo António da Neve (mandada construir por Julião Pereira de Castro, neveiro–mor da casa real, classificada, juntamente com os poços, como Imóvel de Interesse Público) e na Casa do Neveiro, um pequeno núcleo museológico, na aldeia do Coentral (promovido por uma associação local; abre, pontualmente, para visitas), neste caso com um projeto do Município para a renovação da aldeia de Santo António da Neve, que pode vir a integrar a Rota das Aldeias de Xisto.
Destaca-se o exemplo da Procissão dos Caracóis (Batalha) cujo processo de inscrição no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial está em curso.
Património oral
Manifestações religiosas
Do património imaterial da região de Leiria fazem parte diversas manifestações religiosas (romarias, procissões, etc.), presentes um pouco por todo o território, algumas com uma capacidade de atração turística significativa. A Região de Leiria concentra, nomeadamente, várias manifestações religiosas ligadas aos Santuários Marianos.
O património oral é revelado nos cantares, nas tradições e lendas associadas a locais ou figuras relevantes na região. Algumas iniciativas dos municípios e de outros agentes têm promovido o levantamento, registo e divulgação do património oral (por exemplo, Aldeia Pintada, na Batalha), podendo valorizar-se como ativos turísticos.
O Laínte (Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos) e o Calão Mirense (Porto de Mós) são gírias utilizadas pelos comerciantes locais, para comunicar entre si sem serem percebidos por outros. Estas variantes linguísticas foram já objeto de estudo e, no caso do Laínte, o Município de Figueiró dos Vinhos encetou um processo tendo em vista a sua inscrição no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (é também uma referência no Festival de Arte Urbana Fazunchar, em Figueiró dos Vinhos).
6. Gastronomia
A gastronomia faz parte também dos recursos culturais com potencial turístico, em geral muito valorizados enquanto atividade turística associada á oferta de restauração, às feiras e mercados tradicionais e à venda de produtos endógenos.
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A gastronomia da Região de Leiria é diversa e liga-se fundamentalmente à diversidade dos espaços territoriais, da serra ao mar, e à presença histórica de ordens religiosas, que se associam em geral à doçaria conventual.
Alguma da gastronomia tradicional inclui:
• Pratos: sopa do lavrador, morcela de arroz, negritos, lentriscas, bacalhoada com migas, bacalhau com feijão-frade, ossinhos, fritada, cabrito, leitão, maranhos, feijoada de javali, fritada dos peixinhos; chanfana (Chainça); bacalhau com chícharos (Santa Catarina da Serra), cabidela com chícharo, chicharada de chocos, chicharada com legumes, sardinha albardada, favas guisadas, papas com farinha de milho, arroz de tortulhos, migas de Leiria, caldeiradas, feijoada de chocos com camarão, trutas grelhadas, achigã e bordalo com molho verde;
• Doçaria: Brisas do Lis; Lampreia de Ovos; Ovos Folhados; Bolinhos de Pinhão; Castanhas queimadas; Canudos de Leiria; Doce de amêndoa; Filhós de abóbora; Cavacas do Reguengo de Fetal; Pudim da Batalha; Biscoitos do Louriçal.
Nos estabelecimentos de restauração encontram-se pratos da gastronomia tradicional portuguesa, embora se reconheçam algumas insuficiências em termos da oferta gastronómica regional e potencial para a valorização desses ativos, nomeadamente, através da recolha de receitas tradicionais, da diferenciação da oferta, da criação de espaços de degustação, etc.
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Arqueologia industrial e estruturas industriais com potencial turístico
As unidades industriais já desativadas, cujo estado de conservação é muito variável (por vezes, estão em ruínas; algumas ainda com equipamentos no interior), encontram-se ou podem vir ser interpretadas e visitadas enquanto peças e sítios de arqueologia industrial.
Em termos de estruturas museológicas dedicadas ao património industrial, a Marinha Grande assume um especial relevo dado que dispõe de um conjunto alargado de unidades industriais em laboração que recebem regularmente visitas turísticas e escolares e de um conjunto de ativos patrimoniais que se encontram devidamente interpretados e musealizados. É o caso do Museu do Vidro da Marinha Grande, localizado na antiga Fábrica Escola Irmãos Stephens, incluindo o conjunto de património associado. Está em curso o projeto de renovação dos conteúdos interpretativos existentes neste espaço e de ampliação da área visitável.
Em Leiria, o Moinho do Papel constitui um espaço museológico dedicado às artes e ofícios tradicionais relacionados com o papel e o cereal. É muito procurado por turistas, nomeadamente com motivações ligadas à arquitetura, dado tratar-se de um projeto de recuperação e reabilitação do Arquiteto Álvaro Siza Vieira.
Os concelhos da Marinha Grande e de Porto de Mós são os únicos da Região de Leiria a integrar a Rede Portuguesa de Turismo Industrial, dinamizada pelo Turismo de Portugal, IP.
Tabela 11 – Património arqueológico industrial (estruturas industriais desativadas)
•Fábrica das Sarnadas -espaço devoluto, sendo ainda possível visitar o imóvel e observar a maquinaria antiga; propriedade municipal.
Castanheira de Pera
• Fábrica da Várzea -espaço devoluto: regime copropriedade de imóveis privado/Estado; maquinaria antiga adquirida pelo município (unidades fabris devolutas em que a CMCP admite que possam vir a ser criados projeto de musealização e interpretação)
• Poços da neve, em Santo António da Neve
• Existe a intenção de criar um museu numa antiga fábrica de barretes, adquirida pelo Município, aproveitando um conjunto de objetos associados à sua execução preservados.
• Ferrarias da Foz de Alge –ruínas da antiga fábrica de fundição de canhões na Foz de Alge (com ligação a Mafra e às invasões francesas)
Figueiró dos Vinhos
• Ferraria em ruínas (século XVIII), localizada junto à ponte de S. Simão, possui ainda algum património industrial no interior
• Levadas e azenhas existentes na ribeira de Alge
•Mini Hídrica de Agua D´Álta
Leiria
• Moinho do Papel (Séc. XV) -reabilitado e musealizado pelo Município
• Museu da Fábrica de Cimentos Maceira Liz –SECIL
• Património Stephens: Museu do Vidro, Teatro, Jardins, Biblioteca Municipal, Escola Profissional e Artística e toda a área fabril; busto de Guilherme Stephens
• Museu da Indústria dos Moldes (visitas perante marcação/pedido prévios)
Marinha Grande
• Museu Santos Barosa (equipamento privado)
• Museu da empresa Gallo Vidro (equipamento privado)
•Património imaterial associado aos saber-fazer da fabricação do vidro. Chaminés de antigas fábricas (7)carecem de elementos interpretativos
Porto de Mós
•Central das Artes -central termoelétrica dos anos 30, onde estão instalados os serviços de turismo da CMPM e onde existem 4 espaços expositivos
Fonte: Elaboração própria: levantamento de informação junto dos Municípios da CIM RL
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Num território de caraterísticas industriais como a Região de Leiria, existem em praticamente todos os concelhos unidades produtivas que já estão ou podem vir a ser potenciadas do ponto de vista turístico. Muitas são estruturas industriais ainda em laboração, recebendo visitas turísticas de forma relativamente regular e com investimento, num número restrito de casos, na interpretação, no merchandiging e na venda de produtos.
Tabela 12 – Estruturas industriais com potencial turístico
•Queijaria Prado da Sicó (realizam visitas e provas de produtos regionais)
Ansião
•Avelmod, Têxtil S.A.
•CUF Têxteis
•MatCerâmica
•Value Ceramic
Batalha
Castanheira de Pera
•Gárgula Gótica (cantaria artística)
•Exposalão
•Villacer
•Jotav (José Augusto Tavares) -fabrico de barretes, cintas
e meias –única fábrica de barretes do mundo.
•Albano Morgado S.A. (lanificios)
••Crisal, S.A –indústria do vidro
••Gallovidro, S.A -indústria do vidro
••Normax, Lda (visitas exclusivas a estudantes) –indústria do vidro
••Estúdio Poeiras Glass –indústria do vidro
••MoldoestE, S.A –indústria dos moldes
Marinha Grande
••Planimolde, S.A –indústria dos moldes
••Plimat, S.A –indústria dos plásticos
••Vipex, S.A –indústria dos plásticos
••Cencal –indústria dos plásticos
••Centimfe –indústria dos plásticos
•(todas asseguram visitas guiadas, mediante marcação prévia)
•Indústria dos carrosséis (equipamentos de diversão)Pedrogão Grande
••Sumol + Compal –dispõe de serviços educativos
••Cuétara
Pombal
•(ambas têm a componente turística desenvolvida, realizando regularmente visitas às fábricas em laboração)
••Casa Féteira –Lagar de Azeite
••Airemármores –Pedreira
Porto de Mós
•(ambas recebem grupos escolares e já manifestaram disponibilidade para acolher visitas turísticas)
Fonte: Levantamento de informação Municipal
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Património natural
A Região de Leiria apresenta uma importante riqueza de recursos naturais com potencial de exploração turística.
Serras
Infraestruturas de fruição
Áreas naturais com estatuto de proteção
Patrimonio natural na Região de Leiria
Rios e albufeiras
Serras
Praias e orla costeira
Matas e parques
Património geológico
A paisagem é marcada pela presença de serras que se estendem por vários concelhos e onde se destacam as Serras de Aire e Candeeiros, a Serra de Sicó e a Serra da Lousã.
Para além das serras de maior extensão, refiram-se as Serras do Mouro e da Portela (Ansião), ativos naturais também importantes.
Áreas naturais com estatuto de proteção
A identificação de Sítios da Rede Natura, que abrangem grande parte daquelas três serras, vem reconhecer o interesse ao nível europeu dos habitats naturais e da fauna e da flora selvagens presentes bem como a importância da sua conservação a longo prazo. Existem outros dois sítios da Rede Natura na Região de Leiria, de natureza e dimensão distinta: Maceda - Praia da Vieira, que se estende, ao longo do litoral, para norte da Região de Leiria, e Azabuxo - Leiria, que abrange um pequeno território no concelho de Leiria - que confirmam a importância dos habitats e espécies desta região.
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Matas e parques
Património geológico
As serras de Aire e Candeeiros integram o maciço calcário estremenho, com especificidades geológicas que constituem um ativo distintivo também do ponto de vista turístico. As grutas, dolinas, algares, lapiás e outras formações geológicas, como o Polje de Mira-Minde e a Fórnea (Porto de Mós), fazem parte dos ativos naturais deste território que vêm sendo crescentemente valorizados na perspetiva turística. Diversas empresas de animação turística promovem atividades tendo por base os atributos naturais/paisagísticos e científicos daqueles elementos (espeleologia, escalada, caminhadas, etc.). Alguns destes ativos mobilizam visitantes/praticantes de várias partes do país (também do estrangeiro). É o caso das grutas com estruturas de visita e interpretação, como as Grutas da Moeda (no concelho da Batalha, muito bem dotadas em termos de equipa de gestão e técnica, que promove atividades ligadas aos recursos naturais e culturais , também noutros locais do concelho), as Grutas de Mira de Aire (o local turístico mais procurado de Porto de Mós) ou as Grutas de Alvados e Santo António (também em Porto de Mós, ainda com reduzida projeção externa).
Refira-se ainda o estatuto de proteção conferido, ao nível nacional, pelo Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, que abrange parte do concelho de Porto de Mós. Esta área protegida dispõe de vários centros de interpretação, mas nenhum naquele concelho. Existem ainda na Região de Leiria vários exemplares botânicos classificados (árvores de interesse público).
Entre os ativos “naturais” deste território, importa referir também as várias matas e parques existentes em vários concelhos, com destaque para a Mata Nacional de Leiria (abrange os concelhos de Leiria e Marinha Grande).
Praias e orla costeira
O mar e as praias da orla costeira (Marinha Grande, Leiria e Pombal) são já pontos turísticos relevantes nesta região, no segmento sol e mar. Estes espaços encontram-se equipados com estruturas e serviços de apoio à atividade balnear.
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 50
A água é um recurso presente em toda a região – mesmo que nas formações calcárias não existam cursos de água superficiais - em rios, ribeiras, nascentes, albufeiras e praias fluviais que se estendem pela região. Desenvolvem-se atividades náuticas na Ribeira de Pera e nas albufeiras de Bouçã e do Cabril, no rio Zêzere, onde também existem praias fluviais. Está prevista a criação de uma estação náutica tendo em vista a promoção do turismo náutico e a dinamização destas albufeiras, em articulação com oferta de alojamento, restauração e outras atividades e serviços.
Infraestruturas de fruição
Tem vindo a ampliar-se o conjunto de infraestruturas relevantes do ponto de vista da atratividade turística, na medida em constituem pontos de vista e espaços de fruição: miradouros, passadiços e baloiços estão cada vez mais presentes em muitos locais da região, oferecendo a possibilidade de conhecer e contemplar o seu património natural, a partir de pontos de vista privilegiados. São, nessa medida, ativos relevantes para a atividade turística.
Existem também diversas rotas e percursos organizados e/ou sinalizados, por vezes integrando aquelas infraestruturas, que alargam as possibilidades de usufruto dos ativos naturais (cf. Produtos e serviços turísticos)
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Rios e albufeiras
Equipamentos com potencial turístico
A Região de Leiria dispõe de um conjunto de equipamentos de carácter cultural e recreativo, desportivo, económico/empresarial que pela sua natureza, condições e programação têm potencial de utilização e valorização do ponto de vista turístico. A quase totalidade dos equipamentos com maior potencial turístico estão relacionados com os ativos culturais locais, sejam as atividades produtivas que marcam a economia da Região, sejam acontecimentos e figuras da sua história, sejam outros recursos patrimoniais.
Figura 41 – Equipamentos culturais relevantes por município
É no concelho de Leiria que encontramos maior número e diversidade de equipamentos com potencial turístico. Entre os museus, destaca-se o Museu de Leiria e o MIMO - Museu da Imagem em Movimento cuja qualidade e caracter diferenciador, reconhecidos por diversas distinções nacionais e internacionais, tem-se traduzido num crescente interesse de visitantes e turistas. O Centro de Artes Villa Portela, cujo projeto de reconversão está em curso, será dedicado à arte contemporânea e pretende-se que venha a tornar-se uma estrutura com grande capacidade de atração externa. Atualmente, o Banco das Artes Galeria, único espaço da cidade centrado na arte contemporânea, tem tido uma projeção externa muito limitada.
Ainda em Leiria, existem outros equipamentos culturais com potencial turístico como o Centro de Diálogo Intercultural de Leiria, a Casa da Cidade Criativa da Música ou o Teatro José Lúcio da Silva, carecendo, no entanto, de intervenções - seja ao nível da programação, seja da comunicação – que possibilitem uma maior valorização.
O Museu do Vidro, uma das principais atrações do concelho da Marinha Grande, exibe não só a história da indústria do vidro, mas também todos os aspetos tecnológicos e culturais inerentes. Aliás, o conjunto edificado da antiga fábrica Stephens, onde se insere o museu e um conjunto de outras estruturas, é também um ativo relevante.
O Museu Industrial e Artesanal Têxtil de Mira de Aire (gerido por uma entidade privada), em Porto de Mós, embora recente, tem registado uma procura turística relativamente elevada.
O Museu e Centro de Artes de Figueiró dos Vinhos, com exposições e percursos interpretativos associados ao naturalismo, acolhendo obras de vários artistas com ligação a Figueiró dos Vinhos (José Malhoa e outros) ou ao território envolvente (como Túllio Victorino e Alfredo Keil), e o Casulo, edifício que foi residência de José Malhoa e que atrai um número já significativo de visitantes, destacam-se em Figueiró dos Vinhos. A pintura naturalista e José Malhoa inspiraram uma rota, ainda em
Fonte: Elaboração própria: levantamento de informação junto dos Municípios da CIM RL
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preparação (que deverá envolver a parceria de diversas entidades aos níveis regional e nacional), que deverá potenciar a atratividade destes dois equipamentos.
Em Porto de Mós está localizado o Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota (de gestão privada), um dos espaços mais procurados do concelho em termos turísticos.
Outros equipamentos museológicos, embora de menor dimensão, têm vindo a afirmar-se nestes concelhos - pelos trabalhos de recolha e inventariação que realizam, pela programação expositiva, pelas condições de acessibilidade, etc. – recebendo, inclusive, distinções nacionais e internacionais. Refira-se, como exemplo, o Museu da Comunidade Concelhia, na Batalha, cujo carácter diferenciador se associa ao conjunto de soluções inclusivas que integra (recursos para pessoas com baixa mobilidade, com baixa visão e cegas, surdas ou com deficiência auditiva, para pessoas com deficiência intelectual, para crianças e para estrangeiros), assumindo-se como um “museu de todos”.
As infraestruturas desportivas são essencialmente dirigidas à população residente, embora existam alguns equipamentos potenciadores da atividade turística. O estádio municipal de Leiria, a maior estrutura desportiva da região, acolhe atividades desportivas, nomeadamente jogos de futebol (para além do Campeonato da Europa, jogos da seleção nacional e finais da Taça da Liga), provas nacionais e internacionais de atletismo, entre outras, mas também eventos culturais e recreativos, podendo ser potenciado em termos turísticos. Na pista coberta de Pombal são realizadas provas dos campeonatos nacionais de atletismo. A outra escala, refira-se o parque desportivo das Pinheiras Mansas, em Pousaflores (Ansião), onde o “Amigos Cricket Club” promove a prática regular deste desporto (essencialmente a comunidade inglesa) e que acolhe torneios internacionais.
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Um conjunto de estruturas económicas/empresariais, que integram espaços para exposições, salas de reuniões e auditórios, com diferentes funcionalidades e dimensões, está presente na região, sobretudo nos concelhos de Ansião, Batalha, Leiria e Marinha Grande. Estes equipamentos podem ser valorizados como ativos turísticos, nomeadamente para segmentos específicos como o turismo de negócios. Por seu lado, o conjunto de serviços que prestam ao nível da formação, incubação, aceleração, entre outros, pode beneficiar o tecido empresarial ligado ao setor do turismo na região.
Figura 42 – Estruturas económicas/empresariais relevantes por município
Fonte: Levantamento de informação Municipal
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Produtos endógenos
Há uma relativa diversidade de produtos reconhecidos ao nível europeu pela qualidade e tradição com certificação DOP/IGP, constituindo esta um fator de diferenciação e riqueza da região: vinho, azeite, mel, queijo e fruta.
Figura 43 – Distribuição de produtos regionais
Eventos
A Região de Leiria apresenta uma grande variedade de eventos, promovidos pelas respetivas autarquias ou por outras entidades. Os concelhos mais fortes ao nível da programação são Batalha, Leiria e Pombal. Se a maioria dos eventos tem um carácter essencialmente local, alguns manifestam um expressivo potencial de atração turística e geram já importantes fluxos turísticos.
Destacam-se os eventos recreativos com motivações e temáticas diversas (desportivos, inspirados na história, celebração de efemérides, etc.), embora eventos religiosos e associados a manifestações tradicionais, eventos ligados à promoção de produtos endógenos (e da gastronomia), e eventos artísticos, de cariz mais contemporâneo (na área da música e das artes plásticas, por exemplo) tenham também uma presença importante na agenda regional. Entre as iniciativas de promoção privada, destaca-se a área da música, que conta com eventos com grande notoriedade a nível nacional e internacional, como o festival Extramuralhas, em Leiria.
A generalidade dos eventos realiza-se durante os meses de Verão, entre junho e setembro, aproveitando um período de maior disponibilidade e procura seja pela população residente, seja por visitantes e turistas. Alguns eventos “fora de época” contribuem para atenuar o carácter sazonal da programação.
Fonte: Elaboração própria: levantamento de informação junto dos Municípios da CIM RL e Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural Outros produtos, sem aquela certificação, são também relevantes no contexto regional como o Mel Torre da Magueixa (Batalha), o Azeite Pia do Urso (Batalha, cujo lagar é visitável na altura da produção), a Morcela Branca de Arroz (Batalha), a Morcela de Arroz de Leiria (processo de certificação DOP em preparação), o chícharo (Alvaiázere), entre outros que marcam e posicionam a região.
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 55
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Alvaiázere
Tabela 13 – Distribuição de eventos relevantes ao longo do ano
Exposicó –Feira do Queijo Rabaçal
Capital do Chícharo FAFIPA
Ansião Feira dos Pinhões
Festas do Concelho
Mostra Gastronómic a Sabores de Ansião Batalha Festas da Batalha
Mercado do Século XIX Procissão dos Caracóis
Castanheira de Pera
Gastronomia em Movimento
Feira da Juventude Natal na Aldeia
Figueiró dos Vinhos
Festas do Concelho –São João
FAZUNCHAR
Feira de Doçaria
Conventual
Feira de Doçaria Conventual Leiria Feira de Leiria Leiria Medieval Leiria sobre Rodas Marinha Grande
Festas da Cidade Rally Vidreiro Passagem de Ano na Praia da VieiraPedrógão Grande
Festas de Verão Feira de Santa Catarina Pombal Festival Pombalino Festas do Bodo Feira Nacional de Artesanato e Porto de Mós
Taça de Portugal de Downhill Semana Santa Festas de S. Pedro
Fonte: Elaboração própria: levantamento de informação junto dos Municípios da CIM RL
(EEC) 56
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
2.3.Posicionamento da Região de Leiria
A Região de Leiria evidenciou, entre 2017 e 2021, um desempenho positivo nos principais indicadores de atividade turística, acompanhando, globalmente, as tendências de evolução registadas na Região Centro e em Portugal, sendo de destacar:
percentuais, face a um aumento de 7 p.p. na Região Centro e de 10,2 p.p. em Portugal.
Uma quebra dos proveitos totais (-29,6%) menor face ao verificado no contexto nacional (-36,7%), ainda que ligeiramente superior à registada na Região Centro (-28,7%).
Uma variação do número de hóspedes (-30%) menor do que na Região Centro (-41%) e em Portugal (-47%).
Uma variação do número de dormidas (-32%) menor face à registada na Região Centro (-34%) e em Portugal (-43%), que permitiu que a Região de Leiria visse reforçada a sua quota de dormidas turísticas no contexto regional (+3%) e nacional (+18,5%).
Valores de estada média superiores aos registados na Região Centro (2017-2019).
Um aumento do número de estabelecimentos de alojamento turístico, com uma variação (+17,1%) superior à registada por Portugal (+7,4%), ainda que inferior à registada na RC (+22,6%).
Uma menor sazonalidade do que a registada no Centro e em Portugal: um aumento da proporção de dormidas entre julho e setembro na Região de Leiria de 4,2 pontos
A Região de Leiria evidenciou, no mesmo período de 2017 a 2021, um desempenho menos favorável no que concerne a:
Redução da proporção de hóspedes estrangeiros, (-60%) relativamente superior à da Região Centro (-53%) e de Portugal (-34%).
Uma diminuição do número de camas (-8%) face ao aumento registado na Região Centro (+2,8%) e em Portugal (+0,5%).
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 57
A Região de Leiria exerce algum efeito de preferência relativamente a Portugal e à Região Centro.
Portugal regista a preferência dos turistas, relativamente à Região de Leiria, não se observando qualquer alteração no período em análise, relativamente ao valor estimado (0,69).
A Região de Leiria revela uma atratividade muito similar à atratividade agregada da Região Centro, evidenciando assim um posicionamento competitivo favorável no contexto regional.
Em 2017, a preferência dos turistas recaía sobre a Região de Leiria (1,06) relativamente à Região Centro, o que já não se verifica em 2021 (0,98), apesar da variação de valores ser residual, e em ambos os casos se situar muito próximo do valor 1, o que traduz uma preferência igual pelos dois destinos considerados.
Figura 44 – Índice de preferência pela Região de Leiria em relação à Região Centro, 2017 e 2021
1,06 0,98 0,97 0,98 0,99 1,00 1,01 1,02 1,03 1,04 1,05 1,06 1,07
2017 2021
Fonte: Elaboração Própria – Dados INE Índice de Preferência, baseado na Teoria do Sentimento do Investidor, relacionando a permanência média1 nas três regiões no período em análise.
1 A permanência média traduz o número de noites que os turistas permanecem, em média, numa região ou país, relacionando o volume de dormidas e o número de hóspedes registados nos estabelecimentos de alojamento turístico
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 58
No que concerne à pressão da atividade turística exercida nas três regiões em análise, no período entre 2017 e 2021:
i) a intensidade turística2 diminuiu na Região de Leiria, no Centro e em Portugal, o que pode claramente ser explicado pela drástica redução da atividade turística nacional e internacional registada a partir de 2019, em consequência da pandemia COVID-19;
ii) em termos da densidade turística3, a variação registada pela Região de Leiria é significativamente inferior à registada na Região Centro e em Portugal.
Figura 45 – Intensidade turística, 2017 e 2021
Considerando que estes dois indicadores contribuem para a avaliação da sustentabilidade dos espaços turísticos, o mais importante a reter é que, nessa dimensão, o desempenho da Região de Leiria é positivo, já que não regista em nenhum deles valores indicativos de eventuais desequilíbrios, e acompanha, globalmente, o desempenho igualmente positivo da Região Centro e de Portugal.
Elaboração Própria – Dados INE
46 – Densidade turística, variação 2017 - 2021
Elaboração Própria
2 A Intensidade Turística é o indicador que “permite avaliar a relação entre turistas e população
entre o número
meios
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 59
residente a partir do rácio
de dormidas nos
de alojamento e o número de residentes.” (INE, s/d)
Fonte:
Figura
Fonte:
- Dados INE 3 A Densidade Turística é um “indicador que permite avaliar a pressão turística sobre o território, através da relação entre o número de dormidas nos meios de alojamento recenseados e a área do território, medida em km2.” (INE, s/d) 01234567 Portugal Centro Região de Leiria 2021 2017 2 Méd. móv. per. (2017) -50-40-30-20-100 Nacional Centro Região de Leiria
3. ENQUADRAMENTO NAS MACRO TENDÊNCIAS E NAS ESTRATÉGIAS REGIONAL E NACIONAL
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 60
3.1.Macro tendências do setor do turismo
O setor do turismo é extremamente vulnerável às alterações de contexto, sejam elas de natureza política, económica, social, tecnológica ou ambiental.
Figura 47 – Transversalidade da atividade turística
Apesar de ser considerada uma atividade com elevada resiliência, a evolução do turismo ao longo das últimas décadas tem evidenciado a influência do contexto externo. O efeito da pandemia por COVID-19 gerou quebras significativas na atividade, quer pelas restrições às viagens, quer pelos diversos condicionalismos impostos à fruição de espaços de lazer, restauração e outros.
Figura 48 – Volume de chegadas internacionais (2020)
O facto de ser uma atividade centrada nas pessoas (de e para pessoas), contribui de igual forma para uma maior suscetibilidade a alterações registadas no comportamento dos consumidores, no seu poder de compra e confiança (na economia, nas viagens, etc.), bem como nas políticas de gestão de talentos/ recursos humanos. Todos estes fatores influenciam a forma como se desenvolve e evolui a atividade turística à escala internacional, e como a mesma se reflete à escala nacional/ regional, de acordo com as caraterísticas específicas de cada destino/ região.
Mais recentemente ainda, a guerra na Ucrânia exerceu também um impacto significativo nas viagens, visível não apenas na redução da procura pelos destinos envolvidos no conflito, mas refletindo-se ainda no aumento do custo das viagens (como consequência do aumento dos custos dos combustíveis) e, em geral, do custo de vida da maior parte da população europeia, o que é relevante, considerando que a Europa é a principal região emissora e recetora de turistas à escala mundial.
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 61
Panorama Atual – 2022
Apesar de se apontar 2023-24 como o período de efetiva retoma da atividade turística, assiste-se, atualmente, a uma gradual reconquista da confiança nas viagens, que se traduz no aumento da procura turística internacional.
Figura 49 – Tendências de evolução recente da procura turística internacional
Alteração nas caraterísticas das reservas: efetuadas com maior antecedência (comparando com o período prépandemia), para destinos mais longínquos, estadias de maior duração, com opções de alojamento mais caras
Alteração do tipo de férias/ viagens: férias de relaxamento total (41% dos inquiridos), procura por destinos sempre desejados‘bucket-list’ (37% dos inquiridos) e os citybreaks (33% dos inquiridos).
Aumento das estadias (a título de exemplo, e face a 2019, a % de viagens com duração de 1 a 3 dias diminuiu de 33 para 24% e as viagens com duração igual ou superior a 14 noites, aumentou de 18 para 26%).
Viagens de lazer com recuperação mais rápida, ao contrário das viagens de negócios, com fluxos relativamente reduzidos, quando comparados com 2019.
Fontes: Estudo recente da Skyscanner, maio de 2022, https://bit.ly/3QdVYlk. Estudo inquiriu 4000 viajantes do Reino Unido, Estados Unidos da América, Austrália e Alemanha;Estudo realizado pela ForwardKeys, maio de 2022, https://bit.ly/3cZC9Ql, para a ETOA (European Tourism Association @ https://www.etoa.org/)
Em matéria de resiliência dos destinos europeus, segundo dados de janeiro a abril de 2022 (ainda não estão disponíveis dados sobre os meses de verão e época alta), os países com melhor posição são:
Figura 50 – Recuperação dos destinos europeus pós pandemia COVID-19
Turquia
Portugal: variação das chegadas internacionais de -28% face a 2019
Noruega
Grécia
Espanha
Fonte: ForwardKeys, maio de 2022. Estudo realizado para a ETOA (European Tourism Association @ https://www.etoa.org/) disponível em https://bit.ly/3cZC9Ql
Esta evolução resultará não exclusivamente da capacidade de recuperação que os destinos turísticos indicados demonstraram no período pós-pandemia (ou de redução dos impactos e constrangimentos da pandemia), mas também das atuais condições decorrentes do conflito armado em território da Ucrânia, favorecendo eventualmente destinos europeus mais afastados do centro da Europa.
ELABORAÇÃO
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Projeções para o futuro
Algumas das tendências da atividade turística já verificadas nos últimos anos continuarão a manifestar-se, enquanto outras virão a emergir e/ou reforçar, muitas das quais, terão sido induzidas pela pandemia e pela consequente redução dos fluxos turísticos internacionais em 2020 e 2021.
Figura 51 – Principais tendências da atividade turística
Sustentabilidade
Sustentabilidade
Perspetiva da procura
A importância atribuída à sustentabilidade será reforçada, com os turistas a assumirem uma maior preocupação com as práticas da indústria e com os seus próprios comportamentos, assim como, com o respeito pelas comunidades locais e pela preservação do seu património.
Figura 52 – Importância atribuída pelos turistas à sustentabilidade
70%
dos viajantes esperava em 2021 que as empresas oferecessem opções de viagem mais amigas do ambiente
European Travel Commission, 2021. Encouraging Sustainable Tourism Practices. https://bit.ly/3vUComg
94%
dos inquiridos afirmava procurar viagens mais sustentáveis, mais próximas da natureza e das comunidades locais
Airbnb, 2021. Trends that will define travel in 2021. https://bit.ly/3Pc5FzA.
Perspetiva dos destinos
Uma mais-valia sempre que o modelo de desenvolvimento se rege pelos princípios da sustentabilidade.
Um desafio, obrigando os territórios e as organizações a repensar as suas abordagens, a garantir o cumprimento dos pressupostos de desenvolvimento sustentável nas duas diversas dimensões, e uma total transparência sobre as suas práticas, crescentemente escrutinadas pelos turistas.
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Segurança (e higiene) Saúde e bem-estar Tecnologia Personalização da experiência Experiências imersivas | Local Ed-ventures (Aventuras educativas)| Férias em família Mercado solo travel Turismo ativo |Ecoturismo Doméstico versus Internacional | Staycation Modelos de negócio | Economia circular Escassez de recursos humanos
Segurança (e higiene)
Perspetiva da procura
Claramente enfatizada pela pandemia, a preocupação com a segurança continua a influenciar a escolha do destino/ práticas turísticas.
Perspetiva dos destinos
Uma oportunidade para os territórios com menor intensidade turística, que demonstrem cumprir os parâmetros de segurança e higiene, sendo, contudo, necessário comunicar de forma clara esse posicionamento.
Tecnologia
Perspetiva da procura
Continua a ditar a forma como os consumidores escolhem e programam as suas férias, como usufruem e partilham as suas experiências.
Perspetiva da oferta
Pertinência crescente da integração tecnológica:
Saúde e bem-estar
Perspetiva da procura
Preocupação crescente com a saúde e bem-estar, com grande parte dos consumidores a procurar estilos de vida mais saudáveis e a transportar esses valores para os momentos de lazer e férias. Procura crescente de:
• Experiências associadas ao bem-estar (físico e emocional), como produto específico ou como uma valência associada a qualquer tipo de viagem/ atividade turística, transversal aos vários segmentos de mercado;
• Oportunidades para o desenvolvimento pessoal e a reconexão (viagens transformadoras/ turismo regenerativo).
Turistas com maior disponibilidade para despender um valor monetário superior nas suas viagens, o que é também relevante para o desenvolvimento e comunicação da oferta turística dos territórios. (WTTC & Trip.com Group, novembro 2021. Trending in Travel: Emerging Consumer Trends in Travel & Tourism in 2021 and beyond. https://bit.ly/3Qf3Nrj )
Perspetiva dos destinos
Oportunidade, particularmente para os que são detentores de relevantes recursos naturais e que desenvolvam novos produtos e/ou acrescentem valor a produtos já existentes, através de um upgrade que vá ao encontro deste tipo de procura.
• Inteligência artificial e o big data facilitam a gestão da informação e o conhecimento do cliente, proporcionando uma maior personalização da experiência turística e a fidelização do cliente;
• Ferramentas, como os dispositivos contactless, contribuem para o reforço da confiança dos turistas, ainda consideravelmente preocupados com as questões de higiene e segurança;
• Robots, realidade virtual e realidade aumentada, o metaverso, entre tantas outras, facilitam a gestão das operações turísticas, o marketing e a comunicação, as estratégias de produto, e fundamentalmente, a experiência do consumidor.
O desafio das organizações turísticas passa por:
i) Acompanhar esta evolução com investimento e formação, nem sempre ao alcance das pequenas empresas de cariz familiar. (Sampaio, H.A.; Correia, A. I.; Melo, C.; Silva, A.; Shehada, S. (2022). Using technology in tourism: a twofold supply perspective. International Conference in Information Technology & Education, Brazil.);
ii) Maior cooperação e desenvolvimento de plataformas colaborativas como alternativa e reforço da capacidade de resposta (coletiva);
iii) Repensar o marketing e as estratégias digitais dos destinos/ organizações turísticas, para que se consiga corresponder às atuais expectativas dos viajantes.
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 64
Personalização (da experiência)
Perspetiva da procura
Turistas procuram soluções à medida (eventualmente facilitadas pelo recurso à tecnologia e à ciência de dados) ao longo de toda a jornada do consumidor (desde a reserva à estadia e pós-viagem).
Figura 53 – Procura de experiências turísticas personalizadas
57%
dos viajantes acreditam que as empresas devem personalizar a sua experiência de compra e baseá-la nos seus comportamentos, preferências pessoais e escolhas passadas.
Perspetiva dos destinos
Desafio e oportunidade para a retenção e fidelização de clientes, exigindo um esforço acrescido em matéria de comunicação (marketing digital).
Experiências Imersivas | Local
Perspetiva da procura
O turista valoriza cada vez mais a imersão na cultura local, e a vivência do património (natural e cultural) dos territórios, no que respeita aos produtos (gastronomia, património cultural imaterial), seja às próprias comunidades.
Figura 54 – Procura de experiências turísticas imersivas
81%
dos viajantes referem querer viajar para destinos onde possam mergulhar na cultura local.
78%
Think with Google @ https://bit.ly/3PeNeud 57% dos viajantes
dos viajantes esperam ter um impacto positivo nos locais que visitam.
European Travel estudo da American Express, American Express, 2022. Estudo realizado através de sondagem online, em fevereiro de 2022, junto de 3000 viajantes oriundos de países como os Estados Unidos da América, Japão, Austrália, México, Índia, Reino Unido, e Canadá. https://amex.co/3Pf6Myo
Perspetiva dos destinos
A procura de produto turístico associado à imersão na cultura local permite alavancar o desenvolvimento de estratégias e produtos centrados no património cultural (material e imaterial) dos destinos, oferecendo experiências diferenciadas, que atraem o turista atual, e simultaneamente, contribuem para a valorização do seu património e das suas comunidades.
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 65
Ed-ventures (Aventuras educativas) / Férias em Família
Perspetiva da procura
Crescimentos da procura de ed-ventures: “Trata-se de combinar educação e férias para os membros mais jovens da família. Enquanto os adultos podem precisar de teletrabalhar ou assistir a reuniões, os seus filhos podem estar a fazer workshops e a aprender de forma lúdica.”
Figura 55 – Preferência dos turistas por viagens em família
58%
dos inquiridos a referir pretender viajar em família, mais do que alguma vez considerou, incluindo viagens multigeracionais.
UNWTO, 2021. Tourism trends 2022. https://bit.ly/3A6uB6j
Contribui, a par dos nómadas digitais, para o aumento das estadias nos destinos e, simultaneamente, para a valorização e dinamização do património material e imaterial dos territórios.
Mercado ‘solo travel’
Perspetiva da procura
Crescimento e consolidação do mercado de turistas que viajam sozinhos, que procuram experiências muito diferenciadoras e que apresentam outro tipo de exigências, nomeadamente, no que respeita à segurança dos destinos e às condições de acessibilidade (física e tecnológica).
Tipo de viagens procurado maioritariamente por turistas jovens (geração milénio), que pretendem fazer ‘a viagem de uma vida’ (American Express, 2022).
Turismo Ativo | Ecoturismo
Aumento do interesse por viagens mais ativas, em linha com procura de férias mais sustentáveis, que propiciem o contacto com a natureza e combinem a “paixão pelas viagens com o envolvimento direto na conservação e no apoio ao ambiente local”.
Figura 56 – Apreciação dos turistas sobre o Turismo Ativo / Ecoturismo
37%
dos inquiridos a considerar este tipo de viagens como uma prioridade que irá contribuir para a sustentabilidade da indústria turística no longo prazo
Perspetiva do destino
Exige a existência de condições de acessibilidade e segurança, bem como o acesso a serviços eficientes de wi-fi, entre outros.
Amadeus, 2021. Rebuild Travel Survey. https://bit.ly/3pakvw8
Aumento alargado da procura por atividades outdoor - caminhadas, ciclismo, desportos náuticos, e fruição de espaços de montanha/ rurais e zonas costeiras serão cada vez mais populares. (Evolve’s 2022 Travel Trends Forecast @ https://evolve.com/)
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 66
Doméstico versus Internacional | Staycation
Perspetiva da procura
As viagens em território nacional permaneçam como uma opção, designadamente, para períodos de férias mais curtos, apesar da retoma das viagens internacionais, inclusivamente, para destinos mais longínquos e com estadias mais prolongadas.
Perspetiva dos destinos
Maior visibilidade aos destinos domésticos, resultante da exploração dos espaços nacionais durante as restrições às viagens internacionais, aliada a uma crescente preocupação dos turistas em contribuir para as comunidades locais, faz prever que esta tendência perdure no tempo.
Escassez de Recursos Humanos
Perspetiva dos destinos
A escassez de recursos humanos é uma das principais e mais desafiantes tendências da indústria turística internacional (WTTC, 2021. Staff Shortages @https://bit.ly/3doKmh9) A disrupção provocada pela pandemia COVID-19 justificou impactos significativos no emprego do setor e pode ter induzido uma transferência de mão-de-obra para outros setores de atividade, que dificilmente será revertida.
Figura 57 – Impactos da pandemia COVID-19 nos recursos humanos do setor
-18,5%
Modelos de Negócio | Economia circular
Perspetiva dos destinos
Necessidade de adoção de novos modelos de negócio que permitam, por um lado, a otimização da rentabilidade das empresas e, por outro, responder às necessidades e expectativas dos turistas, designadamente, no que concerne às questões da sustentabilidade e ao turismo responsável.
Os princípios da economia circular facilitam a adoção de práticas mais responsáveis, existindo cada vez mais destinos e organizações a aplicar estas diretrizes.
perda de postos de trabalho no setor, à escala mundial, que pode ter induzido uma transferência de mão-de-obra para outros setores de atividade, dificilmente revertível
-19,6%
quebra registada no emprego direto em 2020 face a 2019, em Portugal, apesar dos mecanismos disponibilizados pelo Governo para conter perdas mais expressivas
A carência de mão-de-obra será, segundo previsões, dos fatores mais desafiantes para o setor do turismo nos próximos anos (11% abaixo da procura, em Portugal, em 2022), exigindo estratégias de captação e retenção de recursos humanos mais flexíveis e inovadoras. Coloca-se um desafio para os territórios de baixa densidade, que obrigará, eventualmente, a abordagens operacionalizadas à escala regional, com forte investimento na comunicação e valorização das carreiras no setor do turismo.
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 67
Tabela 14 – Macro tendências: desafios e oportunidades específicas para a Região de Leiria
DESAFIOS / OPORTUNIDADES ESPECÍFICAS PARA A REGIÃO DE LEIRIAMACRO TENDÊNCIAS
SUSTENTABILIDADE
SEGURANÇA (E HIGIENE)
SAÚDE E BEM-ESTAR
TECNOLOGIA
•Consolidar estratégias de desenvolivmento sutentável, inclusive a nível demográfico, dos modelos produtivos, da oferta de transportes, da preservação do patrimonio cultulral e natural, da transparência.
•Reverter a imagem potencialmente negativa associada aos incêndios, não deixando perder a oportunidade que o mercado tende a intensificar junto dos territórios com menor intensidade turística, que demonstrem cumprir parâmetros de segurança e higiena
•Valorizar de forma integrada os recursos naturais e as infraestruturas existentes vocacionados para uma oferta integrada e à escala regional de produtos de wellness, turismo ativo e desportivo e turismo espiritual
•Apostar em investimentos integrados de atualização / inovação tecnológica associadas aos produtos turisticos, numa cooperaçãomelhor baseada em plataformas colaborativas e em estratégias conjuntas e soluções de marketing e comunicação digital
•Apostar num conhecimento mais aprofundado e monitorizado dos mercados emissores e de procura e num marketing digital orientado para a fidelização de clientesPERSONALIZAÇÃO (DA EXPERIÊNCIA)
EXPERIÊNCIAS IMERSIVAS | LOCAL
ED-VENTURES | FÉRIAS EM FAMÍLIA
•Salvaguardar as indiossincrasias territoriais, sociais e culturais e proteger o mosaico territorial, cultural e natural, faceàsameaças de massificação e de padronização de produtos e serviços
•Aumentar e qualificar a oferta de infraestruturas e serviços digitais em todo o território
MERCADO 'SOLO TRAVEL'
TURISMO ATIVO | ECOTURISMO
DOMÉSTICO versus INTERNACIONAL
MODELOS DE NEGÓCIO | ECONOMIA CIRCULAR
•Melhorar condições de segurança e de acessibilidade, física e digital
•Desenvolver ofertas integradas, numa escala territorial alargada, que permitam realizar diferentes atividades (água/ terra/...) no território, capitalizando recursos e infraestruturas existentes e qualificando e reforçando a organização de produtos consolidados e emergentes
•Melhorar a comunicação com os mercados emissores nacionais
•Explorar sinergias nas relações de cooperação entre o setor do turismo e os polos de inovação e conhecimento, os clusters industriais instalados e as competências empreendedoras
ESCASSEZ DE RECURSOS HUMANOS
•Envolver os stakeholders locais associados ao conhecimento e à formação nas respostas às necessidades de qualificação da mão de obra, incluindo imigrantes, e da qualificação do emprego no setor
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 68
•
3.2.Quadros estratégicos regional e nacional
A sistematização e o cruzamento das visões, apostas e objetivos que são traçados nos diferentes referenciais estratégicos, constituem um elemento fundamental para a contextualização do diagnóstico e da visão estratégica que se pretende formular para a Região de Leiria em matéria de turismo. Estes referenciais são essenciais enquanto base de apoio para a elaboração da análise externa (exercício SWOT), em matéria de oportunidades e de ameaças para o setor do turismo na Região de Leiria.
Figura 58 – Referenciais estratégicos analisados: instrumentos de estratégia territorial (azul)/ instrumentos setoriais (verde)
Portugal
Estratégia de Turismo 2027 (Turismo de Portugal,
Visão
NEST
Programa Transformar Turismo
Região Centro
Plano de
Estratégia
EREI do
da
Agenda da Economia
O Turismo é apontado como uma área de especialização económica da Região de Leiria no diagnóstico que suporta a Revisitação da Estratégia Integrada de Desenvolvimento Territorial (EIDT) e a Definição do Quadro Estratégico “Região de Leiria 2030”. A EIDT salienta o seu efeito impulsionador de diversificação económica, de crescimento de emprego e de rendimento das populações e a sua evolução positiva desde 2014.
Figura 59 – Revisitação da Estratégia Integrada de Desenvolvimento Territorial (EIDT) e Definição do Quadro Estratégico “Região de Leiria 2030”
OE8 Apoiar a colaboração entre a SCTN e tecido empresarial, nomeadamente nos setores de especialização e através da mobilidade de recursos humanos qualificados
Revisitação da Estratégia Integrada de Desenvolvime nto Territorial (EIDT) e Definição do Quadro Estratégico “Região de Leiria 2030”.
Eixo 2 -Reforço da Inovação e Qualificações
OE9: Garantir a formação e a requalificação em domínios de especialização inteligente, nomeadamente no que diz respeito a tecnologias facilitadoras essenciais e competências conexas, bem como em novos domínios emergentes
Plano
Uma
do
Eixo 3 -Reforço da Competitivdade territorial e económica
Promoção de “sistemas de apoio à cultura e indústrias culturais e criativas como uma forma de ativação de novas dinâmicas empresariais e socioeconómicas, capitalizando dinâmicas informais existentes e investimentos públicos ligados ao património e turismo e reforçando a diversificação e internacionalização da economia da Região de Leiria”.
O Plano de Ação do Gabinete Económico e Social da Região de Leiria, criado pela CIM RL, o Politécnico de Leiria e o NERLEI, como resposta aos impactos da pandemia COVID-19, em termos de saúde pública e de atividade económica, encara o turismo como potencialmente importante para a retoma económica e social da região. Entre as medidas preconizadas algumas são associadas ao turismo.
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 69
Região de Leiria Revisitação da EIDT e Definição de quadro Estratégico "Região de Leiria 2030" (CIM RL, 2020)
de Ação -Gabinete Económico e Social da Região de Leiria (CIM RL / NERLEI/ IPL, 2020)
Estratégia para o Desenvolvimento do Turismo da Região de Leiria (NERLEI, 1997)
Estratégica para a Região Centro (CCDRC, 2020) Programa Regional do Centro 20212027 Plano Regional de Desenvolvie mnto Turístico 2020-2030 (TCP, 2019)
Marketing Turístico2020 -2030 (TCP, 2019)
Regional
Cultura 2030 (DRCC, 2020)
Centro 20212027 (CCDRC, 2021)
Circular
Centro (CCDR, 2019)
2017)
A Estratégia para o Desenvolvimento do Turismo da Região de Leiria, (elaborada pelo NERLEI no final da década de noventa) testemunha o interesse que turismo desperta ao nível empresarial e traduziu-se num plano de marketing turístico. Reconhece-se a “evolução notável” da “indústria mundial de turismo” e o potencial dos recursos da região de Leiria e a capacidade de absorção de mão-de-obra do setor.
Figura 60 – O setor do turismo na Visão Estratégica para a Região Centro 2030
A Visão Estratégica para a Região Centro 2030 inclui, no âmbito dos seus desafios, o “desafio de que o aprofundamento e intensificação das dinâmicas de inovação reforce o modelo territorial equilibrado da região”. Neste âmbito, são referidos diversos aspetos associados à atividade turística que posicionam o setor como relevante para a prossecução daquele modelo. Na explicitação de três das nove “linhas de estratégia” para 2030, sublinha o papel do setor do turismo. As linhas de estratégia da Região de Leiria encontram enquadramento na estratégia regional, onde se assume que o setor do turismo pode contribuir para um modelo de ocupação, económica e humana, mais equilibrado da Região Centro.
De acordo com este documento, a Região de Leiria constitui um espaço relevante para a territorialização da estratégia regional, com destaque para três dimensões, onde se inclui “a grande oportunidade aberta pela transição energética e combate à emergência climática para compatibilizar a dinâmica industrial com a valorização das mais-valias ambientais aqui localizadas, com especial notoriedade para o modelo turístico”. A territorialização da estratégia na Região de Leiria concretiza-se através de um conjunto de prioridades onde se inclui “promover as dimensões de inovação e sustentabilidade nos produtos turísticos na região, capitalizando a diversidade urbano-rural, mais-valias ambientais e relevância do património histórico-cultural na Região de Leiria”.
Aspetos associados ao Turismo que posicionam este setor como relevante para a prossecução de um modelo territorial equilibrado da região:
•Relevância do contributo que a política de turismo (…), apostada na valorização do território e das comunidades da região, pode trazer a um modelo de ocupação económica e humana mais equilibrada do território. (…) o turismo está presente (...) em territórios com diferentes características, desde os mais robustos e internacionalizados até aos mais carenciados de “energia demográfica” e de iniciativa empresarial.
Aspetos associados ao Turismo subjacente às linhas de estratégia regionais:
•(…) emergência de novas políticas para as quais a região pode estar bem posicionada: foco no turismo interno e em territórios não atingidos por surtos pandémicos, o enfraquecimento do turismo de massa em favor de outras condições de fruição turística do território e da natureza e de novas experiências vivenciais.
•Reforçar e diversificar territorialmente as dinâmicas de inovação, incluindo como linhas de ação: Promover dinâmicas de inovação turística (organizacionais, de modelo de negócio, de integração de novos recursos para a sustentabilidade, de maior intensidade de incorporação de conhecimento, de alargamento da base territorial de competitividade turística da região, entre outras dimensões) (...) e Promover a implementação da estratégia regional de desenvolvimento turístico (…) numa lógica de valorização das dinâmicas de inovação compatíveis com as prioridades da RIS3 do Centro e também de alargamento sustentado da base territorial de competitividade turística da região, projetando o turismo como um instrumento de compatibilização das lógicas de inovação da RIS3 do Centro com os objetivos da coesão territorial.
•Há condições para que o turismo possa ser mais coerentemente integrado com uma lógica de inovação que a RIS3 do Centro pretende construir em torno do desenvolvimento de capacidades e recursos regionais.
•(...) em termos de inovação-produto (não só em relação a um turismo mais sustentável (...), mas também de resposta a novas tendências de procura), de inovação na organização do setor (com intensificação e racionalização de práticas colaborativas) e na inovação no marketing, há condições para que o turismo possa constituir um instrumento de disseminação de novos focos de inovação pelo território
•Combater as fragilidades e vulnerabilidades de diferentes tipos de territórios da região. [a propósito das “implicações geradas pelos efeitos da pandemia”] as fragilidades e vulnerabilidades dos diferentes territórios da região (...) não podem deixar de ser reequacionadas à luz dos riscos pandémicos (...) o facto de a região apresentar territórios particularmente bem-adaptados a uma fruição turística da natureza e do património natural compatível com a segurança sanitária deve constituir uma oportunidade única para a emergência apoiada de novos projetos empresariais nesse domínio.
•Promover as melhores condições para a internacionalização e cooperação internacional. [no âmbito das “implicações geradas pelos efeitos da pandemia”] exigências que se colocam à governação regional (...) apostar na cooperação internacional com territórios interessados em promover novos modelos de destino turístico
Fonte: CCDRC, Visão Estratégica para a Região Centro 2030, 2020
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 70
O Plano Regional de Desenvolvimento Turístico 2020-2030 (PRTD 2020-2030) define, por sua vez, uma linha estratégica de ação “Sustentabilidade, Alterações Climáticas, Mobilidade, Coesão e Valorização Territorial”, apontando já, em certa medida, para aquele mesmo quadro.
A prioridade de “promover as dimensões de inovação e sustentabilidade nos produtos turísticos” constitui também um dos contributos da CIM RL para a Estratégia Regional de Cultura 2030. Esta estratégia, a propósito do “papel da cultura nas estratégias de desenvolvimento territorial, refere que “ainda que do ponto de vista do desenvolvimento económico dos territórios, e muito concretamente na Região Centro, a indústria turística tenha vindo a assumir um papel estratégico relevante e ainda que esta indústria alicerce parte da sua oferta no denominado turismo cultural, que encontra no património cultural, material e imaterial, das comunidades, fonte de inspiração para o desenvolvimento de novos produtos turísticos”, mais do que explorar “o potencial da cultura e do património cultural enquanto ativo turístico” é imperioso valorizá-lo como “agente de promoção da coesão territorial e meio de promoção e desenvolvimento de massa crítica nos territórios”. Os projetos dos Municípios que figuram associados aos quatro objetivos estratégicos da Estratégia Regional de Cultura 2030projetos de investigação e de recuperação/valorização do património, criação de museus e centros interpretativos ou requalificação de estruturas culturais e eventos culturais, apresentam um impacto indiscutível no segmento de turismo cultural.
A Estratégia Regional de Especialização Inteligente (EREI) também reconhece a importância da inovação ao nível dos produtos turísticos. Encontram-se incluídas na plataforma de inovação “Promover inovação territorial” várias linhas de ação dirigidas à atividade turística.
Figura 61 – Linhas de ação da EREI - plataforma “Promover inovação territorial”direcionadas para o Turismo
Desenvolvimento de projetos de turismo e hospitalidade inovadores, que valorizem ativos/recursos da Região na estruturação de produtos e/ou pacotes turísticos diferenciados, que promovam a coesão territorial, que garantam a sustentabilidade do território e das suas paisagens e que contribuam para a melhoria da qualidade de vida das populações e da experiência dos visitantes.
Desenvolvimento de projetos inovadores que promovam o desenvolvimento tecnológico e a transformação digital do turismo da Região, criando novos modelos de negócio e produtos e/ou serviços mais sustentáveis e competitivos, aumentando a personalização e diversificação das ofertas, dando resposta a públicos cada vez mais exigentes e permitindo a monitorização de fluxos e tendências turísticas.
Dinamização de projetos que promovam a interligação entre as atividades do turismo e das indústrias culturais e criativas, de modo flexível e dinâmico, adaptado às potencialidades de cada território e permitindo a valorização das tradições e práticas locais, incluindo as relativas a recursos naturais endógenos.
Fonte: CCDRC, EREI do Centro, 2021
Especificamente para o domínio de especialização “Cultura, Criatividade e Turismo”, a EREI propõe uma visão alicerçada “na valorização social e económica deste património [cultural] e também do património natural, através de uma dinamização do turismo, enquanto atividade de valorização e fator agregador das comunidades locais e destas com os visitantes, melhorando a qualidade de vida das populações e da experiência dos turistas e tornando a Região Centro num destino mais sustentável, criativo, inteligente e interligado”.
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 71
Ainda a EREI do Centro que, no domínio da Cultura, Criatividade e Turismo, sobre a estruturação/qualificação da oferta e tendo em vista “desenvolver o turismo de forma sustentável” propõe alterações do modelo tradicional do turismo (remetendo para as formas de mobilidade, a produção e oferta turística e a forma de consumo de recursos, etc.), o reforço da mobilização de meios e ferramentas digitais para a relação com a procura, o uso de novas tecnologias para melhorar a experiência turística, a capacitação do tecido empresarial e dos recursos humanos do setor e ainda a inovação na forma de integração da oferta turística com a comunidade e de interação do turista com o meio envolvente.
Figura 62 – “Cultura, Criatividade e Turismo” EREI Centro - Como tornar a Região Centro num destino mais sustentável, criativo, inteligente e interligado?
Promover projetos de inovação que favoreçam o aparecimento de novos modelos de negócio, soluções e produtos que sejam sustentáveis, inteligentes e que interliguem património e pessoas
Promover o empreendedorismo cultural e criativo, trazendo para o mercado novos produtos e serviços que tenham alto valor cultural
Investir na transformação criativa dos produtos tradicionais da Região
Transferir para os agentes económicos as tecnologias existentes que permitam uma maior democratização da cultura e uma maior digitalização e eficiência do turismo
Formar e capacitar os agentes e recursos humanos associados às cadeias de valor do domínio Cultura, Criatividade e Turismo
Estimular a criatividade enquanto ativo imaterial capaz de acrescentar valor à generalidade das atividades económicas e de valorizar o património cultural e natural existente
Capacitar as comunidades com as ferramentas necessárias para facilitar os processos de transmissão das práticas e saberes locais e de interação com os turistas, de modo a melhorar a experiência dos visitantes.
Fonte: CCDRC, EREI do Centro, 2021
Grande parte das questões colocadas pela EREI estão subjacentes às linhas estratégicas de ação do PRDT 2020-2030, por sua vez alinhado com a Estratégia Turismo 2027 no plano nacional, que importa considerar no desenho de uma visão estratégica para a Região de Leiria.
Figura 63 – Linhas estratégicas de ação do PRDT 2020-2030
Fonte: TCP, PRDT 2020-2030, 2019.
Do ponto de vista dos recursos turísticos do território da Região de Leiria e da sua relação com os produtos, destaca-se a estratégia de produto estabelecida no âmbito do Plano Regional de Desenvolvimento Turístico 2020-2030. A Região de Leiria é associada a uma oferta consolidada ao nível do Património material (incluindo mosteiros e castelos) e ao nível da Natureza e Mar, assumindo-se como prioritários produtos de âmbito supramunicipal que procurem potenciar essa oferta.
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Valorização e Capacitação dos Recursos Humanos
Sustentabilidade, Alterações Climáticas, Mobilidade, Coesão e Valorização Territorial Estruturação e Qualificação de Produtos / Posicionamento
Desenvolvimento e Qualificação da Oferta / Agentes Turísticos
Marketing Digital e Marketing Relacional
Internacionalização e Dinamização
Comercial junto dos Mercados Externos
Análise prospetiva, Monitorização e Inovação
Networks de Stakeholders e Empreendedorismo
A “estruturação e qualificação de produtos/posicionamento” é uma das linhas de ação do Plano que, embora dirigido à região Centro, também deve orientar a estratégia e a ação para o setor na sub-região de Leiria.
Figura 64 – Visão da Estratégia Turismo 2027 – Onde queremos estar?
Afirmar o turismo como hub para o desenvolvimento económico, social e ambiental em todo o território, posicionando Portugal como um dos destinos turísticos mais competitivos e sustentáveis do mundo.
Portugal, destino sustentável Portugal, território coeso Portugal, destino inovador e competitivo Portugal, destino em que o trabalho é valorizado Portugal, destino para visitar mas também para investir, viver e estudar Portugal, país inclusivo, aberto e ligado ao mundo Portugal, hub internacional especializado para o turismo
Fonte: TP, Estratégia Turismo 2027, 2019.
Figura 65 – Produtos turísticos da CIM Região de Leiria segundo a Estratégia de produto do Plano Regional de Desenvolvimento Turístico 2020-2030
Produtos prioritários na CIM RL
•Património
•Rotas
•Gastronomia e
•Serras
Produtos secundários na CIM RL
•Cycling
Termas
Figura 66 – Exemplos da oferta turística da CIM Região de Leiria
•Praias
•Património
•Congressos
Fonte: TCP, PRDT 2020-2030, 2019.
Grutas
Fonte: TCP, PRDT 2020-2030, 2019
Ainda no quadro da estratégia regional para o setor é de referir duas áreas que podem assumir algum relevo na Região de Leiria, conforme reconhecido em duas agendas da Turismo do Centro: Work From Centro de Portugal, dirigida aos nómadas digitais, e o Turismo Industrial, que reconhece o “legado histórico incalculável” desta região traduzido numa oferta turística (museus, estúdios, fábricas, …) em crescente afirmação.
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ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 73
Material e Cultural
temáticas
Enoturismo
e Reservas Naturais •Passeios pedestres e trailrunning
marítimas
Judaico
e Eventos
Barragens
Quanto aos instrumentos de programação/financiamento, o Plano de Ação Reativar o Turismo | Construir o Futuro, que visa incentivar a retoma do setor do turismo nacional, na sequência dos impactos da crise pandémica, prevê mais de 6 mil M€ de investimento dirigido a ações, a curto, médio e longo prazo, que “permitirão transformar o setor e posicioná-lo num patamar superior de criação de valor, contribuindo de forma expressiva para o crescimento do PIB e para uma distribuição mais justa da riqueza”. Entre as medidas previstas no Plano de Ação, destacam-se duas já em execução e que podem constituir instrumentos de suporte à implementação de uma intervenção no setor turístico na Região de Leiria: o programa Transformar Turismo e o NEST - Hub do digital no turismo e veículo de inovação no setor.
O Programa Transformar Turismo, lançado em 2022, é um programa de apoio ao investimento dirigido a agentes públicos e privados que visa “fomentar a valorização e qualificação do território, assim como o desenvolvimento de produtos, serviços e negócios inovadores”. Com uma dotação total de 20 milhões de euros, o programa prevê duas linhas de financiamento: "Territórios Inteligentes", orientada para a transformação digital no setor e "Regenerar Territórios", orientada para a regeneração dos recursos turísticos, o desenvolvimento de produtos ou segmentos inovadores e ainda a resposta a uma procura de maior valor acrescentado. Refira-se que as condições do financiamento destas duas linhas preveem a majoração (20%) de projetos que se integrem em estratégias de eficiência coletiva e em territórios de baixa densidade.
Figura 67 – Linhas de apoio do Programa Transformar Turismo
Territórios Inteligentes
Tipo de projetos:
Captação de dados sobre o território e sobre a atividade turística e sua conversão em informação com valor para organizações, entidades públicas, empresas e turistas, incluindo para a geração de novos serviços para turistas;
Promoção da redução da sazonalidade e/ou dispersão territorial dos fluxos turísticos e melhoria da experiência dos turistas, em particular no que se refere à fruição dos recursos e equipamentos turísticos, nomeadamente ao nível da informação, acessibilidade, bilhética e pagamento, em tempo real;
Promoção da mobilidade inteligente no território, incluindo a interoperabilidade entre transportes e a desmaterialização de procedimentos de compra e de verificação de títulos de viagem, para uma experiência fluida dos turistas;
Promoção da avaliação e gestão de impactos sobre a capacidade de carga de um recurso, evento ou território, incluindo a dimensão da pegada carbónica de fluxos turísticos;
Promoção da implementação de soluções de base digital que contribuam para uma gestão eficiente da energia, da água e dos resíduos e para a descarbonização da atividade turística
Condições de financiamento: 30% do valor das despesas elegíveis do projeto Totalmente não reembolsável
Beneficiários:
Regenerar Territórios
Tipo de projetos:
Projetos que, contribuindo para os objetivos do Programa Transformar Turismo, reforcem a atratividade turística dos territórios e lhes acrescentem valor através da regeneração dos respetivos recursos, desenvolvam produtos ou segmentos inovadores para o território onde se instalam, e deem resposta às necessidades e interesses de uma procura de maior valor acrescentado, assentes em modelos de desenvolvimento em rede. Projetos que estimulem a mobilidade descarbonizada ou facilitem a sua adoção.
Condições de financiamento 30% do valor das despesas elegíveis do projetoEmpresas: 50% reembolsável sem juros (7 anos de reembolso, com 3 de carência) + 50% não reembolsávelOutras entidades: totalmente não reembolsável
Entidades públicas, incluindo aquelas em cuja gestão as entidades da administração central do Estado, regional e local tenham posição dominante; Micro, pequenas ou médias empresas, com certificação eletrónica no portal do IAPMEI, I. P.;
Outras entidades privadas, nomeadamente de natureza associativa.
Majorações
Territórios de baixa densidade e projetos transfronteiriços (20%)
Projetos que se integrem em estratégias de eficiência coletiva (20%)
Fonte: TP, Programa Transformar Turismo
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 74
O NEST – Centro de Inovação do Turismo constitui-se como associação privada sem fins lucrativos (juntando oito entidades públicas e privadas), tendo em vista promover a transição da atividade turística para a economia digital. A missão do NEST é “promover a inovação e o uso da tecnologia na cadeia de valor do turismo apoiando o desenvolvimento de novas ideias de negócio, a experimentação de projetos e a capacitação das empresas na transição para a economia digital”, tendo por objetivo contribuir para potenciar Portugal como hub global de inovação do turismo. As prioridades de atuação do Centro são a experiência dos turistas, soluções em sustentabilidade e big data, podendo, nessas áreas, dar suporte a intervenções que venham a desenvolver-se na Região de Leiria. Com efeito, o NEST, que integra a Rede Nacional de Digital Innovation Hubs (articulados com os clusters de competitividade e centros de interface tecnológico reconhecidos no âmbito do Plano de Ação para a Transição Digital), pretende apoiar as pequenas e médias empresas, em particular as do setor do turismo, a melhorar os seus processos, produtos e serviços utilizando tecnologias digitais.
Figura 68 – Objetivos do NEST
Para além de contribuir para potenciar Portugal como hub global de inovação do turismo, o NEST tem por objetivos:
A promoção do empreendedorismo, da inovação e da investigação em turismo.
O apoio às empresas no desenvolvimento de uma visão criativa e inovadora.
A criação de laboratórios de formação em colaboração com Universidades, Escolas de Turismo, Incubadoras e Centros de Conhecimento.
A produção e transferência de conhecimento para as empresas.
Disseminação de tendências e soluções de capacitação de competências digitais.
Posicionar Portugal, como um dos principais Test Beds de projetos de Inovação.
TP, NEST
Ao nível regional, refira-se o Programa Regional do Centro que deverá mobilizar um conjunto de objetivos específicos com relação direta com o setor do turismo e, nessa medida, enquadrar a intervenção no setor. Refira-se, especificamente, a figura dos Investimentos Territoriais Integrados à escala das NUTS III (ITI CIM) que, no seu eixo 3, prevê o financiamento a projetos da tipologia “estruturação de produtos turísticos com vista à criação de destinos turísticos de dimensão sub-regional e local”, para além de outras tipologias que podem ser mobilizadas (regeneração urbana, valorização de património cultural e natural, refuncionalização de edifícios para valorização de ativos territoriais, entre outras).
O turismo é ainda identificado, na Agenda de Economia Circular do Centro, como um dos setores de transição mais relevantes a nível regional enquanto “catalisadores para a implementação da agenda”.
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 75
Fonte:
3.3.O turismo no contexto da Região de Leiria: Problemas e Desafios
O turismo é um setor com inúmeras interdependências ao nível económico, social, cultural e territorial, exigindo, por um lado, condições de contexto para se consolidar e tornar mais competitivo, no quadro do mercado nacional e internacional, e, por outro lado, gerando inúmeras externalidades, positivas ou negativas, com impacto nesse contexto.
O desenvolvimento de um modelo turístico sustentável coloca um conjunto de exigências e desafios à Região de Leiria que não se restringem ao quadro próprio do setor – os recursos e os produtos turísticos, o quadro empresarial e institucional, as relações com os territórios vizinhos ou os mercados.
Mobilidade e transportes
Redes e serviços digitais
Mitigação das alterações climáticas
É fundamental que a estratégia turística seja acompanhada da resolução e mitigação de constrangimentos relacionados com outras esferas, numa lógica de geração de dinâmicas e de sinergias favoráveis ao desenvolvimento e qualificação do setor. É igualmente imprescindível que a estratégia turística explore e valorize as oportunidades geradas no contexto por outras esferas, na lógica de concertação e envolvimento de agentes e de aproveitamento de sinergias. Relações que configuram os principais problemas e desafios para o futuro do turismo na Região de Leiria.
1. A Região de Leiria mantém défices de infraestruturas e de serviços de mobilidade e acessibilidade que impactam a perspetiva futura de sustentabilidade do turismo
Turismo na Região de Leiria
Inovação / Empreendedorismo
Modelo de ocupação territorial e demografia
CONSTRANGIMENTOS
Na perspetiva dos visitantes, que não encontram alternativas que não seja a deslocação em automóvel para percorrer a região, o que pode até ser desmobilizador de segmentos de procura responsável do ponto de vista ambiental; na perspetiva de uma oferta territorialmente coesa, já que dificulta um padrão mais equilibrado de acesso e valorização dos recursos em toda a área; e na perspetiva dos impactes ambientais e territoriais do turismo, podendo um potencial crescimento da procura, para alguns segmentos de ofertaprodutos mais “massificáveis”, gerar processos de poluiçãocongestão.
DESAFIOS
Cultura / Rede Cultura 2027
Ambiente / poluição
• Os desafios colocam-se: às autoridades públicas e aos operadores de transporte, encarando o potencial crescimento da procura turística como procura de serviços de transporte e mobilidade coletiva e/ou suave (tal como acontece com o transporte escolar ou a mobilidade
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 76
a pedido para áreas de baixa densidade, os visitantes devem ser encarados como um novo, e importante, segmento de procura de transporte); aos próprios agentes do setor do turismo, exigindo uma oferta de serviços de mobilidade sustentável, organizados a partir de uma perspetiva coletiva-colaborativa.
2. O território agroflorestal, incluindo as suas dimensões produtiva, de ordenamento da paisagem e do património e modo de vida rural, é um importante ativo para o turismo
3. O património e as atividades culturais consituem ativos estratégicos para o turismo na Região de Leiria, exigindo uma abordagem colaborativa e de âmbito supramunicipal
CONSTRANGIMENTOS
Fortemente associados às tendências, na região, de depreciação dos ecossistemas agroflorestais, com destaque para a degradação provocada pelos fogos rurais, de fortíssimo impacto físico e emocional, não esquecendo o modelo de exploração florestal baseado em espécies exógenas ou o despovoamento e abandono de terras. O processo de degradação da floresta tem impactos na competitividade e na sustentabilidade social, ambiental e económica de forma geral, projetando uma imagem negativa acerca da região, com impacto ao nível da segurança.
DESAFIOS
Impulsos que se colocam ao turismo, enquanto setor que aposta em produtos e serviços baseados neste tipo de ativos específicos do território, dependem da conservação e sustentabilidade destes ecossistemas, permitindo através da organização de produto turístico diversificar as atividades e gerar riqueza, reintroduzindo fatores de coesão social e territorial. Os novos instrumentos de política, criados no âmbito do PT2030 (PROVERE, Parcerias para a Coesão não Urbana, Eixo 3 do ITI-CIM) ou do PEPAC (DLBC/FEADER/LEADER), devem ser desenhados atendendo à valorização do turismo enquanto plataforma de sustentabilidade para o mundo rural.
CONSTRANGIMENTOS
Apesar das boas práticas e paradigmas que as redes culturais têm assumido, ao nível não apenas do património, mas também da criação e divulgação artística, continuam a predominar ações e estratégias de valorização de património e dinamização de recursos e práticas artísticos e culturais individualizados e municipais. Este modelo predominante gera com frequência espaços de concorrência entre atores e municípios, ofertas redundantes e sem grande escala e sem visibilidade no contexto nacional ou internacional.
DESAFIOS
Um novo impulso do turismo pode ser muito interessante para os agentes culturais da região, que encontram um quadro de oportunidades para concretizar o conjunto de iniciativas geradas pelo processo de candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura 2027. Esta candidatura não se concretizou, mas as dinâmicas culturais e criativas, especialmente as que eram mais dependentes do aumento do número de visitantes, continuam a ser válidas e podem constituir um trunfo adicional para a atratividade turística, ao mesmo tempo que o turismo atrai potenciais espectadores ou visitantes para as atividades culturais.
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 77
4. A cultura empresarial/industrial da região é um potencial endógeno distintivo, configurando competências favoráveis à atividade turística e um capital simbólico que pode encontrar no turismo um novo foco de aposta
CONSTRANGIMENTOS
O impacto no setor do turismo que a cultura industrial e os ativos empresariais/de empreendedorismo existentes na região representam não pode ignorar que, no domínio das atividades económicas, há alguns pontos negros: a degradação ambiental e o modelo de ocupação do território dispersa das unidades indústrias, com os impactos que estas geram ao nível da degradação de infraestruturas (particularmente infraestruturas rodoviárias, mas também ambientais). O caso mais extremo associa-se às unidades de produção pecuária (suiniculturas). Tal como no caso da degradação do mundo rural, acentuada pelos fogos florestais, também neste caso é urgente iniciar processos de requalificação do território e da paisagem consentâneos com a aposta na região como destino turístico.
DESAFIOS
A cultura empresarial/industrial da região, que permitiu consolidar alguns clusters reconhecidos no exterior, é um potencial endógeno distintivo que pode encontrar no turismo um novo foco de aposta, favorecendo competências (o empreendedorismo e o ambiente de negócios) e um capital simbólico (património industrial, saberes fazer tradicionais) que estabelece uma continuidade entre o passado e o futuro. É necessário que a estratégia turística envolva e desafie os empresários da indústria e do comércio, levando-os a pensar o seu modelo de negócios numa perspetiva de criação de novos elementos de atratividade e de novos recursos de investimento ou empreendimento e, até, de novos produtos valorizáveis pela fileira do turismo.
5. A estratégia de desenvolvimento turístico deve aproveitar as oportunidades que os polos de inovação existentes podem gerar em termos de diferenciação do destino e qualificação do seu desempenho.
CONSTRANGIMENTOS
Os agentes turísticos e o tecido empresarial do setor mantêm ainda níveis e capacidade de inovação bastante rudimentares, derivados quer da fragilidade do tecido empresarial – dimensão reduzida das empresas, pulverização e fragmentação de agentes, dispersão dos recursos, insuficientes competências profissionais e organizativas -, quer da escassez de interações e de cooperação entre os centros de conhecimento e de inovação e esses agentes. Apesar da posição que o setor de turismo detém no contexto da EREI, os agentes regionais, públicos e privados, têm demonstrado uma significativa dificuldade em aproveitar em pleno as oportunidades geradas pelos instrumentos de política que lhe estão associados.
DESAFIOS
É fundamental estabelecer uma relação bidirecional, em que a atividade dos polos de inovação (sobretudo o Instituto Politécnico de Leiria, através da sua atividade de ensino-investigação e da liderança do Observatório do Turismo Sustentável do Centro; e também o NEST- Centro de Inovação de Turismo), contribua para um modelo de desenvolvimento turístico sustentável e inovador, tanto na lógica coletiva como na de alguns produtos, ao mesmo tempo que as dinâmicas turísticas da região se constituam laboratórios vivos e um campo de oportunidades para estas instituições. Para que este quadro colaborativo se consolide é importante que o modelo de governação que será desenhado para a estratégia turística o tenha presente e estimule em permanência.
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 78
4. RELAÇÕES ENTRE A REGIÃO DE LEIRIA E A SUA ENVOLVENTE EM MATÉRIA DE TURISMO
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 79
O território da CIM RL estabelece, ou poderá potencialmente vir a estabelecer, no quadro de uma Estratégia de Eficiência Coletiva, um conjunto de relações e articulações do ponto de vista turístico com os territórios envolventes. É fundamental a identificação de oportunidades de articulação e potencialização futura de uma estratégia de desenvolvimento turística num território mais alargado, que extravase os limites administrativos da NUT III Região de Leiria
Figura 69 – Recursos e produtos turísticos no espaço territorial alargado
Património inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO
Figura 70 – Relações com outros territórios: Rede de Património Mundial
Região de Leiria
Mosteiro de Santa Maria da Vitória, vulgarmente designado como Mosteiro da Batalha, inscrito na Lista de Património da Humanidade da UNESCO
Território envolvente
Exemplares notáveis de património religioso monumental, que se localizam num raio de proximidade física mas também histórica.
Convento de Cristo, concelho de Tomar, inscrito na Lista de Património Mundial da UNESCO igualmente desde 1983
Mosteiro de Alcobaça, inscrito na Lista de Património Mundial da UNESCO desde 1989
Fonte: elaboração própria
Em função do seu posicionamento no mercado turístico e do conjunto de ativos com potencial turístico de que dispõe, a Região de Leiria estabelece já ou poderá vir a estabelecer uma série de relações de articulação e de sinergia com alguns dos seus concelhos vizinhos, em matéria da oferta e da organização de produtos turísticos.
O Plano Regional de Desenvolvimento Turístico 2020-2030 destaca como um dos produtos turísticos prioritários para a Região de Leiria o Património da Humanidade. Existe um potencial de articulações e sinergias, designadamente do ponto de vista da criação circuitos coletivos organizados de visita e interpretação deste conjunto de espaços notáveis, do ponto de vista cultural, histórico e monumental, mas paralelamente com relações estreitas com a dimensão religiosa e espiritual:
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 80
Rede de Cidades Criativas da UNESCO
Figura 71 – Relações com outros territórios: Cidades Criativas
Figura 73 – Património e criação contemporânea nas Cidades Criativas
Região de Leiria
Leiria é, desde 2019, Cidade Criativa da Música
Território envolvente
Óbidos é Cidade Criativa da Literatura desde 2015
Caldas da Rainha é Cidade Criativa do Artesanato e Artes Populares desde 2019
Região de Leiria dispõe de um património e um tecido industrial com elevado potencial de valorização e interpretação, não apenas no domínio da cerâmica e do vidro, mas também dos moldes e do plástico (especialmente nos concelhos da Marinha Grande, Leiria e Pombal) e ainda do têxtil (Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos)
Embora com enfoques disciplinares distintos, as três cidades inseridas na Rede de Cidades Criativas da UNESCO apresentam, com a sua programação, um perfil de complementaridade, fomentando sinergias com interesse do ponto de vista turístico e com impactos na consolidação de um segmento diferenciador de turismo cultural.
Figura 72 – Eventos nas Cidades Criativas
Leiria dispõe de um conjunto de eventos culturais que realiza com regularidade, entre os quais um evento internacional dedicado à literatura, a Ronda –Leiria Poetry Festival, criado em 2017 e que é hoje promovido pela Cidade Criativa da Música, e que explora justamente as relações entre a palavra dita (a poesia) e a música
Oferta potencial de programação cultural integrada
Caldas da Rainha tem como particular enfoque a tradição industrial cerâmica, que remonta ao final do século XV, tendo como um dos elementos mais emblemáticos a Fábrica de Faianças Artísticas Bordado Pinheiro, fundada 1884 por Rafael Bordalo Pinheiro. A Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha (ESAD-CR), do Politécnico de Leiria, prolonga e atualiza esta tradição, particularmente no domínio do design de produto e do design industrial.
Potencial de criação de um produto de turismo industrial de perfil diferenciado, focado na dimensão da experiência e experimentação (turismo criativo), integrando uma dimensão de cariz histórico, com interpretação e contextualização da génese e desenvolvimento da indústria nesta região do país, com uma dimensão contemporânea, abordando as questões da tecnologia e do design
Óbidos promove regularmente eventos lúdicos e culturais com alguma relevância do ponto de vista do contributopara o reforço da atratividade de Óbidos enquanto produto e destino associado a segmentos de turismo cultural –é o caso do Festival Folio.
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 81
Património espiritual e religioso
Figura 74 – Relações com outros territórios: Património religioso
Património histórico-monumental
Figura 75 – Relações com outros territórios: Património monumental
Região de Leiria
Sé de Leiria (Diocese Leiria-Fátima)
Mosteiro da Batalha
Centro de Diálogo
Intercultural de Leiria
Território envolvente
Santuário de Fátima, concelho de Ourém (Diocese Leiria-Fátima)
Mosteiro de Alcobaça
Convento de Cristo, Tomar
Sinagoga de Tomar
Região de Leiria
Castelo de Leiria
Castelo de Porto de Mós
Castelo de Pombal
Território envolvente
Castelo de Alcobaça e Mosteiro de Alcobaça
Castelo de Tomar e Convento de Cristo Castelo de Óbidos
Castelo de Ourém
Castelo de Lousã
Praça-forte de Peniche
Circuitos
Integração e sinergias possíveis de consolidar do ponto de vista dos segmentos de turismo religioso, que podem transpor as motivações associadas à peregrinação (Santuário de Fátima), explorando outro tipo de património religioso notável existente no território de proximidade.
Integração na Rota das Judiarias do Centro
Oferta hoteleira
Fátima dispõe atualmente de um parque hoteleiro muitíssimo significativo, em termos de número de camas disponíveis, que acolhe muitos turistas que circulam pela Região de Leiria.
O património histórico construído associado aos Mosteiros e aos Castelos da Região de Leiria e dos municípios do território envolvente configuram uma das ofertas turísticas mais consolidadas da Região de Leiria, justamente assinalada no Plano Regional de Desenvolvimento Turístico 2020-2030, que pode vir a consolidar-se enquanto roteiro e circuito de visita.
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 82
Natureza e património rural
Figura 76 – Relações com outros territórios: Património rural: aldeias de xisto
Região de Leiria
Casal de Sâo Simão, Figueiró dos Vinhos
Mosteiro, Castanheira de Pera
Território envolvente
Aldeias da Serra da Lousã (Góis, Lousã, Miranda do Corvo)
Aldeias do Zêzere (Fundão, Fundão, Pampilhosa da Serra, Sertã)
Figura 77 – Relações com outros territórios: Património rural: Terras de Sicó
Região de Leiria
Alvaiázere
Ansião
Pombal
Território envolvente
Condeixa-a-Nova
Penela
Soure
A Região de Leiria beneficia da sua inserção na rede das Aldeias de Xisto (num total de 27 aldeias), que constitui uma oferta turística altamente qualificada em territórios de montanha, com recursos e valores naturais de elevado interesse e uma rede de núcleos rurais diversos, dotados de significativo património material e imaterial.
As articulações e sinergias que é possível estabelecer com o conjunto das aldeias que estão inseridas nesta rede, particularmente dentro dos territórios da Serra da Lousã (12 aldeias) e do Zêzere (6 aldeias), para além da Serra do Açor e do Tejo-Ocreza, assume um enorme potencial, nomeadamente do ponto de vista dos segmentos de turismo de natureza e turismo ativo, da gastronomia, do turismo cultual e criativo e do astroturismo.
O território das Terras de Sicó, numa área total de aproximadamente 1.500 km2, configura igualmente um potencial bastante relevante do ponto de vista da oferta de turismo de natureza, turismo ativo e de turismo em espaço rural, baseada nas relações entre o património natural e o património cultural, tangível e intangível (incluindo gastronomia, vinhos e produtos endógenos), distribuído em torno do maciço da Serra de Sicó.
Atualmente, as Terras de Sicó dispõem de um conjunto de percursos e de roteiros de turismo devidamente estruturados, e que garantem alguma atratividade turística para este território, que poderá vir a ser reforçada e potenciada com a consolidação da organização de produto e da valorização dos recursos naturais e culturais existentes (recuperação, interpretação, etc.).
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 83
Figura 78 – Relações com outros territórios: Património rural - Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros
Região de Leiria
Porto de Mós
Território envolvente
Alcobaça
Alcanena
Santarém
Torres Novas
Ourém
O Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, área protegida criada em 1979, abrangendo aproximadamente 39 mil hectares abrange 6 concelhos e dispõe de uma oferta de turismo de natureza e de turismo ativo que é não só muito interessante e qualificada, como tem vindo a ser cada vez mais reconhecida por “nichos” de procura turística especializada, nacional e internacional.
Recursos fluviais e náutica
Figura 79 – Relações com outros territórios: Recursos fluviais e náutica
Região de Leiria
Barragens de Bouçã e Cabril, Pedrógão Grande
Estação náutica de Pedrógão Grande
Território envolvente
Barragem de Cabril, Sertã
Barragem de Castelo de Bode, Tomar e Abrantes
A Região de Leiria, em complementaridade com diversos concelhos da sua envolvente, integra diversos espaços naturais de significativo interesse para o turismo, como as Serras de Lousã, de Sicó e de Aires e Candeeiros, o Vale do Zêzere e o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, configurando um potencial de consolidação da oferta de produtos nos segmentos de turismo de natureza, de Wellness, de turismo ativo e desportivo. A fruição destes espaços, com realização de passeios pedestres, trailrunning, BTT e outras atividades de turismo ativo em espaço natural e de turismo cultural, detém um potencial considerável de consolidação e de afirmação no mercado nacional e internacional.
O Vale do Rio Zêzere dispõe de recursos naturais e paisagísticos de interesse reconhecido, que se localizam na Região de Leiria e território envolvente (concelhos de Sertã, Tomar e Abrantes), em que importa salientar as praias fluviais e o potencial associado ao aproveitamento do rio Zêzere para a realização de desportos náutico-fluviais (como o windsurf, vela, remo, motonáutica e jet ski), bem como a prática da pesca desportiva nas albufeiras das suas três barragens.
A oferta ligada ao turismo náutico-fluvial virá a beneficiar de uma melhor integração e articulação no quadro uma oferta mais ampla que está a ser trabalhada na Região de Leiria, com o recente processo de adesão de Pedrogão Grande à Rede de Estações Náuticas certificadas pela Fórum Oceano - Associação da Economia do Mar.
A Grande Rota do Zêzere, com uma extensão de 370km que percorre 13 concelhos, oferece um conjunto de produtos no quadro do turismo ativo e desportivo (circuitos multimodais) e de turismo de natureza. As pequenas Rotas que lhe estão associadas, diversificam a oferta ao nível das praias fluviais, do património cultural imaterial, das aldeias e do património vernacular
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Mar e frente atlântica
Figura 80 – Relações com outros territórios: Mar e frente atlântica
e cidades de interesse patrimonial, espaços vocacionados para os desportos náuticos e gastronomia marítima.
Região de Leiria
Praia Velha ou Praia de Pedrogão e lagoa da Ervedeira, Leiria
Praia da Vieira, Praia S. Pedro de Moel, Praia das Pedras Pretas e Rio Lis, Marinha Grande
Osso da Baleia, Pombal
Território envolvente
Praia do Norte, Vale Furado e Nazaré
Praia de São Martinho do Porto, Alcobaça Óbidos
Foz do Arelho, Caldas da Rainha
Praias de Buarcos, Quiaios, Cabedelo, Relógio, Costinha, Murtinheira, Tamargueira, Molhe Norte, Cava Gala e Teimoso, Figueira da Foz
A faixa litoral da Região de Leiria associada a outras zonas balneares vizinhas, para norte e para sul, potenciam e reforçam conjuntamente a sua atratividade em termos de uma oferta orientada para o segmento de turismo de sol e praia, mas também para alguns nichos associados aos desportos náuticos e de deslize como o surf e o windsurf. Esta frente atlântica notabiliza-se e reforça a sua atratividade não apenas em função da qualidade natural, paisagística e desportiva das suas praias, mas também dos equipamentos de apoio balnear e desportivo (destaque para a Nazaré) e da hotelaria existente.
Ecopista da Estrada Atlântica Extensa ecopista que liga diversas praias e sítios, entre Pombal e as Caldas da Rainha, com ligações às praias e outros espaços naturais, vilas
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5. ANALISE SWOT
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Potencialidades Estrangulamentos
Turismo na Região de Leiria
Oportunidades
Ameaças
Elevada diversidade de recursos e ativos com potencial interesse para o turismo, com presença alargada, embora desigual, pelo território da Região de Leiria, parte dos quais integram produtos turísticos consolidados ou emergentes. Estes recursos configuram hipóteses de organização de produtos e experiências turísticos de âmbito supramunicipal, com grande viabilidade de projeção no mercado nacional e internacional (património monumental edificado; património cultural imaterial; serras, matas e reservas naturais; recursos geológicos e mineiros; aldeias e património vernacular; orla costeira e praias; água –mar, rios e termas; património industrial e indústria; expressões artísticas e eventos culturais, entre outros).
A Região de Leiria detém o 3.º monumento mais visitado do país, o Mosteiro da Batalha, grande parte destas visitas integradas em touring a partir de Lisboa, conferindo alguma notoriedade ao destino.
A Região de Leiria tem beneficiado da inserção territorial em alguns produtos turísticos de natureza regional ou nacional (exemplos: o Santuário de Fátima, o destino português de peregrinação com maior número de visitantes e turistas, nacionais e estrangeiros; recente produto da EN2), com impactos positivos e significativos no acréscimo de turistas e visitantes.
Disponibilidade de algumas estruturas / infraestruturas organizadas em rede com potencial de formalização e consolidação enquanto produto turístico de âmbito regional: Estrada Atlântica (ciclovia de carácter intermunicipal).
Evolução positiva da taxa de ocupação dos alojamentos no período de recuperação pós-pandemia, tendendo a recuperar um desempenho que foi superior ao da Região Centro no período 2017-2020.
Potencialidades Estrangulamentos
Turismo na Região de Leiria
Oportunidades
Ameaças
Carências em matéria de níveis de acessibilidade aos recursos e ativos, culturais e naturais, que condicionam a organização de produto turístico ou a sua adequação a determinados segmentos de mercado (por exemplo, a falta de guias turísticos).
Partilha ainda insuficiente entre os Municípios ao nível do conhecimento e da capacidade de intervenção de valorização e de gestão de ativos e recursos com vocação e interesse para a organização de produto e experiência turísticos que respondam às novas tendências de mercado.
Oferta insuficiente de produtos turísticos estruturados em rede no território da Região de Leiria, dificultando performances mais sustentáveis a nível da duração da estada média e da capacidade de atração/ captação de turistas.
Distribuição desequilibrada da oferta de alojamento, ao nível territorial, dentro da Região de Leiria, ao nível das tipologias de alojamentos turísticos (com crescimentos recente mais acentuado do Alojamento Local e défices de oferta de hotelaria e de TER), e ao nível da resposta a alguns segmentos de mercado (p. ex., organização de grandes eventos e resposta para grupos organizados em certos concelhos).
Proveitos totais por alojamento turístico ainda relativamente baixos face aos valores médios nacional e da Região Centro, embora se devam assinalar as variações positivas nos últimos anos, em alguns concelhos, indicando uma maior capacidade de rentabilização dos alojamentos turísticos existentes nesses concelhos (Porto de Mós, Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos).
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Potencialidades Estrangulamentos
Turismo na Região de Leiria
Oportunidades
Ameaças
Os agentes públicos e privados do setor do turismo na Região de Leiria, têm aumentado a resposta às tendências longas da procura, essencialmente, nos segmentos de turismo de natureza e ativo, turismo cultural, turismo religioso, sol e praia.
Bom desempenho ao nível do mercado internacional, com valores de estada média superiores aos regional e nacional (especialmente nos concelhos mais interiores), a par de uma elevada representatividade do mercado doméstico na procura de alojamentos turísticos, que se acentuou durante e pós-pandemia, com um valor de estada média também superior à média da Região Centro (embora inferior à nacional).
Existência de algumas redes formalizadas e emergentes de cooperação em matérias que podem ser exploradas no quadro do mercado turístico, reforçando a organização de produto e melhorando condições de marketing e comunicação junto do mercado: Rede Cultura 2027, Grande Rota do Zêzere, Aldeias de Xisto (ADXTUR), Terras de Sicó (ADTS); Territórios de Pedra; Projeto/Rota Esporo; Rede de Cidades Criativas da UNESCO; Rede Património da Humanidade Centro de Portugal; rede de parceiros do Turismo Industrial da Região Centro de Portugal/ Rede Portuguesa do Turismo Industrial; Rota da EN2, etc.
Desenvolvimento e consolidação de redes de programação cultural intermunicipal (exemplos: Rede Cultura 2027, Territórios 5 Sentidos, Territórios de Pedra, etc.)
Potencial das redes de cooperação externa (geminações, diáspora) para a geração de procura turística de origem externa, ainda insuficientemente trabalhadas.
Potencialidades Estrangulamentos
Turismo na Região de Leiria
Oportunidades
Ameaças
Limitações ao nível do número de camas e quartos da atual oferta de alojamento existente da Região de Leiria, especialmente durante os períodos de maior procura turística (nos meses de verão e quando decorrem eventos culturais, lúdicos e desportivos de maior dimensão).
Debilidades significativas em matéria de serviços de restauração, com défices acentuados de oferta com carácter diferenciador – veiculada à gastronomia local ou regional ou à cozinha de autor / chefes de cozinha –e desequilíbrios acentuados ao nível da oferta territorial, apesar de sinais de qualificação.
Tecido empresarial no ramo dos serviços de animação turística e de outros serviços (rent a car, agência de viagens / incoming) incipiente, com presença ainda dominante de empresas de animação turística externas (ao território local ou regional) e uma oferta de tipologia serviços que ainda não explora suficientemente o potencial dos recursos e ativos face às tendências da procura.
As empresas do setor, predominantemente PME e familiares, apresentam défices de competências, quer ao nível organizativo e de conhecimento do mercado, quer ao nível tecnológico (soluções de marketing e comunicação digital), quer ainda ao nível das competências profissionais dos seus trabalhadores.
Tendências de agravamento recente, particularmente pós-pandemia, dos desequilíbrios entre procura e oferta de mão-de-obra no setor do turismo, que se reforçam sazonalmente. Esta tendência é agravada nesta Região pelas dificuldades das empresas do setor do turismo em concorrerem no mercado de trabalho com empresas industriais, que oferecem em geral remunerações mais elevadas e horários de trabalho mais atrativos, com
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Potencialidades Estrangulamentos
Turismo na Região de Leiria
Oportunidades
Ameaças
Presença na Região de uma Instituição de Ensino Superior, o Instituto Politécnico de Leiria, que aposta quer na investigação e inovação, quer na formação a nível superior dentro do setor turístico, complementada por uma oferta mais dispersa de formações a nível profissional.
Oferta, também ela relativamente ampla (no sentido em que inclui boa parte dos 10 concelhos da CIM RL), de oferta de ensino profissional na área do turismo e em áreas que se relacionam com o setor (animação cultural, comunicação e multimédia, etc.)
A criação recente e o trabalho do Observatório do Turismo promovidos pela Turismo do Centro, ERT vêm colmatar falhas de informação essenciais para melhorar o desempenho dos agentes do setor e os níveis de governação e governance.
O reforço de competências da CIM RL, incluindo no setor de turismo, constitui um fator de consolidação de uma visão territorial alargada e integrada favorável à performance da Região de Leiria em matéria de competitividade e atratividade turística, embora exigindo melhoria das competências específicas no setor.
Sinais de investimento e adesão crescente dos Municípios a soluções digitais em matéria de organização de produto e de marketing digital (app turísticas privadas, influenciadores digitais, etc.), para além das soluções de comunicação digital mais elementares (websites próprios, presença em redes sociais, etc.) que reforçam a ligação aos turistas já assegurada pela rede de postos de turismo ou espaços similares que cobre todos os concelhos.
Potencialidades Estrangulamentos
Turismo na Região de Leiria
Oportunidades
Ameaças
impacto no crescimento do peso da mão-de-obra estrangeira no setor, nem sempre dispondo de qualificações e competências específicas adequadas.
Elevadas taxas de sazonalidade, embora com expressão diferenciada no território regional (sazonalidade relativamente mais acentuada em espaços não urbanos, associados aos produtos turísticos de sol e mar, natureza, etc.).
Dificuldade dos Municípios em dotar-se de recursos humanos suficientes e qualificados para prestar serviços no mercado turístico, suprindo as debilidades da oferta de agentes privados do setor (particularmente no caso de serviços qualificados de animação turística e de guia turística).
Défices de cooperação e de concertação nos vários níveis da governação e da gestão do setor (integração vertical, entre os serviços municipais, intermunicipais e regionais, para além da articulação com serviços nacionais; integração horizontal, na articulação entre as políticas setoriais do turismo e as políticas de outros setores, quer a nível municipal, quer aos níveis regional e nacional).
Inexistência, praticamente em todos os Municípios, de mecanismos, formais de articulação e de governance entre estes e o tecido económico associado ao setor do turismo (por ex. não foram identificados Conselhos Municipais de Turismo e, na maioria dos concelhos, não existe uma prática regular de encontro e planeamento conjunto de atividades, concertação de agendas e iniciativas entre os setores, etc.).
Falta de informação quantitativa (estatística) e qualitativa sobre o setor, com repercussões na performance das empresas e das entidades públicas em matéria de formulação de estratégias e de planos de ação.
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Potencialidades Estrangulamentos
Turismo na Região de Leiria
Oportunidades Ameaças
Potencialidades Estrangulamentos
Turismo na Região de Leiria
Oportunidades
Ameaças
Faltam ações e instrumentos de marketing e comunicação agregadores no setor de turismo no contexto da Região de Leiria, limitando a visibilidade externa deste território na sua multiplicidade e diversidade.
A comunicação turística associada à Região de Leiria faz-se predominantemente a nível concelhio e da Turismo do Centro e apresenta ainda diversas vulnerabilidades, essencialmente em termos da sua articulação e integração (não existe uma estratégia e materiais comunicacionais conjuntos), mas também no processo de evolução e introdução dos suportes de comunicação digital.
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Potencialidades Estrangulamentos
Turismo na Região de Leiria
Oportunidades Ameaças
O impacto da pandemia COVID-19 na procura turística, com manifestações de preferência por destinos sem grande massificação e aglomeração de pessoas, veio criar oportunidades a locais / destinos territoriais não urbanos ou cidades de menor dimensão, tipologia em que a Região de Leiria se insere claramente. Alguns indicadores confirmam este processo de afirmação, especialmente em municípios da Região mais interiores e turisticamente menos desenvolvidos. Esta notoriedade recém-conquistada pode permitir um processo de recuperação e um posicionamento mais robusto e equilibrado, por comparação com a situação pré-pandemia.
As tendências de procura crescente de destinos ou produtos turísticos que se associem a modelos e estilos de vida saudáveis ou a práticas revitalizadoras criam oportunidades para territórios detentores de espaços e recursos naturais de qualidade (p. ex., recursos termais, espaços naturais protegidos, etc.), como é o caso da Região de Leiria e, particularmente, com serviços associados (de saúde e bem-estar).
O crescimento a nível mundial do segmento do turismo de natureza e do turismo ativo constitui igualmente uma oportunidade para a maioria do território da Região de Leiria dada diversidade e qualidade de recursos naturais que possui e a evolução que tem feito (embora ainda insuficiente) em matéria de qualificação de infraestruturas (ciclovias, trilhos, etc.) e de organização de produto.
As tendências de valorização crescente, por parte de diversos segmentos de turistas, de experiências de imersão na cultura local, ligadas às vivências específicas locais e de contacto com as comunidades, permitindo perceção e relação com as suas formas de expressão cultural e identitárias, confere à Região de Leiria oportunidades acrescidas de organização de produtos turísticos associados à cultura e património, bem
Potencialidades Estrangulamentos
Turismo na Região de Leiria
Oportunidades
Ameaças
Algumas dinâmicas e padrões de qualidade territorial na Região de Leiria podem condicionar o ritmo de crescimento dos fluxos turísticos, atendendo à preocupação crescente dos turistas com a sustentabilidade, designadamente a degradação das manchas florestais derivadas dos incêndios e dos modelos de exploração florestal; a enorme dependência do automóvel individual para circulação na região, associada à debilidade do sistema de transportes públicos e de uso partilhado; os sinais insuficientes das estruturas e do tecido industrial em matéria de controlo e mitigação dos impactos ambientais negativos e em matéria de ordenamento do território; e a tendência agravada de abandono demográfico e ocupacional de territórios de baixa densidade.
Da mesma forma, a importância atribuída pelo mercado turístico às dimensões de segurança, exacerbada por efeitos da pandemia COVID19, pode penalizar destinos turísticos que apresentam alguns sinais de menor segurança, como, no caso da Região de Leiria, a intensidade e frequência dos incêndios florestais, a qualidade e acessibilidade a serviços de saúde, o estado da rede viária (particularmente estradas nacionais com menor padrão de segurança rodoviária).
Risco de as alterações em curso no modelo institucional e da política de gestão e promoção do setor (transferência de competências a nível regional e local e evolução do enquadramento da Entidade Regional de Turismo) virem a repercutir-se negativamente, no curto prazo, nas condições de apoio à organização da oferta e, em especial, na componente da promoção externa.
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Potencialidades Estrangulamentos
Turismo na Região de Leiria
Oportunidades
Ameaças
como o desenvolvimento de campanhas de promoção também diferenciadas.
Nos últimos anos tem aumentado, nalguns dos concelhos da Região de Leiria, o número de novos residentes estrangeiros que não vêm por motivações de procura de emprego ou de acolhimento (refugiados). Estes novos residentes investem frequentemente na recuperação do património, podendo, eventualmente, ser orientados e qualificados para o trabalho no setor do turismo, beneficiando dos apoios e programas de formação disponibilizados pelo Turismo de Portugal e, em geral, atraem familiares, amigos ou pessoas com quem têm relações profissionais provenientes das zonas de origem.
A transformação digital e o crescente recurso a tecnologias de informação e comunicação, acelerados pela pandemia COVID-19, contribuirão para a melhoria do desempenho ao nível da gestão da informação e conhecimento dos clientes e mercados emissores, mais favorável para destinos menos conhecidos, como a Região de Leiria, em que a comunicação “boca a boca”/buzz marketing é relativamente mais fraca.
O impacto que a pandemia COVID-19 veio a ter em matéria de transformação tecnológica digital em muitos serviços e setores, incluindo no setor cultural e artístico, tem-se manifestado como uma oportunidade para o mercado turístico, favorecendo as estratégias e as soluções de produtos e experiências, designadamente, no segmento do turismo cultural, claramente representativo na oferta da Região de Leiria.
Potencialidades Estrangulamentos
Turismo na Região de Leiria
Oportunidades
Ameaças
Alguns problemas e desequilíbrios associados à qualidade das infraestruturas e dos serviços digitais que ainda persistem na Região de Leiria, e particularmente em determinados territórios, limitam uma evolução mais rápida e significativa da performance tecnológica das organizações turísticas, especialmente no seu envolvimento em plataformas colaborativas e a aposta no marketing e comunicação digitais.
A inexistência de uma infraestrutura aeroportuária na Região Centro (e a falta de qualquer decisão no sentido da sua criação) penaliza o potencial de captação de fluxos turísticos internacionais para a Região de Leiria.
O défice quantitativo e de qualificações de mão de obra que se regista a nível nacional, principalmente no setor da restauração e hotelaria, é um obstáculo significativo para o desenvolvimento turístico da Região de Leiria, onde este setor ainda não tem um nível de consolidação que lhe permita ser atrativo para profissionais qualificados.
Existência, no espaço regional-nacional, de destinos com maior poder de diferenciação e posicionamento no mercado e com maior capacidade de captar procura turística.
Os principais players no setor da hotelaria tendem a manter uma concentração do investimento nos destinos mais fortes e com maior potencial de crescimento e de massificação, sem disponibilidade para assumir um maior risco em regiões com oferta turística menos significativa ou destinos emergentes.
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Potencialidades
Estrangulamentos
Turismo na Região de Leiria
Oportunidades
Ameaças
Configuram-se oportunidades em termos de ganho de acessibilidade aos grandes centros urbanos, emissores e porta de entrada de turistas, resultante da modernização ferroviária em curso (Linha do Oeste) e, mais recentemente, da hipótese (ainda indefinida) de localização de um novo aeroporto internacional na região de Santarém.
Inserção em redes de oferta de produtos e serviços turísticos temática e territorialmente mais abrangentes, ligadas ao turismo em espaço rural, através da Rede Aldeias de Xisto, e ao turismo ativo e ao turismo de natureza, os quais estão associados ao conjunto notável de espaços naturais existentes neste território, com destaque para o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros e para o território das Terras de Sicó.
Inserção em Redes e Listas da UNESCO, no domínio da Artes, Cultura, Criatividade e Ambiente, para além de reforçar a visibilidade e a atratividade, cria um conjunto interessante de oportunidades de cooperação, em termos temáticos e territoriais, não só com concelhos vizinhos, mas também num quadro mais alargado.
Processo de adesão de Pedrogão Grande à Rede de Estações Náuticas certificadas pela Fórum Oceano contribuirá para a dinamização das albufeiras do Cabril, Bouçã e Castelo de Bode, e poderá também ajudar a inserir este concelho e a Região de Leiria no seu conjunto num circuito nacional de oferta de turismo náutico-fluvial em áreas interiores.
A proximidade a zonas balneares de concelhos vizinhos (Nazaré, Alcobaça, Figueira da Foz) potencia e reforça a atratividade em termos de oferta orientada quer para um segmento de turismo de sol e praia, quer para os nichos dos desportos náuticos e de deslize (surf, windsurf, etc.).
Potencialidades Estrangulamentos
Turismo na Região de Leiria
Oportunidades
Ameaças
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Potencialidades Estrangulamentos
Turismo na Região de Leiria
Oportunidades Ameaças
O novo ciclo de fundos estruturais (PT2030) e a execução do PRR criam oportunidades relevantes em matéria de reforço de algumas infraestruturas, serviços e atividades de apoio à dinamização do turismo, com destaque para as apostas ao nível da valorização do património cultural e natural, bem como da transição digital da sociedade portuguesa.
A aposta que está a ser impulsionada, quer pelo Turismo de Portugal, quer pelas CCDR, para a criação ou o reforço de Estratégias de Eficiência Coletiva para o Turismo permite perspetivar o desenvolvimento e execução de estratégias setoriais, estruturadas em rede, e de base territorial, envolvendo entidades públicas e privadas.
O principal referencial estratégico sub-regional (Revisitação da EIDT e Definição de Quadro Estratégico “Região de Leiria 2030”) atribui uma forte centralidade ao turismo enquanto área de especialização económica, salientando o seu efeito impulsionador da diversificação económica e do crescimento de emprego e do rendimento das populações. O setor do turismo é, por outro lado, considerado pelos atores regionais como potencialmente importante para a retoma económica e social da Região de Leiria pós-pandemia (Plano de Ação GES-RL).
O quadro estratégico regional sublinha a relevância do setor turístico para um modelo de ocupação económica e humana mais equilibrada (Estratégia Regional do Centro) e reconhece a importância da sustentabilidade e da inovação ao nível dos produtos turísticos (Plano Regional de Desenvolvimento Turístico 2020-2030 e Estratégia Regional de Especialização Inteligente).
Potencialidades Estrangulamentos
Turismo na Região de Leiria
Oportunidades
Ameaças
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Potencialidades Estrangulamentos
Turismo na Região de Leiria
Oportunidades Ameaças
Disponibilidade de um conjunto de instrumentos de programação/financiamento para enquadrar a intervenção no setor do turismo, como o Programa Regional do Centro e o Plano de Ação Reativar o Turismo | Construir o Futuro: Programa Transformar Turismo.
Potencialidades Estrangulamentos
Turismo na Região de Leiria
Oportunidades Ameaças
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6. VISÃO ESTRATÉGICA PARA O TURISMO NA REGIÃO DE LEIRIA (2022-2032)
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6.1.Visão estratégica
A proposta da Visão para o Turismo da Região de Leiria em 2030 é a seguinte
UMA REGIÃO MOBILIZADORA DE UM DESTINO TURÍSTICO COM
UMA OFERTA INTEGRADA, DIFERENCIADORA E SUSTENTADA DE PRODUTOS E EXPERIÊNCIAS TURÍSTICOS BASEADOS NOS
VALORES DA NATUREZA, DA CULTURA E DA IDENTIDADE
Figura 81 – Palavras-chave para a estratégia
património e tecido industrial
A visão enunciada pode complementar-se com um conjunto de palavraschave, baseadas
• quer em categorias de recursos e ativos, • quer em dimensões críticas de intervenção, seja ao nível da organização e estruturação dos produtos turísticos, seja ao nível da promoção, gestão e governação do setor, e que devem orientar a configuração dos objetivos estratégicos e os pilares estratégicos em matéria de produtos e mercados.
mar e rio
sustentabilidade
informação, investigação e inovação
criatividade e co-criação
programação e eventos artísticos e culturais espaços naturais e espaço rural património cultural: arqueológico, religioso, monumental património cultural imaterial
Turismo na Região de Leiria, recursos e ativos
cooperação e governança
diferenciação e especialização
Turismo na Região de Leiria, dimensões críticas
qualificação e capacitação abertura e integração
autenticidade
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6.2.Objetivos estratégicos
Dotar a Região de Leiria de condições para ativar um destino turístico territorialmente alargado, inserido dentro do Centro de Portugal, apostando numa lógica integrada de maior especialização da oferta de produto e dos segmentos da procura.
Promover, de forma seletiva, estruturada e sustentável, a organização e qualificação da oferta de produtos e experiências turísticos, privilegiando lógicas supramunicipais e multitemáticas.
Criar condições de oferta de produto e serviços turísticos que contribuam para diminuir a sazonalidade e aumentar a estada média na Região de Leiria e território envolvente.
Robustecer o posicionamento da Região em matéria de mercado turístico nacional e de proximidade (Espanha) e reforçar a posição noutros mercados externos, nomeadamente, aproveitando sinergias com outros destinos – Lisboa / Área Metropolitana de Lisboa, Centro de Portugal.
Aumentar o fluxo de turistas na Região de Leiria e no território envolvente assegurando, simultaneamente, incrementos no número de dormidas e nos proveitos totais registados pelas unidades de alojamento turístico.
Reforçar e adequar a oferta de formação de profissionais e empresários do setor às necessidades de qualificação e de competências, tendo em vista uma oferta diferenciadora e competitiva nos mercados nacional e internacional.
Facilitar e estimular a relação das empresas e das entidades do setor, nos diversos ramos de serviços (hotelaria, restauração, animação turística, promoção e marketing e outros) com os centros de conhecimento e inovação, contribuindo para incrementar inovação, performance e circularidade nas atividades do setor.
Melhorar as condições de atração de investimento no setor, incluindo no acesso à informação, na organização e transparência das condições de contexto e na coerência e qualidade da promoção.
Promover a capacitação dos diversos intervenientes e agentes do setor, contribuindo para melhorar desempenhos ao nível da governança do setor, da performance e do desempenho empresarial e profissional, da geração de riqueza e da sustentabilidade.
Mobilizar as tecnologias digitais quer ao nível da inovação e qualificação dos produtos e experiências, quer na relação com os mercados emissores, através do marketing e comunicação digital.
Aposta em promoção e comunicação turísticas da Região de Leiria ajustadas aos segmentos e mercados de procura, mas em articulação com uma estratégia de comunicação transversal da imagem da região (contrabalançar a imagem negativa que tem resultado dos incêndios e dos desastres associados).
Fomentar a cooperação interinstitucional e intersectorial, de forma a aumentar as respostas setoriais de contexto e com impacto no mercado turístico, prioritariamente ao nível da mobilidade, da acessibilidade, da prestação de serviços de saúde, da segurança, da política de acolhimento e integração de estrangeiros (novos residentes), etc.
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6.3.Pilares estratégicos: Produtos e mercados
Os pilares estratégicos do desenvolvimento turístico da Região de Leiria, no horizonte de 2030, devem assentar num conjunto estruturado de produtos turísticos estratégicos e complementares.
Três categorias diferentes de produtos estratégicos:
• Produtos estratégicos diferenciadores, particularmente baseados nos ativos e recursos específicos e distintivos da Região de Leiria, que se alargam dentro de alguns espaços envolventes, que contribuem para a diferenciação do destino turístico, alinhados com tendências recentes da procura turística e que exigem, em princípio, investimento qualitativo e inovador em matéria de organização e promoção;
• Produtos estratégicos de sustentação e continuidade, que ganharam maturidade na Região de Leiria e se encontram consolidados, continuam a atrair fluxos de turistas significativos, se encontram alinhados com produtos estratégicos regionais e nacionais, podendo exigir qualificação e melhor adaptação às tendências e motivações da procura;
• Produtos estratégicos de nicho, baseados em recursos e ativos específicos da Região de Leiria, contribuindo para a sua diferenciação, inseridos no quadro das estratégias regional e nacional, com uma quota de mercado que será sempre restrita num segmento de mercado específico, mas que pressupõem consolidação e ações de promoção orientadas.
Acrescem os produtos complementares, igualmente baseados em ativos e recursos presentes no território da Região de Leiria, mas que, pela falta de escala, porque são mais representativos nos territórios de proximidade ou porque são apenas emergentes e associados a outros produtos estratégicos, não assumem a mesma relevância em termos de diferenciação do destino.
Figura 82 – Proposta de produtos turísticos
•Turismo de natureza e turismo ativo
de aldeia
•Turismo industrial
científico
Produtos turísticos estratégicos diferenciadores
Produtos turísticos estratégicos de sustentação e continuidade
•Sol e mar
•Turismo cultural
•património histórico e monumental •eventos artísticos e culturais
Produtos turísticos estratégicos de nicho
Produtos turísticos complementares
•Turismo religioso
desportivo
de negócios
•Turismo termal
náutico
e vinhos
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•Turismo
•Turismo
•Turismo
•Gastronomia
•Turismo
•Turismo
6.3.1. Produtosestratégicosdiferenciadores
Com apostas essencialmente baseadas nos recursos e ativos específicos e distintivos da Região de Leiria, estes produtos devem ser objeto de um incremento prioritário ao nível da estruturação integrada e da organização, aproveitando e rentabilizando melhor o seu potencial e adequando-os, através do realce de alguns atributos prioritários, às tendências mais recentes que o mercado turístico manifesta, incluindo às dimensões de motivação dominantes e emergentes.
A sua promoção e divulgação devem contribuir também para um (re)conhecimento suficiente junto dos diversos mercados, incluindo o nacional e outros mercados emissores, com particular relevância para aqueles que já chegam a Portugal.
“O turismo baseado na natureza diz respeito principalmente ao desfrutar direto de alguns fenómenos da natureza relativamente imperturbados”
(Valentine, Peter S., 1992, Review: nature-based tourism. In: Weiler, Betty, and Hall, Colin Michael, (eds.) Special interst tourism. Belhaven Press, London, Great Britain, pp. 105-127. https://researchonline.jcu.edu.au/1632/1/Nature-based_tourism.pdf, tradução propria)
O turismo ativo pode ser entendido como uma filosofia de viagem que combina aventura, prática de atividades físicas ao ar-livre, ecoturismo e aspetos culturais de uma viagem de descoberta, e em que os turistas procuram uma experiência dinâmica e ativa (de acordo com o próprio conceito).
Turismo de natureza e turismo ativo
O turismo de natureza é aquele cuja principal motivação dos turistas é o contacto e fruição da natureza, podendo ser definido como:
“Viajar para áreas naturais relativamente imperturbados e não contaminadas com o objetivo específico de estar, contemplar e desfrutar do cenário e das suas plantas e animais selvagens, assim como de quaisquer manifestações culturais existentes”
(Boo, E., 1990, Ecotourism: the potentials and pitfalls, 2 Vols., World Wildlife Fund Washington D.C., tradução própria)
“Turismo baseado na fruição de áreas naturais e na observação da natureza”
(Lucas,P.H.C., 1984,How protected areas can help meetsociety's evolving needs, 72-77in J.A. McNeely, and K.R. Miller, eds, National parks, conservation, and development, Smithsonian Institution Press, Washington D.C., tradução própria)
“O turismo ativo opera no outro extremo do espectro ao turismo passivo/massa, encapsulando princípios e práticas de mercados de interesse especial/nicho como o desporto e o turismo de aventura, (...) [e] é definido como aquele que está "diretamente associado ao desporto organizado ou ao desenvolvimento ou entrega de atividades recreativas ativas" (Finch et al., 2019).” (Wright et al., 2021)
(Wright, R. K., Dickson, G. K., & Ajiee, R. O., 2021, Understanding the active economy and emerging research on the value of sports, recreation, and wellness. In Active tourism in the active economy (pp. 119–137). essay, Business Science Reference. https://doi.org/10.4018/978-1-7998-7939-8.ch007. tradução própria)
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Turismo de aldeia / turismo rural
O turismo de aldeia, enquadrado no espectro mais alargado do turismo rural, é aquele em que a principal motivação dos turistas é o contacto e fruição da ruralidade, com particular ênfase para os modos de vida, tradições e ambiente rural, incluindo as suas dimensões estéticas e paisagísticas.
De uma forma mais abrangente, o turismo rural pode ser definido como:
“Um tipo de atividade turística na qual a experiência do visitante se relaciona com uma gama alargada de produtos principalmente ligados a atividades baseadas na natureza, agricultura, modos de vida e cultura rurais, pesca e visitas turísticas. As atividades de Turismo Rural acontecem em áreas não urbanas (rurais) com as seguintes características: i) densidade populacional baixa, ii) paisagem e ocupação da terra dominada pela agricultura e floresta e iii) estrutura social e modos de vida tradicionais.”
(https://www.unwto.org/rural-tourism , tradução própria)
“Atividade turística de implantação sustentável em ambiente rural”
(J. Traverso Cortés, “Comunicación Interpretativa: Variable Clave en el Marketing-Mix de las Empresas de Turismo Rural,” Estudios Turísticos, No. 130, 1996, pp. 37-50, tradução própria)
“Uma expressão singular de uma nova forma de turismo, caracterizado por: 1) ser desenvolvido principalmente fora dos grandes centros urbanos; 2) utilizar recursos naturais e culturais diversos característicos dos recursos de ambiente rural; 3) contribuir para o desenvolvimento local e a diversificação e competitividade do turismo”
(R. Blanco and J. Benayas, “El Turismo Como Motor del Desarrollo Rural. Análisis de los Proyectos Subvencionados por Leader I,” Revista de Estudios Agrosociales,No. 169, 1994, pp. 119-147, tradução própria)
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Turismo de natureza e turismo ativo
RECURSOS E ATIVOS
ATIVIDADES E SERVIÇOS
Vale do Zêzere
Serra de Sicó / Maciço Calcário de Sicó - em estudo a hipótese de constituição de um geoparque
Serra da Lousã (Sítio Serra da Lousã - Rede Natura) - classificação como paisagem protegida prevista
Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (Sítio ZEC/ Rede Natura)
Maciço Calcário Estremenho – Planalto de São Mamede Azubucho, Pousos (Rede Natura)
Lagoa da Ervedeira
Grutas de Mira de Aire e Grutas de Alvados e Santo António
Areeiro da Serra (Porto de Mós)
Fauna e flora associada aos sítios Rede Natura (endemismos).
Outras serras e matas (Matas nacionais de Leiria e do Urso) Buracas, grutas, escarpas, paredes rochosas calcárias, dolinas e lapiás Nascentes (rio Nabão, rio Lis, rio Pena), exsurgências, albufeiras fluviais, ribeiras
Passadiços: Passadiço da Ribeira das Quelhas – Coentral Grande (Castanheira de Pera), Fragas de São Simão (Figueiró dos Vinhos)
EXISTENTES
• Grande Rota do Zêzere (Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e mais 11 concelhos), 9 unidades e percursos complementares, pedestre, ciclável e de barco
• Grande Rota das Terras de Sicó e outras rotas temáticas
• Percursos de BTT e Cicloturismo e Percursos de aldeia, da Rede das Aldeias do Xisto
• Rota dos Açudes (Pedrógão Grande)
• Percurso da Estação da Biodiversidade de Vale de Poios e Percursos Quercus (Pombal)
• Praias fluviais
• Percursos pedestres e trilhos (sinalizados, em rede e homologados)
• Percursos equestres
• Atividades de observação da Natureza (birdwatching e rotas geológicas)
PROJETOS E APOSTAS
• Programas de observação de elementos dos ecossistemas (fauna, flora, etc.)
• Passeios / trips organizados por áreas selvagens, naturais e étnicas
Controlo e minimização dos impactos / controlo de capacidades de carga ambiental e social Gestão e conservação dos recursos naturais Gestão da biosegurança e dos resíduos Imersão e interação intensa com ecossistemas e com comunidades locais Elevada componente educativa Oportunidades colaborativas
Perfil de turistas: graus de formação académica elevados; poder de compra significativo; grupos de jovens adultos ou adultos e famílias.
Motivações: respeito e contacto com a natureza; vida saudável; defesa de questões ambientais / ecológicas; contacto com realidades locais e alguma imersão nas comunidades.
Mercados: nacional, alemão, holandês (PENT, 2007) e eslovaco (Eurostat, 2021).
ATRIBUTOS CENTRAIS A CONFERIR AO PRODUTO PERFIL DE TURISTAS E MERCADOS
•
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Turismo de aldeia / turismo rural
RECURSOS E ATIVOS
Aldeias de Xisto da Serra de Lousã / ADXTUR- Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto
Terras e aldeias de Sicó
Aldeia da Picha (Pedrógão Grande)
Aldeias de calcário
Muros de pedra seca (Porto de Mós)
Manifestações de PCI: Saberes fazer tradicionais, manifestações religiosas, património oral
Elementos ou conjuntos de património vernacular: moinhos e azenhas, moinhos de vento, ...
Centros de Interpretação: Casa do Cantoneiro (Porto de Mós)
Projetos: Aldeia Pintada (Reguengo do Fetal); Territórios de Pedra, percursos artísticos (Ansião, Figueiró dos Vinhos e Pombal)
Projeto Museu da Aldeia (Rede Cultura 2027) Produtos endógenos e feiras
ATIVIDADES E SERVIÇOS
EXISTENTES
• Aldeias de Xisto: Rotas e Caminhos do Xisto; Caminhada e Desportos de Montanha, Percurso organizado, Bicicleta & BTT, Viagem de EBike, Lazer & Ação, Oferta de Hospedagem, Bem-estar & Saúde, projetos Craft+Design nas Aldeias do Xisto; xisto lab
• Trilhos da Aldeia do Vale do Rio, Rio e Cascata (Figueiró dos Vinhos)
• Percursos Artísticos – Territórios de Pedra.
• Alojamento em TER, agroturismo, casa de campo, turismo de aldeia e turismo de habitação
PROJETOS E APOSTAS
• Rota da Picha e do Resineiro
• Atividades organizadas em alojamentos de agroturismo
• Atividades de entretenimento e atividades pedagógicas vinculadas ao contexto rural, incluindo recreações/simulações de tradições e saberes-fazer (exemplo: Resineiro por um dia)
• Workshops de gastronomia, de saberes-fazer tradicionais, de danças e cantares tradicionais
• Autenticidade
Identidade
Ruralidade Hospitalidade e tranquilidade
Imersão e contacto social
Relaxamento e ambiente saudável
Criatividade / cocriação
Controlo de capacidades de carga territorial e social
ATRIBUTOS CENTRAIS A CONFERIR AO PRODUTO
Perfil de turistas: grau de formação académica médio; poder de compra médio/baixo; faixas etárias de adultos ou séniores.
Motivações: contacto com comunidades locais, com a natureza e os modos de vida rurais; fuga à rotina; tranquilidade e sossego; clima; procura de um destino não massificado.
Mercados emissores: nacional, sueco, luxemburguês e alemão (Eurostat, 2021).
PERFIL DE TURISTAS E MERCADOS
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 103
6.3.2. Produtos turísticos estratégicos de sustentaçãoecontinuidade
Demonstrando já um grau de maturidade e uma capacidade de atração de fluxos de turistas significativos dentro do espaço da Região de Leiria, estes produtos admitem margens de progressão ao nível da qualificação e integração de produto, incluindo na associação com outros produtos turísticos (complementares) que coexistem no território.
Essa qualificação e integração (mixed) contribuirá para gerar potenciais efeitos ao nível do prolongamento da estada e da fidelização de mercados, permitindo e favorecendo o conhecimento e a promoção de produtos estratégicos diferenciadores, que ainda se encontrem numa fase emergente e de organização (exemplos do turismo de aldeia/ rural, do turismo de natureza ou do turismo industrial).
“
O turismo costeiro é baseado numa combinação única de recursos na interface de terra e mar oferecendo comodidades tais como água, praias, beleza paisagística, rica biodiversidade terrestre e marinha, património cultural e histórico diversificado, alimentação saudável e boas infraestruturas. Inclui uma diversidade de atividades que têm lugar tanto na zona costeira como nas águas costeiras, o que envolve o desenvolvimento das capacidades turísticas (hotéis, resorts, segundas residências, restaurantes, etc.) e infraestruturas de apoio (portos, marinas, lojas de pesca e mergulho, e outras instalações).”
(UNEP, 2009, Sustainable Coastal Tourism An integrated planning and management approach, pp. 11.)
Sol e mar
O turismo Sol e Mar atrai fundamentalmente os turistas cujas motivações passam pelo relaxamento, realização de atividades aquáticas e/ou de contacto com o mar e zonas costeiras.
De acordo com o PENT4, podem distinguir-se diferentes segmentos desta tipologia de turismo, de acordo com o grau de exotismo dos locais, e/ou com a incidência da procura por atividades mais focadas no relaxamento ou na atividade física e de contacto com a água.
É muitas vezes integrado no conceito de turismo costeiro, entendido como:
4 Turismo de Portugal (2006), Plano Estratégico Nacional para o Turismo, Caderno Temático Sol e Mar.
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 104
Turismo cultural – Património cultural histórico e monumental e Eventos artísticos e culturais
O Turismo Cultural é definido pela Organização Mundial de Turismo como:
“Um tipo de atividade turística em que a principal motivação do visitante é aprender, descobrir, experienciar e consumir as atrações / produtos culturais, tangíveis e intangíveis, num destino turístico. Estas atrações /produtos descrevem um conjunto de características materiais, intelectuais, espirituais e afetivas distintivas de uma sociedade que englobam arte e arquitetura, património histórico e cultural, património gastronómico, literatura, música, indústrias criativas e a cultura viva, incluindo os seus modos de vida, sistemas de valor, crenças e tradições.” (definição adotada pela Assembleia Geral da UNWTO na sua 22ª sessão, em 2017.)
(Tourism and Culture | UNWTO Tradução própria)
Intrinsecamente associado a diversas formas de cultura e manifestações artísticas, inclui atividades relacionadas com diferentes tipologias de património cultural, a partir do qual emergem segmentos especializados, como por exemplo, o enoturismo, o turismo gastronómico, o turismo criativo, o turismo negro, o turismo militar, o turismo arquitetónico, o turismo de eventos e festivais e o turismo experiencial, entre outros.
O Turismo do Património Cultural5 (ou apenas o Turismo do Património) é um ramo do turismo voltado para o património cultural do local onde o a atividade turística ocorre.
“
O NationalTrust for Historic Preservation (USA) define turismo patrimonial como
Viajar para conhecer os lugares e atividades que representam autenticamente as histórias e pessoas do passado”. “(NTHP)
(Cultural Heritage Tourism, https://bit.ly/2Pe066)
Quanto ao turismo de eventos
"é geralmente reconhecido como sendo inclusivo de todos os eventos planeados numa abordagem integrada de desenvolvimento e marketing”
(Getz, D.; 2008; Event tourism: definition, evolution, research. Tourism Management, Volume 29, Issue 3, pp. 403-428.)
Assume como principais objetivos a atração de turistas (especialmente em época baixa) e a promoção de uma imagem positiva do destino.
“Um evento que ocorre uma vez ou não frequentemente, de duração limitada e que oferece ao consumidor uma oportunidade de lazer ou social para além da experiência de todos os dias. Tais eventos, que atraem ou têm o potencial de atrair turistas, são frequentemente utilizados para elevar o perfil, a imagem ou o conhecimento de uma região.”
(Jago, L. and Shaw, R., 1998. Special Events: a conceptual and differential framework. Festival Management and Event Tourism, 5 (2), pp. 21-31. https://doi.org/10.3727/106527098792186775 Tradução própria)
5 Nos termos da Lei de Bases do Património Cultural (Lei n.º 107/2001), o Património Cultural é constituído por todos os bens que, sendo testemunhos com valor de civilização ou de cultura portadores de interesse cultural relevante, devam ser objeto de especial proteção e valorização.
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 105
Turismo de negócios
RECURSOS E ATIVOS
• Tecido empresarial concentrado particularmente nos concelhos de Pombal, Leiria e Marinha Grande.
• Equipamentos (auditórios e salas de congressos)
• Incubadora com camarata e 2 quartos duplos, que dá essencialmente apoio a turismo de negócios e também a investigadores que necessitam de ficar alojados no concelho de Alvaiázere
• Hotelaria com instalações vocacionadas para congressos, reuniões de empresa, conferências, etc.
• Estruturas relacionadas com I&D, inovação e empreendedorismo
Produtividade Trabalho
Acessibilidade (tecnológica, física/ mobilidade, …) Qualidade dos serviços de suporte (alojamento e restauração) Serviços de apoio (tradução, etc.)
ATIVIDADES E SERVIÇOS
EXISTENTES E A APOSTAR
• Eventos empresariais e pequenos congressos, que podem acontecer em época baixa
• Visitas a empresas por razões comerciais e de negócios
• Eventos corporativos de lançamento de produtos e/ou marcas
• Atividades corporativas de team-building
• Exposições temáticas e orientadas para os negócios
ATRIBUTOS CENTRAIS A CONFERIR AO PRODUTO
Perfil de turistas: grau de formação académica elevado; elevado poder de compra; grupos ou indivíduos que colaboram numa determinada empresa (essencialmente adultos).
Motivações: participações em conferências; participação em reuniões fora do local de trabalho.
Mercados emissores: nacional, alemão, inglês e francês (PENT, 2007).
PERFIL DE TURISTAS E MERCADOS
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 118
-.
.
Turismo desportivo
RECURSOS E ATIVOS
• Equipamentos desportivos com condições para eventos de competição: pista coberta (indoor) em Pombal
• Leiria Cidade Europeia do Desporto 2022
• Evento da FADU - Fases finais dos Campeonatos Nacionais Universitários, Figueiró dos Vinhos e Pedrogão Grande (e Leiria também)
• Eventos de pesca desportiva
• Serras e mar
• Tecido associativo desportivo
• Escolas de desporto
Divertimento Desafio
Organização (eventos federados)
Serviços de apoio (saúde, bem-estar)
ATIVIDADES E SERVIÇOS
EXISTENTES
• Eventos de pesca desportiva APOSTAS
• Eventos desportivos de alta competição
• Grandes eventos desportivos
• Estágios de seleções desportivas.
ATRIBUTOS CENTRAIS A CONFERIR AO PRODUTO
Perfil de turistas: grau de formação académica média; relativo poder de compra; grupos de adultos e jovens adultos.
Motivações: diversão e entretenimento; lazer; busca de novas experiências; aventura; desafio pessoal e físico; desfrutar de experiências em grupo.
Mercados emissores: nacional, alemão, checo e polaco (Eurostat, 2021).
PERFIL DE TURISTAS E MERCADOS
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 119
Turismo náutico RECURSOS E ATIVOS
• Albufeira do Cabril, rio Zêzere (Pedrogão Grande)
• Articulação com percursos pedestres, praias fluviais
• Costa atlântica e praias
Organização colaborativa Sustentabilidade e respeito pelo meio ambiente Autenticidade da experiência Interação com a cultura local e com a comunidade Acessibilidade Segurança
ATIVIDADES E SERVIÇOS
PROJETOS E APOSTAS
• Estação náutica de Pedrógão Grande e integração na Rede de Estações Náuticas (Fórum Oceano)
• Atividades náuticas albufeiras do Cabril, Bouçã e Ribeira de Pera
• Surf e desportos náuticos (Marinha Grande)
• Experiências 'combinadas' ex.: aulas de Yoga, SUP, etc., associando o náutico ao bem-estar
ATRIBUTOS CENTRAIS A CONFERIR AO PRODUTO
Perfil de turistas: graus de formação académica médio; médio/alto poder de compra; grupos de adultos ou jovens adultos.
Motivações: contacto constante com a água, usufruir bons momentos com amigos; ter experiências de aventura; experienciar novas emoções; eventos náuticos. Mercados emissores: nacional, alemão, escandinavo e inglês (PENT, 2007).
PERFIL DE TURISTAS E MERCADOS
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 120
Gastronomia e vinhos RECURSOS E ATIVOS
• Feiras gastronómicas: Feira das Nozes (Figueiró dos Vinhos), Feira do Queijo Rabaçal” e Capital do Chícharo” Festival Gastronómico (Alvaiázere), Feira dos Pinhões (Ansião), Feira de Doçaria Conventual (Figueiró dos Vinhos), Prove Leiria Doçaria e Feira de Leiria
• Produtos locais específicos: chícharo, nozes, pinhão, queijos de ovelha e cabra, cabrito e o borrego de Sicó.
• Gastronomia local: sopa do lavrador, morcela de arroz, negritos, lentriscas, bacalhoada com migas, bacalhau com feijão-frade, ossinhos, fritada, cabrito, leitão, maranhos, feijoada de javali, fritada dos peixinhos; chanfana (Chainça); bacalhau com chícharos (Santa Catarina da Serra), cabidela com chícharo, chicharada de chocos, chicharada com legumes, sardinha Albardada, favas guisadas, papas com Farinha de Milho, arroz de tortulhos, migas de Leiria, caldeiradas, feijoada de chocos com camarão, trutas grelhadas, achigã e o bordalo com molho verde;
• Doçaria: Brisas do Lis; Lampreia de Ovos; Ovos Folhados; Bolinhos de Pinhão; Castanhas queimadas; Canudos de Leiria; Doce de amêndoa; Filhós de abóbora
• Vinhos da Terra de Sicó, vinhos da Encosta de Aires
• Quintas e Adegas – Caves Vidigal Wines (Cortes, Leiria), LMH Wines, quinta da Serradinha (Leiria)
Cultura
Imersão
Experiência
Degustação Qualidade
Autenticidade
ATRIBUTOS CENTRAIS A CONFERIR AO PRODUTO
EXISTENTES
ATIVIDADES E SERVIÇOS
• Feira gastronómicas
• Provas de produtos da gastronomia local (por ex. Adega Joaquim
D'Avó - Santa Catarina da Serra, Libações De Baco - Pombal)
APOSTAS
• Atividades relacionadas com a produção ou colheita do vinho (vindima)
• Prova de vinhos
• Menus temáticos na restauração que apelem a realização de pratos apenas utilizando produtos endógenos
• Workshops e concursos gastronómicos
• Lojas especializadas na gastronomia local
• Comercialização de cabazes temáticos (épocas festivas)
• Roteiros gastronómicos
• Atividades de showcooking
Perfil de turistas: graus de formação académica elevados; médio/alto poder de compra; mais voltado para uma faixa etária de adultos ou séniores. Turista exigente e que dá valor à qualidade e autenticidade.
Motivações: experimentação de algo novo e típico; socialização; degustação de vinhos; status e prestígio; aprofundar o conhecimento e aprendizagem relativa a este património intangível.
Mercados emissores: nacional, francês, holandês e inglês (PENT, 2007).
PERFIL DE TURISTAS E MERCADOS
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 121
Turismo termal RECURSOS E ATIVOS
• Parque Termal de Monte Real: Termas de Monte Real, Palace Hotel de Monte Real & Spa
• Estabelecimentos hoteleiros em Monte Real
• Castelo de Monte Real
• Agromuseu Dona Julinha e Museu Etnológico
Relaxamento e reequilíbrio Confiança clínica
ATIVIDADES E SERVIÇOS
EXISTENTES
• Tratamentos termais clínicos
• Programas de SPA
ATRIBUTOS CENTRAIS A CONFERIR AO PRODUTO
Perfil de turistas: graus de formação académica média/baixa; médio poder de compra; grupos organizados de séniores ou adultos, mas também infantil
Motivações: saúde e bem-estar; relaxamento do corpo e da mente; tratamento de doenças; lazer; escape ao stress diário; procura de bem-estar físico e psicológico; socialização e entusiamo.
Mercados emissores: nacional e alemão (PENT, 2007).
PERFIL DE TURISTAS E MERCADOS
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 122
7. PROPOSTA PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA DE EFICIÊNCIA COLETIVA NA REGIÃO DE LEIRIA
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 123
7.1.Condições de partida tendo em vista a construção de uma EEC
O presente trabalho apresenta um Diagnóstico do turismo na Região de Leiria, contextualizando-o no quadro das macrotendências do setor, das estratégias e das relações com as regiões envolventes, propondo um conjunto de produtos turísticos (produtos estratégicos diferenciadores, de sustentação e continuidade e de nicho, e ainda um conjunto de produtos complementares) alinhados com uma visão e os respetivos objetivos estratégicos.
Para além do objetivo central que o exercício cumpre de elaborar um referencial para a estratégica turística da Região de Leiria no horizonte 2030, o processo cumpre ainda um objetivo operacional, essencial neste exercício, de planeamento colaborativo: fundamentar a preparação e a apresentação de uma candidatura de reconhecimento de uma Estratégia de Eficiência Coletiva (EEC) de Turismo centrada na Região de Leiria, no quadro do Regulamento n.º 371/2022 - Reconhecimento de Estratégias de Eficiência Coletiva.
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 124
Figura 83 – Construção da EEC: componentes de trabalho
Fonte: Elaboração própria
Baseado no diagnóstico traçado e num subsequente exercício SWOT relativo ao turismo na Região de Leiria, o ponto de partida agregador para a construção e reconhecimento desta EEC assenta, diretamente, na visão formulada e, particularmente, no primeiro dos objetivos estratégicos formulados: dotar a Região de Leiria de condições para ativar um destino turístico territorialmente alargado, inserido dentro do Centro de Portugal, apostando numa lógica integrada de maior especialização da oferta de produto e dos segmentos da procura.
Por outras palavras, trata-se de desenvolver uma EEC de matriz territorial e multidimensional, suscetível de gerar condições e dinâmicas colaborativas inovadoras para a criação de valor no setor, por via da valorização integrada dos produtos estratégicos, da redução da sazonalidade e do estímulo a um modelo turístico sustentável, com impactos positivos na promoção da coesão territorial e ao nível das comunidades locais, do ambiente e recursos, da capacitação das instituições e empresas e da qualificação das pessoas.
São várias as razões que fundamentam a opção por uma EEC baseada no território, podendo configurar um futuro destino turístico, as quais se explicitam de seguida:
1. Destacamos, em primeiro lugar, que esta opção é favorecida pela diversidade de recursos e ativos que a região possui, bem como do conjunto de produtos turísticos, consolidados e emergentes, atualmente disponíveis no mercado e do seu potencial de integração e estruturação.
Este contexto sugere que há vantagens na adoção de uma EEC baseada na ativação de um destino turístico, a partir da Região de Leiria, e não baseada numa ótica temática ou de aposta num produto turístico principal.
Note-se que esta diversidade é uma condição de base para a geração de dinâmicas que permitam atingir os objetivos de aumento da estada média e de redução da sazonalidade turística na Região de Leiria. Ela é também condição essencial para a atração de mercados turísticos como o italiano, o francês e o brasileiro, que evidenciam motivações mais diversificadas e são estratégicos para o turismo português e regional.
2. Em segundo lugar, o facto de existirem, na região, exemplos relevantes de trabalho em rede e concertado na gestão e promoção de ativos e recursos - exemplos como Cidades Criativas na Rede da UNESCO, Rede Cultura 2027, Rede das Aldeias de Xisto, Terras de Sicó, Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, etc., e na organização de alguns produtos turísticos - exemplos da Grande Rota do Zêzere, Rotas das Aldeias de Xisto, Rede de Monumentos Património Mundial da Região Centro, etc., vem também reforçar os fatores favoráveis para a construção desta EEC de matriz territorial e multidimensional.
Deve assinalar-se o facto de uma boa parte destas redes de cooperação extravasarem o território estrito da Região de Leiria, o que justifica, por sua vez, que a aposta na ativação-consolidação de um destino turístico deve ter uma lógica territorialmente alargada, abrangendo municípios que integram CIM vizinhas. Apenas esta lógica territorialmente alargada permitirá atingir a escala de oferta turística necessária para que se consiga projetar a visibilidade e atratividade da região em termos internacionais, permitindo reduzir a dependência tão elevada do mercado turístico doméstico.
3. Em terceiro lugar, esta perspetiva de EEC baseada no território permitirá responder a um conjunto de desafios, relevantes do ponto de vista do setor do turismo, que são comuns às comunidades locais e aos agentes do setor presentes no território alargado.
Uma EEC com esta natureza permitirá gerar dinâmicas de investimento que compensem as significativas assimetrias territoriais existentes em matéria de oferta de serviços, no alojamento e na restauração, mas também na estruturação do tecido empresarial orientado para a disponibilização de serviços de animação turística. Como vimos, as tendências recentes dos perfis de procura turística, nomeadamente póspandemia COVID-19, vêm reforçar as oportunidades para os territórios que oferecem as amenidades ambientais e de proximidade às comunidades locais que são próprias dos territórios rurais e de baixa densidade. Estas oportunidades devem ser encaradas numa perspetiva colaborativa entre os agentes públicos e privados.
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 125
4. Em quarto lugar, se atendermos a alguns fatores que ameaçam uma aposta consistente da Região de Leiria num turismo sustentável e competitivo, no mercado internacional e nacional, encontramos igualmente razões para a preferência por uma abordagem coletiva baseada no território e na estruturação de um destino turístico. Aspetos como a imagem de insegurança relacionada com os fogos florestais, alguma desqualificação ambiental do espaço territorial industrializado ou a dependência do meio de transporte rodoviário individual, podem ser mitigados ou minimizados mobilizando a cooperação e concertação entre os agentes, públicos e privados, e em escalas territoriais mais alargadas.
5. Uma quinta razão prende-se com o facto de a estratégia dever também estar focada na organização e inovação de produto, indispensáveis para a afirmação de um destino turístico diferenciador e competitivo. Esta perspetiva exige uma elevada articulação entre os agentes públicos e privados empresariais e os centros de I&D e inovação (particularmente o Instituto Politécnico de Leiria), que será altamente favorecida e facilitada no quadro colaborativo que é próprio de uma EEC.
6. Por fim, a EEC de matriz territorial é, por outro lado, um meio favorável para melhorar as relações e a concertação entre a oferta e a procura de formação no domínio do turismo, garantindo a otimização dos recursos formativos disponíveis na região na capacitação de um volume de trabalhadores com competências adequadas à evolução do setor.
Concluindo, o conjunto de razões explicitadas são, paralelamente e como se pode verificar, respostas adequadas ao conjunto de objetivos estratégicos enunciados, que fundamentam a Visão para o Turismo da Região de Leiria em 2030 formulada.
Figura 84 – Razões que suportam uma EEC baseada no território
Existência e dinâmica de redes de cooperação
Melhoria do sistema de oferta e procura de formação e qualificação de profissionais / recursos humanos
EEC baseada no território
Viabilização de uma aposta mais centrada na inovação e organização de produto
Elevada diversidade de recursos e ativos com potencial turístico
Dinâmicas de invetimento com impacto na coesão territorial Mitigação e minimização de condições desfavoráveis à aposta num turismo sustentável e competitivo
Fonte: Elaboração própria
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 126
7.2.Resultados a atingir com o processo de reconhecimento da EEC
Os resultados e as metas a atingir com a preparação, o reconhecimento e a implementação de uma EEC podem ser encarados a vários níveis, que decorrem tanto do processo de construção e de operacionalização da EEC, como das dinâmicas futuras geradas a partir desta.
Figura 85 – Resultados a atingir com processo de reconhecimento da EEC
Resultados ao nível da governance
Criação de Valor
Redução
ao nível da performance e sustentabilidade
Resultados ao nível do investimento e financiamento
Fonte: Elaboração própria
b. criação de práticas e mecanismos de cooperação entre agentes do setor, sejam públicos ou privados, que devem, desejavelmente, prolongar-se para o futuro (pós-EEC), atendendo à sua importância para a sustentabilidade do processo de desenvolvimento turístico.
c. melhoria dos níveis de integração entre as políticas para o setor do turismo e outras políticas (territoriais ou setoriais), decorrente do processo colaborativo e da sua monitorização e avaliação.
1. Ao nível da governance do setor do turismo:
a. maior concertação entre municípios, gerando economias e criando um contexto de transparência e confiança que tenderá a fortalecer a coesão do destino turístico e o exercício das competências nesta matéria detidas pela CIM e autarquias;
2. Ao nível dos recursos de investimento e financiamento para o setor do turismo:
a. criação de condições atrativas para o investimento privado no setor, seja de imediato (a EEC mobiliza mecanismos que incentivam este investimento), seja no médio-longo prazo (resultantes da ativação e consolidação do destino turístico).
b. captação de recursos financeiros para investimento público no setor, também na lógica do curto e do médio-longo prazo (neste caso, pela construção coletiva de um referencial devidamente concertado para o investimento).
c. integração e mobilização de instrumentos de financiamento, designadamente no quadro do PT2030, especificamente do Programa Regional do Centro, no âmbito do qual a figura dos ITI CIM prevê financiamento na seguinte tipologia (no seu eixo 3): “estruturação de produtos turísticos com vista à criação de destinos turísticos de dimensão sub-regional e local” (para além de outras tipologias que podem ser mobilizadas, como regeneração urbana, valorização de património cultural e natural, funcionalização de edifícios para valorização de ativos territoriais, entre outras).
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 127
da sazonalidade Coesão Territorial Impacto na Comunidade Local Ambiente e Recursos Qualificação do Capital Humano Outras METAS DA EEC
Resultados
3. Ao nível da performance e sustentabilidade do setor do turismo
As metas concretas a atingir pela EEC (de acordo com o artigo 3º, ponto 2 do Regulamento n.º 371/2022) serão definidas no âmbito da preparação da EEC e dependerão do plano de ação e dos projetos que o vierem a integrar. Estas metas referem-se:
a. à performance económica gerada no setor (criação de valor e redução da sazonalidade, aspetos evidenciados ao longo deste relatório);
b. à dimensão de sustentabilidade ambiental, territorial e social, exigida para reconhecimento da EEC e fundamental para a consolidação competitiva do destino turístico Região de Leiria.
O Regulamento n.º 371/2022 estabelece o quadro mínimo de resultados para os quais devem ser definidas metas e indicadores de acompanhamento.
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 128
7.3.Caminho crítico para a elaboração da candidatura a reconhecimento da EEC
A primeira etapa a percorrer, que é essencial para conferir uma base sólida a todo o processo, é a da construção de um consenso em torno da natureza da EEC, baseada nas propostas feitas nas secções anteriores.
Desde logo, a CIM da Região de Leiria (ou seja, os municípios que a integram) deve dar os passos iniciais, envolvendo os representantes dos territórios vizinhos, dando a necessária cobertura política e institucional à iniciativa.
A proposta de visão, objetivos e pilares (produtos e mercados) deve ser apresentada e discutida com os agentes do setor, no sentido de gerar perspetivas convergentes, identificar os elementos agregadores e constituir o grupo de entidades que devem integrar a parceria para a EEC. Este trabalho colaborativo e de concertação permitirá, paralelamente, identificar oportunidades e desafios que possam não ter sido sinalizados nesta fase inicial do processo (que se conclui com a apresentação do presente Relatório). Refira-se, por exemplo, projetos já previstos/ existentes nos outros territórios que eventualmente possam acrescentar substância e robustez à visão e objetivos que aqui são propostos, para além de viabilizar a identificação dos projetos âncora.
Deve notar-se que esta etapa não deve ser encarada como tendente a excluir qualquer agente, dado que pode admitir-se que muitos estarão alinhados com as propostas, mas não disponíveis para uma participação ativa no processo.
Deve seguir-se a estruturação do modelo de parceria para a fase de conceção da EEC, projetando desde logo o modelo de gestão e liderança para a futura fase de implementação.
Com base neste modelo de trabalho coletivo, serão identificados os projetos que darão corpo à EEC (projetos âncora, complementares e transversais), incluindo a avaliação prévia da sua sustentabilidade e
contributo para os objetivos centrais da EEC. O plano de ação deve respeitar os condicionalismos impostos pelo Regulamento n.º 371/2022.
A partir desta fase, a parceria estará em condições de definir um modelo de gestão e liderança definitivo, bem como o quadro de metas a alcançar e os mecanismos de monitorização da implementação da EEC, consolidando a proposta final a submeter à apreciação do Turismo de Portugal, IP. Desta apreciação poderão resultar recomendações tendentes a melhorar alguns aspetos da proposta.
Os mecanismos de acompanhamento, monitorização e avaliação que forem definidos e aplicados em fase de implementação devem ser entendidos numa perspetiva on going, isto é, suscetíveis de permitir ajustar o desenho e as opções concretas da EEC no sentido de esta atingir os seus objetivos.
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 129
ELABORAÇÃO
UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O
RECONHECIMENTO
ESTRATÉGIAS
EFICIÊNCIA
Figura 86 – Caminho crítico para a elaboração e reconhecimento de uma EEC
Concertação intermunicipal
•Perspetiva de território alargado.
Envolvimento de agentes do setor
•Empresas, instituições e outros stakeholders.
•Identificação de parceiros formais para a EEC.
Preparação da EEC
•Modelo de gestão e liderança
•Projetos
•Metas e indicadores
Reconhecimento da EEC
•Ajustamentos. Implementação da EEC
•Monitorização e avaliação
Fonte: Elaboração própria
DE
POSTERIOR
DE
DE
COLETIVA (EEC) 130
ANEXO – Informação sistematizada com base nas respostas dos Municípios ao inquérito / levantamento de informação
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 131
Alvaiázere
• Complexo megalítico do Rego da Murta
• Caminho de Santiago
• Moinho de vento da Avanteira
• Povoado da Idade do Ferro
• Azenha de Maçãs de Caminho
• Capela de Nossa Senhora dos Covões
• Igreja Velha de Almoster
• Igreja Matriz de Alvaiázere
Património cultural material
Ansião
• Complexo Monumental de Santiago da Guarda
• Paços do Concelho
• Moinho da Melriça
• Moinho do Monte da Ovelha
• Moinhos do Outeiro (visitas mediante marcação prévia)
• Padrão Seiscentista
• Painel da Rainha Santa Isabel e o Ancião
• Ruínas da Torre da Ladeia
• Arqueossítio do Carvalhal – Santiago da Guarda
• Ponte da Galiz, no Marquinho
• Ponte da Cal
• Pelourinhos de Ansião, Avelar, Chão de Couce, Pousaflores
• Cruzeiro Centenário de Pousaflores
• Capela da Granja – Senhora da Orada, Santiago da Guarda
• Ruínas do Paço dos Jesuítas, Granja, Santiago da Guarda
• Capela da Constantina
• Solares setecentistas em Ansião e em Alvorge
• Igreja Matriz de Torre de Vale de Todos (esculturas de João de Ruão).
• Igreja Paroquial de Ansião/ Igreja de Nossa Senhora da Conceição (pintura de José Malhoa).
• Ponte do Marquinho (não está sinalizada)
• Quinta de Cima (visitável apenas do exterior)
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 132
Batalha
Castanheira de Pera
Figueiró dos Vinhos
Património cultural material
• Mosteiro de Santa Maria da Vitória - Batalha (PM)
• Ponte da Boutaca (pode ser potenciada como elemento de ligação do Mosteiro ao Edifício da primeira posição)
• Ermida e Santuário de Nossa Senhora do Fetal
• Moinhos de São Mamede (propriedade privada; visitas à envolvente; alguns abrem por solicitação)
• Grutas da Moeda
• Pia do Urso (Centro de interpretação aberto apenas durante o Verão)
• Capela e poços da neve em Santo António da Neve (IIP)
• Igreja Matriz de Figueiró dos Vinhos (MN) (pintura de José Malhoa)
• Convento de Nossa Senhora do Carmo (IIP)
• Torre da Cadeia (IIP)
• Casulo (IIM)
• Pelourinho de Aguda (IIP)
• Cruz de Ferro
• Edifício do Clube Figueiroense
• Azulejos dos Paços do Concelho
• Ermida de São Simão
• Ferrarias da Foz de Alge Leiria
• Conjunto monumental do Castelo de Leiria
• Sé de Leiria
• Centro Histórico de Leiria
• Mercado de Sant’Ana
• Parque termal de Monte Real e Palace Hotel
• Convento de Santo Agostinho/Museu de Leiria
• Santuário da Nossa Senhora da Encarnação
• Santuário de Nosso Senhor dos Milagres
• Castelo, Paço Real e Casa da Câmara de Monte Real
• Moinho do Papel
• Estação Ferroviária de Leiria
• Igreja S. Francisco
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 133
Património cultural material
• Igreja da Misericórdia (antiga Sinagoga)
• Igreja Senhora do Monte
• Arte pública
Marinha Grande
• Conjunto arqueológico do Alto-Forno de Pedreanes (necessita de intervenção ao nível da interpretação e museologia)
• Casa Alpendrada / Casa do Vidreiro (apenas visitável o exterior)
• Conjunto escultório em memória de D. Dinis e de D. Isabel
• Farol de S. Pedro de Moel
• Igreja matriz da Marinha Grande
• Capela da Praia da Vieira ou “Capela dos Pescadores” (visitas mediante solicitação prévia)
• Património Stephens: Museu do Vidro, Teatro, Jardins, Biblioteca Municipal, Escola Profissional e Artística e toda a área fabril
• Museu Joaquim Correia e estátua Orfeu
• Casa-Museu Afonso Lopes Vieira
• Casario característico de S. Pedro de Moel
• Busto de Guilherme Stephens
• Cruzeiro da Independência
• Monumento ao 18 de janeiro
• Postos de Vigia (4) da Mata de Leiria (podem ser mais promovidos a nível turístico) Pedrógão Grande
• Igreja Matriz
• Ponte Filipina
• Torre do Relógio
• Aldeia da Picha Pombal
• Castelo de Pombal (visitas guiadas asseguradas pelos técnicos do Município; estão também disponíveis áudio guias no castelo e no Posto de Turismo)
• Igreja e Convento do Louriçal (ao contrário do convento, a igreja é visitável mediante marcação prévia).
• Igreja de São Martinho, Matriz de Pombal
• Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Matriz da Redinha
• Igreja de São Tiago, Matriz de Louriçal
• Igreja de Nossa Senhora das Neves, Matriz de Abiul
• Igreja da Misericórdia de Louriçal
• Torre do Relógio Velho (MN)
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 134
Património cultural material
• Centro histórico e Praça Marquês de Pombal
• Museus Marquês de Pombal e Arte Popular Portuguesa (edifícios pombalinos
• Ermida de Nossa Senhora da Guia, Guia
• Ermida de Nossa Senhora da Estrela, Poios
• Aqueduto de água do Convento do Louriçal.
• Pelourinhos e cruzeiros do Louriçal, Redinha, Abiul e Pombal.
• Ponte de Dona Maria, Pombal (antiga estrada real).
• Ponte Românica, Redinha.
• Achados paleontológicos (jazida dos Andrés)
• Moinhos de vento – Corujeiras e Vermoil (apenas o primeiro é visitável mediante marcação prévia).
Porto de Mós
• Castelo de Porto de Mós (frequentes atividades de animação turística e cultural)
• Capelas, igrejas, moinhos, pelourinhos e praças
• Igreja São Miguel (painéis de azulejaria)
• Casa dos Calados (antiga Real Fábrica do Juncal)
• Moinhos (3)
• Central das Artes (central Termoelétrica dos anos 30, com 4 espaços expositivos e os espaços de trabalho dos serviços de turismo da CMPM)
• Fontanários, fontes, lavadouros, barreiras, cruzeiros, nichos, coretos, ermidas, homenagens esculpidas em pedra;
• Muros de pedra seca
• Via Romana (recentemente reabilitada)
• Ponte Medieval Rio Cavaleiro
• Ponte Romana da Freixa da Fonte dos Marcos
• Túneis do antigo caminho-de-ferro
• Arco da Memória
• Telhados de Água (Mendiga e Serro Ventoso)
• Minas da Bezerra (não é visitável nem tem elementos interpretativos, mas há quem aceda ao interior)
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 135
Alvaiázere
Ansião
Património cultural imaterial
Batalha
• Artesanato: cestaria, trapologia, tecelagem, latoaria (não se encontra ativa)
• Romaria em honra da Nossa Senhora da Guia
• Lenda da Rainha Santa de Ansião.
• Lendas, músicas, cantigas, provérbios
• Lenda das Grutas da Moeda
• Lenda da Pia do Urso
• Procissão dos Caracóis/Festa de Nossa Senhora do Fetal
• Festas da Santíssima Trindade
• Encamisada (dinamizada por privados, com potencial de valorização)
• Aldeia Pintada (Reguengo do Fetal)
• Arte da cantaria
• Morcelas Brancas de Arroz
Castanheira de Pera
Figueiró dos Vinhos
Leiria
Marinha Grande
Pedrógão Grande
Pombal
• Laínte da Casconha
• Fabrico do barrete
• Ofício do neveiro (Santo António da Neve)
• Laínte
• Romaria a São Simão/ Feira das Nozes
• Olaria da Bajouca
• Arte Xávega (praia de Pedrógão)
• Património imaterial associado à fabricação do Vidro (concluído levantamento do património oral).
• Arte Xávega
• Pinheiro Bravo, Resina e Resineiro (Aldeia da Picha)
• Arte do Bracejo da Ilha
• Acontecimentos e figuras que marcam a história de Pombal: Reconquista Cristã e Invasões Francesas, Mestre D. Gualdim Pais, D. Dinis, D
Manuel I e Marquês de Pombal
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 136
Porto de Mós
• Lendas associadas à Praia do Osso da Baleia, Mata do Urso, Ermidas, Bodo de Pombal, Bodo de Abiul, Al-Pal-Omar – Castelo de Pombal.
• Cultura conventual de culto religioso e doçaria conventual (Convento do Louriçal)
• Cultura serrana, manifestada no património vernacular e no modo de vida rural (construção, agricultura e pastorícia).
• Calão Mirense
• Azulejaria (ligada à antiga Real Fábrica do Juncal)
• Cestas de junco
• Mantas de Mira de Aire
• Olaria
• Grafites, Casa do Cantoneiro, Stone Art, murais.
Património natural
Alvaiázere
Ansião
Batalha
• Serra de Alvaiázere
• Mata do Carrascal e moinho de vento
• Nascente do olho do tordo
• Algar da água
• Dolinas da Banhosa, do Bofinho e das Bouxinhas
• Gruta do Bacelinho
• Megalapiás da Mata
• Praia Fluvial de Maçãs de D. Maria
• Carvalho cerquinho
• Baloiço da serra
• Mata Municipal
• Paisagem do Miradouro da Serra do Mouro
• Serra da Portela
• Olhos d’Água e Nascente do Rio Nabão (subterrâneo)
• Parque Verde do Nabão
• Miradouros Anjo da Guarda, da Ateanha, de Melriça e dos Moinhos de Outeiro
• Maciço Calcário Estremenho – Planalto de São Mamede
• Sítio das Serras de Aire e Candeeiros (ZEC/ Rede Natura)
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 137
• Grutas da Moeda
• Pia do Urso (aldeia e Ecoparque)
• Pia da Ovelha
• Escarpa de Falha
• Buraco Roto
• Mata do Cerejal
• Vale do Lena
Castanheira de Pera
Figueiró dos Vinhos
Leiria
Património natural
Marinha Grande
• Passadiço da Ribeira das Quelhas – Coentral Grande
• Praia Fluvial do Poço Corga
• Praia Fluvial das Rocas
• Ribeira das Quelhas
• Ribeira de Pera
• Serra da Lousã (Sítio Serra da Lousã - Rede Natura)
• Quercus Robur - Árvore de Interesse Publico
• Ribeira de Alge e Foz de Alge (Rio Zêzere)
• Passadiços e miradouros das Fragas de São Simão
• Fragas do Cercal
• Serra da Lousã
• Praia Fluvial Ana de Aviz
• Praia Fluvial Fragas de São Simão
• Cortes-Fontes (nascente do Rio Lis)
• Vale do Lapedo
• Mata Nacional de Leiria
• Mata da Curvachia
• Azubucho, Pousos (Rede Natura)
• Percurso Polis
• Praia do Pedrógão
• Lagoa da Ervedeira
• Praia de São Pedro de Moel
• Praia Velha
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 138
Pedrógão Grande
• Praia da Concha
• Praia do Samouco
• Praia Pedras Negras
• Praia da Vieira
• Mata Nacional de Leiria
Património natural
Pombal
Porto de Mós
• Cordão Dunar Litoral (necessita de mais comunicação e divulgação)
• Penedo da Saudade (Farol de S. Pedro)
• Pinheiros serpentes - Árvore de Interesse Público
• Praia Fluvial do Mosteiro
• Praia Fluvial Lazer Mega Fundeira
• Praia Fluvial do Cabril
• Foz da Ribeira de Pera
• Açudes dos Rodrigues, da Boiça, Granito
• Mata Nacional do Urso
• Praia do Osso da Baleia e orla costeira
• Serra de Sicó
• Vale do Poio Novo e do Poio Velho
• Maciço Calcário de Sicó
• Exsurgências do Anços e do Ourão
• Buracas, grutas, escarpas, paredes rochosas calcárias, dolinas e lapiás
• Fauna (p.ex. cavernícola) e flora associada ao Maciço Calcário de Sicó (endemismos).
• Vale de Carnide, junto à ribeira com o mesmo nome
• Campos Do Baixo Mondego (cultura de arroz)
• Sítios Rede Natura
• Corredor ribeirinho do Arunca e passadiços.
• Miradouro da Senhora da Estrela.
• Grutas de Mira de Aire
• Grutas de Alvados e Santo António (grande potencial, mas estão ainda pouco divulgadas)
• Ventas do Diabo (acesso muito difícil)
• Fórnea
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 139
Alvaiázere
Património natural
• Miradouro do Chão das Pias
• Miradouro Jurássico
• Miradouro do Cruzeiro de São Miguel do Peral
• Praia Jurássica (não se pretende que tenha acesso público, mas tem placas sinalizadoras)
• Polje de Mira-Minde
• Nascente do Rio Pena, Poio
• Lagoas do Arrimal
• Lagoa de Alvados
• Pias (não está suficientemente sinalizado)
• Areeiro da Serra (não é muito divulgado do ponto de vista turístico, dados os riscos associados)
• Algares, lapas
• Rio Lena
• Patelo e Vale da Canada
Percursos, rotas e roteiros
• Caminhos de Fátima: Rota Carmelita https://caminhosdefatima.com/caminhos/rota-carmelita
• Caminho de Santiago
• Percursos pedestres:
PR 1 AVZ- Por Trilhos de Al-Baizir
PR2 AVZ- Encantos do Vale da Mata
PR3 AVZ- Percurso da Grande Fórnea
PR4 AVZ- Percurso Pedestre dos Megalápias
PR5 AVZ- Percurso da Ribeira do Tordo
PR6 AVZ- Encontros entre o sagrado e o profano
• Grandes Rotas:
GR35 AVZ – Grande Rota de Alvaiázere
GR26 – Grande Rota Terras de Sicó
• Percurso pedestre de maçãs de Dona Maria (em implementação)
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 140
Ansião
• Caminhos de Fátima: Rota Carmelita https://caminhosdefatima.com/caminhos/rota-carmelita
• Grandes rotas:
GR26 - Grande Rota Terras de Sicó
• Percursos pedestres:
PR1 ANS - Rota do Bonfim
PR2 ANS - Rota Romana
PR3 ANS - Rota dos Pinhais
PR4 ANS - Rota das Picotas
PR5 ANS - Rota das Vilas
PR6 ANS - Rota do Vento
PR7 ANS - Rota da Ladeia
• Rede de Castelos e Muralhas do Mondego
Roteiro D. Sesnando
Roteiro D. Afonso Henriques
Roteiro D. Gualdim Pais;
• De Roma a Portugal – uma viagem de 1500 anos – Livro e 7 roteiros com temáticas diferentes: Romanização, Conímbriga, Idade Média, Pontes, Santos, … (CIM Região de Coimbra e Parceiros da Rede)
• Percursos Artísticos – Territórios de Pedra. Batalha
• Rota da Vila Heroica
• Rota da Fé
• Rota do Carso (descoberta de riquezas geológicas
• Roteiro Batalha para além do Mosteiro
• Roteiro infantil Desfrutar com a pequenada
• Percursos pedestres (em processo de homologação):
PR1- Mata do Cerejal
PR2- Buraco Roto
PR3- Rota dos Moinhos
PR4- Caminho de Ferro Mineiro do Lena
PR5 - Rota das Pedreiras Históricas do Mosteiro da Batalha
PR6 – Trilho da Raposa
• Trilhos BTT
Castanheira de Pera
• Percursos pedestres:
PR1 CPR Rota dos Coentrais
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 141
Figueiró dos Vinhos
PR2 CPR Rota das Levadas
PR3 CPR Rota dos Neveiros
PR4 – Trilho Terras de Peralta;
PR5 – Murmúrios da Floresta;
PR6 – Rota da Ribeira de Pera – Memoria dos Lanifícios
• Percurso Nas fragas da Ribeira das Quelhas
• Percurso Pelos encantos da Vila
• Percurso das Fragas de São Simão
• Rota da Escultura – Territórios de Pedra
• Rota Esporo
• Rota de Arte Urbana Fazunchar
• GRZ 33 - Grande Rota do Zêzere
• PR1 FVN - Caminho do Xisto do Casal de São Simão (integrado nos Percursos de aldeia da Rede das Aldeias do Xisto)
• Percursos de BTT e Cicloturismo das Aldeias do Xisto, com base no centro de BTT das Ferrarias de São João
• Trilho dos Moinhos
• Trilhos da Aldeia do Vale do Rio (Rio e Cascata)
Leiria
• Percursos Pedestres:
PR1 Rota do Vale do Lapedo
PR2 Rota das Termas D’El Rei
PR3 Rota dos Moinhos do Rei
PR4 Rota da Nascente do Rio Lis
PR5 Rota do Peregrino
• Rota Leiria Histórica
• Percursos Conhecer Monte Real
• Rota das Árvores
• Roteiros Culturais: Roteiro de Ernesto Korrodi
Roteiro D’O Crime do Padre Amaro
Roteiro da Judiaria de Leiria
Arte em Espaço Público
Roteiro dos Escritores de Leiria
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO – PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 142
Marinha Grande
• Percursos pedestres:
Da Orla Costeira ao Ribeiro de São Pedro
Da Orla Costeira às Pedras Negras
Trilho do Antigo Comboio-de-Lata
Pelas margens do Rio Lis da Ponte da Bajanca à Arte Xávega na Praia da Vieira
Pedrógão Grande
• Percursos pedestres:
PR 1 - Trilho do Património
PR 2 - Trilho dos Romanos
PR 3 - Cabeço das Mós
PR 4 - Trilho do Açude dos Rodrigues
PR 5 - Na Senda da Ribeira de Pera
PR 6 - Contra a corrente em direção ao Açude
PR 7 - Marginal da Albufeira do Cabril
PR 8 - Marginal da Albufeira da Bouçã
PR 9 - GOI- Trilho do Castelo Vale D’Armunha
PR 10 - Trilho de Mega Fundeira
• Rota dos Açudes
• GRZ 33 - Grande Rota do Zêzere (Troço de Pedrógão Grande)
Pombal
• Percursos pedestres:
Trilho da Baleia Verde – Carriço (temporariamente indisponível)
Trilho da Lagoa São José (temporariamente indisponível)
Trilho do Picoto
Rota das Fontes – Meirinhas
• Grandes Rotas:
GR26 Grande Rota Terras de Sicó: Rota da Tauromaquia; Rota do Azeite; Rota do Paleolítico; Rota do Lapiás
• Circuitos turísticos:
Rota Pombalina
Roteiro das Figuras com História
Rota dos Pinhais e das Praias
Rota dos Templários e do Barroco
Caminhos de Fátima
Da Estrada Atlântica ao Louriçal:
Do Louriçal ao Pedrógão Grande:
De Leiria à Estrada Atlântica:
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–
Rota Botânica (em fase de implementação)
Percurso da Estação da Biodiversidade de Vale de Poios
Percursos Quercus (não sinalizados e pouco conhecidos): P6 – O Vale do Anços e as Aldeias Serranas; P7 – O Canhão do Vale do Poio Porto de Mós
• Percursos pedestres:
PR1- Arco da Memória
PR2- Planalto da Mendiga e Algar da Bajanca
PR3- Castelejo, Alvados e S. Bento
PR4- Fórnea
PR5- Serra dos Candeeiros (Rota das Flores)
PR6- Rota do Carvão
PR7- Rota da Calçada Romana
PR8- Percurso da Batalha de Aljubarrota
PR9- Trilho da Fonte Falsa
PR10- Rota de Minde (Alcalena e Porto de Mós)
PR11- Percurso de Alcaria
PR12- Rota do Polge Mira- Minde • Percursos Equestres
ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DO TURISMO
PT 2030 PARA O POSTERIOR RECONHECIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA COLETIVA (EEC) 144
Matosinhos
Rua
Lisboa
Rua
Tomás Ribeiro, nº 412 – 2º 4450-295 Matosinhos Portugal Tel (+351) 229 399 150 Fax (´351) 229 399 159
Duque de Palmela, nº 25 – 2º 1250-097 Lisboa Portugal Tel (+351) 213 513 200 Fax (+351) 213 513 201 _ geral@quaternaire.pt www.quaternaire.pt