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“É muito importante, a partir daqui, que, particularmente o PSD, como principal partido da oposição, diga ao país verdadeiramente o que pensa para os próximos anos, em termos de sistema de saúde, de sistema educativo, de segurança social” Francisco Assis

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Director Carlos Zorrinho | defenderportugal@ps.pt | SEMANAL - N.o 2

entrevista

FERRO RODRIGUES

“Portugal precisa de um Governo de esperança”

Optimista quanto ao resultado das eleições de 5 de Junho, Ferro Rodrigues, cabeça de lista do PS pelo círculo de Lisboa, acredita que o voto útil no PS vai funcionar. Em sua opinião, só assim se atingirá o objectivo de que o país e a situação reclamam: “Um Governo de firmeza, determinação e esperança”. P2 Diga lá... reportagem

Apresentação do Programa Eleitoral As grandes linhas programáticas do PS foram apresentadas por Sócrates no Centro Cultural de Belém, numa concorrida sessão em que voltou a lamentar o chumbo do PEC pela oposição, que “acrescentou à crise económica uma seriíssima crise política”. P4 DEFENDERPORTUGAL.NET LEGISLATIVAS 2011

“OS GOVERNOS DO PS DERAM UM RUMO ÀS POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO” Domingos Fernandes

Especialista em Educação Universidade de Lisboa Testemunho do presidente da Câmara Municipal de Mortágua.

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construir o futuro


ENTREVISTA

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FERRO RODRIGUES

“O sonho da direita é substituir solidariedade por caridadezinha” “Se por absurdo tivéssemos uma coligação de direita a conduzir o país, o espaço para as políticas de solidariedade seria muito reduzido”, adverte Ferro Rodrigues, cabeça de lista do PS pelo círculo eleitoral de Lisboa. O antigo líder do partido não tem dúvidas em afirmar que “o sonho da direita é acabar com a solidariedade, onde o Estado desempenha um papel essencial, substituindo-a pela caridadezinha que reproduz e solidifica as diferenças sociais”. Que têm estas eleições de tão importante, que justifiquem a decisão que tomou de abandonar o cargo de Embaixador de Portugal na OCDE? Face ao desafio que o secretário-geral do Partido Socia-

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lista me lançou, e perante a grave situação do meu país e a necessidade de ajudar o partido de que fui o responsável principal durante dois anos e meio, não hesitei um segundo. Em poucos dias, regressei a Portugal, tendo

pedido a exoneração das funções que desempenhava. Essas funções eram muito interessantes e permitiram-me acompanhar a evolução da crise internacional de um local privilegiado e manter contacto permanente com


EDITORIAL o nosso Governo, com o secretário-geral da OCDE e respectivo secretariado. Não é exagero dizer, como disse, que a crise política provocada pela oposição provocou uma onda de “estupefacção” à escala internacional? A crise política provocada pela rejeição do PEC IV foi pré-anunciada pelo PSD e pela sua recusa de qualquer negociação. Nesse momento, o sentimento predominante na OCDE foi de preocupação, mas ainda havia a esperança de que, perante os apelos em Portugal e na Europa, no Parlamento o bom senso prevalecesse. Assim, quando a irresponsabilidade triunfou, houve realmente uma onda de estupefacção. Sendo público e notório que Portugal precisava de importantes financiamentos para honrar compromissos que se venciam em Abril e Junho, na OCDE todos perceberam que as consequências da abertura de uma crise política nesse contexto seriam devastadoras e que a necessidade de recorrer à assistência externa seria inevitável. Ninguém percebeu o que ganhariam as oposições com o agravamento da situação do país. A propósito de surpresas: partilha o sentimento de Mário Soares, que se declarou “estarrecido” com a candidatura pelo PSD de Fernando Nobre, agora seu adversário directo em Lisboa? Os partidos têm todo o direito de propor quem bem enten-

Há condições para defender o Estado Social? Claro. Isso só depende do resultado eleitoral. Um Governo dirigido pelo PS garantirá que quaisquer que sejam os sacrifícios conjunturais necessários, as estruturas do nosso Estado Social permanecem sólidas. O futuro de Portugal e da Europa será tanto mais radioso, quanto maior equilíbrio houver entre desenvolvimento económico, defesa do ambiente e avanço social. Enquanto economista, é daqueles que acham que as agências de notação financeira devem ser “postas na ordem”? As agências de notação tiveram e têm um papel perverso na eclosão da crise e na sua repercussão sobre, para já, três países europeus. Apreciaram com notas máximas instituições financeiras que estiveram no epicentro da crise internacional, colaboraram na estratégia de socialização dos custos da crise e foram e são agentes activos para os ataques especulativos contra Estados soberanos. Realmente, deviam ser postas na ordem, mas isso só será possível quando a União Europeia, os Estados Unidos, o Japão, a China e o Brasil acordarem para o perigo que elas representam. Há uma crise de liderança na Europa actual? Há uma crise do ideal europeu, de ambição europeia, e também de liderança europeia. Como, infelizmente se tem visto, as lideranças nacionais, que há uns anos tinham

O futuro de Portugal e da Europa será tanto mais radioso, quanto maior equilíbrio houver entre desenvolvimento económico, defesa do ambiente e avanço social. dam para as suas listas. Mas é um facto que há uma forte reacção negativa, especialmente por parte daqueles que votaram no candidato presidencial, das bases e importantes quadros do PSD. O facto de se ter apresentado como candidato desse partido a presidente da Assembleia da República e de ter dito em entrevista ao “Expresso” que caso não fosse eleito para esse cargo se viria embora, demonstra uma grande falta de respeito do PSD e do seu candidato pelos eleitores e pelos futuros deputados. Porque é que diz que o dia 5 de Junho vai ser “um dia histórico”, em que “a História recomeça”? Porque ficará claro como é que as portuguesas e os portugueses querem combater esta crise. Se aceitam a aventura e a irresponsabilidade da direita, ou se apoiam quem tem um projecto de esperança para Portugal, aceitando sacrifícios tornados inevitáveis, mas salvaguardando um futuro de desenvolvimento económico e social. Ainda vai haver espaço, depois desse dia, com o FMI a pressionar, para as políticas de solidariedade em que se empenhou no passado? O acordo alcançado com o FMI, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu, embora contenha medidas mais penalizadoras que o PEC IV, não obriga a nenhuma destruição dos fundamentos do nosso Estado Social, de que me orgulho de ter contribuído para a construção. Mas se por absurdo tivéssemos uma coligação de direita a conduzir o país, o espaço para as políticas de solidariedade seria muito reduzido. O sonho da direita é acabar com a solidariedade, onde o Estado desempenha papel essencial, substituindo-a pela caridadezinha que reproduz e solidifica as diferenças sociais.

a construção europeia como bandeira, agora atacam a solidariedade europeia em nome de interesses políticos mesquinhos, de curto prazo E isso acontece, tanto em grandes países fundadores de ideais e práticas como em recém-chegados. A hegemonia da direita no Conselho Europeu, no Ecofin, no Parlamento Europeu explica, em parte, este problema. A “agenda escondida da direita” não pode inviabilizar os necessários entendimentos pós-eleitorais? Portugal necessita de ter um Governo com apoio parlamentar maioritário, pelo menos na próxima legislatura. Essa é a situação normal em democracia, e em período de crise, por maioria de razão. Nem agendas escondidas, nem ódios pessoais podem travar este imperativo. Acha mesmo que a esquerda comunista, com a qual defendeu entendimentos no passado, se tornou inútil? Infelizmente, essa é a realidade dos factos. Nos últimos anos, o Bloco desistiu do espaço do PS, e o PCP afunilou na ortodoxia estalinista. A aliança com a direita, para abrir a crise política, foi o episódio revelador dessa realidade. Temos que continuar a esperar para que tais entendimentos voltem a ser possíveis. Mas os eleitores podem ser decisivos… Acredita ser ainda possível fazer prevalecer a ideia do voto útil, que assegure ao PS uma maioria absoluta? Sem dúvida que é útil o voto no PS.O objectivo deve ser o de sermos o partido com maior representação parlamentar, para conduzirmos um Governo de firmeza, determinação e esperança. É disso que Portugal precisa.

Respostas fortes Carlos Zorrinho

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Partido Socialista apresentou o seu Programa Eleitoral e alguns estranharam não ter surpresas. Leram mal, porque o programa contém uma enorme surpresa, que interessa aos portugueses: a surpresa de se manter intacta a força e a vontade de fazer o que tem de ser feito, com valores e princípios, mesmo em condições adversas. Continuamos a apostar nas empresas e nas exportações, na escola e nas qualificações, na banda larga e no território, na inovação e nas novas energias. Não apresentámos um programa para surpreender os media, mas para surpreender, com a sua substância, todos os que apostam em

Não apresentámos um programa para surpreender os comentaristas ou os polemistas, mas um programa para trazer esperança, soluções e rumo a Portugal e aos Portugueses. subestimar a nossa força, a nossa capacidade enquanto povo, a nossa matriz humanista e a nossa vontade de preservar um Estado ágil, moderno e forte, para garantir a dimensão social das nossas políticas. O programa do Partido Socialista contrasta, pela sua coerência, com o atabalhoamento programático do maior partido da oposição, que tem vindo a mostrar que ou não tem programa ou se o tem, o que ainda é mais grave, não ousa mostrá-lo com clareza aos portugueses. Portugal e os portugueses precisam de um Governo com respostas fortes para defender Portugal. São essas respostas que podem encontrar no programa do PS. Um programa com ambição e com convicção, sem tabus nem facilidades. Um programa adequado aos desafios que Portugal enfrenta.

FICHA TÉCNICA Director Carlos Zorrinho | Editor Orlando Raimundo Redactores Castelo Branco, Catarina Castanheira, Glória Rebelo, João Mata, Filipa Jesus, Nelson Lage, Rui Ribeiro, Sónia Fertuzinhos, Tiago Gonçalves e Vanda Nunes | Fotografia Jorge Ferreira (editor), Pedro da Silva e Ricardo Oliveira | Grafismo e Paginação Miguel Andrade (coordenação) e Francisco Sandoval | Administrador André Figueiredo Propriedade Partido Socialista, Largo do Rato 2, 1269-143 Lisboa

CONSTRUIR O FUTURO


4 Um rumo claro reportagem

Uma agenda mobilizadora

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educação, as energias renováveis, o sector exportador, as redes de nova geração, a modernização administrativa, a ciência e tecnologia e os equipamentos sociais e de saúde foram apontados por José Sócrates como “metas concretas” para atingir no quadro da próxima legislatura, durante a apresentação do programa eleitoral do PS, no Centro Cultural de Belém, onde voltou a criticar a oposição que ao chumbarem o PEC “acrescentaram à crise económica uma seriíssima crise política”. E lamentou que essas forças da oposição continuem sem apresentar o seu programa. “Foram rápidos em destruir, mas são lentos, ah como são lentos a propor! Souberam ser negativos, pondo em causa o interesse nacional; mas não conseguem ser positivos. Souberam destruir, mas são incapazes de construir”, disse. Ao invés, frisou, o PS que “tudo fez para que o país dispusesse de uma solução para os seus problemas de financiamento” e “defendeu “até ao limite a concertação e o entendimento das diferentes forças políticas”, apresenta “uma liderança”, com um rumo claro, “uma equipa”, com um conjunto de pessoas unidas pelos mesmos valores e princípios e “uma proposta política”, com uma agenda conhecida, pública, mobilizadora de energias e vontades. Os portugueses, prosseguiu José Sócrates, “conhecem a nossa agenda”, que passa, nomeadamente, pela continuação da consolidação das contas públicas, sem colocar em causa os fundamentos do Estado Social, pelo reforço da competitividade da economia portuguesa, focada na internacionalização,

Helena Nazaré

atégicos

estr Sete desafios

ao fim do obrigatória até de da ri la co es • Aumento dandário is ensino secu ergias renováve aposta nas en da ão aç lid r so a vi a • Con , para que poss or ad rt po ex or • Apoio ao sect % do PIB representar 40 ciência e investimento em do o çã ua tin • Con tecnologia a que todo o na redução dos factores de endividamento externo, de forma gital, de modo va geração di da en ag na de no a retomar o crescimento e combater o desemprego. • Avanço rto pelas redes país fique cobe nização E, acrescentou, o PS tem ainda uma agenda de modernização cação e moder ifi pl m si da o e de justiça social, apostando na educação e na qualificação, • Prossecuçã a e e das administrativ no Serviço Nacional de Saúde, na Segurança Social pública idados de saúd cu de s de re s e na modernização administrativa, de modo a facilitar a vida • Conclusão dapamentos sociais redes de equi dos cidadãos e a iniciativa das empresas. de habitação, Na sua intervenção, José Sócrates adiantou que, para além e ainda “a organização do Estado e das metas em termos de objectivos que se propõe atingir na da reforma do sistema político”, de modo a que se prossiga próxima legislatura, o PS identifica desde já “quatro quesa racionalização dos serviços e organismos públicos e das tões-chave” para o progresso colectivo, que implicam “uma empresas públicas. resposta urgente” e “imediata” do seu Governo. Trata-se, segundo o líder socialista, de “um programa conSão elas, disse, “a questão da Justiça”, para que seja um factor indutor deconfiança, de estabilidade e de competitividade, creto, simples e com prioridades claras”, mas que “concretiza uma agenda política de defesa da economia portuguesa; “a inserção dos jovens na vida activa”, por forma a que os uma agenda de protecção das famílias portuguesas; uma jovens que transitam da escola para o mercado de emprego tenham mais oportunidades, “a reabilitação urbana”, para a agenda de valorização do Estado Social e dos serviços públiqualificação das nossas cidades e a dinamização do mercado cos; e uma agenda de modernização estrutural”.

Eduardo Dias

Presidente da Associação Europeia das Universidades e ex-reitora da Universidade de Aveiro

Professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova e co-fundador da YDreams

Se calhar estivemos no pelotão da frente a modificar as leis de governo e gestão das universidades. Estamos hoje, em termos do indicador por milhar de habitante em produtividade científica, a ombrear com os melhores da Europa. Temos de contribuir para uma economia mais verde, para uma maior coesão social, e usarmos os resultados dos nossos conhecimentos para a dinamização da nossa economia, a nível local e global.

O Plano Tecnológico é uma iniciativa que só daqui a gerações vamos conseguir perceber qual o impacto deste programa no desenvolvimento do país. Um desinvestimento na ciência e tecnologia nesta altura poderia pôr em causa o trabalho fantástico desenvolvido pelos cientistas com o apoio do Governo nos últimos anos e que nos permitiu dar um salto qualitativo brutal em termos de qualidade da investigação e termos um número de doutorados que é impressionante.

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Henrique Barros Professor catedrático e coordenador do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Infecção VIH Sida O Serviço Nacional de Saúde (SNS) é um bem essencial que importa preservar e defender de ameaças mais ou menos subtis, mais ou menos engenhosas, é um marco da nossa cultura e representa um avanço civilizacional determinante. Em momentos de crise social e económica, um SNS público, universal e tendencialmente gratuito tem um papel ainda mais relevante como referência de estabilidade, pois é a resposta de melhor qualidade quando se trata de promover a saúde e lidar com a doença. Não pode, não queremos, que haja um Serviço Nacional de Saúde transformado em esmola.


NÓS E ELES Nós defendemos que o Serviço Nacional de Saúde se mantenha tendencialmente gratuito e para todos os cidadãos. O financiamento do Serviço Nacional de Saúde deve ser público e garantido a todos por um sistema de impostos progressivo, de modo a proteger e salvaguardar os princípios da justiça social.

Nós queremos que todos os alunos tenham acesso, independentemente da condição socioeconómica, à mesma qualidade de aprendizagem. Requalificámos, por isso e para isso, o parque escolar, dotámos as escolas de banda larga e assegurámos aos alunos acesso a computadores e a centros escolares de excelência.

Eles pretendem que os cidadãos paguem a Saúde ao custo real, quando estão doentes, sejam ricos ou pobres. Querem acabar com a gratuitidade de acesso ao Sistema de Saúde, introduzindo taxas variáveis, instituindo de uma vez por todas uma saúde para ricos (privada) e uma saúde para pobres (pública).

Eles defendem o modelo “chequeensino”, que abre caminho a uma escola ajustada ao poder económico das famílias. São contra a modernização do parque escolar e a reabilitação das escolas degradadas e sem condições, considerando todo e qualquer investimento público nesta área um total desperdício.

confronto de ideias Como uma mesma questão é vista por nós e por eles. São muitas as diferenças entre PS e PSD. Votar é escolher entre dois modelos de sociedade e desenvolvimento.

Nós defendemos a qualificação dos trabalhadores portugueses, valorizando o emprego e dignificando as competências. Apostámos na formação profissional, integrámos os estagiários na Segurança Social, proibimos os estágios não remunerados e combatemos os falsos recibos verdes.

Nós defendemos um sistema de Segurança Social sustentável e justo, baseado nos princípios da solidariedade. Reformámos no momento certo o sistema de segurança social, que eles tinham colocado em perigo na sua passagem pelo poder e garantimos o acesso a reformas dignas para todos os cidadãos.

Eles aceitam e promovem a precariedade do emprego e a insegurança que lhe está associada. Querem tornar a contratação a prazo a regra (e não a excepção) na contratação individual e são a favor de contratos a prazo verbais, do alargamento dos prazos destes contratos, e do despedimento individual sem justa causa.

Eles querem impor ao país um sistema de Segurança Social parcialmente privado, através dum mecanismo de plafonamento. Pretendem criar condições para isentar de descontos a parte mais substancial dos rendimentos mais elevados, penalizando duplamente os desempregados e fazendo perigar a sustentabilidade do sistema.

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DIGA LÁ...

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Visão Política Determinação e Coragem

O QUE ELES PENSAM SOBRE...

Domingos Fernandes

A revolução operada pela Governo do Partido Socialista no sector da Educação, nestes últimos anos, é o tema das reflexões que se seguem. São testemunhos de vida que relatam experiências vividas neste caminhar em que milhares e milhares de portugueses tiveram, do pré-escolar à idade da razão, oportunidades e direitos nunca antes usufruídos. Na hora das escolhas, temos muito em que pensar…

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Educação e a Formação são processos cruciais para o desenvolvimento da sociedade portuguesa. Por isso, os governos do Partido Socialista têm posto em prática uma diversidade de medidas, articuladas e deliberadamente orientadas para melhorar a qualidade do Sistema Educativo e Formativo. Isso é visível na requalificação do parque escolar, no Sistema de Gestão e Funcionamento das Escolas, nos Sistemas de Avaliação das Escolas e dos Docentes, nos planos de apoio à Matemática e ao desenvolvimento das Ciências Experimentais. no Plano Nacional de Leitura, na introdução do Inglês no 1.º ciclo, na iniciativa Novas Oportunidades, no alargamento da escolaridade obrigatória para 12 anos ou até aos 18 anos de idade e no Programa e-escolas. Foi com visão política, determinação e coragem, e tendo em conta todas as frentes e dimensões dos problemas, que se deram contributos decisivos e inestimáveis para transformar e melhorar o estado das coisas.

Nunca se pensaram e puseram em prática tantos programas destinados a vencer as debilidades de um sistema que tardava em modernizar-se e em adaptar-se para acolher todos os que dele só podem esperar o melhor. Aquilo que mais se poderá desejar, nesta altura, é que todos tenhamos a inteligência e o discernimento para compreender e consolidar o trabalho que se realizou nestes últimos anos. Nunca tivemos tantos portugueses envolvidos num qualquer processo de Educação e de Formação. Nunca tantas escolas tiveram os recursos que hoje têm. Nunca as bibliotecas tiveram tantos livros e tantos utilizadores. Nunca os jovens portugueses tinham obtido tão bons resultados em provas internacionais, nos domínios da Língua, da Matemática e das Ciências. Os governos do PS deram um rumo às políticas públicas de Educação e Formação, introduziram mais rigor nos processos e melhoraram claramente os resultados, apostando na construção de uma Escola Pública mais democrática, mais inclusiva e mais solidária. Tudo bens inestimáveis, para que todos possam participar nos esforços de transformação e melhoria da sociedade portuguesa.

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As mudanças na educação

susana costa ASSISTENTE EDUCATIVA 35 ANOS Sempre ambicionei trabalhar numa escola. Durante um ano e meio frequentei um curso de Educação e Formação de Adultos, de nível 3, com a saída profissional de Agente Auxiliar de Acção Educativa. A qualidade desse curso, tanto pela duração como pela

importância dos conteúdos, deu-me as competências necessárias para ganhar o concurso que me deu o emprego numa escola secundária. Foi graças a esse curso que completei a escolaridade obrigatória e – mais importante ainda – adquiri conhecimentos precisos para trabalhar numa escola, como sempre sonhei. Depois, já a trabalhar no que gosto, frequentei durante um ano o modelo de RVCC, mais com o objectivo de adquirir cultura geral, e concluí o 12º. Ano.

afonso sequeira abrantes AUTARCA 66 ANOS Sou particularmente sensível às reformas dos governos de José Sócrates na Educação. No 1º. ciclo do ensino básico, sempre parente pobre do sistema, deu-se uma verdadeira revolução, beneficiando crianças, famílias e professores. Em Mortágua foi possível, com a delegação de competências e a transferência

de recursos financeiros, investir dez milhões de euros em equipamentos educativos nos últimos dois anos. A construção de um único Centro Escolar, com creche, oferece a todas as crianças do município igualdade de oportunidades, a partir dos três anos. Agora a escola é a tempo inteiro, as crianças frequentam actividades de enriquecimento curricular, as famílias têm serviços de apoio de qualidade, ajustadas às necessidades e os professores condições para uma prática lectiva moderna e inovadora. Agora a escola é igual para todos.

cecília dias ferreira OPERÁRIA FABRIL 53 ANOS No ano lectivo de 2009/2010, voltei à Escola através do programa Novas Oportunidades. Na altura certa não tinha podido continuar a estudar. Os meus pais não podiam. Só tinha concluído o 6ª ano. Quando surgiu este programa não hesitei em tentar e consegui concluir o 9º ano. Voltar à escola, aprender e sentir que

investia em mim, na minha formação, foi a motivação. A criação das Novas Oportunidades foi uma profunda mais-valia para pessoas que, como eu, com 53 anos, querem qualificar-se, pessoal e profissionalmente, adquirindo mais conhecimentos. Esta oportunidade devo-a ao Governo do eng. José Sócrates, que teve a sensibilidade e a determinação de criar e realizar este programa. A minha geração merecia esta oportunidade. E este é o caminho certo, o da qualificação das pessoas.

RUI GRILO GESTOR 36 ANOS Ter acesso à informação é uma necessidade indispensável no mundo de hoje. Com os programas e-escola e e-escolinha, todos os alunos, entre os 6 e os 18 anos, e os seus professores, passaram a ter ao seu alcance um computador com ligação à Internet. São mais de milhão e

meio de portugueses, cerca de 15% da população. Não há memória de um investimento destes no acesso ao conhecimento, nem nenhum país que tenha concretizado algo parecido. Em todas as escolas que visitei, testemunhei a motivação que os “Magalhães” trouxeram a estudantes e professores. É preciso, como o PS se propõe, continuar a investir nesta nova geração de portugueses, desenvolver a sua autonomia e a sua capacidade de empreender. Defender Portugal é construir o nosso futuro!


JUVENTUDE

Movimento lançado no Porto

Voluntários Sócrates 2011 O “Movimento de Voluntários Sócrates2011”, lançado no Porto, é já um sucesso. A inscrição pode ser feita através do site www.defenderportugal.net, assegurando a recepção de informações sobre a campanha.

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um ambiente mobilizador que contou com cerca de mil voluntários, a presença jovem foi a mais marcante. Pedro Delgado Alves, secretário-geral da Juventude Socialista, enumerou os investimentos feitos em áreas chave no que diz respeito à juventude, “mostrando que é possível mesmo em momento de dificuldade, mesmo quando temos de controlar as contas públicas, não perder o rumo e construir um país mais justo e mais solidário”.

Modernização da escola pública, novas tecnologias, redução do insucesso escolar, maior número de sempre de jovens a frequentar o ensino superior, novas oportunidades, combate aos falsos recibos verdes, estágios profissionais e a proibição da sua não remuneração foram alguns dos dados citados pelo líder da JS. Neste evento, que contou com a moderação de Carlos Zorrinho, Daniela Ferreira, coordenadora dos voluntários do Porto em 2009, partilhou o seu testemunho,

salientando o impacto e significado desta “ideia de mobilização que torna possível o contributo de pessoas independentes”. Isabel Moreira, candidata independente nestas eleições pelo PS no círculo de Lisboa, reforçou “a importância dos cidadãos anónimos darem a cara pelas suas convicções e organizarem-se”, partilhando o seu exemplo na luta pelo casamento de pessoas do mesmo sexo. Por último, João Azevedo, presidente da Câmara Municipal de Mangualde, valorizou o trabalho político de proximidade que as freguesias e as autarquias promovem, mobilizando outras formas de voluntariado no plano local. José Sócrates saudou esta iniciativa demonstrativa de que “a democracia não é exclusiva dos partidos”, e apresentou as linhas gerais do programa político do PS. Referiu, de início, a aposta nas energias renováveis, as quais “são boas para o ambiente, boas para a economia e boas para o emprego” e que actualmente representam 53% da electricidade utilizada em Portugal, e deixou um objectivo claro para 2015: “30% de toda a energia consumida no país baseada nesta forma de energia”. Sócrates salientou também o reforço do investimento em ciência, que passou de 0,8% da riqueza nacional em 2005 para 1,71% em 2010, o maior crescimento nos países da União Europeia, num esforço conjunto do Estado e das empresas, que se traduz em “mais exportações, melhores produtos, maior riqueza”, daí que se proponha alcançar a meta de 3%. O secretário-geral do PS frisou a redução do abandono escolar de 28% para menos de 20%, não esquecendo que “35% dos nossos jovens que têm 20 anos estão a estudar no ensino superior, o que constitui uma das mudanças mais estruturais, mais importantes para o nosso futuro”, José Sócrates relembrou, neste contexto, que “nunca houve um país no mundo que tivesse sucesso económico sem melhorar as suas qualificações”. E referiu-se, ainda, ao projecto de revisão constitucional do principal partido da oposição e ao seu inexistente programa, salientando que o PS não quer “despedimentos individuais sem justa causa”, apelando ao esclarecimento das efectivas medidas pensadas nas áreas centrais da sociedade e criticando a proposta de redução da reforma a quem usufruir do subsídio de desemprego proveniente do “concurso de ideias” aleatórias e inconstantes diariamente lançadas pelo principal partido da oposição. A terminar, o secretário-geral do PS lançou aos voluntários a mensagem de que nestas eleições “a acção que irão desenvolver apoiando o Partido Socialista vai ser uma acção não a favor do Partido Socialista, mas uma acção a Defender Portugal”.

DEPOIMENTOS Hugo Costa Economista

Portugal enfrenta dias decisivos. A defesa do modelo social europeu através da escola pública, Serviço Nacional de Saúde e Segurança Social para todos, em conjunto com o crescimento económico, é o combate da nossa geração. Só o Partido Socialista o pode conseguir.

Rafael Guimarães Estudante Universitário:

Eu voto PS porque defendo Portugal! Eu voto PS porque quero continuar a crescer na Saúde, na Inovação Tecnológica, na aposta do 1º emprego para os jovens, na formação qualificada; em suma, eu quero que se continue a Construir o Futuro!

Ivo Oliveira Gestor

O PS enfrentou os mais ancestrais problemas do interior: isolamento, desertificação e qualificação. Ao revolucionar as acessibilidades e educação, afirmou a vontade de verdadeira coesão territorial.

CONSTRUIR O FUTURO


SABIA QUE...

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… nos últimos seis anos a taxa de abandono escolar precoce desceu 11 pontos percentuais.

… foram requalificadas, nos últimos dois anos, cerca de mil escolas de todos os níveis e graus de ensino.

… Portugal atingiu em 2010 o recorde de 122.313 alunos inscritos pela primeira vez no Ensino Superior, o que se traduz num crescimento de 46% em cinco anos.

… Portugal superou a média dos países mais desenvolvidos (OCDE) no que respeita à frequência do ensino préescolar.

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CONSTRUIR O FUTURO


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