O Último Segredo - Book Preview

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ESPECIALISTAS LITERÁRIAS NA ANATOMIA DO SUSPENSE

every last secret

Text copyright © 2020 by Select Publishing LLC

All rights reserved.

This edition is made possible under a license arrangement originating with Amazon Publishing, HYPERLINK "http://www.apub.com"www.apub.com, in collaboration with Sandra Bruna Agencia Literaria.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, organizações, lugares, eventos e acontecimentos são produtos da imaginação da autora ou usados de forma ficcional. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, ou eventos reais é mera coincidência.

Tradução para a língua portuguesa © Vinícius Loureiro, 2025

Diretor Editorial

Christiano Menezes

Diretor de Novos Negócios Chico de Assis

Diretor de Planejamento

Marcel Souto Maior

Diretor Comercial

Gilberto Capelo

Diretora de Estratégia Editorial

Raquel Moritz

Gerente de Marca

Arthur Moraes

Gerente Editorial

Bruno Dorigatti

Editor

Paulo Raviere

Capa e Projeto Gráfico Retina 78

Coordenador de Diagramação

Sergio Chaves

Designer Assistente Jefferson Cortinove

Preparação

Catarina Tolentino

Revisão

Fabiano Calixto Marta Sá

Finalização

Sandro Tagliamento

Marketing Estratégico Ag. Mandíbula

Impressão e Acabamento Braspor

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP) Jéssica de Oliveira Molinari CRB-8/9852

Torre, A. R. O último segredo / A. R. Torre ; tradução de Vinicius Loureiro. ––Rio de Janeiro : DarkSide Books, 2025. 288 p.

ISBN: 978-65-5598-506-1

Título original: Every Last Secret 1. Ficção norte-americana 2. Suspense I. Título II. Loureiro, Vinicius

25-1032

Índice para catálogo sistemático: 1. Ficção norte-americana

CDD 813

[2025]

Todos os direitos desta edição reservados à DarkSide® Entretenimento ltda

Rua General Roca, 935/504 – Tijuca 20521-071 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil www.darksidebooks.com

ÚLTIMO SEGREDO

TRADUÇÃO VINÍCIUS LOUREIRO

Às esposas

NEENA PRÓLOGO

Presente

A detetive era alta como um armário e tinha um vão entre os dentes da frente por onde poderia passar um palito. Na noite passada, ela não parecia atraente. Agora, sob a dura luz sobre nossas cabeças, ela parecia ser simplesmente feia.

Ela estava em silêncio, vasculhando a pasta do caso com a velocidade de um girino. Suspirei e levei a frágil xícara espumosa aos lábios, empurrando o café amargo goela abaixo e me perguntando onde estava meu advogado. Estava tudo bem, por enquanto. Descobriria o máximo que pudesse, contornaria as armadilhas óbvias e ficaria de boca fechada. Ficar de boca fechada é uma habilidade que aperfeiçoei há muito tempo. São os fofoqueiros que se metem em encrencas. Os convencidos. Gente como Cat Winthorpe, que era incapaz de apenas ter a vida perfeita. Ela precisava jogar na sua cara seus comentários banais, exibindo sua riqueza. É por isso que ela precisava ser punida. Você não pode me culpar pelo que aconteceu. Eu estava apenas colocando-a em seu lugar.

“Eu ouvi a ligação que você fez para o 911.” A detetive me analisava. “Interessante. Em certo ponto, você bocejou.”

Eu me ajeitei no meu assento, e as algemas tilintaram. Revirando meu pulso, tentei encontrar uma posição mais confortável. Estava torcendo para que o telefone não tivesse captado aquele bocejo. Foi um daqueles inescapáveis suspiros que surgem bem no meio de uma frase.

A. R. TORRE O ÚLTIMO SEGREDO

“Você compreende o estrago provocado por um tiro na boca?” Ela virou uma fotografia brilhante e a empurrou para a frente com um gesto lento e calculado. “A bala passa por um enorme número de vasos sanguíneos antes de perfurar o cérebro e sair pela parte de trás do crânio.”

Eu me inclinei e olhei para a foto sem comentar, sem me surpreender ao ver um grande orifício no topo da cabeça por onde a bala havia saído. Era desagradável, mas eu já tinha visto coisas piores. Um rosto inchado, os lábios entreabertos enquanto as feições se dilatavam até se tornarem irreconhecíveis. O olhar assustado no rosto de um homem que você um dia amou, pouco antes de sua morte. O som de suas súplicas ainda ecoando nos cantos escuros da minha mente.

Larguei o café barato. “Você tem uma pergunta ou esse é apenas seu momento de exposição?”

A mulher parou; vi a aliança simples de ouro estática em sua mão esquerda enquanto ela analisava meu rosto.

“Sra. Ryder, você não parece entender a gravidade desta situação. Você é suspeita de tentativa de assassinato.”, ela disse.

Eu entendia a gravidade da situação dela. Aquela aliança barata? Aqueles bolsões sob os olhos dela? Ela escolheu o caminho errado. Se tivesse usado aparelho nos dentes e adotado uma rotina rigorosa de exercícios e dieta, ela poderia ter feito algo com sua vida. Ter sido alguém. Se colocar em posição de aproveitar as coisas boas da vida. Eu me concentrei em seu rosto. “ Dra . Ryder”, eu a corrigi.

Ela sorriu, mas havia algo naquele gesto que me provocou arrepios. Olhei para o espelho largo e observei meu reflexo, verificando se tudo estava no lugar.

Meu cabelo, recém-cortado e tingido.

Minha pele, brilhante e suave com o Botox, apesar da iluminação horrível daquele lugar.

Meu corpo, esbelto e magro por baixo da roupa de ginástica de grife.

Meu anel de casamento, ainda no lugar, o imenso diamante brilhava na minha mão como um holofote.

Eu havia pagado o preço para chegar ao topo deste mundo, e ninguém poderia me derrubar agora. Não com a montanha de mentiras que trabalhei tanto para construir.

“Você se mudou para Palo Alto há dois anos, correto?” Diante da minha concordância silenciosa, ela pigarreou. “Então, vamos começar por aqui.”

PARTE 1 MAIO

Quatro meses antes

CAPÍTULO 1

CAT

Na primeira semana de maio, fizemos uma festa. Não foi a nossa maior festa. Não havia trapezistas pendurados nas vigas do salão principal. Não contratamos manobristas, nem montamos tendas. Era uma festa discreta, um evento beneficente para as artes cênicas locais, que também serviria como uma festa de despedida para os pássaros.

Era assim que os chamava: pássaros. Todos os verões, como aves migratórias, os membros da nossa comunidade se espalhavam pelo Sul para aplicar protetor solar como turistas em navios de cruzeiro chiques e ilhas particulares. Depois de apenas um mês, todas me deixariam para trás — aquele grupo de mulheres frequentemente reunidas ao meu redor, preocupadas demais com filhos e experiências culturais para aguentar “outro verão frígido” em Atherton.

“Quando você tiver filhos, vai entender”, Perla uma vez sussurrou para mim, batendo sua mão como um metrônomo em meu ombro. “Sua vida passa a girar em torno deles, e eles apenas querem estar em trajes de banho, como crianças normais.”

Quando você tiver filhos . Uma coisa tão cruel para se dizer a uma mulher com problemas de fertilidade. Além disso, era pura besteira. Nenhuma criança em Atherton queria ser normal. As crianças em Atherton queriam fazer vídeos no Instagram saltando de iates em locais marcáveis, como as ilhas gregas. Nossas piscinas aquecidas e a melancolia gelada de San Francisco não impressionavam seus colegas de classe quando desciam de sedãs com motorista e voltavam para a Escola Menlo no outono.

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