a alvenaria armada em dupla curvatura

para a devida compreensão desta apresentação, acessar o endereço: https://issuu.com/davimelo2/docs/ceasa porto alegre

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CEASA - Centrais de Abastecimento. A década de 1960 e a crise hortigranjeira.
Em 1969, iniciaram-se as negociações a elaboração de estudos de viabilidade econômica para a construção de uma unidade da CEASA em Porto Alegre. Realizando um estudo de viabilidade da futura CEASA, a primeira central de abastecimento do Brasil.
Programa estrutural simplificado: Econômicos com vãos razoáveis, com boa resposta do ponto de vista do conforto térmico para que no inverno não houvesse condensação nos ambientes fechados.
Porto Alegre - RS Carlos Maximiliano Fayet, Cláudio Luiz Araújo e Carlos Eduardo Comas + Eladio DiesteA Nave do pavilhão do produtor: uma sequência de pórticos duplos em concreto armado, pilares como contrafortes, vigas se projetam em balanço. A cobertura é de vigamento invertido, lanternim translúcido entre pórticos, acessos laterais pelas docas, rampas a 45º, e para o público nas cabeceiras do edifício.
Quanto ao projeto definitivo: Mantém-se o plano urbanístico de faixas de traçado ortogonal e a variedade de tipos arquitetônicos. Eliminam-se Armazéns gerais, auditório, praça expositiva, o pavilhão do produtor e comerciante sofrem redução da área total assim como os estacionamentos, outros setores foram integralizados em conjuntos específicos.
A cidade, o entorno e a implantação Outros centros de abastecimento, e como se localiza o projeto no meio urbano de Porto Alegre
Aeroporto
CEASA Ônibus
Via de transição
Via arterial de 1° nível
Via arterial de 2° nível
Porto Alegre é uma capital no sul do Brasil com cerca de um milhão e meio de habitantes. A cidade se desenvolveu em torno do rio Guaíba em uma região de planície.
O CEASA de Porto Alegre se localiza nas bordas da cidade, na região norte, bem próximo ao aeroporto Salgado Filho.
A cidade conta com outros mercados, como o Mercado Público e o Mercado do Bonfim, ambos localizados no centro histórico da cidade. No entanto, o CEASA ainda é responsável pela maior parte da distribuição de alimentos na região.
A implantação se assemelha a um bairro ou pequena cidade, reforçada pela importância do sistema viário.
Os acessos, fluxos internos, manobras e estacionamentos de caminhões exigem caixas avantajadas, clareza e hierarquia de traçado. O projeto definitivo mantém a subdivisão do terreno em uma faixa transversal frente a Fernando Ferrari e uma serie de cinco faixas longitudinais.
A rotula ordena o fluxo de entrada e saída de veículos e articula os dois anéis operando em sentido antihorário, permitindo um fluxo de retorno mediante sua subdivisão em avenida e rua local, com estacionamento de caminhões e docas de carga. O sistema viário secundário, de mão única, e integrado por essas ruas, as avenidas e as ruas transversais ligadas aos estacionamentos de caminhões e as docas de carga.
Praça de Estacionamento Veículos Leves
Quarteirão de Utilidades Públicas
Praça do Estacionamento de Caminhões
Pavilhão do produtor
Os pavilhões, as abóbadas e a alvenaria armada: como se dá o arranjo dos edifícios e das lógicas construtivas.
Abóbadas canhão (COMAS,2004): Curvatura apenas em seu eixo transversal.
Associadas paralela e repetidamente, vencem vãos menores e suas naves recobrem os pavilhões compartimentados. Nesta tipologia, cada seção em arco, ou abóboda, serve como apoio à sua vizinha, para que o sistema não ceda às cargas.
Os Pavilhões dos Comerciantes concentram o comércio varejista, e se organizam em 17 blocos de 100m de comprimento por 30m de largura. São cobertos por abóbadas autoportantes de curvatura simples, ou seja, em um único eixo, o transversal. As abóbadas são posicionadas a cada 5m, e não há aberturas entre elas, de modo que a iluminação natural se dá através do intervalo envidraçado entre o topo da verga e o topo da cobertura. A circulação ocorre pelas periferias do pavilhão, e as empenas são cegas.
Abóbadas de dupla curvatura: presentes no Pavilhão dos Produtores, associadas em sequência e possibilitando a abertura de shed's para iluminação natural. Pavilhões de espaços únicos e grandes vãos livres. Curvatura em seu eixo transversal e em seu eixo longitudinal.
O Pavilhão é composto por uma enorme nave, em um edifício de 280m de comprimento por 45 de largura. O Vão principal possui 35 metros livres entre os apoios e são margeados por balanços de 5 metros.
Ao longo do seu eixo longitudinal se localizam as docas de abastecimento dos produtos e as baias dos caminhões, inclusive os postos de lavagem.
O balanço que recobre as docas atua como contenção lateral das abóbadas e possui sistema de drenagem, direcionando a água para ao vigamento e pilares. A vedação dada pela alvenaria é rebocada e pintada de branco, e alternada a cada 7 vãos pelos portões. Entre o topo da verga e o início da cobertura há aberturas para ventilação.
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A alvenaria de cerâmica armada utiliza o tijolo dispostos a garantir a enquanto base estrutural, a argamassa entre as juntas dos tijolos, e o aço como armadura, disposto entre os tijolos para resistir à parte da flexão
A outra parte da flexão é vencida pela geometria, pela própria dupla curvatura, por isso a mesma é tão fundamental. As ondulações na cobertura, ora em um eixo, ora em outro, aumentam o momento de inércia da estrutura e, consequentemente, sua rigidez, possibilitando a cobertura de vãos maiores e grandes superfícies.
Abóbadas autoportantes; vigas para contenção lateral: os balanços; pilares atuam como contrafortes; além das vigas existem tirantes atuando contra o empuxo das abóbadas; Segundo a classificação de Hengel (2003), o CEASA possui uma casca, com sistema estrutural em superfície ativa.
Da diretriz: conforto luminoso, se destaca a utilização da planta ortogonal e a forma da cobertura em dupla curvatura. A fachada norte e noroeste, sendo as mais iluminadas durante o ano encontram caminhos pela sinuosidade da geometria em curvas em dois eixos até as aberturas, expostas à iluminação.
A repetição das abóbadas idênticas, porém descontínuas, na cobertura possibilita a abertura de shed's para a iluminação natural; O próprio material do sistema estrutural garante conforto: a terra cozida possui bom isolamento térmico e proporciona uma regulação "natural" da umidade, a superficie irradia menos calor no verão e absorve menos no inverno.
Bibliográficas:
BOHRER, Glênio Vianna; CANEZ, Anna Paula; COMAS, Carlos Eduardo. Arquiteturas Cisplatinas: Roman Fresnedo Siri e Eladio Dieste em Porto Alegre. Porto Alegre: UniRitter, 2004. ENGEL, H. Sistemass dde estructuras. Barcelona: Blume, 1970 e 2012 ESCANDELL ROMÁN, Cláudio. Eladio Dieste e a cerâmica armada. 2012. xii, 117 f., il. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo)—Universidade de Brasília, Brasília, 2012. MELACHOS, Felipe Corres. Análise paramétrica das abóbadas gaussianas de Eladio Dieste. 2020. 430 f. Tese ( Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo. SEGAWA, Hugo. Arquiteturas no Brasil 1900-1990. 3 ed. São Paulo: Edusp, 1998 SUZUKI, Juliana Harumi. TIJOLO COM TIJOLO NUM DESENHO LÓGICO: As CEASA e os Pavilhões de Dieste e Montañez no Brasil. 2019, Anais do 13º DOCOMOMO Brasil.
Sites: Clássicos da Arquitetura: CEASA Porto Alegre/ Carlos Maximiliano Fayet, Cláudio Luiz Araújo e Carlos Eduardo Comas + Eladio Dieste. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/755131/classicos-da-arquitetura-ceasa-portoalegre-carlos-maximiliano-fayet-claudio-luiz-araujo-e-carlos-eduardo-comasplus eladio dieste
CEASA: CENTRAIS DE ABASTECIMENTO DO RS. Disponível em: http://ceasa.rs.gov.br/ Eladio Dieste: O mais recente de arquitetura e notícia. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/tag/eladio dieste
ELADIO DIESTE, ingeniero. Disponível em: http://www.fadu.edu.uy/eladio-dieste/
Imagens: Reprodução livre da bibliografia constante. Reprodução de croquis, esquemas e desenhos técnicos de autoria dos arquitetos. Grande parte das fotografias utilizadas neste trabalho foi retirada de acervos cedidos pelo próprio CEASA e por: Andrea Sellanes; João Alberto; Sergio Maques; Ramiro Furquim;