Caderno Técnico - Residência Estudantil - Diplomação 2 - Daniel Dib

residência estudantil proposta de nova moradia na asa norte para estudantes da UnB

daniel dib | diplomação 2 | 2023.2

//sumário Introdução e Justificativa Público........................................................................................................................................................................5 Persona......................................................................................................................................................................6 Contextualização Histórica Instituições de Ensino Superior da Antiguidade.....................................................................11 Idade Média Oriental.....................................................................................................................................12 Idade e Início do Renascimento Europeu....................................................................................13 Revolução Industrial......................................................................................................................................14 Era Pós-Industrial.............................................................................................................................................15 Ensino Superior e Residências Estudantis no Brasil.............................................................16 Casa do Estudante Universitário da UnB (CEU).......................................................................17

//residência estudantil Diplomação 2

Estado da Arte e Referências Projetuais Erasmus Campus Student Housing - Rotterdam, Holanda (2018)............................23 Grand Morillon Student Residence - Genebra, Suíça (2021)........................................29 Campus North Residential Commons - Chicago, EUA (2016)....................................37

Daniel Lima Dib Amorim 17/0182223

Moradia Estudantil da Unifesp Osasco - Concurso - Osasco, SP (2015).............45 Sítio

Orientador: Prof. Dr. Ivan Rezende do Valle

Estudo do sítio...................................................................................................................................................51 Trabalho Final de Graduação em Arquitetura e Urbanismo

Diretrizes de Projeto e Programa de Necessidades Diretrizes de projeto......................................................................................................................................63 Programa de necessidades....................................................................................................................64

Departamento de Projeto, Expressão e Representação (PRO) Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Universidade de Brasília

Referências bibliográficas..............................................................................................................................65 2023.2

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//introdução e justificativa A partir da experiência que tive durante um curso de verão estudando na Universidade de Groningen, na Holanda, e hospedado em uma residência estudantil, pude conhecer a realidade dos estudantes que se mudam de cidade para cursar o ensino superior. Muitas vezes moram sozinhos, longe da família, estudam em uma nova universidade e acabam transformando os colegas de residência em sua “família”. Além disso, durante viagens por outros países da Europa pude conhecer diferentes residências estudantis que conseguem oferecer excelentes condições para acomodar estudantes vindos de diversas partes do mundo.

Ao ser aprovado para um intercâmbio de mobilidade estudantil na mesma Universidade holandesa, comecei a pesquisar a fundo sobre as possibilidades de moradia na cidade. Com isso, comecei a me interessar bastante sobre a tipologia de residência estudantil e o contexto em que ela se insere: quem é o público atendido por este tipo de moradia, onde estão localizadas e o que oferecem aos moradores.

A Universidade de Brasília oferece moradia a seus estudantes cujas famílias tenham renda de até 1,5 salário mínimo per capita, mas as vagas oferecidas não atendem à demanda de estudantes, que é maior a cada semestre. A Casa do Estudante Universitário (CEU) oferece 368 vagas em seus apartamentos. Os estudantes que não se encaixam nas exigências da CEU ou não conseguirem uma vaga têm de recorrer ao mercado ou a repúblicas para conseguir um aluguel próximo à Universidade, que nem sempre é barato nem oferece condições satisfatórias. Segundo dados do Anuário Estatístico da UnB de 2020, o número de estudantes de graduação matriculados subiu de 37.982 em 2015 para 39.699 em 2019, e na pósgraduação o número subiu de 8.152 em 2015 para 8.819 em 2019.

Além da demanda crescente por moradia estudantil em Brasília, pude perceber o papel fundamental da arquitetura em fazer com que estes espaços sejam acolhedores e ofereçam uma boa experiência de moradia e convivência para os estudantes que passarão bons anos morando ali.

Portanto, para suprir esta demanda social existente, este trabalho busca propor um projeto de arquitetura em nível de estudo preliminar para uma moradia estudantil que acomode um público maior e mais abrangente que apenas da CEU. Desta forma, o acesso do público descrito à Universidade será facilitado e, com isso, seu tempo de permanência na faculdade e seu rendimento acadêmico tendem a ser superiores¹. O edifício será implantado em um terreno de aproximadamente 12.000 m² na quadra 608 do Setor de Grandes Áreas Norte, entre as vias L2 e a L3.

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//público

//persona

Para atender a demanda de moradia para estudantes universitários, este trabalho propõe-se a atender público de graduação e pós graduação da UnB. A residência será privada mas funcionará em convênio com a UnB. 25% das vagas serão reservadas a estudantes atendidos pelo Programa de Assistência Estudantil (PAE) e as demais vagas serão abertas a toda a comunidade acadêmica sem necessidade de comprovação de renda., desde que comprovado vínculo estudantil com a Universidade.

A caráter de estudo e melhor entendimento do projeto, foi criada uma persona. Este é um conceito utilizado no marketing para definir detalhadamente uma pessoa fictícia que represente o público-alvo de um projeto.

Serão atendidos: Estudantes de graduação ; Estudantes de pós-graduação; Intercambistas.

Enzo tem 18 anos e nasceu em Goiânia. Acabou de se formar no Ensino Médio e conseguiu uma vaga na UnB para o curso de Administração por meio do PAS. Nelson, vem de família de classe média, tem dois irmão mais novos e é o primeiro de sua casa a ingressar numa faculdade. Porém, não tem familiares nem amigos em Brasília e precisa de um local para morar próximo à faculdade com aluguel acessível.

Cidade natal: Goiânia - GO Idade: 18 Estado civil: solteiro Renda familiar: Entre R$ 3.500,00 e R$ 5.000,00 Desafios: encontrar um local para morar

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//contextualização histórica O estudo do contexto histórico tem como objetivo entender a fundo o desenvolvimento do tipo ao longo do tempo e traçar uma linha do tempo de sua evolução dentro e fora do Brasil.

//instituições de ensino superior da antiguidade

//idade média oriental

As primeiras instituições de ensino do mundo que podem ser consideradas como Ensino Superior, foram as que surgiram nas polis da Grécia Antiga do século XII A.C. até o século IV A.C., como a Academia de Platão e o Liceu de Aristóteles. Porém, estas instituições não foram muito longevas, elas começavam e acabavam de acordo com a vontade individual dos líderes políticos da época. Além disso, a demanda por alunos não era muito expressiva, e se limitava apenas a uma elite intelectual muito pequena, portanto a demanda por moradia estudantil era quase nula.

A primeira vez que uma grande demanda por pessoas formadas em nível superior surgiu foi por volta do século I D.C. na Roma antiga. O desenvolvimento social, econômico e cultural desta civilização levou à fundação de diversas instituições de ensino superior - chamados Atheneum.

Tais instituições ensinavam gramática, retórica, filosofia, medicina, direito, arquitetura e eram similares à universidade atuais, com currículos estabelecidos e entrega de diploma ao final do curso. O sistema de ensino superior dos impérios Romano e Bizantino eram bastante parecidos, e por consequência, as residências estudantis também. Há pouco material de referência sobre o cotidiano dos alunos que moravam nas dependências das escolas, porém, baseado na literatura sobre pedagogia e ensino dos Impérios citados, é possível assumir que os estudantes moravam em alas dentro das galerias das universidades projetadas para este propósito. Os espaços eram utilizados para moradia, estudos, fazer as tarefas de casa e guardar objetos pessoais. Muitos destes estudantes tinham condições de pagar pelo serviço de quarto, que era feito por escravos.

Com o fim do Império Romano e posteriormente, o fim do Império Bizantino, todas as suas escolas de ensino superior também acabaram e, até o século X D.C. não havia outras instituições de ensino superior relevantes na Europa.

Com o fim das civilizações antigas, o centro mundial da ciência e educação migrou para os países árabes. A Universidade de al Quaraouiyine em Fez, Marrocos, foi fundada no ano 859 e é a mais antiga universidade do mundo árabe e está em funcionamento até os dias de hoje. As acomodações para os estudantes eram pequenos quartos com lugar para dormir, estudar e guardar bens pessoais. Assim eram os quartos em Al Quaraouiyine e em diversas outras escolas árabes, como a Universidade AlAzhar, fundada em 988, na cidade do Cairo, Egito. Os quartos eram, geralmente, dispostos ao longo de corredores e virados para o pátio interno das mesquitas. Desta forma, eram otimizados para aulas e palestras.

Muitas universidades no oriente surgiram dentro de prédios religiosos, o que impactou diretamente em suas arquiteturas e, por consequência, nas acomodações estudantis. Este fenômeno pode ser explicado pela grande influência que a religião exerce nas dinâmicas social, política e cultural daquelas civilizações na época. As moradias dos estudantes eram muito parecidas em todas elas, e em geral, remetem às células dos monastérios, que geralmente eram pequenos quartos virados para um pátio central, com lugar para dormir, estudar, rezar e armazenar objetos pessoais.

Apesar de oferecer pouco conforto, eram quartos eficientes para o propósito que foram feitos.

Universidade Al-Azhar, Cairo, Egito. Pátio da Mesquita e planta baixa.

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//idade média e início do renascimento europeu

//revolução industrial

O enfraquecimento da civilização árabe e fortalecimento do oeste europeu, resultou na transição do polo científico e educacional do mundo para as universidades europeias, como em Bolonha, Paris, Coimbra, Oxford e Cambridge. Inicialmente, os prédios e moradias temporárias para os estudantes dessas universidades foram inspirados nos prédios das universidades orientais, como as formas retangulares, ou uma construção que se dá ao redor de um pátio central. Um exemplo disso é o Collegio di Spagna, da Universidade de Bolonha, Itália.

Até então, os estudantes residiam muito próximos a onde aconteciam as aulas de fato. Contudo, futuramente, com o desenvolvimento da educação superior na Europa, os alojamento estudantis foram separados das áreas acadêmicas. Foram realocados em alas separadas dentro do mesmo edifício ou até mesmo construídos novos prédios com este único propósito, como ocorreu no King’s College de Londres em e no Trinity College, em Cambridge. Pela primeira vez, salas de estar são agregadas aos dormitórios individuais. Além disso, foram equipados com pias, armários e outros mobiliários.

As residências estudantis passaram por uma mudança radical durante a época da revolução industrial e início da industrialização no mundo (fim do século XVI até o começo do século XX). Essas mudanças foram causadas por uma mudança abrupta na sociedade, formas de produção e aumento da demanda por mão de obra qualificada. Nessa época, muitas universidades e institutos de educação superior foram construídos, e as universidades já existentes foram ampliadas. O número de estudantes cresceu e, portanto, a demanda por moradias estudantis também. Os novos alojamentos foram construídos ao estilo dos quartéis de exércitos, com amplos cômodos e o maior número possível de camas espremidas dentro do espaço ou então em quartos menores feitos para 3 a 6 pessoas. Os quartos não eram mais individuais e sim coletivos, portanto as residências dispunham agora de pouco conforto, pois o objetivo era atender ao maior número de estudantes possível.

Apesar da eficiência do ponto de vista econômico, este modelo de acomodação estudantil acaba sendo prejudicial para os próprios estudantes, por não proporcionar um nível de conforto satisfatório em nem um espaço pessoal mínimo, o que poderia acarretar em prejuízos no desempenho acadêmico e na saúde dos alunos. Futuramente, muitas universidades passaram a dividir os estudantes entre quartos seguindo alguns critérios, como: estudantes de primeiro e segundo anos juntos, estudantes com mais poder aquisitivos em quartos melhores, estudantes de famílias importantes em quartos separados, etc.

Collegio di Spagna - Bolonha, Itália (1357)

Dormitório do Imperial College of Law, São Petersburgo, Rússia (1910 - 1914)

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//era pós-industrial

//ensino superior e residências estudantis no brasil

Na Era Pós-Industrial, a qualidade técnica dos formados em ensino superior passou a ser mais importante do que a quantidade de pessoas formadas, e esse fato também se refletiu na arquitetura dos alojamentos universitários. Os quartos passam a ser individuais ou, no máximo, para duas pessoas. O tamanho médio dos quartos individuais passa para 10 - 16m² e dos quartos duplos para 14 - 20m². A maioria dos projetos conta com banheiro completo e muitas vezes uma pequena cozinha individual dentro dos quartos. Os ambientes internos são mais bem trabalhados e pensados para dispor de espaços com usos específicos, como salas de estudos, salas de convivência, salas para trabalhos em grupo e áreas de contato com a natureza. Neste período da história, o conforto e o bem-estar passam a ser levados muito em conta para a arquitetura de uma forma geral, tanto no âmbito residencial, quanto corporativo ou institucional.

No Brasil, as residências estudantis não são tão comuns como na Europa ou na América do Norte. As primeiras escolas de ensino superior foram inauguradas no século XIX no País, e a primeira residência estudantil surgiu entre os anos de 1850 e 1860, na Escola de Minas de Ouro Preto, Minas Gerais. A Escola surgiu por conta do Ciclo do Minério e sua demanda por profissionais qualificados para a extração dos minérios, portanto deveria ter local para abrigar os estudantes que vinham de fora da cidade.

Atualmente, a maioria das principais universidades públicas do País dispõem de alojamentos, em geral, destinados a alunos de baixa renda familiar e que moram fora da cidade onde vão estudar, mas as vagas são sempre menores que a demanda. Há também casos em que a universidade paga um auxílio-moradia em dinheiro para que o aluno encontre moradia por conta própria. Na maioria dos casos os estudantes contemplados com o benefício precisam manter um bom desempenho acadêmico até a conclusão do curso. A Universidade pública que abriga a maior quantidade de alunos em alojamentos é a USP dentro do Conjunto Residencial da USP (CRUSP). O conjunto oferece 1187 vagas para alunos de graduação e mais 378 para alunos da pós-graduação, no campus Butantã, em São Paulo.

Conjunto Residencial da USP (CRUSP) em São Paulo, SP

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//casa do estudante universitário da unb (ceu) O programa para moradia estudantil na UnB foi elaborado prevendo a construção de oito edifícios, mas apenas dois deles foram erguidos. A função destes edifícios era abrigar estudantes de baixa renda, estrangeiros ou os que não dispunham de residência em Brasília. Desde a criação da Universidade, a pauta da moradia estudantil esteve presente na discussão e o primeiro plano feito por Lucio Costa já previa a coexistência dos setores residencial e esportivo. Até mesmo os prédios da OCA já serviram como moradia provisória para os professores, mas foram invadidos pelos estudantes posteriormente. Em 1963, foi definida que a área hoje ocupada pelo Centro Olímpico, seria o terreno destinado à moradia estudantil. Então foram imediatamente construídos três barracões de madeira temporários com capacidade para cem estudantes. O plano definitivo de alojamento só foi atendido em 1970, com a construção dos blocos A e B da CEU, compostos por 92 apartamentos.

Os edifícios projetados dispunham de apartamentos duplex, erguidos sobre pilotis e implantados próximo à área do Centro Desportivo da UnB. Os prédios, porém, foram implantados relativamente longe dos principais prédios da Universidade e da cidade de forma geral, mas por outro lado tem o privilégio de estarem bem próximos ao Lago Paranoá. Cada bloco tem dimensões gerais de 76 x 15m e está dividido em doze módulos transversais e estruturais. Cada módulo contém dois apartamentos divididos por um corredor central: um apartamento virado para o sul e outro para o norte.

Assim, cada bloco possui 4 níveis e 46 apartamentos, com capacidade inicial de seis estudantes por unidade. Os dois blocos foram inteiramente reformados em 2013, pela primeira vez desde sua inauguração, e os apartamentos agora abrigam 4 estudantes, totalizando 360 moradores divididos entre os dois blocos. A CEU conta ainda com sala de adminstração, portaria, academia e sala de estudos.

Casa do Estudante Universitário na década de 1970

Casa do Estudante Universitário após a reforma

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//casa do estudante universitário da unb (ceu)

Fachada do Bloco A da CEU - UnB

Pilotis do bloco A da CEU após a reforma

Planta baixa do Bloco A da CEU - UnB

Perspectiva interna do apartamento original da CEU - UnB

Cozinha da CEU após a reforma

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//estado da arte e referências projetuais Para estudo do Estado da Arte serão utilizadas como referências outras residências estudantis em diferentes países. O foco será entender o que se oferece de mais moderno e atual dentro da tipologia aqui proposta, afim de ter insumos para implantação do projeto, localização na cidade, programa de necessidades e diretrizes relevantes.

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//erasmus campus student housing arquitetura: mecanoo área total: 9.000 m² ano de inauguração: 2018 localização: rotterdam, holanda

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//erasmus campus student housing Com mais de 20.000 estudantes e lotação máxima em todos os prédios de alojamento estudantil, a Erasmus Universiteit Rotterdam encomendou um projeto de arquitetura para mais um edifício que abrigasse estudantes estrangeiros no principal campus da universidade. O projeto foi desenvolvido pelo conhecido escritório holandês Mecanoo Architecten. O projeto fica localizado num importante cruzamento de vias da cidade, mas tem o desafio de lidar com o trânsito barulhento.

O volume do edifício é um prisma de base losangular e tem 25 metros de altura. A residência conta com 281 quartos individuais dispostos em 8 pavimentos. No centro do edifício há um pátio do térreo até a cobertura, que traz luz e ventilação para o interior e ainda funciona como rua interna que se conecta ao sistema viário do campus. Toda a circulação do edifício se dá nos corredores voltados para este pátio central, por eles são acessados os quartos, salas de estudos, lavanderia, concierge e o bicicletário. A estrutura geral do projeto é bastante ortodoxa: embasamento com as áreas comuns, pavimentos mais altos com áreas privativas e coroamento no topo.

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//erasmus campus student housing

Planta baixa - Pavimento térreo

Planta baixa - Primeiro pavimento

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//grand morillon student residence arquitetura: kengo kuma & associates (kkaa) e cche lausanne sa área total: 30.767 m² ano de inauguração: 2021 localização: genebra, suíça

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//grand morillon student residence Em 2017, o escritório japonês Kengo Kuma & Associates venceu o concurso internacional promovido pela Graduate Institute of International Development Studies de Genebra, Suíça. O concurso pedia uma proposta de projeto de um edifício para moradia estudantil que abrigasse cerca de 700 estudantes. Além dos diversos tipos de quartos e apartamentos, havia a necessidade de áreas comuns: cozinhas compartilhadas, lavanderias, áreas desportivas, biblioteca, salas de estudo, cafeteria e outras.

“Nós queríamos evitar a tradicional divisão entre áreas comuns no térreo e apartamentos nos andares de cima, que depende muito da circulação vertical por meio de elevadores. Ao invés disso, propomos uma espécie de passarela ascendente encravada nas laterais do edifício, que permite que os usuários acessem todos os andares do prédio, desde o térreo até o terraço na cobertura. Todas as áreas comuns são acessíveis por meio deste caminho.” - KKAA

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//grand morillon student residence Desta forma, a própria arquitetura do edifício incentiva seus usuários a adotarem um “estilo de vida a pé”, o que faz com que os moradores se encontrem frequentemente pelas áreas do edifício. Como todos os estudantes que moram lá são estrangeiros, a ideia dos arquitetos é fazer o edifício promover um senso de comunidade a eles, já que passarão bons anos morando e estudando juntos por lá.

A identidade visual do edifício é marcada pelo contraste dos brises metálicos em cor branca por toda a fachada e a passarela que é revestida em madeira. Os brises são individuais de cada apartamento e podem ser completamente abertos ou fechados. O interior do edifício também é marcado pelo uso de revestimentos mais “quentes”, em especial a madeira, que contrasta com os elementos cinzas e brancos. Os quartos tem inspiração na arquitetura japonesa e também contam com muito uso de madeira. Todos os quartos foram projetados para otimizar ao máximo o uso do espaço, mas sem deixar de lado o conforto, a exemplo do peitoral baixo do janela, onde foi instalado um banco que serve pode servir como assento para a mesa de jantar, sofá, armário ou apenas como apoio na hora de abrir e fechar as janelas.

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//erasmus campus student housing Há quatro tipos diferentes de quartos, e cada um atende a demandas diferentes. O quarto básico é chamado de “studio” e conta com uma cama de solteiro, bancada de estudos, armários, prateleiras e banheiro individual. Neste tipo a cozinha é compartilhada com até outros 20 estudantes. Já o “studio plus” tem os mesmos mobiliários do “studio” com a adição de uma pequena cozinha individual, chamada de kitchenette. O terceiro tipo é o “couple’s apartment” ou apartamento de casal, e combina dois módulos do studio comum com a adição da kitchenette. É um apartamento acessível para PCD e tem o dormitório separado da área de estar. Por último, os apartamentos de dois ou três quartos já são unidades maiores feitas para famílias ou estudantes que queiram compartilhar um apartamento.

A residência também conta com um grande trabalho de design gráfico. Além do logotipo do edifício e da identidade visual, há placas de sinalização espalhadas por todas as áreas do prédio. Elas informam os usuários de sua localização atual no prédio e indicam rotas para outras áreas.

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//campus north residential commons arquitetura: studio gang área total: 37.000 m² ano de inauguração: 2016 localização: chicago, eua

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//campus north residential commons O Campus North Residential Commons é um conjunto de três prédios multiusos. O complexo tem como objetivo oferecer um grande espaço de socialização dentro do campus da Universidade de Chicago e ser ponto de referência para a comunidade estudantil. O espaço oferece moradia estudantil, restaurantes, lojas, áreas verdes, bares, academia e diversas áreas de lazer. Está localizado no campus da Universidade e ao lado do Hyde Park, importante parque público de Chicago, portanto a ideia é integrar a comunidade acadêmica à cidade.

As dimensões dos prédios estão em sintonia com seu entorno imediato - a torre mais alta está dentro da escala dos prédios mais altos da Universidade, e as torres mais baixas estão seguindo a escala das casas e prédios residenciais que também estão por perto. A fachada dos prédios é revestida por painéis de concreto pré-fabricados, dando um ar mais contemporâneo ao campus da Universidade, que é tradicionalmente composto por edifícios neogóticos.

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//campus north residential commons A parte do edifício voltada para moradia estudantil é subdividida em partes menores chamadas de “house hubs”. Cada house hub é composto de 3 pavimentos que são interligados por escadas internas, como uma espécie de triplex, e cada módulo comporta em torno de 100 estudantes. Dentro de cada hub estão as áreas comuns como cozinhas, salas de estudos, salas de convivência e outros. O prédio é dividido desta forma para incentivar o senso de comunidade e a socialização de alunos de diferentes cursos e semestres na faculdade. Todos os hubs compartilham uma área em comum, que é onde fica a biblioteca, sala de leitura, sala de música, jardins e outros espaços de convivência. Esta subdivisão em módulos, ou hubs, influencia diretamente no desenho da fachada.

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//campus north residential commons

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//moradia estudantil unifesp osasco 1° lugar do concurso arquitetura: h+f arquitetos área total: 9.286 m² ano de projeto: 2015 localização: osasco - sp, brasil

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//moradia estudantil unifesp osasco

Dos arquitetos: “A implantação da Moradia Estudantil do Campus Osasco da UNIFESP oferece a oportunidade de configurar uma das “portas” de entrada ao novo campus e de simbolizar, através de sua arquitetura, a dimensão pública da vida estudantil em uma universidade federal.

Simultaneamente, é necessário conferir aos espaços um caráter doméstico e acolhedor, que permita realizar a mediação com a atmosfera residencial e pouco densa do bairro no qual o conjunto se insere. Outra questão primordial a enfrentar é a caracterização dos espaços vazios, configurando com clareza, através das edificações e do posicionamento dos programas, os limites e os pontos de contato entre os setores de acesso livre público e os de acesso controlado” A organização das edificações do conjunto conformando um pátio apresentou-se como a mais coerente com as premissas urbanas adotadas além de possibilitar uma condição de “dupla fachada” dos programas de uso coletivo geral que podem dessa forma ativar tanto o pátio interno como a praça pública.

A implantação da tipologia do bloco com pátio sobre a topografia acidentada permitiu o terraceamento da massa edificada, criando uma condição de múltiplos níveis junto ao chão (múltiplos térreos), uma série de terraços frequentáveis nas coberturas e uma grande diversidade de situações espaciais. O programa como um todo se resolve em oito níveis, no entanto a altura dos segmentos se limita a uma variação entre térreo +2 e térreo +4 pavimentos. Essa situação facilita ainda a acessibilização plena do conjunto, que se realiza através dos dois elevadores, posicionados junto às portarias, e do sistema de rampas internas e externas.

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//moradia estudantil unifesp osasco Nos trechos que configuram o perímetro de contato com os espaços públicos (segmentos A/D/E/F), os pontos de contato com o chão abrigam os programas de uso coletivo geral que melhor aproveitam a condição de duplo acesso (interno e externo). Assim, se configuram tanto no pátio como na praça, “largos” que se vinculam a diferentes programas - largo do cineclube/teatro, da biblioteca comunitária, do ateliê comunitário, da academia e do salão multiuso.

A distribuição dos núcleos de moradia e dos espaços de uso coletivo intermediário (estar e estudo) atende as quantidades solicitadas, mas seu posicionamento, aliado ao sistema de circulação interna, permite uma utilização flexível, que evita a configuração de unidades de vizinhança estáticas. Desta forma os usuários podem escolher o espaço que desejam utilizar a partir de relações dinâmicas, sejam de proximidade ou de afinidade, entre muitas outras.

A modulação estrutural, com vãos relativamente reduzidos, permite a utilização de peças convencionais e econômicas de mercado. Essa lógica se aplica igualmente aos sistemas de vedação, que utilizam painéis e placas leves e padronizadas.

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//estudo do sítio L2 Norte | Setor de Grandes Áreas Norte (SGAN) 608 O terreno escolhido para implantação do edifício está na Asa Norte do Plano Piloto de Brasília, mais especificamente no Setor de Grandes Áreas Norte (SGAN), quadra 608, Módulo E. O terreno possui 12.000 m² de área e fica localizado na via L2 com possibilidade de acesso pela via L3.

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//localização A Asa Norte é uma região nobre e central de Brasília e está entre os bairros com os maiores índices de qualidade de vida do Brasil. É moradia de diversos políticos, funcionários públicos de alto escalão, artistas e um grande público universitário. Oferece muitas opções de serviços, lazer, saúde e educação. Na Asa Norte está localizado o Campus Darcy Ribeiro, o maior e mais importante da UnB, além de diversas outras universidades particulares.

Também estão localizadas muitas escolas públicas e particulares, shoppings centers, supermercados, hospitais públicos e privados, incluindo o Hospital Universitário de Brasília (HUB), parques públicos como o Olhos d’Água, área de lazer na orla do Lago Paranoá, muitos bares e restaurantes frequentados pelo público universitário e templos religiosos. A Asa Norte também oferece diversos clubes e centros desportivos. Por fim, o transporte e acesso ao bairro é feito principalmente por meios rodoviários, como carro e ônibus, pois o bairro ainda não oferece linha de metrô, como acontece na Asa Sul. Há ainda ciclovias que cruzam a Asa Norte de ponta a ponta.

Plano Piloto de Brasília Em laranja, área da implantação do projeto

Foto aérea da Asa Norte. Fonte: TV Brasil

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//escolha do terreno

//mapa de situação

O terreno foi escolhido fora do campus da Universidade por motivos estratégicos. Uma das maiores reclamações dos moradores da Casa do Estudante Universitário (CEU) é sua localização. A CEU está dentro do campus, próxima ao Centro Olímpico (CO) e bem próxima ao Lago Paranoá. Porém está longe dos principais edifícios da Universidade e longe da infraestrutura urbana, como mercados, bares, restaurantes e comércio em geral, ainda mais levando em consideração que a maior parte de seus moradores não possui carro, portanto fazem seus trajetos prioritariamente a pé ou de ônibus. Portanto, ao implantar a moradia estudantil na 608 norte, os estudantes estarão completamente inseridos no contexto urbano. Em frente a um ponto de ônibus, próximo a supermercados, comércio variado, bares, restaurantes e todo tipo de serviço. Além disso, essa é uma forma de quebrar a barreira de isolamento entre cidade e universidade, fomentando a universidade aberta. Contudo, mesmo tecnicamente fora do campus, ainda estão muito próximos a ele e seus principais edifícios. A implantação da residência neste terreno resolve tanto a questão da inserção do estudante na vida urbana quanto a proximidade ao campus.

Legenda: Terreno 1 - Comércio local 408/409 Norte 2 - Colina da UnB

Perspectiva aérea do terreno Fonte: Google Maps

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3 - FD, FACE e Pavilhões da UnB 4 - ICC Norte 5 - Restaurante Universitário

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//mapa de implantação

//mapa de vias e acessos

te Nor

te Nor

L3 VIa

L3 VIa te Nor

te Nor

L2 V Ia

L2 VIa

Legenda: Terreno

Legenda: Acessos ao terreno

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//mapa de equipamentos urbanos

//estudo solar

Estudo solar no Verão

Legenda: Terreno 1 - Faculdade IDP 2 - Batalhão da Polícia Militar 3 - Supermercado 4 - Ponto de ônibus

Estudo solar no Inverno 5 - Hospital 6 - Superquadra 408 norte residencial 7 - Colégio CNEC 8 - Igreja adventista

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//projeto

//implantação no terreno

//quantitativos gerais Apartamentos : Individuais: 124 Compartilhados: 83 Total: 207 unidades, 290 moradores Cozinhas: 2 por módulo Total: 9 cozinhas compartilhadas Vagas de estacionamento: Cobertas: 108 Áreas: Garagem: 2.400m² Térreo: 4.480m² 1º Pavimento: 931m² 2º Pavimento: 4.824m² 3º Pavimento: 4.824m²

Planta de Implantação

TOTAL: 17.459m² /68

//volumetria

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//volumetria

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//planta de cobertura

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Planta de cobertura Escala: 1/500

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//planta baixa do térreo

y

Planta baixa - Térreo Escala: 1/500

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//planta baixa 1º pavimento

Planta baixa - 1º Pavimento Escala: 1/500

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//planta baixa 2º pavimento

Planta baixa - 2º Pavimento Escala: 1/500

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//planta baixa 3º pavimento

Planta baixa - 3º Pavimento Escala: 1/500

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//ampliações dos apartamentos

Planta baixa - Apartamento individual

Planta baixa - Apartamento duplo

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//planta baixa - garagem

Planta baixa - Garagem Escala: 1/500

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//cortes

Corte E - Implantação do Edifício no Terreno Escala: 1/500

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//cortes

Corte C Escala: 1/500

Corte D Escala: 1/500

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//cortes

Corte B Escala: 1/500

Corte A Escala: 1/500

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//referências bibliográficas

//referências bibliográficas

POPOV, Aleksey Vladimirovich. Historical Development Stages of the Student Youth Accommodation Architecture from Dormitories Prototypes to PostIndustrial University Campuses. International Journal of Civil Engineering and Technology (IJCIET) 9(11), 2018, pp. 2526–2536. Disponível em: http://iaeme.com/Home/issue/IJCIET? Volume=9&Issue=11. Acesso em: 11 nov. 2022.

Grand Morillon Student Residence / CCHE. 2022. Disponível em: https://cche.ch/en/Projects/grand-morillon-student-residence/#chambres. Acesso em: 23 nov. 2022.

Grand Morillon Student Residence. Geneva Graduate Institute, 2022. Disponível em: https://www.graduateinstitute.ch/housing/our-residences/grand-morillon-studentresidence. Acesso em: 23 nov. 2022

Student Housing: A History. GradGuard. 26 de agosto de 2021. Disponível em: https://blog.gradguard.com/2021/08/26/student-housing-a-history/. Acesso em: Acesso em: 11 nov. 2022.

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CHIRATO, Denise. Conheça faculdades públicas com moradia gratuita ou subsidiada.

Veja. 04 de janeiro 2017. Disponível em: /https://veja.abril.com.br/brasil/conhecafaculdades-publicas-com-moradia-gratuita-ou-subsidiada. Acesso em: 21 nov. 2022

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Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/24991109/historico-das-moradias-estudantis.

Acesso em: 22 nov. 2022

Primeiro Lugar no Concurso Para Moradia Estudantil da UNIFESP Osasco / H+F Arquitetos. ArchDaily Brasil, 05 de abril de 2015. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/764878/primeiro-lugar-no-concurso-para-moradiaestudantil-da-unifesp-osasco-herenu-plus-ferroni-arquitetos. Acesso em: 28 nov. 2022

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