Jornal Giro - 51

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Livro conta e discute a história de Divinópolis PÁGINA 5

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JORNAL DA FUNEDI/UEMG Ano 9 Nº 51 Abril/Maio/Junho de 2012

Divinópolis centenária

1912 – 2012

ILUSTRAÇÕES E FOTOGRAFIA: NILTON BUENO


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Ano 9 Nº 51 Abril/Maio/Junho de 2012

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com a palavra...

editorial

Desenvolvimento regional

Centenário percorridos por tropeiros e viajantes onde, futuramente, seguiriam quase 220 mil pessoas e desenhos urbanos. Mas quem construiu a cidade de hoje? Muito além das observações, foram os mais diversos estratos em conjunto. Desse montante, essa cidade, mesmo chegando ao centenário, ainda busca se conhecer dentro de sua diversidade econômica e cultural: várias Divinópolis, outras Divinópolis. De todo esse complexo social, a FUNEDI/UEMG, nos seus quase 50 anos de tradição, atua no ensino superior assumindo, sempre, o seu papel de confrontar a visão da comunidade com a visão técnica para enriquecer a visão científica e a concepção de ser humano e de universo. Divinópolis: 100 anos de emancipação administrativa.

Itapecerica da Freguesia de Pitangui, Paragens do Itapecerica, Arraial do Espírito Santo do Itapecerica e Henrique Galvão – esses foram alguns nomes antes de o progresso atingir o CentroOeste mineiro, um local que é passagem e, ao mesmo tempo, tem a vocação de ser polo. A potência energética das corredeiras do Itapecerica e a localização territorial foram alguns fatores que garantiram a vinda do entroncamento da Estrada de Ferro Oeste de Minas. Os disparos dos apitos das locomotivas atravessavam as terras mineiras pelos campos e planaltos, e, com esses motores, o desenvolvimento do setor metalúrgico. Os trilhos da ferrovia foram desenhados pelas picadas das bandeiras, que delineavam os caminhos

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expediente FUNEDI/UEMG Divinópolis Avenida Paraná, 3001, bairro Jardim Belvedere CEP 35501–170 – Divinópolis (MG) – Telefone (37) 3229-3500 FUNEDI/UEMG Cláudio Rodovia MG 260, s/nº, km 33, bairro Cachoeirinha CEP 35530–000 – Cláudio (MG) – Telefone (37) 3381-3926 FUNEDI/UEMG Abaeté Rua João Gonçalves, 197, bairro Amazonas CEP 35620–000 – Abaeté (MG) – Telefone (37) 3541-2172 FUNEDI/UEMG Pitangui – Parceria com a EPAMIG Fazenda Experimental – FEPI Acesso: BR 262 até o trevo de Pitangui ou MG 423 até Pitangui CEP 35650–000 – Pitangui (MG) – Telefone (37) 3271-1239

www.funedi.edu.br

PRESIDENTE DA FUNEDI/UEMG Professor Gilson Soares INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR E PESQUISA (INESP) Coordenador Geral: Professor Fabrízio Furtado de Souza FACULDADE DE CIÊNCIAS GERENCIAIS DE CLÁUDIO (FACIG) E DO INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DE CLÁUDIO (ISEC) Coordenador Geral: Professor Cláudio Rodrigues Duarte INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DE DIVINÓPOLIS (ISED) Coordenadora Geral: Professora Ana Cristina Franco Rocha Fernandes INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO ALTO SÃO FRANCISCO (ISAF) E DO INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS (ISAB) Coordenadora Geral: Professora Nilcileia Cristina de Melo INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DE PITANGUI (ISAP) Coordenador Geral: Professor Fábio Daniel Tancredi CENTRO DE REFERÊNCIA TÉCNICA EM EXTENSÃO, PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO Secretária Executiva: Rosimeire Santos Peixoto

CURSOS OFERECIDOS: Administração, Agronomia, Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Comunicação Social (Jornalismo), Comunicação Social (Publicidade e Propaganda), Enfermagem, Engenharia Civil (ênfase em Meio Ambiente), Engenharia da Computação, Engenharia de Produção, Fisioterapia, História, Letras, Matemática, Pedagogia, Psicologia, Química e Serviço Social

ENDEREÇO Avenida Paraná, 3001, bairro Jardim Belvedere CEP 35501–170 – Divinópolis (MG) Telefone (37) 3229-3592 E-mail: giro@funedi.edu.br Internet: www.divinopolis.uemg.br link “Publicações”

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JORNAL DA FUNEDI/UEMG Ano 9 Nº 51 Abril/Maio/Junho de 2012 CONSELHO EDITORIAL: Daniela Couto

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Elvis Gomes

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Fabrício Terrezza

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Miriam D. S. Fonseca

EQUIPE DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO: Arnaldo Pires Bessa Bruno Soares Diêgo Garcia Elvis Gomes Fabrício Terrezza Marcos Mattos Rocha Couto Morais

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Daniela Marina de

COORDENAÇÃO: Fabrício Terrezza

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DIAGRAMAÇÃO: Daniela Couto REVISÃO: Bruno Soares

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Elvis Gomes

Daniela Couto

Fabrício Terrezza

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Miriam D. S. Fonseca

EDITOR RESPONSÁVEL: Elvis Gomes (registro profissional nº 12791/MG) TIRAGEM: 10 mil exemplares/Distribuição gratuita FOTOLITOS E IMPRESSÃO: Sempre Editora (Belo Horizonte – MG)

Escreva para o GIRO. Indique matérias que você gostaria que fossem publicadas pelo jornal, que é um dos instrumentos de integração entre a instituição e a comunidade.

Gilson Soares PRESIDENTE DA FUNEDI

Nesses 100 anos de Divinópolis, é com muita satisfação que eu parabenizo a cidade, na minha condição não só de cidadão, mas de presidente da FUNEDI, que é uma instituição parceira, que participou e vem participando do desenvolvimento da cidade e da região. Gostaria que esse momento fosse de muita reflexão, e isso vem sendo feito de maneira brilhante, principalmente, a produção de conhecimento ligado à história de Divinópolis. Mas, mais importante ainda é nós usarmos todo esse conhecimento de nossa história para pensarmos na cidade que nós queremos ter daqui para frente. No centenário, acho muito importante também lembrarmos um pouco da FUNEDI e o que ela representou no contexto de evolução da nossa cidade. Há quase 50 anos, foi criada em Divinópolis a primeira escola de nível superior voltada para a formação de professores com cursos de Pedagogia, Letras, Ciências Sociais. Naquele momento, a FUNEDI teve um papel muito claro, que era o de suprir as escolas, a rede pública de ensino, com profissionais graduados como professores. Até então, praticamente, não existia professor com graduação em Divinópolis e na região. Hoje, a maioria das cidades da região e, particularmente, Divinópolis, tem mais de 80% de professores graduados, todos formados pela FUNEDI. Isso cumpre um papel historicamente importante em termos de educação. É importante destacar que, cada vez mais, a FUNEDI vem tentando não só formar profissionais, mas interferir ou participar, de alguma forma, do desenvolvimento do município e da região a partir do Centro de Referência em Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação, que nos permitiu, em parceria com outros órgãos de pesquisa do estado e até da nação, desenvolver vários projetos e pesquisas que possibilitaram, ao longo do tempo, produzir conhecimento sobre nossa cidade. Entretanto, é preciso que, nesse momento, além de eventos, nós possamos refletir

sobre qual cidade queremos, uma cidade que valoriza sua cultura, saúde, educação. E é nesse direcionamento que as escolas de nível superior, particularmente a FUNEDI, têm que trabalhar e buscar respostas. Quando falamos da importância da FUNEDI em Divinópolis e na região em termos de formação de professores é preciso começar a destacar que não foi só essa perspectiva que a instituição tomou ao longo de sua história: ela participou também na formação de outros profissionais. A partir, principalmente da década de 1990, ela começa a se envolver em outras linhas, em termos de processo de formação de profissionais para a região. Então, a instituição percebeu que era preciso não só formar profissionais, mas, sim, formar um leque de profissionais com alta qualificação. Daí, desenvolvemos a pós-graduação, culminando, agora, com a aprovação pela CAPES de um mestrado de extrema importância para a região, que é o de formação de profissionais para o planejamento urbano e regional. Nós, há dois anos, concluímos, através de uma parceria com o estado, a elaboração do Plano Diretor de 26 cidades do Centro-Oeste, diretamente ligadas a nós. E ficou muito claro naquele momento, no desenvolvimento desses projetos, a carência de recursos humanos para levá-los para frente, correndo-se o risco de ter um Plano Diretor muito bem feito, mas que poderia ficar engavetado por falta de profissionais qualificados para desenvolvê-los. Assim, o mestrado surge na tentativa de qualificar esses recursos humanos. Além dessa preocupação de inserção na região através de nossas pesquisas e trabalhos de extensão, nós sentimos necessidade de, em alguns lugares, termos uma unidade da FUNEDI, devido à sua área de abrangência. Assim, nós criamos uma unidade em Cláudio, com os cursos de Administração, Ciências Contábeis, Pedagogia e Serviço Social. Cláudio hoje

FABRÍCIO TERREZZA

é um dos grandes polos, talvez o maior deles na América Latina, de produção de móveis de alumínio. A cidade precisa então, cada vez mais, de mão de obra qualificada. Dessa forma, Cláudio é hoje uma cidade que, praticamente, não tem pessoas desempregadas, pois ela absorve todas as suas demandas. Outro exemplo é Abaeté, que é centro de uma microrregião, e era totalmente desprovida de ensino superior, até nós chegarmos. Lá, nós criamos uma unidade com cursos de Administração, Ciências Contábeis, Pedagogia e Serviço Social. Essa estratégia que vem sendo adotada de formar ou instalar cursos a partir da demanda que se tem em Divinópolis e região demonstra de forma muito clara a nossa inserção no mercado e como as pessoas formadas na FUNEDI auxiliam no processo de desenvolvimento regional. O ensino superior em Divinópolis representa um avanço para uma cidade que pretende ser cada vez mais urbanizada, industrializada, mas sem perder de vista o nível e a qualidade de vida das pessoas. E para isso é preciso ter instituições que formem profissionais com uma maneira diferente de olhar para sua cidade. É preciso que o engenheiro tenha noção da sua dimensão de cidadania, a enfermeira se preocupe com a saúde coletiva, o jornalista esteja preocupado não só em elevar e difundir o nome da cidade, mas em tentar difundir ações que possam melhorar as condições de vida no município. Eu acho que essa preocupação da FUNEDI está entranhada já dentro da comunidade, no tipo de profissional que se forma aqui. E, certamente, acho que todos as outras instituições de ensino superior vêm tentando esse caminho também.

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GRADUAÇÃO

Pensar no futuro, agir no presente Institutos mantidos pela FUNEDI/UEMG em Divinópolis e Abaeté apresentam alguns de seus cursos Daniela Couto

que o percurso da formação ofereça alicerces fortes para o desenvolvimento de um profissional pleno. Então, qual curso fazer? Enfermagem? Engenharia da

Computação? Pedagogia? Ou Serviço Social? Essas são as opções oferecidas no 2º vestibular 2012 do INESP, ISED e ISAB, que acontece dia 24 de junho, nas

unidades mantidas em Divinópolis e Abaeté. As inscrições vão até dia 22 de junho e podem ser feitas pelo www.funedi.edu.br. A seguir, informações sobre os cursos.

Enfermagem / INESP, em Divinópolis / 5 anos

Engenharia da Computação / INESP, em Divinópolis / 5 anos

Pedagogia / ISED, em Divinópolis / 4 anos

Serviço Social / ISAB, em Abaeté / 4 anos

litar de atenção ao ostomizado: construindo a rede de formação de cuidados em ostomias”. Quanto ao mercado de trabalho, Fernanda afirma: “sempre haverá lugar para trabalhar, mas tem que ser bom, tem que ter conhecimento e habilidade”.

explica Thiago. O curso de Engenharia da Computação desenvolve ainda o projeto de pesquisa “Recuperação de informação na internet e disponibilidade de dados governamentais em formato livre e padronizado”. Sobre a profissão, Thiago observa: “é uma área interessante, em franco crescimento, necessitando de profissionais, com mercado de trabalho aberto e excelentes salários. Temos alunos estagiando já no 1º período do curso devido à alta demanda, sem contar os que já estão empregados, e, ainda, tem a possibilidade de pesquisa e inovação próprias”.

ILUSTRAÇÕES: ARNALDO BESSA

A escolha de uma profissão, de uma carreira, às vezes, tem a ver com sonhos, às vezes, tem a ver com o

mercado, às vezes, com habilidades. As motivações que influenciam as escolhas podem ser várias, ou únicas, mas o importante é que o caminho seja bem feito e

Enfermagem Dedicação. Cuidado. Responsabilidade. No cotidiano da profissão, momentos alegres e tensos compõem, num ritmo próprio, o trabalho que envolve a atenção com a saúde, entendida, principalmente, como bem estar integral. “Você tem que gostar da Enfermagem, dedicar-se aos estudos, ter muito respeito com o próximo. Quando a pessoa procura uma unidade de saúde, mesmo que não seja uma situação grave, para a pessoa, é grave. Ouvir essa pessoa, atendê-la bem, faz toda a diferença”, afirma a coordenadora do curso de Enfermagem do INESP, Fernanda Marcelino de Rezende. Assim, a formação do enfermeiro envolve, entre outras, disciplinas ética e bioética, psicologia aplicada à saúde, técnicas e fundamentos de enfermagem, anatomia e saúde coletiva. Por meio do embasamento teórico e prático, o estudante tem contato com as várias áreas da enfermagem como hospitalar, saúde da família, saúde mental, terapia intensiva e urgência e emergência. Há, também, aulas em laboratórios e estágios curriculares em unidades de pronto atendimento, unidades básicas de saúde e hospitais em Divinópolis, Carmo do Cajuru e São Gonçalo do Pará. O curso mantém , ainda, iniciativas voltadas para a comunidade como o projeto “Mãos Amigas”, com foco em prevenção ao câncer de mama, e o projeto “Reabi-

Engenharia da Computação Inovação, desafios e atualizações constantes fazem parte do dia a dia do engenheiro da computação. “Além de desenvolvimento de sistemas, o profissional é apto para atuar na área de redes de computadores, eletrônica e robótica, propondo novos dispositivos”, explica o coordenador do curso de Engenharia da Computação do INESP, Thiago Magela. Durante o curso, o futuro profissional passa por disciplinas como matemática, física e química, pois, conforme explica Thiago, toda a base da computação é matemática e lógica. O estudante tem ainda disciplinas relacionadas à ética, empreendedorismo e inteligência artificial. Há também atividades extracurriculares, como maratonas de programação , em que os alunos competidores devem resolver, em menor tempo possível e com soluções corretas, problemas envolvendo lógica e matemática, e, também, ações para o desenvolvimento de minicursos, como o de futebol de robôs. “O objetivo é criar equipes para participar de competições de robótica”,

Pedagogia Atuar nas bases da formação do ser humano, nos primeiros passos da educação formal, ser alicerce e, também, gestor. O curso de Pedagogia forma o docente para a educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental, e, também, para a pesquisa, gestão educacional e organização de projetos pedagógicos. “O pedagogo, hoje, não está só no campo da educação, mas também nas empresas, para trabalhar a formação”, explica a coordenadora do curso, Geralda Pinto Ferreira. Aliando teoria e prática, disciplinas como fundamentos da educação, didática e metodologia e, ainda, sociologia, filosofia e psicologia embalam as discussões. Há, também, conteúdos que vão contri-

buir com a interdisciplinaridade, tais como pesquisa e prática pedagógica, seminários, libras e educação especial. A partir do 1º período, os alunos já têm a possibilidade de fazer estágio extracurricular nos Centros Municipais de Educação Infantil de Divinópolis. Durante o curso, eles participam também de ações de cidadania, como oficinas e seminários, e, no estágio curricular, o futuro pedagogo desenvolve e aplica um projeto de intervenção. Segundo Geralda, o curso de Pedagogia é uma escolha que envolve dedicação e um olhar diferenciado para o mundo e para as pessoas. “A Pedagogia traz um leque de oportunidades e ser professor é seguir uma carreira de grande valor e responsabilidade. O professor interfere em todos os campos e a Pedagogia é um espaço muito importante para a formação humana”.

Serviço Social Fazer leituras críticas da realidade, propor soluções para as questões encontradas, promover estratégias que permitam, aos mais diversos públicos, o acesso digno aos direitos sociais, e, também, contribuir com o desenvolvimento de ações que visam ao bem estar das pessoas são algumas das ações do assistente social. Durante o curso, disciplinas como formação sóciohistórica do Brasil, fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do serviço social,

antropologia, psicologia, direitos humanos e política de seguridade social são alguns dos conteúdos desenvolvidos. O curso realiza também atividades como seminário integrador, que possibilita discussões interdisciplinares sobre temas diversos, e estágio supervisionado, por meio do qual o estudante poderá vivenciar o dia a dia da profissão. Dessa forma, o curso prepara os estudantes para contribuir com o desenvolvimento da autonomia e das potencialidades dos públicos atendidos e, por ser uma área que objetiva a promoção da saúde social, o mercado de trabalho é bastante diversificado. O profissional pode atuar no Sistema Único de Assistência Social (SUAS), instituições de saúde, como hospitais e clínicas de reabilitação, e ainda, em empresas públicas e privadas, escolas, entre outras possibilidades. Sobre o mercado, o coordenador do curso, Flávio Teixeira de Sousa observa: “haverá um déficit de assistentes sociais para ocuparem as vagas que serão abertas nos próximos anos nas cidades da região de abrangência do ISAB. Portanto, é um mercado que já cresceu muito e que ainda vai crescer muito mais”. A taxa de inscrição para o 2º vestibular é de R$30,00. Outras informações podem ser obtidas pelo www.funedi. edu.br e, também, pelo 0800 037 12 13.

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O centenário em movimento Bruno Soares

Aquilo que é registrado e depois contado, pode se transformar em histórias e, em busca delas foram encontrados moradores, pais, netos, amigos, filhos de quem, de alguma maneira, participou da história do primeiro centenário de Divinópolis. Foram

depoimentos emocionantes, muitas vezes, emocionados, que foram vistos, registrados e, consequentemente, contados e documentados pela FUNEDI/UEMG em várias instâncias midiáticas, para esta e para futuras gerações, com a poesia de uma fala, de um depoimento de alguém que presenciou fatos marcantes que, para ele, se transformaram em história para ser contada neste momento de celebração. Dessa forma, a FUNEDI/UEMG produziu séries de documentários e matérias que foram contadas de diferentes pontos de vista, com um objetivo em especial: a história é contada pelo povo divinopolitano. Este

foi o elemento fundamental para que as reportagens tivessem o sentimento necessário para cativar cada telespectador. Primeiramente, foi exibida, no Jornal da Candidés, uma série com dez programetes que contaram um pouco do desenvolvimento do arraial para cidade, por meio das ruas e pontos importantes de Divinópolis, tendo como foco o que Antônio Olympio de Morais planejou para dar início à transformação e desenvolvimento da cidade. Já o programa Questões, que é exibido na TV Alterosa, produziu uma série especial percorrendo os caminhos da história e memória da cidade no CentroOeste mineiro. A série foi dividida em quatro edições que contam desde o início, no Arraial do Divino Espírito Santo do Itapecerica, com o começo do povoamento de Divinópolis, até o momento atual, ou seja, a cidade como polo do Centro-Oeste mineiro. O programa Música Ambiente, também exibido por meio da TV Candidés, por sua vez, contou a história de Divinópolis tendo como

referência as obras do artista Petrônio Bax, um pintor que tinha uma relação muito intensa com a cidade e que se sentiu acolhido por ela. Em suas telas, Petrônio retratava momentos e pontos turísticos do município e isso se transformou em uma série de reportagens contada por moradores, estudiosos e pessoas que, direta ou indiretamente, tiveram alguma ligação com o artista. O Música Ambiente ainda fez a cobertura completa de um evento realizado no Teatro Municipal Usina Gravatá, em que várias bandas precursoras do rock e da música divinopolitana se apresentaram e reviveram

momentos das décadas de 1980 e 1990. Contando com depoimentos e raríssimas imagens, essa história será, em breve, contada pelo Música Ambiente numa série especial de cinco programas. As reportagens especiais estão sendo disponibilizadas na internet, na medida em que vão ao ar na TV. Para assistir a elas, basta acessar o canal da FUNEDI no youtube (youtube.com/ FUNEDIUEMG). O Programa Questões é exibidos às terçasfeiras, às 11h25 na TV Alterosa. Já o Música Ambiente é exibido aos domingos, às 11h30, na TV Candidés.

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As ilustrações publicadas na capa e nas páginas 4 e 5 compõem o livro “Divinópolis: história e memória” e foram feitas por Nilton Bueno, design, artista plástico e ilustrador. Aquarela e crayon conté foram as técnicas utilizadas.


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Histórias, memórias e futuros Daniela Couto

Antes mesmo de se tornar arraial, a região era passagem de bandeirantes que desbravavam o interior do Brasil, lá pelos séculos XVII e XVIII. Depois, vieram os primeiros moradores, a capela, as estradas de chão e asfalto, os trilhos... Este ano é o centenário, oficialmente contado a partir da emancipação, datada de 1º de junho de 1912. O que vem antes, as “Outras Divinópolis”, com as corredeiras do rio Itapecerica, a passagem feita pelos bandeirantes rumo a Goiás e os princípios do arraial do Divino Espírito Santo do Itapecerica, entre outros fatos e casos, ficam para uma outra escrita, que consta em um dos volumes do livro “Divinópolis: história e memória”. Nessas páginas, há também olhares sobre os trilhos e os trens que transformaram os caminhos e o desenvolvimento desta cidade e da região; há discussões sobre os estudos e os ensinos que fizeram desta terra polo educacional no Centro-Oeste mineiro. Há capítulos sobre alegrias, tais como emancipação política, crescimento econômico, festas e folclores; sobre questões de ontem e de hoje, como arte sacra, música, modos de falar do divinopolitano, expressões culturais e meio ambiente; e, ainda, sobre tristezas, como crises financeiras e violência... Como disse o professor João Ricardo, um dos coordenadores do trabalho, “o livro traz Divinópolis vista sob diversas perspectivas. A ideia foi fazer

uma obra aberta em que houvesse um diálogo entre o acadêmico e a memória da cidade”. Do artigo científico à crônica e ao poema; da fotografia ao desenho em aquarela, o livro vai tecendo as histórias sobre economia, política, sociedade, cultura, religião e outras Divinópolis, que contém textos sobre o arraial, antes dos 100 anos... Dividido em três volumes e 60 capítulos, a obra reúne escritas e traços que fazem recortes que vão do século XVIII ao XXI. O estudo acontece desde 2009, sendo permeado por reuniões, levantamento documental, pesquisas nos Arquivos Públicos de Divinópolis, Pitangui e Itapecerica e, também, no Arquivo Público Mineiro, Arquivo Histórico da UFSJ e Centro de Memória da FUNEDI. Coordenado e organizado pelos professores da FUNEDI/ UEMG Leandro Pena Catão, João Ricardo Ferreira Pires e Batistina Maria de Sousa Corgozinho, o projeto “Divinópolis 100 anos: história e memória”, que originou o livro “Divinópolis: história e memória”, contou com os historiadores da prefeitura de Divinópolis Faber Clayton Barbosa e Karine Mileibe de Souza, e, também, com os estudantes do curso de História do ISED Adriana Faria, Amanda Cristina, Carla Fonseca, Daniel Santos, Daniel Venâncio e Welber Skaull. Segundo explica Leandro Catão, a reunião de textos para a composição da obra abrangeu ainda um levantamento sobre autores e pesquisadores que tinham Divinópolis como tema e, a partir de então, os convites para a participação no livro foram feitos. Com isso, a obra tem produções de especialistas de diversas instituições do estado, entre elas UFMG e

UFOP. O projeto foi apoiado e patrocinado pelo Conselho do Centenário, iniciativa referente às comemorações dos 100 anos da cidade, que está vinculada à prefeitura de Divinópolis e à Secretaria Municipal de Cultura. “Foi um trabalho apaixonante e interessante também porque os estudantes do curso de História que participaram tiveram a oportunidade de vivenciar esse trato com as fontes”, comenta João Ricardo.

Curiosidades Durante as pesquisas nos Arquivos Públicos, o documento mais antigo encontrado pela equipe do projeto é da década de 1770, período em que o bandeirante Manoel Fernandes, já no final da vida, doou 40 alqueires de terra para a igreja. E ao contar sobre essas histórias, presente e passado se mesclam e dão passagem às referências. “Naqueles tempos, Divinópolis era o entorno do que é, hoje, a Praça da Catedral. Ela estava numa elevação, num morro. Do Porto Velho até a região onde hoje está a ponte do Niterói era a Cachoeira Grande, a passagem do Itapecerica, que apesar de ter esse nome, não era cachoeira, mas corredeiras, destruídas quando a usina foi feita”, observa João Ricardo.“Omorrodavaumavisão muito boa do vale, do rio. Então, fizeram uma capela ali e em torno dela começaram a construir as casas”, conta. Outra questão tratada em um dos artigos dos livros refere-

se aos mitos e, entre eles, os índios Candidés. “Não existe nação indígena chamada Candidés. A nação de índios que ocupava essa região era a Caiapó”, analisa. Além disso, a pesquisa contribui não só com a historiografia de Divinópolis, mas com a historiografia do país, conforme explica João Ricardo. “Leio muito sobre o tema e na historiografia sobre a escravidão existe uma ideia de que, no interior do Brasil, o número de escravos era muito menor, o que significa que o trabalho era familiar, ou seja, toda a família participava e o número de escravos era pequeno, e nós descobrimos indícios disso aqui”. Outra contribuição importante que o livro traz é sobre o arraial do Divino Espírito Santo do Itapecerica e sobre a época da emancipação política. “Várias questões que desenvolvemos, ninguém tinha discutido antes. Então, há informações novas a respeito desses temas”, observa o professor e também coordenador do projeto, Leandro Catão.

Assim, a obra – coletiva, múltipla, diversa – agrega trabalhos e discussões sobre o tempo, sobre momentos e instantes, contextos e circunstâncias, sobre vidas e vivências que, ao longo dos anos e pelos anos adiante, desenham os caminhos de Divinópolis. Juntos, os recortes feitos redescobrem percursos e apontam perspectivas antes, durante e, ainda, depois dos 100 anos. “Esse trabalho não pará aqui, pois as coisas que escrevemos não esgotam os documentos que a gente tem”, ressalta João Ricardo. O lançamento do livro está previsto para setembro deste ano, no Teatro Municipal Usina Gravatá e, sobre as perspectivas em relação à obra, o historiador afirma: “o livro, quando lançado, já se torna algo de propagação da memória de Divinópolis. Se lido e discutido, pode transformar o olhar da cidade sobre sua história”.

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MEMÓRIA

FUNEDI avança resgatando a memória de Divinópolis

Batistina Maria de S. Corgozinho Pesquisadora da FUNEDI/UEMG

Qual a importância da memória na vida da população de uma cidade? O que essa memória significa e como afeta a vida dos indivíduos? A memória social é essencial para a definição da identidade dos diferentes grupos sociais ao estabelecer um elo com a história passada e está em permanente construção, sendo imprescindível para a coesão dos laços sociais. Por isso, é tão importante a preservação da memória social dos habitantes de uma cidade porque ela contribui decisivamente para o seu enraizamento social e desencadeamento de atitudes em prol dos interesses coletivos. A instalação de museus ocorreu exatamente quando o capitalismo se consolidou no continente europeu no século XVIII. A partir daí, proliferaram-se os centros de memória e organização de arquivos públicos ou particulares. A preservação da

memória através de estudos e “lugares de memória” se coloca como uma forma de permanência da própria realidade. Resgatar memórias e, principalmente, preserválas, é uma atitude geradora e alimentadora de uma identidade cultural dinâmica fundamental para a permanência dos grupos sociais marginalizados ou não, dominantes ou não, que se organizaram ao longo do tempo. E, ao longo de mais de uma década, a FUNEDI vem estimulando seus professores e alunos a realizarem pesquisas, atividades de extensão, publicações e eventos variados relacionados à preservação da memória de Divinópolis e região. Nesse sentido, são realizados contínuos seminários, produção de livros, DVDs, reportagens e diferentes pesquisas que resultam tanto na produção de novos conhecimentos como na preservação da memória da cidade. Fruto de trabalhos desenvolvidos no campo

da pesquisa sócio-histórica, a FUNEDI criou em 2005, um espaço institucional que trabalha, especificamente, com a preservação da memória visando implementar pesquisas e atuar como espaço de iniciação científica para os alunos. O Centro de Memória (CEMEF) coloca à disposição da comunidade acadêmica sua infraestrutura e o acesso aos conjuntos documentais sob sua guarda. Entre seus acervos disponíveis para consulta no câmpus constam as imagens digitais de documentos oficiais, fotografias, jornais editados em Divinópolis de 1916 até meados do século XX e dos boletins “Conversando com os Divinopolitanos”. Além disso, possui exemplares de jornais editados em Divinópolis de 1980 em diante e coleção de fotografias. Ao longo do tempo, a FUNEDI firmou numerosos convênios e parcerias com outras instituições visando desenvolver ações de preservação da memória histó-

rico-cultural de Divinópolis e região, e, dessa forma, demonstra o seu comprometimento com a promoção social da cidade oferecendo para a população, além do ensino, conhecimentos produzidos em suas atividades de pesquisa e extensão. Uma população que conhece e valoriza a história de sua cidade e região tem melhores condições de atuar no presente e entender os entraves e as possibilidades de desenvolvimento existentes, num exercício consciente de cida-

NANDO OLIVEIRA – (37) 9116-6996

dania. A partir dos exemplos do passado, positivos ou negativos, poderá planejar melhor o futuro da cidade visando ampliar sua qualidade de vida do ponto de vista econômico, políticosocial, cultural e ambiental, preservando suas tradições, ampliando seus conhecimentos em busca de um progresso que valorize o ser humano. Com suas iniciativas de preservação da memória de Divinópolis e região, a FUNEDI acredita que está contribuindo para o alcance desses objetivos.

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INTERNACIONAL

pausa Foi realizado na tarde de 12 de junho, na sede da clínica, na Rua 21 de Abril, 949, no centro de Divinópolis, o ato de municipalização do serviço público de saúde em reabilitação da antiga UNIR, que se iniciou com a parceria entre a FUNEDI e o Hospital São João de Deus. Os serviços, abertos à população, agora têm o nome de Centro de Reabilitação Regional (CRER) e fazem atendimento pelo SUS. FOTOGRAFIAS: FABRÍCIO TERREZZA

No dia 6 de junho, o presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais, Dom Mauro Morelli, visitou a FUNEDI. O tema da reunião foi o Programa Cultivar, Nutrir e Educar que visa à alimentação saudável para alunos da rede estadual de ensino.

BBC 3 de Londres transmite “The Essay” Fabrício Terrezza

Entre os dias 14 e 18 de maio de 2012, uma série de programas radiofônicos sobre Shakespeare, gravados na rádio universitária da FUNEDI/UEMG, foi exibida na BBC3, em Londres, Inglaterra. Essa solicitação da rádio inglesa foi uma implicação da relação da instituição com os Estudos Shakespereanos, por meio da professora Aimara da Cunha Resende, presidente do Centro de Estudos Shakespeareanos que, anteriormente, foi sediado na FUNEDI. Aimara também lecionou na instituição e foi

solicitada a fazer um ensaio sobre “Shakespeare na América Latina”. A produtora da unidade de documentários da emissora de rádio BBC3, Mohini Patel, após receber os programas escreveu à FUNEDI/UEMG com os agradecimentos: “Caro Max e Aimara, estou encantada por dizer que o ensaio chegou aqui com grande qualidade de som – e isso, graças a vocês. Para o tempo correto e acho que ele lê bem para rádio e soa bem na mistura.” (trecho do e-mail). Confira a programação no site da emissora pelo endereço http:/ /www.bbc.co.uk/programmes/ b01hjp4p.

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ARNALDO BESSA


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COMUNIDADE

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CÁPSULA DO TEMPO Parada para contar momentos do tempo

Fabrício Terrezza

No aqui e no agora, a mera menção sobre a morte na pergunta entre amigos “quem morreu?”, provoca mais interrogações sobre vida, tornando-a bastante valiosa, sob qualquer análise. Quem está vivo quer mais vida, de uma maneira ou de outra. No entanto, ninguém sabe o que acontecerá nos minutos seguintes, o que causa medo do desconhecido, do além. Esse é um dos temas trovados nos escritos científicos que buscam alternativas para vencer a velhice. Existem os mais otimistas, aqueles que acreditam poder superar a própria morte. Antigo é o desejo do ser humano de perpetuar-se, talvez pela consciência de que um dia não habitará mais o globo terrestre. Nesse caminhar, em alguns momentos, a morte dialoga com a vida nas celebrações de aniversário, por exemplo, revelando muito desses sentimentos antagônicos, “um brinde à juven-

alunos, hoje, tendo entre seis e dez anos, possam abrir a cápsula, e relacionar esse material com o futuro”. A “Cápsula” acondicionará em um recipiente inviolável, vários fatos e materiais relativos à história, e será enterrada no dia 27 DANIELA COUTO de junho de 2012 cápsula, após aberta, em 2062, no espaço da futura sede da provocará emocões: “Se a cidade administrativa de cidade, anteriormente, ti- Divinópolis, tendo previsão vesse arquivado sua memória, para ser aberta após 50 anos. Perto de seu cinquentenáos divinopolitanos de hoje saberiam com mais detalhes rio e com tradição para poder sobre o poder político que essa contar a história do Ensino cidade já teve. Caso se Superior da cidade e região, conheça o passado, pode-se a FUNEDI/UEMG, por meio construir o futuro mais de uma mensagem de Gilson sustentável”. Continua afir- Soares, presidente da instituimando que “as entidades de ção, solicitou de seus colaboclasse e escolas envolvidas radores sugestões de conteúpodem depositar seus mate- do para a “Cápsula” porque a riais específicos nessa cápsula. fundação sempre se comproConcursos de redação e de- meteu, por meio de numerosos senhos sob o título ‘Como vo- convênios e parcerias, a decê imagina Divinópolis daqui senvolver ações de criação, a 50 anos?’ A ideia é que esses manutenção e preservação da

tude”, que venham os anos, numa significação clara de tempo. Mas qual seria um parâmetro para a sociedade olhar para o seu próprio umbigo e dizer que está melhor ou pior do que há 100 anos? Muitos! O resgate da memória, para especialistas, é como usar o retrovisor, sem perder de vista o horizonte, à frente, cria-se a própria identidade – a realidade, hoje, construída. Entretanto, o que esperar do futuro? Essa pergunta motivou Mayrink Pinto de Aguiar, presidente do Sistema MPA de comunicação, a criar a “Cápsula do Tempo”, um projeto que visa envolver a comunidade sobre a perpetuação da história da Divinópolis centenária contada por meio de objetos: fotos, textos, desenhos, documentos, equipamentos etc. Para Mayrink, o significado da

Curso para a construção da paz De 16 de maio a 18 de julho, o Núcleo de Saúde da FUNEDI/UEMG, que está ligado ao Centro de Referência em Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação, realiza, em Nova Serrana, o curso introdutório de “Transferência de Tecnologia da Abordagem da Violência e de Construção da Paz”. Com carga horária de 120 horas, o curso é uma das ações previstas no plano de ação do município para proporcionar a implantação do Núcleo de Prevenção da Violência e Promoção da Saúde e Cultura da Paz na localidade. Ministrado pelo professor Clayton Pereira e Tânia Cris-

tina Garcia, sociólogos especialistas em Transferência de Tecnologia de Abordagem da Violência, pelo Departamento de Medicina Preventiva e Social da UFMG, o curso abrange, entre outros conteúdos, o perfil da violência; prevenção e construção da paz, que irá estudar a relação entre os laços de sociabilidade, cidadania e direitos humanos; e, ainda, responsabilização e controle, tema que agrega a apresentação, discussão e articulação dos serviços para atenção às vítimas de violência e, também, aos agressores. “O objetivo do curso é empoderar e instrumentalizar os participantes para que eles possam trabalhar de

DANIELA COUTO

Daniela Couto

forma intersetorial na promoção da saúde e na prevenção da violência. O curso oportuniza a conversa entre os vários setores e as situações podem ser discutidas com embasamento teórico e metodológico”, explica Tânia. Ao todo, 35 profissionais participam das atividades que estão sendo realizadas na sala de videoconferência do CVT de Nova Serrana. Os participantes, que também estão envolvidos no planejamento, execução, monitoramento e avaliação do projeto, são representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Nova Serrana, Secretaria de Promoção Humana e Ação Social, Secretaria da Procuradoria do município, Secretaria Municipal de Educação, Corpo de Bombeiros, Promotoria Pública, Polícias Militar e Civil, Guarda Municipal, Casa de Detenção, Conselho Antidrogas, Conselho Tutelar e Pronto Atendimento Municipal de Nova Serrana. Outras informações sobre o projeto podem ser obtidas pelo e-mail extensao @funedi.edu.br.

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memória histórico-cultural de Divinópolis e região. É tanto que, em 2005, foi criado um espaço para implementar pesquisas e iniciação científica, coordenadas pela professora doutora Batistina Maria de Sousa Corgozinho que afirma: “Essas atividades e outras mais demonstram o comprometimento dessa instituição com a preservação da memória de Divinópolis e região, indo além do âmbito do ensino, com suas atividades de pesquisa e extensão”. Para a pesquisadora, “é uma maneira de se tornar imortal, garantindo que a memória dos feitos não caia no esquecimento”, e “a memória, ao ser resgatada, revela situações, eventos, atores ou lugares que, muitas vezes, não foram valorizados como importantes de serem lembrados oficialmente”, afirma a pesquisadora. Por isso, preservar é uma das maneiras de ilustrar a busca pela eterna juventude ... 2062 está logo ali na esquina do tempo.

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Química no centenário Da descoberta do etanol, nos Estados Unidos, ao Teatro Municipal Usina Gravatá, em Divinópolis, passando tanto pela história quanto pelos processos de produção do etanol: esse foi o percurso feito pelos estudantes das turmas F, G, H e I de 2º ano do ensino médio da Escola Estadual Dona Antônia Valadares que participaram, no dia 30 de maio, da homenagem ao centenário de Divinópolis, realizada na Praça Benedito Valadares (Praça do Santuário), das 13h às 17h. O trabalho foi desenvolvido sob a orientação dos graduandos em Química do ISED, Álvaro Machado e Lorena de Oliveira, que faziam estágio

supervisionado na escola. “A gente tentou buscar alguma coisa que envolvesse a nossa área, que é Química. Então, resolvemos abordar a primeira usina da América Latina a produzir álcool a partir da mandioca que, hoje, é o teatro”, explicou Lorena. “A escola aderiu bem ao projeto e passou para todas as turmas de 2º ano do turno da tarde”, complementou Álvaro. Para a apresentação do trabalho, foram utilizados banneres, expostos no estande montado na praça. Ao todo, 34 escolas da rede de ensino estadual do município participaram da homenagem que aliou informação e entretenimento. (DC)

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Ano 9 Nยบ 51 Abril/Maio/Junho de 2012


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