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23 de julho, 2016

Rodrigo Leão encantou Tavira Ministro do Ambiente veio ao Algarve|Associação Valoriz’arte Hugo Santos | Feira da Serra & Festival do Marisco com novidades 1

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OPINIÃO O Marcelo das Medalhas Daniel Pina - 8

Na praia somos (quase) todos iguais Paulo Cunha - 36

O renascimento da AMAL (4) José Graça - 38

Pokémon GO Paulo Bernardo - 42

Ser ou não Ser Augusto Lima - 44

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CONTEÚDOS

Feira da Serra ao sabor da Inovação - 18

Hugo Santos - 56

Rodrigo Leão encantou Tavira - 46 Festival do Marisco mais popular - 28

Associação Valoriz’arte - 66 5

Tavira requalificada - 10 ALGARVE INFORMATIVO #67


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O Marcelo das medalhas Daniel Pina

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arcelo Rebelo de Sousa esteve esta quintafeira em Loulé para presidir à cerimónia de entrega da Medalha de Honra do Município de Loulé à escritora Lídia Jorge e, de facto, se ainda vivêssemos nos tempos da monarquia, em que era habitual cada rei ter um cognome, o do atual Presidente da República seria bem fácil de escolher: Marcelo das Medalhas. Não sei se estou certo ou errado, mas arrisco-me a dizer que, no espaço de um mês, Marcelo Rebelo de Sousa já entregou mais medalhas do que os seus antecessores fizeram ao longo de todos os seus respetivos mandatos. Não estou com isto a tecer qualquer crítica, pois não foram daquelas distinções que ninguém percebe muito bem a razão de ser. Foram medalhas resultantes de conquistas desportivas e para o volume exorbitante que foi atribuído até à data – e ainda não começaram os Jogos Olímpicos – muito concorreu o sucesso de Portugal em termos coletivos. É que, se Portugal já estava acostumado a ganhar medalhas de ouro, prata e bronze nas principais competições internacionais em termos individuais, nomeadamente no atletismo, mais raro é consegui-lo em termos coletivos e, em 2016, estamos a matar o borrego e de forma categórica. Claro que o grande destaque vai para a conquista do Campeonato da Europa de Futebol, logo aí são 23 medalhas só para jogadores, feito único na nossa história desportiva. A malta do hóquei em patins não quis ficar atrás e sagrou-se também Campeã da Europa, algo que não sucedia há 16 anos. Junte-se a isso as condecorações aos atletas medalhados nos Campeonatos da Europa de Atletismo, de Judo, de Canoagem, enfim, já perdemos a conta às medalhas que os atletas tugas têm trazido para Portugal. Se fossemos tão bons a gerir as contas do país, das autarquias e das empresas, provavelmente estaríamos todos bem melhores, mas isso é conversa para outro dia. A fartura de conquistas originou, todavia, as polémicas do costume quando Portugal está envolvido, porque, pelos vistos, os craques da bola teriam direito a honrarias mais elevadas do que os seus colegas do atletismo, canoagem, judo e de outras modalidades. Houve até quem dissesse, em jeito de brincadeira, ou talvez não, que também gostaria de ser comendador. E

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Marcelo Rebelo de Sousa, habituado que está a trabalhar em tempo real e sem rede, fruto da experiência como comentador televisivo, logo garantiu que não há atletas de primeira e atletas de segunda categoria. Palavras bonitas, sem dúvida, mas longe da verdade, como a esmagadora maioria dos atletas portugueses sentem na pele, sejam profissionais, amadores ou semiprofissionais. E basta-me dar dois exemplos concretos dos quais tenho conhecimento simplesmente por ser um algarvio atento, mas que de certeza se repetirão noutras zonas do país. - Fatoumata Diallo, atleta do Clube Oriental de Pechão, conquistou uma medalha de ouro nos 400 metros e outra de ouro, por equipas, em estafeta, nos Jogos Desportivos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que tiveram lugar na Ilha do Sal, em Cabo Verde. Alguém do Governo ou da Presidência da República estará a par dos feitos desta jovem rapariga? Duvido muito e o ouro das suas medalhas é igual ao de todos os que foram homenageados por Marcelo Rebelo de Sousa. - José Vieira, atleta de natação adaptada do Louletano Desportos Clube, conquistou a medalha de prata nos 100 metros bruços no Mundial DSISO que se realiza em Florença, na Itália. Mais uma vez, tirando os amigos e colegas praticantes, alguém ficou a saber deste feito? Em Belém e São Bento de certeza que não. Como disse, são apenas dois de muitos casos que nunca chegam ao grande público, porque a comunicação social continua a dar apenas destaque ao futebol e, por causa disso, os governantes tendem a esquecer-se que o futebol é o desporto-rei, mas não é o único desporto que existe. E quando não há reconhecimento público, não há apoios financeiros, não há patrocínios, não há condições ótimas para se treinar. Contudo, diga-se em abono da verdade, até é mais frequente esses desportistas anónimas terem mais sucesso do que os craques da bola, apesar de uns estagiarem no ginásio das suas ruas e outros em complexos desportivos cinco estrelas com todas as regalias incluídas .

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Jorge Botelho, presidente da Câmara Municipal de Tavira, e João Pedro Matos Fernandes, Ministro do Ambiente

Ministro do Ambiente veio a Tavira inaugurar obras de requalificação O Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, veio ao Algarve, mais concretamente a Tavira, no dia 20 de julho, inaugurar formalmente as obras de requalificação das Quatro Águas, e o arranjo paisagístico da marginal entre Pedras D’ El Rei e Santa Luzia. A tarde foi de festa mas o governante partiu com recados nos bolsos do autarca de Tavira, Jorge Botelho, que é também o presidente da Associação de Municípios do Algarve. Texto:

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s obras de requalificação das Quatro Águas, local de embarque para a Ilha de Tavira, e da marginal entre as Pedras D’El Rei e Santa Luzia já estavam concluídas há algum tempo, mas foi apenas no dia 20 de julho, com a presença do Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, da Secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Célia Ramos, e do presidente da Sociedade Polis Litoral Ria Formosa, Sebastião Teixeira, que se procedeu à inauguração formal das empreitadas. Após um passeio ao longo da infraestrutura, Jorge Botelho, presidente da Câmara Municipal de Tavira, reconheceu que a reabilitação da zona das Quatro Águas era uma aspiração antiga dos tavirenses, uma

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vez que estava a ser gradualmente conquistada pela água por vida do excessivo uso. “O projeto já tinha algum tempo e, felizmente, conseguiu concretizar-se em parceria com a Sociedade Polis, que tem obra feita neste concelho e atingiu um conjunto de objetivos importantes. Mas o trabalho não está terminado, independentemente das fontes de financiamento que se venham a utilizar”, frisou no início de intervenção o edil socialista. “Os dois cais – Quatro Águas e Ilha de Tavira – requerem uma reabilitação urgente, sabemos quanto custa e os projetos já estão feitos pela Sociedade Polis. Há uma parte que dá acesso às Quatro Águas, no local onde está previsto nascer o Porto de Pesca de Tavira, onde iremos reabilitar igualmente a estrada. Nas Quatro Águas também são ALGARVE INFORMATIVO #67


necessárias mais algumas infraestruturas náuticas fundamentais”, enumerou. Jorge Botelho não poupou elogios às condições naturais desta zona para a náutica de recreio, tendo, inclusive, já recebido Campeonatos da Europa e do Mundo de Vela, bem como das condições de entrada na barra, para onde já foi lançado o concurso para a construção do molho nascente. “Em Tavira, não queremos estragar nada, mas sim proteger o ambiente, físico e arquitetónico, porque acreditamos verdadeiramente que, renaturalizando e reabilitando, vamos dinamizar a economia local e criar postos de trabalho e valor. Temos aqui condições naturais ímpares, mas que requerem investimento e nós estamos interessados em conversar com a tutela e em mapear um conjunto de ideias que ALGARVE INFORMATIVO #67

temos para serem colocados, neste ponto, e noutros ao longo do rio, estruturas náuticas de recreio”, indicou o autarca. Interessados estão também os municípios algarvios em protocolar com o governo a gestão das frentes ribeirinhas que não as portuárias, que estão sob a alçada da DOCAPESCA. “Nas praias e zonas ribeirinhas, já pagamos as contas e achamos que podíamos desempenhar um melhor papel ao gerir esses territórios”, disparou Jorge Botelho, entendendo que, deste modo, haveria menos burocracia e conflitos institucionais referentes a licenciamentos. E, aproveitando a presença do Ministro do Ambiente, o autarca apelou para que as dragagens e limpezas fossem mais frequentes, até para serem menos onerosas. “Estes canais têm 12


que ser navegáveis, caso contrário, podem ser muito bonitos, mas não funcionam. Nesta zona há uma grande intensidade de entrada e saída de águas, assoreia com grande facilidade e já estamos a precisar de novas dragagens”, avisou Jorge Botelho. Assim sendo, o presidente da Câmara Municipal de Tavira defende a continuidade da Sociedade Polis, para se aproveitar os fundos ainda Jorge Botelho, presidente da Câmara Municipal de Tavira existentes para se concretizar Ria Formosa”, apontou João Pedro mais projetos. “Enquanto discutimos, o Matos Fernandes, confirmando a tempo passa e depois não aproveitamos manutenção desta sociedade por mais nada. Em Tavira, a obra está à vista, é um ano. sustentável e as pessoas sentem que o dinheiro público e os fundos europeus Aproveitando o conhecimento serviram para alguma coisa”, rematou. amealhado neste período, há agora a vontade de se internalizar na Litoral é uma causa administração todos estes dossiers, nacional mas para serem, posteriormente, desconcentrados nas diversas ARH Seguiu-se a intervenção do Ministro do Administrações de Regiões Ambiente, que rapidamente falou de Hidrográficas e nas várias CIM – uma mudança na gestão do litoral Comunidades Intermunicipais. “O português, sem com isso retirar o mérito investimento em toda a costa às várias Sociedades Polis que foram portuguesa, nos próximos quatros constituídas em Portugal na última anos, ronda os 175 milhões de euros, década, sobretudo por permitirem um dos quais 40 ou 50 milhões já estão novo olhar sobre a concertação de comprometidos ou para vontades entre o governo, as autarquias comprometer em breve, onde se e demais entidades com incluem as barras da Fuzeta e responsabilidades na gestão territorial. Armona. Após o Acordo de Paris, “Foi um trabalho muito interessante, ficou muito clara a necessidade do mais longo do que se teria imaginado nosso território se adaptar às quando foram criadas, em 2008, e foram alterações climáticas e o litoral investidos aproximadamente 30 milhões português é a zona mais frágil de toda de euros através da Sociedade Polis da a Europa. É um facto ao qual não 13

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podemos virar as costas”, enfatizou o governante. Investir no litoral é, então, uma obrigatoriedade, com a certeza de que não serão feitas grandes obras de engenharia, com o Ministro do Ambiente a reconhecer também a importância de existirem estruturas técnicas para cuidarem, no dia-a-dia, do que foi feito. João Pedro Matos Fernandes lembrou ainda que praticamente todos os Planos de Ordenamento da Orla Costeira estarão concluídos até final do ano. “Contudo, boa parte das intervenções não demoram apenas um ano a começarem e terminarem, pelo que o ciclo de programação deve ser plurianual, mas revisto a cada ano, num processo onde será valorizada a experiência de integração e concertação da POLIS e o grande envolvimento que ALGARVE INFORMATIVO #67

as autarquias tiveram nesta matéria”, afirmou, enaltecendo a forma como as câmaras municipais olham para a riqueza ambiental do litoral, e como percebem e estão disponíveis para participar, de maneira ativa, na sua preservação e requalificação. “Olhamos para o litoral como uma causa nacional, mas esta não é uma quadratura do ciclo. É muito comum ouvir as pessoas a reconhecerem as asneiras que foram cometidas no passado, algumas delas que não são fáceis de apagar, mas é fundamental mudar essa página e garantir a riqueza da biodiversidade da nossa costa”, finalizou o governante, antes da comitiva rumar a Santa Luzia. Recorde-se que a intervenção nas Quatro Águas teve como objetivo o ordenamento e a regularização da área, através da requalificação e valorização 14


do espaço público. Abrangendo o acesso viário desde a zona do futuro Porto de Pesca de Tavira até ao cais de embarque das Quatro-Águas, a obra criou condições para formas alternativas de mobilidade (circulação pedonal e de velocípedes) e melhorou as condições de amenidade ao nível de pavimentos e equipamentos, passando a zona a constituir uma área nobre para a população, consagrada ao lazer e à fruição do contacto sensorial com o ambiente. A empreitada teve um custo total de dois milhões e 900 mil euros e incluiu, então, a melhoria do acesso, circulação e estacionamento; criou locais de descanso e sombreamento ao longo do percurso ribeirinho de modo a proporcionar condições de segurança, conforto e contemplação da natureza; recuperou e consolidou as margens erodidas por ação das águas do rio Gilão e do efeito abrasivo originado pela oscilação permanente do

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nível das águas das marés da Ria Formosa; criou espaços adequados ao convívio e à animação e colocar novas redes de saneamento básico, eletricidade, telefones e drenagem. No que toca à requalificação paisagística da ligação de Pedras D’el Rei-Santa Luzia, a obra teve um custo de 700 mil euros e contemplou a inclusão de novo mobiliário urbano, como são exemplos os bancos, os apoios para colocação de bicicletas, os ecopontos, os dispensadores de sacos, as papeleiras e outros elementos com vista a facilitar as atividades lúdicas e de lazer. Foi ainda plantada nova vegetação e criada uma ciclovia que permita, aos muitos utentes que circulam neste percurso, fazê-lo em renovadas condições de segurança e qualidade .

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Muitas novidades numa Feira da Serra ao sabor da Inovação

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Foi num ambiente informal que a FNAC de Faro recebeu, no dia 21 de julho, a apresentação da 25ª Feira da Serra, que acontece, em São Brás de Alportel, de 29 a 31 de julho. Um recinto ampliado, renovado e 100 por cento acessível, mais setores temáticos, animação musical de luxo e as tradições típicas deste concelho do interior algarvio são motivos mais que suficientes para esquecer, por umas noites, a agitada costa algarvia e rumar a São Brás de Alportel. Texto:

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á um quarto de século que a história de repete. No último fim-de-semana de julho, São Brás de Alportel recebe a Feira da Serra, uma viagem inesquecível ao Algarve genuíno, àquele que os especialistas em turismo e os governantes decidiram, de há uns anos para cá, chamar de «o outro Algarve». Mas este Algarve sempre cá esteve presente, com as suas tradições, hábitos e costumes e muito disso se pode assistir no recinto desta Feira da Serra, que foi apresentada à comunicação social no dia 21 de julho, na FNAC de Faro. Bodas de prata que dão o mote ao tema deste ano, a Inovação, com uma forte aposta na diversidade, qualidade e

genuinidade, sempre com o objetivo de promover os produtos da Serra do Caldeirão; potenciar o desenvolvimento turístico do concelho de São Brás de Alportel e da região; divulgar as tradições culturais serranas, quer a nível nacional, como internacional; potenciar os valores do Algarve genuíno, nomeadamente a sua música, arte e gastronomia; promover o convívio intergeracional e incentivar à inovação e ao empreendedorismo. Feira da Serra que é inteiramente organizada pela Câmara Municipal de São Brás de Alportel, mas que nasceu de uma iniciativa da Associação In Loco, sendo que, na altura, a ideia era fazer uma feira em cada estação do

David Gonçalves, presidente da Junta de Freguesia de São Brás de Alportel, José Graça, Diretor Regional Adjunto da Agricultura e Florestas, Maria José Gatinho, da Qoisas, Marlene Guerreiro, vice-presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, Ana Freitas, vice-reitora da Universidade do Algarve, Álvaro Viegas, presidente da direção da ACRAL, Vítor Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel e Hugo Barros, responsável pelo CRIA da Universidade do Algarve

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ano – Primavera, Verão, Outono e Inverno. São Brás de Alportel ficou responsável pela feira de Verão e é, de facto, a mais importante e mediática da família, suplantando a Feira da Serra da Primavera, em Tavira, e do Inverno, em Loulé. “Nasceu com o propósito de dar espaço aos pequenos produtores e artesãos e aproximá-los do mercado, do público, e essa tem sido a nossa missão há 25 anos. Juntou-se a vontade e o empenho da autarquia e dos seus trabalhadores à dedicação de toda a comunidade são-brasense, numa terra cheia de potencialidades, e a feira foi crescendo ano após ano”, referiu Marlene Guerreiro, vice-presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel. Este crescimento implicou a necessidade de mudança de local, do Museu do Trajo para o recinto da Escola EB 2 3 Poeta Bernardo de Passos, e depressa se tornou um evento cultural 21

de referência no cartaz turístico do Algarve, mas é, acima de tudo, “a festa de toda uma comunidade, que orgulha os são-brasenses e envolve todos os setores da vida e economia deste concelho”, continuou Marlene Guerreiro. “É um motor de desenvolvimento económico, uma montra de empreendedorismo, um alicerce da nossa atividade económica”, reforçou a autarca. O crescimento é óbvio nesta 25ª edição, com o recinto a conhecer um aumento de cerca de três mil metros quadrados e tornando-se, pela primeira vez, totalmente acessível, ou seja, qualquer visitante com mobilidade reduzida ou com dificuldades de locomoção já pode chegar a todos os setores da Feira da Serra. E os setores são muitos, logo a começar pelo «Espaço Inovação», onde os projetos mais inovadores, com base nos recursos tradicionais da ALGARVE INFORMATIVO #67


região, ganham palco. Novo é também o «Espaço Terra», com empresas e projetos na área da agricultura, energia, silvicultura, pedra e de todo um conjunto de equipamentos amigos do ambiente. O «Palco Calçadas», ao estilo café concerto, dará a conhecer alguns projetos musicais que marcarão presença na edição deste ano do Calçadas – A Arte sai à Rua. Os desportos radicais ganham um palco próprio neste certame, com skaters, patinadores, praticantes de acrobacias em BMX, artes marciais a proporcionarem demonstrações arrojadas no «Palco Radical». A finalizar as novidades, a 25ª Feira da Serra convida ainda a momentos de lazer e relaxamento do «SPA Serrano», composto por diferentes tipos de massagens, tratamentos holísticos e de

beleza. E, para melhor ver tantas novidades, há um aliciante extra este ano, um Balão de Ar Quente de onde se poderá vislumbrar todo o recinto de uma perspetiva diferente e divertida. Claro que, a par dos novos espaços temáticos, se mantém os habituais de outras edições, com destaque para a «Praça do Município», uma verdadeira montra turística do melhor que São Brás de Alportel tem para oferecer aos seus visitantes. O «Sítio dos Ofícios» leva-nos numa viagem ao passado pelas mãos dos mestres que trabalham ao vivo os ofícios de outros tempos, desde o moer do trigo e fiar do linho ao trabalhar da palma e do esparto, ao concerto do calçado. Na «Aldeia

Marlene Guerreiro, Ana Freitas, Vítor Guerreiro, Maria José Gatinho e Acácio Martins, vereador da Câmara Municipal de São Brás de Alportel

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Vítor Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel

Serrana» podem-se adquirir as peças do genuíno artesanato, feitas com os materiais da região, por mãos que conhecem a mestria do tempo, e apreciar os bons produtos da Serra do Caldeirão, como os doces regionais, o mel, a aguardente, os licores, os gelados caseiros, o pão de noz, de cebola ou de sementes.

Um evento com alma Como não se consegue apreciar todas estas sensações de estômago vazio, a boa gastronomia está presente no «Encontro de Sabores», com seis espaços de restauração e três tasquinhas à portuguesa. Depois, podese ficar a conhecer melhor o associativismo local no «Encontro de Saberes», ou adquirir os sabores típicos

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da Serra do Caldeirão no «Mercado vai à Feira». O Picadeiro é o espaço para os apaixonados pela arte equestre e os animais da Serra passearão pelo «Sítio dos Animais», com coelhos, tartarugas, patos, galinhas, cabras, porcos, burros e até camelos, convidados especiais desta edição. Os mais pequenos também têm direito ao seu cantinho especial, o «Sítio dos Curiosos», onde terão um mundo de brincadeiras e atividades à sua espera. E como feira sem música não é a mesma coisa, este ano, vão subir ao Palco Principal estrelas como Aurea, Emanuel e ÁTOA, para além do sempre bem-sucedido «São Brás Fashion», realizado em parceria com a ACRAL. Motivos não faltam, portanto, para se visitar a Feira da Serra de 2016, ALGARVE INFORMATIVO #67


com 220 stands, 150 dos quais na Aldeia Serrana. “São 38 de artesanato, 17 de doçaria regional, 10 de licores e aguardentes, 18 de Mel, Derivados e Charcutaria, entre outros, garantindo uma enorme variedade para quem nos visita”, destacou Acácio Martins, vereador da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, adiantando ainda que mais de 20 associações locais vão animar o «Encontro de Saberes», um número recorde. “A acessibilidade, o conforto e a limpeza são pontos fortes em toda a área de implantação do evento e, para que tudo isto seja possível, entre organização, participantes e expositores, estão mais de duas mil pessoas envolvidas”, revelou o vereador, enaltecendo o contributo de todos os funcionários da autarquia na montagem da Feira da Serra. Bodas de prata que serão comemoradas ao sabor da Inovação, para o que se contou com a colaboração da Universidade do Algarve. “Esta feira demonstra, no fundo, que o município de São Brás é inovador e que tem um sentido de visão muito grande. É uma estratégia de que muito se fala atualmente, de especialização inteligente, e demonstra que somos capazes de pegar nos produtos tradicionais, inovar e transformá-los”, salientou a vice-reitora da UAlg, Ana Freitas, confirmando que o «Espaço Inovação» da Feira da Serra vai contar com muitos projetos e produtos acompanhados regularmente pelo CRIA - Divisão de Empreendedorismo e

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Transferência de Tecnologia da Universidade do Algarve. “E este evento já é um património da Dieta Mediterrânica, valorizando produtos do ponto de vista do desenvolvimento regional. A Feira tem-se vindo a transformar ao longo do tempo e continuamos totalmente disponíveis para colaborar com todos no desenvolvimento da nossa região”, afirmou ainda Ana Freitas. Um projeto inovador que vai estar em destaque na Feira da Serra é o «Qoisas», que proporcionará três dias de ciência para miúdos e graúdos, algo que já vai fazendo com regularidade neste concelho em parceria com a autarquia local, no Centro Explicativo de Acolhimento da Calçadinha. “O principal objetivo é estimular os mais pequenos para a descoberta da ciência e tirar-lhes as dúvidas que têm. Este ano, vamos ter temas diferentes em cada dia, em torno da Cozinha, da Astronomia e do Som”, adiantou Maria José Gatinho. A finalizar a ronda de intervenções falou Vítor Guerreiro, presidente da Comissão Organizadora da Feira da Serra há 15 anos, também ele não poupando palavras de elogios aos funcionários da autarquia pelo seu empenho e dedicação para tornar o evento uma realidade. “Penso que o segredo do nosso sucesso é que este evento tem alma. É feito com amor e carinho, desde as pessoas que estão, há mês e meio, a montar

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o recinto, àquelas que estão a vender bilhetes, a limpar ou cozinhar. É diferente comprarmos um produto já feito ou sermos nós a fazê-lo, passo a passo, tem outro sabor”, assegurou o presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel. Feira da Serra que nunca foi um evento estático, sempre de olhos postos no futuro, com novas dinâmicas e convidados e que este ano contou com um orçamento de 150 mil euros, ligeiramente superior a edições anteriores, mas que gera um retorno económico para o concelho largas vezes superior. “É tudo feito com um grande envolvimento da comunidade local, das nossas associações e comerciantes, dos restaurantes e pastelarias, dos artesãos, todos participam e tentam dar o melhor que têm para fazer da Feira da Serra um evento bemsucedido. O que queremos é provocar boas emoções, pelos cheiros e sabores, por aquilo que ouvem e observam, por aquilo que tocam, para que todos partam com vontade de regressar, à Feira da Serra e a São Brás de Alportel”, apontou Vítor Guerreiro.

Alportel é cada vez mais procurado por turistas, mercê do clima e da generosa natureza do concelho, bem como da sua cultura e tradições, e a Feira da Serra acaba por ser o perfeito resumo de tudo isto. “Temos todas as vantagens de estarmos no Algarve, que é uma região fabulosa, e fica aqui o convite para visitarem a Feira da Serra, e São Brás de Alportel, que é uma terra onde sabe bem viver ao longo de todo o ano”, concluiu Vítor Guerreiro .

O autarca recordou que São Brás de

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Miguel Dimas (FESNIMA), Daniel Santa, presidente da Assembleia Municipal de Olhão, António Miguel Pina, presidente da Câmara Municipal de Olhão, Gracinda Rendeiro, vereadora da Câmara Municipal de Olhão e Vítor Lopes (FESNIMA)

Festival do Marisco vai ser mais barato mas com a mesma qualidade O 31.º Festival do Marisco regressa, de 9 a 14 de agosto, ao Jardim Pescador Olhanense, em Olhão, com um dos melhores cartazes musicais de sempre e com os bilhetes mais baratos dos últimos tempos. Uma estratégia que pretende tornar o certame mais popular, sem com isso diminuir a qualidade, quer dos mariscos e bivalves, como da animação, qualidade, segurança e higiene. Texto:

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31ª edição do Festival do Marisco foi apresentada oficialmente, no dia 22 de julho, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Olhão, sendo uma iniciativa da autarquia promovida pela empresa municipal FESNIMA e que este ano, a par da excelência dos mariscos e bivalves, traz ao Jardim Pescador Olhanense os artistas Aurea, Expensive Soul, Os Azeitonas, C4 Pedro, Camané e Xutos & Pontapés. Sem dúvida um dos principais cartazes turísticos de Olhão e do Algarve, o Festival do Marisco é um destino obrigatório para os algarvios e para os muitos turistas que se encontram de férias na região durante o mês de agosto, atraídos pelos camarões grelhados, as sapateiras, o arroz de marisco, as

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paellas, as lagostas, os lavagantes, as amêijoas ou as ostras, tudo confecionado na hora e da maneira que só os olhanenses sabem fazer, em 10 áreas de restauração distribuídas por cerca de dois mil metros quadrados de recinto. Depois de três décadas de existência, a presente edição procura iniciar uma nova fase do Festival do Marisco e cativar mais visitantes e isso nota-se, de imediato, por uma redução significativa do preço dos ingressos, que variam entre os cinco e os oito euros, ou seja, uma descida na ordem dos 40 por cento em relação ao ano transato. “Conseguimos isto sem nunca perder a excelência da nossa gastronomia e do próprio

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António Miguel Pina, presidente da Câmara Municipal de Olhão, durante a apresentação oficial do 31.º Festival do Marisco

festival. Muitos são aqueles que nos visitam ano após ano, em todas as edições recebemos pessoas novas, e todos ficam surpreendidos com a qualidade do evento, com o marisco, o conforto, a comodidade com que assistem aos nossos concertos”, evidenciou António Miguel Pina, presidente da Câmara Municipal de Olhão. Os espetáculos musicais são, de facto, um dos grandes chamarizes do Festival do Marisco e o cartaz de 2016 já é considerado um dos melhores da história do certame, agora ainda a preços mais apetecíveis, numa diminuição de valor que foi explicada pelo edil. “Tivemos uma atitude que nem sempre é fácil, que foi cortar nos

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custos. Tentamos ser o mais eficientes possíveis, reduzindo no pessoal e nas contratações externas, contando mais com a prata da casa, ou melhor, com o ouro da casa. Do lado da receita, com a descida do preço dos bilhetes, é natural que suba o número de visitantes. Ao mesmo tempo, pedimos uma colaboração e um esforço adicionais aos expositores, aos stands de venda de marisco, aumentando um pouco as suas comparticipações”, indicou António Miguel Pina. Algumas instituições desportivas do concelho vão também estar presentes no Festival do Marisco, naquela que poderá constituir uma

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importante forma de receita para os seus orçamentos anuais. “Esta é uma festa que se sente também do lado de lá dos stands, daqueles que estão a vender marisco, não apenas em busca do lucro, mas porque vestem a camisola, sentem orgulho na sua presença. O lucro que obtém ao fim do festival não é nenhuma fortuna, mas fazem parte desta família que tem dois grandes objetivos: relançar o Festival do Marisco, permitindo que venha muito mais gente, e garantir uma festa e um serviço de excelência”, reforçou António Miguel Pina. Um evento que começou a ser preparado mal terminou a edição de 2015 e que apresenta artistas para todos os gostos musicais, com o orçamento a rondar os 500 mil euros,

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menos 100 mil euros do que no ano anterior. “O festival já é bastante maduro e não é fácil fazer grandes inovações, portanto, o objetivo foi fazer algo com a mesma qualidade e a custos inferiores. Ainda vivemos um período de dificuldades para muitas famílias e o desafio de baixar os preços dos bilhetes foi alcançado”, afirmou o edil socialista, indicando que, em 2015, passaram pelo recinto do Jardim Pescador Olhanense mais de 40 mil pessoas, esperando-se um acréscimo de 20 por cento este ano. Questionado sobre o enorme número de eventos que acontece durante o mês de agosto, António Miguel Pina garantiu não estar preocupado com o que acontece noutros concelhos, mas sim em

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organizar um Festival do Marisco o mais popular possível. “E isso, hoje, depende essencialmente de ter preços que permitam que as pessoas acedam aos certames. Nos últimos anos corriase o risco do festival se tornar demasiado elitista, só acessível ao bolso de cidadãos com um poder de compra mais elevado, e é isso que queremos contrariar. O Festival do Marisco tem uma génese popular, é para os olhanenses, para os algarvios, para quem visita a região, e uma família de quatro pessoas poupa, este ano, quase 20 euros logo à entrada”, sublinhou o presidente da autarquia. Preocupação houve igualmente em selecionar artistas cuja sonoridade se adeque a este evento em concreto e com um especial enfoque no que é nacional. “Felizmente, temos no ALGARVE INFORMATIVO #67

mercado português grandes cantores e boas bandas e o público português gosta dos seus artistas”, justificou António Miguel Pina a aposta, esclarecendo que a comparticipação da Câmara Municipal para o orçamento do evento é o mesmo de 2015, ou seja, 150 mil euros. “Este ano, a exclusividade dos sumos pertence ao grupo da Cerveja Super Bock e a venda do marisco é também da exclusividade de uma entidade, que pagam para terem essa regalia, e depois temos os patrocinadores habituais”, concluiu o edil, deixando então o convite para todos desfrutarem do 31.º Festival do Marisco, de 9 a 14 de agosto, em Olhão .

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Na praia somos (quase) todos iguais Paulo Cunha

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ada vez que vou a uma praia pública e fixo os olhos em toda a área que a compõe, fico com a sensação que é, sem qualquer margem para dúvida, o sítio onde grande parte de nós é - aparentemente - igual ao seu semelhante. Despidos de roupas, de marcas, de modas, de tendências, de adereços e de bugigangas, todos aparecem aos olhos do comum dos mortais (quase) como vieram ao mundo, ressalvando obviamente a devida ocultação das partes pudibundas por forma a preservar a desejável “manutenção da moral e dos bons costumes”. De tal forma que, não raras vezes, à beira-mar deparamo-nos com amigos e conhecidos com quem privamos habitualmente e que, apenas de fato de banho ou bikini, ao nos cumprimentarem nem sequer os reconhecemos. Tal como muitos que através das suas atitudes aparentam ser uma coisa mas afinal são outra, também a roupa e certos adereços podem esconder diversos “eus”. Daí apreciar e louvar todos aqueles que não têm receios, pruridos e vergonha de se expor tal como são! Não sendo uma forma de estar e de ser ao alcance de todos, estar “nu” perante os outros acarreta, óbvia e necessariamente, algumas contrariedades e penalizações infligidas por uma sociedade que lida mal com a transparência e a verdade, sejam elas quais forem! De tal forma que até apetece dizer: “Mostra-me o que tapas e dir-te-ei como efetivamente és!”. Ainda um destes dias me deparei com duas situações que espelham a forma como, por motivos vários, se encara a exposição e partilha pública do “eu” privado: a primeira registou-se quando um colega professor que fazia nudismo numa aprazível “ilha” algarvia ultrapassou com distinção a situação de se ver confrontado com uma recém-aluna que com ele foi ter, tendo (de roupa despido) com ele falado, mantendo com

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toda a naturalidade a sua postura e dignidade pessoal e profissional; a segunda presenciei-a na semana passada na praia da minha terra natal, quando entre várias cidadãs europeias de peito descoberto se banhava uma senhora de origem árabe totalmente vestida e com todo o cabelo coberto (chador?), acompanhada pelo seu marido que, sempre que podia, apreciava o que natureza, através das generosas formas europeias, lhe/nos presenteava. Recordo o que alguns autóctones suecos me disseram há mais de trinta anos quando, numa piscina pública de Sundsvall, comigo privavam: “Esta piscina para nós equivale às vossas praias. Quem não o tem, imagina o mar num tanque azul cheio de água!...”. Tal como eles, continuo a pensar que só troca o areal, as algas, as conchas, as marés, as ondas, o sal da água e até as “bolinhas de Berlim” por um tanque cheio de água quem, por razões que por vezes até a própria razão desconhece, se isola em condomínios fechados em si próprio. Sendo algarvio de alma e coração, habituei-me desde cedo à igualdade no desfrute e na fruição que a praia pública proporciona. Despidos de tudo o que através da roupa nos diferencia, colocamos (brancos/pretos, pequenos/grandes, magros/gordos, etc.) nas palavras e nas atitudes uma forma única e partilhada de conviver e saborear muito do melhor que o Algarve tem para oferecer. Um privilégio ao alcance de todos os que dele queiram e saibam aproveitar e usufruir. Assim sendo, fica combinado o encontro para, à beira mar, trocarmos palavras molhadas, bem temperadas com o sal de boas gargalhadas! Até já… .

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O renascimento da AMAL (4) José Graça

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as edições anteriores, abordámos o processo histórico da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), o seu enquadramento jurídico e a composição e forma eleição dos órgãos políticos, bem como algumas notas sobre a atividade do secretariado executivo intermunicipal, concluindo esta série de artigos com poucos parágrafos sobre o conselho estratégico para o desenvolvimento intermunicipal. Previsto na lei n.º 75/2013 de 12 de setembro, o conselho estratégico para o desenvolvimento intermunicipal é um órgão de natureza consultiva destinado ao apoio ao processo de decisão dos restantes órgãos da comunidade intermunicipal e é constituído por representantes das instituições, entidades e organizações com relevância e intervenção no domínio dos interesses intermunicipais. Compete ao conselho intermunicipal deliberar sobre a composição em concreto do conselho estratégico para o desenvolvimento intermunicipal, devendo este aprovar o respetivo regimento de organização e funcionamento, que apenas se torna válido após ratificação pelo conselho intermunicipal. Sublinhe-se que o exercício de funções no conselho estratégico para o desenvolvimento intermunicipal não é atribuída qualquer remuneração, tal como sucede nos demais órgãos de natureza consultiva existentes na região, nomeadamente o conselho regional e o conselho de coordenação intersectorial, que atuam no domínio da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), ou dos diversos conselhos e comissões municipais, que desenvolvem a sua atividade no âmbito dos Municípios. Para concluir estes artigos que procuram sintetizar a reestruturação orgânica e os passos principais destes dois anos de renascimento da AMAL, abordaremos dois documentos estratégicos para a sua atividade que foram concluídos neste período, o Plano Intermunicipal de Alinhamento (PIAER) com a Estratégia Regional 2014-2020 (CRESC Algarve 2020) e o documento de Estratégia ALGARVE 2020. Em 2013, a AMAL contratou a Quaternaire Portugal para elaborar o PIAER, procurando clarificar as expectativas dos Municípios, sobretudo do ponto de vista da metodologia colaborativa e de interação com a CCDR e restantes parceiros, da tipologia de projetos e das responsabilidades a atingir. Para realizar o

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diagnóstico dos ciclos anteriores de programação de fundos comunitários e desenhar uma estratégia de intervenção, a AMAL fez questão de consultar todos os intervenientes do Plano, promovendo reuniões de auscultação com a CCDR do Algarve, com os 16 municípios, com as associações de desenvolvimento local e diversas entidades representativas do Governo na região, tais como Associação In Loco, direções regionais de Agricultura e Pescas, Cultura e Educação, ERTA - Entidade Regional de Turismo do Algarve, AREAL – Agência Regional de Energia do Algarve e as delegações regionais do Instituto Segurança Social e do Instituto de Emprego e Formação Profissional, entre outras consideradas pertinentes para o desenvolvimento do Plano. Numa fase posterior, foi elaborada a estratégia ALGARVE 2020 que procede a uma avaliação do contexto regional, analisa o sistema de atores, avalia os eixos do posicionamento possível da AMAL, sintetiza os resultados dos workshops e entrevistas com representantes da região materializando um processo que se pretendeu colaborativo e participativo, formula uma proposta de posicionamento estratégico da AMAL já validada pelo Conselho Intermunicipal, avalia as necessidades de capacitação institucional para fazer face ao posicionamento estratégico proposto e à estrutura de recursos técnicos e humanos existentes e propõe um conjunto de ações de animação regional lideradas e coordenadas pela AMAL, bem como algumas linhas de ação estruturantes para materializar o posicionamento estratégico proposto. Com este conjunto de instrumentos de intervenção intermunicipal e regional e, registe-se, a vontade do Governo de apostar na descentralização e aprofundar a Democracia Local, estão reunidas as condições para afirmar a vontade dos pais fundadores da AMAL de fazer mais e melhor com os recursos existentes no Algarve . NOTA – Poderá consultar os artigos anteriores sobre estas e outras matérias no meu blogue (www.terradosol.blogspot.com) ou na página www.facebook.com/josegraca1966 (Membro do Secretariado Regional do PS-Algarve e da Assembleia Intermunicipal do Algarve)

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Pokémon GO Paulo Bernardo

o jogo mais falado dos últimos tempos e, quanto a mim, a viragem da forma que se usa a tecnologia, pois o jogo está para a tecnologia como Gutenberg esteve para a imprensa ou o atentado das torres gémeas para o posicionamento geopolítico do mundo. Foi o início de uma grande revolução na forma que usamos as tecnologias, mais propriamente os smartphones.

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Como é normal nestes casos, as primeiras notícias são sempre terríveis, até o meu sobrinho de quatro anos me falou nos problemas do jogo. Quando Gutenberg inventou a impressa, foi criticado e perseguido, por isso, tudo é normal nesta fase em que constatamos que o mundo mudou. A primeira vantagem do jogo é tirar as pessoas de casa, acabamos com a questão de dizer que os jovens estão fechados em casa, passam a conhecer novos locais e monumentos (locais onde se pode encontrar Pokémons mais especiais, se entendi bem a coisa), vão ficar com vontade de sair de casa e conhecer o mundo que os envolve. Eu ainda sou um principiante na caça de Pokémons, mas já cacei um, e vou experimentar mais experiências com o jogo, pois não quero ficar fora de revolução. E, muito em breve, não vai ser necessário usar os smartphones, basta ter uns óculos que nos põe nesse fim.

Na estrada, ajuda na condução, evitando o sono e aumentando o grau de visão e aproximação do perigo ou mostrando alternativas de rotas. Quando estamos no mercado, vamos todos entender a frescura dos alimentos e as possíveis preparações. Vamos poder olhar para um quadro e saber tudo sobre ele, olhar para uma estátua e ver como ela era antes de lhe terem passado os anos por cima. Saber a qualidade do ar, os raios ultravioletas ou se existe algo que somos alérgicos por perto. Na segurança, vamos poder detetar armas e explosivos, com um simples olhar. Quando entramos numa loja de roupa, podemos ver logo as cores disponíveis de uma blusa, se o nosso número existe ou como fica vestida e até receber sugestões de um gestor de imagem. Vamos poder olhar para um copo de vinho e conhecer o seu processo de fabrico, classificação e castas usadas, passando todos a ter um enólogo junto a nós. Não são só rosas, também existe os espinhos de perder a privacidade e termos sempre alguém que nos persegue como a nossa própria sobra. Mas é o custo a pagar por todas estas vantagens e, como ainda acredito nos Homens, o mundo vai melhorar. Por isso, Go Pokémon GO! .

Mas o jogo é a parte menos interessante nesta tecnologia, em breve vai ser possível usar a mesma na saúde para fazer uma radiografia, bastando olhar para o paciente. Todos vamos passar a ser socorristas, pois vamos ter essa tecnologia para nos ajudar e, ao olhar, vamos ficar logo conectados ao hospital mais próximo.

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Ser ou não Ser Augusto Lima

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omos o que somos - uma afirmação convicta de quem acredita em ideias e ideais, certo?

Em Restauração e Hotelaria, como em qualquer empresa de e para pessoas, o capital humano deveria ser o primeiro dos itens no plano de investimentos, certo? Ainda ontem, um colega de profissão dava conta ao mundo de alguém, tonto, que procurava uma ajudante de cozinha que estivesse na disponibilidade de trabalhar sete horas em sete dias, cozinhar muito bem, acatando ordens e levando no final do mês, como recompensa, metade do salário mínimo, porque a vida estava má! E isto tudo, para além de cometer diariamente atentados contra a saúde publica, na pratica do uso e abuso na manipulação de alimentos, num espaço sem inspeção, ao sabor do Verão. Num outro caso, uma colega que trabalha no grande Porto, que me pediu ajuda para um emprego no Algarve, já que tinha ordenados em atraso, pois o Patrão do restaurante onde trabalha, lhe devia ainda metade do mês de Junho. Em Oeiras, outra amiga me consultou, perguntando se o facto de ser um pouco inexperiente permitia que o Patrão descontasse, no primeiro mês, 180 euros de um ordenado mínimo, trabalhando ela oito horas efetivas por dia e com um dia de folga. Bem perto de mim, uma Patroa achava bem que os seus colaboradores comessem tostas a todos os almoços e só depois de oito horas de trabalho e com uma folga de nove em nove dias de trabalho consecutivo. Ouço e vejo diariamente casos como estes, escudados pela precariedade do emprego ou pela sazonalidade traída pelo tardar do bom tempo. Ser feliz e se sentir realizado são condições essenciais para que não haja stress, acidentes e

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desapego ao trabalho, promovendo o bem-estar, a produtividade, a valorização do trabalho e felicidade, promovendo boas práticas, assertividade, justiça, clareza, qualidade de vida e de trabalho, clientes satisfeitos… Todos os anos, os inspetores inspecionam atentados contra o estado, mais do que contra a saúde pública e quase nada contra a promoção da qualidade. Para quando uma Restauração e Hotelaria de Qualidade, eficiente, em número e género? Qualidade nunca foi sinónima de Quantidade, mas é verdade que há (muito poucos) quem consiga fazer muito e bem em pouco tempo (com condições adequadas de trabalho). São esses que precisam ser copiados e as suas ideias e saberes divulgados. Para quando um gabinete assertivo e profissional responsável pela concessão de alvarás e de prédios adequados á prática da Restauração? Cozinhas minúsculas e salas enormes abundam. Qualidade? Ontem, (não) comi, por «Imposição» num espaço onde me foi servido uma sangria sem gelo, que vi ser de pacote e o empregado me perguntar o que achava dela. Se estivesse boa, foi ele que a fez, há muitos anos que o fazia. Qualidade? Não comi umas lulas tecnicamente assassinadas, mortas em gordura e servidas com um arroz gorduroso num prato gorduroso, mesmo a tempo de ser abordado pelo Chef e dono que numa jaleca alva, mas sem touca, me perguntava se estava bom. Qualidade? E depois vejo que o fast-food abunda e perdura. Porque será? Saudações gastronómicas, bons cozinhados e experiencias gastronómicas deliciosas .

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RODRIGO LEÃO encantou em Tavira

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Rodrigo Leão deu o pontapé de saída para os grandes concertos do «Verão em Tavira», no dia 16 de julho, com uma fantástica noite no Palácio da Galeria. Casa cheia para vibrar com as sonoridades ecléticas de um dos maiores compositores da sua geração, com o ex-Sétima Legião e ex-Madredeus a fazer uma viagem pela sua carreira a solo de perto de 25 anos e onde contou igualmente com a presença de Ana Vieira em palco. Texto:

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Parque do Palácio da Galeria esgotou por completo, na noite de 16 de julho, para assistir ao regresso de Rodrigo Leão a Tavira, com o compositor a trazer consigo o seu habitual quarteto de cordas, constituído por Viviena Tupikova, Bruno Silva, Carlos Tony Gomes e Denys Stetsenko, mas também a cantora Ana Vieira, que emprestou a sua voz a alguns dos temas mais conhecidos do membro fundador dos Sétima Legião e Madredeus. Um músico de excelência que, em 1992, decidiu embarcar numa viagem a solo que lhe tem granjeado sucesso dentro e fora de portas, da Europa à América ou ao Extremo Oriente.

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A Tavira, Rodrigo Leão trouxe temas do seu mais recente álbum, «Retiro», gravado com a Orquestra e o Coro Gulbenkian, mas também registos das várias bandas sonoras que tem produzido para filmes, séries e outros projetos musicais, uma faceta visionária que já se tinha vislumbrado, nos anos 80, ao serviço dos Sétima Legião e Madredeus. «Ave Mundi Luminar» marcou a estreia a solo, em 1992, e rapidamente deu nas vistas nos quatro cantos do mundo, numa altura em que ainda ninguém tinha ouvido falar da world music. Um êxito além-fronteiras que se confirmou com «Mysterium» (1995), «Theatrum» (1996), «Alma Mater»

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(2000) e a compilação «Pasion» (também de 2000). Rodrigo Leão não esqueceu, contudo, a sua vertente mais pop, conforme ficou demonstrado, em 2004, com «Cinema», ao qual se seguiu, dois anos mais tarde, a compilação «O Mundo». Em 2007 iniciou-se, por assim dizer, a sua carreira como produtor de bandas sonoras, primeiro com a série de televisão de António Barreto, «Portugal – Um Retrato Social», depois com «Equador». De regresso aos álbuns, em 2009, «A Mãe» entrou diretamente para o trono do Top de Vendas Nacionais e conquistou dupla platina. Em 2011, arrancou para uma digressão instrumental com «A Montanha Mágica», com melodias repletas de memórias e

mistério. «Songs (2004-2012)», editado em 2013, apresentou o seu talento como escritor de canções às novas gerações, num ano que ficou marcado igualmente por três bandas sonoras, para «A Gaiola Dourada», «O Mordomo», de Lee Daniels, que foi nomeado para os Óscares, e a longa-metragem angolana «Njinga Rainha de Angola», do realizador Sérgio Graciano. Quase a chegar ao presente, mais dois álbuns lançados em 2014, «O Espírito de Um País», numa homenagem aos 40 anos do 25 de Abril de 1974, e «A Vida Secreta das Máquinas», projeto de índole mais eletrónica. E eis-nos chegados a «O Retiro», de 2015, gravado em colaboração com a Orquestra e o

Rodrigo Leão, sempre bastante simpático a interagir com o público

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Coro Gulbenkian e que assinala a sua estreia no catálogo da Deutsche Grammophon, uma das mais prestigiadas marcas mundiais de música erudita. Portanto, a expetativa era imensa junto da multidão que encheu o Parque do Palácio da Galeria, em Tavira, numa noite de lua cheia e temperatura amena, perfeita para ouvir música ao ar livre. “O concerto ALGARVE INFORMATIVO #67

não é propriamente uma apresentação do meu último trabalho, apesar de tocarmos alguns temas com arranjos diferentes adaptados para esta formação. É um cocktail de músicas da minha carreira, desde o cinema à «A Mãe» e ao «Alma Mater». Tem uma componente mais intimista, através de alguns temas 50


de prata, em que teve que desbravar terreno com um estilo que, na época, não era muito habitual em Portugal, e onde destaca a colaboração de músicos e cantores como Daniel Melingo, Beth Gibbons, Adriana Calcanhoto ou Ryuichi Sakamoto. “Permitiu-me explorar caminhos diferentes, que era precisamente o que eu desejava quando sai da Sétima Legião e dos Madredeus. Obviamente que ainda continuo a fazer muitas coisas que têm uma ligação profunda a esse meu passado, aliás, tocamos as «Tardes de Bolonha», um tema que foi composto para os Madredeus quase há 30 anos”.

Música sempre ligada à imagem

mais instrumentais, e as canções interpretadas pela Ana Vieira. No fundo, é uma noite onde se podem ver as diversas influências que o meu trabalho tem, desde o tango à música pop, à música clássica e à música francesa”, descreve Rodrigo Leão. Um percurso a solo desde que saiu dos Madredeus que caminha para as bodas 51

Como é sabido, e frequente, Rodrigo Leão teve que ser aplaudido pela crítica internacional antes de Portugal lhe dar o devido mérito, mas o autor considera que o seu crescimento foi natural e que demorou o tempo que era necessário, pois ser famoso nunca foi a sua prioridade. “Estou muito contente e feliz pelas pessoas reconhecerem o meu trabalho mas, acima de tudo, eu queria fazer aquilo que tinha na cabeça. E essa liberdade de trabalhar com músicos diferentes esteve sempre presente e foi bastante positiva”, salienta, explicando que, na maior parte dos casos, as músicas surgiram, como ALGARVE INFORMATIVO #67


instrumentais, antes de imaginar esta ou aquela voz para as acompanhar. “Há algumas que penso que têm uma estrutura mais ligada à música pop e sinto que poderão vir a ser cantadas mas, normalmente, é só depois de terem já uma certa consistência que eu, e as pessoas que estão comigo na produção – Tiago Lopes, Pedro Oliveira e João Eleutério – começamos a pensar em que pessoas poderiam ficar bem naquele tema. Depois, enviamos uma maquete através da internet para aferir do interesse da pessoa em colaborar connosco, tem sido um processo natural e espontâneo”. Processo para o qual são fundamentais as novas tecnologias de comunicação, concorda o entrevistado, lembrando que, há 10 ou 15 anos, estas parcerias não eram tão fáceis de concretizar. Novas tecnologias que, lembra Rodrigo Leão, também ajudam, sobremaneira, na composição. “Posso compor num computador e gravar várias pistas com sons de pianos, violinos, violoncelos, fazer várias experiências com equilíbrios diferentes. Depois, é a facilidade com que se envia uma ideia para o outro lado do mundo”, indica, ao mesmo tempo que entende que o crescimento da world music permitiu o cair de muitos tabus. “Trouxe uma capacidade infinita de misturar sons e instrumentos diferentes e colocou-a ao alcance de todos”, considera. A par dos seus álbuns, Rodrigo Leão tem conquistado grande destaque com ALGARVE INFORMATIVO #67

as bandas sonoras que produz para filmes, um deles, inclusive, nomeado recentemente para os Óscares de Hollywood, uma surpresa agradável mas uma vontade que já era sentida na altura dos Madredeus, confessa. “A nossa música sempre teve muito a ver com imagens, filmes, pois eramos grandes apreciadores de cinema. Lembro-me de ir com o Pedro Oliveira, com 12, 13 anos, ver sessões de dois ou três filmes no Cinema Quarteto, perto da Avenida Roma. Essa vontade de ligar a minha música ao cinema é antiga, mas é verdade que, durante muitos anos, não existiram convites”, conta o entrevistado, adiantando que estava a concluir uma música, naquele dia, para um filme novo de um realizador espanhol que vai estrear em novembro. Ora, dividido entre os álbuns de originais, as compilações e as bandas sonoras para filmes e séries de televisão, a agenda de Rodrigo Leão anda supercarregada, mas o seu processo criativo é muito intuitivo e está perfeitamente consolidado. “A procura de ideias e da inspiração não é fácil e há alturas em que saem mais coisas do que outras. Por isso, mesmo que não tenha nenhuma encomenda ou não esteja a pensar num trabalho específico, trago sempre comigo um sintetizador e um computador para tocar todos os dias, nem que seja duas horas à noite, e ir registando pequenas ideias”, descreve, apressando-se a 52


Ana Vieira interpretou de forma magistral alguns temas de Rodrigo Leão

esclarecer que não é nenhum génio e que até é um autodidata na música mais erudita. “A minha formação vem precisamente da música pop, das canções com três ou quatro acordes do início dos anos 80, e a simplicidade das minhas criações baseia-se um pouco nessa época. Claro que fui aprendendo à medida que trabalhava com pessoas que me ajudavam a fazer arranjos. O Carlos Tony Gomes, por exemplo, tem feito diversos arranjos, nos últimos anos, para o quarteto de cordas e para a orquestra e coro no «O Retiro». É bastante importante estar com todas estas pessoas que me ajudam a construir as minhas ideias”, enaltece. Com um trajeto bem-sucedido e repleto de álbuns editados, Rodrigo Leão reconhece, todavia, que o passado recente não tem sido amigo 53

dos artistas, em geral, e dos músicos em particular. “Mas, às vezes, é nas alturas de crise que as pessoas mais têm vontade de trabalhar e de fazer coisas. Vejo muita gente com energia, independentemente de saberem que os discos vendem bastante menos e que terão menos concertos. Espero que haja um salto grande em Portugal no apoio à cultura”, analisa, antes de falar dos novos projetos em mão. “Vai sair, no dia 30 de setembro, um disco em parceria com o cantor Scott Matthew, com quem colaborei nos últimos quatro anos, seguindo-se uma tournée para promover o «Life is Long». Até lá, temos mais seis ou sete concertos em agosto e setembro à imagem deste que demos em Tavira” .

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Hugo Santos Campeão de golfe e professor de campeões Hugo Santos venceu a 2ª Taça Ibérica, torneio sob a égide das PGA’s de Portugal e Espanha que terminou, no dia 8 de julho, no Guardian Bom Sucesso Golf, em Óbidos. Na semana seguinte, o algarvio que veste as cores da Wilson Staff estava já a participar noutra competição, desta feita nos Açores, onde ficou em terceiro lugar, mostrando que continua a ser um dos grandes valores da sua geração. A par da vertente competitiva, Hugo Santos dá nas vistas também como professor de golfe, contribuindo para o crescimento de uma nova vaga de atletas de topo. Texto: 57

Fotografia: ALGARVE INFORMATIVO #67


no Oceânico Laguna, em Vilamoura, que Hugo Santos passa a maior parte dos dias, a ensinar golfe às novas gerações de praticantes, mas também aos clientes deste campo, o que não significa que tenha colocado de lado a competição. Isso mesmo ficou mais uma vez demonstrado pela sua vitória na segunda edição da Taça Ibérica, prova organizada pela PGA Portugal e PGA Espanha e que teve lugar, de 6 a 8 de julho, no Guardian Bom Sucesso Golf em Óbidos. “Fui com o objetivo de dar o meu melhor, mas não com a obsessão de vencer. É uma forma de conseguir gerir melhor o meu jogo, não quero colocar demasiada pressão sobre o meu desempenho, e o torneio correu bem. Foram três voltas com um incidente no final do último dia, mas que se resolveu no último buraco”, conta, numa pequena pausa em mais um dia repleto de aulas.

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Pausa que seria, realmente, pequena, pois Hugo Santos estava de abalada para os Açores, para participar noutro torneio organizado pela PGA de Portugal e pelo Clube de Golfe da Ilha Terceira. Contudo, a vida deste algarvio de 36 anos está mais direcionada para o ensino, o que o impede de realizar grandes treinos, aliás, diz que os seus treinos são as aulas que ministra no dia-a-dia e os Pro-Am que antecedem os

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torneios de profissionais. “Quando treinava todos os dias, metia na cabeça que os resultados tinham que aparecer obrigatoriamente e, se isso não acontecia, ficava chateado e frustrado. Agora, encaro as coisas de maneira

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diferente, jogo de forma mais descontraída, tendo divertir-me mais em campo e os resultados, felizmente, têm aparecido”, indica. Hugo Santos que, como se sabe, é o irmão mais velho de Ricardo Santos,

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atleta que competiu no European Tour, estando esta época no Challenge Tour, a segunda divisão do golfe profissional no Velho Continente. E se as carreiras dos dois irmãos seguiram rumos distintos, tal não se deve ao

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talento de cada um, mas a questões de timing, à maior aposta que, por vezes, se dá ao golfe em Portugal, o que permite abrir janelas de oportunidade a alguns praticantes para competir além-fronteiras. “Com mais apoios é sempre mais fácil alcançar patamares superiores. Eu tive ajudas, mas não tanto como se consegue atualmente, porque é preciso encontrar as pessoas certas. Mas ainda bem para o golfe português que cada vez existem mais dessas pessoas para auxiliar os novos jogadores a terem sucesso na Europa”, refere o entrevistado.

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Apesar de normalmente pagar as despesas do próprio bolso, o certo é que Hugo Santos tem deixado o seu nome marcado em várias competições. Assim, foi Campeão Nacional de golfe em 2012 e, depois disso, foi por três vezes Campeão da Europa de Profissionais de Ensino, competição onde vai participar, novamente, em outubro. “Quando comecei a ensinar, confesso que não era realmente o que queria fazer na vida e no início foi bastante difícil. Lembro-me

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perfeitamente da primeira aula que dei, a um casal com duas filhas, acho que senti mais pressão naquele momento do que se estivesse numa competição importante. Não estava à vontade naquela tarefa mas, com o tempo, fui aprendendo a gostar e a partilha de experiências com outros profissionais de ensino ajudou-me a dominar as técnicas mais corretas e a saber como dialogar com os clientes”, reconhece. Portugal que está bem servido de profissionais de ensino, garante Hugo Santos, e isso depois reflete-se na qualidade dos atletas. “Há mais formação, graças à forte união entre a PGA Portugal e a Federação Portuguesa de Golfe. Vilamoura sempre foi um clube que apostou na formação dos seus profissionais e jovens, mostrou o caminho a outros emblemas e, nos últimos anos, apareceram mais clubes com jogadores a ganharem torneios”, observa, de olhos postos no green do Oceânico Laguna, e satisfeito por haver uma competição mais aguerrida nas provas.

Treinadores e caddies mais valorizados Neste cenário, Hugo Santos acredita que Portugal vai ter mais craques de golfe nos próximos anos, depois de, durante bastante tempo, apenas Filipe Lima andar na alta-roda internacional, a que se juntaram, mais

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recentemente, Ricardo Santos e Ricardo Melo Gouveia. “É natural que apareçam mais e melhores, e em menos tempo. Veja-se que a PGA Portugal, em conjunto com a Federação Portuguesa de Golfe, criou um projeto para auxiliar precisamente os jovens que se tornam profissionais e que depois sentem uma grande necessidade de apoio. Neste momento, o PGA Portugal Golf Team está a apoiar o João Carlota, que esta semana está a representar o país num torneio do Challenge Tour, em Espanha, e penso que este é o caminho certo”, defende o jogador e professor. Isto porque, na hora da verdade, se não houver apoios financeiros para ajudar a fazer face às despesas com inscrições, viagens, alojamento, alimentação e afins, não há talento que sobreviva, dai que muitos jogadores são grandes esperanças nas camadas jovens e, quando tentam a sua sorte como profissionais, acabam por desistir e seguir outra carreira. E Hugo Santos é precisamente um dos treinadores do PGA Portugal Golf Team, a par de Nelson Cavalheiro, o primeiro mais na vertente do jogo curto e tática de jogo, o segundo mais virado para o jogo comprido. “Por enquanto está apenas o João Carlota na equipa, mas uma estrutura profissional pode fazer toda a diferença”, reconhece o jogador patrocinado

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pela Wilson Staff, uma das marcas mais antigas e prestigiadas do European Tour. Apoios de retaguarda que não existiam, de facto, quando Hugo Santos estava a fazer a sua caminhada inicial enquanto profissional, mas o entrevistado prefere olhar para a frente e não pensar no que poderia ter acontecido no passado. Acima de tudo, quer transmitir os seus conhecimentos e experiências aos mais jovens, mas o bichinho da competição também não desapareceu. “É muito gratificante para um profissional de ensino ver um dos jovens com quem trabalha vencer um torneio, é algo que nos enche de orgulho”, assegura, confirmando que, nos tempos que correm, se dá, realmente, mais valor ao trabalho realizado pelos treinadores e, inclusive, ao papel desempenhado pelos caddies. “Há alturas em que um jogador está num shot com elevado grau de pressão e isso pode influenciar a decisão que toma. O caddie está ali ao nosso lado e, de uma forma mais lúcida, pode dar conselhos importantes, nem que seja a olharmos para a jogada de maneira diferente. Um bom caddie não é apenas um carregador de tacos”, distingue, revelando que já recebeu contributos desses em alguns momentos decisivos em torneios. Importante é também ter um professor com experiência

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competitiva, não apenas um que domine os aspetos técnicos e táticos, porque isso nem sempre é suficiente para lidar com a pressão dos torneios. “Como ainda ando nesse meio, é mais fácil abordar os jogadores e os alunos porque sei o que eles estão a sentir naqueles momentos. Aprendi muito com todos os meus professores, com o José Carlos Santos, Abílio Coelho, Joaquim Sequeira, Tony Bennet, Sebastião Gil e Daniel Silva, e isso ajudou-me também como profissional de ensino”. Quanto ao futuro, Hugo Santos vai participar, em outubro, em mais um Campeonato da Europa de Profissionais de Ensino e continuar a competir nas provas do Campeonato Nacional, encarando os torneios de forma mais descontraída, com menos pressão, o que tem gerado resultados positivos. “Entrego o favoritismo aos jogadores que competem o ano inteiro, em Portugal e no estrangeiro, mas sei que, se estiver ao meu nível normal, posso surpreender muita gente”, avisa, com um sorriso. E a competição está, de facto, atenta, porque Hugo Santos atravessa um bom momento de forma, como demonstra o terceiro lugar no torneio desta semana na Ilha Terceira, mantendose, assim, na liderança da Ordem de Mérito de 2016 da PGA .

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VALORIZ’ARTE Uma associação para valorizar as artes e as tradições locais É no sítio da Bordeira, a meio caminho entre Faro e São Brás de Alportel, que encontramos a Valoriz’arte, uma associação que, como o próprio nome indica, nasceu para valorizar as artes e ofícios das gentes desta terra bastante conhecida pelas suas charolas, rancho folclórico e craques do acordeão. E, apesar dos escassos três anos de existência, a Valoriz’arte já tem muito serviço para mostrar, logo a começar pelo B Cultural, festival pluridisciplinar que vai animar o fim-de-semana de 5 e 6 de agosto em Bordeira. Texto:

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Mauro Amaral e Alexandre Bilhau, presidentes da Assembleia-Geral e da Direção da Associação Valoriz’arte, respetivamente.

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s atenções de meio Portugal começam a concentrar-se na linha costeira do sul do país, com os portugueses e estrangeiros de férias a apreciarem as belas praias algarvias durante o dia e, depois do sol-posto, a desfrutarem de mil e uma festas e festivais. Mas há outro Algarve, aquele acima da EN 125, do qual faz parte o Sítio da Bordeira, perto de onde o concelho de Faro dá lugar ao município de São Brás de Alportel. Um sítio, não chega a ser sequer aldeia ou vila, mas que é famoso pelas suas charolas, pelo seu Rancho Folclórico e pelos seus jovens acordeonistas, e que tem conhecido uma nova atividade cultural pelas mãos da Associação Valoriz’arte, projeto liderado por Alexandre Bilhau, Liliana

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Lima e Mauro Amaral e cujo grande objetivo é apoiar a valorização e divulgação das artes e ofícios e seus respetivos criadores. “Buscamos a valorização da nossa terra, dos costumes tradicionais, dos artistas e artesãos de todas as gerações, uns ainda em atividade laboral, outros já aposentados ou desaparecidos”, explicam em início de conversa Alexandre Bilhau e Mauro Amaral. Criada há três anos, a associação conta no seu plano de atividades com diversas exposições de trabalhos artísticos permanentes, demonstrações/workshops, espetáculos musicais e uma importante ação cultural, social e educacional, sempre com a valorização do património cultural e

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natural da Bordeira no horizonte. “Bordeira tem uma larga tradição de artesãos, principalmente da pedra e da cantaria. Entretanto, percebemos que tínhamos que atrair novos públicos, sobretudo das cidades, para melhor divulgar essas artes e ofícios, e tentamos fazê-lo através dos espetáculos”, afirma Mauro Amaral, dando um particular ênfase à vertente da comunicação. “Já havia alguns eventos, mas a sua promoção não chegava sequer a Faro, quanto mais a outras cidades do Algarve, pelo que desenvolvemos algumas parcerias com meios de comunicação social para chegarmos mais longe. Depois, vamos criando condições para trazer artistas sempre com maior qualidade”, frisa. Vida cultura que, de facto, é rica em Bordeira, com as charolas e as marchas populares da Sociedade Recreativa Bordeirense, a escola de acordeonistas, a tradição do borrego, de modo que a Valoriz’arte optou por conceitos mais contemporâneos para elaborar um plano de atividades com coerência. Peça chave no sucesso alcançado até à data é, sublinha a dupla de dirigentes associativos, a hospitalidade natural dos residentes, que gostam bastante de receber pessoas de fora. “O público está a aparecer de forma suave e gradual e sai daqui muito satisfeito e com vontade de regressar. Os eventos, por enquanto, incidem essencialmente sobre concertos de várias sonoridades. Temos ainda uma parceria com o TeAtrito, que vem cá fazer performances teatrais, e com a UNIR, uma

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associação louletana de apoio à deficiência, que dinamiza atividades de tempos livres durante o B Cultural”, adianta Mauro Amaral. Iniciativas que acontecem na sede da Valoriz’arte, um terreno de festas cedido à associação pela família de José Neves Moleiro, um dos sócios fundadores entretanto já falecido, mas que tem a condicionante de ser ao ar livre, ou seja, há eventos que estão dependentes da boa-vontade do São Pedro. “Este ano organizamos um espetáculo de contos com o Serafim e a Luzia Rosário num armazém emprestado por um amigo e resultou bem. Somos uma associação nova e queremos crescer com calma, de forma sustentável, para evoluirmos para um projeto de desenvolvimento local. A ideia é, no futuro, ter residências artísticas, nacionais e internacionais, para promover Bordeira”, aponta Mauro Amaral, presidente da AssembleiaGeral. Entidade que não é muito numerosa em elementos, como é natural nos tempos modernos, com o grande mentor a ser Alexandre Bilhau, depois Liliana Lima e Mauro Amaral numa segunda linha, a que se unem os restantes associados na organização dos eventos e mais não se pode exigir, porque todos eles são voluntários e com vidas profissionais e pessoais. “São quase todos amigos desde infância e com uma grande

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vontade em ajudar a crescer a sua terra”, destaca Mauro Amaral, que só chegou à Bordeira há cinco anos.

B Cultural ao virar da esquina Vontade e ideias, pelos vistos, não faltam à Associação Valoriz’arte mas, sem ovos não se fazem omeletes e bem sabemos que os apoios à cultura são escassos, tanto provenientes do poder central, como das autarquias. Consciente dessa realidade, a meta destes homens e mulheres é que cada evento realizado gere receitas para se pagar a ele próprio e que sobre algo para aplicar na principal iniciativa, o B Cultural, a que se soma um pequeno apoio financeiro da Junta de Freguesia de Santa Bárbara de Nexe e há ALGARVE INFORMATIVO #67

perspetivas de receberem alguma ajuda da Câmara Municipal de Faro e da Direção Regional de Cultura do Algarve nos próximos tempos. “São ajudas que são uma lufada de ar fresco enorme, porque temos que trabalhar imenso para gerar pequenas mais-valias em cada festa ou espetáculo. Para a vertente do desenvolvimento local existem programas e apoios interessantes, mas há primeiro que fortalecer a associação para depois termos capacidade para gerir esses financiamentos”, dizem Alexandre Bilhau e Mauro Amaral. Menos dores de cabeça existem na parte técnica e logística da produção e montagem propriamente dita dos espetáculos e eventos, pois é uma «praia» onde Mauro Amaral se sente 70


perfeitamente à vontade. “Quando a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia estão envolvidos diretamente, cedem o material e os técnicos e é tudo mais fácil. De resto, a programação e organização de espetáculos faz parte do meu trabalho há bastante tempo, portanto, deixou de ser um bicho-de-sete-cabeças para a associação. Para mim também é um prazer enorme participar na vida da terra onde vivo, é uma simbiose perfeita e uma amizade que cresceu depressa”, salienta, garantindo que cada evento tem o condão de motivar mais estes jovens dirigentes. Entretanto, respeitando as tradições de Bordeira, a Valoriz’arte tem-se juntado aos seus marcos mais importantes, como é o caso das charolas, que começaram a passar pela sede da associação no seu trajeto pelas ruas da localidade na Noite de Reis. Também fizeram parte das comemorações do Carnaval da responsabilidade da Sociedade Recreativa Bordeirense, de uma festa de artes e ofícios na Páscoa e do 1 de maio, com a Festa do Borrego a acontecer, desde 2014, no espaço da Valoriz’arte, numa organização da Junta de Freguesia de Santa Bárbara de Nexe. “O «Sol, Sardinha e Poesia», a 10 de junho, serve para comemorar a identidade e a palavra porque em Bordeira, por causa das charolas, há muito trabalho de escrita e de poesia popular. O António Aleixo vinha para aqui estar com os acordeonistas”, conta ainda Mauro Amaral. 71

O Festival dos Contos da Liberdade passa igualmente pela sede da Valoriz’arte, mas o B Cultural é, sem dúvida, a grande aposta, um evento cultural com programa moderna que, na sua segunda edição, contará com espetáculos de música, dança, teatro, novo circo, vídeo e cinema, para além de atividades diurnas como exposições, workshops, animação infantil e jogos tradicionais. E as gentes da terra, os mais idosos, abrem os braços a tantos acontecimentos, asseguram Alexandre Bilhau e Mauro Amaral. “As pessoas em Bordeira são extremamente cultas e adeptas de eventos com qualidade e nós também não queremos organizar nada com impacto negativo. Respeitamos sempre os outros para sermos também respeitados e, graças a esta atitude, não tem havido resistência nenhuma. Aliás, dizem que o B Cultural do ano passado foi dos eventos mais bonitos que se fizeram em Bordeira”, afirma Mauro Amaral. Nos dias 5 e 6 de agosto teremos, então, o 2.º B Cultural, com Danças do Mundo, Fad’Nu, Flor de Sal e DJ Micáh a abrilhantarem a noite de sexta-feira e Rakhatta, Trauma, UM e os DJ’s CD SSauro & El Cossaco a darem cartas no sábado à noite, para além de outras atividades diurnas, e as expetativas são elevadas .

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