
1. O SURGIMENTO DA ORDEM DEMOLAY
Frank Sherman Land
A Ordem DeMolay surgiu junto da essência de seu próprio criador. Em certos momentos, a história de um é a história do outro. Para falar de DeMolay, é necessário, inicialmente, falar de Frank Sherman Land. Nascido em 21 de junho de 1890, Land sempre trouxe consigo fortes raízes religiosas e era conhecido por sua habilidade de estimular grandes aspirações nas pessoas, além de portar um elevado senso para organizar grandes ideias. Era, além de tudo, um amante das artes, tendo se dedicado ao Instituto de Artes de Kansas City em sua juventude, onde conheceu sua futura esposa, Nell, e se destacou realizando trabalhos de limpeza e embelezamento de sua cidade.
Curiosidade: No Instituto de Artes, Land tinha o costume de desenhar escudos heráldicos que remetiam à Cavalaria medieval. Essa inspiração e envolvimento com as histórias dos Cavaleiros foram decisivos para o processo de criação da Ordem DeMolay. Em uma das aulas, Land chegou a criar um emblema que, anos depois, viria a se tornar o primeiro emblema da Ordem DeMolay.
Quando criança, chamava a atenção da sua vizinhança por ser um garoto de apenas 10 anos que conduzia cultos religiosos para as crianças no porão da sua casa, em Saint Louis, Missouri, Estados Unidos da América. As cerimônias, para ele, haviam de possuir o mais profundo senso de devoção.
Em 1911, no seu aniversário 21 anos de idade, recebeu de presente um envelope da sua Vovó Sampson comunicando o desejo de seu falecido avô em vê-lo iniciar na Maçonaria. Cativado pela ideia, buscou alguém que pudesse o indicar para fazer parte da instituição, encontrando ajuda em dois dos fregueses habituais de seu restaurante, que resolveram auxiliá-lo.
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“O começo é o mais importante.”
No dia 24 de maio de 1912, com seus 22 anos de idade quase completos, Frank Land iniciava na Maçonaria pela Loja Maçônica Ivanhoe 446, de Kansas City, se tornando rapidamente um dos membros mais destacados e atuantes em seu meio.
“[…] A Maçonaria tocava um acorde acolhedor. Parecia alguma coisa que estava instintivamente procurando. Fornecia um meio de expressar seu amor fraternal, sua compaixão pelos que estavam com problemas e um escape para seu desejo de mudar ao homem. Era o doce som de clarins distantes que o chamaram a vida toda. Ele sentia que deveria entrar em todos os Grupos Maçônicos para ter seus ensinamentos, sua filosofia e inspiração de portas abertas. […]”
Em 1914, recebeu um convite para ser Secretário da Comissão de Assistência do Rito Escocês de Kansas City – oportunidade que mudou sua vida. Tendo prestado serviços a esse Corpo por vários anos, pôde atuar na distribuição de alimentos, provisões, mantimentos e vestuários para as famílias que sofriam com a Primeira Guerra Mundial, além da área de geração de empregos, tendo gerado, segundo registros, até o ano de 1923, cerca de 16 mil empregos.
Todo esse entusiasmo e idealismo, combinados, anos depois, a um jovem com quem havia se identificado profundamente, levou Frank a tomar uma decisão importantíssima: fundar uma organização que pudesse congregar jovens dispostos a fazerem a diferença na sociedade por meio do exercício de princípios morais. Estava perto de haver essa revolução.
Louis Gordon Lower“Eu, assim então, prometo e juro…”
A atmosfera carregava a tensão da Primeira Guerra Mundial, que recentemente havia chegado ao fim. Muitos dos jovens foram levados às trincheiras em busca de defender sua Pátria. Em seus retornos, a incerteza do futuro e o luto pairavam por todo o país. Muitos jovens se encontravam em dificuldades, precisando de apoio adulto para encarar os desafios que viver naquela época traria. Nas famílias em que os pais não estavam presentes, seja por terem falecido ou por qualquer outro motivo, essa responsabilidade era ainda mais intensa. O tempo se encarregaria de cruzar os caminhos de Frank Sherman Land com um desses jovens.
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Nascido em 02 de fevereiro de 1902, Louis Gordon Lower era filho de um contador e uma enfermeira e possuía três irmãos, sendo o mais velho entre eles. Tendo um perfil autoconfiante, trazia para si a responsabilidade de conduzir situações difíceis, principalmente em meio ao ambiente familiar. Era um garoto muito idealista, proativo e atento –qualidades que vieram a cativar Frank Land.

Antes do caminho de Land e Lower se cruzarem, houve um incidente fatal que foi determinante para que o encontro dos dois viesse a ocorrer: o pai de Louis Lower, Elmer E. Lower, veio a falecer após uma infecção na perna obtida após uma caçada. Elmer tinha um problema na perna devido a um acidente ocorrido quando criança; durante a caçada, torceu a perna mais uma vez e escorregou no chão enlameado, tendo que ser imediatamente levado ao hospital, onde faleceu semanas depois devido a infecção.
Apesar de trabalhar como enfermeira-chefe no Hospital Geral da cidade, a mãe de Louis Lower não conseguia dar conta dos cuidados aos seus quatro filhos. Esse fator o levou a buscar seu primeiro emprego.
Em sua jornada de busca, entrou em contato com o maçom Sam Freet, à época Primeiro Vigilante (Vice-Presidente) da Loja Maçônica Ivanhoe. Seu pai havia se tornado maçom, também naquela Loja, tendo chegado ao grau de Companheiro Maçom. Freet, sensibilizado, entrou em contato com Frank Land e solicitou ajuda para o jovem Louis, a fim de que seu emprego fosse arranjado e ele pudesse ajudar a família. Land comemorou o pedido, pois seu ritmo de trabalho no escritório estava acelerado e, portanto, precisava de ajuda.
O primeiro encontro entre Frank Sherman Land e Louis Gordon Lower foi altamente amistoso e seus perfis se convergiram muito bem.
“Apertar a mão desse jovem trouxe uma reação para Land que pareceu juntá-los numa experiência comum que os uniria por anos a fio. Louis radiava um caráter de honestidade, uma aptidão natural para a liderança e a graça dos movimentos de um atleta. […] A testa
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era alta e seus olhos azuis indicavam a amabilidade para completar o sempre presente sorriso nos lábios. Suas roupas mostravam desgaste e seu tamanho não eram compatíveis com sua idade, mas havia um toque de pureza nele. Frank pensou, “Se eu tivesse um filho, eu gostaria que ele fosse como esse rapaz”.
A fundação da Ordem DeMolay
“Nove garotos e um homem.”
Consolidado como um dos mais proeminentes prestadores de serviços de Kansas City, Frank Sherman Land tinha o desejo de oferecer amparo aos garotos que haviam perdido seus pais na Primeira Guerra. Ele acreditava que a presença de um homem mais velho, que poderia ser dos negócios ou profissional de outra área, proporcionaria inspiração e desafio aos garotos, que se sentiriam motivados a se tornarem pessoas de sucesso em seus futuros campos de empreendimento. Líderes da cidade eram procurados por Land para orientar esses jovens, porém a agenda concorrida deles nem sempre dava espaço para prestarem a devida atenção. Como forma de resolver tal problema, Land começou a desenvolver a ideia de fundar uma associação que congregasse esses garotos.
Os meses passavam e, com eles, o interesse de Frank Sherman Land na personalidade de Louis Gordon Lower aumentava. Os dois desenvolveram uma relação tão amistosa que já se sentiam pai e filho. Land, através disso, vislumbrou a oportunidade de executar a ideia que, por anos, carregava consigo: a de criar um clube com garotos que se engajariam num projeto de aprimoramento da sociedade. Assim, resolveu pedir a Louis Lower que este convidasse alguns de seus amigos para conhecê-los, sendo que o encontro haveria de ser na sua Loja Maçônica, pela qual tinha grande esmero.
Em 19 de fevereiro de 1919, Louis Gordon Lower e seus amigos Ralph Sewell, Elmer Dorsey, Edmund Marshall, Jerome Jacobson, William Steinhilber, Ivan Betley, Gorman McBride e Clyde Stream compareceram ao encontro na Loja, cujos templos do edifício lhes foram apresentados, despertando grande encanto.
Na ocasião, Land se sentou para conversar com eles e apresentar seu projeto. Quando o fez, os garotos gostaram muito da ideia e logo já se instigaram a discutir longamente sobre o novo grupo.
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Inicialmente, era necessário um nome. Land sugeriu alguns conhecidos, frequentemente ligados às histórias de Cavalaria medieval, como Sir Galahad e os Cavaleiros da Távola Redonda, porém estes não foram aceitos. A busca se alongou por semanas, até que apresentou aos garotos a história de Jacques de Molay, último Grão-Mestre da Ordem dos Templários, que havia sido assassinado em 18 de março de 1314 por não revelar o paradeiro de seus companheiros e se recusar a entregar as riquezas de sua Ordem. Os garotos se encantaram. Em meio à atmosfera de perda e luto gerada pela Guerra, era importante para a juventude a inspiração que trazia um homem que preferiu resguardar sua honra diante da morte injusta. Em 24 de março de 1919, era fundado o “Conselho DeMolay”.
Frank Arthur Marshall e o Ritual DeMolay
“Nos anos trinta, Frank Land foi perguntado numa entrevista dada à uma rádio como a Ordem DeMolay diferenciava-se de outras organizações juvenis. Ele instantaneamente respondeu: “ – Ela tem um Ritual.”
Em seus primeiros meses de existência, a fraternidade já havia se tornado uma forte marca do Conselho DeMolay. Seus membros já se congregavam em times de beisebol, planejavam ações sociais, tinham projetos de prestação de serviços à sociedade, além de exercerem várias outras atividades. No entanto, Frank Land acreditava que ainda faltava algo para lhe dar um caráter único. Profundamente reflexivo sobre o que poderia ser, conseguiu encontrar a resposta em um maçom de sua Loja.
Frank Arthur Marshall era um respeitado jornalista, editor e poeta de Kansas City, muito conhecido por suas críticas de teatro e música no jornal local. Membro da Loja Maçônica Ivanhoe, havia se dedicado à Maçonaria durante boa parte da vida, tendo sido iniciado em todos os graus e sendo reconhecido por seus pares pelo seu proeminente desempenho ritualístico. Land o procurou para escrever o Ritual DeMolay, porém, de início, ele relutou em aceitar o convite por acreditar que não corresponderia à altura da responsabilidade. Quando recebeu mais detalhes do

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projeto, percebeu que sua contribuição poderia ser importante, e então logo já estava mergulhado na elaboração dos ritos DeMolay.
A primeira noite após a conversa com Land foi a mais decisiva. Imaginando como seria uma sala cheia de jovens para uma cerimônia DeMolay, seus pensamentos borbulhavam e logo estava na escrivaninha usando de todas as suas habilidades de ritualista para desenvolver aquilo que seria a marca maior daquela organização que acabara de nascer. A existência de um Ritual é, segundo seu próprio fundador, a característica que mais difere a Ordem DeMolay das outras organizações. Através dele, os membros são instigados a transmitir ideais e virtudes de forma única, através da existência de um juramento pessoal e, ainda, com um alto estímulo à expressividade.
Após aquela noite em que Frank Marshall se debruçou no projeto de desenvolver um ritual para a Ordem DeMolay, meses de refinamento e polimento das cerimônias foram necessários para se chegar ao resultado final. Os jovens as praticavam reiteradamente, chegando a contar, em seus ensaios, com a presença de professores de oratória das escolas públicas e de grandes ritualistas maçônicos. No dia 27 de setembro de 1919, com grande sucesso, o Grau Iniciático e o Grau DeMolay eram executados pela primeira vez.
O sonho do Fundador se concretiza
“Continuem meu trabalho. DeMolay tem que continuar!”
Com o passar dos anos, a quantidade de membros na Ordem DeMolay foi aumentando drasticamente. O que eram apenas nove jovens, em pouco tempo já eram milhares. Capítulos foram fundados por todos os Estados Unidos da América, e os jovens se tornavam, cada dia mais, interessados em fazer parte daquele movimento que objetivava, conforme diz o Ritual, “imprimir em suas mentes a grande verdade de uma vida direita, e ajudá-los a serem merecedores da boa opinião de todos os homens de bem”.
Em 1924, com apenas cinco anos de fundação, a Ordem DeMolay já estava em quase todos estados americanos e no Canadá. Ganhando força, foi expandindo para outros continentes, chegando em 1959 na Austrália, 1960 no Japão e na Alemanha. Em 1979, eram dados os primeiros passos para sua chegada ao Brasil.
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Frank Land se dedicou para, além de fundar, contribuir com seu desenvolvimento. Seu sonho era tão vívido que sua empolgação era refletida em todos ao seu redor. Land havia sido, de fato, escravizado pelo seu sonho.

Uma frase conhecida é a de que “A história de vida de Frank Sherman Land é a história da Ordem DeMolay. Uma não poderia estar completa sem a outra”. “Dad” Land, como é conhecido, havia se tornado um pai para milhares de garotos com quem trabalhou e milhões que, sequer, chegou a conhecer. À medida em que sua história progredia, era visível a sua evolução de um tímido garoto a um homem de proeminência maçônica e empresário de sucesso. Ao longo dos anos, Presidentes, Congressistas, Juízes e líderes militares dos Estados Unidos, que faziam parte do seu círculo de amigos, se tornaram proeminentes colaboradores da Ordem DeMolay.
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Sua esposa, Nell Land, é uma figura importantíssima dessa jornada. Deu um silencioso apoio ao marido, que muitas vezes percorria o país inteiro em busca de difundir a organização que havia fundado. Quando estava longe de casa, a saudade em Nell era muito forte; entretanto, lembrar que o marido estava em uma missão de grandes proporções voltada para a juventude era o que a confortava.
Frank Sherman Land faleceu em 8 de novembro de 1959, aos 69 anos. Apesar de nunca ter sido pai, seu carinho e dedicação com a juventude fez com que inúmeros rapazes de todo o mundo o tivessem como um. Em seu leito de morte, na companhia de sua esposa e de sua irmã, falou suas últimas palavras, com voz amena, no momento em que sua alma se foi para a grande aventura além da vida: “É só o começo”.
SUGESTÃO DE LEITURA: “Hi, Dad! Uma História sobre Frank S. Land e a Ordem DeMolay” de Herbert Ewing Duncan.
2. A ORDEM DEMOLAY NO BRASIL
Alberto Mansur
No dia 7 de setembro de 1822, às margens do Rio Ipiranga, Dom Pedro I soltava o heroico grito que proclamava a Independência do Brasil. Com isso, estava marcado um dos períodos mais importantes da história brasileira, em um momento que denotava força e bravura para seguir adiante na condução de um país independente, de um povo guerreiro e de uma perspectiva de futuro brilhante.
Exatos 100 anos depois, em 7 de setembro de 1922, outro fato de enorme importância veio a ocorrer: o nascimento de um garoto chamado Alberto Mansur, descendente de libaneses, e que dali alguns anos traria uma grande oportunidade de mudança para a juventude brasileira.
Portador de uma habilidade especial para tratar de negócios, Alberto era vendedor e herdara os negócios do pai. Possuía uma percepção aguçada para lidar com as pessoas, sendo alguém muito curioso e estudioso dos mais variados temas. Nas amizades que formou em meio ao ambiente de emprego, conheceu um homem chamado Chaia Chainferber, seu cliente, que era membro da Loja Maçônica Perfeita União, de Valença, Rio de Janeiro.
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Chaia, em sua jornada maçônica, tomou, sem saber, uma das decisões mais importantes da história da Maçonaria no Brasil: propôs o nome de Alberto Mansur para Iniciação em sua Loja.
Um homem livre e de bons costumes
"Nós não queremos de vocês super-heróis, super-homens, não... Queremos vocês homens simples (...) pondo em prática essas sete virtudes extraordinárias, começando com o Amor Filial. Se vocês conseguirem levar isso, pôr em prática a todo momento e não esquecer desses grandes ensinamentos, nós poderemos realmente mudar o mundo."
A Maçonaria contemplava um crescimento alarmante. Essa instituição, que tanto se destacou ao longo da história do Brasil, atravessou uma era de sucessivas conquistas internas. Durante o século XX, Alberto Mansur fora um dos mais reconhecidos protagonistas dessa história.
Engajado no Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito para a República Federativa do Brasil, Alberto Mansur causou uma mudança radical no modo de tratar a Maçonaria, permitindo que inúmeros maçons pudessem prosseguir na conquista de graus maçônicos até o Grau 33. Seu desempenho o levou ao cargo de Soberano Grande Comendador, o mais alto da instituição, e que o concedeu acesso privilegiado à Ordem Maçônica não só no Brasil, mas em diversos outros lugares do mundo.

As visitas aos Estados Unidos eram as que mais chamavam atenção, pois nelas Mansur presenciava um fato curioso: a Maçonaria lá não era feita apenas por homens adultos. Existiam outras instituições ligadas a ela: os pais eram, evidentemente, maçons; as esposas participavam da Ordem Estrela do Oriente; as filhas integravam a Ordem Internacional das Filhas de Jó e, por fim, os garotos faziam parte da Ordem DeMolay. Mansur ainda não havia conhecido de maneira detalhada
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o funcionamento dessas instituições, mas ter presenciado isso fez com que nascesse em si o desejo de aplicar o mesmo modelo no Brasil.
Acreditando na fertilidade do solo brasileiro para a aplicação de um projeto desse nível, o “congraçamento da família maçônica”, como chamava, se tornou um dos seus maiores objetivos.
SUGESTÃO DE LEITURA: “Minha família, a Maçonaria!” de Guilherme de Castro Couto Santos.
A fundação da Ordem DeMolay no Brasil
“A Nova Era.”
Em 1969, Alberto Mansur teve acesso a um jornal intitulado “The New Age” (tradução livre: “A Nova Era”), onde a edição de julho daquele ano tratava, em sua capa, do comemorativo dos 50 anos de fundação da Ordem DeMolay. Desejoso de conhecer melhor a instituição, os próximos 10 anos foram de constantes tentativas de contato com o Supremo Conselho Internacional da Ordem DeMolay (SCI), porém sem muito sucesso obtido.
Esse quadro só veio mudar em 1979. Em compromisso seu pelo SC33, durante mais uma visita aos Estados Unidos, Alberto Mansur pôde fazer contato com o Grande Mestre Internacional da Ordem DeMolay, à época C.C. Faulkner Jr. Quando o informou do desejo de implantar a Ordem no Brasil, recebeu um convite para adiar seu voo e ficar por mais um tempo nos EUA, a fim de conhecer a sede do SCI em Kansas City. Feita a visita, Mansur se apaixonou pelo que tinha visto. Em sua mente, idealizava cada vez mais a importância que teria aquela organização no Brasil. Foi dessa visita que, munido das devidas prerrogativas concedidas pelo Grande Mestre Faulkner, Alberto Mansur voltava ao Brasil como Oficial Executivo, trazendo consigo a responsabilidade e o comprometimento de instalar a Ordem DeMolay no país.
A partir de então, era promovida uma imensa movimentação dentro da Maçonaria que permitia aos maçons do Rio de Janeiro levarem seus filhos para participar do que ficou conhecido como a primeira iniciação da Ordem DeMolay no Brasil. Já não era mais sonho, mas sim realidade!
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Em 16 de agosto de 1980, na sede do Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito para a República Federativa do Brasil, 59 jovens se tornaram os primeiros DeMolays do Brasil, sendo iniciados no Capítulo Rio de Janeiro nº 1 da Ordem DeMolay, o primeiro do Brasil e da América Latina.
Supremos Conselhos
Após o dia 16 de agosto de 1980, a Ordem DeMolay se direcionava a um crescimento exponencial nas terras brasileiras. Em seus primeiros anos, a presença de Capítulos já era realidade em alguns estados, fato que alarmou Mansur para a oportunidade de uma ação visionária: fundar, no país, um Supremo Conselho, organismo que garantiria maior autonomia na administração da Ordem DeMolay.
Relatado esse desejo ao Supremo Conselho Internacional, um acordo importante era chancelado: quando se chegasse à marca de 25 Capítulos no Brasil, o SCI iria autorizar a fundação de um Supremo Conselho brasileiro. Em janeiro de 1985, com a fundação do Capítulo Cidade de Manaus nº 26, em Manaus, Amazonas, o trato já estava prestes a ser consumado.
Em 12 de abril de 1985, no Palácio Pedro Ernesto, a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, Alberto Mansur recebia do Grande Mestre Internacional, Don W. Wright, a Carta Constitutiva do Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil (SCODB). Na ocasião, Mansur saía da condição de Oficial Executivo para a de Grande Mestre da Ordem DeMolay no Brasil, permanecendo no cargo até o ano de 2004.
Entre os anos de 1999 e 2004, divergências internas haviam afetado a estabilidade da Ordem DeMolay no Brasil. A sucessão de acontecimentos que se deu nesse intervalo de tempo gerou crises institucionais que necessitavam de um esforço imenso para serem resolvidas. Esse período ficou conhecido como “a divisão da Ordem DeMolay brasileira”.
Em 06 de julho de 2004, durante a XXXIII Assembleia Ordinária da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB), era fundado o Supremo Conselho da Ordem DeMolay para a República Federativa do Brasil (SCODRFB), cuja Carta Constitutiva fora recebida das mãos do DeMolay International, através de seu Grande Mestre Greg L. Kimberling, em 21 de agosto de 2004, na cidade de Brasília, Distrito Federal.
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Durante os anos seguintes, os dois Supremos Conselhos coexistiram no Brasil. Inúmeras eram as tratativas que visavam colocar um fim no histórico imbróglio. Centenas de homens se esforçaram em busca de encontrar uma convergência em meio ao caos de discordâncias políticas, institucionais e até pessoais. No entanto, o desfecho dessa triste era só veio a ocorrer no ano de 2019, coincidentemente quando a Ordem DeMolay completava seus 100 anos.
O momento harmônico que vivia a Maçonaria no Brasil foi o estopim para derradeira tratativa de unificação da Ordem DeMolay. Em um esforço histórico, sentaram-se à mesa representantes do Grande Oriente do Brasil (GOB), Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB), Confederação Maçônica do Brasil (COMAB), DeMolay International (DI), SCODRFB e SCODB, iniciando um processo de intensa articulação que levou meses para ser concluído, onde paixões foram vencidas e divergências superadas.
Em 08 de dezembro de 2019, em Brasília, no Centro Nacional de Liderança DeMolay, foi celebrado o Tratado de Unificação da Ordem DeMolay Brasileira, colocando fim aos anos de divisão e estabelecendo o Supremo Conselho DeMolay Brasil (SCDB) como a única instituição a administrar a Ordem DeMolay no país.
SUGESTÃO DE LEITURA: Site DeMolay Brasil.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
DeMolay Iniciático, parabéns por concluir mais essa etapa!
Agora você pode acessar o SISDM e responder as questões referente a esta aula. Você está pronto?!
Em caso de dúvidas, entre em contato com o DeMolay Tutor de seu Capítulo ou com Gabinete Nacional através do e-mail gabinetenacional@demolaybrasil.org.br.
Até a próxima aula!
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