Plano de reestruturação urbana: integração e ocupação do tecido fragmentado de Cidade Ocidental

Plano de reestruturação urbana:

integração e ocupação do tecido fragmentado de Cidade Ocidental Dayane Alixandre dos Santos Costa Trabalho Final de Graduação | 2018

Universidade de Brasília Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Departamento de Projetos, Expressão e Representação - PRO Trabalho Final de Graduação 2/2018

Dayane Alixandre dos Santos Costa 130024538

Orientadora: Prof. Gabriela Tenório Banca examinadora: Maria Claudia Candeia de Souza Mônica Fiuza Gondim Valério Augusto Soares de Medeiros

Plano de reestruturação urbana:

integração e ocupação do tecido fragmentado de Cidade Ocidental Brasília - DF 2018

“Inicialmente nós moldamos as cidades - então, elas nos moldam. Assim, quanto mais humano for o espaço urbano que produzimos, mais valorizada nossa dimensão humana estará. Uma cidade de pessoas para pessoas.”

Jan Gehl

RESUMO O contexto atual das transformações morfológicas ocorridas nas cidades, reflete a inserção de novos espaços urbanos ao tecido preexistente, decorrentes do processo de periferização, que fomenta a dispersão urbana e a perda do aporte estrutural, aspectos fundamentais para o ordenamento espacial, a permanência e formação da identidade do lugar. À vista disso, esse trabalho constitui-se em desenvolver um plano de intervenção urbana focalizada na (re)estruturação do município goiano de Cidade Ocidental, que possui uma conjuntura urbana comprometida pela expansão fragmentada de seu tecido. Como base para as condicionantes projetuais, analisou-se os aspectos históricos, socioeconômico, bioclimático e configuracionais do tecido urbano do município, no intuito de construir uma cidade voltada para a vitalidade social, qualidade urbana e otimização do desempenho do sistema urbano global.

Palavras chave: Reestruturação urbana. Cidade Ocidental. Intervenção urbana. Espaço urbano. Costura urbana. Fragmentação urbana. Área Metropolitana de Brasília.

SUMÁRIO INTRODUÇÃO

1

O LUGAR: caracterização

1.1 Inserção regional e contextualização histórica 1.2 Evolução da mancha urbana

21

2.1 Sistema viário: mapa de hierarquia viária 2.3 Mapa de permeabilidades e barreiras

2.4 Ocupação do solo: mapa do uso do solo

20

3.2 Dimensão Bioclimática 3.3 Dimensão Funcional

3.4 Dimensão Econômica

33

34 39

3.5 Dimensão Sociólogica - Pessoas x Áreas públicas

40

3.7 Dimensão Expressivo-simbólica

44

3.6 Dimensão Topoceptiva

3.8 Potencialidades e Problemáticas

42 45

4.4 Estudo de caso: Parque Ecológico do Sitiê

52

A CIDADE QUE SE DESEJA: proposta 5.1 Diretrizes de projeto

5.4 Sistema viário - Proposta

5.5 Uso e ocupação do solo - Proposta

27

32

48 50

5.3 Configuração Espacial de Cidade Ocidental

26

31

47

4.2 Estudo de caso: Revitalização da orla do Rio Manzanares

5.2 Novo perímetro urbano

25

A CIDADE QUE SE TEM: diagnóstico

3.1 Área de intervenção - Recorte espacial

5

24

28

4.1 Conceitos sobre formas urbanas e Cidade Sustentável

4.5 Estudo de caso: Chicago’s Park and Boulevard System

23

2.5 Ocupação do solo: mapa de gabarito

REFERÊNCIAS TEÓRICAS E PROJETUAIS

4.3 Estudo de caso: Restauração do Córrego de Cheonggyecheon 51

17

1.5 Legislação urbanística

2.2 Sistema viário: seções viárias

3

16 19

LEITURA URBANA: caracterização

4

15

1.3 Evolução histórica

1.4 Aspectos socioeconômicos

2

09

5.6 Sistema de áreas verdes livres 5.7 Gabarito - Proposta

6

A CIDADE DE PERTO: detalhamento 6.1 Áreas de detalhe

6.2 Tabela dos Índices Urbanísticos

6.3 Trecho 01 - Uma nova paisagem 6.4 Trecho 02 - Uma nova paisagem 6.5 Trecho 03 - Uma nova paisagem

CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

53 55

56 58

59 61

65

66 67

69 70 72

74 75

76 77

78

INTRODUÇÃO

Objeto de estudo A cidade é a exteriorização da vida urbana, revelando-se como um sistema vivo e dinâmico, que segundo Lamas (2004), encontra-se em contínua evolução, encadeando, pedaço a pedaço, modificações em sua forma. Diante disso, os estudos urbanos têm demostrado uma forte tendência no intenso processo de adensamento das cidades, potencializando o crescimento urbano, muitas vezes, de modo desordenado e difuso, devido à carência de políticas de planejamento urbano, que resulta em problemáticas de caráter socioespacial. Tais características são evidentes no objeto de estudo deste trabalho: o município goiano de Cidade Ocidental, cuja expansão territorial tem acontecido de forma desenfreada desde sua concepção, em 1976. A cidade integra a área metropolitana de Brasília – Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno – RIDE/DF (Figura 01), criada em 1998, que é constituída pelo Distrito Federal e por 22 municípios dos Estados de Goiás e Minas Gerais1.

As transformações socioespaciais de Cidade Ocidental estão intrinsecamente relacionadas à implantação de Brasília em território goiano na década de 1960, que tem impulsionado a descentralização populacional para as localidades fora do quadrilátero do Distrito Federal, devido ao baixo valor do uso do solo, à especula-

ção fundiária – contribuindo para ocupação desordenada do solo da região –, e ao fácil deslocamento para Brasília. Para Paviani (1996), há outros fatores que tornam os municípios do entorno de Brasília o foco para migração da população para área: Essa área é formada por núcleos urbanos destinados à moradia da classe assalariada, expulsa para os anéis externos pela falta de política habitacional, pela especulação imobiliária e pela pauperização continuada a que se submetem os periferizados (apud ROSENDO, 2014, p. 50).

À frente disso, a Cidade Ocidental, sobretudo a porção oeste da cidade, tornou-se um atrativo para o principal agente da dinâmica de expansão urbana: o setor imobiliário, que segundo Pescatori (2017), é um segmento que visa à lucratividade do espaço urbano, tornando as imposições sociais e a qualidade de vida da coletividade irrelevantes no processo. Esse quadro expõe uma cidade marcada pela urbanização dispersa, uma forma de expansão que evidencia alguns aspectos significativos, como: (a) a produção de espaços separados fisicamente, mas interdependentes entre si; (b) espaços socialmente excludentes; (c) descentralização da população, do emprego e dos serviços; (d) produção de “novas periferias”, mais complexas em suas estruturas socioeconômicas; (e) difusão de condomínios horizontais e loteamentos fechados, implicando na alteração das relações entre público e privado; (f) e a fragmentação2 do tecido urbano, que deixa extensos espaços menos adensados entre núcleos ocupados (PESCATORI, 2016, p.24).

Goiás

A RIDE é constituída pelo Distrito Federal e pelos os municípios de: Abadiânia, Água Fria de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Cabeceiras, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, Cristalina, Formosa, Luziânia, Mimoso de Goiás, Novo Gama, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto, Valparaíso de Goiás e Vila Boa, no estado de Goiás, e de Unaí, Buritis e Cabeceira Grande, no estado de Minas Gerais.

1

A fragmentação é um dos traços morfológicos mais marcantes das cidades brasileiras. Pode dá-se por um tecido urbano contínuo, porém caracterizado por frações cujas malhas têm diversas configurações, e não se articulam por meio de longos eixos que percorram grandes distâncias, ou por um tecido urbano descontínuo no qual, à diversidade morfológica das partes, somam-se vazios a separá-las.

(HOLANDA; MEDEIROS; RIBEIRO; MOURA, 2015, p. 69).

2

DF

Minas Gerais

N

Figura 01 - Localização do município de Cidade Ocidental, ao sul do Distrito Federal.

Fonte: Elaborado pela autora.

10

PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

Justificativa

meio da estruturação de novos arranjos viários, com intuito de favorecer e facilitar a acessibilidade e integração global3;

A ausência de ações de ordenamento territorial tem exposto um panorama problemático no processo de desenvolvimento de Cidade Ocidental, considerando a descontinuidade nas malhas, a baixa acessibilidade e a fragilização da integração globalizada do sistema urbano, que são intensificados com a proliferação de condomínios fechados. Essa é uma conjuntura que contribui para a degradação ou redução do espaço público da cidade, evidente pela escassez de áreas de lazer, praças, lugares de convivência ou de sociabilidade, tendo em vista que os espaços são cada vez mais cercados por muros, limitando a circulação das pessoas. São aspectos que comprometem a dinâmica da estrutura espacial e geram impactos de caráter social, ambiental, político e econômico para o município.

c. Propor um sistema de mobilidade sustentável visando a priorização da circulação de transporte público, pedestres e ciclistas, em detrimento da circulação dos carros, em busca de uma melhor qualidade do ambiente urbano;

Esse quadro desperta reflexões e indagações acerca dessas condicionantes: a. Em que medida as novas extensões urbanas têm comprometido a organização espacial do município? b. Quais os meios para a conexão das áreas fragmentadas? c. Como seriam os espaços adequados para o assentamento e convívio da população?

São questionamentos essenciais para o alcance de soluções que promovam a melhoria do espaço urbano. É conhecendo essa realidade devido à relação de vivência e afetividade com o município, que se leva a iniciativa projetual, com o intuito de proporcionar uma intervenção a fim de (re)estruturar e qualificar os espaços existentes e os novos eixos de expansão.

d. Ocupar e adensar os vazios urbanos com potencial para expansão, proporcionando novos usos e centralidades; e. Requalificação das áreas verdes para lazer que se encontram subutilizados ou abandonados e criação de áreas de proteção ambiental, dotando o espaço urbano de cobertura vegetal, sobretudo próximo aos corpos d’água, fundamental para o equilíbrio da dinâmica ambiental; f. Reforçar o caráter multifacetado e dinâmico que uma cidade pode proporcionar, diversificando o uso do solo, para incentivar o encontro de pessoas e fomentar a autonomia local; g. Possibilitar a ressignificação da identidade e valorização local, capaz de despertar a afetividade das relações sociais com o meio.

Essas intervenções desempenham um papel estratégico para cidade, tanto no que se refere aos aspectos de melhoria da qualidade de vida urbana de seus moradores e usuários, como em relação à criação de uma conjuntura econômica, capaz de reforçar o desenvolvimento local.

Objetivos

A integração Global é uma medida sintática da Teoria da Sintaxe Espacial (SE), que representa o grau de acessibilidade ou permeabilidade em potencial de uma via.

Segundo Medeiros, o valor de integração é encontrado com base nas conexões existentes na trama viária e nos possíveis percursos que ali podem ser percorridos segundo o arranjo da malha (MEDEIROS, 2006, p.335).

3

Em virtude desse panorama, a principal intenção do estudo consiste em propor um plano de estruturação urbanística para integração e ocupação da área de intervenção, promovendo a “costura” e o adensamento do tecido fragmentado existente, capazes de conferir um caráter de urbanidade à região e ressignificar a paisagem urbana, visando uma cidade mais acessível, inclusiva, dinâmica e acolhedora.

Como objetivos específicos, pretende-se: a. Apresentar um desenho urbano a fim de vincular as escalas locais e regionais do território, na tentativa de amenizar a segregação socioespacial e promover a articulação do município de Cidade Ocidental com as cidades limítrofes (Valparaíso de Goiás e Luziânia);

Estruturação urbana

Conectar Integrar Qualificar Expandir Otimizar Adensar Ordenar Humanizar

b. Promover a conectividade intraurbana e a qualificação dos deslocamentos, por

INTRODUÇÃO

11

Procedimentos metodológicos Os aspectos metodológicos utilizados no desenvolvimento do trabalho foram divididos em cinco etapas: Etapa 01 Caracterização do lugar a partir de pesquisas sobre as legislações urbanísticas, dados socioeconômicos da população residente, evolução histórica e aspectos urbanos e físicos do município. A caracterização foi empreendida com base em dados e informações advindas de censos e relatórios do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), da CODEPLAN (Companhia de Planejamento do Distrito Federal) e da Prefeitura municipal de Cidade Ocidental, além de observações in loco, complementados com análise de imagens de satélite e documentação fotográfica.

Como resultados foram produzidos mapas, gráficos e tabelas inerentes aos tópicos levantados – sistema viário, história, legislação, tecido urbano, mobilidade, densidade, hidrografia, vegetação e topografia; Etapa 02 Diagnóstico da área de intervenção, que consiste em analisar os aspectos levantados por meio do método de análise das Dimensões Morfológicas do Processo de Urbanização (DIMPU), baseado nos estudos e publicações dos Profº Dr. Maria Elaine Kolhsdorf, Gunter Kolhsdorf e Frederico de Holanda (2004), que correlaciona as formas dos espaços constituintes dos lugares, com as correspondentes expectativas sociais, que podem ser classificadas em: A análise auxilia na identificação das potencialidades e fragilidades da área de intervenção;

- Dimensão Topoceptiva: observa as características configurativas dos espaços incidentes na noção de localização dos indivíduos, em termos de orientação e identificação; - Dimensão Econômica: observa características configurativas dos espaços quanto a seus custos de produção (gênese, implantação) e utilização (manutenção, substituição).

A análise da DIMPU auxilia na identificação das potencialidades e fragilidades da área de intervenção.

Etapa 03 Para auxiliar na leitura urbana, foram elaborados mapas axiais, que “são a representação linear do espaço, por meio da qual a cidade investigada é representada do ponto de vista configuracional” (MEDEIROS, 2006, p.124). O mapa axial é uma ferramenta da Teoria da Lógica Social do Espaço ou Sintaxe Espacial, que investiga as relações de um conjunto de articulações interdependentes de sistemas espaciais, as quais permitem entender aspectos importantes do sistema urbano, tais como, eixos de expansão urbana, acessibilidade, centralidades, a definição de áreas integradas e segregadas, o encontro de concentrações e dispersões de usos do solo (MEDEIROS, 2006, p.98).

O mapa (Figura 02) é produzido traçando-se a malha viária, a partir da base cartográfica do espaço construído e convertido em mapa axial por meio do software Depthmap.

- Dimensão Bioclimática: observa os fatores configurativos do espaço incidentes no conforto físico dos indivíduos, em termos de temperatura e umidade, som, luz e qualidades do ar; - Dimensão Sociológica: observa os fatores configurativos dos lugares propícios ou restritivos aos encontros sociais ocasionais nos espaços públicos; - Dimensão Funcional: observa as características configurativas dos lugares incidentes em sua eficiência para realização de atividades pragmáticas; - Dimensão Expressivo-simbólica: observa as características configurativas dos espaços incidentes na possibilidade de criação de vínculos emocionais, por meio da fruição visual;

12

I

II

III

Etapa 04 Proposta de diretrizes projetuais, levando em consideração as demandas da população, as problemáticas e potencialidades da cidade. A partir das diretrizes, a proposta de reestruturação urbana da área de intervenção, a consolidação das macroparcelas e microparcelas das áreas de detalhamento e estudo das tipologias edilícias e parâmetros urbanísticos.

PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

Figura 02 - Etapas de construção de um mapa axial: I - representação linear dos caminhos; II - conversão da representação em mapa axial; III - mapa processado no Depthmap, a partir da qual são obtidos valores representativos de integração, conectividade, mobilidade, centralidades, entre outros) Fonte: MEDEIROS (2006).

Ă rea tradicional de Cidade Ocidental, em evidĂŞncia a principal avenida (Av. Eixo II) e centralidade urbana no perĂ­odo noturno.

Fonte: Acervo da Prefeitura de Cidade Ocidental, fotografia de Daniel Silva

1

O LUGAR

CARACTERIZAÇÃO

1.1 Inserção regional e contextualização histórica O município de Cidade Ocidental está inserido na Mesorregião do leste goiano (Figura 05), localizado a cerca de 50 km de Brasília, sendo limítrofe das cidades de Santa Maria e São Sebastião (Distrito Federal) e, Valparaíso de Goiás, Cristalina e Luziânia (Goiás). A cidade é composta por uma área territorial total de 38.816ha, no entanto, sua porção urbanizada equivale aproximadamente 2.629ha.

O processo de formação e transformação da cidade está intrinsecamente relacionado ao ordenamento territorial do DF, devido ao impacto de caráter espacial, social, ambiental, político e econômico que a construção de Brasília provocou no território de Goiás. Paralelamente à ocupação dentro do Distrito Federal, ocorreu o adensamento e expansão urbana dos municípios vizinhos a Brasília, resultando em uma ocupação dispersa do território metropolitano e discrepâncias socioeconômicas, provenientes da profunda precarização e carência de infraestrutura, transporte, serviços e empregos nessas localidades (PAVIANI, 1996 apud PESCATORI, 2016, p.277).

Santa Maria

DISTRITO FEDERAL GOIÁS

Valparaíso de Goiás

Diante dos desequilíbrios socioeconômicos, o crescimento desordenado e relação de dependência entre o Distrito Federal e o entorno, incluindo a Cidade Ocidental, o poder público criou por meio da Lei Complementar nº 94, de 19 de fevereiro de 1998, a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE/DF), constituída pelos estados de Goiás, Minas Gerais e do Distrito Federal, cuja função é “articular e harmonizar as ações administrativas da União, dos Estados e dos municípios para a promoção de projetos que visem à dinamização econômica e provisão de infraestruturas necessárias ao desenvolvimento em escala regional” (MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO, 2011).

16

São Sebastião

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Cidade Ocidental

Cristalina

Luziânia

Luziânia

N Figura 03- Localização do município de Cidade Ocidental.

Fonte: mapa elaborado pela autora

Limite municipal Sistema viário Hidrografia Ferrovia

1.2 Evolução da mancha urbana

18004

1976

1986

1996

2006

2017

Figura 04 - Evolução da mancha urbana de Cidade Ocidental e a implantação dos principais eixos viários que resultaram na ocupação do solo. Situação existente caracterizada por grandes vazios e ocupações fragmentadas.

A primeira ocupação que surgiu na área que hoje pertence à Cidade Ocidental, foi o Povoado Mesquita, no início do século XIX. Não há registro que data o ano exato da criação do assentamento.

4

Fonte: elaborado pela autora com base no Geoportal SITURB-DF e imagens de satélite do Google Earth

O LUGAR: caracterização

17

Ao estudar a morfologia das cidades, é importante ponderar a respeito da sua dinâmica urbana, processo que conduz a alterações internas e externas nos assentamentos, estimulando a expansão territorial.

Mediante a representação das manchas urbanas, é possível fazer a verificação das etapas do processo de expansão do tecido urbano de Cidade Ocidental (Figura 04).

A formação do município de Cidade Ocidental inicia-se no início do século XIX, com a fundação do Povoado Mesquita na porção centro-norte da cidade.

A comunidade é reconhecida pelo Governo Federal como área remanescente de quilombo (CODEPLAN, 2013), um dos fatores que tornou a expansão urbana estagnada no local, que apesar da precariedade da infraestrutura local, ainda conserva a arquitetura do período colonial e mantem viva os costumes e tradições da colheita do marmelo, para a produção da marmelada artesanal, que é até hoje a principal fonte de recursos desse povoamento (Figuras 05 e 06).

Figuras 05 e 06 - Casarão da antiga Fazenda Mesquita, do século XIX, que provavelmente foi a sede da fazenda e pertenceu ao capitão português Paulo Mesquita.

Abaixo, imagem da Igreja do século XX, localizada na mesma comunidade.

Fonte: http://fotostrada. com.br/2014/03/25/mesquita/

No período da década de 1970, foi consolidado o projeto do setor habitacional Ocidental posteriormente denominado de sede municipal de Cidade Ocidental.

Percebe-se no mapa, que a mancha urbana evolui ao longo dos anos em direção ao leste, no sentido da aglomeração urbana em formação próxima à rodovia BR-040, principal via de acesso ao município e à Brasília.

Em meados de 1980, desenvolveram-se próximo à divisa com o Distrito Federal (porção norte da cidade), núcleos habitacionais com infraestrutura precária, dando origem aos bairros mais afastados do centro da cidade.

De 1996 até 2006 despontam bairros periféricos aos núcleos consolidados de Cidade Ocidental. As ocupações que surgiram a partir de 2006 decorreram da implantação de condomínios horizontais (Figura 07) e empreendimentos de alto padrão, como: Jardim das Oliveiras, Damha Brasília, Jardim Brasília, Villa Suiça e Alphaville Brasília.

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PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

Figura 07 – Condomínio residencial unifamiliar no bairro Recreio Mossoró em Cidade Ocidental.

Fonte: Google Earth

1.3 Evolução histórica

Século XIX

1974

Com o fim da mineração em Santa Luzia, (Luziânia), o dono da Fazenda Mesquita abandona as terras e deixa para três escravos que iniciam a formação de um quilombo, dando origem ao Povoado Mesquita.

1985

Originou-se o município da Cidade Ocidental, com a aquisição de uma área de 5,04 km² das terras da Fazenda Aracati, ficando esta gleba pertencente à Zona Suburbana do município de Luziânia.

Implantação de Brasília em território goiano, impactando a configuração do centro do país.

1960

1998

Mediante a resolução nº 267 da Lei Orgânica de Luziânia, o núcleo habitacional foi elevado à condição de distrito subordinado ao município de Luziânia.

Em 15 de dezembro de 1976, deu-se a implantação de um núcleo residencial4 ao norte de Luziânia, projetada pelo arquiteto e urbanista Marco Casalini.

O projeto do assentamento previa a construção de 14.383 unidades habitacionais, dotadas de infraestrutura completa.

1976

Surge a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE/DF), constituída pela Cidade Ocidental.

Em 1991 deu-se a emancipação político-administrativa do distrito pela Lei Estadual nº 11.403, de 1991, sendo desmembrado de Luziânia, elevando-o à categoria de município.

1991

O LUGAR: caracterização

19

1.4 Aspectos socioeconômicos População Conforme a PMAD - Pesquisa Metropolitana por Amostra de Domicílios, realizada pela CODEPLAN (2013, p.42), no período de criação de Cidade Ocidental (década de 1970), estima-se que cerca de 3.136 habitantes residiam no assentamento que deu origem ao município. Entre os anos de 1981 e 1990, com o processo de adensamento da ocupação da cidade, a população cresceu a uma taxa média de 12,8%, com fluxo migratório de 973 pessoas/ano.

Atualmente, Segundo o IBGE (2018), a população da cidade é estimada em 69.829 pessoas (Gráfico 01), sendo a 8° mais populosa do Entorno de Brasília.

1976 1986 1996 2000 2010

Densidade Demogáfica 179,89 hab/km²

- habitantes* - habitantes*

50,3% 49,7%

55.915 habitantes

2018

69.829 habitantes

Gráfico 01 - Evolução Populacional. *Sem dados precisos da população dessa época.

Fonte: adaptado pela autora, dados do IBGE e Codeplan, PMAD - Cidade Ocidental - 2013

Mobilidade Urbana Não há dados estatísticos sobre os transportes usados pelos moradores dentro da cidade, no entanto, a partir de observações in loco, verificou-se que a mobilidade dos moradores deriva do uso do carro, bicicleta e caminhada. A cidade conta ainda com um sistema de transporte circular de baixa rotatividade e rotas curtas, devido ao baixo número de ônibus circulares, não atendendo toda região.

20

26%

54%

PIB municipal (2010): R$ 268,359 PIB per capita (2010): R$ 4.802,15 Quanto ao local de trabalho, do total das 29.122 pessoas com ocupação, cerca de 15.409 trabalham no Distrito Federal, com a maior participação das seguintes RAs: Plano Piloto, 33,82%; Lago Sul, 3,91%; São Sebastião, 2,35% e Gama, 2,09%, o que indica a alta dependência da Cidade Ocidental com Brasília (Gráfico 03).

Ônibus Carro Outros

20%

39% 53%

Gráfico 02 - Mobilidade urbana externa Fonte: adaptado pela autora, dados da Codeplan, PMAD Cidade Ocidental - 2013

Brasília Cidade Ocidental Cidades da RIDE

8%

Gráfico 03 - Local de trabalho

33.028 habitantes 40.377 habitantes

Quanto ao meio de transporte utilizado pelos moradores para ida ao trabalho (Gráfico 02), mais da metade das pessoas que trabalham fora do município utilizam ônibus como meio de transporte. Os demais fazem uso do automóvel particular.

Renda e Trabalho Em relação a trabalho, cerca de 31.215 pessoas são classificadas como População Economicamente Ativa (PEA), abrangendo os que possuem trabalho remunerado (28.942). As áreas com maior taxa de ocupação, segundo os setores de atividades remunerada, são: comércio com 29,40% dos ocupados, serviços esportivos ou recreativos com 13,67%, serviços gerais com 11,80%; ocupação na administração pública soma 7,88% e serviços domésticos, com 6,75%, demonstrando a grande representatividade no setor terciário.

Segundo a CODEPLAN, em relação ao setor secundário, a construção civil registra 12,58% de moradores ocupados nessa área.

O setor primário mostra-se pouco importante, com apenas 0,66% pessoas ocupadas nas atividades agropecuárias. No entanto, esses dados são referentes a população urbana, não contabilizando a população rural que potencialmente se dedica a esta atividade.

PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

Domicílios A maioria dos domicílios ocupados em Cidade Ocidental é do tipo residencial unifamiliar, o que caracteriza a cidade com baixa densidade e a pouca verticalidade e diversificada (Gráfico 04).

1%

Casas Apartamentos

99%

Gráfico 04 - Tipos de domicílios

Gráficos 03 e 04 - Local de trabalho e domicílios.

Fonte: adaptado pela autora, dados da Codeplan, PMAD Cidade Ocidental - 2013

1.5 Legislação urbanística Plano Diretor - Lei n°993/2016

Distrito Federal Valparaíso

Os parâmetros sobre ordenamento do território estão dispostos no Plano Diretor Municipal de Cidade Ocidental, onde estão assegurados os instrumentos básicos da politica de desenvolvimento da cidade. O Macrozoneamento vigente do município é dividido em três macrozonas urbanas (Figura 08):

Cristalina

Luziânia

a) MZU 1 - Macrozona Urbana 1: correspondente a sede municipal, aos bairros existentes e aos novos setores habitacionais localizados na porção oeste da cidade, região escolhida para a intervenção deste trabalho; b) MZU 2 - Macrozona Urbana 2: compreende a área dos bairros afastados da sede e os novos empreendimentos residenciais de alto padrão, próximos ao Distrito Federal;

Macrozona Rural

Macrozona Rural de Uso controlado

Macrozona Rural de Interesse urbano Macrozona Urbana 1 Macrozona Urbana 2

Macrozona Urbana especial

N

Hidrografia

Figura 08 - Macrozoneamento com o perímetro urbano vigente.

Fonte: mapa elaborado pela autora, adaptado do PD de Cidade Ocidental, 2016.

c) MZU 3 - Macrozona Urbana Especial: inclui o território do Povoado Mesquita e áreas agrícolas;

Plano Diretor (PD) é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana que engloba todo o território municipal.

O PD do município de Cidade Ocidental foi elaborado com o apoio da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento de Goiás e a Prefeitura de Cidade Ocidental. Foi aprovado em 2009, revisado em 2013 e instituído pela lei municipal n° 993/2016.

5

O PD prevê 14 zonas para uso residencial, institucional, ambiental, industrial, comercial e de serviços (Figura 09). Com destaque para as áreas de expansões, que abrange qualquer uso e faz a delimitação da Área de Preservação Ambiental que circunda a área urbanizada, propondo limites propícios para a construção de edificações sem causar danos a qualidade ambiental, além de propor planos de recuperação das áreas próximas ao açude e criação de espaços próximos as APPs com destinação de recreação e lazer.

O Plano Diretor também propõe zonas de adensamento restrito para a consolidação de condomínios, tipologia residencial que já está sendo proliferada em abundância na região. Há também zonas de atividades econômicas e de uso misto que poderão incrementar industrias, universidades, edifícios multifamiliares e comerciais, ainda pouco notável na cidade.

Sistema Viário

Distrito Federal Valparaíso

Cristalina

Luziânia

ZEIS 1 - Zona Especial de Interesse Social 1 ZEIS 2 - Zona Especial de Interesse Social 2 ZEX - Zona de Expansão

ZIA - Zona de Interesse Ambiental ZUI - Zona de Uso Institucional ZUM 1 - Zona de Uso Misto 1 ZUM 2 - Zona de Uso Misto 2 ZUM 3 - Zona de Uso Misto 3 ZUM 4 - Zona de Uso Misto 4

ZUR - Zona de Uso Residencial N

Figura 09 - Zoneamento vigente das Macrozonas Urbanas 1, 2 e 3.

Fonte: mapa elaborado pela autora, adaptado do PD de Cidade Ocidental, 2016.

ZAE - Zona de Atividade Economica

ZAR 1 - Zona de Adensamento Restrito 1 ZAR 2 - Zona de Adensamento Restrito 2 ZAR 3 - Zona de Adensamento Restrito 3

O LUGAR: caracterização

21

2

LEITURA URBANA CARACTERIZAÇÃO

1

ER

FED

-52

ITO

GO

DIS

TR

DISTRITO FEDERAL GOIÁS

AL

BR-040

DISTRIT O FEDER AL

2.1 Sistema viário: mapa de hierarquia viária

Cidade Ocidental

Valparaíso de Goiás

ÂN IA

GO

LU ZI

L

24

40 -0 IA BR UZIÂN

Luziânia

-5 2

1

Ferrovia Via Expressa Via Arterial Via Coletora Via Local

PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

N 0

1000m

2.2 Sistema viário: seções viárias

01 - Via expressa: BR-040 (Valparaíso)

AC

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CC

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AC

01 - Via expressa 02 - Via arterial: GO-521 (na área tradicional da Cidade Ocidental)

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FP

02 - Via arterial

FP

Legenda: FP: faixa de passeio FR: faixa de rolamento ES: estacionamento CC: canteiro AC: acostamento

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03 - Via coletora

FP

03 - Via coletora: área de comércios locais no bairro Friburgo, em Cidade Ocidental

FP

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FR

04 - Via local

FP

04 - Via local: sede municipal de Cidade Ocidental Figuras 10: Imagens do sistema viário de Cidade Ocidental.

Fonte: Google Earth

LEITURA URBANA: caracterização

25

2.3 Mapa de permeabilidades e barreiras

DISTRITO FEDERAL GOIÁS

Valparaíso de Goiás

Cidade Ocidental

Cheios Vazios Limite municipal Ferrovia

Luziânia

26

PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

N 0

1000m

2.4 Ocupação do solo: mapa do uso do solo

DISTRITO FEDERAL GOIÁS

Valparaíso de Goiás

Luziânia

Cidade Ocidental

Residencial Comercial + serviços Misto Industrial Institucional Área livres - praças Sistema viário

N 0

1000m

LEITURA URBANA: caracterização

27

2.5 Ocupação do solo: mapa de gabarito

DISTRITO FEDERAL GOIÁS

Valparaíso de Goiás

Cidade Ocidental

1 pavimento 2 a 4 pavimentos Sistema viário

N Luziânia

28

PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

0

1000m

Equipamentos públicos

Ginásio poliesportivo no centro de Cidade Ocidental

Paróquia Santo Antônio no centro da cidade

Hospital municipal de Cidade Ocidental

Praça Santo Antônio - Sede de Cidade Ocidental

Tipologias de edificações

Residência unifamiliar na sede municipal, em Cidade Ocidental

Bloco com comércio no térreo e residência nos 3 pavimentos superiores, em Cidade Ocidental

Bloco residencial no bairro Parque Napóles, Cidade Ocidental - 2 pavimentos

Condomínio fechado no Valparaíso - 4 pavimentos

Figuras 11: Exemplos de equipamentos públicos e tipologias edilícias.

Fonte: Google Earth

LEITURA URBANA: caracterização

29

A CIDADE QUE SE TEM DIAGNÓSTICO

3

3.1 Área de intervenção - Recorte espacial

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A porção oeste abrange cerca de 2005 hectares, sendo que a área ocupada (ou em processo de ocupação) equivale a 1152 hectares, e as áreas vazias e de proteção ambiental corresponde aproximadamente a 853 hectares.

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O projeto de intervenção urbana se dará na parcela oeste de Cidade Ocidental, área ocupada pela sede municipal (núcleo antigo da cidade) e os bairros periféricos, contíguos aos municípios de Luziânia e Valparaíso de Goiás.

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Dom Bosco

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Valparaíso de Goiás

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Porção em que será feito o Plano de reestruturação urbana

Cidade Ocidental

Luziânia r io

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PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

0

1000m

Limite municipal Hidrografia Ferrovia Bairros

3.2 Dimensão bioclimática Clima tropical de altitude, com verões chuvosos e quentes e invernos frios e secos; Ventos predominantes de leste e noroeste; As principais fontes de ruídos da área são oriundas do trafego viário das centralidades urbanas; Vegetação de cerrado, campo e matas de galeria nos cursos d’ água; A área é servida pelo o ribeirão Saia Velha (linha limítrofe entre os municípios) e diversos corrégos que cortam a cidade, além do lago Jacob na área recreativa; A área de relevo mais elevada está a noroeste, com elevações de até 35 metros, uma barreira física natural não explorada na região.

Figura 12: Lago Jacob, no Parque urbano da cidade.

Fonte: Acervo da Prefeitura de Cidade Ocidental - Daniel Silva

N 0

1000m

Limite municipal Hidrografia Ferrovia Principais fontes de ruídos Topografia Vegetação

A CIDADE QUE SE TEM: diagnóstico

33

3.3 Dimensão Funcional

Sistema viário - Mapa axial de integração global O mapa axial de integração demostra o grau de acessibilidade e permeabilidade de uma linha, que corresponde aos fluxos existentes na malha viária.

- Tendo em vista a existência de um tecido urbano fragmentado e a pouca conectividade viária, a cidade possui uma baixa integração intraurbana e interurbana, tornando-a mais segregada em relação aos municípios adjacentes;

Valparaíso de Goiás

- Baixa conectividade externa e interna: acesso feito apenas pela via BR-040, dificultando a acessibilidade à cidade; Pouca articulação viária entre os bairros.

Núcleo de integração Potencial centro ativo

Cidade Ocidental

Mapa axial de integração global apenas da área de intervenção

Luziânia

34

PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

Limite municipal Acesso ao município

N 0

1000m

- integrado

integrado +

Dimensão Funcional Sistema viário - Estrutura

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- O acesso à área de intervenção é feito apenas por meio da rodovia BR-040, que distribui o tráfego para a via GO-521, responsável pelo escoamento do fluxo para os bairros da área;

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- Existem muitas ruas sem saída, sobretudo nas áreas de condomínios fechados (áreas de malha isolada, baseada em acessos únicos e um sistema de ruas de baixa permeabilidade) e nas regiões periféricas aos bairros, próximos aos corpos d’ água;

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- As principais vias apresentam distâncias adequadas para o transporte motorizado, mas é possível otimiza-las para a acessibilidade dos pedestres.

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Figura 13: Via sem saída em sede municipal: situação comum em Cidade Ocidental.

Fonte: Google Earth

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Luziânia

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Valparaíso de Goiás

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Cidade Ocidental

N 0

1000m

Limite municipal Hidrografia Ferrovia Acessos Vias principais Vias secundárias Ruas sem saída Ruas sem saída (condomínios) Distâncias (m) entre as vias principais

A CIDADE QUE SE TEM: diagnóstico

35

Dimensão Funcional Sistema viário - Forma

mas

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- A área possui uma malha definida por eixos ortogonais, no entanto, o desenho do tecido é composto por diferentes tipos de padrões de grelhas, que estabelecem uma articulação interpartes sem considerar a continuidade viária;

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- As áreas próximas ao limite municipal, sobretudo a noroeste, não possuem calçadas ou possuem de forma parcial (apenas em um lado da via). No geral, as calçadas possuem obstruções e são descontínuas, além de não serem apropriadas para pessoas com mobilidade reduzida. As calçadas existentes variam de 1m até 4,0 m;

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- Alguns cruzamentos, sobretudo nas rotatórias, possuem conflitos decorrentes da quantidade fluxos que convergem para o mesmo ponto, provocando congestionamentos e acidentes.

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Valparaíso de Goiás

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Figura 14: Calçadas sem continuidade e estreitas - Sede municipal Fonte: Google Earth

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Cidade Ocidental

Luziânia

36

PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

N 0

1000m

Limite municipal Hidrografia Ferrovia Estrangulamentos viários Conflitos viários Ruas sem calçadas Estacionamentos públicos

Dimensão Funcional Sistema viário - Mobilidade urbana

mas

- O sistema de transporte público não abrange toda área, sobretudo os trechos de condomínios;

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- Cerca de 3,78Km da rota de ônibus é feita em vias locais (categoria de via não adequada para a passagem de veículos grandes como ônibus);

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- Nas áreas que recebem a rota de ônibus, o raio de abrangência dos pontos é de aproximadamente 400 metros, viável para o pedestre;

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- Há bairros com poucas estruturas de abrigo de parada de ônibus, dessa forma, as esquinas funcionam como pontos informais;

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- Não existe nenhum sistema de ciclovia.

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Valparaíso de Goiás

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Luziânia

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Figura 15: Ponto de ônibus com abrigo, na principal centralidade da cidade.

Fonte: Google Earth

Cidade Ocidental

N 0

1000m

Limite municipal Hidrografia Ferrovia Rota de ônibus - Interbairros Rota de ônibus - Interestadual Via local usada para rota de ônibus Pontos de ônibus - Com abrigo Pontos de ônibus - Sem abrigo Abrangência dos pontos de ônibus

A CIDADE QUE SE TEM: diagnóstico

37

Dimensão Funcional Espaços edificados - Estrutura, forma e função

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- No geral as quadras possuem distâncias confortáveis para os pedestres, mas existem quarteirões grandes que dificultam a circulação das pessoas, tornando o passeio cansativo. Há tamanhos de quadras de uso residencial com dimensões inapropriadas para as vias locais à qual se voltam;

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- Existem invasões de uso residencial nas áreas públicas da Zona de Interesse Ambiental;

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- Há tendência de mudança edilícia e dos gabaritos dos novos prédios na porção noroeste da área, que variam de 2 até 4 pavimentos;

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- Não há tendência de transformação de uso, sendo o uso residencial ainda muito predominante na região;

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Valparaíso de Goiás

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- A Zona de Interesse Ambiental é uma área atrativa para implantação de espaços recreativos/lazer e equipamentos públicos; as margens da via arterial (GO-521) têm potencialidade para se desenvolver como polo econômico da cidade, devido à categoria viária, o vazio urbano e a proximidade com a BR-040, polo econômico regional; - A cidade não possui uso e ocupação industrial. Não há também ocupações comerciais ou de serviços de grande porte;

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- As áreas verdes destinadas a lazer se concentram na sede municipal.

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Cidade Ocidental

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Luziânia

N 0

38

PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

1000m

Limite municipal Hidrografia Ferrovia Residencial unifamiliar Residencial multif. (Condomínios) Comercial/serviços Misto Institucional Industrial Áreas públicas livres Áreas públicas de lazer Área de proteção ambiental Áreas públicas invadidas

3.4 Dimensão Econômica

mas

- Valorização imobiliária: áreas da sede, devido a proximidade com o centro e facilidade de mobilidade; imóveis e terrenos próximos a cidade de Valparaíso de Goiás, devido a proximidade com a BR-040 e seu polo comercial, tornando-se uma das áreas mais valorizadas;

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- Desvalorização imobiliária: áreas distantes de pontos comerciais, institucionais e de equipamentos urbanos; não são atendidas por transporte público; não dispõem de vias pavimentadas;

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População estimada na área de intervenção: 57.481 habitantes Área territorial: 20,7 km2 Densidade: 2.776 hab/km2 Quantidade de domicílios: 16.483 - 99,3 % residência unifamiliar Área pública: cerca de 50% do recorte de intervenção.

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Valparaíso de Goiás

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Luziânia

Cidade Ocidental

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1000m

Limite municipal Hidrografia Ferrovia Áreas públicas Áreas privadas Área de valorização imobiliária Área de desvalorização imobiliária Áreas com comércios prósperos

A CIDADE QUE SE TEM: diagnóstico

39

3.5 Dimensão Sociólogica - Pessoas x Áreas públicas

- Há maior permanência de pessoas nas áreas de comércios/serviços locais, sobretudo, nos centros e subcentros, na orla do Lago Jacob, nas quadras poliesportivas, no Bosque Chico Mendes e nos becos; aos sábados funciona a Feira coberta na sede municipal e se torna o ponto mais frequentado da cidade; - Existem trechos de comércios nos becos, um incentivo para a presença/passagem de pessoas, no entanto, as paredes cegas ainda são as principais características desses espaços; - Há algumas quadras (mais de 100m) totalmente murada ou gradeada, dificultando a circulação das pessoas e a visibilidade dos espaços edificados; - A orla e o bosque possuem brinquedos, bancos, quadras e trilhas.

A orla do lago não atrai pessoas para permanência (exceto em dias de eventos) devido a ausência de espaços cobertos, sombreamento e quiosques; - A maioria das áreas citadas é ocupada todos os dias, mas apenas no período da manhã e tarde;

Valparaíso de Goiás

- Os grupos que frequentam a maioria dos espaços são adultos; exceto a Orla do lago e o bosque (espaços que tem equipamentos de lazer para as crianças), não existe espaços adequadas para o uso infantil; - Há muitos espaços públicos que inicialmente haviam sido utilizados como praças e ocupados por equipamentos ou mobiliário urbano, hoje se encontram subutilizados ou abandonados, tornando pontos de insegurança.

Cidade Ocidental

Luziânia

40

PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

N 0

1000m

Limite municipal Hidrografia Ferrovia Espaços públicos utilizados Espaços públicos subutilizados Espaços com presença de pessoas Paredes cegas/abertura mínima Becos

Espaço abandonado: uma praça não utilizada pelos moradores, devido ao descaso

Quadra poliesportiva: bastante utilizada em todos os dias da semana

Orla do Lago Jacob: bastante utilizada durante o período da tarde e finais de semana

Centro comercial: área de passagem e permanência

Beco no núcleo antigo: muito utilizado pelos moradores

Muros: a m aioria dos l otes o u quadras t em a lguma barreira visual ou física

Figuras 16 - Imagens de espaços públicos.

Fonte: Google Earth Praça Santo Antônio em dia de evento público.

Foto: Acervo da Prefeitura de Cidade Ocidental A CIDADE QUE SE TEM: diagnóstico

41

3.6 Dimensão Topoceptiva

mas

- Efeitos visuais topológicos predominantes: amplidão, estreitamento e alargamento;

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- Efeitos visuais perspectivos predominantes: direcionamento e visual fechada;

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- Tendo em vista o ângulo do observador, a área não possui identidade e pouco/nenhum marco visual, pois não há muitas variações de elementos e relações morfológicas (quadras, edificações e ruas são muito semelhantes), que indica caráter de unidade da área;

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09

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- Na maioria das vezes, equipamentos públicos ou comércios (igrejas, escolas, praças, rotatórias e lojas) são os pontos de referência para orientação das pessoas.

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Valparaíso de Goiás

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15 Cidade Ocidental

Luziânia

N 0

42

PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

1000m

Limite municipal Hidrografia Ferrovia Percurso de eventos perceptivos

Efeitos topológicos e perspectivos Registro sequencial do campo visual

01

Efeitos visuais Topológicos alargamento/ estreitamento

02

Efeitos visuais Perspectivos direcionamento

05

Efeitos visuais Topológicos alargamento/ estreitamento

Efeitos visuais Topológicos amplidão

06

Efeitos visuais Topológicos preparação alargamento

Efeitos visuais Perspectivos visual fechada/ direcionamento

Efeitos visuais Topológicos envolvimento

10

Efeitos visuais Topológicos estreitamento

07

Efeitos visuais Topológicos estreitamento

Efeitos visuais Perspectivos direcionamento

04

Efeitos visuais Topológicos amplidão

11

Efeitos visuais Topológicos estreitamento

08

Efeitos visuais Topológicos estreitamento

Efeitos visuais Perspectivos visual fechada

Efeitos visuais Topológicos prep. amplidão

Efeitos visuais Perspectivos direcionamento

12

Efeitos visuais Topológicos alargamento/ estreitamento

Efeitos visuais Perspectivos direcionamento

Efeitos visuais Perspectivos visual fechada

15

Efeitos visuais Topológicos amplidão

Efeitos visuais Perspectivos mirante/ direcionamento

Efeitos visuais Perspectivos direcionamento

Efeitos visuais Perspectivos direcionamento

14

Efeitos visuais Topológicos amplidão

Efeitos visuais Perspectivos conexão

Efeitos visuais Perspectivos emolduramento

Efeitos visuais Perspectivos conexão

13

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Efeitos visuais Perspectivos direcionamento

Efeitos visuais Perspectivos direcionamento

09

Efeitos visuais Topológicos amplidão

16

Efeitos visuais Topológicos estreitamento

Efeitos visuais Perspectivos visual fechada

A CIDADE QUE SE TEM: diagnóstico

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3.7 Dimensão Expressivo-simbólica Efeitos visuais Expressivo-simbólico Registro sequencial do campo visual 01

02

03

Igreja localizada na Praça Santo Antônio Dimensão afetiva: aconchegante + especial + calmo

Edifício Atílio Borges Dimensão afetiva: formal + diversificado + estático

04

05

Concha acústica localizada na Praça da Bíblia Dimensão afetiva: informal + especial + introspectivo

06 - Estética: a área em geral não pode ser considerada bela, pois não há estímulos visuais significativos, devido ao pouco/nenhum tratamento com finalidade de embelezamento dos espaços;

Orla do Lago Jacob Dimensão afetiva: interessante + aconchegante

07

Bairro São Matheus Dimensão afetiva: abandonada + fria

08

Área mais antiga da cidade Dimensão afetiva: estática + bem cuidada + calmo

- Os elementos arquitetônicos que simbolizam a área são:

09

A igreja localizada na Praça Santo Antônio, a mais antiga e frequentada da cidade; A concha acústica localizada na Praça da Bíblia, funciona como espaço religioso a céu aberto;

Bairro Dom Bosco Dimensão afetiva: abandonada + desinteressante

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Centro na sede Dimensão afetiva: dinâmica + interessante + formal

Bairro Recreio Mossoró Dimensão afetiva: desinteressante + confusa + banal

PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

O edifício Atílio Borges se tornou símbolo por ser a única construção mais alta da cidade, apesar de ter apenas 6 pavimentos; - A área como um todo, desperta sentimentos de abandono, estaticidade, mal cuidado, comum, informal, perigosa e clara.

3.8 Potencialidades e Problemáticas

Áreas topográficas elevadas que podem ser exploradas para lazer/recreação

Calçadas descontínuas/não acessíveis/inexistentes

Poucas conexões externas Baixa conectividade viária entre os bairros Áreas vazias adequadas para ocupação e implantação

de equipamentos públicos

Tendência de crescimento da centralidade urbana

Proliferação de condomínios Ausência de edificações verticalizadas

Diferentes tipos de malhas viárias sem articulação entre si

Espaço na caixa viária para reestruturação viária

Quadras grandes

Invasões de áreas públicas, sobretudo em APPS Muros/grades como barreiras física e visual

Vias locais bem dimensionadas Não existe sistema cicloviário

Potencial para o desenvolvimento do polo econômico

Ausência de usos industriais e comerciais de grande porte

Baixa integração interurbana e interurbana Potencial para criação de espaços de lazer

Conflito viário nas rotatórias com muito fluxo Poucas áreas verdes de lazer e mal distribuídas Proximidade com a rodovia BR-040

Uso residencial é predominante Ausência de arborização urbana Vias com alinhamento contínuo O raio de alcance dos pontos de ônibus

é viável para o pedestre

N

Problemáticas Pontencialidades

A CIDADE QUE SE TEM: diagnóstico

45

Este tópico reúne alguns projetos urbanos que possuem semelhanças com as diretrizes e a escala da proposta que se pretende desenvolver. A análise de referências projetuais permite assimilar as qualificações e problemáticas envolvidas na implantação e usos dos espaços desses projetos, de modo que contribua para o enriquecimento da atividade projetual.

REFERÊNCIAS

TEÓRICAS E PROJETUAIS

4

4.1 Conceitos sobre formas urbanas e Cidade Sustentável A evolução das formas urbanas é um processo pela qual as cidades passam constantemente desde o momento de sua criação. Para Lamas (2004, p.111), a cidade, como qualquer organismo vivo, encontra-se em contínua evolução, encadeando, pedaço a pedaço, modificações na sua forma. Ao estudar a morfologia das cidades, é importante ponderar a respeito do seu desenvolvimento urbano, processo que conduz alterações internas e externas dos assentamentos, estimulando a expansão urbana.

Conforme Japiassú e Lins (2014), a expansão urbana é um processo que se refere às dinâmicas da cidade que resultam ou justificam seu crescimento – isto é, a ampliação territorial de áreas definidas como rurais ou crescimento demográfico. Sob a perspectiva do crescimento territorial, podem acontecer de duas formas: crescimento intensivo (ou crescimento vertical), ocasionada pela intensificação do uso e ocupação do solo, e o crescimento extensivo (ou crescimento horizontal), no qual acontece o parcelamento de áreas não ocupadas, gerando ampliação do perímetro urbano.

O crescimento territorial extensivo ou horizontal – dada em modelo de dispersão urbana, resulta em cidades com espaços cada vez mais dilatados e sem limites consistentes, aspectos que refletem muitas cidades brasileiras de médio e pequeno porte. Esse tipo de processo de urbanização tem sido abordado desde do século XX por diversos pesquisadores6. Trata-se da extensão da configuração do tecido urbano, conformando núcleos urbanos dispersos e descontínuos das partes edificadas no território, geralmente com baixas densidades construtivas.

Conforme aponta Reis Filho (2006), a dispersão urbana evidencia alguns aspectos significativos, como: (a) a produção de espaços separados fisicamente, mas interdependentes entre si; (b) espaços socialmente excludentes; (c) descentralização da população, do emprego e dos serviços; (d) produção de “novas periferias”, mais complexas em suas estruturas socioeconômicas; (e) difusão de condomínios horizontais e loteamentos fechados, implicando na alteração das relações entre público e privado; (f) e a fragmentação do tecido urbano, que deixa extensos espaços menos adensados entre núcleos ocupados (apud PESCATORI, 2016, p.24).

Essa forma de crescimento urbano segregado impõe a locomoção de transporte de grandes trajetos, que implica em problemas sociais, econômicos e ambientais, como: congestionamentos, emissão de gases, ruídos, acidentes, aumento do tempo no transporte de pessoas, serviços, materiais e mercadorias.

Outro aspecto morfológico resultante da dispersão é a fragmentação. Pode dá-se por um tecido urbano contínuo, porém caracterizado por frações cujas malhas têm

48

diversas configurações, e não se articulam por meio de longos eixos que percorram grandes distâncias, ou por um tecido urbano descontínuo no qual, à diversidade morfológica das partes, somam-se vazios a separá-las. (HOLANDA; MEDEIROS; RIBEIRO; MOURA, 2015, p. 69). Esses espaços vazios, podem constituírem partes produtivas e intrínsecas à cidade e a suas dinâmicas (PESCATORI, 2016). São esses espaços que representam “respiros” em meio a massa construída, que podem, muitas vezes, desempenhar funções relacionadas a recreação, sociabilidade e/ou a drenagem urbana.

Em resposta ao modelo de dispersão urbana, costuma-se opor o modelo de cidade dispersa à cidade compacta, caracterizado pela intensificação da ocupação do solo urbano, traço de cidades que crescem de forma mais concentrada. Esse termo reúne um conjunto de diretrizes urbanas, como: densidades equilibradas, diferentes centralidades, expansão concentrada, unidades territoriais autônomas em termos de oferta de equipamentos, serviços, empregos e moradia, como forma de diminuir a demanda por transporte e as distâncias a serem percorridas. Para atingir esse modelo é essencial o bom gerenciamento do uso e ocupação do solo, articulado ao planejamento dos sistemas de transporte coletivo mais racional e eficiente, e assim, causar menos impactos na paisagem e nos espaços públicos das cidades. É fundamental pensar em cidades mais inclusivas, que proporcionem modos de vida e de ocupação territorial menos impactantes ao meio ambiente. É o que aborda o tema de cidade sustentável. Para Cunha e Bochet (apud MADUREIRA, 2006), a cidade sustentável é aquela que favorece uma forma urbana flexível e estruturada, e que permite uma economia de recursos imobiliários, reciclagem do uso do espaço, dando atenção ao uso eficiente da energia, da água e dos materiais, à limitação dos ruídos, à qualificação dos espaços públicos e à integração do planejamento espacial e das políticas de transporte.

De acordo com Gehl (p.7, 2015), a cidade sustentável é geralmente fortalecida se grande parte de seu sistema de transporte puder se dar por meio da “mobilidade verde”, ou seja, deslocar-se a pé, de bicicleta ou por transporte público. Esses meios proporcionam acentuados benefícios a economia e ao meio ambiente, reduzem o consumo de recursos, limitam as emissões e diminuem o nível de ruídos.

As características da forma urbana compacta induzem uma expansão mais sustentável de mobilidade, devido as altas densidades e uso misto do solo, que tendem a diminuir as distâncias a serem percorridas, favorecendo o uso da mobilidade verde e viabilizando um transporte público mais eficiente e barato. No entanto, o modelo compacto preza pela alta densidade, que pode comprometer a arborização, iluminação e ventilação natural, dependendo da forma que é aplicada.

Assim como a maioria das cidades, a Cidade Ocidental também cresce seguindo o modelo de urbanização espraiada, que implica em altos custos ambientais, financeiros e sociais. É necessário desenvolver um plano de reestruturação urbana, que busca o equilíbrio entre as potencialidades de cada modelo aqui discutido.

PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

Entre as principais referências acerca do processo de dispersão, destacam-se: Leapfrog development, que define esse processo como “expansão urbana a pequenos saltos com vazios intersticiais” (GOTTMAN, 1961); Urban spraw, definido como um processo gerador de empreendimentos residenciais com densidade continuamente baixa na franja de uma área metropolitana (HARVEY e CLARK, 1965); Urbanização dispersa (REIS, 2006), empregada como “a extensão dos tecidos urbanos por vastos territórios, separados no espaço, mas mantendo estreitos vínculos entre si, como partes de um único sistema urbano” (apud COELHO, p.5, 2016).

6

CIDADE DISPERSA

CIDADE COMPACTA

Longas distâncias que exigem deslocamentos de carros

Distâncias que podem ser percorridas a pé ou de bicicleta

Figura 17: a esquerda, esquema didático sobre cidade dispersa e a direita, esquema sobre cidade compacta.

Fonte: https://www.wri.org

REFERÊNCIAS TEÓRICAS E PROJETUAIS

49

4.2 Revitalização da orla do Rio Manzanares Madrid, Espanha

Autores: West 8 Urban Design & Landscape Architecture, Burgos & Garrido, Porras La Casta, Rubio & Álvarez-Sala Ano: 2006/2011 Área: 80.000 m²

ANTES

DEPOIS

Figura 18 - Antes e depois das margens do rio Manzanares - 2003 e 2016.

Fonte: Google Earth.

Objetivos do projeto: aproximar a população e o rio; recuperar a biodiversidade local; criar uma enorme área de convivência e lazer; estimular a qualidade de vida dos moradores da região; conectar as paisagens naturais e os espaços públicos presentes ao sul e ao norte de Madrid.

Descrição: O rio Manzanares, que atravessa a área urbana periférica da cidade de Madrid (Figura 18), foi durante muito tempo, uma barreira física entre o centro da cidade e os novos bairros, isolado e sem visibilidade, levando-o a degradação e abandono. A partir da década de 1960, foi construído um conjunto de pistas da rodovia M-30, as margens do rio, priorizando o acesso de automóveis e elevando o índice de ruído produzido pelo tráfego intenso.

A prefeitura de Madrid, por meio de um concurso internacional – Madrid Rio –, resolveu dar um novo sentido ao espaço, para a melhoria da qualidade ambiental da cidade e o aumento/inserção de outros modais. Um total de 47 intervenções pontuais foram realizadas ao longo de 43 km de rodovia contíguos ao rio (SIQUEIRA, 2011). Uma das medidas mais relevantes foi, o soterramento de 6 km das vias marginais da autoestrada M-30 próximo ao rio, que foram acondicionadas em túneis, a fim de liberar cerca de 150 hectares de terra para criação de espaços públicos na orla do Manzanares.

Proposta: O projeto foi estruturado em um conjunto de espaços verdes como praças, bulevares, parques, jardins, além de várias pontes para os pedestres e ciclistas para melhoria das conexões entre os distritos, quadras esportivas, equipamentos públicos, área de recreação infantil, pistas de skate e uma praia urbana artificial (Figuras 19 e 20). Segundo Garrido (2017) o objetivo foi, desde o primeiro dia, que os cidadãos pensassem naquele espaço como feito para eles, como um lugar em que era permitido se apropriar7.

Pontos de interesse projetuais: apesar da barreira física entre os bairros, provocado pela presença do rio, é evidente que a criação de passagens para as pessoas e espaços de convívio à beira do rio, gera uma relação de integração entre as áreas distintas e desperta a valorização local – pontos importantes desse estudo de caso podem contribuir para a proposta de integração dos núcleos fragmentados e separados pelos corpos d’água que atravessam a área de intervenção de Cidade Ocidental.

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PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

Figura 19 - Parte do parque linear: Platafoma do Rey e Huerta de la Partida.

Fonte: http://www.west8. com/

Figura 20 - Parte do parque linear: Skate Park e Arganzuela Park.

Fonte: http://www.west8. com/ Citação fornecida pelo o arquiteto espanhol Ginés Garrido, do projeto Madrid Rio, no seminário A Cidade e a Água de setembro de 2017, promovido pelo Arq. Futuro.

7

4.3 Restauração do Córrego de Cheonggyecheon Seul, Coréia do Sul

Autores: Governo metropolitano de Seul, sob direção do vice-prefeito Yun-Jae Yang e a equipe do urbanista Kee Yeon Hwang Ano: 2002/2005 Área: 400 hectares, distribuídos ao longo de 8 km Objetivos do projeto: Criar uma via de recreação; melhorar o meio ambiente e a qualidade de vida da população; despoluir as águas do rio Cheonggyecheon; estimular a população a usar transporte público e diminuir o tráfego de automóveis individuais; proporcionar uma área de conservação histórica; estimular a revitalização econômica da área próxima ao córrego.

Descrição: Na década de 1940, o córrego Cheonggyecheon foi coberto por viadutos e leitos carroçáveis que se estendiam por 6 km. Em 1976, foi criada uma via

expressa elevada sob o córrego, aliada ao crescimento do uso do automóvel e, a criação de empresas e comércios ao longo desse eixo viário. Estima-se que viaduto que cobria esse canal urbano, recebia cerca de 120 mil veículos diariamente. A partir de 1990, a prefeitura local percebeu que essa zona se tornou degradada e insustentável. Para garantir a recuperação ambiental e melhoria da qualidade de vida dos moradores, foi idealizado a demolição de um viaduto que cobria esse canal totalmente poluído (Figura 21).

As obras de recuperação foram iniciadas em 2002, com cerca de 620 mil toneladas de concreto derrubados e reciclados, com um custo de 380 milhões de dólares de investimento. Para facilitar o acesso ao local, o sistema de transporte coletivo foi ampliado, o que significou uma redução no número de veículos individuais nos arredores.

Em relação aos pontos positivos e negativos que o projeto logrou, segundo Rowe (2013), de forma geral o projeto de restauração foi definitivamente positivo, devido a criação de um novo cenário de encontro e estilo de vida, além da geração da qualidade ambiental do espaço, que diminuiu o efeito de ilha de calor da área em relação a outras regiões da cidade. A atividade econômica tem sido revivida, pelo menos em torno do distrito central de negócios (o Central Business District), a extremo leste, e na área de Dongdaemun, na parte central do projeto, nas quais a vida noturna foi renovada e atraí pessoas ao espaço. Entre os defeitos do projeto há a dificuldade de criar novos negócios ao longo de certos trechos do rio, principalmente pelo grande aumento do valor da propriedade, que representa um obstáculo significativo para a melhoria do projeto.

Proposta: As vias elevadas que encobriam o córrego foram demolidas, abrindo-se cerca de 20% a mais de espaço nas margens do Cheonggyecheon, ou seja, 80 metros de largura foi aberto ao público, distribuídos ao longo de 8 quilômetros de extensão. Ao todo, foram construídas 22 pontes, além de várias intervenções paisagísticas e urbanísticas pontuais (Figura 22). Isso incluiu instalações de artes públicas, caminhos ao lado do rio para pedestres e corredores, diversas espécies de vegetação ao longo do córrego, compondo o parque linear. Foi construído um centro comunitário, e os direitos de passagem entre pedestres e veículos foram totalmente reconfigurados, ação importante para os estabelecimentos comerciais adjacentes ao Cheonggyecheon, que passou a receber mais clientes.

Figura 21 - Acima, antes e depois do Cheonggyecheon.

Figura 22 - Projeto de Restauração do Corrégo Cheonggyecheon.

Fonte: http://projetobatente. com.br/projeto-de-restauracao-do-cheonggyecheon/

Pontos de interesse projetuais: A paisagem urbana preservada, ou revitalizada, é parte da qualidade de vida nas cidades, e desperta a valorização e apropriação dos espaços pelas pessoas – pontos importantes desse estudo de caso podem contribuir para a proposta de renovação da área em que está inserido o principal córrego da área de intervenção de Cidade Ocidental, cuja a situação existente é de abandono e de falta de interesse dos moradores locais.

REFERÊNCIAS TEÓRICAS E PROJETUAIS

51

4.4 Parque Ecológico do Sitiê

Morro da comunidade de Vidigal, RJ - Brasil Autores: Governo metropolitano de Seul, sob direção do vice-prefeito Yun-Jae Yang e a equipe do urbanista Kee Yeon Hwang Ano: 2002/2005 Área: 400 hectares, distribuídos ao longo de 8 km

grafia – pontos importantes desse estudo de caso podem contribuir para a proposta de inserção dos morros à costura urbana da Cidade Ocidental, cujo objetivo é integrar os elementos naturais à reestruturação da cidade.

Objetivos do projeto: aproximar a comunidade da mata nativa; reflorestar; reciclar os lixos depositados nesse espaço; estimular atividades culturais; criar uma área de convívio social.

Descrição: O Parque Sitiê, localizado no morro da comunidade de Vidigal, zona sul do Rio de Janeiro, é uma intervenção que requalificou um espaço degradado, que acumulava cerca de 16 toneladas de lixo, colocando em risco a saúde dos moradores da comunidade. Mas a partir de 2005, por meio da iniciativa de moradores, que ao longo dos anos receberam apoio de profissionais da área de arquitetura e urbanismo, transformou o espaço residual em um parque ecológico implantado em uma região de topografia em aclive natural, que realiza atividades de reflorestamento, reciclagem, paisagismo, agricultura urbana e design.

O parque foi reconhecido como a primeira agrofloresta do Rio de Janeiro pela Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal, denominação dada a locais onde trechos de mata nativa aliam-se a agricultura e a preservação ambiental. Em 2014, o Sitiê foi premiado nos Estados Unidos pelo SEED (Design Socioeconômico e Ambiental, sigla em inglês), organização que promove iniciativas que combinam design e interesse público.

Figura 23 - Mirante no Parque do Sitiê.

Fonte: http://misturaurbana. com/2016/02/moradores-de-favela-alto-vidigal-rj-transformam-deposito-de-lixo-em-parque-ecologico/

Figura 24 - Parque ecológico no alto do Morro do Vidigal.

Fonte: http://misturaurbana. com/2016/02/moradores-de-favela-alto-vidigal-rj-transformam-deposito-de-lixo-em-parque-ecologico/

Proposta: os moradores do projeto comunitário removeram os resíduos do espaço, a fim de recuperar a terra para o plantio. Foi iniciado o processo de reflorestamento e agricultura urbana, com o cultivo de plantas, hortaliças, verduras, legumes e frutas, que são doados para a comunidade. Para ajudar no escoamento das águas pluviais, foi erguida uma muralha de pneus no centro do parque, para evitar deslizamentos de terra, além de servir como palco de atividades culturais.

O acesso ao parque se dá por meio de cerca de 150 degraus feitos de entulhos e pneus reciclados. Os espaços de convívio e o mirante são cercados por jardins e parte da floresta. A requalificação dessa área do morro do Vidigal proporcionou a diminuição da violência e tiroteios de criminosos nas ruas, que contribuiu para o crescimento de empreendimentos na favela.

Pontos de interesse projetuais: O projeto que criado no alto do morro do Vidigal, em meio a uma comunidade carente de área de lazer, oferece espaços de convívio e contemplação das praias de Ipanema e Leblon, aliada as intervenções na topo-

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PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

Figura 25 - Crianças utilizam o Parque Ecológico Sitiê para brincar.

Fonte: https://www.tripadvisor.com.br/LocationPhotoDirectLink-g303506-d8469849-i152212687-Parque_e_Instituto_Sitie-Rio_ de_Janeiro_State_of_Rio_de_ Janeiro.html

4.5 Chicago’s Park and Boulevard System Chicago, Estados Unidos

Autores: John S. Wright, Olmsted, Vaux & Co., Frederick Law Olmsted e Calvert Vaux, Prefeitura de Chicago Ano: 1869/1942 Área: 800 hectares Objetivos do projeto: proporcionar o contato das pessoas com a natureza; produzir uma paisagem urbana mais verde e bonita; estimular a socialização das pessoas ao ar livre; conectar os parques por meio de corredores viários verdes; estimular o desenvolvimento de imóveis residenciais e ajudar a criar vizinhanças saudáveis

abrange cerca de 800 hectares ao longo de 42 quilômetros de avenidas interligadas. Esses espaços contam com uma variedade de vegetação, especialmente árvores, calçadas e mobiliário urbano.

Pontos de interesse projetuais: Implantar espaços livres verdes em áreas residenciais estimula a presença de mais pessoas nas ruas, torna-a mais agradável e segura – pontos importantes desse estudo de caso podem contribuir para a proposta de reestruturação das principais vias da área de intervenção do projeto, cuja situação existente é de ausência de áreas livres verdes e acessíveis para a população, principalmente em avenidas que tem um fluxo muito alto de carros e pessoas.

Inserir vegetação aliada a outras infraestruturas podem contribuir para um espaço mais agradável, bonito e seguro.

Descrição: O Sistema de Parques e Boulevard de Chicago é um projeto de largas avenidas ajardinadas, conectadas por parques pelos lados norte, oeste e sul da cidade de Chicago. Os parques foram implantados por três conselhos de diferentes de bairros. Cada divisão está sob o controle de Comissários do Parque Estadual, nomeados pelo governador do estado de Illinois. Assim, a cidade possui três conselhos: os comissários de South Park, os comissários de West Park e os comissários de North Park. Os parques de cada divisão são mantidos por impostos gerados pelas respectivas divisões.

O Boulevard System of Chicago, foi inicialmente proposto pelo urbanista e investidor imobiliário John S. Wright. Os planos originais era implantar faixas estreitas de parques e áreas de lazer ao redor da cidade. O sistema foi autorizado pela legislação estadual de Illinois em 1869. A pretensão de Wright era levar a natureza para dentro da cidade, tornando-a mais bela:

Tradução livre. Citação original: “I foresee a time, not very distant, when Chicago will need for its fast increasing population a park or parks in each division. Of these parks I have a vision.

They are all improved and connected with a wide avenue extending to and along the Lake shore on the north and south, and so surrounding the city with a magnificent chain of parks and parkways that have not their equal in the World (WRIGHT, 1869).

8

[...] eu prevejo um tempo, não muito distante, quando Chicago necessitar, para o rápido crescimento da população, de um parque ou parques em cada divisão [referindo-se aos lados sul, oeste e norte da cidade]. Desses parques eu tenho uma visão. Eles são todos melhorados e conectados com uma ampla avenida que se estende para e ao longo da margem do lago ao norte e ao sul, e assim cercam a cidade com uma magnífica cadeia de parques e vias que não têm igual no mundo [Tradução Nossa]8 (WRIGHT, 1869).

O Sistema de Parques e Boulevard de Chicago foi o primeiro grande sistema de áreas verdes livres dos Estados Unidos. O primeiro parque municipal, o Union Square Park, foi estabelecido em 1854. Em 1869, o governo de Illinois criou os parques South Park, o West Chicago Park e o Lincoln Park, próximos do Lago Michigan.

Hoje, muitos dos parques e avenidas projetadas entre 1869 e 1942 mantêm sua integridade histórica.

Figura 26 - Imagem área de parte do sistema de áreas livres verdes de Chicago,em destaque os Parques e Boulevares: Douglas Park Public, Independece Boulevard e Garfield Park.

Fonte: Google Earth

Proposta: Ao todo, o sistema contabiliza mais de vinte parques, dezenove avenidas e seis praças. A área coberta pelas áreas verdes dos parques e praças públicas

REFERÊNCIAS TEÓRICAS E PROJETUAIS

53

5

A CIDADE QUE SE DESEJA

PROPOSTA

5.1 Diretrizes de projeto

Conexão, Integração e Reestruturação viária

- Melhorar a integração com as cidades de Valparaíso de Goiás, Luziânia e do Distrito Federal para reequilibrar as dinâmicas; - Promover a articulação e acessibilidade intraurbana por meio da conectividade viária; - Estabelecer um desenho viário com dimensões adequadas para o uso das edificações e atividades locais; - Propor uma estruturação viária que otimize o fluxo do tráfego e atenue os conflitos viários nas rotatórias; Ações - Aumentar o número de conexões à rodovia BR-040; - Criar novos eixos viários para conectar os bairros existentes e diminuir as distâncias percorridas; - Promover a continuidade das vias cul-de-sac e/ou sem alinhamento; - Reestruturar o trecho de 3,78Km de vias locais que recebe a rota de ônibus; - Criar rotatórias em pontos de conflitos de cruzamentos de alto fluxo;

Mobilidade urbana

- Qualificar o sistema de mobilidade para a estruturação de uma matriz de deslocamentos articulada e eficiente; - Priorizar o transporte público, cicloviário e a circulação de pedestres; - Desestimular o uso do transporte individual motorizado; Ações - Qualificar as vias, deixando-as propícias para a rede de transporte público eficiente; - Implementar sistema cicloviário integrado nas vias coletoras e arteriais, buscando promover o uso da bicicleta como meio de transporte e lazer; - Diminuir as dimensões dos quarteirões, a fim facilitar os deslocamentos a pé e de bicicleta e minimizar a dependência de viagens motorizadas; - Requalificar as calçadas, dotando-as de no mínimo 2,5m de faixa livre e incluir faixa de mobiliário;

Qualificação ambiental

- Favorecer a interação dos moradores com o meio ambiente; - Delimitar as áreas de preservação Permanente com intuito de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a biodiversidade e assegurar o bem estar da população; Ações - Criar vias paisagísticas delimitando as reservas ambientais das áreas passíveis de urbanização, além de estabelecerem a continuidade das ruas sem saída adjacentes aos corpos d’água; - Remanejar as ocupações que estejam nas faixas de cursos d’água e coibir novos parcelamentos de uso urbano nas APPs; - Tornar as elevações topográficas de até 35m parte do desenho urbano, para criação de marco visual ou áreas recreativas;

56

PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

Ocupar, Adensar e Diversificar

- Prever ocupações nas áreas públicas vazias para um melhor aproveitamento dos espaços; - Prever adensamento habitacional nas áreas com potencial de transformação - Diversificar os usos, proporcionando a dinamização dos espaços e melhorar a qualidade de vida urbana; - Qualificar as centralidades existentes e fomentar a criação de novas centralidades, desconcentrando e multiplicando a oferta de emprego; - Estimular o desenvolvimento econômico para uma maior autonomia local; Ações - Criar zonas destinadas para usos comerciais e de serviços de médio e grande porte ao longo do principal eixo viário (via GO-521), para a geração de emprego e renda em uma região com grande oferta de moradia e pouca oferta de emprego; - Estimular o uso misto no térreo das edificações (comércio, serviços e equipamentos) ao longo dos eixos de sistema de transporte público, resultando em fachadas ativas e maior circulação de pessoas nos espaços públicos;

Espaços livres

- Promover espaços públicos essenciais para a paisagem, práticas de lazer e sociabilidade; - Requalificar os espaços livres existentes que se encontram subutilizados ou abandonados; - Definir áreas verdes para contribuir com a qualificação paisagística; Ações - Requalificar as praças localizadas nas quadras residenciais, sobretudo da sede municipal; - Proporcionar arborização urbana devido à ausência de vegetação em toda a área de intervenção; - Requalificar o Parque Urbano Jacób, ampliando sua estrutura de equipamentos voltados para recreação e permitindo uma maior atratividade para área; - Criar um sistema de espaços verdes nos corredores viários que cortam a cidade e integra-los as praças;

Valorização local - Oferecer uma maior visibilidade para o local; - Estimular o senso de comunidade e despertar a afetividade dos moradores com o meio de convívio; - Incentivar a preservação e valorização de áreas simbólicas para a memória da cidade.

Ações - Demarcar a Praça Santo Antônio em que está inserida a edificação religiosa mais antiga da cidade (1978), como área destinada à preservação histórica e cultural, devido ao seu valor referencial para a comunidade.

A CIDADE QUE SE DESEJA: proposta

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5.2 Novo perímetro urbano

Rio S ai a

Velha

A proposta de reestruturação viária consiste em ampliar o perímetro urbano da área de intervenção, promovendo a costura urbana entre as áreas consolidadas e as novas expansões propostas, adequando-se ao desenho viário existente.

Mangal

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Rib. Água Quente

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C o r régo

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O projeto tem como princípio melhorar a articulação e acessibilidade da cidade por meio da conectividade, mas respeitando e incorporando, na medida do possível, os elementos naturais ao projeto, como a topografia e as áreas de proteção ambiental.

VALPARAÍSO DE GOIÁS

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Rio S aia Velha

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Área existente: 12,3 km² Área incorporada: 4,7 km² Total da nova área proposta: 17 km²

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CIDADE OCIDENTAL

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Rio S aia Ve lh LUZIÂNIA

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PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

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N 0

1000m

Limite municipal Hidrografia Ferrovia Malha viária - antigo Malha viária - proposta

5.3 Configuração Espacial de Cidade Ocidental

Mapa de segmentos - Integração Angular Normalizada - NAIN O mapa de segmentos é uma variação melhorada do mapa axial e ajuda a analisar os deslocamentos no sistema urbano, pois pondera as variações angulares da quebra de linearidade de vias tortuosas, representadas por vários eixos e, portanto, como se fossem várias mudanças de direção, de modo a interpretá-las como continuação de um mesmo caminho, tornando-se mais próximo do movimento real das pessoas na cidade. Para fazer a simulação da configuração espacial da proposta urbana para Cidade Ocidental, foi considerada os mapas de segmentos de Integração angular normalizada e mapa de Escolha angular normalizada: Integração angular normalizada (NAIN): medida que normaliza a variável de integração global (potencial grau de acessibilidade na escala global do sistema), que permite fazer a leitura de do sistema existente e proposto. A análise determina os eixos viários mais integrados do sistema, com maior potencialidade de articulação e de se tornarem eixos de centralidades urbanas.

A criação de novos acessos à cidade e de novos eixos conectando os bairros existentes, promoveu uma melhora no desempenho urbano da cidade, devido a verificação de um número maior de eixos mais integrados (linhas representadas por cores quentes).

Variável NAIN existente: 1,08 Variável NAIN proposta: 1,47 aumento da integração em 36%

Menor integração

Maior integração

A CIDADE QUE SE DESEJA: proposta

59

Mapa de segmentos - Escolha Angular Normalizada - NACH

Escolha angular normalizada (NACH): medida que normaliza a variável de escolha angular, que indica as melhores escolhas nos percursos e trajetos em um movimento dentro do sistema. A variável permite entender melhor a hierarquia das vias.

Variável NACH existente: 0,96 Variável NACH proposta: 1,08 aumento de eixos potencialmente mais utilizados: 12,5%

N 0

Menor escolha

60

Maior escolha

PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

1000m

5.4 Sistema viário - Proposta

Mangal C o r régo

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Rib. Água Quente

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Rio S ai a

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O desenho das vias proposto foi baseado na análise do Mapa de segmentos de escolha e tem como condicionante uma malha viária mais conectada, integrada, segura e propicia para os pedestres. Nesse sentido, foram criadas mais aberturas viárias, tornando os quarteirões menores, que podem ajudar a reduzir a velocidades dos veículos motorizados e favorecer as pessoas a andarem a pé ou de bicicleta. As vias urbanas obedecem a uma hierarquia, classificada conforme suas principais funções e prioridades:

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- Vias arteriais: são corredores que atravessam todo o território e possuem uma dinâmica urbana acentuada, favorecendo a mobilidade de todos os usuários, com rotas de transporte coletivo, comércios adjacentes às vias e um alto número de pedestres e ciclistas;

L

VALPARAÍSO DE GOIÁS

R i b . M es q uita

- Vias locais: são caracterizadas por terem influencia local e por serem mais apropriadas para pedestres, ciclistas e automóveis menores; - Via paisagística: são vias que contornam os corpos d’água e tem função coletora dentro do sistema de hierarquização. Essas vias são responsáveis por conectar as ruas sem saídas próximas aos córregos, além de ajudar a delimitar a zona urbana da zona de preservação ambiental.

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Rio S aia Velha

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- Vias coletoras: são vias que distribuem o tráfego das vias arteriais para as vias locais. São eixos servidos por linhas de ônibus locais, atrativas para comércios e equipamentos da comunidade;

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CIDADE OCIDENTAL

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Rio S aia Ve lh a LUZIÂNIA

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Limite Municipal Ferrovia Hidrografia Via Expressa Via Arterial Via Coletora Via Local Vias estruturantes de futuras expansões

A CIDADE QUE SE DESEJA: proposta

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Mobilidade Urbana - Proposta Proposta de eixos de sistema de transporte público e cicloviário

Rio S ai a

Velha

O projeto do sistema viário propõe um desenho sustentável, que favorece o transporte não motorizado e priorize o ciclista e pedestre.

Mangal

A rede cicloviária foi implantada nas vias arteriais e coletoras, eixos que que atendem as principais demandas urbanas. Dessa forma, buscou-se a continuidade da malha, para tornar a rota cicloviária a mais direta possível.

Rib. Água Quente

Corré go M a s

se ira

C o r régo

Em relação aos eixos que fazem o transporte coletivo, devido a nova hierarquização de vias, a linha de ônibus pode ser estendida para atender um maior número de bairros e facilitar os deslocamentos dos pedestres até os pontos de ônibus.

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CIDADE OCIDENTAL

Corrégo Taveira

Rio S aia Ve lh a LUZIÂNIA

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PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

N 0

1000m

Limite Municipal Ferrovia Hidrografia Rota de ônibus - proposta Sistema cicloviário Pontos de ônibus - proposta

Sistema viário Seções viárias - existentes e propostas

Antes

FP

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FR

Depois

FP

FP

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Via local

FP

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FP

FP

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FM

FP

CL

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Via coletora

Legenda: FP: faixa de passeio FR: faixa de rolamento FM: faixa de mobiliário ES: estacionamento CC: canteiro CL: bicicleta AC: acostamento

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FR

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FR

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FR

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A CIDADE QUE SE DESEJA: proposta

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Antes

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Depois

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FP

CC

CL

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FM

FP

Via arterial

FP

FM

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FR

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FM

FP

CC

CL

Legenda:

Via paisagística - coletora

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PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

FP: faixa de passeio FR: faixa de rolamento FM: faixa de mobiliário ES: estacionamento CC: canteiro CL: bicicleta AC: acostamento

5.5 Uso e Ocupação do solo

Rio S ai a

Velha

As vias principais e secundárias são eixos de dinamização e, portanto, tem uma maior atratividade para estabelecimentos comerciais, assim permite-se o uso misto com comércio obrigatório no térreo voltado para essas vias, além de dois trechos de uso comercial. Na via paisagística e nas microparcelas adjcentes aos becos é permitido o uso misto com comércio não obrigatório no térreo.

Mangal

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C o r régo

Ocupações de uso institucionais devem ser ocupadas nas áreas de uso misto conforme a abrangência de cada área. Foram mantidas apenas as áreas destinadas a tratamento de água e esgoto. As ocupações que invandiam as áreas de proteção ambiental foram retiradas e os imóveis desapropriados foram incorporados aos novos parcelamentos com destinação residencial.

VALPARAÍSO DE GOIÁS

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Zoneamento previsto no PD

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Rio S aia Velha

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Limite Municipal Ferrovia Hidrografia Zona de Uso Residencial - multifamiliar e unifamiliar Zona de Uso Residencial de Adensamento Restrito (chácaras) Zona de Uso Misto Obrigatório Zona de Uso Misto Não-obrigatório Zona de Uso Comercial Áreas verdes públicas - Parques e Praças Área de Preservação Ambiental

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CIDADE OCIDENTAL

Corrégo Taveira

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ZEX - Zona de Expansão ZUI - Zona de Uso Institucional ZUM 1 - Zona de Uso Misto 1 ZUM 2 - Zona de Uso Misto 2 ZUM 3 - Zona de Uso Misto 3 ZUM 4 - Zona de Uso Misto 4 ZUR - Zona de Uso Residencial ZAE - Zona de Atividade Economica ZAR 1 - Zona de Adensamento Restrito 1 ZAR 2 - Zona de Adensamento Restrito 2

A CIDADE QUE SE DESEJA: proposta

65

5.6 Sistema de áreas verdes livres

Rio S ai a

Velha

Buscou-se incorporar um sistema de áreas verdes de funções diversas próximas as centralidades urbanas e nos corredores viários principais, como praças, áreas proteção e parques. Os morros presentes na área de intervenção foram incorporados ao desenho urbano, a fim de gerar parques de mirante. Foram criados parques nas áreas que haviam corrégos adentrando a cidade, intensificando a relação dos moradores com o meio ambiental.

Mangal C o r régo

Rib. Água Quente

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Rio S aia Velha

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Limite Municipal Ferrovia Hidrografia Via paisagística Via parque Área de Preservação Ambiental Áreas verdes de Interesse Ecológico Parques existentes

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Áreas verdes de Interesse Ecológico

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Bosque Ecológico Chico Mendes

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01 Parque Ecológico Morro do Mirante 02 Parque Urbano Dom Bosco

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CIDADE OCIDENTAL

Corrégo Taveira

LUZIÂNIA

Rio S aia Ve lh a

03 Parque Ecológico Morro Dom Bosco 04 Parque Urbano Suleste

N 0

1000m

05 Parque Urbano Jacob

06 Parque Ecológico Ocidental Park

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PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

5.7 Gabarito - Altura das edificações

Rio S ai a

Velha

O novo gabarito para altura das edificações visa um maior adesamento populacional. As vias foram condicionantes na definição das alturas. As vias primárias comportam as maiores densidades, devido ao seu potencial de oferta serviços. As vias secundárias (com influencia mais local) comporta uma densidade mediana, assim como as microparcelas adjacentes as vias paisagisticas.

Mangal C o r régo

Rib. Água Quente

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VALPARAÍSO DE GOIÁS

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Rio S aia Velha

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CIDADE OCIDENTAL

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LUZIÂNIA

Rio S aia Ve lh a

N 0

1000m

Limite Municipal Ferrovia Hidrografia 1 a 2 pavimentos 3 a 4 pavimentos 5 a 6 pavimentos 7 a 8 pavimentos

A CIDADE QUE SE DESEJA: proposta

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6

A CIDADE DE PERTO DETALHAMENTO

6.1 Mapa dos bairros - áreas de detalhes

Rio S ai a

Velha

Os bairros existentes foram ampliados e articulados, devido a incorporação de novas macroparcelas. Em busca de uma melhor disposição do sistema viário e zoneamento, foram retiradas todos as edificações que invadiam as áreas de preservação ambiental, além da desapropriação de dezenas de imóveis de uso residencial, a fim de permitir a melhor solução da costura urbana. Os imóveis desapropriados serão dispostos nas áreas de expansão de uso residencial ou misto.

Mangal C o r régo

Rib. Água Quente

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VALPARAÍSO DE GOIÁS

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Rio S aia Velha

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I GO DE ÍSO A I A R N ZIÂ LPA LU VA

CIDADE OCIDENTAL

Corrégo Taveira

LUZIÂNIA

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Rio S aia Ve lh a

PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

N 0

1000m

Limite Municipal Ferrovia Hidrografia Sede municipal Parque Nova Friburgo Parque Napólis Araguari Dom Bosco Recreio Mossoró Suleste I Suleste II São Matheus Ocidental Park

Diretrizes resultantes do projeto: Perspectiva - Parte dos bairros da Sede municipal, Parque Nova Friburgo e a área de lazer da orla do Lago Jacob

57.481 habitantes 172.896 habitantes

Falta de identidade Valorização e identidade local

Baixa conectividade e integração viária Aumento das conexões e articulação da malha

Falta de diversidade Variedades no uso e ocupação do solo

Densidade: 2.776 hab/km2 Alta densidade - 10.170 hab/km² 1230 hectares de áreas edificadas 1700 hectares de áreas edificadas

6,56 hectares de área verde livre 75,28 hectares de área verde livre Uso do transporte individual motorizado Priorização da mobilidade sustentável

Área de Preservação Ambiental não delimitada Delimitação das reservas ambientais

Quarteirões longos Quadras com curtas distâncias

A CIDADE DE PERTO: detalhamento

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6.2 Tabela dos Índices Urbanísticos

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PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

Macroparcelas Tipologias de quadras

Quadra Pátio - Macroparcelas de uso residencial e misto - Permite a fruição pública, que confere qualidade urbana e ambiental - Possibilidade de gerar edificações públicas no miolo da quadra

Quadra Comercial - Macroparcelas de uso misto e comercial - Recuos posteriores obrigatórios nos lotes comerciais - 80% de ocupação do lote - Edificações mais altas

Quadra Curta - Macroparcelas de uso misto não obrigatório - Recuos laterais e posteriores obrigatórios nos lotes, a fim de criar espaços verdes - 80% de ocupação do lote

Quadra Local - Macroparcelas de uso misto obrigatório - Permite comércios e serviços no térreo das edificações - São quadras permeáveis, para de criar espaços arborizados da quadra

A CIDADE DE PERTO: detalhamento

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6.3 Trecho 01 - Uma nova paisagem

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PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

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6.4 Trecho 02 - Uma nova paisagem

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A CIDADE DE PERTO: detalhamento

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6.5 Trecho 03 - Uma nova paisagem

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PLANO DE REESTRUTURAÇÃO URBANA: INTEGRAÇÃO E OCUPAÇÃO DO TECIDO FRAGMENTADO DE CIDADE OCIDENTAL

CONSIDERAÇÕES FINAIS O plano de reestruturação urbana resultante permite retomar as questões iniciais que guiavam o projeto em vista de soluções urbanas pertinentes as problemáticas da Cidade Ocidental: Em que medida as novas extensões urbanas têm comprometido a organização espacial do município? Quais os meios para a conexão das áreas fragmentadas? Como seriam os espaços adequados para o assentamento e convívio da população? Foram questionamentos fundamentais para o alcance de melhorias do espaço urbano, por meio de uma intervenção na escala macro de (re)estruturação, qualificação e integração dos espaços existentes e os novos eixos de expansão.

Desta forma, qualquer projeto de intervenção pontual – escala micro – que acontecer na cidade, poderá levar e consideração o planejamento de uma cidade mais sustentável que esse projeto propôs.

Essas intervenções desempenham um papel estratégico para cidade, tanto no que se refere aos aspectos de melhoria da qualidade de vida urbana de seus moradores e usuários, como em relação à criação de uma conjuntura econômica, capaz de reforçar o desenvolvimento local.

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