REVISTA ALGARVE INFORMATIVO #423

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ALGARVE INFORMATIVO 24 de fevereiro, 2024 #423 PSP DE PORTIMÃO GANHA MELHORES CONDIÇÕES DE TRABALHO | «ALFA-BIO» NA EHTA MARCA «ALGARVE WALKING SEASON» REATIVADA | FESTIVAL AL-MUTAMID EM ALBUFEIRA GUIA VAI TER UNIDADE DE CUIDADOS CONTINUADOS | «ESTA É A MINHA HISTÓRIA DE AMOR» QUORUM BALLET TROUXE «DRAGÃO» A LAGOA

ÍNDICE

Associação de Futebol do Algarve e Federação Portuguesa de Futebol distinguiram clubes do Algarve (pág. 14)

Município de Portimão investe na esquadra da PSP (pág. 26)

Guia vai ter Unidade de Cuidados Continuados (pág. 32)

Algarve Walking Season (pág. 38)

Alfarroba do Algarve dá origem a produtos gastronómicos inovadores (pág. 46)

«Dragão» do Quorum Ballet (pág. 58)

«Esta é a minha história de amor» do Hotel Europa (pág. 72)

Festival Al-Mutamid em Albufeira (pág. 82)

OPINIÃO

Nuno Campos Inácio (pág. 92)

Lina Messias (pág. 94)

Associação de Futebol do Algarve e Federação Portuguesa de Futebol distinguiram clubes algarvios em Cerimónia de Certificação

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Associação de Futebol do Algarve

oram 34 as entidades formadoras filiadas na Associação de Futebol do Algarve certificadas e reconhecidas, no dia 1 de fevereiro, no auditório da sede, que receberam as respetivas placas e diplomas, no âmbito do Processo de Certificação de Entidades Formadoras da Federação Portuguesa de Futebol.

Na cerimónia foi dada nota do crescimento de 26 por cento de clubes algarvios certificados em comparação com a época anterior, aumento que se vem registando pelo quarto ano consecutivo e que resulta nos atuais 52 por cento de clubes distinguidos, dos elegíveis no processo. O evento contou com a presença de Fernando Gomes e Júlio Vieira, presidente e diretor da Federação Portuguesa de Futebol, respetivamente, Reinaldo Teixeira,

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presidente da Associação de Futebol do Algarve, Custódio Moreno, diretor regional do Instituto Português do Desporto e Juventude, e de vários representantes dos Órgãos Sociais da Associação de Futebol do Algarve, de Câmaras Municipais, de Juntas de Freguesia e de Forças de Segurança do Algarve.

Fernando Gomes fez referência ao “trabalho que os clubes fazem, que é muito difícil e exigente, tendo de ajustar a sua prática para cumprir todos os pressupostos do processo” e deixou uma palavra de incentivo e de felicitação a todos os clubes presentes, desejando que estas

distinções sejam mais um “estímulo e incentivo a que mais clubes participem no processo”. Por sua vez, Reinaldo Teixeira registou o “momento tão importante para todos os clubes e para o movimento associativo de todo o Algarve” e destacou “o trabalho de todas as autarquias, que tanto ajudam os clubes a crescer” “Esta parceria conjunta entre clubes, autarquias, governo, federação e associação é um trabalho desenvolvido para o bem social e é essa cultura que queremos fortalecer, com o objetivo final de facilitar a vida dos clubes”, afirmou.

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“Se há modalidade que tem feito crescer o número de praticantes de desporto é o futebol e a Associação de Futebol do Algarve tem feito um ótimo trabalho. Um obrigado aos clubes por fazerem com que esta Associação seja uma das melhores do país”, disse, entretanto, Custódio Moreno. Já para Alves Caetano, presidente da Assembleia Geral da Associação de Futebol do Algarve, “este é um momento particularmente importante para a vida dos clubes que recebem agora a certificação”. “Que seja mais uma motivação para tentarmos todos juntos melhorar a formação dos nossos jovens atletas”, acrescentou.

Lista de clubes certificados:

Entidade Formadora

Certificada com 4 Estrelas:

Portimonense Sporting Clube/Portimonense Futebol SAD (Futebol Masculino)

Sporting Clube

Farense/Sporting Clube Farense

– Algarve Futebol SAD (Futebol Masculino)

Entidade Formadora

Certificada com 3 Estrelas:

Clube de Futebol Esperança de Lagos (Futebol Masculino)

Sporting Clube

Olhanense/Sporting Clube

Olhanense SAD (Futebol Masculino)

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Louletano Desportos Clube (Futebol Masculino)

Futebol Clube de Ferreiras (Futebol Masculino)

Quatro ao Cubo – Associação Desportiva de Olhão (Futebol Masculino)

Clube de Futebol «Os Armacenenses» (Futebol Masculino)

Clube Desportivo e Recreativo Quarteirense + SAD (Futebol Masculino)

Clube Desportivo Odiáxere (Futebol Masculino)

Lusitano Ginásio Clube Moncarapachense (Futebol Masculino)

Imortal Desportivo Clube (Futebol Masculino)

Juventude Sport Campinense (Futebol Masculino)

Sonâmbulos Futsal Luzense Associação (Futsal Masculino)

Albufeira Futsal Clube (Futsal Masculino)

Portimonense Sporting Clube (Futsal Masculino)

Escola de Futebol 2 Estrelas:

Associação Desportiva de Tavira (Futebol Masculino)

Associação Escola Futebol João Moutinho (Futebol Masculino)

Grupo Desportivo Lagoa (Futebol Masculino)

Silves Futebol Clube (Futebol Masculino)

Louletano Desportos Clube (Futsal Masculino)

Sporting Clube Farense (Futsal Masculino)

Clube Desportivo «Os Olhanenses» (Futsal Masculino)

Escola de Futebol 1 Estrela:

Associação Escola Futebol Faro (Futebol Masculino)

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Centro Básico de Formação de Futebol/Futsal:

Estrela Desportiva de Bensafrim (Futebol Masculino)

Casa Sport Lisboa e Benfica em Lagos (Futebol Masculino)

Clube Desportivo Montenegro (Futebol Masculino)

Sporting Clube

Olhanense 1912 (Futebol Masculino)

Associação Académica da Bela Vista (Futebol Masculino)

Clube Recreativo Infante Sagres (Futebol Masculino)

Internacional Club Almancil (Futebol Masculino)

Associação Futebol F.O. (Futebol Masculino)

Associação de Jovens do Nordeste Algarvio Inter–Vivos (Futsal Masculino)

Futebol Clube de Ferreiras (Futebol Feminino) .

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Município de Portimão investe 223 mil euros na climatização da esquadra local da PSP

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina Câmara Municipal de Portimão celebrou, no dia 14 de fevereiro, um protocolo de colaboração com a PSP – Polícia de Segurança Pública referente à climatização da esquadra local, no valor de 223 mil euros. Após a assinatura do

documento, o Comandante Distrital da PSP, Superintendente Dário Prates, agradeceu “mais esta etapa da cooperação e colaboração que a Autarquia vem prestando à corporação e da qual têm surgido alguns resultados positivos, tanto a nível tático como operacional”

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de segurança é facilitar o desempenho das nossas funções, que é promover a segurança, em respeito e proteção dos direitos humanos fundamentais, assim correspondendo mais eficazmente às expetativas dos cidadãos”, afirmou Dário Prates.

Para a presidente da Câmara Municipal de Portimão, Isilda Gomes, “este apoio é, mais do que um simples gesto de boa vontade, uma obrigação moral e um investimento na economia, pois a segurança constitui um bem fundamental em qualquer parte do mundo, sem a qual não há vida, especialmente num município turístico como o nosso”. De acordo com a autarca, “sempre que pedimos uma intervenção, sempre que foi

reportada alguma situação, houve resposta pronta por parte da PSP, o que dá conforto aos comerciantes, aos turistas e aos nossos concidadãos, e o valor dessa postura é incalculável”. “Se as pessoas se sentirem melhor nos seus postos de trabalho, e que o seu trabalho é reconhecido e valorizado, naturalmente que a sua produtividade é maior. Por isso, as forças de segurança poderão contar sempre connosco e estaremos de portas abertas para responder positivamente a qualquer solicitação, visando colmatar as vossas necessidades, que também são as nossas”, assegurou Isilda Gomes, um apoio que se estende, esclareceu, às restantes forças de segurança, nomeadamente à GNR.

A presidente da Câmara Municipal de Portimão revelou ainda que, para além deste apoio, foi encomendada pela autarquia uma viatura, no valor de 40 mil euros, destinada à PSP de Portimão, estando previsto ser entregue também um novo veículo à GNR. O protocolo agora assinado teve em consideração o facto de o imóvel onde se encontra instalada a Divisão Policial de Portimão da PSP, propriedade do Estado Português, não dispor de boas condições de climatização. “Isto não é uma despesa, é um investimento na nossa economia e no bem-estar da nossa população. Continuem a fazer o bom trabalho que têm feito, porque é um orgulho para todos nós”, reforçou Isilda Gomes .

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Município de Albufeira aplica 4 milhões de euros na nova Unidade de Cuidados Continuados da Guia

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina ealizou-se, no dia 15 de fevereiro, o lançamento da primeira pedra da nova Unidade de Cuidados

Continuados da Guia, equipamento que vai ser construído em terreno pertencente ao Município de Albufeira e localizado junto ao Lar da Senhora da Visitação, no sítio das Cortelhas. O momento simbólico contou

com a presença do presidente da Câmara Municipal de Albufeira, José Carlos Rolo, de membros do Executivo e Assembleia Municipal, de presidentes das Juntas de Freguesia do concelho, do pároco da Guia, que procedeu à bênção do espaço, assim como de representantes da empresa construtora Edinorte –Edificações Nortenhas S.A. e da Fundação António Silva Leal, que vai ficar com a gestão da infraestrutura.

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A empreitada, suportada inteiramente pelo orçamento do Município, implicou um investimento na ordem dos 4 milhões e 13 mil euros, estando, atualmente, a decorrer uma candidatura a Fundos Comunitários. Trata-se de uma unidade de internamento de carácter temporário ou permanente, que faz parte da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, atualmente a funcionar no Centro de Saúde de Albufeira também sob a gestão da Fundação António Silva Leal. A obra conta com uma área de intervenção de 3 mil e 791 metros quadrados e 1.896 metros quadrados de área de construção.

Na ala sul, o edifício será composto por lavandaria, copa, sala de refeições, sala de terapia da fala, sala de reuniões, atendimento, podologia e cabeleireiro, ginásio e sala de fisioterapia, sala de

atividades, convívio e recreio e sala de repouso. A ala norte será constituída por vestiário, wc, secretaria, administração, atendimento, sala de eletroterapia, enfermagem, medicina, observação e tratamento. O equipamento distribui-se por dois pisos, sendo que o piso superior disponibiliza 20 quartos, dos quais 12 duplos, 4 individuais e 4 triplos, com uma capacidade de internamento para 40 pessoas, a que acresce mais 20 pessoas em Centro de Dia. Será construído estacionamento para 64 viaturas no exterior e melhorado o estacionamento existente mais a sul. O prazo de construção do equipamento está fixado em 510 dias.

Na ocasião, o presidente da Câmara Municipal de Albufeira destacou “o simbolismo do momento que reflete aquele que é o nosso

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investimento nos cidadãos”, realçando que a futura Unidade de Cuidados Continuados da Guia, quando estiver concluída, vem duplicar a capacidade de resposta existente no Centro de Saúde de Albufeira de 20 para 40 camas. Paralelamente, irá ser feito atendimento diário a mais 20 utentes, o que perfaz um total de 60 utentes. “O objetivo é apoiar a convalescença e a recuperação das pessoas que se encontram em situação de dependência, daí a existência de valências como a terapia da fala, fisioterapia e outras terapias que ajudam a prolongar a vida com alguma qualidade. Mais do que uma infraestrutura de recuperação, este é um equipamento vocacionado para a promoção da vida e a reintegração

de pessoas dependentes de cuidados”, refere.

José Carlos Rolo fez questão de destacar que a Unidade de Cuidados Continuados da Guia cumpre os desideratos da transição energética, sendo um equipamento autossuficiente em termos energéticos, “com a vantagem de produzir mais 20 por cento de energia para além das necessidades do edifício, condição exigida pela Comunidade Europeia para que se possa candidatar a fundos europeus”. O autarca lembrou ainda que “o primeiro concurso público não teve qualquer concorrente, daí acabarem por processos longos, mas finalmente vamos ver a obra a arrancar” .

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«Algarve Walking Season» regressa para promover festivais de caminhadas

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina e Algarve Walking Season Turismo do Algarve e a Cooperativa QRER deram a conhecer, no dia 19 de fevereiro, o projeto «Algarve Walking Season, Uma Região para Caminhar Todo o Ano» e os festivais de caminhadas a ele associados, designadamente os realizados em Alcoutim, Ameixial, Barão S. João e Monchique. A «Algarve Walking Season» surgiu, em 2017, por iniciativa da

Cooperativa QRER e da RTA, como marca agregadora dos vários festivais de caminhadas então existentes no Algarve. O objetivo era promover conjuntamente e de forma articulada as diversas iniciativas em curso, bem como incentivar outras no sentido de valorizar o calendário anual de caminhadas.

Após um período de interregno, o projeto regressa agora em 2024 com o mesmo objetivo: promover o Algarve enquanto destino de caminhadas ao longo de todo o ano e valorizar os seus

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territórios de baixa densidade. “Houve, na altura, a necessidade de se criar uma oferta estruturada dos festivais de caminhadas que temos no Algarve já há alguns anos, estabelecendo um calendário de eventos comum ao longo das diferentes estações do ano, apoiado numa estratégia de promoção conjunta, tanto a nível nacional como internacional”, recordou André Gomes, presidente do Turismo do Algarve, durante a conferência de imprensa. “O objetivo é atrair mais participantes, potenciar o desenvolvimento dos nossos territórios e dar a conhecer uma vertente diferente do Algarve”, acrescentou.

De acordo com André Gomes, as caminhadas são um segmento turístico em franco crescimento na Europa, com mais de 400 milhões de pessoas a terem descoberto o prazer de explorar o Velho Continente a pé, num volume de negócios que ultrapassa os 40 mil milhões de euros. “A Associação Europeia de Caminhadas prevê um crescimento na ordem dos 40 por cento do número de caminhantes até 2030, elevando o valor deste segmento para uns impressionantes 60 mil milhões de euros. É uma atividade que pode ser praticada por pessoas de todas as idades e níveis de condição física, permite-nos uma conexão com a natureza, uma imersão

profunda nas paisagens, nos sons, nos cheiros da região, proporcionando momentos fantásticos de paz e de contemplação”, descreve o presidente do Turismo do Algarve. “Participar em festivais de caminhadas é explorar a nossa região de outra forma, a pé, e todos descobrirão os trilhos perfeitos para as suas habilidades e interesses. É também uma forma de fomentar o companheirismo e a amizade e uma oportunidade para aperfeiçoar conhecimentos em workshops e palestras. E tenho que enaltecer o papel fundamental dos municípios e das associações que organizam e promovem estes festivais”, destacou André Gomes.

O primeiro festival de caminhadas no Algarve surgiu em 2013, no Ameixial, seguindo-se, em 2014, um novo em Alcoutim, e depressa se percebeu que seria uma mais-valia as diferentes organizações atuarem de forma articulada, de preferência recorrendo a uma marca única. “A ideia era divulgar-se os eventos de forma mais robusta, sem nos atropelarmos uns aos outros, e para posicionar o Algarve como um destino de caminhadas 365 dias por ano”, indicou João Ministro, da Cooperativa QRER.

Essa rede de festivais começou a ser trabalhada, então, a partir de 2017, para alavancar os territórios com base num turismo diferente e sustentável, para assim se combater a sazonalidade da

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região. Marca que, neste momento, agrega quatro festivais com o intuito de se fomentar o segmento das caminhadas no interior algarvio, existindo ainda um elo comum aos diferentes festivais, a Via Algarviana. “Queremos que estes territórios ganhem mais protagonismo num segmento de mercado já com um grande peso e que tem um enorme potencial para crescer ainda mais, ajudando a divulgar também os seus produtos culturais e naturais. O Verão acaba por ser o período mais complicado para desenvolver estes eventos, devido às elevadas temperaturas”, referiu João Ministro.

Os quatro festivais acontecem todos, deste modo, em territórios de baixa

densidade e com programas recheadas de atividades, sendo que deve existir, pelo menos, uma caminhada por dia relacionada com o património. “Duram também mais do que um dia e abrangem um público muito diversificado, com atividades para todos, sejam pessoas que querem fazer caminhadas muito longas ou que tenham interesses mais específicos, e, inclusive, pessoas com mobilidade reduzida”, indica João Ministro.

Verificou-se, entretanto, um interesse da Região de Turismo do Algarve e da Associação de Turismo do Algarve em reativar a marca, estando previstas várias ações de divulgação, a nível nacional e internacional, viradas para a comunicação social e para as redes

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sociais, “mas há também a vontade de, lentamente, fazer destes festivais produtos turísticos que se possam vender aos operadores”, revelou João Ministro. “No Ameixial, por exemplo, há dois anos que recebemos grupos de luxemburgueses que vêm ao Algarve de propósito para participar no festival. No conjunto dos quatro festivais, teremos certamente mais de 200 atividades que envolverão mais de três mil participantes, e estou a falar em valores conservadores. É um turismo que está a crescer na Europa e de que o Algarve precisa,

porque as pessoas que participam nos festivais acabam por, mais tarde, regressar à região por outros motivos”

Sendo assim, o primeiro destes festivais acontece já de 15 a 17 de março, em Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana, o X Festival de Caminhadas «Caminheiro –Experiências na Fronteira». Segue-se, de 26 a 28 de abril, o XI Walking Festival Ameixial, no Ameixial, no interior do concelho de Loulé; o Walk & Art Fest no Barão de São João, em Lagos, de 1 a 3 de novembro; e, finalmente, o Festival de Caminhadas de Monchique Pelos Caminhos da Água, de 29 de novembro a 1 de dezembro .

Alfarroba do Algarve dá origem a produtos gastronómicos inovadores

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina lunos finalistas da Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve apresentaram, no dia 31 de janeiro, as suas criações inovadoras com base na alfarroba, no âmbito do projeto ALFA-BIO que promove a sustentabilidade e inovação na gastronomia, e a pontuação atribuída pelo júri foi elevada. Composto por representantes do Grupo Nabeiro e da empresa algarvia Grand Carob e ainda

empresários da indústria alimentar, professores universitários e formadores da EHTA, o júri foi unânime em reconhecer a qualidade excecional e o potencial de mercado destes cinco produtos.

O projeto ALFA-BIO, lançado pela EHTA, pretende revolucionar o setor gastronómico, tendo como foco a sustentabilidade e a valorização de produtos locais, como é o caso da alfarroba, um ingrediente tradicional da região e parte integrante do estilo de vida

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Mediterrânico e da Dieta Mediterrânica. Os produtos apresentados pelos alunos incluíram o «Sweet Chilli», um molho agridoce que combina a doçura natural da alfarroba com um toque picante; o «Cordial», um licor cremoso que reinterpreta a alfarroba numa versão sofisticada; os «Alfabites», snacks saudáveis que oferecem uma alternativa nutritiva e deliciosa para lanches rápidos; o «Carobyaki», uma inovadora versão do molho teriyaki, enriquecido com o sabor único da alfarroba; e ainda o «ALTflavours», um molho BBQ que promete revolucionar os churrascos com o seu sabor distinto e inovador.

Para Esmeralda Nogueira, aluna finalista do curso de Gestão e Produção de Cozinha, enfrentar este projeto e apresentá-lo, a poucos dias de terminar a formação, “foi uma mais-valia, não

só para nos desafiarmos, explorando novas perspetivas, abordagens e técnicas culinárias, como também para proporcionar um conhecimento mais profundo sobre como «nascem» os produtos que diariamente consumimos, ou seja, o trajeto desde a origem das matérias primas à conceção e produção dos mesmos, até chegarem às nossas mesas”. E a ligação ao setor empresarial é uma das mais-valias deste projeto da EHTA, conforme realça o seu coordenador, Abílio Guerreiro: “O ALFA-BIO, além de ser um marco na formação prática dos alunos, estabelece um modelo de colaboração entre a academia e o setor empresarial, promovendo a inovação e a

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sustentabilidade na gastronomia portuguesa. Parcerias com pequenos produtores locais foram fundamentais para o sucesso do projeto, evidenciando o potencial da alfarroba do Algarve como um ingrediente versátil e sustentável”.

Os produtos ALFA-BIO prometem abrir novos horizontes no mercado gastronómico, redefinindo o uso da alfarroba e destacando o Algarve como uma região de vanguarda na produção sustentável e na inovação gastronómica. Os produtos foram igualmente apresentados ao público, no

dia 5 de fevereiro, na Bolsa de Empregabilidade que decorreu em Vilamoura, no âmbito a de uma Demonstração Gastronómica que a Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve realizou nesse evento .

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QUORUM BALLET

FANTÁSTICO «DRAGÃO»

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

APRESENTOU

APRESENTOU O «DRAGÃO» EM LAGOA

o dia 10 de fevereiro, o Auditório Carlos do Carmo, em Lagoa, recebeu o espetáculo de dança «Dragão», pela Companhia de Dança Quorum Ballet, com Direção Artística de Daniel Cardoso, para quem “o palco é como a tela branca da nossa imaginação para o qual se tenta transcrever a poesia interior, um espaço onde se pode deixar o inconsciente sugerir toda a sua criação”.

De acordo com o conceituado coreógrafo, a dança com conotação

surrealista pode permitir minimizar o controlo por parte da razão, como acontece nos sonhos, e as imagens sucedem-se livremente sem interpretações evidentes e sem pretensões estéticas ou morais. “Tratase de uma peça inspirada no sonho, no improvável, num futuro de utopia. Algo impossível de atingir, mas do qual nunca desistimos. Vivemos obstinadamente no sonho, e a força da resiliência diz-nos que estamos quase a chegar a essa mágica terra prometida. Esse lugar habitado por Ela. Acreditando sempre na beleza dos sonhos, não

perdemos de vista o nosso maior objetivo: a conquista do Sonho e, no fim do caminho, sermos aguardados por Ela”, explica Daniel Cardoso. “A zona de conforto é o espaço onde conhecemos os caminhos, as pessoas e como lidar com elas. Aqui sentimonos seguros. Mas só conseguimos aprender e evoluir quando saímos da nossa zona de conforto; quando nos aventuramos em novos caminhos, percursos desconhecidos, destinos incertos de procura. É aqui que os Dragões nos esperam”, acrescenta o responsável do Quorum Ballet .

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HISTÓRIAS DE AMOR E DE AO ESTADO NOVO FORAM NO TEATRO MUNICIPAL

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

DE RESISTÊNCIA FORAM A CENA DE PORTIMÃO

TEMPO – Teatro Municipal de Portimão levou à cena, no dia 10 de fevereiro, «Esta é a Minha História de Amor», uma viagem ao passado recente da resistência contra o totalitarismo do Estado Novo que fala sobre as relações capazes de sobreviver à perseguição implacável que as fortaleceu. Na peça, pessoas reais contam as suas histórias de vida de luta contra o fascismo e o colonialismo português, olhando para esse passado recente de resistência com foco no amor e nas relações amorosas que nasceram no seio da luta social, analisando como foram capazes de sobreviver à perseguição do Estado Novo e, ao mesmo tempo, estiveram na base da sustentabilidade dos seus combates políticos e militares.

A partir desta premissa, foram investigados testemunhos de pessoas que estiveram na clandestinidade e no exílio, mas também daquelas que fizeram partes dos movimentos de libertação das antigas colónias portuguesas e de pequenos atos de resistência na vida quotidiana. Este espetáculo de teatro documental, concebido pela companhia Hotel Europa em coprodução com o Teatro Nacional Dona Maria II, agrupa histórias incríveis ligadas à clandestinidade e às lutas antifascistas, tanto em Portugal quanto nas antigas colónias, protagonizadas por figuras marcantes como Isabel do Carmo, Margarida Tengarrinha e Gouveia Carvalho (em vídeo), Mariana Camacho, e ainda Armando Morais e Mariana Morais, sob a direção de André Amálio, que também integra o elenco .

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24.º FESTIVAL DE MÚSICA ARRANCOU COM CASA

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Michel Januário / Festival Al-Mutamid

CHEIA

MÚSICA AL-MUTAMID CHEIA EM ALBUFEIRA

ioneiro e de características únicas em Portugal, o Festival Al-Mutamid é uma homenagem ao rei poeta Al-Mutamid, filho e sucessor do rei de Sevilha Muhammad Ibn Abbad (AlMutadid). O Festival, um dos mais antigos da região, conta com a presença de grupos de música árabe-andalusi, música e dança sufi e músicas e danças do Magrebe e Médio Oriente.

O Município de Albufeira integra o circuito há vários anos e recebeu o «pontapé-de saída» desta 24.ª edição, no dia 9 de fevereiro, com o grupo Yinnan Al Andalus, formado por três músicos originários de Tétouan e Chefchaouen (Marrocos) que interpretam a música complexa e delicada que ecoava nos

palácios e medinas de Al-Andalus e Médio Oriente. A Hamid Ajbar (violino e voz), Aziz Samsaoui (Kanun – cítara árabe) e Mouhssine Kouraichi (darbouka e voz) juntam-se Mónica Pereira, bailarina de dança oriental.

Yinnan Al Andalus significa em árabe, Jardins de Al Andalus. Quando Ziryab (melro), alcunha dada a Alboácem Ali ibne Nafi (789-857), o famoso músico, chegou ao emirado de Córdova, trouxe consigo toda a sofisticação do Califado Abássida de Bagdade. Esse refinamento manifestou-se a todos os níveis: gastronomia, vestuário, poesia e música. Era uma sociedade urbana e, como tal, os jardins tinham uma grande importância como lugares de descanso, de desfrute e de inspiração artística. Foi com base nestes jardins que o trio Yinnan se inspirou para criar este projeto musical .

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A reivindicação democrática Nuno Campos Inácio (Editor e escritor)

vida em sociedade possui componentes inalteráveis ao longo de todos os períodos históricos. Entre eles, no presente artigo, focamo-nos em dois conceitos sociais: «privilegiados» e «reivindicação».

De facto, todas as sociedades organizadas, em todos os tempos, possuíram – e continuam a possuir –grupos de privilegiados, normalmente próximos do poder político ou administrativo, mas onde se podem incluir as funções indispensáveis ao funcionamento do Estado e do sistema político-administrativo vigente (no concreto caso português o democrático).

Esta realidade é tão evidente, que praticamente ninguém na sociedade contesta que determinadas profissões tenham inerentes salários mais elevados e um conjunto de regalias e subsídios que não estão acessíveis ao cidadão comum, ou a outras profissões. É compreensível que, se uma sociedade pretende ter uma magistratura independe, em regime de exclusividade e com isenção de horário, os Magistrados tenham um vencimento mediano bruto de 5 mil euros e alguns subsídios e regalias. O mesmo acontece com as chefias militares, com os cargos de topo de eleição política, ou cargos de

gestão de topo, sejam de carreira ou de nomeação.

Por princípios, os privilegiados não se manifestam nem reivindicam publicamente, nem fazem greves, limitam-se a salvaguardar e gerir os privilégios existentes, em jogos de forças de poder que, afinal, pretendem a harmonização do sistema instituído.

O problema é que, associados a estes órgãos de soberania privilegiados, encontra-se uma panóplia de agentes a quem são exigidas as obrigações inerentes aos privilegiados, mas são desprovidos de privilégios. A sociedade portuguesa consegue identificá-los sem grande esforço, pela reivindicação mais ou menos ruidosa que abre os noticiários e inunda as redes de partilha social. O que poucos sabiam é que em pleno regime democrático existem carreiras profissionais a quem é vedado o direito à greve, à livre manifestação, à militância partidária, ou mesmo à livre opinião, que são as formas de reivindicação mais comuns em Democracia.

Esta realidade, que não é nova, mas que se evidenciou nas últimas semanas, levanta a questão que está na base da elaboração deste artigo: como é que grupos limitados no direito de reivindicação, poderão reivindicar uma melhoria da sua posição profissional, remuneratória ou social?

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Em vários regimes, que vedam os direitos básicos de reivindicação social, seja de forma geral ou a determinados grupos, o resultado acaba por ser a elaboração de golpes de estados, uns com sucesso, ou fracassados por influência dos privilegiados. Noutros casos, em regimes mais democráticos, passa pela adesão a grupos extremistas, normalmente de esquerda quando os governos são de direita, mas que também poderão roçar a extrema-direita quando os governos são de esquerda. Na minha perspetiva, estas colagens extremistas perigam mais o sistema democrático do que o recurso aos tradicionais meios de reivindicação.

Certo é que nenhuma classe aceitará abdicar da luta pela melhoria da sua condição, do mesmo modo que, quem governa, jamais concederá a qualquer

classe, direitos que não sejam reivindicados e não tenham uma validação social, por mais legítimas que sejam.

O preço social do silenciamento ou da redução de direitos em Democracia costuma traduzir-se na transformação e limitação da própria democracia. Esperemos que as comemorações de meio século de existência democrática se traduzam na melhoria das condições reivindicativas de todas as classes, mas também na resposta às necessidades sociais de cada uma delas, que que não tenham de ser denunciados os privilégios de quem os detém, aumentando os conflitos, fragilizando as estruturas e criando ruturas extremistas, que afinal as reivindicações democráticas não sejam substituídas por reivindicações pela Democracia .

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Livros são casas

Lina Messias (Especialista em Feng Shui)

minha relação poli amorosa com os livros começou há 45 anos.

Quem, como eu, viveu a sua infância na década de 70, sabe que a compra e acesso aos livros não é comparável com a realidade actual. Os livros que lentamente foram enchendo os armários da casa dos meus pais eram comprados no Círculo de Leitores, na Bertrand quando visitávamos a capital e no Pão de Açúcar de Setúbal, onde foi comprado o meu primeiro livro.

Esse presente que recebi no meu sexto aniversário tinha o nome «Anita na Escola», num tempo em que a Anita ainda não era Martine e que as histórias do quotidiano desta menina ainda não eram consideradas sexistas e conservadoras. Tratei-o como se trata um tesouro, li e reli-o vezes sem conta, dormia e comia com ele, valioso e inesquecível como o primeiro amor. Muitas «Anitas» se seguiram, muitas outras estórias que se tornaram colecções, foram ocupando espaço na estante da casa onde cresci e na casa que me habita, enchendo o meu coração e acrescentando mais uma aventura e conhecimento à minha existência.

Nunca vou conseguir descrever na perfeição o que a minha criança sentia (e

ainda sente) ao mergulhar num livro. Os livros fazem parte de mim e da minha história, são os únicos bens materiais a que tenho verdadeiro apego e que mudam comigo de casa e de vida ao longo deste meio século. Assim como uma casa oferece abrigo e conforto físico, os livros têm sido refúgio e conforto nos momentos em quem me sinto uma semabrigo da Vida.

Em Feng Shui, os livros assumem energia Yang, energia que potencia a acção e movimento e são um elemento fantástico para activar uma das áreas da nossa casa e Vida que está associada ao crescimento interior e sabedoria. Na perspectiva energética desta sabedoria milenar, as bênçãos materiais e financeiras que recebemos são uma das consequências do nosso crescimento interior, do quão sábios e alinhados estamos na Vida. Os livros acrescentamnos no que não é visível, na forma como crescemos intelectualmente e como seres humanos.

Livros podem ser casas, podem ser lares de ideias que nos inspiram e motivam.

Livros podem ser casas e ter várias divisões, cada uma com o seu propósito. Propósito de aprendizagem, de diversão ou de autoconhecimento.

Livros podem ser casas quando as suas

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palavras são partilhadas da mesma forma que partilhamos o nosso tecto.

Livros podem ser casas, quando precisamos silenciar o «barulho» exterior.

Livros podem ser casas, quando contam histórias que passam de geração em geração.

Livros são CASAS! .

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A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas.

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