REVISTA ALGARVE INFORMATIVO #289

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ALGARVE INFORMATIVO 1 de maio, 2021

«IN TRANZ YT 0.0» EM LOULÉ «MERGULHO» | MARCO RODRIGUES | 2.º PRÉMIO MARIA BARROSO 1CICLO LETHES CLÁSSICO | «1.º DIREITO» EM LOULÉ | «APOSTROPHE» ALGARVE NA INFORMATIVO 289#289


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38 - «Intranzyt 0.0» em Loulé 16 - «1.º Direito» em Loulé

26 - 2.º Prémio Maria Barroso

94 - Marco Rodrigues cantou Carlos do Carmo em Lagoa

54 - «Recordações de Itália» no Lethes 66 - «Mergulho» de Brígida Virtudes na Casa das Virtudes

OPINIÃO 102 - Mirian Tavares 104 - Ana Isabel Soares 106 - Adília César 78 - «Apostrophe» na Associação 289 ALGARVE INFORMATIVO #289

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«1.º DIREITO» JÁ DÁ FRUTOS EM LOULÉ COM ENTREGA DAS PRIMEIRAS CHAVES DE HABITAÇÃO PÚBLICA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, e a Secretária de Estado da Habitação, Marina Gonçalves, estiveram em Loulé, no dia 27 de abril, para constatar o trabalho desenvolvido pelo Município de Loulé na promoção da nova geração de políticas de habitação e assistir à entrega das chaves de 22 fogos habitacionais, já adquiridos, reabilitados e ALGARVE INFORMATIVO #289

arrendados pela autarquia a famílias elegíveis no âmbito do programa «1.º Direito». Recorde-se que, em outubro de 2020, o Município de Loulé celebrou um protocolo de colaboração com o IHRU – Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana com vista à implementação do programa «1.º Direito» no concelho, numa cerimónia presidida pelo Primeiro-Ministro, António Costa. Desde então, têm sido dados passos importantes para a 16


Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé

concretização do objetivo de, até 2030, apoiar 1.400 agregados familiares no acesso à habitação. Novas construções, reabilitação de frações ou prédios, aquisição de frações ou de prédios degradados para posterior reabilitação, bem como a aquisição de terrenos e construção de empreendimentos habitacionais em regime de habitação a custos controlados, são as soluções habitacionais que o programa contempla, em todo o concelho, nas modalidades de renda apoiada e renda acessível. 17

Foi, sem dúvida, um dia especial para as primeiras famílias a serem contempladas com novas residências no concelho de Loulé, mas muitas mais se seguirão, porque a Estratégia Local de Habitação e o «1.º Direito» estão em plena execução, sendo que a primeira tem como horizonte temporal o ano de 2030. “Depois da primeira consulta

realizada ao mercado imobiliário, em 2020, que nos permitiu obter ALGARVE INFORMATIVO #289


imóveis para arrendar, vamos fazer, em breve, uma nova consulta, para encontrar ainda mais habitações disponíveis”, referiu Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé, lembrando ainda que o acordo assinado com o IHRU ao abrigo do «1.º Direito» prevê arranjar soluções para 320 agregados familiares, num total de investimento que ronda os 44 milhões de euros, a que se somam mais 100 agregados familiares enquanto beneficiários diretos. Após a assinatura deste acordo, o Município de Loulé já submeteu ao IHRU quatro pedidos de financiamento, num investimento de 4,8 milhões de euros, para aquisição e construção de 35 fogos, três dos quais já foram aprovados, o que permitiu a construção e aquisição de 26

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fogos. “Ainda há pouco tempo

começamos a trabalhar, mas os resultados já são bons e estamos absolutamente focados para que possamos, o mais rapidamente possível, atribuir mais habitações às pessoas e famílias carenciadas que estão identificadas no nosso concelho e que são em número significativo”, frisou o edil, antes de abordar três peças fundamentais na Estratégia Local de Habitação de Loulé: o subsídio ao arrendamento habitacional, o arrendamento apoiado e o arrendamento acessível. “O

arrendamento apoiado destina-se às famílias com recursos económicos mais baixos, que não têm condições, e que,

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provavelmente, nem tão cedo, nem tão facilmente, as terão, para alugar uma residência. Já o arrendamento acessível está direcionado para classes de rendimentos intermédios que sofreram muito com esta crise económica e financeira e que não têm capacidade para, junto da banca, contrair um empréstimo para aceder a uma habitação condigna. E aqui se inserem também algumas profissões diferenciadas que, de um momento para o outro, precisam vir de outra zona do país para Loulé, como médicos ou professores, por exemplo”, explicou Vítor Aleixo.

foram ditados pela dinâmica da procura e do que conseguimos encontrar no mercado imobiliário, não surgiram por mais nenhuma razão”, esclareceu o edil louletano. “Por isso, peço a estas famílias que, na vossa alegria, deem uma palavra de conforto e de confiança às outras famílias que também estão à espera de habitação, porque elas virão a seguir”, garantiu Vítor Aleixo,

No dia 27 de abril foram, então, atribuídos 22 fogos, dos quais 1 na vila de

Assim acontece com dois lotes de terrenos no Empreendimento da Clona,

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Almancil, 9 na cidade de Quarteira e 12 na cidade de Loulé. “Estes números

frisando que são muitas as iniciativas que estão no terreno com essa finalidade.

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em Loulé com capacidade para 128 fogos destinados a arrendamento apoiado e acessível, num investimento de 12,4 milhões de euros; a construção e reabilitação de mais de 100 fogos no centro histórico de Quarteira; o desenvolvimento de 21 fogos em lotes municipais na vila de Almancil, mas a autarquia pretende adquirir mais terrenos para esse fim; a construção de 17 fogos na Fonte da Rata, em Salir, 12 para arrendamento apoiado e 5 para arrendamento acessível; a reabilitação de 48 fogos habitacionais para arrendamento apoiado no Bairro Municipal de Loulé, num investimento de 6,5 milhões de euros; a reabilitação de um edifício na Rua de São Paulo, em Loulé, para a criação de sete fogos (investimento de 900 mil euros); a reabilitação de dois edifícios na Rua Miguel Bombarda, em Loulé, para mais cinco fogos (investimento de 800 mil euros); a reabilitação de uma fração habitacional na Rua 5 de Outubro para a criação de dois fogos (investimento de 450 mil euros); e a construção de um edifício habitacional na aldeia do Ameixial para a criação de quatro fogos (investimento de 323 mil euros).

HABITAÇÃO É UMA QUESTÃO DE JUSTIÇA SOCIAL Vítor Aleixo revelou igualmente que prosseguem as visitas técnicas a imóveis localizados em todo o concelho e que já foram efetuadas mais de 60 avaliações imobiliárias e muitas escrituras, “numa

corrida contra o tempo para que, com a ajuda do Estado, possamos encontrar soluções para as ALGARVE INFORMATIVO #289

famílias”. “É difícil disfarçar a alegria e emoção que sentimos nesta data. Embora só estejamos a trabalhar na nossa Estratégia Local de Habitação há pouco mais de dois anos, já aqui estamos a apresentar os primeiros resultados e iremos continuar com este trabalho, vamos mesmo acelerá-lo, para proporcionar mais soluções de realojamento em todas as freguesias do concelho de Loulé e para vários segmentos da população. Não só as famílias mais carenciadas de apoio, por insuficiência de rendimentos ou pobreza persistente, mas também aos jovens em início de vida que precisam sair de casa dos pais para constituírem as suas famílias, ou às classes de rendimentos intermédios que não têm possibilidade para aceder a uma habitação condigna”, voltou a reforçar o presidente da Câmara Municipal de Loulé. O autarca lembrou ainda que decorre o período para a apresentação de candidaturas ao subsídio ao arrendamento habitacional, para o qual está orçamentada, em 2021, uma verba de 300 mil euros. E não terminou a sua intervenção sem agradecer aos governantes presentes na cerimónia pelo papel da nova geração de políticas de habitação lançadas em 2018. “Sem

elas, jamais seria possível 20


Pedro Nuno Santos, Ministro das Infraestruturas e da Habitação

estabelecer as metas ambiciosas para servir, só no concelho de Loulé, cerca de 1.400 famílias até 2030. Temos bem consciência de que, apesar da Constituição Portuguesa garantir o direito à habitação, a sua concretização tem tardado, para desespero de milhares de famílias portuguesas. Este é o caminho para que a nossa Democracia se possa robustecer e o Estado Social se considere um edifício completo. Trabalho, saúde pública, educação e habitação são direitos humanos fundamentais que fazem a fronteira entre uma sociedade decente – 21

onde queremos que todos vivam – e uma sociedade de outro tipo que deveremos evitar a todo o custo. A habitação é uma questão de justiça social e uma sociedade coesa e saudável é aquela em que as pessoas não têm de fazer a escolha terrível entre comer ou pagar a renda”, sublinhou Vítor Aleixo. A sessão foi encerrada com as palavras do Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, para quem a habitação deveria ser a primeira prioridade para todos os governantes, sejam do poder ALGARVE INFORMATIVO #289


central ou local. Às famílias que receberam as chaves para as suas novas habitações disse, entretanto, que não lhes foi feito nenhum favor, nem se lhes deram nenhuma prenda ou presente. “O

que aqui estivemos a fazer foi apenas a nossa obrigação e vocês vieram aqui exercer um direito. Quando fazemos parte de uma comunidade, temos necessidades diferentes, temos realidades e histórias de vida diferentes, por isso, temos todos que nos juntar para resolver os problemas uns dos outros”, afirmou Pedro Nuno Natos. “Não conseguimos construir uma vida diferente, nem dar uma vida diferente aos nossos filhos e netos, sem um lar com condições de saúde e segurança, com conforto, com a ALGARVE INFORMATIVO #289

dimensão adequada à família. Só com um lar é que se consegue construir uma vida decente e esse é o trabalho dos governantes. Uma comunidade feliz respeita todos e todas, inclusive aqueles que tiveram uma sorte diferente na vida. E Loulé está a dar um exemplo a Portugal pelo trabalho que está a desenvolver nesta matéria”. Seguiu-se uma visita a dois dos locais onde irão nascer novas habitações, nomeadamente, na cidade de Loulé, à Urbanização da Clona, junto à Mina de Sal-gema, e, em Salir, na Fonte da Rata, onde foi lançada a primeira pedra da obra de construção das 17 moradias unifamiliares para ali projetadas . 22


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MUNICÍPIO DE LAGOA ENTREGOU 2.º PRÉMIO MARIA BARROSO A TERESA PIZARRO BELEZA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina Centro Cultural – Convento de São José, em Lagoa, acolheu, no dia 24 de abril, a cerimónia de entrega da segunda edição do Prémio Maria Barroso, uma iniciativa da Câmara Municipal de Lagoa cuja designação se inspira nesta mulher algarvia, portuguesa e europeia que se distinguiu por uma intensa participação cívica, democrática e ALGARVE INFORMATIVO #289

cultural. O prémio pretende destacar contributos relevantes de pessoas individuais ou coletivas, de cariz privado ou privado social, para a construção e valorização da igualdade entre mulheres e homens em respeito pelos direitos humanos, com vista à promoção de uma cidadania proativa nos tempos modernos. Com o Prémio Maria Barroso, bianual e com o valor pecuniário de 15 mil euros, o Município de Lagoa procura 26


Sandra Rodrigues Generoso

sublinhar o papel dos cidadãos e das cidadãs ou das instituições da sociedade civil na promoção e implementação de práticas de não discriminação, através de dinâmicas proativas e diferenciadoras de cidadania e da promoção da igualdade de género e de oportunidades para todas as pessoas nos territórios e contextos em que intervêm. E, em 2021, o júri constituído por Luís Encarnação (presidente da Câmara Municipal de Lagoa), Ana Martins (vereadora da Câmara Municipal de Lagoa), Isabel Barroso Soares (em representação da família de Maria Barroso), Anália Torres (professora catedrática e fundadora e coordenadora do Centro Interdisciplinar de Estudos de Género), Clara de Jesus (consultora e perita em Igualdade de Género), Sandra Ribeiro (presidente da Comissão para a Cidadania e a Igualdade do Género) e Virgínia Ferreira 27

(investigadora do Centro de Estudos Sociais e membro fundadora da Associação Portuguesa de Estudos Sobre as Mulheres), decidiu entregar o Prémio Maria Barroso a Teresa Pizarro Beleza, professora catedrática da Universidade Nova de Lisboa. No início da cerimónia, e perante um número reduzido de convidados, Sandra Rodrigues Generoso, chefe da Divisão de Ação Sociocultural do Município de Lagoa, lembrou o compromisso lagoense com a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas e que as diversas unidades orgânicas da autarquia que operacionalizam as políticas públicas municipais fazem parte de uma Equipa de Intervenção para a Vida Local, estando também em funcionamento, há alguns anos, uma Comissão de Ética. ALGARVE INFORMATIVO #289


Luís Encarnação

“Estas equipas são movidas pela ideia do desenvolvimento local baseado em direitos humanos. Focamo-nos diariamente na melhoria do índice de sustentabilidade municipal, quantificando anualmente os seus indicadores com o objetivo de melhorar continuamente o nosso desempenho e, por conseguinte, a qualidade de vida das pessoas que escolhem Lagoa para viver e trabalhar”, frisou a Conselheira Local para a Igualdade no Município de Lagoa, acrescentando que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU impelem a uma nova forma de agir no presente e de pensar, com esperança, no futuro, “expandindo o leque de ALGARVE INFORMATIVO #289

preocupações para além da economia, funcionando esta antes como uma ferramenta transversal a todas as áreas, indispensáveis para a sustentabilidade futura do Planeta, com enfoque nas pessoas, garantindo que são salvaguardados os seus direitos e assumidos os seus deveres de solidariedade, de respeito e de capacitação para uma ação responsável e inclusiva”. A responsável pelo Gabinete de Igualdade de Género e Cidadania garantiu ainda que a igualdade de género é tida em consideração na conceção e execução da atuação interna da Câmara Municipal de Lagoa, bem como na sua ação pública, com 28


Virgínia Ferreira, Ana Martins, Sandra Ribeiro e Clara de Jesus

medidas elencadas nos seus Planos Municipais para a Igualdade, Cidadania e Não Discriminação. No uso da palavra, Luís Encarnação mostrou-se satisfeito por verificar uma maior consciencialização para as questões de género e pelo crescente papel dos responsáveis pelos governos locais e instituições públicas e privadas na promoção e implementação de práticas de cidadania, de igualdade e de participação. “Os contributos deste

Município têm sido consistentes ao longo dos últimos anos, tendo sido nomeada, há cerca de uma década, uma Conselheira Local para a Igualdade e criada uma equipa constituída por técnicos e técnicas 29

de várias áreas sectoriais da autarquia, que se empenham, diariamente, em disseminar os princípios da igualdade de género e não discriminação em toda a nossa intervenção. Em 2018 foi também criado o Gabinete de Igualdade de Género e Cidadania, que é dinamizado por uma equipa multidisciplinar”, descreveu o presidente da Câmara Municipal de Lagoa, recordando ainda que Lagoa foi o primeiro município português a certificar-se no sistema de conciliação entre a vida profissional, familiar e pessoal e que tem vindo a ser reconhecido como um dos melhores locais para viver em igualdade. ALGARVE INFORMATIVO #289


Sandra Ribeiro

PANDEMIA AFETOU MAIS O DIA-A-DIA DAS MULHERES DO QUE DOS HOMENS Sandra Ribeiro, presidente da Comissão para a Cidadania e a Igualdade do Género, lembrou que, até 24 de abril de 1974, o estatuto das mulheres era instituído pelo Estado Novo e que, no Direito da Família, existia a figura do «chefe de família» e que à mulher cabia, por direito próprio, o «governo doméstico». “A mulher tinha

que adotar o apelido do marido, precisava da sua autorização para ser comerciante ou para sair do país e, apesar de poder trabalhar sem a autorização do marido, este podia revogar o seu contrato de trabalho ALGARVE INFORMATIVO #289

a todo o momento. As professoras do ensino primário, as enfermeiras e as hospedeiras tinham que solicitar autorização ministerial para se casarem. As mulheres não podiam aceder à carreira diplomática nem à magistratura”, sublinhou a dirigente. Entretanto, com a Revolução dos Cravos abriram-se as portas à liberdade e à luta pela igualdade entre mulheres e homens e o 25 de Abril deu lugar a grandes mudanças no estatuto político, público, social e económico das mulheres. “A igualdade entre

mulheres e homens passou a estar plasmada na Constituição, no Código Civil e em legislação 30


Anabela Simão, Mário Guerreiro, Sandra Ribeiro, José Águas da Cruz, Adriana Freire Nogueira e Luís Encarnação

avulsa, as mulheres passaram a ter livre acesso ao Poder Local, à Diplomacia e à Magistratura e passaram a ter plenos direitos eleitorais”, destacou Sandra Ribeiro, aproveitando para elogiar a iniciativa da Câmara Municipal de Lagoa ao criar o Prémio Maria Barroso. “Homenagear

Maria Barroso é evocar a sua contribuição importantíssima para a concretização da igualdade e da liberdade. É uma figura incontornável na defesa dos valores da democracia neste país, uma voz ativa na defesa dos direitos das mulheres, na promoção de 31

igualdade de oportunidades entre homens e mulheres e no combate à violência doméstica. Obrigado Maria Barroso, por tudo o que nos ensinou e pelos caminhos que nos ajudou a trilhar, em direção à igualdade, e que cumpre-nos agora, a nós, jamais permitir que se estreitem”. A presidente da Comissão para a Cidadania e a Igualdade do Género declarou igualmente que a pandemia que se vive desde 2020 mudou drasticamente, e de um dia para o outro, o quotidiano doméstico e laboral. “Põe a máscara; lava as ALGARVE INFORMATIVO #289


Maria do Céu Cunha Rego

mãos; volta a lavar as mãos; traz sempre gel desinfetante no bolso; desinfeta os sapatos à entrada; fica em casa; trabalha a partir de casa; bebe café ao postigo; ajuda os miúdos a ligarem-se ao Teams para verem a aula no computador enquanto se atende um telefonema de trabalho; põe a máscara; lava e desinfeta as mãos; faz o almoço; prepara os lanches; faz o jantar; faz serão para terminar o trabalho que deveria ter sido feito durante o dia; põe a máscara; calça as luvas; limpa e desinfeta tudo várias vezes; faz a chamada WhatsApp com o pai que já não se abraça há meses e tenta explicar-lhe, pela 50.ª vez, onde é que ele tem que carregar no telemóvel para colocar a câmara on; ALGARVE INFORMATIVO #289

põe a máscara”, descreveu Sandra Ribeiro, manifestando que as consequências negativas da pandemia estão a ser mais fortes para as mulheres do que para os homens, “o

que só demonstra e deixa claro as assimetrias de género que ainda existem na nossa sociedade”. “As mulheres são a maioria nos quadros essenciais neste quadro pandémico, estão mais expostas aos riscos de contaminação e estão a trabalhar mais horas do que antes nesses serviços. As mulheres são também a maioria nos setores mais atingidos pelas regras do confinamento, como o turismo ou a restauração, e por isso estão mais sujeitas a perder o emprego e a permanecerem em 32


lay-off. São elas, pois, que estão a sofrer os maiores cortes salariais e que mais ficam em casa a cuidar dos filhos menores de 12 anos”, garantiu. Sandra Ribeiro entende, por isso, que as medidas de recuperação da crise que atravessamos devem ter em conta estas assimetrias, não podendo ser «cegas» do ponto de vista do género. “O Plano de

Recuperação e Resiliência foi elaborado numa perspetiva de mainstream de género, mas é muito importante que se consiga, na prática, que a sua execução política não perca essa perspetiva. Não podemos permitir que se ande para trás no caminho que se tem trilhado, com tanto empenho e esforço, em direção à igualdade. Só admitimos andar para a frente”,

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afirmou a presidente da Comissão para a Cidadania e a Igualdade do Género, aproveitando para elogiar, publicamente, o trabalho desenvolvido pela Autarquia de Lagoa,

“consistente e certeiro em promoção da igualdade e combate à discriminação”. Prova disso é que a CCIG já por três vezes atribuiu a Lagoa o Prémio Viver em Igualdade e acredita que assim vai continuar a acontecer, “porque

Lagoa tem demonstrando compromisso público sólido e continuado com a redução das desigualdades e discriminações, tem intervindo para uma melhoria dos indicadores de género locais, quer na qualidade de entidade empregadora, quer na sua relação com a população”.

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Prémio Maria Barroso cuja primeira edição foi vencida por Maria do Céu Cunha Rego, que também julga que os efeitos da covid-19 foram notórios no reforço da assimetria na ocupação do tempo com tarefas de apoio à família entre as mulheres e os homens. “É

importante incentivar à reflexão, ao debate e ao aprofundamento destes temas, para ajudar a mudar as vidas. A Câmara Municipal de Lagoa investe, decidida, visível e orgulhosamente, na promoção da igualdade e da não-discriminação e o Prémio Maria Barroso evidencia bem esse investimento. E, estando associado ao prémio uma expressão financeira relevante, é mais fácil que a sociedade reconheça valor à igualdade e se interesse em progredir na sua concretização”, ALGARVE INFORMATIVO #289

acredita, adiantando que um modo de contribuir para esse progresso é a utilização pelos homens, quando são pais, da máxima duração das licenças que possam partilhar com as mães,

“reforçando as vantagens do desenvolvimento de uma paternidade cuidadora”. “Só com a ausência dos postos de trabalho por parte dos homens quando são pais tendencialmente equivalente à das mulheres quando são mães, será possível, a prazo, neutralizar o efeito negativo, real ou potencial, que a maternidade, injusta, mas objetivamente provoca, no acesso ao emprego, na escolha da profissão, no desenvolvimento da carreira, nos rendimentos do trabalho das mulheres”, destacou Maria do Céu Cunha Rego .

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«IN TRANZ YT CIA. JOVEM» APRESENTOU A SUA PRIMEIRA PRODUÇÃO NO CINETEATRO LOULETANO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina ALGARVE INFORMATIVO #289 ALGARVE INFORMATIVO #289

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om a parceria da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, da Casa das Artes de Famalicão e do Cineteatro Louletano, da Compagnie Illicite-Bayonne, do Augsburg Ballet, da Orquestra Sem Fronteiras, da Associação ESTUFA, da Companhia Olga Roriz e dos estúdios Dance Fusion, a novíssima «In Tranz YT Cia. Jovem» estreou em Loulé, no dia 23 de abril, o seu primeiro programa – Intrazyt 0.0 – composto por três peças coreográficas que abrem caminho à linha artística e estética da companhia, sendo duas delas estreias nacionais e uma estreia absoluta. Este primeiro ALGARVE INFORMATIVO #289

espetáculo, assinado por Fábio Lopez, Ana Isabel Casquilho, Cristina Pereira e Vasco Macide, deu início à criação de um repertório de dança que pretende ser gerador de valor para os bailarinos, profissionais, companhias e parceiros envolvidos no processo, assim como para os públicos. A primeira peça, «Molto Sostenuto», tem como ponto de partida o poema de Vladimir Nabokov, «O Peregrino» (Palomnik) de 1927, com a pesquisa de movimento sobre a qual Fábio Lopez trabalhou a desaguar numa organização de corpos no espaço sob a música grave e emocional de Kabalevsky na versão de 1964 de Daniil Shafran. Com coreografia de Fábio 40


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Lopez, a interpretação esteve a cargo dos bailarinos Mariana Romão, Jorge Vaz, Sasha De Maria e Tomás Pedro. A segunda peça foi «I88» de Ana Isabel Casquilho, primeira bailarina do Augsburg Ballett, na Alemanha, e coreógrafa com extenso curriculum internacional, que apresentou em Loulé um sexteto onde se consegue identificar alguma influência do movimento contemporâneo centro europeu atual. No entanto, esta peça é, em termos estéticos, uma afirmação de procura e desenvolvimento da uma linguagem coreográfica própria e pessoal que Ana Casquilho tem vindo a desenvolver ao longo dos últimos cinco anos. A coreografia de Ana Isabel Casquilho foi interpretada pelos bailarinos Ayano Tatekawa, Doriane ALGARVE INFORMATIVO #289

Argellies, Inês Barros, Mariana Romão, Jorge Vaz e Tomás Pedro. Finalmente, a terceira peça, «Jump Up and Get Down», é uma cocriação de Cristina Pereira e Vasco Macide, sendo que o universo coreográfico destes dois autores é muito distinto entre si, assim como das outras coreografias do programa. Partindo de duas citações – uma de Haruki Murakami, outra de Erwin Schrödinger – foi criada uma visão coreográfica, dramatúrgica e cénica apoiada em dois universos musicais igualmente distintos e antagónicos: House of Pain e Franz Schubert. Em palco, para darem corpo à coreografia de Cristina Pereira e Vasco Macide, estiveram os bailarinos Ayano Tatekawa, Beatriz Dias, Doriane Argellies, Inês Barros, Iolanda Semedo, 42


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Mariana Romão, Oriana Oliveira, Sara Musumeci e Sasha De Maria. O espetáculo de dança contou com música ao vivo interpretada pelo quarteto de cordas da Orquestra Sem Fronteiras, constituído por Gonçalo Sousa (1.º Violino), Micaela Sousa (2.º Violino), Bárbara Bernardino (Viola d’arco) e Nuno Ferreira (Violoncelo). A «In Tranz YT Cia. Jovem» é uma nova companhia de dança, sediada em Famalicão, mas de âmbito europeu, que tem como objetivo preencher uma lacuna no panorama da dança nacional, no que diz respeito ao momento de transição dos jovens bailarinos do mundo académico para a realidade do universo profissional da dança. Pretende, por isso, apoiar bailarinos recém-formados, oferecendoALGARVE INFORMATIVO #289

lhes uma plataforma onde se possam concentrar em desenvolver o seu talento, num ambiente profissionalizante de uma companhia de dança. A companhia irá privilegiar a apresentação de trabalhos de coreógrafos e criadores portugueses, muitos deles radicados no estrangeiro há largos anos, com trabalho reconhecido internacionalmente e que por vários motivos ainda não tiveram a oportunidade de se apresentar em território nacional. Para já conta no seu elenco com bailarinos de diferentes territórios de Portugal, Itália, França e Japão e é um dos projetos visíveis da IN TRANZ YT Associação Cultural, da qual são membros fundadores Cristina Pereira, Jaime Monsanto, Marta Soares e Vasco Macide . 44


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Texto: Daniel Pina | Fotografia: Irina Kuptsova

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nserido no Ciclo Lethes Clássico, a Orquestra Clássica do Sul apresentou, no dia 22 de abril, no Teatro Lethes, em Faro, «Recordações de Itália», numa revisitação moderna dos grandes mestres italianos do passado com obras de Casella e Tchaikovsky. “Depois de um

brevíssimo e desastroso casamento, Tchaikovsky refugia-se em Florença, onde finalmente encontra alguma paz de espírito para poder continuar a compor. Ali terminou a ópera «Dama de Espadas» e avançou no seu sexteto de cordas, a última grande obra camerística que escreveria e que dedicou à Sociedade de Música de Câmara de

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São Petersburgo”, explica a direção da Orquestra Clássica do Sul. Já no século XX surge o proeminente compositor, pianista e maestro italiano Alfredo Casella, um impulsionador da «nova música» e também um dos principais responsáveis pelo renascimento das grandes obras do período barroco, com particular atenção à música de Antonio Vivaldi.

“A sua Serenata revela uma total compreensão dos estilos e formas do Barroco e Classicismo italiano, francês e alemão e, sob um prisma modernista, recorda compositores como Torelli, Scarlatti, Corelli, Couperin ou Bach”, descreve a Orquestra Clássica do Sul.

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O programa do dia 22 de abril, no Teatro Lethes, interpretado pelo Agrupamento de Câmara da Orquestra Clássica do Sul (Clarinete, Fagote, Trompete, Violinos, Violas, Violoncelos), foi constituído por: A. CASELLA (1883-1947) Serenata op.46 I. Marcia - Allegro vivace e ritmico II. Notturno - Lento, grave III. Gavotta - Vivacissimo e spiritoso IV. Cavatina - Adagio molto e sentimentale ma senza parodia V. Finale - Vivacissimo, alla Napoletana P. I. TCHAIKOVSKY (1840-1893) Souvenir de Florence, op.70 I. Allegro con spirito II. Adagio cantabile e con moto III. Allegretto moderato IV. Allegro con brio e vivace . 57

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BRÍGIDA VIRTUDES APRESENTA «MERGULHO» NA CASA DAS VIRTUDES Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina e Irina Kuptsova

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streia, nos dias 7, 8 e 9 de maio, na Casa das Virtudes, na zona ribeirinha de Faro, «Mergulho», com dramaturgia, encenação e interpretação de Brígida Virtudes. Mais do que um simples concerto, é um espetáculo visual e musical com várias sonoridades que ilustra um percurso na vida pautado por quatro «mergulhos»: “Nós nascemos,

amamos, vemos a beleza da vida… e depois morremos. São canções feitas por mim ao longo da minha carreira e tinha vontade de as juntar num espetáculo diferente e, neste momento de pandemia, ainda é mais importante reinventarmonos”, explica Brígida Virtudes. “O marido, a filha, a vida, a beleza do ALGARVE INFORMATIVO #289

planeta e o destino final, a morte, tudo vai estar retratado em palco. Assim que nascemos, já estamos a caminhar para a morte, portanto, temos que aproveitar a vida ao máximo”. O espetáculo tinha estreia agendada para meados de janeiro do corrente ano, altura em que Portugal voltou a confinar, o que levou Brígida Virtudes a regressar a Paris para novos trabalhos.

“Coloquei o «Mergulho» para trás das costas, por isso, este espetáculo já é diferente do que ia apresentar em janeiro, porque nós mudamos com tudo o que nos acontece no dia-a-dia”, justifica a artista, cujo desejo é trazer mais cultura para a cidade de Faro e dar a 68


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conhecer toda a «magia» da Casa das Virtudes. “Temos fé na cultura e

naquilo que podemos oferecer, porque existe muito talento no Algarve e em todas as áreas, na dança, canto, circo. Mas também vamos acolher espetáculos de outros artistas, porque a nossa intenção é, acima de tudo, dar cultura ao vivo. É horrível estar a assistir a algo através da internet. O palco é vida total, nunca sabemos com certeza o que vai acontecer, não é algo estanque”, desabafa. “Os espetáculos precisam da partilha que acontece entre os artistas e o público e a cultura, ao vivo, também nos eleva a alma. A nossa vida não pode ser apenas trabalho-casaALGARVE INFORMATIVO #289

trabalho, máscara, vacina, trabalhar, trabalhar. O ser humano não é isso”. Recorde-se que Brígida Virtudes mudou-se para França quando tinha apenas sete anos e em Paris estudou teatro no Conservatório Nacional de Teatro e canto lírico com Schyler Hamilton e Philippe Techene. Contudo, dotada de uma voz incrível, aborda todos os estilos de canto, como facilmente se pode constatar em «Mergulho». A sua atividade profissional e artística distinguiu-se em diversas áreas, tanto em filmes como atriz e cantora, como em dobragens, no teatro, em teatro musical e gravação de vários discos. A sua última aparição no palco aconteceu ao lado de Manfred Mugler, no «Le Comedia no 70


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Cabaret», espetáculo da «Mugler Follies» que esteve em cena durante dois anos, sempre com lotação esgotada. Nos últimos quatro anos, Brígida Virtudes sentiu um enorme desejo de abrir um espaço cultural no seu país, com o objetivo de auxiliar os artistas portugueses e de origem lusófona, quer em trabalho, como em espaço de ensaios.

“Portugal tem muitos artistas que são incríveis, maravilhosos, mas não

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têm palcos para atuar. Queria regressar às minhas origens e trazer toda a experiência que ganhei em Paris. E não foi um passo atrás, estou maravilhada com o talento que existe em Portugal e no Algarve”, garante. Assim nasceu, em setembro de 2019, a Casa das Virtudes, em Faro, espaço onde Brígida Virtudes vai agora apresentar o seu novo espetáculo, «Mergulho» .

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DESCONFINAMENTO TROUXE «APOSTROPHE» À ASSOCIAÇÃO 289 Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina ALGARVE INFORMATIVO #289

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pós mais um período de confinamento, a Associação 289, em Faro, reabriu, no dia 23 de abril, para dar a conhecer ao público «Apostrophe», uma exposição coletiva constituída pelos trabalhos de Ana Rostron, Ângelo Gonçalves, Bertílio Martins, Bota Filipe, Bruno Grilo, Bruno Paixão, Christine Henry, Fernando Sampaio Amaro, gat.uno, Gustavo Jesus, João R. Ferreira, João Ferro Martins, José Jesus, Joana R. Sá, Jorge Mestre Simão, Leandro Marcos, Marta Pedroso, Miguel Cheta, Milita Doré, Patrícia Serrão, Paulo Serra, Pedro Cabral Santo, Régis Vincent, Samuel Silva, Susana de Medeiros, Tiago Batista, Vasco Marum Nascimento e Xana. De acordo com Susana de Medeiros, “a

casa da 289 acolhe-nos mais uma vez, no seu espaço contentor, ALGARVE INFORMATIVO #289

podendo servir de refúgio, de fuga, de repouso”. “Vai fortalecendo possibilidades de acontecer. Para voltar-se ao tempo em que as casas da arte estão vivas. Porque são os corpos que segregam o espaço. São os corpos que definem o sentido dos espaços, que os transformam em lugar. O que a casa da 289 propõe (e todos os artistas que a vão habitar temporariamente), é talvez saltos no desconhecido, exercícios de experimentação da liberdade, um «espreguiçamento» das «qualidades» relacionais”, descreve a artista. A exposição «Apostrophe» vai estar patente até 13 de junho e pode ser visitada de terça a sexta, das 15h às 19h. 80


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AUDITÓRIO MUNICIPAL DE LAGOA REABRIU COM AS CANÇÕES DE CARLOS DO CARMO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Município de Lagoa

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Auditório Carlos do Carmo, em Lagoa, reabriu ao público, no dia 19 de abril, com o concerto «As Canções de Carlos do Carmo», por Marco Rodrigues, no âmbito das comemorações do 16.º aniversário do Auditório (15 de abril) e do 20.º aniversário de elevação de Lagoa a Cidade (19 de abril). Foi um espetáculo único e exclusivo, preparado para uma apresentação especial e irrepetível, numa homenagem sentida do Município e das gentes de Lagoa ao homem e cantor Carlos do Carmo, com algumas das suas mais emblemáticas canções a serem interpretadas precisamente por um dos cantores que Carlos do Carmo mais apreciava, isto é, Marco Rodrigues. A reabertura ao público realizou-se cumprindo com todas as normas da Direção-Geral de Saúde, nomeadamente a lotação de apenas 50 por cento da sala, com lugares intercalados, dispensadores de gel desinfetante, sinalização de espaços interiores e exteriores, indicação das regras de higiene, uso obrigatório de máscara, distanciamento social, entre outras normas exigidas por lei, num claro sinal de que a cultura é segura e espera por si . ALGARVE INFORMATIVO #289

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OPINIÃO Alvará – Exposição de Basap, Gatuno e Leandro Marcos (Curadoria de Bertílio Martins) Mirian Tavares (Professora universitária) “E hoje, dir-vos-ei, não é só preciso comprometer-se com o escrever, mas com o viver: é preciso resistir no escândalo e na raiva, mais do que nunca (…)” Pier Paolo Pasolini

lvará é uma palavra de origem árabe e é o nome dado a exposição de três jovens artistas algarvios – nascidos e crescidos no Sul, às margens de um centro sempre distante e que se quer manter assim: central e longínquo. Alvará é um documento oficial, passado por uma autoridade a favor de alguém, certificando, autorizando ou aprovando certos atos ou direitos. Basap, Gatuno e Leandro Marcos requisitaram os seus alvarás de artista, licenciando-se em Artes Visuais na Universidade do Algarve. Antes disso, porém, exerceram a arte nos espaços possíveis e impossíveis, porque as suas imagens eram maiores que eles mesmos, maiores que o seu Sul, às margens, do seu Algarve mourisco e distante do centro do país. As suas obras não são regionalistas – falam a língua universal das ruas, das cores, das palavras que se convertem em traço artístico, das ALGARVE INFORMATIVO #289

mensagens que gritam, em forma de obras, num ato contínuo de resistência, pois teimam em ser artistas, em dar-se a ver, em não se calar. Quando escrevo sobre artistas, deixo que a minha escrita seja contaminada por aquilo que tenho, de momento, à minha volta. Por aquilo que leio, vejo, ouço. E escrevo este texto enquanto leio a obra primorosa de um cineasta-poeta, ou de um poeta-cineasta, Pier Paolo Pasolini. * É um poema-livro que fala dele mesmo, da sua visão da poesia e da arte, que conta a sua história, a história de um rapaz do Sul, de um rapaz que nasceu às margens e que delas se alimentou e alimentou a sua obra. E esta, a obra, transbordou e invadiu o mundo e trouxe as margens ao centro. Não sei se estes três artistas leram, ou assistiram aos filmes de Pasolini, mas vejo em todos, de modo diverso, o desejo de transbordamento, de gritar imagens que se convertem em gestos. De resistir e de ocupar os espaços, 102


mesmo sem permissão, sem carta de autoridades, sem alvará passado. Basap escreveu o seu nome nas ruas. Deixou a sua marca nas cidades, e na cidade de Faro, que o viu crescer como artista. Percorreu caminhos e encontrou uma linguagem que é sua, fruto das suas admirações, das suas experiências e da contemporaneidade que permite aos artistas a apropriação e a reescritura. A sua paleta de cores é como uma marca registada, é a sua assinatura. As cores planas e puras, de uma alegria carnavalesca, são usadas como sinais de alerta. A sua obra quer-se fazer ver. E ouvir. A obra de Gatuno, porque podemos falar de uma obra apesar da sua juventude, é composta de traços que ele trouxe do espaço urbano – linhas expressivas, sintéticas. Linhas que se tornam imagens que abarcamos numa olhada rápida. Como Toulouse-Lautrec, Gatuno transporta a sua experiência, como artista gráfico, para as obras de atelier. Os cartazes precisam de ser lidos enquanto caminhamos, apressados. O seu sentido é imediato, ou mesmo urgente, e dessa urgência emergem as peças do artista. Acompanhei, de perto, as primeiras experiências de Leandro Marcos no curso de Artes Visuais. Desta memória registo a persistência, a insistência no gesto que se repetia até configurar-se em imagem labiríntica. Aos poucos, o artista foi encontrando, entre tantos gestos, aquele que é o seu. E este gesto é múltiplo, está presente nas pinturas, nas intervenções que faz na própria tela, 103

Foto: Victor Azevedo

no movimento da mão que se expande, e mesmo na tentativa de implicar-se, através das suas obras, no tecido da cidade. Na tessitura que se vai compondo aos poucos, que já estava prevista nas malhas dos primeiros quadros e desenhos. A sua cartografia explodiu em várias direções. E a cidade torna-se pequena. Três artistas expõem sob a curadoria de outro artista. Todos jovens, todos com o alvará de licenciados. Todos vivendo o Sul. Tornando, a cada gesto, obra, exposição, o centro mais periférico. Porque o lugar da Arte é onde ela brota. Ela não precisa que lhe deem permissão ou passaporte. Como escreveu Pasolini, “– enquanto poeta, serei poeta das coisas. / As ações da vida serão só comunicadas, / e serão, elas, a poesia” . *A obra de Pasolini a que me refiro é uma edição de 2021 da Editora Barco Bêbado, Who is me. Poeta das Cinzas, poema de Pier Paolo Pasolini traduzido por Ana Isabel Soares. O livro traz ainda imagens de João Jacinto.

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OPINIÃO Vigésima tabuinha - A Ilha de Próspero Ana Isabel Soares (Professora Universitária) uando William Shakespeare (ou quem quer que seja a entidade, individual ou coletiva, a quem se dá o nome) chegou ao meio exato do tempo que viria a ser a sua vida, começou a escrever para o teatro que hoje se lhe conhece. Não parou até à morte, em 1616, com 52 anos completados no próprio dia em que se foi. Escreveu peças históricas, em cuja trama replicava os enredos relatados por cronistas, mais ou menos mitificados e que ele viria a mitificar mais ainda; escreveu tragédias – que inventava mais ou menos sobre tramas pré-existentes cujo final era sempre a morte dos protagonistas, senão mesmo do elenco praticamente completo; e comédias, historietas igualmente reconhecíveis pelo público (amplo e frequente na Londres da passagem do século XVI para o XVII, onde funcionavam com regularidade inúmeras casas propositadamente construídas para as companhias de teatro da cidade – e que, com exceção do ano de 1592, em que estiveram encerradas por conta da Peste Negra) e de sucesso garantido, que terminavam inevitavelmente em bodas, reconciliações e outras festas. ALGARVE INFORMATIVO #289

A última obra que deixou escrita (datada de 1611, e aquela em que ainda é relativamente consensual a sua autoria) é ao mesmo tempo uma tragédia e uma comédia. Chama-se A Tempestade: começa com o naufrágio de um navio onde navegam – e naufragam – altas patentes do governo da cidade de Milão, para depois tudo terminar em bem e se descobrir que a desgraça nada mais fora do que farsa. O navio desfaz-se ao largo da uma ilha onde governa Próspero, um eremita que, no passado, tivera a cargo a administração de Milão e pouco fizera – em vez de cumprir os afazeres mundanos, dedicou-se ao estudo de livros e ao crescimento do saber, erro fatal e castigado com o exílio. Na ilha, dono de si, do seu tempo e da arte de se melhorar a si mesmo, torna-se um déspota. Ou melhor, tornar-se-ia um déspota iluminado, não fosse ter levado consigo a filha, Miranda, criatura de olhar doce, travão de males e fonte de perdão e olvido. É ela que fará rodar o eixo da morte de volta à vida, é por ela que o mágico Próspero encena a calamidade e depois revela o teatro. É Miranda, a maravilha, admirável e admirada Miranda, que faz condoer o coração do homem e retirar dele o espinho da amargura e do ressentimento. 104


Foto: Vasco Célio

Esta foi a derradeira peça teatral de Shakespeare: uma peça de perdão, em que o amor governa o mundo e vence todos os obstáculos, principalmente o dos nós do passado. Mas é puro teatro. Quando termina a ação, o demiurgo Próspero assume-se ator e dramaturgo, resigna-se a despir o manto da magia que faz o público acreditar em tudo o que se lhe conta, e oferecer a estes espectadores encantados a possibilidade de eles mesmos desfazerem o encanto, usando o poder do aplauso – as palmas unidas em prece 105

dinâmica –, a graça da gratidão pela hora bem passada. Em Milão, Próspero viu-se um pequeno a quem exigiram ser gigante; na ilha sem nome, porque governa sozinho o mundo à sua volta, imaginou que governava todo o mundo – um gigante naquilo que é, afinal, um microcosmos. Riu-se de si com a gargalhada própria de quem acabou de construir uma casa de bonecas e a desfez a seguir com as mãos: um velho construtor transformado na criança que constrói o mundo: William Shakespeare . ALGARVE INFORMATIVO #289


OPINIÃO Notas Contemporâneas [14] Adília César (Escritora) “Em Arte, a copiosa, exuberante, luxuosa e florida fantasia cansa, esquece e passa – e só há eternidade para a beleza pura e simples”. Eça de Queirós (1845-1900), in Notas Contemporâneas (1909, obra póstuma)

NESPERADAMENTE, um convite. Meia dúzia de figuras de estilo trocadas entre nós e surgiu a ideia de um jantar. Aceitei com uma genuína expectativa. Afinal de contas, não é todos os dias que surge um poeta na vida de uma mulher. Sentia-me como uma personagem glamorosa de uma peça em estreia absoluta, no palco mais badalado da cidade, e possuidora de um elegante fascínio. Em suma, pronta a viver uma cena memorável. A boca sabia-me a algo nunca antes saboreado, como uma fruta exótica sem nome. E depois esquecer e voltar à vida normal. Este seria o primeiro passo numa sucessão de eventos que viria a mudar a minha desinteressante existência, no que diz respeito a relacionamentos com homens. Nunca tinha conhecido um poeta. Mas mesmo sem nunca o ter visto, tendo em conta que nos tínhamos encontrado de modo virtual, eu conseguia ver nitidamente o contorno do rosto, a cor da pele, os gestos lentos, a voz macia, a inteligência perspicaz. Um boneco virtual-vivo para o meu prazer, feito à medida da minha fome. Seria um jantar totalmente ALGARVE INFORMATIVO #289

planeado com o objectivo de comer tudo a que tivesse direito. Nem que fosse preciso pagar um preço: tanto esforço para uma única noite, como uma peça de teatro que é representada no momento da estreia e nunca mais se repete. Um evento único. * A MINHA CURIOSIDADE era voraz. Comecei a preparar-me vinte e quatro horas antes. Depilação, exfoliação da pele e massagem, cabeleireiro, unhas de gel com brilhantes. Vestido decotado e justo, pelo joelho. Sapatos de salto alto. Meias de ligas e lingerie a estrear. Aroma denso de rosas. Vermelho total, mas com classe. Perfeito. Uma provocadora elegância. Ousava querer causar uma impressão semelhante a uma tatuagem vermelha inscrita no corpo de um dos poemas dele. Dei por mim a imaginar que tudo poderia mudar, que os meus esquemas mentais ultrapassariam a banalidade dos meus dias e das minhas noites, e que a poesia me levaria a um submundo de descoberta de deleites. Do previsível à surpresa. Uma viagem em contramão. 106


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Mas se o encontro fosse um autêntico desastre, sem qualquer hesitação eu sairia airosamente de cena, tal como já havia acontecido noutras situações similares, mas desta vez para sempre, deixando um vermelho inesquecível. Uma imagem de marca. * VESTIDA com o meu vermelho delicioso e outros adjectivos, estava decidida a apropriarme de todos os advérbios de modo que conhecia, adequadamente aplicáveis a este evento tão peculiar. Não há palavra mais sedutora do que um advérbio de modo bem deglutido. Sentia uma inspiradora abertura a um mundo que eu não dominava, estando tão desejosa para enveredar definitivamente pelas vivências do prazer fora de casa, em detrimento das horas solitárias perdidas em frente da televisão. O entusiasmo corroía-me por dentro e dotava-me de uma autoconfiança que parecia roubada a outro tipo de mulher que eu nunca tinha sido. Via essa mulher que não era eu, no espelho, em frente do qual montei o cenário com os adereços necessários: uma mesa e uma cadeira, destinadas a ensaiar o encontro. Respirei fundo e preparei-me, tentando assumir a personagem de femme fatale, de acordo com a primeira parte do meu manual de instruções, tendo em conta os conhecimentos adquiridos ao longo da última década, estagiados nos inúmeros encontros que experienciei. Manter a calma e a postura. Inclinar levemente o rosto para o lado direito. Sorrir languidamente em jeito de mulhermenina, com um toque de ousadia, mas ALGARVE INFORMATIVO #289

não demasiado. As pernas levemente entreabertas e receptivas aos pequenos toques acidentais. Essa seria a chave do enigma: uma subtil disponibilidade corpórea. Ensaiei mil vezes. E outras mil ainda, ao longo da tarde. Finalmente, o momento do triunfo: era isto. A mulher que não era eu e que agora via no espelho, era eu. Estava pronta. * A MESA INTIMISTA era o prenúncio da aventura. O centro do alvo da minha jogada. Avancei, coberta de perfume e de confiança. Uma cenografia que parecia agora abrir uma cortina de fumo misteriosa a envolver a minha presença. Sentei-me o mais graciosamente possível, pronta para qualquer eventualidade, sem dizer uma palavra. Ele já tinha chegado. Lia um pequeno livro de capa brilhante, com umas pequenas linhas de versos nas páginas em branco quase total. Uma poesia depurada e concisa, bem contemporânea. Por certo, de algum poeta da margem publicado numa editora alternativa. O meu sincero interesse pela literatura e os conhecimentos adquiridos com centenas de horas dedicadas à leitura seriam úteis para o início de conversa. Quebrar o gelo e mostrar alguma inteligência. Ele apresentava um certo ar de esfomeado, um não sei quê de inconveniente e, de repente, sem parecer dar-se conta da minha presença, comeu um poema inteiro. Pura e simplesmente, comeu-o nu e cru. Parecia professar aquela inclinação semiótica da obsessão doutrinal com que tendencialmente se dissecam os signos da linguagem, 108


transformando-os em sistemas de significação, a roer os corpos dos sujeitos e dos predicados, como se nada mais houvesse a fazer para cumprir uma existência poética e abstracta. * OS MEUS PENSAMENTOS eram boomerangs de interrogações. A poesia também serve para comer? Ou a apreciação de um poeta deve ter em conta um certo hermetismo dos sentidos? Estaria eu perante um fenómeno cultural? Ou a ponte que une o acto expressivo e a obra de arte vai implodir numa orgia? Ele era agora um ser que transbordava uma inquietude inviolável e infinita. Uma estética racional do tempo silencioso cheio de poesia. O nada que é tudo, nos pensamentos do futuro que agora nos pertencia. Uma arealidade congénita e doentia. Olhava-o perplexa e o desejo vermelho era agora assombrado pelo medo, pela angústia do seu domínio sobre mim. Um prisma de novas cores, alteradas pelas emoções renovadas. Precisamente o contrário do que eu pretendia. Uma jogada terrível e acumuladora de triunfos que não faziam parte do meu universo estratégico. Não conseguia pensar. Quais eram as regras do jogo? Estavam os dois jogadores em pé de igualdade, munidos dos mesmos conhecimentos e dotados de uma inteligência equiparável, de forma a jogarem um jogo limpo e justo? Ou o jogo do amor é sempre desigual? Ele era, de facto, um homem rude – um poeta?! – a comer directamente do pensamento para as mãos, sem regras, a destruir toda e qualquer estrutura sintáctica. O molho silencioso a escorrer pelos seus dedos e a 109

secar nos cantos perversos da boca léxica. Na minha frente, um canibal de palavras. * APÓS O CHOQUE INICIAL hesitei sobre a consciência fonológica adequada à especificidade do discurso, a expressar em tão surreal circunstância. Abri a boca para dizer “ah” ou outra onomatopeia qualquer e naquele preciso momento, ele inclinou-se sobre o meu rosto enjoado e depositou na minha língua o poema mastigado, uma papa de palavras ainda vivas, que clamavam por misericórdia. Uma surpreendente alegoria. Uma poesia amarga e desconfortável dissolveu a minha interioridade falsa e a abordagem daquele poeta desconhecido fez estremecer o espelho onde ainda me reflectia. A imagem da mulher sedutora estilhaçou-se no meu coração, ansioso e renascido. Um mal estar por bem querer ser. Uma extravagância física e emocional. Um consenso transgressor, entre eu e ele. Uma provocação perturbadora a fazer ansiar por mais. A criar dependência, não na mulher que eu queria ser, mas na mulher verdadeira que eu era, na mulher que ele agora via. És um poeta? És mesmo um poeta? Então quero conhecer-te, ler-te melhor. Após a paradoxal sucessão de eventos a que me obriguei a fazer parte, atingi o ponto sem retorno e tomei a decisão mais importante da minha vida. Talvez eu faça uma viagem a esse sabor metafórico tão sombrio, mas nunca mais aceitarei um convite teu para jantar. Sim, eu sei, a simplicidade não faz parte desta equação porque a Arte prevalece no insondável . ALGARVE INFORMATIVO #289


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DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 3924 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética profissional, pelo que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos. ALGARVE INFORMATIVO #289

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