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O cânion se estende por cerca de 5.800 metros de comprimento, 2.000 metros de largura e uma profundidade de 600 metros. Para uma melhor visibilidade é necessário percorrer uma trilha de 1.700 metros no Morro Fortaleza. É possível observar cerca de 95% do cânion e as praias que fazem limite entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina de cima do morro. Percorrer a distância que separa o estacionamento do Parque Nacional da Serra Geral até o topo do cânion Fortaleza pode parecer fácil — mas é quase impossível em um dia de forte vento. Em uma manhã de domingo de agosto de 2014, na minha visita ao desfiladeiro considerado um dos mais bonitos do Estado, as rajadas eram tamanhas que ficava difícil se equilibrar no terreno íngreme. Com passadas largas e andando de lado para não ser empurrada pelo vento, cheguei à altitude com pouco fôlego — mas com uma vista, esta sim de tirar o fôlego. O dia de céu azul e poucas nuvens permitia que se avistasse, ao horizonte, o litoral gaúcho, separado por mais de 80 quilômetros do cânion.

De cuia, térmica e uma bolsa térmica em mãos, a ideia era organizar um piquenique que substituísse o almoço nas areias do Fortaleza. Os planos logo foram frustrados: uma rajada de vento levantou a canga armada no chão, que ganhou altura até ser engolida pela vegetação. Até saí em busca do pedaço de tecido, mas nunca mais o avistei tamanha a imensidão. Diferentemente da chegada ao Itaimbezinho, a estrada que dá acesso ao Fortaleza é irregular: tomada por pedregulhos e buracos no chão batido. Em relação ao vizinho, o Fortaleza também resguarda a impressão de uma natureza intocada pelo homem. Por lá, não há barras de proteção junto ao desfiladeiro — o que exige cuidado, ainda mais em dias de vento.


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