TFG 2021

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TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO

MEMORIAL DESCRITIVO

pontifícia universidade católica de campinas | fau - faculdade de arquitetura e urbanismo
orientador: antônio carlos kfouri | discente: daniella theodoro de souza e souza | ra 17192493 | campinas, 31 de novembro de 2021

agradeço

Agradeço primeiramente aos meus pais, Daniel Theodoro de Souza e Lucieni Conceição de Souza que nunca deixaram de acreditar e impulsionar meus sonhos me apoiando de to das as maneiras imagináveis e por serem meu porto seguro em todos os momentos.

Aos meus irmãos, Danilo Theodoro de Souza e Lucas Theodo ro de Souza, por sempre serem refúgio de carinho e suporte quando precisei;

Ao João Vitor de Salvi Bighetti, por todo amor, leveza e morada emocional incondicional durante esses 5 anos da facul dade.

Ao Renan Melo de Oliveira e Beatrice Volpato Teixeira, ami gos que nunca deixaram de acreditar e torcer por mim; Ao meu professor orientador Antônio Carlos Kfouri que pacientemente me guiou através desse ano letivo com serieda de e dedicação me ensinando sobre o poder da arquitetura e do urbanismo no território.

A minhas colegas de grupo, Beatriz Sato, Jade Lemes, Ayumi Goya e Larissa Esteves que enfrentaram todos os desafios im postos com carinho e devoção.

A meus colegas de sala, Luísa Guarezi Silvestre, Fernando Afonso de Araújo e Gabriel Grothge Faria que fomentaram tantas vivências e dicussões de arquitetura durante a jorna da e que agora tenho a honra de chamar de colegas de profissão;

Ao Professor Luís Amaral Pereira Pinto, que me ensinou sobre a beleza e musicalidade da arquitetura.

Aos membros convidados da banca avaliadora, Professores Fernando Cabral e Beatriz Aranha, que se dispuseram a fazer parte deste momento especial, mesmo que de maneira remota.

Série: “Nenúfares” - Claude Monet, 1899.
sumário 1. introdução..............................................................................................................................04 2. contextualização...................................................................................................................05 2.1. inserção urbana...............................................................................................................................................................06 2.2. diretrizes urbanísticas da área de estudo.....................................................................................................................07 3. desenho urbano proposto.....................................................................................................08 3.1. loteamento sudoeste......................................................................................................................................................09 3.2. loteamento noroeste......................................................................................................................................................10 3.3. desenho urbano..............................................................................................................................................................11 3.4. passarela proposta..........................................................................................................................................................12 4. justificativa do tema..............................................................................................................13 4.1 contexto e significado social..........................................................................................................................................14 4.2 contexto e significado espacial.....................................................................................................................................15 5. o projeto.................................................................................................................................16 5.1 sobre os desejos iniciais....................................................................................................................................................17 5.2 sobre a modulação.........................................................................................................................................................18 6. o desenvolvimento................................................................................................................19 6.1 implantação geral...........................................................................................................................................................20 6.2. pavimento térreo: creche e quadra............................................................................................................................24 6.3. pavimento superior: escola e quadra..........................................................................................................................26 6.4. cortes longitudinais e transversais: creche e quadra..................................................................................................30 6.5 ampliação 01: detalhe do shed.....................................................................................................................................34 7. imagens..................................................................................................................................35 8. considerações finais.............................................................................................................42 9. referências projetuais...........................................................................................................45 10. referências bibliográficas...................................................................................................48

1. introdução

O presente trabalho foi desenvolvido ao longo do ano de 2021para a disciplina de Trabalho Final de Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Se caracteriza em duas par tes, a primeira no que diz respeito ao plano e desenho urbano desenvolvido a partir das colaborações em grupo durante o primeiro semestre de 202 e a segunda, no que diz respeito ao trabalho individual de projeto indutor ”Centro Municipal de Educação Infantil de Jundiaí” desenvolvido pela aluna Daniella Theodoro de Souza ao longo do segundo semestre de 2021. Pensado como uma experiên cia afetiva o “Centro Municipal de Educação Infantil de Jundiaí” busca trazer reflexões acerca do papel da arquitetura em equilibrio com a preservação da paisagem e sobre a importância e potência que os espaços livres desenvolvem no ambiente educacional.

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2. contextualização

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2.1 inserção urbana

Os municípios de Jundiaí e Várzea Paulista estão situados no estado de São Paulo entre os municípios de São Paulo e Campinas, e são pertencentes a aglomeração urbana de Jundiaí. Tanto o município de Jundiaí, quanto o município de Várzea Paulista, possuem relação com importantes eixos rodoviários, como a Rodovia Anhanguera e Bandeirantes - no caso específico de Jundiaí, estas es truturas, além da rodovia João Cereser - que faz a ligação itu, sentido sudoeste e itatiba, sentido nordeste - moldam a cidade de maneira muito forte, por isso, verifica-se uma relação fundamental com a rodovia e os tipos de usos e ocupações existentes na ci dade devido sua fértil localização. Assim, os municipios são reconhecidos por abrigar polos industriais importantes que movimentam significativamente a economia local e estruturas naturais de elevado potencial turístico e ambiental, como a Serra e Parque do Japi. O interesse na região de estudo e de projeto, nasceu a partir da percepção na relação pré existente entre duas cidades desiguais e extremamente conectadas entre sí - Jundiaí e Várzea Paulista, onde, se verifica, a existência do processo de conurbação muito acelerado na porção sul da linha férrea Santos Jundiai e outro estagnado na porção norte da mesma. No plano sociológico, existe também uma relação de dependência absoluta a partir da perspectiva de Várzea Paulista em relação a Jundiaí, que se afirma na dependência de uso da cidade e dos equipamentos básicos que vão desde equipamentos de serviço, educacionais e de cultura, até equipamentos básicos, como infra estrutura viária e parques lineares, inexistentes no município de Várzea Paulista. Por isso, conclui-se a importância de fomentar maior desenvolvimento na área de intervenção e sua escolha - onde se levou em consideração, além dos pontos citados, a posição fértil entre os dois centros e as duas estações da CPTM existentes nas cidades.

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2.2 diretrizes urbanísticas da área de estudo

As diretrizes gerais da área de estudo, nascem a partir da leitura e compreensão de um território extremamente plural e fértil na di visa dos municípios estudados. Para se chegar a uma área de projeto específica, analisamos todas as possibilidades de intervenção na área de estudo para se chegar a uma situação de ação imperativa no território especialmente na chamada “região sudeste”.

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3. desenho urbano proposto

O desenho urbano proposto, nasce a partir dos desdobramentos apresentados nas diretrizes gerais e da compreensão de um território extremamente plural e fértil na divisa dos municípios estudados. Se tecem: loteamento sudoeste, loteamento noroeste, parque linear do rio jundiaí e duas transposições, de veículos e de pedestres.

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3.1. loteamento sudoeste

Para o loteamento sudoeste, o primeiro enfoque foi a respeito do tratamento das vias existentes - extendemos a avenida dos Fer roviários, que nasce no centro e próxima a CPTM de Jundiaí e a avenida Ipiranga, que nasce na estação CPTM de Várzea Paulista, para dentro da área de projeto. Essas configurações passam a se encontrar dentro da área e constituir o que chamamos de “borda” viária acompanhando estruturas pré existentes no local, como por exemplo, a linha ferrea Santos Jundiaí e áreas de APP. Esta borda se encontra na perpendicular com as novas vias de dentro do bairro que passam a ser extendidas a partir da conexão direta com a avenida Fernão Dias Paes Leme caracterizadas em cinza no mapa das diretrizes gerais, “ampliação 1”. Ainda no tema das vias, foi observado um desenho subjetivo que o final no bairro Santa Teresinha revelava e que devido a sua descontinuidade, gerava uma área subutilizada. Se usa, então, dessa subjetividade para a criação da via diagonal, principal eixo estruturador do novo desenho urbano, onde fica localizada a transposição de veículos que faz a tão importante ligação entre norte e sul das cidades, hoje, inexis tente num raio de 5 km. A outra via diagonal proposta, nasce do entendimento da existência da linha de alta tensão e o impacto que esta estrutura representa na paisagem - por isso, esta nova via a margeia com segurança. Para os usos e ocupações buscamos programas que vão desde edifícios de uso misto + habitação de interesse social até edifícios institucionais educacionais - estes, que serão desenvolvidos em projetos indutores por alunas do grupo.

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3.2. loteamento noroeste

Inacessibiidade, vazio urbano e extensas áreas de alagamento foram fatores fundamentais para o desenvolvimento do loteamento noroeste. Assim, o primeiro enfoque foi a extensão da rua Bento do Amaral Gurgel para criação de um fluxo direto com a avenida Antônio Frederico Ozanan gerando um importante elo de ligação entre bairros vulneráveis da zona oeste da cidade de Jundiaí, tais como a Vila Nambi e o Jardim Tamoio e o principal fluxo de entrada da cidade. A partir disso, a área passará a ser loteada com respeito ás áreas de alagamento e vegetação existentes. Para as vias que contam com habitações de interesse social ao lado da avenida Antônio Frederico Ozanan, são contempladas por uma faixa de 15 metros de área verde entre as estruturas. Esse modelo foi usado em referência o projeto de Ernst May de 1925 na Alemanha, que cria um respiro de privacidade expressado em uma faixa de área verde. Os usos, majoritamente habitacionais, seguem a proposta apresentada pelo plano diretor da cidade de Jundiaí que prevê ZEIS II na região, porém, a autora desafia o plano diretor e prevê novo uso institucional educacional afim de fomentar ainda mais a ocupação do território. Somado a esse programa, está localizado um parque que compreende a área da lagoa existente no coração do novo loteamento e o Centro de Educação Municipal de Jundiaí, projeto indutor desenvolvido pela autora deste memorial.

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3.3. desenho urbano proposto

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3.4. transposição de pedestres

A transposição de pedestres proposta é resultado de uma intervenção em uma área extremamente segmentada por barreiras fisicas impostas pelo território como a linha férrea Santos-Jundiaí e a marginal do rio Jundiaí. Essas barreiras impossibilitam o uso de uma vasta área que para nós foi ponto de partida para projetar o parque linear do rio Jundiaí. A escolha da posição de implantação da transposição está atrelada a posição do novo campus universitário proposto como projeto indutor, que alimentaria os fluxos ne cessários entre alunos e população do bairro ao novo parque linear. Para o desenvolvimento do projeto, se respeitou uma faixa de 20 metros para as áreas ao redor do rio Jundiaí, as APPS, e qualquer intervenção, respeita as pré existências ambientais da área, assim, baseado em uma ideia de ciclo, os passeios que também seguem esta lógica, se consolidam e atuam de maneira a dar total protagonismo ao rio jundiaí.

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Ilustração autoral - detalhe da passarela de pedestres.

4. justificativa do tema

“construir e melhorar instalações físicas para educação, apropriadas para crianças e sensíveis às deficiências e ao gênero, e que proporcionem ambientes de aprendizagem seguros e não violentos, inclusivos e eficazes para todos” (UNESCO, 2015, p.23)

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4.1. contexto e significado social

As dificuldades de se trabalhar com educação no brasil hoje são muitas. Vemos os cortes contínuos que o Ministério da Educação vem enfrentando ao longo dos anos e que apontam um alerta em relação ao presente, mas principalmente em relação ao futuro do país. Segundo dados obtidos do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI, o investimento em educação caiu 56% nos últimos quatro anos. Já em 2020, o orçamento do MEC foi o menor desde o ano de 2011, valor praticamen te mantido para 2021. O Brasil enfrenta políticas de austeridade que reduzem os gastos públicos, fomentam o obscurantismo e a estagnação política, social e econômica. Exemplos como a PEC 95/2016, uma das medidas mais drásticas contra direitos sociais já impostas no país desde a ditadura militar de 1964, comprometeu diretamente o Plano Nacional de Educação (PNE) e nos dá uma pista ao futuro que se quer criar no Brasil. Por isso, discutir e desenvolver projetos que visem melhorar a construção de conhecimento no país, fomentar a qualidade dos espaços e consequentemente estimular a criação de sonhos, é parte fundamental do entendi mento da autora de promover um Brasil mais democrático, acessível e plural - o ambiente escolar é necessário não somente pelas mudanças sociais mas principalmente ás continuidades a longo prazo, num país que carece, mais do que nunca, de estruturação.

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4.2. contexto e significado espacial

O loteamento noroeste está localizado em uma área estratégica de fluxos entre vias expressas de entrada da cidade, bairros vulne ráveis da zona oeste de Jundiaí e os novos usos de habitação social, direcionados pelo plano diretor da cidade de Jundiaí e implen tados pelo grupo no primeiro semestre. Sob a ótica de análise voltada para infraestruturas de educação pública, o que se observou foi que a maior concentração dessas instituições, estão situadas na porção norte da linha férrea santos-jundiaí, na cidade de Várzea Paulista. Há uma inacessibilidade a escolaridade básica pública na região do loteamento noroeste e isso é refletido pelo movimento pendular feito das populações vulneráveis ao centro da cidade. Essas e outras questões já citadas neste documento, impulsionaram o desenvolvimento do centro de educação municipal de jundiaí projeto indutor defendido pela autora para impulsionar o território.

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5. o projeto

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5.1. sobre os desejos iniciais

Os desejos iniciais se pautaram no reconhecimento das pré existencias territoriais e da vocação do lugar - respeitar as pré existencias do território ao se projetar, pra mim, é uma maneira natural de se dialogar com a cidade e com a paisagem. Portanto, o desenho de transformar a lagoa existente em protagonista do projeto se fez logo no primeiro olhar. Proporcionar uma relação direta entre os alunos, professores e funcionários com a lagoa, foi uma maneira de honrar e valorizar sua existência e totalidade. Desde o princi pio, esboçei o desejo de também conciliar um grande pátio central com uma visão ampla e desimpedida dessa pré existencia tão simbólica na área de projeto - a escola e a creche municipal se posicionam na porção esquerda da lagoa e abre espaço através desse pátio central com pé direito duplo para, como diria o mestre Paulo Mendes da Rocha, as imprevisibilidades da vida aconte cerem. Abaixo, alguns esboços iniciais de entendimento do território.

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5.2. sobre a modulação

A estruturação do projeto se confirmou a partir dos desejos iniciais de: 1. proporcionar vista livre e desimpedida além de uma interação direta com a pré existência da lagoa no território; 1.1 a idéia de percurso de contemplação; 2. idéia de pátio central amplo de uso livre para os alunos, professores, funcionários e pais. A creche e escola municipal, demarcadas pela letra “A” possuem uma ma lha de estrutura que segue a lógica 6x12x12x6 no sentido horizontal e 12x6x12x6 no sentido vertical. Já para o edificio marcado com a letra “B”, que contempla a quadra esportiva e a varanda de contemplação, se esboça uma malha de 6x6 no sentido horizontal e 6x20 no sentido vertical afim de se obter o espaço adequado ao uso previsto.

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6. desenvolvimento

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6.1. implantação geral

A implantação geral foi pensada no contexto do loteamento noroeste e busca um diálogo franco entre as pré existências e estruturas previstas pelo plano urbano desenvolvido pelo gru po no primeiro semestre do ano letivo. É importante destacar a presença, no entorno imediato, de edifícios de uso misto com habitações de interesse social e comércio.

O Centro Municipal de Educação Infantil de Jundiaí, se con figura em dois blocos que são separados por uma lagoa existente no terreno de aproximadamente 720 m2 e máximo de 60 centímentros de profundidade. Esta lagoa tem papel fun damental no desenrolar do projeto, em forma e fluxos - é a protagonista do centro educacional. Para a segurança dos alunos, foi pensada uma orla de transição entre as estruturas de modo a suavizar o contato. Por isso, a lagoa foi parcialmente modificada de modo a ficar mais rasa e transicionar entre os acessos sempre na cota 0.00.

Em organização, o primeiro bloco é composto por uma cre che e uma escola municipal infantil e conta com todo o suporte necessário ás atividades que serão desenvolvidas ali. Já o segundo bloco, é composto por uma quadra coberta que também conta com espaços de apoio aos usos e ocupações.

Série: “Nenúfares” - Claude Monet, 1904.
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6.2. pavimento térreo: creche e quadra

O pavimento térreo da creche segue os desejos iniciais comentados neste memorial de consolidar a lagoa como figu ra central do projeto - a partir de eixo um estabelecido com ela, o pátio central se materializa como um espaço de infini tas possibilidades de ocupação e principalmente, um espaço que possui uma sinergia muito forte com a natureza a seu redor - o pavimento térreo não sai ileso das pré existências, exis te para honrá-las. Para o espaço livre do pátio central ocorrer, a modulação conta um vão livre de 12 metros que se direcio na até uma arquibancada de contemplação da pré existên cia. Para tornar a experiência ainda mais natural e orgânica, adotei sheds de iluminação que captam a luz da manhã e a direcionam para dentro do pátio central. Na entrada princi pal da escola que dá ao pátio, projeto uma área de espera coberta que serve de abrigo aos pais, professores e crianças. Esta entrada principal está “banhada” por dois elementos im portantes do complexo: a área institucional e o refeitório. Para diferentes públicos, há diferentes entradas, por isso, além da entrada principal direcionada a pais e alunos, há mais duas entradas: de funcionários da educação e funcionários da co medoria. Já a circulação vertical é organizada de modo a centralizadora para otimizar os acessos e os percusos. E por último, projeto as salas da creche que dispoem de apoios e brinquedoteca para as crianças.

O pavimento térreo da quadra conta com uma espacialidade que respeita a vegetação da área. Possui uma quadra co berta de aproximadamente 615m2, vestiários, copa coletiva e principalmente uma varanda multi-uso que possui duas fun ções: de quebra entre o volume robusto da quadra e a deli cadeza da lagoa e de contemplação da mesma.

Série: “Nenúfares” -
Claude Monet,
1906.
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6.3. pavimento superior: escola e quadra

O pavimento superior da escola segue os desejos iniciais co mentados neste memorial de consolidar a lagoa como figura central do projeto - a partir de sua presença e da disposição de 1. circulação vertical estar concentrada na porção central da escola e 2. pátio com pé direito duplo, as salas de aula estão direcionadas de modo aos alunos experienciarem uma vista privilegiada e natural tanto da pré existência quanto do que acontece no térreo do pátio central. Para as salas de aula, as dividi em três momentos de apren dizagem: 1. ambiente teórico, 2. ambiente prático e 3. am biente de lazer, este configurado pela varanda. Além disso há a preocupação em aproveitar o máximo da luz natural das fachadas, por isso, as carteiras e a lousa das salas estão posicionadas de modo que os destros não obtenham sombras em suas carteiras escolares. Além destes usos, há um atêlie de artes, uma biblioteca e um laboratório de ciências na porção superior da planta e um espaço para exposições que foi pen sado de modo a dialogar com a habitação de interesse social que faz vista a ela, na porção inferior da planta. O pavimento superior da quadra, demonstra a diferença de alturas que os volumes da varanda, da quadra e da copa co letiva + vestiários produz na espacialidade do edificio.

Série: “Nenúfares” - Claude Monet, 1907.
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6.4. cortes longitudinais e transversais

Os cortes longitudinais e transversais demonstram o interesse em se dialogar diretamente com a lagoa e com os elementos que compoem a quadra. No corte 1, se verifica a existência da chamada “orla da lagoa” e a importância de se modificar o acesso a ela, pela segurança dos alunos, sempre na cota 0.00. Se verifica também, a importância da varanda multi-uso que a quadra dispoe - é um elemento fundamental para gen tilmente se unificar dois momentos - a pré existencia natural da lagoa e o volume significativo da quadra coberta. No corte 2, se tem a noção da presença da passarela que transiona os dois blocos propostos num percurso de contemplação e aprendizado. No corte 3, vemos a estruturação do pátio cen tral de uso mais público em relação ás salas da creche, lo calizadas na porção esquerda e de uso mais coletivo. Já no corte 4, podemos observar a estruturação da quadra coberta e as diferenças entre elementos espaciais,além da presença da vegetação do território.

Série: “Nenúfares” - Claude Monet, 1906.
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6.5. ampliação 01 - detalhe do shed

Para tornar a experiência ainda mais natural e orgânica, adotei sheds de iluminação que captam a luz da manhã e a direcionam para dentro do pátio central. Os sheds são orga nizados entre os eixos 4-3 e 3-2, e contam com vigas tanto diagonais quanto horizontais de 50cm de altura para vencer o vão estabelecido de 12 metros do pátio central. Há presença de um bloco de alvenaria de 19x19x39 atrelado a uma esquadria metálica fixa + vidro liso de 6mm, para o fechamento dos sheds e ao mesmo tempo, permitir a entrada de luz natu ral. Como os materiais predominantes no projeto são metais, a cobertura também segue este padrão e se configura como uma telha metálica com inclinação de 5% para os locais de shed.

Série: “Nenúfares” - Claude Monet, 1907.
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imagens

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imagem 01 - vista da entrada principal 37
imagem 02 - vista do pátio central 38
imagem 03 - vista da lagoa existente 39
imagem 04 - vista do acesso ao
pavimento
superior 40
imagem 05 - vista do percurso da passarela 41
imagem 06 - vista da varanda de contemplação e quadra coberta 42

8. considerações finais

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O trabalho como um todo, busca tecer desde sua base, um desenho urbano continuado e mais democrático para o ter ritório de análise. Em sequência, busca também discutir e ressaltar a importância de sistemas educacionais públicos de qualidade socioespaciais nas cidades brasileiras e pro por olhar carinhoso entre as dinâmicas existentes no território. Para Paulo Mendes da Rocha, a arquitetura ideal não existe, a cada projeto existe uma oportunidade de aproximação - a aproximação que se busca através das relações entre arqui tetura, espaço livre, espaço de transição e pré existencias, fo ram fatores chaves para mim no desenvolvimento do projeto. A experiência da universidade me tocou sobre a importância do papel social do aquiteto e no entendimento entre equi librar as propostas espaciais e a liberdade para que as coi sas possam acontecer. Espaços amados, são espaços vividos plenamente, por isso, ter controle da escala de arquitetura foi fator fundamental para a compreensão, discussão e desen volvimento do projeto.

Durante tempos políticos tão incertos e obscuros, falar sobre educação, fomentar a construção do conhecimento através de espaços férteis e plurais para alcançar futuros mais aces síveis para todos, se fez latente. Atrelado a este cenário há a complexidade dos desdobramentos que a pandemia mun dial imposta pelo COVID-19 trazem - mais do que nunca, nós, seres humanos devemos nos reconectar e reestabelecer rela ção de respeito e valorização ao eco-sistema e tudo que o abrange. Concluo que espaços amplos, arejados e em con tato com ações de proteção ao ecosistema serão enfoque nos próximos tempos e que a arquitetura não só pode como deve, ser ferramenta para que estas premissas sejam alcaça das.

Série: “Nenúfares” - Claude Monet, 1899.
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9. referências projetuais

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10. referências bibliográficas

1. ROLNIK, Raquel. A cidade e a lei: legislação pública urbana e territórios na cidade de São Paulo. São Paulo: Estúdio Nobel, Fapesp, 1997.

2. HERTZBERGER, Herman. Lições de Arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 3ª edição, 2015.

3. JACOBS, Jane. Morte e vida das grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

4. LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1980.

5. VILLAÇA, Flávio. Reflexões sobre as cidades brasileiras. São Paulo: Studio Nobel, 2012.

6. ROSSI, Aldo. A arquitetura da cidade. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

7. SCOPEL Guerini, Vanessa. Artigo: “Espaço de transição: o elo conector entre o edifício e a cidade”. São Paulo: Universidade Ritter dos Reis/Universidade Presbiteriana Mackenze. 2021.

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