Comando Conjunto de Operações Especiais (CmdoCjOpEsp)

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As Forças Especiais Brasileiras no Século XXI

Fotos do arquivo particular do CC Aguiar

Capitão-de-Corveta Diller de Abreu Junior

Introdução Após os atentados terroristas nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001, que representaram um “ponto de inflexão no pensamento estratégico em âmbito mundial”1, iniciou-se uma expressiva valorização do emprego de Forças de Operações Especiais (FOpEsp), necessariamente de forma combinada, demonstrando utilização mais racional e mais efetiva das Forças Armadas (FA) contra um dos nossos novos desafios neste início de século: a ameaça difusa ou “invisível”, num ambiente de incertezas. No tocante ao emprego das FOpEsp, este ensaio se justifica não só pela importância destas no cenário atual, mas, ainda, pelo propósito de transmitir o pensamento do autor quanto à eficiência dessas forças brasileiras para atender às novas formas de atuação das FA, à interoperabilidade entre elas, no que seja concernente à sua organização, logística e perspectivas para o futuro, além do escopo por demonstrar relevância, portanto, quando da contribuição para o seu aprestamento. Para consecução deste trabalho, foi realizada uma pesquisa exploratória a periódicos da área de defesa, cujos autores são dotados de inestimável credibilidade no assunto, e a publicações doutrinárias de sigilo ostensivo. Conduziu-se uma pesquisa documental e descritiva, por meio de aplicação de técnicas indiretas, com a abordagem limitada aos pressupostos teóricos e à experiência do autor. 66

O Periscópio . 2008

Operações Especiais “As Operações Especiais (OpEsp) são aquelas realizadas por pessoal adequadamente selecionado e adestrado, caracterizadas pelo emprego de métodos não convencionais e executando ações, também não convencionais, com o propósito de destruir ou de danificar objetivos específicos, capturar ou resgatar pessoal ou material, obter informações, despistar e produzir efeitos psicológicos. Normalmente, são operações de duração limitada”2. Elas são conduzidas em tempo de paz, ou de guerra, e diferem das operações convencionais, principalmente, por envolverem menor exposição política – devido à sua forma sigilosa de atuar –, auto-suficiência – ainda que por curtos períodos de tempo –, técnicas operacionais e modalidades de emprego objetivas e eficientes, no entanto, com extrema dependência da inteligência operacional. Uma força numericamente inferior evidenciar superioridade relativa, subjugando o inimigo com poder de fogo superior constitui paradoxo que bem aclara o universo em que se inserem as operações especiais. Essa contradição não encontra guarida nem mesmo em Clausewitz que, na sua teoria da guerra, leciona:


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