Apostila: Plantas Medicinais

Page 74

Na região são usadas duas espécies de Carapa: C. guianensis (andiroba) e C. procera DC. (andirobinha). Têm sementes bem parecidas, embora possam ser distinguidas com facilidade, principalmente pelo tamanho das sementes e pela cicatriz na semente (rafe), em ambos os casos maiores em C. guianensis. As duas espécies têm o óleo extraído de suas sementes, semelhantes na composição e na coloração, sendo vendidas como “andiroba”. Além do óleo das sementes, as folhas e cascas também são empregadas popularmente e a espécie sofre ameaça pelo manejo inadequado. Utilizada principalmente como repelente de insetos. 2. Camu-camu - Myrciaria dubia (Kunth) Mc Vaugh. Nomes populares: caçari, araçá-da-água, etc. Família: Myrtaceae Nativo das regiões pantanosas e inundáveis da Amazônia Ocidental. É um arbusto muito ramificado, de 2 a 3 metros de altura, com folhas simples, flores grandes brancas, reunidas em pequenas inflorescências terminais, com frutos em drupas globosas (botanicamente o fruto é do tipo baga, pois tem mais de uma semente) de cor arroxeada, com polpa carnosa e ácida, que amadurecem na época das cheias dos rios amazônicos. Os frutos são normalmente consumidos na forma de sucos, sorvetes, geléias e outras bebidas, misturada a outras frutas. Fonte de vitamina C natural. 3. Castanha-do-pará - Bertholletia excelsa Bonpl. Nomes populares: amêndoa-da-américa, castanha, castanha-do-brasil, castanheiro, júvia, nhá-nhá, tocari, toucá-tucá, tucari, turuni, etc. Família: Lecythidaceae Nativa de toda a região amazônica, tanto do Brasil como dos países vizinhos. É uma planta que ocorre em terra firme, preferencialmente em solos profundos. Árvore de grande porte, que pode alcançar mais de 50 metros de altura, com folhas simples, seus frutos são grandes cápsulas lenhosas -

botanicamente denominadas pixídio e conhecidos na Amazônia como “ouriço”. A cápsula ou ouriço da castanha possui uma abertura (opérculo) de diâmetro menor que as sementes e, por isso, as sementes (castanhas) não são liberadas, dependendo de roedores para serem liberadas, embora possam germinar dentro do fruto.

Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná e nas partes mais úmidas da Região Nordeste.

A semente “castanha-do-pará” é exportada e consumida em todo o mundo. Sua exploração comercial iniciou-se no século XVII e, apesar de ainda estar alicerçada no extrativismo, é uma das principais atividades da economia amazônica.

O bálsamo, vulgarmente chamado óleo, é acumulado em cavidades do tronco da árvore de onde, por processo artesanal, é extraído através de furos e recolhido com auxílio de tubos e canaletas, apenas uma vez a cada ano. Atualmente o óleo de copaíba é obtido como subproduto da indústria madeireira na Amazônia por aproveitamento do óleo que escoa durante a serragem da madeira. Os índios brasileiros utilizam o óleo no tratamento de doenças de pele e como proteção contra picadas de insetos. Na medicina popular é utilizado como cicatrizante e antiinflamatório local e atualmente entra na composição de produtos cosméticos e sabões faciais.

A produção da castanha é anual e ocorre no início do ano, de janeiro a abril. A castanha é um complemento na alimentação, usada para consumo in natura, em mingaus, doces, no preparo de pé-demoleque e outras iguarias regionais, sendo muito conhecido na região o “pirarucu no leite de castanha”. É fonte rica em selênio, antioxidante importante nas reações metabólicas do organismo. Recomendase o consumo de não mais que cinco castanhas diariamente devido ao potencial carcinogênico do selênio. O óleo da castanha é utilizado na alimentação, iluminação e para o fabrico de sabão e cosméticos. 4. Copaíba - Copaifera spp. Nomes populares: óleo-de-copaíba, bálsamo-decopaíba, óleo-vermelho, pau-de-óleo, entre outros. Família: Fabaceae-Caesalpinioideae (LeguminosaeCaesalpinioideae)

Existem várias espécies que, embora apresentem algumas diferenças botânicas, se parecem muito. São geralmente árvores com altura de 10 a 40 metros, com folhagem densa e constituída de folhas compostas.

5. Cupuaçu - Theobroma grandiflorum (Willd. ex Spreng.) K. Schum. Nomes populares: cupuaçu-verdadeiro, cupu, pupuaçu, pupu, etc. Família: Malvaceae (antiga Sterculiaceae)

A Copaifera. langsdorffii Desf. ocorre mais no cerrado. Há outras espécies mais comuns na Amazônia, de maior porte e mais produtivas em óleo, como C. multijuga Hayne e C. reticulata Ducke. Os usos são os mesmos, assim como a forma de extração do óleo.

Nativa da região amazônica, a árvore tem de 6 a 10 metros de altura, com copa alongada e bem esparsada devido à arquitetura estratificada da planta, com ramificação tricotômica; seus frutos são muito grandes, podendo atingir 30 centímetros de comprimento e 5 quilos de peso, com polpa suculenta e cremosa, sabor e odor característicos, com 10 a 15 sementes, chegando a ter mais de 30 sementes (foi descoberto um exemplar na natureza com frutos sem sementes, que está sendo reproduzido vegetativamente).

As espécies fornecedoras do óleo de copaíba ocorrem principalmente no Brasil, Venezuela, Guianas, Colômbia, Amazônia, embora possa ser encontrada nos estados do Mato Grosso, Mato

A polpa dos frutos é utilizada na forma de sucos, sorvetes, cremes, geléias e doces. Os índios da região amazônica apreciam muito a fruta, constituindo-se numa fonte importante de alimentação. Plantas Medicinais - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente

73


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.