PENUMBRA

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Senti o cheiro de Sally a aproximar-se, mas não via nada. Ouvia, os mesmos rugidos, cada vez mais próximos, e, depois de um breve momento, observei uma figura humana a sair pela janela, projectado e desamparado. - Que fazes? - Perguntou o desconhecido a sangrar dos lábios. Não era o suficiente para me fazer desmaiar, mas dava-me enjoos. - Desapareçam – Gritou Edward ao aparecer de relance ao meu lado – Estás bem? - Murmurou. - O Raüs... – Disse como aviso. - Já se foi! Estás a salvo – Retorquiu ao endireitar-se para verificar o espaço. Afligi-me ao não ver Sally e o resto dos meus colegas. - Onde estão todos? Espera, queres dizer que elas... - Não! - Não o quê? - Olhei-o vagarosamente, reparando em tudo. - Está tudo bem. Agora temos de ir cuidar dessa ferida. Vou-te levar ao Carlisle, ele faz-te o curativo adequado a isso. Não podia crer. Eu a ser curado por Carlisle Cullen, pai daquele vampiro "gentil"? Teria Edward a ideia de me transformar em vampiro agora? Formei uma face carrancuda e afastei-me dele, ao que ele me olhou surpreendido. - Sentes-te mal? - Perguntou tentando tocar-me. Parecia incrível ele não saber o que eu pensava. Estaria a mentir ou era mesmo verdade de que não conseguia saber nada? - Tu não consegues saber o que eu... - Penso? - Riu-se – Com sangue humano não posso saber os pensamentos humanos, mas só com sangue. Fico com sede e depois tenho de me controlar – Explicou. Queria esperar mesmo por Sally e Anna. Não sabia quanto mais tempo estaria tão calmo ao lado de um vampiro. No fundo sabia que era mais forte do que eu querer tanto estar ali, com ele, como pôr-me a salto, pois tinha a certeza absoluta que quando saísse dali o sonho acabaria.


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