REVISTA ALGARVE INFORMATIVO #321

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ALGARVE INFORMATIVO 1 de janeiro, 2022

FESTIVAL CONTRAPESO | FESTIVAL MOMI | ESTÁTUAS VIVAS DE NATAL DE LAGOA 1 CAPICUA | «A MÁGICA AVENTURA DA MI NHOCA» | ORQUESTRA DE JAZZALGARVE #321 DO INFORMATIVO ALGARVE


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60 - Entre Aspas em Loulé 90 - «A aventura mágica da Mi Nhoca»

12 - Estátuas Vivas de Natal em Lagoa 78 - «Sorriso» no Festival MOMI

26 - «El Alquimista del sonido» no MOMI

36 - Capicua no Cineteatro Louletano

OPINIÃO 116 - Mirian Tavares 118 - Ana Isabel Soares 120 - Adília César 122 - João Ministro

104 - Orquestra de Jazz do Algarve em Lagoa ALGARVE INFORMATIVO #321

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48 - Festival Contrapeso em Loulé 7

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ESTÁTUAS VIVAS ANIMARAM NATAL DE LAGOA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina sétima edição das Estátuas Vivas no Natal de Lagoa decorreu, nos dias 17 e 18 de dezembro, com 16 estátuas vivas repartidas por 13 quadros artísticos e espalhadas por três ruas do centro da cidade. «Saltimbanco», «Músico», «Bailarino – Street Dancer», «Malabarista», «Homem dos 7 Instrumentos», «Pintora», «Fakir», «Palhaço», «Dia de Mercado», «Espadachins», «25 de Abril», «O Poeta» e «Santa Hildegarda de Bidgen» foram as ALGARVE INFORMATIVO #321

propostas de 2021 deste evento promovido pela Câmara Municipal de Lagoa, sendo que o Prémio do Público foi para a estátua «O Bailarino – Street Dancer», encarnado por Guilherme Ferreira. Já o Prémio do Júri foi atribuído à estátua «25 de abril», personificada pela dupla Katarina Ferreira e Vasco Peixinho. Com esta iniciativa, o Município de Lagoa voltou a apostar numa diferenciação cultural a nível da animação de Natal, com o intuito também de dinamizar o comércio local nesta época natalícia . 12


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ARGENTINO FAUSTO ANSALDI DELICIOU PÚBLICO DO MOMI Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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ontinuam os ecos do MOMI – Festival Internacional de Teatro Físico Algarve, que no último fim-desemana de novembro encantou Faro com diversas propostas para todas as idades. No dia 28, na Casa das Virtudes, esteve em evidência o argentino radicado em Madrid, Fausto Ansaldi, que apresentou «El Alquimista del Sonido», em que um maestro excêntrico e brincalhão comunicou numa linguagem lúdica de sons com instrumentos peculiares feitos de objetos reciclados. Fausto Ansaldi está desde novo ligado à comédia, com uma vasta carreira como ator e formador. Subiu pela primeira vez ao palco, em 1979, com cinco anos de idade, pelas mãos do pai no teatro que a sua família possuía na Argentina. Desde ALGARVE INFORMATIVO #321

então tem aperfeiçoado as suas habilidades cênicas, focado na comédia e especializado na figura do palhaço. Em 1996 credenciou-se como educador teatral e, ao longo de 25 anos, a sua experiência como formador foi comprovada e fundamentada até sistematizar a sua própria metodologia. Vive desde 2000 em Madrid, onde, paralelamente à representação e à formação, tem realizado uma investigação aprofundada do género cómico. O MOMI foi organizado pelo Colectivo JAT – Janela Aberta Teatro, com o apoio da Direção-Geral das Artes, Município de Faro, Iberescena Artes Escénicas Iberoamericanas, Acción Cultural Española, Direção Regional de Cultura do Algarve e Região de Turismo do Algarve . 28


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CINETEATRO LOULETANO VIBROU COM «MADREPÉROLA» DE CAPICUA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Jorge Gomes

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disco «Madrepérola» de Capicua conquistou o público e a crítica em 2020 e, no dia 7 de dezembro, foi a vez do público louletano saber o porquê, num grandioso espetáculo no Cineteatro Louletano. Depois de vários anos na estrada repletos de concertos com o repertório dos discos anteriores, a artista decidiu fazer um «reset» e arrancou, em 2020, com uma nova tour, um novo disco, uma nova formação e um novo cenário, ou seja, tudo novo, num ano marcado pela pandemia em que os espetáculos que não foram cancelados ou adiados foram acolhidos pelo público de braços abertos.

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Um espetáculo com mais canções, mais cantado, mais dançado, em que, para além dos músicos que habitualmente a acompanham (D-One, Virtus, Luís Montenegro e Sérgio Alves), Capicua surge ladeada por mais duas vozes cantadas (Inês Pereira e Joana Raquel),

“para fazer jus à musicalidade dos novos temas e abrir novas possibilidades de descoberta do antigo repertório, com a reinvenção de velhos temas”, explica a produção. “Visualmente, o espetáculo ganhou também uma nova identidade, com muita luz, texturas e brilho, numa alusão à iridescência da madrepérola e à policromia dos encantos subaquáticos”, acrescentam .

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MÁKINA DE CENA TROUXE SOLOS DE TEATRO E CONTOS A LOULÉ Texto: Daniel Pina | Fotografia: João Catarino

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Festival Contrapeso foi a mais recente iniciativa da Mákina de Cena, associação cultural sediada em Loulé, que contou, desta feita, com a parceria institucional da República Portuguesa – Ministério da Cultura (Programa Garantir Cultura) e com o apoio da Câmara Municipal de Loulé, Cineteatro Louletano, Sul Sol e Sal, Casa do Meio dia, Loulecópia e Gráfica Comercial. Nesta edição, passamos em revista duas performances teatrais e uma sessão de contos que encheram de alegria a Casa da Mákina e a Casa do Meio-Dia de 3 a 5 de dezembro. 49

Nos dias 3 e 4 de dezembro, a Companhia João Garcia Miguel apresentou, na Casa da Mákina, «O Sr. Moedas quer ver o Mundo», interpretado por Sara Ribeiro. “Tudo

começou no Cairo onde fui abordado por um amigo holandês sobre a Europa e o teatro. Como pode o teatro servir de instrumento para os caminhos do mundo se abrirem e multiplicarem? Pode o teatro contar a história da Europa do ponto de vista de um alentejano português de Beja? Entrevistámos o ex-comissário português em Bruxelas, o Eng. Carlos Moedas, e ALGARVE INFORMATIVO #321


partimos em busca de homens e mulheres que sonham e ou sonharam com um mundo diferente. As suas histórias, emoções e ideias são as fontes do espetáculo, que se deseja como um momento de abertura, um instante de reflexão sobre os muitos nós de que a Europa se faz”, explica o dramaturgo e encenador João Garcia Miguel. No dia 5 de dezembro foi a vez de Rita Rodrigues levar a cena, na Casa da ALGARVE INFORMATIVO #321

Mákina, «Em busca de um neto», que conta a história de uma senhora muito antiga que nunca teve filhos nem netos e que se sente bastante só. “Os

animais fazem companhia, mas não lhe bastam, por isso, chega à conclusão de que precisa de um neto, ou neta, que lhe preencha este vazio na sua vida. Mas esta senhora é exigente, não serve qualquer um, terá de preencher os seus peculiares requisitos”, comenta Rita Rodrigues, acerca deste espetáculo em que a única 50


personagem, que usa máscara de comédia humana (de Matteo Destro),

“utiliza uma linguagem física muito forte, levando o corpo a reagir de forma ampliada, o que permite falar de temas tão profundos, como a solidão, mas com um distanciamento que nos leva a encarar a tragédia com humor”. O derradeiro dia do Festival Contrapeso teve ainda lugar para uma sessão de contos a cargo de Patrícia Amaral, na Casa do Meio-Dia, num início de tarde divertido e cheio de energia onde o público foi convidado a mergulhar no repertório oral tradicional, nadar entre arquétipos e símbolos e emergir na memória coletiva.

“Um corpo, uma boca, um par de

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ouvidos e uma Memória, é o que basta para a tradição oral acontecer”, afirma Patrícia Amaral, que é contadora de histórias profissional desde 2002. Licenciada em Estudos Portugueses, passou os primeiros anos pós-licenciatura como assistente no Centro de Estudos Ataíde Oliveira/UAlg, ouvindo, transcrevendo, traduzindo e classificando materiais da oralidade, com especial incidência nos contos maravilhosos. Foi nesse período que despertou nela a necessidade da transmissão, a sede da partilha deste acervo que, afinal, mora em cada um de nós. O seu repertório é totalmente composto por materiais tradicionais que, diz, “ressoam em mim e pedem para ser contados” .

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ENTRE ASPAS ENCERRARAM COMEMORAÇÕES DOS 30 ANOS DO CENTRO DE JUVENTUDE DO IPDJ ALGARVE Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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ara finalizar com «chavede-ouro» as comemorações dos 30 anos do Centro de Juventude da Direção Regional do Algarve, o Instituto Português do Desporto e Juventude convidou, numa parceria com a Câmara Municipal de Loulé, a banda algarvia Entre Aspas para produzir um concerto envolvendo projetos finalistas do «Musica JA – Concurso de Música Moderna do IPDJ Algarve. E assim aconteceu, no dia 14 de dezembro, no Cineteatro Louletano, perante uma plateia completamente esgotada, com os Entre Aspas a mostrarem que continuam cheios de força e energia, num concerto inesquecível em que participaram igualmente Mateus Verde, Saída de Emergência e The Black Teddys .

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TEATRO SÓ REGRESSOU A FARO, DESTA VEZ COM «SORRISO» Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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dia 28 de novembro foi intenso no MOMI – Festival Internacional de Teatro Físico Algarve e a manhã, passada da Centro de Juventude de Faro do Instituto Português do Desporto e Juventude, contou com a 81

apresentação do espetáculo «Sorriso», da companhia Teatro Só, com encenação e dramaturgia de Sérgio Fernandes e interpretação de Ana Gabriel e Sérgio Fernandes. “Como se

escreve uma história de amor, de um amor que perdura no tempo, preenche uma vida até ao seu crepúsculo e que nunca acaba ALGARVE INFORMATIVO #321


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para aquele que recorda o passado?”, questiona a companhia, respondendo que esta história de amor não se inspira na morte heroica de Romeu e Julieta, mas sim na vida comum de um velho casal para quem o amor se consumou numa vida de sorrisos. A Teatro Só é uma companhia de teatro portuguesa sediada em Berlim e Odemira que desenvolve um trabalho multidisciplinar relacionando artes circenses, técnica de máscara, teatro físico e artes plásticas. “Todas estas

componentes convergem para um teatro imagético, mudo e visualmente poético em que a comunicação entre os atores e o público desenvolve-se pela gestualidade. Os temas em cena tocam diretamente os estigmas 83

sociais, transversais a diversas culturas e gerações, nos quais o público é testemunha de si mesmo, não pelo uso da palavra, mas pela poesia visual e linguagem emocional do corpo”, explica Sérgio Fernandes, adiantando que “esta dimensão universal é

levada para a rua, o palco do mundo, no qual a expressão artística é acessível a todos”. O MOMI foi organizado pelo Colectivo JAT – Janela Aberta Teatro, com o apoio da Direção-Geral das Artes, Município de Faro, Iberescena Artes Escénicas Iberoamericanas, Acción Cultural Española, Direção Regional de Cultura do Algarve e Região de Turismo do Algarve . ALGARVE INFORMATIVO #321


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MIÚDOS E GRAÚDOS DIVERTIRAM-SE COM «A MÁGICA AVENTURA DA MI NHOCA» DA FIGO LAMPO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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manhã do dia 12 de dezembro foi de tremenda boa disposição para as muitas famílias que encheram o Cineteatro Louletano, em Loulé, para assistir à peça de teatro para a infância «A mágica aventura da Mi Nhoca», uma produção da Associação Figo Lampo. A peça conta a história de duas minhocas que resolvem abandonar o conforto do fundo da terra e partir para a superfície do solo em busca ALGARVE INFORMATIVO #321

do propósito da vida. “Ao longo do

caminho descobrem a importância da amizade, da comunidade e da empatia, e vãose cruzando com várias personagens que vão mostrando, às protagonistas da história e ao público, a enorme importância que as minhocas têm no solo, uma vez que o seu trabalho contribui para a grande diversidade biológica do planeta, 92


que se quer cada vez mais saudável e equilibrado”, explicam os responsáveis da Figo Lampo. «A mágica aventura da Mi Nhoca» tem música original de Rui Afonso e foi dirigida por Verónica Guerreiro, a partir de um texto original e dramaturgia de Maria Adelaide Fonseca que contém uma mensagem ecológica clara e que se destina a toda a família: a perda crescente da biodiversidade vai ganhando proporções preocupantes, pondo em causa a saúde do planeta e o futuro das gerações vindouras. André Canário, Henrique Prudêncio, Rita Justino e Rui Afonso levaram ao palco as personagens da divertida peça, cujo cenário foi da responsabilidade de Ambra Zotti, do

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Super Flash Studio, com figurinos costurados por Filipe Correia. A peça contou igualmente com a participação especial das crianças bailarinas da Contemporâneo Fusion com uma coreografia criada especialmente para «A mágica aventura da Mi Nhoca». «A Aventura Mágica da Mi Nhoca» é uma produção da Associação Figo Lampo, inserida no projeto «#terravermelha», que contou com os Parceiros Institucionais A República Portuguesa – Ministério da Cultura e Câmara Municipal de Loulé e com o apoio da Casa do Povo de Querença, da Mákina de Cena e da Casa da Cultura de Loulé .

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ORQUESTRA DE JAZZ DO ALGARVE E MARTA HUGON PROPORCIONARAM UM QUENTE NATAL AOS LAGOENSES Texto: Daniel Pina | Fotografia: Kátia Viola

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arta Hugon, cantora de jazz portuguesa de créditos bem firmados, juntou-se à Orquestra de Jazz do Algarve, liderada pelo Maestro e Trompetista Hugo Alves, para proporcionarem, no dia 18 de dezembro, um Natal aconchegante ao público que esgotou o Auditório Carlos do Carmo, em Lagoa. Em «A Warm Christmas» escutaram-se alguns dos standards de época mais emblemáticos, como «Have Yourself a Merry LIttle Christmas», mas também outros como «Time After Time», «Misty» ou «Embraceble You», imortalizados nas vozes de Ella Fitzgerald, Frank Sinatra e tantas outras . ALGARVE INFORMATIVO #321

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OPINIÃO Que seja um Ano Novo! Mirian Tavares (Professora universitária) “Os senhores me desculpem, mas devido ao adiantado das horas eu me sinto anterior às fronteiras”. Carlos Drummond de Andrade stava a pensar no que escrever – é o último texto do ano. Se calhar, uma mensagem de fé e de esperança, votos de um ano melhor e de muita saúde para todos. Ou talvez uma longa reflexão sobre a vida, sobre nós – tão humanos e falíveis, ou tão falíveis por sermos humanos. Alguém, a quem amo muito, disse-me que ser feliz não basta. E pus-me a pensar no que é que deve bastar. De facto, a felicidade é um estado passageiro: estamos felizes, nem sempre somos felizes. Mas é também uma escolha – sermos felizes. E não depende só de nós, claro está. Depende de um conjunto imenso de circunstâncias, como disse o grande filósofo espanhol, eu sou eu e minhas circunstâncias. Mas mesmo em circunstâncias adversas, há quem encontre um naco de felicidade, qualquer coisa que lhe faça olhar para a vida como algo fabuloso, como algo magnífico ou mesmo mágico, e consiga, apesar de tudo, sentir-se feliz. Há os infelizes por natureza, são aqueles que acham que conseguem controlar tudo e

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preferem ser antipáticos e arrogantes, e escolhem ser amargos. Cruzei-me com uma criatura assim logo de manhã, enquanto estava no cabeleireiro. O homem tinha uma cadela linda, uma Weimaraner, doce e afável. Mas se alguém tentava ser simpático com ela, ele logo mandava, em russo, o bicho ficar no seu canto, quieto e triste. E ralhou comigo e com outra pessoa que, inadvertidamente, foi simpática com a cadela. Ele falava português perfeito, e falar russo com o cão era uma maneira de afastar ainda mais as pessoas, como se o cão só entendesse russo. Mal sabe ele que já tive um cão, também um Weimaraner, que só falava francês. E que em poucos dias, cá em casa, falava até gatês, desde que fôssemos calorosos e queridos com ele. Porque é disso que precisamos, de calor – humano ou animal, de afagos. Conheci um grande poeta português, num encontro de poesia, que disse: os homens são como gatos, a única coisa que querem é quem lhes afague o pelo. E bem precisamos todos de quem nos afague o pelo, de quem nos receba de braços abertos, de simpatia, de calor e de vontade de

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Foto: Victor Azevedo

sermos felizes. De sermos leves, mesmo que a leveza seja insustentável, mas em tempos tão incertos, em que a obscuridade e o obscurantismo teimam em querer voltar, precisamos resistir e não desistir da tal da felicidade. Que pode ser muita ou pouca, que pode ser duradoura ou passageira. Temos de acreditar que usar cuecas novas, roupas 117

brilhantes e nosso melhor sorriso, deve ser um bom augúrio para o ano que está quase a chegar. Ser feliz não basta, de facto. Mas ser infeliz também não paga as nossas contas. Que venha o novo ano e que possamos ser, nem que por breves instantes, felizes .

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OPINIÃO Quadragésima primeira tabuinha - Joelho (IV) Ana Isabel Soares (Professora universitária) amais estará contada toda a história do joelho, revelada toda a sua centralidade. Coração, cabeça, estômago, muito certas são as atenções que têm recebido – mas que não se descure olhar para o joelho. Um estômago vazio simboliza a fome, o estômago cheio de borboletas (um panapaná é o que se chama no Brasil a esse bando colorido e frufrusante) as paixões súbitas; perder a cabeça, sinal de desvario ou de coragem, do salto que por fim se dá; o coração é, por excelência, dos amores e dos desamores o mesmíssimo ponto de concentração simbólica. A literatura tem dado voz a estes lugares do corpo, setinhas a partir de cada um para o respetivo significado. Mas – não é que se engane, estará é quantas vezes incompleta. Os génios (de boa cabeça, coração agitado e estômago em permanente acolhimento de farfallas) cuidam de completar as imagens do mundo: por isso não escapa a Denis Diderot, génio setecentista, a importância do joelho. No mais famoso dos seus personagens, o fatalista Jacques é um sábio coxo, contador de relatos de vida cativantes (e instigador, nos seus ouvintes, do bem contar). Na primeiríssima página de Jacques, o Fatalista e o Seu Amo, o servo revela a ALGARVE INFORMATIVO #321

razão do seu coxeio e explica ao anónimo amo como uma bala – que, naturalmente, lhe era destinada, marcou a sua vida militar e amorosa: “se não fora aquele tiro, acho que nunca na minha vida ficaria apaixonado, nem coxo”. Jacques está consciente da nuclearidade do joelho: “acho que não há ferimento mais cruel que o do joelho. (...) Há por ali não sei quantos ossos, tendões e muitas outras coisas que nem sei como eles lhes chamam”. Está bem de ver que um personagem não nasce a saber tudo – o seu inventor nele infunde a sabedoria, e Diderot, o editor principal da Enciclopédia (a.k.a., Dicionário Completo das Ciências, das Artes e das Matérias) ganhou, por força, o saber mais completo sobre o que havia ao seu tempo no que era, então, o umbigo (um dos umbigos, vá) da Europa (que se entendia, salta igualmente aos olhos, como o embiguinho do mundo). Os médicos que consultou, as páginas que leu, sobre física, sobre anatomia, sobre mecânica, mas sobretudo a perspicácia deste homem cuja forma perfeita seria o ponto de interrogação, o cenho franzido da dúvida, tudo convergiu naquela ideia de que o joelho era o alfa, o ómega, a carreirinha completa das letras do que existe. Senão, como teria tido sequer espírito para fazer do sofrimento de Jacques – 118


Foto: Vasco Célio

acabado de ferir e à espera de que algum médico lhe ajude a cura – o portal para a crítica, a sátira, aquilo que, no fundo, permite viver bem – o humor? Estão «três cirurgiões», «Esculápios de campo», de roda da quarta garrafa, na hospedaria onde Jacques padece, mal olham para o lamentoso e lhe dizem “já lá vamos, já lá vamos”, e vão é avançando no beber; Jacques, o impaciente dorido do relato de Jacques, 119

o impaciente narrador que tem de escutar ao amo, o ouvinte imediato da narrativa, que ele está mas é a brincar, que não terá sido nada assim, não perde a graça e, assim que ouve o amo desprezar a importância que Jacques está a querer sublinhar da dobra fulcral, faz tropeçar e cair o cavalo do homem, que sai da cena aos gritos de “Estou morto! Estou com o joelho partido!” . ALGARVE INFORMATIVO #321


OPINIÃO Notas Contemporâneas [29] Adília César (Escritora) “Tão profusa, e complicada, e tumultuária, e rápida se tem tornado a vida moderna que, se os seus factos dominantes não fossem flagrantemente apanhados em imagens concretas, e fixados em resumos límpidos, nós teríamos sempre a aflitiva sensação de irmos levados num confuso e pardacento redemoinho de ruído e poeira”. Eça de Queirós (1845-1900), in Notas Contemporâneas (1909, obra póstuma) U NUNCA estive realmente aqui. Viajo no tempo, observo o que me chama a atenção, mas não permaneço por muito tempo num lugar onde sou invisível. Depois esqueço, literalmente. A memória habita os meandros mais improváveis e dissimulados. A inquietação amplia os limites do eco reverberado até ao infinito. Eco. Eco. Eco. Tudo é ruído, tudo se transforma em poeira adiada para o futuro. E, e, e, e… há sempre alguém que acrescenta mais qualquer coisa ao que foi dito e redito. É um castigo para a civilização, esta inutilidade de tantas palavras que são ditas e reditas. Que fazer com os discursos repetidos do passado que infectam o presente? * O CAMINHO a subir nem sempre tem o caminho a descer. Com alguma fantasia especulativa é possível, facilmente, construir um sistema filosófico que fique por ali a espreguiçar sobre o senso comum das ALGARVE INFORMATIVO #321

pessoas. É possível e… tentador. Veja-se, por exemplo, a proliferação de lamuriantes aforismos que povoam as redes sociais e que se propagam como um vírus de vestimenta vistosa, mas que, na verdade, são completamente inúteis e até contraproducentes. Há alguma máscara que nos proteja de tal demagogia? Este som de não dizer nada… * HÁ PALAVRAS que deviam deixar de existir, como «talvez» ou «vice-versa», porque não servem para nada. Felizmente, também há palavras que parecem usar coroas nas suas cabeças, como «não» e «sim», porque quando são ditas fazem toda a diferença. Há palavras que deviam ser inventadas, como «auaá», perfeitas para utilização em espelho («áaua», estão a ver?) porque poderão servir para quase tudo, até para entender o significado profundo da vida: olhar para o espelho e ver por dentro de nós, estão a perceber? Não? Por agora, ficamos assim. Na verdade, a minha tese tem uma importância relativa. 120


* NAVEGO na rede social e deparo-me com… bem, não vou descrever o indescritível. Quer dizer, tenho um discurso ensaiado com as adequadas palavras descritoras, mas não tenho a certeza se terão o poder de contrariar o imenso tédio que, entretanto, me invadiu. Porque me permiti entrar no palácio do invisitável? O dia ficou arruinado, digo. * PERMITE-TE DISCORDAR, diz a mãe. Escuto-a com atenção e doume conta de que o seu sistema filosófico se construiu tendo como alicerces os seus próprios sonhos, martírios e contemplações pensativas. As paredes da casa cada vez mais apertadas em redor da mãe. Permite-te discordar, insiste ela, ao deparar-se com o meu silêncio. Na crítica, “o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança”! Lembras-te daquela canção – «Pedra Filosofal«? Lembro-me muito bem: tem letra de António Gedeão e música de Manuel Freire. A canção, no seu todo, constitui-se como um sistema filosófico complexo, embora entendido pelas pessoas simples. Inesquecível. Pura. Intemporal. Sou invadida por uma espécie de felicidade estética, ao trautear a canção. Mas creio que a mãe está confusa, pois a canção fala do sonho e não da crítica… Ó filha, francamente, então os teus sonhos são iguais aos meus?! “Permite-te discordar”, ou seja, sonha o que nunca ninguém sonhou antes. Janeiro é o tempo dos sonhos novos. Não há dias arruinados! Fica atenta: chegou um ano novo, um mês novo, um dia novo. Permite-te discordar, critica, constrói um pensamento só teu. Esse é o teu contributo, 121

é a tua pedra filosofal. Escreve e lê-me o que escreves. * NÃO SEI se conseguirei libertar-me deste «pardacento redemoinho» enquanto procuro, incessantemente, as «imagens concretas» de que preciso para não me deixar levar para alguma parte obscura de mim mesma, aquela pele de alma abismal, aquela longínqua face do pensamento amordaçado, anestesiado. O meu entusiasmo é, portanto, comedido. Anseio pelo «resumo límpido» dos factos da vida, anseio pela pessoa verdadeira que sou e que apenas se intui. Anseio pelo som de dizer qualquer coisa fundamental, a utopia da vertigem criativa, a enumeração exaustiva dos contrafactuais da existência humana. Ano Novo, discurso velho. E se?… . ALGARVE INFORMATIVO #321


OPINIÃO Um ano de esperanças João Ministro (Engenheiro Ambiental e Empresário) ano de 2021 termina como o de 2020: com uma inviolável esperança que o ano seguinte seja melhor que o que agora finda. Tal deve-se a vários motivos, sendo um deles, naturalmente, o terrível fenómeno da Covid-19. As mazelas originadas por esta doença geraram graves repercussões na nossa sociedade, ainda hoje muito vivas (e de que maneira!), criando uma expectativa enorme para que 2022 seja de facto um melhor ano em diversos domínios, desde logo o social e económico. Contudo, o ano transacto não foi particularmente memorável em outros campos. O ambiental, por exemplo, ou no que à revitalização do interior diz respeito, para não mencionar outros. Do ponto de vista ambiental, prosseguimos um caminho iniciado há muitos anos de total desrespeito pelos normativos internacionais, da não planificação territorial ou da simples não aplicação do bom-senso comum. O tema da água no Algarve (ou a falta dela) atingiu em 2021 um auge da discussão – que certamente se manterá nos próximos anos – com episódios caricatos, para não dizer ultrajantes, como o do já popular pomar de pêraALGARVE INFORMATIVO #321

abacate instalado no concelho de Lagos, que mesmo depois de chumbado em sede de AIA (Avaliação de Impacte Ambiental), continua no terreno, em plena produção e a consumir água que não devia, à vista de tudo e de todos. Este foi também o ano em que se afirmou no nosso léxico corrente a terminologia «mega-campos solares», ao arrepio de tudo o que seja bom senso ao nível da promoção das energias renováveis, da valorização da paisagem ou da conciliação com actividades locais como a cinegética, a pastorícia, a apicultura ou o ecoturismo, essenciais na dinamização do mundo rural e florestal. A este respeito, 2021 não ficará também lembrado pela inexistência de incêndios. Basta recordar os de Monchique ou de Castro Marim e imediatamente somos transportados para uma complexa problemática que tem sido alvo de contínuos debates ao longo dos últimos 30 anos, cujos resultados em pouco se traduziram: o desenvolvimento do interior e o combate à sua desertificação. Nada de novo se acrescentou em 2021 a este tão importante desígnio nacional. Pelo contrário. Um novo estudo sobre a demografia em Portugal trouxe novos dados à já conhecida realidade: estamos entre os três países mais envelhecidos 122


no mundo e, por este andar, em 2050 seremos cerca de 8.2 milhões de habitantes. O interior é, como seria de esperar, o território mais afectado por esta perda de população e casos como o do Concelho de Alcoutim apenas demonstram o quão temos falhado em políticas de revitalização do interior e da fixação de população nesses locais. No geral, 2021 não ficará na nossa memória por muitos bons motivos. Mas há alguns que merecem nota. A Covid19 «empurrou» as pessoas mais para o interior e para a natureza, resultando numa redescoberta do nosso rico património natural e cultural, gerando novas perspectivas, inclusive económicas, nesses territórios. O Turismo de Natureza e o Sustentável estiveram em foco neste período, não só pela mesma necessidade de promover a 123

descoberta de novos destinos seguros, isolados e imersos na natureza, como também pela inevitável necessidade desta indústria percorrer um caminho de maior responsabilidade ambiental, social e cultural. Por fim, 2021 ficará ainda gravado nos registos históricos, como o ano em que se iniciou o processo de classificação da Lagoa dos Salgados como uma reserva natural nacional. E este já é, inclusive, um dos factos positivos a nível nacional. Que 2022 seja o ano da sua concretização e de muitas outras a favor de uma região sustentável, desenvolvida, eficiente, coesa e organizada é o que desejo! São muitos pedidos num só, mas haja esperança! Bom ano 2022! .

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