Publicação do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios de Ribeirão Preto e Região 25 Outubro de 2013 - Ano 24
PomboDoido
Campanha Salarial derrota política divisionista da ECT
A todo momento a direção dos Correios priorizou a negociação com uma federação que nem mesmo existia legalmente, e fez isso de caso pensado para dividir a categoria
A
campanha salarial desse ano não foi fácil, tivemos muitas dificuldades, pois foi preciso lutar contra a direção dos Correios e um setor do movimento sindical que não estava preocupado em conquistar algum benefício para os trabalhadores. É fácil verificar a diferença como a ECT tratou essa campanha salarial, a FINDECT teve autorização para filmar a reunião com o presidente da empresa, cada sindicato teve direito a colocar um membro na mesa de negociação, enquanto a FENTECT não foi autorizada a filmar e a empresa criou uma grande dificuldade para aceitar um comando de negociação com representantes das entidades filiadas. Tudo isso aconteceu porque a ECT e a FINDECT estudaram uma forma de prejudicar os demais sindicatos e consequentemente os trabalhadores. Depois que o Ministério do Trabalho suspendeu o registro da FINDECT a empresa começou a dizer que estava negociando com os sindicatos independentes, mas esqueceu que em vários documentos ela cita a FINDECT como parte da negocição. Após a assinatura de um acordo rebaixado com os sindicatos de SP, RJ, RN e Bauru/SP, a empresa acreditou que a campanha salarial estava encerrada, que os trabalhadores não teriam forças para impor uma greve. A categoria foi à luta e fez uma greve de mais de 20 dias, e que só acabou com o julgamento no Tribunal Superior do Trabalho (TST). O resultado do dissídio coletivo não foi uma vitória econômica, mas fez a ECT engolir uma das maiores derrotas dos últimos anos e que os trabalhadores devem comemorar bastante. A assistência médica deverá ser administrada pela ECT e não por outra empresa, e como o Postal Saúde é legalmente uma outra empresa,
a ECT não poderá usar desse instrumento. Outra vitória conquistada no julgamento foi o não reconhecimento do acordo assinado entre os sindicatos traidores e a ECT, sendo que o TST deixou bem claro que quem representa a categoria nacionalmente é apenas a FENTECT. Os Ministros do TST também entenderam que a ECT não poderia utilizar a compensação dos dias de greve como uma forma de punir os trabalhadores e determinou que a compensação seja realizada apenas em dias úteis, com o limite de duas horas por dia. A empresa não gostou nem um pouco do julgamente, que a deixou desmoralizada perante a categoria e resolveu achar culpados para a derrota e também uma forma de punir os trabalhadores. Uma das primeiras atitudes após o julgamento foi a retirada do Vice presidente de Gestão de Pessoas, Larry Manoel, que não teve a capacidade de conduzir uma campanha salarial com respeito aos trabalhadores, foram três anos seguidos de encerramento da greve no TST. Pura incompetência. Como forma de penalizar a categoria, a empresa deixou para efetuar o pagamento das diferenças salariais apenas no final do mês, quando era possível realizar o depósito em menos de uma semana. Foi uma retaliação pela derrota sofrida no TST. Os trabalhadores exigem respeito nas próximas negociações e que a empresa não deixe para discutir vários assuntos importantes para a categoria apenas na véspera da próxima data base. É preciso discutir urgentemente a inversão do horário de entrega, com uma única saída; reduzir a jornada de trabalho dos atendentes para seis horas; contratação de seguranças nas agências; realização de concurso público para atender a demanda de serviço. Vamos a luta trabalhadores!