Edição 2 - Jornal Café com Pauta

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UEMG Divinópolis - Ano 1 - nº 2 - 2º período de Jornalismo - Outubro/Novembro de 2019

Semana Acadêmica deJornalismo

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Evento marca momento importante na trajetória do curso na UEMG - unidade Divinópolis. Antes, ele era uma das habiliações de Comunicação Social e, mas, com a mudança realizada no Projeto Pedagógico para atender à publicação das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Jornalismo, ele deixou de existir, enquanto habilitação, para se tornar curso de bacharelado específico de Jornalismo. p.2

ATIVISMO A abertura refletiu sobre a função do jornalista na sociedade. Houve ainda Oficina de Fotografia e apresentação musical.

DISCUSSÕES INTERAÇÕES AUDIOVISUAL CRITICIDADE Questões do dia pautaram a “uberização” do trabalho”, oficina de Lamb e palestra sobre “Jornalismo dentro do Marketing”.

Oficina de transmissão, documentário “Retratos da terra”e palestra sobre mercado de trabalham marcam o terceiro dia da semana.

Oficina de Première, rotina de um editor e palestra sobre o ativismo no Cinema e no Fotojornalismo foram os temas do dia.

O encerramento trouxe Oficina de Texto, reflexões sobre o jornalista 4.0, exibição do documentário “Lama”.

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OPINIÃO

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SEMANA DE JORNALISMO: Primeiro passo para a independência acadêmica do curso Camila Machado, Marcos Sant’Ana , Maria Clara Ribeiro, Milena Souza e Jackelilne Cavalcante

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Dafny Martins, Gabriela Santos, Leonardo Souza e Paulo Sena

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UEMG – unidade Divinó- para lutar”, concluiu. polis realizou a 1ª Semana Ainda na segunda-feira, 21, às Acadêmica de Jornalismo (ISAJ). O 17h30, no Laboratório de Fotografia, evento foi organizado pelo Centro ocorreu a Oficina de Fotografia miAcadêmico do curso e teve início na nistrada por Duda Xavier, fotógrafa, segunda-feira, 21 de outubro, e encer- estudante do 4º período de Jornalisramento na sexta-feira, 25. Este é o mo e integrante do coletivo “Jornaprimeiro ano em que o curso de Jor- listas Livres”. Durante a oficina, ela nalismo realiza sua semana de forma relatou a sua trajetória de vida em reindependente, já que antes, as ativi- lação à fotografia, contando o início dades eram feitas em conjunto com o de sua carreira, assim como as suas curso de Publicidade e Propaganda, experiências e dificuldades na área. dentro da Semana de Comunicação Ela contou também suas estratégias, Social. Após a individualização das principalmente em relação à fotograáreas, o Centro Acadêmico de Jorna- fia durante manifestações, na qual lismo (CAJ) tem buscado alcançar a vem se especializando e garantindo visibilidade necessária para o desen- certo reconhecimento na área, pois, volvimento do curso e, uma de suas fotos já foi como resultado desse “é importante que os até publicada no conmovimento, construí- estudantes pensem ceituado jornal ou site ram sua própria Sema- sobre sua função na El País. na Acadêmica. Os participantes da ofisociedade” A abertura da proFelipe Castanheira cina tiveram a oportunigramação foi realizada dade de conhecer várias pelo diretor de Comutécnicas de fotografia, nicação do Sindicato dos Jornalistas aprendendo, por exemplo, os cuidados Felipe Castanheira. Segundo ele, é que se deve ter com a iluminação, os importante que os estudantes pensem ângulos, os enquadramentos, a edição sobre sua função na sociedade. “Vi- de imagem (o pós-foto), os modelos vemos num governo que ataca e com- de câmera, a forma de lidar com a pesbate o jornalismo. É vital entender e soa que está sendo fotografada, o imdiscutir a função do jornalismo e o proviso etc. Para além disso, os alunos que podemos fazer enquanto jornalis- tiveram a oportunidade de tirar dúvitas”, pontuou. Felipe ressaltou ainda das sobre os temas abordados. que agora é o momento de pensar em Para encerrar o dia, a I SAJ concomo enfrentar essa onda de ataques tou com a presença da dupla “Loy que só cresce. Ao ser perguntado so- & Gregg” que fez uma apresentação bre como se sentiu ao ser convidado musical, às 19h, no saguão do audipara estrear a I SAJ, o diretor afirmou tório da unidade. O show dessa dupla ser uma honra. “Estou muito feliz! A popular de Divinópolis abriu oficialatenção e curiosidade de todo mun- mente a Semana Acadêmica de Jordo dá muita vontade de continuar. É nalismo. Enquanto curtiam o show, o que faz a gente seguir em frente: os estudantes também aproveitavam saber que mais gente está disposta a a pipoca e os docinhos ofertados pelo discutir a luta. Precisamos de pessoas Centro Acadêmico.

1ª Semana Acadêmica de Jornalismo marca um momento importante na trajetória do curso na UEMG - unidade Divinópolis. Antes, ele era uma das habiliações de Comunicação Social e, por isso, o evento tradicionalmente era realizado junto ao curso de Publicidade & Propaganda. Mas, este ano foi diferente. Com a mudança realizada no Projeto Pedagógico para atender à publicação

DOCUMENTÁRIO E OFICINAS MARCAM 2º DIA om uma extensa programação, no dia 22 aconteceu o 2º dia da I SAJ que se iniciou às 7h30 com a exibição do documentário “GIG: a uberização do trabalho” seguida de uma roda de conversa sobre o assunto. O documentário citou as estratégias das plataformas de tecnologia que oferecem serviços e, assim, constroem a ilusão de um empreendedorismo, pois buscam recrutar pessoas que estão dispostas a trabalhar com autonomia, de maneira fácil e menos burocrática. Mas, desse modo, as condições se tornam precárias e sem garantia de segurança. Esse ciclo gera riqueza para os “proprietários” dos aplicativos e a desestabilização da empregabilidade do país. Já na roda de conversa, quem compôs a mesa foram os professores Gilson Raslan e Janaína Visibelli, integrantes do Grupo de Estudos e Pesquisa das Poéticas do Cotidiano (EPCO). A roda foi bem dinâmica, pois deu a oportunidade dos alunos fazerem perguntas. Também contou com a explicação sobre o que a uberização tem a ver com o jornalismo,

uma vez que o jornalista está tendo que se sujeitar ao trabalho de freelancer, por não ter empregos considerados “sérios”. Já no período da tarde, às 17h30, ocorreu também a Oficina de Lamb, realizada pela estudante Duda Xavier, do curso de Jornalismo da UEMG – unidade Divinópolis. O intuito foi trazer uma nova perspectiva para a arte, pois o Lamb é uma manifestação artística que traz uma perspectiva de arte popular, uma arte de rua e acessível para toda população, e que está longe das galerias. Junto a isso, o Lamb traz um discurso político e lida com várias questões da sociedade, como preconceitos e violência. Já às 18h30, após oficina, a jornalista Cristiane Fernandes abordou o tema “Jornalismo dentro do Marketing”, considerando que os meios de comunicação estão avançando cada vez mais, e que devemos sempre estar atento a essa mudança, e ter sempre algo novo e criativo para mostrar ao público, seja no campo do Jornalismo ou do Marketing, pois o diferencial é que faz a diferença.

EDITORIAL das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Jornalismo – Resolução CNE/CES Nº 1, de 27 de setembro de 2013, ele deixou de existir, enquanto habilitação, para se tornar curso de bacharelado específico de Jornalismo. Essa mudança trouxe nova proposta pedagógica, que implementou, por exemplo, o estágio obrigatório para atender às diretrizes curriculares

em vigor, alterou o turno da aula do noturno para o matutino, e reduziou o número de vagas, que passou de 50 para 30. Essa redução teve foco na qualidade do curso e considerou a capacidade de atendimento dos laboratórios específicos, a oferta de campos de estágio e a relação do número de alunos por professor. A 1ª Semana de Jornalismo foi organizada pelo Centro Acadêmi-

co (CAJ) e trouxe o ativismo para o centro das dicussões. Para realizar a cobertura jornalística dos cinco dias de evento, a turma do 2º período se dividiu em grupos. Coletivamente, eles também produziram outras matérias sobre educação, cultura, meio ambiente e saúde. E são esses conteúdos que compõem a última edição do semestre. Daniela Martins

Expediente Jornal Café com Pauta – Ano 1 – nº 2 – Outubro/Novembro de 2019 – Realização: 2º período de Jornalismo da UEMG - unidade Divinópolis – Disciplina: Design de Jornalismo – Monitoria voluntária: Vitória Mariana Silva Vilaverde (4º período de Jornalismo) – Orientação de projeto gráfico, arte-finalista e editora: Daniela Martins B. Couto (MG9.994JP).

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OPINIÃO

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3º DIA: OFICINAS, PALESTRAS E MUITO APRENDIZADO Veteranos e calouros da universidade receberam a visita de grandes nomes da cidade

Brígida Gonçalves, Clotildes Cassiano, Eduarda Lino, Sara Maia e Vitor Faria

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o dia 23 de outubro, quarta-feira, os discentes da unidade tiveram atividades no período matutino e noturno, em que jornalistas como Marcela Mesquita e Ana Paula Silva, que já atuam na área, ministraram oficinas e palestras. No período da manhã, Marcela Mesquita, jornalista e repórter da TV Integração, esteve presente na UEMG em uma oficina de transmissão e abordou como funciona as transmissões na televisão e, principalmente, na internet citando as redes sociais como alternativa. Nesse

sentido, a jornalista deu várias dicas e também compartilhou com os alunos os desafios que enfrenta na profissão. Para exemplificação e continuidade da oficina, Marcela fez uma live pelo seu Instagram, e os alunos tiveram a oportunidade de participar e interagir. A transmissão contou com a participação do jornalista Vagner Henrique, de Nova Serrana, que orientou os presentes e compartilhou um pouco da sua experiência. No final da tarde, no auditório da UEMG, foi exibido o documentário “Retratos da terra: a cultura presente

no sentimento de um povo”. O curta metragem foi produzido pela aluna Vitória Karolayne, do 6° período de Jornalismo da unidade e trata de um festival, que ocorre em Juriti, cidade localizada no interior do Pará. O evento que aconteceu em março, da voz aos indígenas da região. De acordo com Vitória, a festividade completa 25 anos neste ano. O repasse de verbas para a realização do mesmo vem por parte do governo do Estado, e a festa conta com duas tribos que elaboram apresentações artísticas que são julgadas para decidir o campeão

do “Festribal”, evento típico da região. O curta foi gravado nas duas últimas semanas do mês de março e foi selecionado para ser apresentado no Festival de Cinema que acontece em Alter do Chão, no Pará. Na sequência da exibição, e para finalizar o terceiro dia da Semana Acadêmica, a jornalista, comunicóloga, apresentadora e gestora cultural, Ana Paula Silva, apresentou uma palestra sobre ativismo e cidadania, e abordou temas como mercado de trabalho na área do jornalismo e cultura na região.

OFICINAS E PALESTRAS SOBRE ATIVISMO MARCAM 4º DIA DO EVENTO Cristiano Medeiros e Iasmin Borges

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Oficina de Première começou às 8h, do dia 24 de outubro, quarto dia de exposições. Palestras e rodas de conversa fizeram parte da 1ª Semana Acadêmica de Jornalismo, que foi organizada pelo CAJ. Ao final da atividade realizada, houve um bate papo com a editora de audiovisual Lorena Lopes, para saber um pouco mais sobre a rotina de um editor. Lorena cursou Publicidade e Propaganda na UEMG – unidade Divinópolis, começou a trabalhar na TV Candidés, passou pela TV Alterosa e, agora, está na TV Integração, quase sempre exercendo a parte da edição ou finalização das matérias. Em contato com estudantes no Laboratório de Informática, ela apresentou uma aula totalmente voltada para a edição de vídeo, com passo a passo, diversas dicas e recomendações a respeito de como deixar o jornalismo melhor e de mais fácil compreensão para os públicos. Perguntada a respeito do software utilizado, a editora respondeu que “o Adobe Premiere Pro é um aplicativo para a edição, e funciona com as fer-

ramentas para vídeo, foto e adequação do áudio. É um aplicativo muito completo e de grande importância para os jornalistas obterem um certo contato e, até mesmo, um domínio, além de fazer parte de um pacote muito bom da Adobe”. Já distante do ambiente acadêmico, Lorena observa com bons olhos essa aproximação e espaço em uma semana tão importante para os alunos, nota mudanças dentro da universidade e acredita que a sua formação e o seu papel como editora se encaixam muito bem no ramo em que ocupa. Ao final, deixou como recado que os futuros jornalistas se adaptem às modificações que a área vem sofrendo, acompanhem de perto redes sociais, fiquem atentos a detalhes em filmes, revistas e demais portais, para que possam se adaptar ao mercado futuramente. Para encerrar as atividades da quinta-feira, às 18h30, a jornalista Marina de Morais, graduada em 2011 pela Funedi/UEMG, e doutoranda em Cinema pela Escola de Belas Artes da UFMG, transformou sua palestra em

uma roda de conversa com os alunos, sobre o ativismo dentro do Cinema e do Fotojornalismo. Ela explicou o que é o ativismo, como caminha a arte ativista atualmente no Brasil e, ainda, chamou a atenção a respeito da importância que a área da comunicação exerce para que esse discurso aconteça e contribua para mudar o mundo em que vivemos, dado que ela é uma alternativa de mostrar e transparecer realidades e demandas diferentes que não são viabilizadas na comunicação tradicional. A palestrante chamou a atenção também para uma forma de ativismo justa e honesta, na qual as pessoas respeitem os seus lugares de fala, ou seja, a pessoa deve falar por si, como

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protagonista da própria luta e movimento. “Eu como mulher branca não posso falar por uma mulher negra. É importante pensarmos no nosso local de privilégio para fazermos nossa luta”, observou. A roda de conversa contou com bastante interação dos alunos e agregou muito conhecimento como afirmou o estudante do 2º período, Paulo Sena. “A Semana Acadêmica foi de suma importância para colaboração do aprendizado dos alunos, as oficinas foram ótimas para mostrar que o jornalismo é uma área ampla e diversificada. Em especial a oficina de cinema foi bastante clara sobre o cinema ativista, o debate entre os participantes foi ótimo!”, finalizou.


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OFICINA DE TEXTO E DOCUMENTÁRIO ENCERRAM SEMANA DE JORNALISMO Beatriz Flores, Flávio Santana, Paola Rabelo Morato e Wilker Duarte

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m uma manhã tranquila e informativa, realizou-se o último dia da Semana Acadêmica de Jornalismo que contou com a presença da jornalista Talita Camargos, repórter e revisora da revista Xeque Mate, e, também, redatora e idealizadora do “Texto do Dia”. Nascida em Ibitira, interior de Minas Gerais, ela contou como foi sua jornada até conseguir alcançar seus sonhos, dando esperança aos alunos de conquistarem o que desejam. Em sua Oficina de Texto, Talita ensinou técnicas jornalísticas, falou sobre a robotização no jornalismo e, ainda, sobre o jornalista 4.0 que tem a necessidade de se adaptar ao universo digital. Além dessa atividades realizada, houve, durante o período da noite, a presença do professor Richardson Pontone, que apresentou o documentário “Lama – o crime, Vale no Brasil”, produzido por ele mesmo, e relacionado ao rompimento da barragem de Brumadinho, ocorrido no início deste ano. Com cerca de

uma hora, o documentário mostra, de maneira contundente, a perspectiva dos moradores da região e quais suas conclusões sobre o ocorrido; e traz depoimentos de advogados, terapeutas, autoridades da UFMG e de instituições, como o Movimento Pelas Serras e Águas de Minas, além de buscar referências em jornais como “Esquerda Diário” e “Jornal da Band”. Após a exibição do documentário, houve uma roda de conversa na qual o professor tirou as dúvidas do público em relação ao documentário e questões políticos e econômicas nele abordadas, de modo a reforçar a importância do jornalista para a cobertura desse cenário. Considerando toda a Semana Acadêmica de Jornalismo, fica evidente a importância que ela teve para agregar conhecimento e consciência em relação às múltiplas áreas dessa profissão e, por fim, ensinar como lidar com a era tecnológica, alertando sobre o papel de crítico que cabe ao jornalista.

Reprodução: documentário LAMA

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TDAH: INFORMAR-SE A IMPORTÂNCIA DA É PRECISO EDUCAÇÃO INFANTIL Camila Machado, Marcos Sant’Ana , Maria Clara Ribeiro, Milena Souza e Jackelilne Cavalcante

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Dafny Martins, Gabriela Santos, Leonardo Sousa e Paulo Sena

Déficit de Atenção e Hipera- mentos e preconceitos, muitas vezes, tividade (TDHA) é definido relacionados ao uso dos medicamencomo um transtorno neurobiológico, tos. Muitas pessoas ficam em dúvida de causas genéticas, e atinge 4,4% sobre a eficácia deles, os efeitos coda população brasileira, conforme laterais e os riscos que o uso contíaponta estudo coordenado pelo Ins- nuo poderia acarretar. Um estudo realizado quando em tituto Glia, com 5.961 jovens de 18 estados do país. Ele ficou reconhe- centros universitários nos Estados cido com o estereótipo de pertencer Unidos e no Canadá, denominado apenas ao público infanto-juvenil, MTA – Multimodal Treatment Asporém, também pode também per- sessment, chegou a resultados que sistir na vida adulta. Os sintomas va- mostram as vantagens alcançadas riam de acordo com a faixa etária do pela correta utilização dos remédios existentes. O TDAH indivíduo, mas há características pre“a falta de compreensão ainda é subdiagnosdominantes como e informação sobre o tema ticado e estima-se desatenção, dificul- pode levar a frustrações que existam milhadade para escutar bem como a sentimentos res de pessoas cone esperar a sua vez de impotência daqueles vivem com esses de falar, ansiedade que são acometidos pelo sintomas, sendo que a falta de comprediante de tarefas transtorno” ensão e informação não estimulante. sobre o tema pode Estudos cienlevar a frustrações tíficos mostram que os portadores bem como a sentimentos de impode TDAH têm alterações na região frontal, e são responsáveis pela ini- tência daqueles que são acometidos bição do comportamento, memória, pelo transtorno. Com o objetivo de disseminar autocontrole, organização e planeinformações corretas, baseadas em jamento, e as suas conexões com o resto do cérebro. O transtorno tem pesquisas científicas sobre o TDAH, componente genético, mas há influ- a Associação Brasileira do Déficit ências ambientais, como condições de Atenção (ABDA), fundada em maternas inadequadas durante a ges- 1999, oferece suporte às pessoas que tação. Apesar de haver uma parcela sofrem desse transtorno e aos famiconsiderável de pessoas com TDHA, liares através de grupos de apoio, nota-se ainda a existência de julga- atendimento telefônico, e-mails e

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infância é uma fase muito importante para a formação do indivíduo, pois é nela que descobrimos o mundo e desenvolvemos a nossa mente. Nesse período, a criança conhece o mundo fora do núcleo familiar e a escolaridade tem um papel fundamental na formação intelectual e motora das crianças. Nos primeiros anos escolares, a criança também aprende a se socializar tendo contato com vários colegas, aprende cuidados de higiene básica, e também aprende a ler e a escrever. A Educação Infantil é um alicerce primordial para o desenvolvimento dos pequenos, e para falar sobre esse assunto entrevistamos a professora da Educação Infantil. Julia Mendonça, 20, que é docente auxiliar da Escolinha Elite Passos, em Pará de Minas. Ela tem alunos entre dois e três anos, e explicou como a educação nessa idade é essencial e de extrema importância para o desenvolvimento da criança. Reportagem: Qual a importância de a família acompanhar o processo educacional de seu filho(a)? Todos os pais realmente acompanham? Júlia Mendonça: O acompanhamento da família é essencial e de suma importância. O processo educacional demanda um trabalho em conjunto das duas esferas. A educação e os valores são construídos e significados ao longo da formação, mas não são todos os pais que participam de forma ativa nesse processo. Com isso torna-se necessário o convite da escola e educadores a estimular essa participação, seja por meio de reuniões, eventos e atividades em família, por exemplo.

Reportagem: Em sua opinião e experiência como educadora pedagógica, você acha que a criança que é inserida antes dos cinco anos de idade no meio educacional pode ter uma facilidade maior no aprendizado ou isso pode atrapalhá-la? Júlia Mendonça: Existem opiniões distintas a respeito do momento certo de matricular uma criança na escola. Acredito que a convivência com outras pessoas, ambientes e atividades faz muito bem, mesmo que com pouca idade. Cada um tem um processo próprio de desenvolvimento, mas ainda assim pela experiência que já tive é possível perceber que, quando já familiarizados, as crianças que já frequentam o ambiente escolar desde os primeiros anos tem mais discernimento ou até mesmo mais facilidade para socializar, compreender e se envolver nas atividades propostas. A tendência é que o os objetivos e os conteúdos fiquem cada vez mais elaborados de acordo com o passar das etapas, portanto adquirir uma boa base cedo pode contribuir neste seguimento. Reportagem: Quais são as técnicas pedagógicas aplicadas para desenvolver o potencial de aprendizado da criança? Júlia Mendonça: São muitos os meios de desenvolver e potencializar o aprendizado. Sentar-se em círculo, música ambiente, estimular afetividade e criatividade, educar a emoção, promover atividades em grupo, entre outros. Buscar sempre orientar e conduzir as crianças da melhor maneira além de envolvê-las entre si e com seus professores.

QUEIMADAS AUMENTAM EM DIVINÓPOLIS Divinópolis tem registrado uma grande ocorrência de queimadas no mês de agosto. Foram registrados 513 episódios nos últimos nove meses na cidade. Esses números são maiores do que no ano anterior, no qual foram registrados 418 casos. De acordo com os Bombeiros, em reportagem feita pela Rádio Sucesso FM, o Centro-Oeste é a região com mais registros de incêndios no estado de Minas Gerais em 2019. O número de notificações aumenta consideravelmente entre abril e setembro devido ao clima seco. Segundo o órgão, a maioria dos incêndios ocorridos são ações criminosas humanas, que são difícil identificar autoria.

Beatriz Flores, Flávio Santana, Paola Rabelo Morato e Wilker Duarte

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CULTURA

PROJETO IDEALIZADO POR GRUPO DE AMIGOS SE TORNA EVENTO TRADICIONAL NA CULTURA DIVINOPOLITANA No 19° ano, o projeto “Encontro na Praça” atrai a participação de centenas de pessoas, a cada último domingo do mês Talita Brandão e Maria Eduarda Salgado

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ealizado na Praça do Santuário, sempre às 10h da manhã e no último domingo de cada mês, o “Encontro na Praça” tem foco na contação de histórias, ressalta a arte e a literatura sensibilizando crianças e adultos. Por conta do crescimento do encontro durante os anos, a cidade de Divinópolis hoje em dia é considerada a cidade das histórias pelo grande interes-se dos cidadãos nessa forma de arte. Miguel Levi, artista circense divinopolitano e participante dos encontros como ouvinte, co-menta a importância do evento para cultura de Divinópolis em tempos em que a tecnologia prende o tempo de jovens e adultos. “Como tam-

bém trabalho com cultura de praça, eu acho que o ‘Encontro na Praça’ é extremamente importante para a cultura de Divinópolis porque mantém viva a tradição que nós temos de frequentar a praça, não só isso, mas de contar his-tórias, que é uma coisa muito bonita. Eu acho que o projeto do Grupo Encontro, que tem lá seus 19 anos, é um ato de resistência dentro dessa cidade que engole tudo que vê. Estar na praça é estar com o povo, e o povo é quem rege de fato a cidade, então vejo que nós temos obrigação, principalmente, como artista, de frequentar e ocupar esses lugares trazendo para eles uma cultura de qualidade que traga um entretenimento útil para a

sociedade”. Iara Soares Lima, uma das organizadoras do projeto, conta como foi a idealização e o co-meço do “Encontro na Praça”. “No ano de 2000, a Biblioteca Pública, que tinha a direção da Nídia Fonseca, trouxe para Divinópolis a mestre em contação de histórias Gislaine Ma-tos. Resolvemos fazer esse curso e ele foi o estopim que nos inspirou e nos deu a ideia de que era isso que nós queríamos fazer. Era um projeto de vida, era um projeto de mães, era um projeto de amigos, era um projeto para encantar a nós mesmos e as pessoas nesta arte da contação de histórias. A palavra ‘encontro’ foi escolhida porque foi mesmo um

Divulgação: Facebook UEMG Divinópolis - Ano 1 - nº 2 - 2º período de Jornalismo - Outubro/Novembro de 2019

encontro de amigos, e o encontro de nossas almas com a contação de histórias, que nos preencheu de uma forma avassaladora”. Ainda sobre o começo da trajetória, Iara relembra que “o Grupo Encontro foi formado em 2000, e o projeto ‘Encontro na praça’ foi sonhado a partir da nossa formação para que acon-tecesse na Praça do Santuário e a gente começou a pensar em como viabilizar isso. O projeto foi colocado no papel, uma logomarca linda foi criada por um artista plástico de Belo Hori-zonte, e levamos esse projeto na Unimed, que comprou a nossa ideia imediatamente. Foi uma super parceira, desde 2000”.


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O MERCADO DE PRODUTOS REUTILIZÁVEIS EM DIVINÓPOLIS “Cada vez mais, a sustentabilidade tem se tornado uma questão sensível na sociedade” afirma engenheira florestal, Nathália Ferreira, em entrevista ao Café com Pauta Brígida Gonçalves, Clotildes Cassiano, Eduarda Lino, Sara Maia e Vitor Faria

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os últimos anos, a conscientização sobre o consumo de plásticos e outros poluentes vem crescendo no Brasil e no mundo. Em decorrência disso, surge um mercado alternativo e sustentável, com ideias como sacolas biodegradáveis, absorventes ecológicos, desodorantes naturais e etc. O objetivo é diminuir o impacto ambiental provocado por esses resíduos e, em Divinópolis, encontramos alguns exemplos desse segmento, entre eles, empresas como Meu Broto, Bomp e Plano Ambiental. Meu Broto é uma instituição inaugurada em abril deste ano e foi idealizada pelas irmãs Nathália Ferreira e Maria Alice Ferreira, com o objetivo de preservar o meio ambiente para as gerações futuras. Elas criaram um produto inédito na região: canudos retornáveis. São kits de canudos de bambu reutilizáveis, uma opção para a substituição dos tradicionais canudos de plástico, que já representam 4% do total de resíduos plásticos que chegam aos oceanos. Já Bomp – Bom Pastor Reciclagem de Papel Ltda, mais conhecida

como Zapel, está consolidada no mercado há muitos anos. Além de cumprir seu papel com o meio ambiente através da destinação correta dos resíduos e tratamento de esgoto, a empresa utiliza o papel reciclado no seu processo de produção, fazendo a conversão para papéis higiênicos e sanitários. A Plano Ambiental, por sua vez, lida com o lixo eletrônico e recebe esses resíduos na própria empresa, que fica na Rua Pernambuco, nº 2.751, no centro da cidade. Após o recebimento, eles fazem o desmonte dos objetos, tiram as peças e separam cada tipo de material, como por exemplo, o cobre, o aço, o alumínio, o plástico, o inox, entre outros. A empresa aproveita tudo e vende para as indústrias que reaproveitam esses produtos. Cada material volta para o mercado de uma forma: do aço e do alumínio, por exemplo, geralmente são produzidas panelas, e o plástico, em grande parte, é destinado para as indústrias de calçados. No município, o único material comercializado é o alumínio, que é comprado por empresas fundiárias de pequeno porte.

Além das empresas citadas, a ONG Lixo e Cidadania presta, há 15 anos, serviços socioculturais e ambientais, fazendo sensibilização ambiental e atuando na reciclagem, a fim de desenvolver ações para evitar a degradação ambiental. A organização também aborda a importância da conscientização popular, especialmente para a coleta seletiva. Em Divinópolis, atualmente a coleta é feita pela empresa “Biostec Construções e Soluções Ambientais”, que semanalmente recolhe os lixos nos bairros do município e encaminha para o aterro controlado. A coleta seletiva é feita pela Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Divinópolis (ASCADI) que, geralmente, recolhe o material reciclável duas vezes por semana, um dia antes ou depois da coleta do lixo úmido, ou seja, aquele que não é reciclável. Contudo, de acordo com o presidente da instituição, Jefferson Silva Oliveira, em entrevista ao portal G1, “as pessoas sabem, mas não separam o lixo, fazendo com que o material reciclável não chegue até a ASCADI, e vá pa-

Fotos: divulgação Meu Broto

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rar no lixão”. Ele ressalta também, a importância da conscientização da população e da divulgação do dia da coleta. A engenheira florestal e mestre em ciência florestal, Nathália Ferreira, observa que há crescimento deste mercado alternativo e sustentável. Ela avalia que, “cada vez mais, a sustentabilidade tem se tornado uma questão sensível na sociedade”. Para ela, “não é mais possível ignorar que os recursos naturais do planeta têm se esgotado e que muito disso se deve a nossa forma atual de consumo (baseada no descartável, no supérfluo – e o plástico tem um impacto considerável nesse cenário)”. Nathália ressalta ainda que “os consumidores têm se tornado mais conscientes de sua responsabilidade enquanto cidadãos de um mundo em que todos somos interdependentes. Estamos percebendo que, cada vez mais, o que eu faço aqui e agora, causa impactos que ultrapassam o local e o atual, gerando consequências globais e que vão se estender por centenas e centenas de anos, se atitudes não forem tomadas”.


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