REVISTA ALGARVE INFORMATIVO #433

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1 ALGARVE INFORMATIVO #433 ALGARVE INFORMATIVO 11 de maio, 2024 #433 «LIBERDADE, QUERIDA LIBERDADE» | PRÉMIOS EMYA 2024 ENTREGUES EM PORTIMÃO 100 ANOS DE SOCIEDADE RECREATIVA POPULAR – BANDA MUSICAL CASTROMARINENSE «O QUE FAZIA CÁ FALTA ERA OUTRO» | «CASCA» DA CAMADA | KRAV MAGA EM ALBUFEIRA
EM DIÁLOGOS TROUXE «REQUIEM» A LOULÉ
DANÇA

Prémios EMYA 2024 entregues em Portimão (pág. 24)

Krav Maga em Albufeira (pág. 40)

Centenário da Sociedade Recreativa Popular - Banda Musical Castromarinense (pág. 48)

«Requiem» da Dança em Diálogos no Cineteatro Louletano (pág. 64)

«O que fazia cá falta era outro» na Escola Secundária Tomás Cabreira (pág. 86)

Alunos da CAMADA apresentaram as suas coreografias no IPDJ (pág. 98)

«Liberdade, querida Liberdade» no Centro Cultural de Lagos (pág. 118)

OPINIÃO

Mirian Tavares (pág. 128)

João Ministro (pág. 130)

Sílvia Quinteiro (pág. 132)

ÍNDICE

Prémios EMYA 2024 foram entregues em Portimão

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

Fórum Europeu de Museus deu a conhecer, no dia 4 de maio, os vencedores dos Prémios de Museu Europeu do Ano de 2024, numa gala realizada no TEMPO – Teatro Municipal de Portimão e inserida na Conferência Anual EMYA2024 que decorreu de 1 a 4 de maio nesta cidade. O programa foi rico e intenso e atraiu a Portimão dezenas de membros da comunidade EMYA, incluindo os nomeados deste ano, antigos vencedores, parceiros e amigos, desta feita sob o mote «Museus em Busca de

Impacto Social». “A parceria que estabelecemos em 2018 com o European Museum Forum para acolher em Portimão o secretariado e arquivo daquele que é o mais prestigiado prémio da museologia europeia tem aqui o seu ponto alto. Estamos muito felizes de termos sido palco da mostra e discussão sobre 50 museus que foram escolhidos como exemplo de inovação e progresso neste setor cultural”, referiu, na abertura da gala, Álvaro Bila.

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De acordo com o presidente da Câmara Municipal de Portimão, “estes valores não se resumem somente à aplicação de novas tecnologias e materiais expositivos, mas representam, sobretudo, histórias e narrativas que retratam o verdadeiro espírito das pessoas, lugares, coleções e situações abordadas”. O autarca lembrou ainda que o Museu de Portimão tem sido um bom exemplo da fuga ao cliché do museu como um mero repositório de objetos antigos aos quais se dão um valor monetário e económico. “Felizmente que o trabalho desenvolvido desde 2008, e reconhecido pelo Conselho da Europa em 2010, tem vindo a aproximar cada vez mais a população e o Museu de Portimão,

sendo de destacar, entre outros, o trabalho feito nas freguesias limítrofes do concelho, com a dinamização de iniciativas em conjunto com a comunidade local, como é o caso da «A nossa cultura sai à rua» na Mexilhoeira Grande, ou a recente reabilitação da Estação Salva-Vidas de Alvor em núcleo museológico. Nos tempos que correm, instituições como os museus são essenciais para espalhar valores como os direitos humanos, democracia ou inclusão. Muito nos honra, por isso, que o European Museum Forum tenha escolhido Portimão como patrono do prémio que premeia as melhores práticas de acolhimento,

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inclusão e pertença”, afirmou Álvaro Bila, deixando o desejo de que “os museus continuem a representar um farol para a democracia e para os direitos humanos, para questões identitárias, sem o sentido tóxico a que se quer, por vezes, conotar esse conceito”

Ao todo estavam nomeados 50 museus nas diferentes categorias, sendo que o Prémio EMYA – Museu Europeu do Ano é atribuído a um museu que contribua profundamente para a nossa compreensão do mundo, bem como para o desenvolvimento de novos paradigmas e padrões profissionais nos museus. O museu vencedor apresenta abordagens criativas e imaginativas para a produção

de conhecimento, interpretação, apresentação e responsabilidade social –tudo a partir de uma base transparente de valores fundamentais de democracia, direitos humanos e diálogo intercultural, um compromisso com a sustentabilidade, uma prática de inclusão e participação comunitária, e um reconhecimento dos conflitos e da coragem necessária para enfrentá-los. Em 2024, o grande vencedor foi o Sámi Museum Siida, localizado na Finlândia, um museu que se distingue por permitir a participação ética e práticas de conservação inclusivas. O museu tem demonstrado excelência no seu processo de integração aberto, participativo e transparente, o que cria novas oportunidades para as comunidades locais e a população em geral ligarem o passado ao presente. Em

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simultâneo, capacita os cidadãos para compreenderem o diálogo cultural e proporciona uma liderança profissional na ligação entre culturas através de restituições éticas e reparações na cultura e no património.

O Prémio Museu do Conselho da Europa é atribuído a um museu que tenha contribuído significativamente para a defesa dos direitos humanos e da cidadania democrática, para o alargamento do conhecimento e da compreensão das questões societais contemporâneas, e para estabelecer pontes entre culturas, incentivando o diálogo intercultural ou ultrapassando

fronteiras sociais e políticas. O prémio visa realçar a diversidade do património cultural da Europa e a interação entre as identidades locais e europeias.

Escolhido pela Comissão da Cultura da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa a 5 de dezembro do ano transato e atribuído numa cerimónia especial que teve lugar, no dia 16 de abril, em Estrasburgo, o galardão deste ano foi para o Sybir Memorial Museum, em Białystok, na Polónia, um museu que trabalha com a forte narrativa da deportação, reduzindo o material base da investigação ao essencial e trabalhando com imagens fortes que dão voz aos

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objetos autênticos selecionados. A capacidade do Sybir Memorial Museum em transmitir a história através de workshops, eventos, media, publicações e novos formatos é impressionante, levando-a um público amplo.

O Prémio Kenneth Hudson de Coragem Institucional e Integridade Profissional vai para um museu, um grupo ou um indivíduo – não necessariamente um candidato à EMYA – por celebrar práticas museológicas corajosas, por vezes controversas, que desafiam e expandem as perceções comuns do papel e das responsabilidades dos museus na sociedade. Em 2024 foi distinguido Ihor Poshyvailo, Diretor-Geral do Museu Memorial Nacional dos Cem Heróis Celestiais e da Revolução da Dignidade (Museu Maidan), na Ucrânia, um homem

que tem sido a força motriz por detrás de inúmeras iniciativas para salvaguardar museus e património cultural em toda a Ucrânia, mobilizando recursos e experiência para proteger artefactos inestimáveis e marcos históricos. Através de orientação estratégica e esforços colaborativos, tem trabalhado incansavelmente para documentar, digitalizar e preservar o património cultural em áreas devastadas pelo conflito e para fomentar a ideia do papel integral do património cultural na promoção da resiliência e da cura. O seu compromisso inabalável com a preservação do legado cultural da Ucrânia em tempos de guerra incorpora um espírito de resiliência e esperança que certamente inspirará as gerações futuras.

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O Prémio Museu de Portimão para o Acolhimento, Inclusão e Pertença celebra uma atmosfera amigável de inclusão, onde todos os elementos do museu, o seu ambiente físico, as suas qualidades humanas, as suas exposições e programas públicos, contribuem para que todos se sintam valorizados e respeitados e pertençam ao museu. O vencedor de 2024, o Museu do Sal, na Grécia, acolhe uma variedade de atividades educativas e culturais para reunir a sua comunidade e promover um sentido partilhado de história, património industrial e sustentabilidade ambiental. É um lugar particularmente acolhedor, dinâmico e envolvente, que faz com que os visitantes se sintam em casa, ouvidos e valorizados. Tem sido impressionante no envolvimento de todos os membros da comunidade local, não só na criação do museu, mas também no seu desenvolvimento contínuo.

O Prémio Silletto para a Participação e Envolvimento da Comunidade celebra

um envolvimento profundo, contínuo e capacitador entre um museu e os seus stakeholders, colocando o museu como um ponto de orientação e referência no centro das suas comunidades, sejam elas locais, nacionais, globais ou de outra forma definidas. O Museu Kalamaja, localizado em Talín, capital da Estónia, é dirigido pela comunidade e os seus valores fundamentais e missão respondem às necessidades dos seus parceiros comunitários. Residentes e visitantes são incentivados a participar ou iniciar novos eventos, exposições ou passeios, o que significa que é um museu que muda constantemente.

O Prémio Meyvaert Museum para a Sustentabilidade Ambiental é atribuído a um museu que demonstra um compromisso excecional em refletir e abordar questões de sustentabilidade e saúde ambiental na sua recolha, documentação, exposições e programação pública, bem como na gestão dos seus próprios recursos sociais,

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financeiros e físicos. O vencedor de 2024 é o Museu do Lar, em Londres, que usa as suas coleções, programas educacionais e um belo jardim de vegetais e especiarias para abordar os desafios sociais de hoje e de amanhã, incluindo tradições alimentares, construindo uma compreensão compartilhada da desigualdade alimentar. O seu compromisso com a sustentabilidade ambiental nota-se na forma como trabalha com diferentes públicos, promove o consumo responsável e proporciona às suas comunidades uma visão histórica e positiva sobre as mudanças na tecnologia e abordagens à reciclagem e sustentabilidade ao longo das décadas.

Foram ainda atribuídas menções honrosas a seis museus que desenvolveram uma abordagem nova e inovadora em aspetos específicos do seu serviço público e com os quais outros museus europeus podem aprender. Foram eles o Museu da Criança ZOOM, em Viena, Áustria; o Museu Real de Belas Artes de Antuérpia, Bélgica; o Memorial de 1902 I Frank A. Perret Museum, Martinica, França; o Museu Nacional de Arte, Arquitetura e Design, Oslo, Noruega; o Museu e Memorial em Sobibór, Campo de extermínio nazi alemão (1942-1943), Departamento do Museu do Estado em Majdanek, Włodawa, Polónia; e o Museum of Making, Derby, Reino Unido .

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Albufeira acolheu Estágio

Nacional de Krav Maga

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Sérgio Morais

lbufeira foi a cidade escolhida para mais um evento nacional com o cunho da Federação Portuguesa de Krav Maga, com o tema «Defesa a ataques de bastão». Os guerreiros da

defesa pessoal e combate corpo-a-corpo deslocaram-se ao pavilhão do Clube Desportivo Areias de S. João, no dia 27 de abril, num evento exclusivamente para atletas filiados, e neste caso vindos de Alfragide, Portela, Alverca do Ribatejo, Setúbal e Évora, para além dos atletas algarvios das escolas de Portimão e Albufeira.

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Com a direção técnica do Mestre Paulo Pereira, Presidente e Diretor Técnico da Federação Portuguesa de Krav Maga, foram abordadas defesas mais avançadas a ataques de bastão, mas também a utilização de bastão (ou similar) na defesa da integridade física da própria vítima, já que o Krav Maga visa a capacidade de

uma pessoa defender-se a si e a outros utilizando os movimentos naturais do corpo humano, mas também objetos que tenha ao seu alcance, para poder eventualmente superar um ataque mesmo que de uma pessoa com maior porte físico. “Praticar Krav Maga vai além de conhecer

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técnicas de defesa pessoal, mas sim entender os seus princípios e saber utilizar em diferentes cenários, tornando os nossos praticantes cidadãos mais capazes e responsáveis sobre como manter a sua integridade física e de terceiros. Por isso, este tipo de estágios são sempre uma maisvalia para qualquer praticante de qualquer nível”, considera o Mestre Paulo Pereira V Dan Krav Maga.

A Federação Portuguesa de Krav Maga é uma das primeiras entidades a lecionar Krav Maga em Portugal e é, neste momento, a entidade mais antiga em Portugal, sendo também a única entidade reconhecida pelo Exército Português e Comandos para formar Instrutores Militares de Krav Maga. A entidade celebra, em 2024, 20 anos de existência, um marco que sem dúvida se

deve ao trabalho realizado desde sempre e à determinação de fazer esta modalidade chegar a mais pessoas, tendo o seu grande foco na evolução e capacidades dos praticantes, seja pelos treinos semanais, como pela criação regular de estágios que promovem variadas temáticas do seu programa técnico, ajustando o trabalho ao nível técnico de cada praticante.

Neste momento, a Federação Portuguesa de Krav Maga conta com 40 escolas de norte a sul do país, incluindo também a ilha da Madeira. Portimão e Albufeira são as duas cidades que albergam escolas da FPKM há pelo menos 10 anos, localizadas respetivamente no Centro de Treinos de Portimão e Clube Areias de S. João, onde qualquer pessoa a partir dos 14 anos de idade pode experimentar uma aula sem compromisso para conhecer a modalidade .

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Centenário da Sociedade Recreativa

Popular – Banda Musical

Castromarinense assinalado

com exposição e muita música

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina e Município de Castro Marim

Sociedade

Recreativa Popular – Banda Musical

Castromarinense

celebrou o seu 100.º aniversário, no dia 4 de maio, com a inauguração, na Casa do Sal, de uma exposição preparada pelo Município de Castro Marim, ao que se seguiu um

concerto com a Filarmónica Artística Pombalense, a Banda Filarmónica Artistas de Minerva (Loulé) e a Banda Musical Castromarinense. “A história deve ser feita de todas as boas recordações e no maior respeito ao legado que os outros nos deixaram. Esta exposição foi preparada com muito carinho e

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entrega e queremos contribuir para que os músicos atuais se sintam engrandecidos por serem a bandeira desta história tão importante. Sabemos que houve grupos de música anteriores à Sociedade e que a banda não começou com a criação da Sociedade, mas, acima de tudo, estamos a falar de pessoas”, referiu, na ocasião, Filomena Sintra.

A vice-presidente da Câmara Municipal de Castro Marim recordou que, durante o Estado Novo, todos estes movimentos filarmónicos e culturais “foram supervisionados e fortemente regulados, viram a sua atividade bastante circunscrita”. “Conseguir atravessar a Ditadura com esta

força e vontade de querer fazer cultura é memorável. Hoje, é difícil trazer jovens, famílias, para uma banda musical, mas este é um enorme exercício para funcionarmos em harmonia e no respeito pelo outro. Nenhum músico sozinho faz nada numa banda filarmónica e essa é uma das maiores lições de vida que se podem tirar da passagem por esta instituição. São imensos crescimentos pessoais que nos transformam na vida”, acrescentou a autarca.

Filomena Sintra revelou ainda que será editado um catálogo específico sobre os 100 anos da Sociedade Recreativa Popular – Banda Musical

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Castromarinense com os muitos elementos e curiosidades históricas que foram recolhidas pela equipa da Câmara Municipal de Castro Marim. “Castro Marim é um concelho pequeno no número de habitantes, mas enorme em amor em dar ao outro, em carinho por aquilo que tem. As filarmónicas são a maior escola de formação que existe na área da música, não fazem segregação ou separação. O instrumento é entregue em função das apetências e competências que cada um demonstra ter na fase de aprendizagem, por isso, têm que continuar a ser abraçadas, apoiadas, dignificadas”, concluiu.

A exposição, intitulada «100 memórias –100 anos da Sociedade Recreativa Popular – Banda Musical Castromarinense», pretende recordar o nascimento deste importante grupo a 4 de maio de 1924, contando com um acervo da própria sociedade e de particulares que cederam registos documentais e objetos. A Casa do Sal conta, deste modo, uma caminhada centenária através de objetos antigos como bandeiras, fardas, divisas, instrumentos e recortes de imprensa, numa mostra que ficará patente durante cerca de dois meses e que será enriquecida com a realização de várias atividades, encontros e ensaios in loco .

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«REQUIEM – A ÚNICA CENSURA CENSURAR A

CENSURA» ENCANTOU

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

QUE DEVERIA EXISTIR É

ENCANTOU CINETEATRO LOULETANO

Dia Mundial da Dança foi assinalado, a 28 e 29 de abril, com «Requiem – A única censura que deveria existir é censurar a censura» pela Dança em Diálogos. O sentido do espetáculo clama por um justo repouso de quem é, e do que pode ser permanentemente recordado. “Já a madura Liberdade é incansável na defesa da única censura que deveria existir, que é censurar a censura. Da apropriação deste pensamento de Julião Sarmento e também da sua imagética perturbadora, e partindo da obra «Requiem» de

Lopes-Graça, e de textos inéditos de Cláudia Lucas Chéu, Ondjaki e Elmano Sancho, são perspetivados corpos, movimentos, imagens e recortes narrativos que refletem memórias cruzadas no tempo e nas vivências de um pretérito que encontra ecos no presente e no futuro”, descrevem os diretores artísticos Solange Melo e Fernando Duarte. “Defender a Liberdade é também contar histórias que atravessam as fronteiras entre o real e a ficção e onde a Dança e o vídeo se posicionam como veículos de total expressão livre”, acrescentam os responsáveis da Dança em Diálogos.

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Com coreografia de Fernando Duarte, Sonoplastia a partir da obra «Requiem, pelas vítimas do fascismo em Portugal» de Fernando Lopes-Graça e com textos originais de «Olhar pelo retrovisor, manter os olhos na estrada» de Cláudia Lucas Chéu, «Corpo adentro (ou: onde me nascem as lágrimas)» de Ondjaki e «Dois braços à minha espera» de

Elmano Sancho, o espetáculo é interpretado por Margarida Trigueiros, Maria Santos, Carlota Rodrigues, João Reis e José Borges e é uma coprodução do Teatro José Lúcio da Silva, Cineteatro Louletano/Município de Loulé, Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão, Teatro Virgínia, Teatro Municipal de Bragança e Cine-Teatro de S. Pedro .

«O QUE FAZIA CÁ FALTA RECORDOU CONQUISTAS

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

FALTA ERA OUTRO» CONQUISTAS DE ABRIL

Escola Secundária

Tomás Cabreira, em Faro, apresentou, no dia 23 de abril, um Sarau

Multicultural para festejar o Dia Mundial do Livro, mas também os 50 anos da Revolução do 25 de Abril. A par da mostra intercultural dos quatro continentes que o Agrupamento congrega, assistiu-se, no auditório da escola, a vários apontamentos em que o mote foi «O Poder da Palavra», tais como a atuação da Banda TC e dos Grupos Corais Cantate Domino e Segundo Capítulo, e a fantástica performance das alunas do 2.° e 3.° ano do Curso Profissional Intérprete de Dança

Contemporânea da professora Ana Filipa Antunes, que deram a conhecer algumas coreografias que fazem parte de «Uma Beleza que nos pertence», espetáculo inspirado no livro com o mesmo nome de José Tolentino Mendonça.

Menção especial para a peça de teatro «O que fazia cá falta era outro», com os alunos do professor Bruno Martins do 3.º ano do Curso Profissional de Intérprete Ator/Atriz, Bruna Mestre, Cárin da Silva, Carolina Pais, Daniela Gonçalves, Davi Gomes, Érica Lamarosa, Eva Agostinho, Eva Chorondo, Joana Miranda, Juliana Boyko, Lara Conceição, Leonardo Pereira, Luana de Brito, Verónica Trinka e Rafael Gonçalves. “O 25 de Abril faz 50 anos, que aventura. Existem

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vídeos de má qualidade no You Tube. Existem fotografias a preto e branco nos livros de história. Existem músicas no Spotify que cantarolamos mais ou menos de cor. De coração. O 25 de Abril foi há 50 anos, que bonito. O 25 de Abril tem meio século, que precioso. O 25 de Abril tem história, quem o viveu... viveu! Quem o conheceu, teve a alma inflamada. Já poucos sobram com a alma assim”, recordaram os alunos antes do início da peça.

Os jovens foram, então, perguntar ao vento que passa notícias do 25 de Abril, e o vento respondeu-lhes que o 25 de Abril é um feriado, que provavelmente vai

estar sol e que poderiam estar na praia, em descanso. “O 25 de Abril é, mas não é, uma data, é uma ideia, um desejo, uma ideia de alguns que se tornou no desejo de muitos, mesmo muitos. Quem nunca teve liberdade, sentia a sua falta. Quem sempre a teve não sabe a falta que faz. O que nos leva a pensar, que o que faz cá falta... é outro...”, reforçaram os pupilos de Bruno Martins, sobre este espetáculo que foi construído a partir de textos de António Lobo Antunes, músicas gentilmente cedidas pel'A Garota Não e entrevistas feitas aos alunos da Escola Secundária Tomás Cabreira. “Porquê? Para que daqui a 100 anos não precisemos de outro”.

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JOVENS ALUNOS DA CAMADA SUAS COREOGRAFIAS NO DIA

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

CAMADA APRESENTARAM AS DIA MUNDIAL DA DANÇA

Instituto Português do Desporto e Juventude, em Faro, acolheu, a 29 de abril, Dia Mundial da Dança, o CASCA, uma Mostra Coreográfica Jovem destinada a estimular a criação artística dos alunos da CAMADA, centro coreográfico fundado, em 2020, por Carolina Cantinho e Margarida Cantinho. Os futuros bailarinos desenvolveram os seus próprios projetos coreográficos, dentro

do tema «Liberdade» e com mentoria da equipa docente, que foram depois apresentados perante um auditório completamente esgotado, no âmbito do (a)MOSTRA, ciclo promovido pelos Cursos Profissionais de Artes do Espetáculo do Agrupamento de Escolas Tomás Cabreira. Foi, de facto, um excelente momento em que se celebraram a dança e as artes performativas num encontro onde alunos do ensino artístico partilharam e observaram o trabalho uns dos outros no Centro da Juventude de Faro .

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«LIBERDADE, QUERIDA EMOCIONOU CENTRO CULTURAL

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Carlos Afonso / Município de Lagos

QUERIDA LIBERDADE» CULTURAL DE LAGOS

o dia 20 de abril, num Centro Cultural de Lagos com lotação esgotada, a democratização das artes tomou forma numa peça de teatro comunitário guiada por Albina Petrolati e Nuno Murta. Numa produção da Questão Repetida refletiu-se sobre o que é a Liberdade nos dias correntes. “Será algo que pertence a todos? Através das memórias das pessoas de Lagos, do mundo, da música, do teatro e da dança, construímos um espetáculo com e para a comunidade. A Querida Liberdade foi partilhada por um grupo de pessoas de diversas idades e

percursos de vida, que coabitam e ajudam a escrever esta história contemporânea de Lagos. Na descoberta de momentos, ainda não contados, reveladores de como foi a conquista da Liberdade de cada um e de como ela se perpetuará no futuro”, descrevem Albina Petrolati e Nuno Murta.

«Liberdade, Querida Liberdade» contou com o apoio e colaboração do NECI –Núcleo Especializado para o Cidadão Incluso, Município de Lagos, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação «la Caixa», Freguesia de São Gonçalo de Lagos, Teatro Experimental de Lagos e Questão Repetida .

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Do desejo

Mirian Tavares (Professora)

Se te pareço noturna e imperfeita

Olha-me de novo. Porque esta noite

Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.

E era como se a água

Desejasse

Escapar de sua casa que é o rio

E deslizando apenas, nem tocar a margem.

Hilda Hilst

ala-se muito do amor e quase nada do desejo. Apesar de sermos, sobretudo, desejantes, pois é o desejo que nos move. É a ausência daquilo que queremos, que nos obriga a continuar, a tentar preencher os vazios, a encontrar, se possível, o (quase) inalcançável objeto do desejo. Desejo que, na psicanálise, é considerado uma espécie de Grande Outro. Da ausência/presença mais fundamental em nós. Daquela que nos constitui – mostrando que o outro sou eu mesmo e que também é qualquer coisa que nos escapa. Sócrates, no Banquete, define o amor como uma falta, um corpo descarnado que procura a carne viva que lhe recubra os ossos, que lhe traga sangue para circular nas veias e bombear o coração. O amor e o desejo confundemse na literatura, e na vida. Falar de amor é mais fácil, apesar de sabermos que nenhuma palavra, sentença, parágrafo ou texto consiga definir a sensação de quem ama. Falamos do amor por metáforas,

como uma língua que circunda o gelado e não consegue abarcá-lo de vez. Apenas sentir o doce, o frio, o sabor desejado e escolhido. Como uma onda que avança sobre a areia, mas não consegue devorála toda, apenas lambê-la. (A não ser durante uma tempestade, que de tão intensa, devora a tudo e a todos, e arrasta-nos pelo caminho). Falamos de amor na poesia, na prosa, nos filmes. Falamos de amor, muitas vezes, quando queríamos falar de desejo – daquilo que é mais primitivo e cru, daquilo que nos move, mas do qual temos receio. Daquilo que nos devora. O desejo que existe pelo e no objeto amado, ou pelo objeto, amado ou não, que nos desperta a vontade mais intensa, que nos faz delirar, como se estivéssemos com uma febre malsã. Como se o controlo, que ainda nos torna civilizados, fosse desligado e a voragem do corpo do outro tomasse conta do nosso corpo, em busca de uma fusão. O desejo não é civilizado, não se convida para passeios ao luar ou para um jantar romântico. Às vezes o desejo parte, e muita gente pensa que com ele

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parte também o amor. Não sabem que o amor é o que nos faz ficar. É o que nos faz, teimosamente, resistir ano após ano. E durante este tempo, muitas vezes, o desejo reaparece, como se fosse um primeiro encontro. É preciso ter alguma paciência. O problema é que o desejo é desvairado. E corre, sem rédeas. Nem sempre conseguimos alcançá-lo .

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Foto: Vasco Célio

Gestão, precisa-se!

João Ministro (Engenheiro do Ambiente e empresário)

erir um destino turístico é, cada vez mais, uma missão de complexa dificuldade, à qual tem de estar necessariamente aliada uma forte componente técnico-científica e uma certa (grande) vontade política. Assim o deveria ser. Basta pensar nos desafios actuais que giram em torno desta indústria, sejam eles de escala global, como as alterações climáticas, ou local, como seja, no caso do Algarve, as limitadas disponibilidades hídricas. Contudo, o que se observa é um processo de «navegação à vista», não havendo uma visão ou estratégia propriamente dita que oriente o turismo no Algarve para um futuro verdadeiramente sustentável, em que critérios de ordem ambiental, social ou cultural sejam as pedras basilares. Qualquer ideia sobre a capacidade de carga da região para continuar a receber novos empreendimentos e milhares de novas construções é completamente inexistente e o mesmo se aplica a uma abordagem de planeamento regional que indique as tipologias de projectos a desenvolver, em que zonas ou que exigências deverão respeitar (ex. aproveitamento de águas das chuvas). Não há uma convergência de actuação entre entidades sobre temas comuns na região (veja-se como foi tratada a

questão da taxa turística) e mesmo algo tão simples (ou não) como a gestão de espaços públicos de interesse turístico está remetido para o esquecimento ou para a incapacidade. O percurso pedestre «7 Vales Suspensos», em Lagoa, é um dos exemplos mais flagrantes.

Este percurso é hoje um dos mais visitados em Portugal. «Visitado», pois nem todas as centenas que pessoas que ali vão diariamente o percorrem. Há quem ali vá só para fazer uma selfie ou para o instagram. Mas acabam por «entrar» no percurso e juntarem-se às muitas que o percorrem contribuindo para um «pote em ebulição» que mais tarde ou mais cedo vai «explodir». A situação chega a ser caótica. O trilho está degradado e a sinalética praticamente desapareceu em muitos locais. A afluência de pessoas é de tal ordem que são regulares as situações de congestionamento em vários pontos do percurso, levando, por exemplo, ao surgimento de trilhos alternativos ao que deveria ser o único e principal – que hoje são às dezenas – com graves consequências para a conservação da vegetação natural e do próprio solo. Há pessoas a acampar no trilho e autocaravanas a pernoitar ilegalmente em vários locais. Há lixo e fogueiras. Há comportamentos negligentes e perigosos junto dos algares – em particular sobre o de Benagil, o mais famoso. Há numerosos grupos organizados, com e

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sem guia, de dezenas de pessoas, sem qualquer orientação ou respeito para a boa fruição do local. E há uma constante má utilização do trilho por pessoas sem preparação física ou mal equipadas e informadas – há até quem ali vá com carrinhos de bebé, quando o itinerário é rochoso e com desníveis acentuados!

Este é um exemplo de uma infraestrutura turística, de gigantesco sucesso, cuja falta de gestão poderá levar à ocorrência de sérios problemas a curto prazo. Não basta aludir à beleza excepcional deste troço de litoral e suas grutas em constantes campanhas de promoção. É fundamental actuar no sentido de regular (e reduzir até) a carga no local, monitorizar e vigiar, sensibilizar e informar, fiscalizar e corrigir, ordenar e interditar, recuperar e regenerar. Verbos que em conjunto proporcionam algo

essencial neste e muitos outros espaços do Algarve: Gestão. É disso que precisamos .

Nota de rodapé: para quem pensa que estes assuntos da sustentabilidade em turismo não escalam a outro nível de discussão, veja-se o que se passa actualmente nas Canárias ou Baleares em Espanha. A mobilização da sociedade civil levou a protestos de juntaram milhares de pessoas nas ruas a exigir mudanças no paradigma actual de desenvolvimento turístico. E não vão ficar por ali. Leitura: https://amp-theguardiancom.cdn.ampproject.org/c/s/amp.theguardi an.com/world/2024/apr/20/thousandsprotest-canary-islands-unsustainabletourism ou ainda https://www.theguardian.com/world/article/ 2024/may/06/menorcan-village-binibecavell-threatens-to-close-to-tourists-noiserubbish?trk=feed_main-feed-card_feedarticle-content

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Assim que uma moeda tilinta no cofre, uma alma sai do purgatório

Sílvia Quinteiro (Professora)

Éum lugar-comum dizer que não há maior felicidade do que a de ser mãe. É recorrente a exaltação deste vínculo singular. E, tão cliché quanto a glorificação do amor materno, é a listagem das dificuldades inerentes à condição de mãe: cuidar, proteger, acompanhar. Mais lugarescomuns, eu sei. E, ainda assim, por muito que se exagere nos prós e nos contras, nunca se dirá tudo e nunca se chegará perto de espelhar a grandeza e a complexidade desta relação. O que partilhamos: muitas alegrias; algumas dificuldades; dores de cabeça; incontáveis noites sem dormir... Mas o momento de provação maternal pelo qual passei hoje não é para todas. Apenas para aquelas mães que, como eu, tomam a decisão pouco inteligente de se substituir aos milagrosos centros de explicações e ATL. Só estas, dizia eu, compreendem o sofrimento, a tortura, o desespero que são os trabalhos de casa. E não, não acho que os meninos são uns coitadinhos porque têm de estudar, nem que os professores mandam trabalhos de casa porque odeiam as criancinhas. Mas acompanhá-las diariamente nesta tarefa devia garantirnos um lugar no Céu. E nem vou falar dos famosos trabalhos de EVT, suplício maior que, por si só, mereceria vários livros de crónicas e a beatificação direta.

Hoje foi dia de recolher dados para um trabalho sobre «As mudanças climáticas e os comportamentos nocivos para a saúde do planeta». Não sendo uma especialista na matéria, procurei vídeos que permitissem ao meu filho rever o que foi feito na aula e alargar um pouco esses conhecimentos. Lanche no colo. Documentário em andamento. Tudo controlado. Um alívio! Achei eu. Passados uns 20 minutos, chamou-me. Já tardava. Não percebia de que forma a implementação de impostos e taxas ambientais poderia frear as mudanças climáticas. Voltámos o vídeo atrás e espantou-me que não tivesse compreendido. A explicação dada era claríssima: partindo do princípio de que quem contamina paga, quanto mais se polui, mais se paga, e isso desincentivará comportamentos antiecológicos. Lógico, certo? Não para ele. Insistiu na ideia de que não via como tal poderia evitar a catástrofe. Dei-lhe o exemplo dos carros, que quanto mais poluem mais elevado é o imposto que pagam. O da água, cujo aumento do preço é também uma tentativa de controlar o consumo. Respondeu-me que não fazia sentido, que isso não ia resolver nada. No seu cérebro de adolescente, não existe uma zona intermédia. Não há tons de cinza. Apenas preto ou branco. Se prejudica o planeta é para parar. Não há discussão. Para ele, a criação de impostos é apenas uma forma de os ricos poderem continuar a consumir

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tudo o que querem na quantidade que bem entendem. A curto prazo, apenas os pobres são penalizados.

Não me atrevi a discordar, mas tentei mostrar-lhe que nem sempre é possível adotar a solução mais radical. Que temos de ir por partes. Discordou. Nem eu esperava outra coisa. Ficámos algum tempo nesta troca de ideias. Ele convicto de que apenas a criminalização de certos comportamentos e penas efetivas poderá desacelerar o processo de destruição do planeta. Eu também, mas a tentar convencê-lo de que é necessário começar por algum lado. De que os impostos recolhidos podem ser investidos em medidas de proteção do ambiente. Ele inflamado. Eu pouco segura dos meus argumentos.

Foi então que me disse que a minha geração vive na Idade Média. Segundo o

jovem iluminado, a «geração antiga» acredita poder cometer os pecados, pagar uma indulgência e resolver assim o problema. É uma geração que ainda pensa poder emitir gases de estufa, consumir água sem controlo, forrar a plástico os mares e oceanos e apagar esses erros com o pagamento de impostos. Para ele é inacreditável que os governos ajam como os perdoadores medievais da Igreja. E não hesitou em lembrar-me uma máxima lida há dias a propósito de um auto de Gil Vicente: Assim que uma moeda tilinta no cofre, uma alma sai do purgatório.

– Deve ter funcionado tão bem naquela altura como vai funcionar agora –resmungou.

Concordei, que remédio, mas decidida a encontrar rapidamente um centro de explicações .

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