O seu nome é Sophia de Mello Breyner Andresen

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Autoras: Ana Sá, Ana Isabel Gomes, Beatriz Torres,

Daniela Melo, Mariana Martins

Ilustrações: Pinterest e Google

Número de Edição: 1ª. edição

Local da Edição: Viana do Castelo

Data da Edição: maio de 2024

Tiragem: 1 exemplar

Data de impressão: maio de 2024

Sophia de Mello Breyner Andresen

Ana Sá, Ana Isabel Gomes, Beatriz Torres, Daniela Melo, Mariana Martins Viana do Castelo
2024

Numa terra onde os ventos brincam

entre os rios e as montanhas, nasceu uma estrela de luz poética

chamada Sophia de Mello Breyner

Andresen, no doce dia 6 de novembro de 1919, na cidade do Porto.

Foi lá, entre sorrisos de pedras antigas, que viveu uma doce infância. Ah! Mas a jornada de Sophia não parou por ali! Entre os anos de 1939 e 1940, ela mergulhou nos segredos das letras na Universidade de Lisboa, onde estudou Filologia Clássica.

O seu coração de poesia transbordava nas páginas dos Cadernos de Poesia em 1940, quando pela primeira vez os seus versos dançaram para o MUNDO. Mas foi em 1944 que uma jóia brilhou intensamente: o seu primeiro livro de poemas, "Poesia", encantou todos os corações em que tocou, dando início a uma jornada inesquecível, em que as suas palavras se tornaram asas para inúmeras almas.

Sophia, não só encantou o seu país como o mundo inteiro. Os seus livros voaram além fronteiras e foram traduzidos nas línguas que o vento sussurra. Os prémios? Eles vieram como flocos de neve numa noite estrelada. O Prémio Camões em 1999, o Prémio Poesia Max Jacob em 2001 e o Prémio Rainha Sofia de Poesia

Ibero-Americana foram apenas alguns dos tesouros que adornam a sua coroa do mundo da poesia.

Mãe de cinco filhos, Sophia transformou contos em sonhos e presentes em pequenos corações que ansiavam por aventuras. Contudo, a sua jornada não se limitou às palavras, pois no seu coração de fada também havia justiça. Com coragem, elevou a sua VOZ contra o regime sombrio de Salazar e apoiou causas nobres como a candidatura do general Humberto Delgado e a libertação de Timor-Leste. Nos bosques da história, ela foi uma das fundadoras da Comissão Nacional de Apoio aos Presos Políticos, tornando-se uma luz de esperança naqueles tempos sombrios.

E quando as flores da liberdade finalmente floresceram após o 25 de Abril, ela foi eleita para a Assembleia Constituinte, levando os sonhos de um país melhor no coração.

Mas, como todas as estrelas, Sophia teve o seu momento de despedida. A 2 de julho de 2004, fundiu-se com o céu de Lisboa e dez anos depois, em 2014, o reino reconheceu a sua GRANDEZA e os seus restos mortais encontraram um lar eterno no Panteão Nacional. No centenário de seu nascimento, datado a 6 de novembro de 2019, o reino das fadas conferiu-lhe uma honra sublime:

o Grande-Colar da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada. Assim, o conto de Sophia de Mello Breyner Andresen continua a brilhar numa história de magia e coragem que jamais será esquecida.

Sinopse: No regresso de uma longa peregrinação à Palestina, o Cavaleiro tem apenas um desejo: voltar a casa a tempo de celebrar o Natal com a sua família. Nessa viagem, maravilha-se com as cidades de Veneza e Florença, e ouve histórias espantosas sobre pintores, poetas e navegadores. São muitas as dificuldades com que se depara, mas uma força inabalável parece ajudá-lo a passar essa noite tão especial com aqueles que mais ama…

Sinopse: Num jardim maravilhoso, existe uma estátua que, à noite, se enche de vida e reina sobre todas as plantas, com justiça e sensatez. Florinda

vai conhecer o Rapaz de Bronze

e viver uma dessas noites mágicas onde a verdadeira naturezadosseresserevela.

Sinopse: - E não se pode ir além do Bojador? Esta pergunta inquietava um povo cansado e os espíritos mais conservadores, que acreditavam que o cabo era habitado por terríveis monstros marinhos que arrastavam homens e barcos para os abismos do mar. Mas o Infante via mais longe. Com Gil Eanes à proa dos seus navios e dos seus sonhos, queria ultrapassar o medo do desconhecido e iniciar uma nova era económica e de conhecimento.

“Soneto à maneira de Camões”

Esperança e desespero de alimento

Me servem neste dia em que te espero

E já não sei se quero ou se não quero

Tão longe de razões é meu tormento.

Mas como usar amor de entendimento?

Daquilo que te peço desespero

Ainda que mo dês - pois o que eu quero

Ninguém o dá senão por um momento.

Mas como és belo, amor, de não durares,

De ser tão breve e fundo o teu engano,

E de eu te possuir sem tu te dares.

Amor perfeito dado a um ser humano:

Também morre o florir de mil pomares

E se quebram as ondas no oceano.

“Mar”

De todos os cantos do mundo

Amo com um amor mais forte e mais

profundo

Aquela praia extasiada e nua,

Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.

Cheiro a terra as árvores e o vento

Que a Primavera enche de perfumes

Mas neles só quero e só procuro

A selvagem exalação das ondas

Subindo para os astros como um grito puro.

I
II

Bebido o luar, ébrios de horizontes, Julgamos que viver era abraçar

O rumor dos pinhais, o azul dos montes

E todos os jardins verdes do mar.

Mas solitários somos e passamos,

Não são nossos os frutos nem as flores, céu e o mar apagam-se exteriores

E tornam-se os fantasmas que sonhamos.

Porquê jardins que nós não colheremos, Límpidos nas auroras a nascer,

Porquê o céu e o mar se não seremos

Nunca os deuses capazes de os viver.

“Ausência”

Num deserto sem

Numa noite sem lua

Num país sem nome

Ou numa terra nua

Por maior que seja o desespero

Nenhuma ausência tua.

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