Caderno de Resumos Avia! 2016

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JORNADA AVIA! 2016 CADERNO DE RESUMOS

Com o intuito de fomentar e promover o conhecimento a partir de atividades de projeto e pesquisa desenvolvidas nas diversas áreas do curso de Design da UFAL (produto, gráfico, serviços e interiores), a primeira semana de Design da UFAL, a AVIA! promoveu a Jornada AVIA, que teve como temática principal a inovação e a interdisciplinaridade do design e contou com o envio de 41 trabalhos que foram avaliados por um comitê científico formado por docentes do curso de Design da UFAL bem como por docentes de outras universidades que atuam em áreas correlatas.

Nessa experiência foi possível construir o conhecimento como pesquisa a partir desse espaço para a publicação científica para alunos da graduação, de forma que foi possível a troca de experiência de projetos e de pesquisas enriquecendo e ampliando os conhecimentos do aluno e consequentemente melhorando cada vez mais a qualidade do curso.

Desta forma, a região pode se fortalecer através do aumento de sua força criativa e nesse contexto, pode-se destacar a importância da iniciação científica e a busca pelo conhecimento, em que pôde-se realizar a conexão entre alunos e professores pesquisadores, promovendo a motivação dos discentes para a pesquisa, contribuindo para o desenvolvimento do país.

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INDICE DE ARTIGOS E AUTORES A ILUSÃO DE ÓTICA NO DESIGN DE INTERIORES:...................................................................9 Jéssica Silva Cunha .................................................................................................................... 9 Instituto Federal de Alagoas – IFAL ........................................................................................... 9 Iara Paula Gomes Vilela............................................................................................................. 9 Instituto Federal de Alagoas – IFAL ........................................................................................... 9 Palavras – chave: Design de Interior; Ilusão de Ótica; Projeto.............................................. 9 DETALHAMENTO METODOLÓGICO PARA O DESENVOLVIMENTO PROJETUAL DE MOBILIÁRIO .........................................................................................................................................13 Steffane Luiza Costa Neves ..................................................................................................... 13 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 13 Edu Grieco Mazzini Junior (orientador) .................................................................................. 13 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 13 Palavras – chave: Metodologia. Design de produto. Mobiliário. ........................................ 13 RESTRUTURAÇÃO DA IDENTIDADE VISUAL DA COORDENADORIA INSTITUCIONAL DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. .................................................................................................. 22 Marcus Aurélio Cabral de Araújo ............................................................................................ 22 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 22 Giordana Beatriz de Moura Ferreira ....................................................................................... 22 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 22 Mariana Hennes Sampaio Lôbo (orientadora) ........................................................................ 22 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 22 Palavras – chave: identidade visual, redesign, metodologias gráficas ............................... 22 CAMPANHA QUEREMOS FRASQUINHOS............................................................................. 26 Giordana Beatriz de Moura Ferreira ....................................................................................... 26 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 26 Lucas José Cabral Carnaúba .................................................................................................... 26 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 26 Mariana Hennes Sampaio Lôbo (orientadora) ........................................................................ 26 Palavras – chave: campanha; doação; fracos; design. ....................................................... 26 UTILIZAÇÃO DO ÔNIBUS NO PENSAMENTO DO DESIGN UNIVERSAL NA CIDADE DE MACEIÓ­AL ....................................................................................................................................30 Gabryela Oliveira Borges ......................................................................................................... 30 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 30 3

Gabriel Batista ......................................................................................................................... 30 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 30 Magno Penedo ........................................................................................................................ 30 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 30 Gilmarques Castro Oliveira ..................................................................................................... 30 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 30 Pedro Lopes ............................................................................................................................. 30 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 30 Palavras – chave: design, social, ônibus. ............................................................................. 30 Palavras chave: Ergonomia; Design; Ônibus; Projeto; Produto; Usuário. ........................... 30 DESENVOLVIMENTO DE UMA CADEIRA DE DESCANSO COM BASE NA METODOLOGIA DE LÖBACH.............................................................................................................................37 Layane Nascimento de Araújo ................................................................................................ 37 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 37 Edu Grieco Mazzini Junior (orientador) .................................................................................. 37 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 37 Palavras – chave: Metodologia. Cadeira. Löbach. .............................................................. 37 METODOLOGIA DE PROJETO DE PRODUTO ADAPTADA PARA ............................................. 47 O DESENVOLVIMENTO DE UMA PANELA MULTIFUNCIONAL ............................................... 47 Steffane Luiza Costa Neves ..................................................................................................... 47 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 47 Layane Nascimento de Araújo ................................................................................................ 47 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 47 Anderson Elias Silva de Melo .................................................................................................. 47 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 47 Juliana Donato de Almeida Cantalice (Orientadora)............................................................... 47 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 47 Palavras – chave: Metodologia. Fundesign. Design emocional. ......................................... 47 RENDA FILÉ: PROCESSO DE PRODUÇÃO E QUALIDADE DE VIDA DAS RENDEIRAS ................. 55 Layane Nascimento de Araújo ................................................................................................ 55 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 55 Steffane Luiza Costa Neves ..................................................................................................... 55 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 55 Anderson Elias Silva de Melo .................................................................................................. 55 4

Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 55 Juliana Donato de Almeida Cantalice (Orientadora)............................................................... 55 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 55 Palavras – chave: Artesanato. Ergonomia. Design social. .................................................. 55 5 ML FAZEM A DIFERENÇA ................................................................................................. 61 Poliana Carla Barros Martins ................................................................................................... 61 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 61 Heloise Caroline de Alcântara Perciano .................................................................................. 61 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 61 Mariana Hennes Sampaio Lopbo (orientadora) ...................................................................... 61 Universidade Federal de Alagoas - UFAL................................................................................. 61 Palavras-chaves: Campanha, doação, medula ................................................................... 61 A OPORTUNIDADE DE DEFINIÇÃO DE USO DE INSTALAÇÕES ARTÍSTICAS URBANAS À PARTIR DO USO DE MOBILIÁRIO URBANO. ..................................................................................... 65 Luis Henrique Oliveira dos Santos Correia .............................................................................. 65 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 65 Anna Maria Vieira Soares Filha ............................................................................................... 65 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 65 Palavras – chave: Instalação artística, mobiliário urbano, Intervenção ............................. 65 PESQUISA E ANÁLISE PARA DESENVOLVIMENTO DE UMA BABÁ ELETRÔNICA UTILIZANDO O DESIGN UNIVERSAL ........................................................................................................... 68 Maria Eduarda Ramos Alves Soares Universidade Federal de Alagoas – UFAL ...................... 68 Alessandra Carvalho Van Der Ley Freitas Lins Universidade Federal de Alagoas – UFAL ...... 68 Aline Nicole Barbosa Ramos.................................................................................................... 68 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 68 Catarine Amorim Bezerra ........................................................................................................ 68 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 68 Palavras – chave: babá eletrônica, design universal, redesign. .......................................... 68 QUESTÕES ESTÉTICAS E MERCADOLÓGICAS EM SAKURA CARD CAPTOR.............................. 73 Mariana Petróvana Ferreira da Silva ....................................................................................... 73 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 73 Amaro Xavier Braga Jr. ............................................................................................................ 73 Palavras – chave: Mercado. Mangá. Quadrinhos. .............................................................. 73 COLEÇÃO DBENZÊ: ............................................................................................................. 77 5

Arlindo da Silva Cardoso.......................................................................................................... 77 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 77 Juliana Donato de Almeida Cantalice (orientadora) ............................................................... 77 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 77 Palavras – chave: benzedeiras, design, joias,...................................................................... 77 O MOBILIÁRIO RESIDENCIAL SOB UMA PERSPECTIVA CONTEMPORÂNEA ............................ 81 Rubia Ferreira Melo................................................................................................................. 81 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 81 Layane Nascimento de Araújo ................................................................................................ 81 Universidade Federal de Alagoas – UFAL ................................................................................ 81 Palavras – chave: Mobiliário, tetris, configuração espacial. ............................................... 81 A FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA COMO ARTE INTERATIVA.............................................. 89 Luiz Felipe Bastos Nogueira Leite ............................................................................................ 89 Palavras-chave: fotografia, arte contemporânea, signos urbanos ..................................... 89 A FOTOPERFORMANCE NO CENÁRIO CONTEMPORÂNEO .................................................... 92 Marina Avila de Souza ............................................................................................................. 92 Palavras-chave: fotografia, performance, arte contemporânea ........................................ 92 O ESTUDO DO DESIGN SISTÊMICO E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A REDUÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS A EMPRESA LINS FIOS DE CARUARU-PE ................................................................ 95 Amanda Fabrícia Sobral Santos ............................................................................................... 95 Universidade Federal de Pernambuco – UFPE ........................................................................ 95 Alyson Wegilles de Souza Campos .......................................................................................... 95 Universidade Federal de Pernambuco – UFPE ........................................................................ 95 Palavras chave: design sistêmico, sustentabilidade, resíduos sólidos ................................ 95 GRAFITE, INVENTÁRIO MARGINAL ................................................................................... 100 Yara Barbosa Pinto ................................................................................................................ 100 Universidade Federal de Alagoas – UFAL .............................................................................. 100 Palavras - chave: Grafite, Identidade, catálogo ................................................................ 100 O DESIGN DE PRODUTO COMO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO: ................................. 104 Jorge Iury Viana de Lima ....................................................................................................... 104 Universidade Federal de Alagoas – UFAL .............................................................................. 104 Palavras – chave: tesoura, crianças, acidentes domésticos .............................................. 104 DESIGN THINKING E METODOLOGIA PROJETUAL DE MUNARI APLICADOS NO PROCESSO DE CRIAÇÃO DE MOBILIÁRIO E PEÇA GRÁFICA ....................................................................... 109 6

Layanna Roberta Madeiro Lobo de Castro............................................................................ 109 Universidade Federal de Alagoas – UFAL .............................................................................. 109 Kalana Barros Lins ................................................................................................................. 109 Universidade Federal de Alagoas – UFAL .............................................................................. 109 Victor Sotero Ramos.............................................................................................................. 109 Universidade Federal de Alagoas – UFAL .............................................................................. 109 Juliana Donato de Almeida Cantalice (orientadora) ............................................................. 109 Universidade Federal de Alagoas – UFAL .............................................................................. 109 Palavras – chave: metodologia, produto, gráfico ............................................................. 109 O DESIGN DE INTERIORES COMO FERRAMENTA DE TRANSFORMAÇÃO ............................. 114 Thais Lessa Pontes da Silva ................................................................................................... 114 Universidade Federal de Alagoas – UFAL .............................................................................. 114 Palavras – chave: design de interiores, psicologia ambiental, metodologia. ................... 114 ESTOJOS PERSONALIZADOS E STANDARDS ....................................................................... 118 Janaina Freitas Silva de Araújo .............................................................................................. 118 Universidade Federal de Alagoas – UFAL .............................................................................. 118 Mariana Petróvana Ferreira da Silva ..................................................................................... 118 Universidade Federal de Alagoas – UFAL .............................................................................. 118 Gabriela Maria Cavalcanti Ferreira Lessa Santos .................................................................. 118 Universidade Federal de Alagoas – UFAL .............................................................................. 118 Rubia Ferreira Melo............................................................................................................... 118 Universidade Federal de Alagoas – UFAL .............................................................................. 118 Juliana Donato de Almeida Cantalice (orientadora) ............................................................. 118 Palavras – chave: standards, estojos, design de objeto .................................................... 118 AVALIAÇÃO ERGONÔMICA DO VIOLINO MICHAEL: ........................................................... 123 Mariana Petróvana Ferreira da Silva ..................................................................................... 123 Universidade Federal de Alagoas – UFAL .............................................................................. 123 Alessandra Carvalho Van der Ley Freitas Lins ....................................................................... 123 Universidade Federal de Alagoas – UFAL .............................................................................. 123 Maria Eduarda Ramos Alves Soares ...................................................................................... 123 Universidade Federal de Alagoas – UFAL .............................................................................. 123 Priscilla Ramalho Lepre ......................................................................................................... 123 Universidade Federal de Alagoas – UFAL .............................................................................. 123 Palavras – chave: violino Michael, ergonomia, instrumento musical. .............................. 123 7

INVESTIGAÇÕES DA MEIA NOITE: ..................................................................................... 128 Janaina Freitas Silva de Araújo .............................................................................................. 128 Universidade Federal de Alagoas – UFAL .............................................................................. 128 Mariana Petróvana Ferreira da Silva ..................................................................................... 128 Universidade Federal de Alagoas – UFAL .............................................................................. 128 Gabriela Maria Cavalcanti Ferreira Lessa Santos .................................................................. 128 Universidade Federal de Alagoas – UFAL .............................................................................. 128 Gabriela Gomes Melo............................................................................................................ 128 Universidade Federal de Alagoas – UFAL .............................................................................. 128 Danielly Amatte Lopes .......................................................................................................... 128 Universidade Federal de Alagoas – UFAL .............................................................................. 128 Palavras – chave: games, 64 bits, arte e tecnologia. ........................................................ 128

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A ILUSÃO DE ÓTICA NO DESIGN DE INTERIORES: Uso das técnicas de percepção visual aplicadas no projeto Jéssica Silva Cunha Instituto Federal de Alagoas – IFAL Iara Paula Gomes Vilela Instituto Federal de Alagoas – IFAL Palavras – chave: Design de Interior; Ilusão de Ótica; Projeto 1. Introdução e Objetivos

Esse trabalho investigou através dos princípios das artes visuais, os aspectos da percepção visual humana no design de interiores. Foi realizado um estudo de ambientes internos e proposta mudanças em relação ao uso das técnicas que iludem a percepção visual humana, utilizadas como forma de fazer parecer melhor a qualidade, o conforto e a inovação de uso do interior.

Atualmente, o melhoramento de espaços pequenos está direcionado aos aspectos tangíveis como móveis e objetos. Diferente da maioria, nesse trabalho a ilusão de ótica é utilizada como forma de expansão e interação visual.

2. Materiais e Métodos

A partir dos conhecimentos adquiridos durante o curso, de levantamento bibliográfico e nos meios de informação: internet, revistas, foi desenvolvida a análise dos espaços como um estudo avaliativo das técnicas que transmitem sensações intrigantes ao estabelecermos um primeiro contato visual. O trabalho incluiu uma nova ambientação que toma como base um apartamento do projeto social Minha Casa, Minha Vida. Foi feita uma comparação entre um projeto realizado durante a graduação e novo proposto por este trabalho – com o objetivo de demonstrar as melhorias proporcionadas pelo recurso da ilusão de ótica a partir das técnicas utilizadas.

3. Referencial teórico 9

Os aspectos da ilusão de ótica no design de interiores são transmitidos através de forma, movimento, textura, estrutura, cor e contraste, nos objetos, móveis ou no próprio ambiente (GOMES, 2003). Podemos compreender a leitura da mensagem a ser transmitida, a partir dos estudos da Gestalt, dos princípios da leitura visual e da utilização da comunicação visual, conhecimentos sobre técnicas, integrados no design de interiores.

A percepção visual é uma das maneiras onde uma parte do córtex cerebral causa a apreciação mais fiel à realidade. Diferentes áreas do cérebro, assim como distintos processos de percepção, são os grandes responsáveis por funções visuais específicas, estão entre elas: a percepção de movimento, cor e profundidade (FARRONI e MANOM, 2008).

Direcionar o olhar é uma saída importante para indicar uma ideia que se queira passar em um ambiente como um todo. A maioria dos ambientes em que precisam de espaço e que utilizam a saída da ilusão tendem a direcionar ilusão apenas a papeis de parede, espelhos, móveis planejados. Porém, é preciso ter cuidado ao usar estes métodos para não gerar desconforto. De acordo com Karlla Valadares, tudo vai depender do efeito que se pretende e da função de cada espaço: Em ambientes de uso prolongado, o exagero pode gerar incômodo. Em espaços pequenos, uma boa solução é aquela que permite dobrar o tamanho do ambiente e criar uma situação de aconchego. De qualquer modo, o excesso na aplicação de espelhos em paredes e armários tende a prejudicar o resultado no planejamento de interiores (VALADARES apud PORTAL CONDOMINIO E COBRANÇAS, s/d).

São indicadas técnicas conhecidas e outras desconhecidas ou esquecidas, que podem ser vistas e integradas ao design de interiores: Trompel’oeil, o anamorfismo, o grafismo, arte cinética, op art. Grande parte dessas técnicas abordadas em cada local do apartamento de forma óbvia e outras teóricas, conceituais.

Um novo projeto de interiores foi executado com base nas técnicas apresentadas. A planta do imóvel possui dimensões reduzidas característica que permite uma melhor demonstração das técnicas de ilusão de ótica, pois mostra 10

a capacidade que tem de muitas vezes ampliar o ambiente. Isto é observado na forma como foram dispostos os móveis, que não sofreram mudanças em sua locação, com exceção da sala de estar (Ver figuras 1 e 2).

Figura 01: Layout apartamento (base).

Fonte: Acervo pessoal, 2015.

Figura 02: Layout apartamento (atual).

Fonte: Acervo pessoal, 2015.

No decorrer da contextualização do projeto, é destacada a forma de como as técnicas contribuíram para a melhoria do espaço ao mesmo tempo em que a nova ambientação é comparada a anterior para notória observação das modificações feitas em cada área.

4. Considerações Finais

A proposta demonstra os aspectos da ilusão de ótica no design de interiores a partir dos estudos da fundamentação das teorias da Gestalt; da perspectiva; atribuir à leitura da imagem a partir da linguagem visual correta; atribuição de técnicas pouco utilizadas levando-as a um ambiente residencial. A comparação entre os projetos permitiu uma crítica ao nosso próprio trabalho, isso demostra que com o conteúdo adquirido no somar dos períodos pudemos ampliar nosso conhecimento técnico. O estudo também possibilita difundir o conhecimento disponível no acervo de design como um todo e contribui para desmistificar a ideia de que somente o espelho amplia e modifica o ambiente.

Referências

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A. DONDIS, Donis. Sintaxe da Linguagem Visual. 2º edição. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

ARNHEIM, Rudolf. Arte e Percepção Visual: Uma psicologia da Visão Criadora. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.

BAZOU, Sébastien. L’anamorfhose. Dans L’art Contemporain. In: Artefake. 26.

Jul. 2013. Disponível em: <http://www.artefake.com/L-ANAMORPHOSE.html>.

Acesso em: 02. Jul. 2015 BÉRTOLA, Elena de. El arte cinetica, el movimiento y la transformación: análisis perceptivo y funcional. Buenos Aires: Ediciones Nueva Visión, 1973, 218 pp., il. p&b.

EMERICH, Jacqueline Souza. O interior da habitação popular: uma análise do arranjo do mobiliário pela ótica da Ergonomia. Instituto de Pós-Graduação de Goiânia - IPOG Master em Arquitetura Cuiabá. Jun, 2012.

FARRONI e MENON, Teresa e Erica. PhD. Percepção visual e desenvolvimento inicial do cérebro. Disponível em: <http://www.enciclopediacrianca.com/sites/default/files/textes-experts/pt-pt/2432/percepcao-visual-edesenvolvimento-inicial-do-cerebro.pdf>. Acesso em: 3. Set. 2015 GOMES FILHO, João. Gestalt do Objeto: Sistema de Leitura Visual da Forma. 5º Edição. São Paulo: Escrituras Editora, 2003.

PARADELLA, Flávia. Teoria da forma - ponto / linha / plano. UNESA – Universidade Estácio de Sá Criação da Forma – Campus Centro IV (Praça XI).

2011.

Disponível em: <http://www.ensp.fiocruz.br/portalensp/_uploads/documentos-pessoais/documento-pessoal_314.pdf>.

Acesso em: 30. Jun. 2015.

PEDROSA, Israel. Da Cor à Cor Inexistente. 9º Edição. Rio de Janeiro: Leo Christiano Editora LTDA, 2003.

SAGA, Noemi. Ilusão Óptica. In: Blog Nomina Design. 23. Dez. 2011. Disponível em: <http://www.nominadesign.com.br/blog/index.php/2011/12/ilusao-optica/>.

Acesso em: 02. Out. 2012.

VALDARES, Karla. Espelhos transformam os ambientes, criando a ilusão de que são maiores ou mais claros. In: Portal Condominio e cobranças.

Disponível em: <http://www.portalcobrancas.com.br/noticias/espelhostransformam-os-ambientes-criando-a-ilusao-de-que-sao-maiores-ou-maisclaros>. Acesso em 30. Jun. 2015.

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DETALHAMENTO METODOLÓGICO PARA O DESENVOLVIMENTO PROJETUAL DE MOBILIÁRIO Steffane Luiza Costa Neves Universidade Federal de Alagoas – UFAL Edu Grieco Mazzini Junior (orientador) Universidade Federal de Alagoas – UFAL

Palavras – chave: Metodologia. Design de produto. Mobiliário.

1. Introdução e objetivo

Sendo o design o campo que integra criatividade e inovação, a função do designer é criar uma solução associada às necessidades dos consumidores e do mercado, e assim, transformá-la em um produto ou serviço efetivo.

Nessa perspectiva, o trabalho apresenta uma aplicação prática de desenvolvimento de um mobiliário na classe dos assentos, tendo como foco o detalhamento do processo metodológico através de embasamentos teóricos acerca do emprego da metodologia no design, visando seu entendimento para se chegar a concepção de um produto.

2. Referencial teórico Para Santos (2000), o design é o responsável por satisfazer necessidades que muitas vezes não são tangíveis. Baxter (2000), define a criatividade como o coração do design em todos os estágios do projeto. No design de produtos em específico, pode-se dizer que a criatividade é um atributo essencial para a definição da forma, função e mensagem que o produto irá transmitir a seus usuários.

Nessa ótica, o desenvolvimento projetual pode se desenvolver de forma complicada, dependendo da magnitude do problema a ser resolvido. A competitividade também exige do designer a capacidade de projetar produtos em espaços de tempo cada vez mais curtos. Nesse aspecto, o papel da metodologia é importante para auxiliar, organizar e nortear esse processo.

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De acordo com Bomfim (1995), a metodologia é o estudo dos métodos, técnicas e ferramentas e de suas aplicações à definição, organização e solução de problemas teóricos e práticos. Diversos teóricos baseiam-se em metodologias que estimulam o processo criativo para o desenvolvimento de novos produtos, no entanto, de acordo com Heinrich (2013), geralmente a estrutura básica é a mesma: problema, análise, solução e detalhamento.

3. Método Para o desenvolvimento do mobiliário em questão foram utilizadas metodologias propostas por Baxter (2000), Gomes (2001), Lobach (2001), e Lefteri (2007), complementando-as com diversas ferramentas do Design Thinking (2012). Assim, o processo projetual aqui apresentado, possuirá uma descrição geral de cada procedimento realizado, bem como suas respectivas ferramentas, métodos e técnicas. O processo foi dividido nas seguintes etapas: a) Análise do problema: Para dar início a determinado projeto, é criado um documento que consiste em uma descrição objetiva daquilo que deseja-se obter.

Assim, conforme a elaboração do escopo, foram traçadas as metas gerais do projeto, que consiste no desenvolvimento de um mobiliário na classe dos assentos para compor o ambiente de uma Agência de Turismos. Após uma pesquisa desk, primeira técnica utilizada para a fase de imersão foi o desenvolvimento de um Mapa Conceitual, que consiste em uma visualização gráfica para simplificar, organizar e visualizar os dados, elencando palavras que façam parte do elemento central da pesquisa, como mostra a Figura 1.

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Figura 1. Mapa Conceitual adaptado do Design Thinking, 2012. Fonte: Autor (2016).

Em seguida, para organizar e agrupar as palavras elencadas, foi criado um Diagrama de Afinidade com base na similaridade, dependência e proximidade dos dados obtidos, para identificar conexões entre temas, como pode ser observado na Figura 2.

Figura 2. Diagrama de afinidade adaptado do Design Thinking, 2012. Fonte: Autor (2016).

Após esse processo, foi elaborado um questionário online onde foram coletados dados referentes a questões pessoais dos usuários, tais como necessidades, preferências funcionais e estéticas.

Conforme os dados extraídos do questionário, foi elaborada uma Persona, como mostra a Figura 3. As Personas, são criações de personagens que representam o público-alvo, e servem para ilustrar e estabelecer hipóteses a respeito das características e outros atributos acerca do perfil dos usuários.

Figura 3. Persona. Fonte: Autor (2016).

Baxter (2010) acredita que os produtos devem ser projetados para 15

transmitir certos sentimentos e emoções, e isso pode ser obtido através de paineis de imagens visuais. Logo, foi construído um painel do estilo de vida composto por imagens relacionadas ao universo e estilo do público. .

Figura 4. Painel do estilo de vida proposto por Baxter, 2000. Fonte: Autor (2016).

No tocante aos procedimentos, realizou-se uma análise de mercado com o auxílio da Análise Paramétrica, uma ferramenta para conhecer as características dos produtos similares, de modo que o produto a ser projetado possa diferenciar-se dos produtos concorrentes.

Tabela 1. Análise paramétrica adaptado de Design Thinking, 2012. Fonte: Autor (2016).

De acordo com o mobiliário mais votado pelos entrevistados, a Cadeira Swan de Arne Jacobsen (1957) foi utilizada para a realização das ferramentas que serão apresentadas a seguir. A primeira consiste em uma análise estrutural, na qual foi observada a caracterização dos componentes, a tipologia de uniões, e os materiais que compõem o mobiliário similar.

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Figura 5. Análise estrutural proposta por Lobach, 2001. Fonte: Autor (2016).

Já para observar as características funcionais, realizou-se uma análise da tarefa proposta por Itiro Iida (2005). Para tanto, através de registros de imagens, analisou-se indivíduos durante o ato de “sentar-se” em determinado mobiliário, e foi feita uma avaliação geral das causas e hipóteses dos problemas identificados, de modo que sejam estabelecidos requisitos ergonômicos para o novo produto.

b) Definição do problema: Nessa fase, são determinadas as principais características relacionadas à forma e a função do produto. Assim, foi utilizada a ferramenta denominada Matriz de GUT, visando classificar em ordem decrescente de pontos, os problemas a serem solucionados com prioridade.

Tabela 2. Matriz de GUT. Fonte: Autor (2016).

Após esta etapa, foi utilizado o QFD, um método de auxílio ao desenvolvimento de produtos, que contribui para que as expectativas e necessidades dos consumidores sejam atendidas.

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Figura 6. QFD - Desdobramento da Função Qualidade. Fonte: Autor (2016).

c) Geração de alternativas: Para que os produtos atendam às expectativas e despertem emoções nos usuários, o uso de painéis visuais é importante em todos os estágios do projeto, para estabelecer uma visualização entre conceitos abstratos e morfológicos, como mostra a Figura 7.

Figura 7. Painéis de imagens visuais proposto por Baxter, 2000. Fonte: Autor (2016).

A partir da criação desses elementos visuais, foram desenvolvidos 5 conceitos para encontrar a solução mais adequada às características morfológicas e funcionais definidas durante toda a etapa projetual.

d) Avaliação das alternativas: Como ferramenta para auxiliar a seleção e validação das alternativas geradas, foi utilizada a Matriz de Posicionamento, visando auxiliar o processo de decisão através de pontuações baseadas nos requisitos estabelecidos.

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Tabela 3. Matriz de Posicionamento. Fonte: Autor (2016).

e) Realização da solução: Após a definição da alternativa escolhida, é iniciado o processo de adequação e execução da solução. Nesta etapa, são confeccionados desenhos esquemáticos para que sejam definidas as características morfológicas e técnicas de materiais e componentes que irão compor o mobiliário.

Figura 9. Desenhos esquemáticos. Fonte: Autor (2016).

4. Resultados Através das etapas apresentadas nos tópicos anteriores, têm-se como resultado final a concepção de um mobiliário na classe dos assentos. Assim, a cadeira denominada Cadeira Bom Gosto, como mostra as Figuras 11 e 10, apresenta características morfológicas inspiradas no artesanato regional, mais especificamente no ponto Bom Gosto bastante utilizado na renda filé alagoana.

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Figura 10. Ilustração digital. Fonte: Autor (2016).

5. Considerações finais A partir de embasamentos teóricos e utilização dos referidos métodos, técnicas e ferramentas que subsidiaram o projeto, foi possível atender aos requisitos estabelecidos através das necessidades e preferências dos usuários, apresentando como resultado final a concepção da Cadeira Bom Gosto.

Assim, através de uma aplicação prática, foi apresentado conceitos gerais acerca das etapas metodológicas, de modo que seja compreendida a importância da metodologia para auxiliar o processo projetual e para se chegar à solução de determinado problema, e consequentemente, ao produto final.

Referências Bibliográficas BAXTER, M. Projeto de Produto: guia prático para o design de novos produtos. 2ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2000.

DE BONO, Edward. O Pensamento Criativo. Petrópolis: Vozes Ltda. 1970.

GOMES, L. V. N. Criatividade e design: um livro de desenho industrial para projeto de produto. Porto Alegre, RS, 2011.

GP4PLUS. As 25 Técnicas Do Design Thinking - Parte 1. Disponível em: < http://www.gp4us.com.br/design-thinking-1/>. Acesso em: Agosto de 2016.

GP4PLUS. As 25 Técnicas Do Design Thinking - Parte 2. Disponível em: < http://www.gp4us.com.br/design-thinking-parte-2/>. Acesso em: Agosto de 2016.

HEINRICH, F. O. Design: crítica à noção de metodologia de projeto.

Dissertação (Mestrado em Design). 242 f. Pontifica Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: 2013 20

LEFTERI, C. Como se faz: 82 técnicas de fabricação para design de produtos. São Paulo: Blucher, 2007.

LÖBACH, B. Design Industrial: Bases para a configuração dos produtos industriais. São Paulo: Edgard Blucher, 2001.

SANTOS, F. A. dos. O Design como diferencial competitivo. Itajaí: editora da Univali, 2000.

VASCONCELOS, Luis Arthur Leite de. Uma Investigação em Metodologias de Design. Trabalho de Conclusão do Curso de Design. 94 f. Universidade Federal de Pernambuco, Recife: 2009.

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RESTRUTURAÇÃO DA IDENTIDADE VISUAL DA COORDENADORIA INSTITUCIONAL DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. Marcus Aurélio Cabral de Araújo Universidade Federal de Alagoas – UFAL Giordana Beatriz de Moura Ferreira Universidade Federal de Alagoas – UFAL Mariana Hennes Sampaio Lôbo (orientadora) Universidade Federal de Alagoas – UFAL Palavras – chave: identidade visual, redesign, metodologias gráficas

A Coordenadoria Institucional de Educação a Distância (Cied) da Universidade Federal de Alagoas promove, juntamente com as unidades acadêmicas da UFAL, cursos de graduação a distância (EAD) por todo estado, atendendo a estudantes universitários, professores e tutores ligados aos seus respectivos cursos. A Cied realiza a coordenação e atendimento geral a esse público, possuindo três núcleos internos para atendimento das demandas especificas: o núcleo de comunicação, produção e design; o núcleo de projetos e fomentos; e o núcleo de acompanhamento de polos e cursos. As atividades citadas neste trabalho foram desenvolvidas durante o período de estágio obrigatório dos estudantes integrantes da equipe, e estão ligadas ao núcleo de comunicação, e produção e design, internamente conhecido como NCPD. No NCPD são realizadas as demandas de design da Cied, como diagramação de materiais didáticos, desenvolvimento de materiais de divulgação online, etc., sendo formado por uma equipe multidisciplinar composta por pessoas da área de comunicação, tecnologia da informação e design. Desde sua instituição, a Cied já passou por ao menos três mudanças de marca – elemento que apresenta-se como primeiro contato comunicacional entre a coordenadoria e o público.

Uma identidade visual é formada por todos os elementos gráficos utilizados nas matérias do órgão com por exemplo, o símbolo (logo), as cores e grafismos que são aplicados em diversos suportes, físicos e digitais, Tais 22

elementos formam um sistema de identidade visual que, Segundo Peón (2003, p. 07), [...] só é formado quando possui unidade, caracterizada pelo claro estabelecimento de elementos que o singularizem e pela repetição organizada e uniforme destes elementos” ou seja, para isso as aplicações devem respeitar parâmetros técnicos que são definidos no processo de especificação da marca e todos os elementos que a circundam. Esses parâmetros ficam registrados num manual de identidade visual, que serve de guia, para cada vez que a marca necessite de novas aplicações, assim permitindo manter a fidelidade da identidade nos mais variados suportes em que ela seja aplicada. No momento em que chegamos na instituição, pudemos observar que o sistema de identidade visual apresentava problemas em sua aplicação.

Observamos que a marca da Cied não tinha um manual que guiasse sua aplicação, isso fez com que a identidade visual fosse aplicada de formas diferentes em vários materiais encontrados na instituição, o que denotava uma falta de padrão. Os arquivos digitais da marca que são necessários para a sua aplicação

em

novos

materiais

eram

escassos,

e

encontravam-se

desorganizados, além de uma queixa interna dos funcionários, que um elemento do símbolo deveria fazer conexão com a educação, representando por um livro, não era bem reconhecido.

Tendo esses problemas em mente, seguindo a metodologia de Peón (2003, p. 51-52) adaptada, que é dividida em três grandes fases (figura 1)

Figura 1: gráfico da metodologia de Peón

De acordo com essa metodologia a fase A a de problematização, que consiste em diagnosticar a situação do projeto, ou seja, reunir dados e variáveis que determinam o trabalho que será desenvolvido, organizados para possibilitar 23

e otimizar uma solução satisfatória. Então foi realizado um questionário com toda a comunidade acadêmica, afim de reunir esses dados que servissem de base para o trabalho de reestruturação da identidade visual existente, este questionário foi colocado no sistema acadêmico da universidade (ferramenta online que é utilizada por alunos e professores) afim de atingir o maior número de usuários possíveis, assim obtendo dados mais sólidos.

Deste questionário foi feito um diagnóstico que revelou dados relevantes não só para a identidade visual, mas também para a comunicação do órgão com a comunidade acadêmica, nos resultados do questionário vimos que a comunidade acadêmica não conseguia captar todas as referências gráficas utilizadas na marca e não concordavam que a marca conseguia representar as atividades realizadas pela Cied. Estes dados serviram de base para a criação de um briefing, documento que reúne informações impotentes e objetivos a serem atingidos pelo projeto, ferramenta essa também é englobada na fase A, de problematização.

A segunda fase da metodologia de Peón (2003) é a fase B, de concepção, nela a identidade visual será delineada, e é formada por algumas subetapas, a primeira delas é a geração de alternativas - A partir dos requisitos e das restrições do sistema, tidos a partir da etapa de problematização, são geradas alternativas diversas de solução, depois de alguns dias de trabalho chegamos a quatro opções de símbolo, estes símbolos são categorizados pelos seus atributos mais fortes, de acordo com os requisitos obtidos na fase A. A segunda subetapa consiste na definição de partido - identificamos os partidos, e é realizada uma avaliação de cada um deles, de modo a que se chegue a um que será explorado em busca da solução de projeto.

A terceira subetapa consiste na solução preliminar – nela é escolhida a alternativa do partido que será utilizada como base para a solução - que deve agora ser aperfeiçoada visando o estabelecimento de cores e a resolução de possíveis problemas de redução.

Então com os ajustes feitos e testes de redução, o processo chega na etapa de solução, realizamos um pré-projeto com o novo logo, nova cor de apoio e grafismos, além de novas aplicações de papelaria. Estes itens foram 24

apresentados a direção e funcionários da Cied, juntamente com o diagnóstico da pesquisa que nos deu direcionamento para a realização do projeto. Esta foi uma reunião aprovação da nova identidade visual e validação do projeto.

Figura 2: Resultados do pré-projeto, marca e grafismo.

O pré-projeto (figura 2) foi aprovado pelos funcionários e direção do órgão, a partir desse momento o projeto chega na fase C de Especificação, nela é feita todas as especificações técnicas detalhadas do SIV e os projetos de cada item que compõe o sistema, estes constarão no manual de identidade visual, este manual garante que a marca vai ser aplicada corretamente nas próximas aplicações da marca. Peón (2003) explica que este manual é um documento técnico que serve para que outros profissionais que necessitem manusear a marca, façam isso de forma correta mantendo a integridade da marca e a concepção do projeto sem a necessidade de realizar adaptações.

Referências Bibliográficas PEÓN, M, L. Sistemas de identidade visual. 4.ª Edição. Rio de Janeiro, 2AB, 2003

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CAMPANHA QUEREMOS FRASQUINHOS Giordana Beatriz de Moura Ferreira Universidade Federal de Alagoas – UFAL Lucas José Cabral Carnaúba Universidade Federal de Alagoas – UFAL Mariana Hennes Sampaio Lôbo (orientadora) Palavras – chave: campanha; doação; fracos; design.

O Design, enquanto ferramenta estratégica para desenvolvimento de projetos, pode ser abordado sob diversas perspectivas. Uma delas é a do design social, que vem ganhando destaque no cenário brasileiro, especialmente nos estados nordestinos. Assim, a partir da identificação de um problema existente no contexto sociocultural de determinada comunidade, verificou-se que é possível propor soluções que tenham o design como principal agente transformador de uma dada realidade.

Na cidade de Maceió/AL, problemas de ordem social, assim como em muitas capitais brasileiras, não são difíceis de encontrar. Desse modo, a partir de uma atividade proposta no curso de Design da Universidade “X”, a equipe de estudantes participantes do presente projeto, encontrou no Banco de Leite Humano do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, uma instituição que enfrenta diversos problemas de ordem econômica, comunicacional e estrutural.

O objetivo do Banco de Leite Humano do HUPAA é o de incentivar o aleitamento e realizar a coleta, transporte, processamento e a distribuição do leite humano para a UTI e UCI do Hospital Universitária para recém-nascidos que apresentam algumas patologias e que não podem mamar ao seio. Portanto, na busca de situações que pudessem ser resolvidas no tempo disponível, e utilizando recursos financeiros restritos, o objetivo desse trabalho foi propor uma campanha de arrecadação de recipientes de vidro, que viabilizassem a doação e o armazenamento de leite materno, aumentando, assim, o estoque desse material na instituição.

Assim, após constatar que uma das grandes dificuldades da instituição 26

era a arrecadação de frascos de vidro para o armazenamento do leite materno, iniciou-se o processo de desenvolvimento da fase projetual, a qual tinha como foco informar a população que os potes de vidro com tampa plástica de rosquear são a melhor forma de armazenamento do leite, e que a doação é importante pois estes sofrem alta rotatividade devido a perda ou quebra ao longo dos processos de transporte e higienização.

Como objetivos específicos, pontuamos que era necessário, para tornar a campanha viável e conseguir bons resultados, propor uma ação junto a escolas públicas a fim de arrecadar os frascos de vidro, promovendo a atitude solidária e o reaproveitamento consciente (meio ambiente); e desenvolver brindes que pudessem demonstrar reconhecimento pela adesão à campanha, mobilizando o público.

Como planejamento estratégico, utilizamos uma metodologia que propunha a análise de projetos similares, aplicação de questionário com público indireto e a fase de ideação, quando chegou-se a proposta inicial do projeto. Um dos métodos adotados para a organização das ações foi o 5W2H. Esse método: (...) surgiu como uma ferramenta de gestão que visa facilitar este processo de elaboração de um projeto. Através de um sistema de checklist de fácil entendimento, a ferramenta explora as principais questões que envolvem o processo e garante uma visão controlada e planejada do projeto (REZ,2014).

Os “5W” que dão nome ao método dizem respeito a cinco aspectos fundamentais ao elaborar um problema de pesquisa: What (O quê), when (Quanto), who (Quem), where (Onde) e why (Por quê) e os 2H é o how much (Quanto custa) e how (Quando).

Após a definição desses aspectos, a etapa seguinte serviu para analisar cartazes de projetos similares. Examinamos três que visavam, também, a doação de frascos de vidro. Foram elas: Campanha Doe Vidro. Doe Vida; XXIII Semana Mundial de Aleitamento Materno e Campanha Doe leite, doe vidro.

A aplicação do questionário com o público-alvo foi realizada por meio de rede social com adolescentes de 14 a 17 anos.

Após esse primeiro estudo, contatamos a coordenadora dos BLH’s de Alagoas, Rosângela Simões Gonçalves, para conversar e saber quais as 27

dificuldades que estavam enfrentando. Durante a visita foram apontados dois problemas que merecem ser destacados. São eles: 1 - Baixa quantidade de leite em estoque (A meta mínima é de 6 litros ao dia, porém o que geralmente consegue ser obtido é em torno de 1000 ml ao dia); 2 - Necessidade de obter regularmente quantidades de frascos de vidro para armazenamento do leite doado. São utilizados geralmente embalagens em vidro de café solúvel com tampa plástica, nos tamanhos pequeno e médio.

Concluímos que, através dos dados coletados, a campanha Queremos Frasquinhos, proposta pela equipe de design, conseguiu atingir seu objetivo de divulgação desse problema social, possibilitando a conscientização da população maceioense acerca dessa questão, a sensibilização de profissionais dos veículos de comunicação populares (como televisão e jornal impresso), das pessoas de um modo geral visando promover um possível aumento do número de doações tanto do leite humano como dos frascos de vidro, de modo a assegurar a boa manutenção de todos os processos.

Para a divulgação da ação foram criadas redes sociais, como uma página no Facebook Queremos Frasquinhos e um Instagram @queremosfrasquinhos.

Um dos resultados foi a divulgação da campanha em redes locais de televisão, nas quais a equipe concedeu duas entrevistas – uma para o programa “A vez do povo”, da TV Mar, apresentado pelo Wilson Júnior, no dia 4 de novembro de 2015, e outra para o programa Tudo Bom, da TV Alagoas, apresentado pelo Márcio Freire e Fabíola Aguiar, no dia 5 de novembro de 2015. Como material de design gráfico, foram produzidos cartazes de divulgação impressos e adesivos, destinados a presentear quem contribuiu. A ação final, proposta pela campanha, contou com a participação de estudantes do Colégio Santíssimo Sacramento, durante uma gincana escolar. A atividade da arrecadação de frasquinhos foi proposta como uma tarefa surpresa na qual a turma que obtivesse o maior número de doações ganharia a maior pontuação.

Referências Bibliográficas

REZ, Rafael; Conheça o 5W2H: uma poderosa ferramenta de gestão. Disponível em <http://www.novaescolademarketing.com.br/marketing/conheca-o-5w2huma-poderosa-ferramenta-de-gestao>. Acesso em 20 de outubro de 2016.

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MARTINS, Rosane F. F.; MERINO, Eugenio Andrés Diaz. A Gestão de Design como Estratégia organizacional. Londrina: Edule, 2008.

MAGALHÃES, Cláudio de Freitas. Design estratégico: integração e ação do design industrial dentro das empresas; Rio de Janeiro: SENAI/DN SENAI/CETIQT - CNPq - IBICT - PADCT - TIB, 1997

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UTILIZAÇÃO DO ÔNIBUS NO PENSAMENTO DO DESIGN UNIVERSAL NA CIDADE DE MACEIÓ-­AL Gabryela Oliveira Borges Universidade Federal de Alagoas – UFAL Gabriel Batista Universidade Federal de Alagoas – UFAL Magno Penedo Universidade Federal de Alagoas – UFAL Gilmarques Castro Oliveira Universidade Federal de Alagoas – UFAL Pedro Lopes Universidade Federal de Alagoas – UFAL Palavras – chave: design, social, ônibus.

Resumo Trata-­se de um anteprojeto dos estudos da ergonomia do produto, ligada ao transporte público mais usado pela população: ônibus. Dentro desses requisitos é bastante necessário frisar que os problemas de adequações aos diferentes tipos de pessoas, é praticamente desconsiderada. Essa pesquisa visou no fim um projeto gráfico, referente às melhorias do ambiente de transporte e gerando assim facilidades no seu uso. O objetivo do artigo é descrever as mudanças ocorridas sob o enfoque ergonômico e apresentar os resultados de uma pesquisa de opinião junto aos usuários, comparando os dois modelos – o antigo e o atual.

Palavras chave: Ergonomia; Design; Ônibus; Projeto; Produto; Usuário.

1. Introdução Para A. Wisner (1987), a

“ergonomia constitui o conjunto de

conhecimentos científicos relativos ao ser humano e necessários para a concepção de ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficácia”. Independente do produto, 30

todos os produtos foram feitos para se adaptar ao ser humano e suas complexidades. Diferenças essas que deverão se ajustar ao atender aos 90% estabelecido ergonomicamente, apesar que vem crescendo os investimentos transportes públicos, tentando atender em partes a minoria e buscando atrair os usuários de carros particulares. O transporte coletivo está entre os meios de veículos mais usados pela população urbana no Brasil. De uma forma geral, tem a preocupação com os deficientes físicos, mas deixando muito limitado a usabilidade dos de mobilidade reduzida: pessoas que se movimentam com dificuldade e insegurança, com aparelhos ortopédicos ou próteses, incluindo-se idosos, gestantes e pessoas com criança no colo. O projeto pretende e atender a todos os usuários seguindo a NBR 14022, conhecendo as medidas ideias dos assentos, escadas, portas, catracas e balaústres; e de que modo essas estruturas interferem no conforto e acessibilidade do usufruidor.

Censo realizado no ano 2000 indicou que 14,5% da população tinham pelo menos uma deficiência, o dado dimensiona o desafio: garantir condições plenas de vida para milhões de pessoas com deficiência (menos os de categoria de mobilidade reduzida). Só em 2000 a população idosa era cerca de 8,5% e estima­-se que em 2025 seja 15% da população brasileira (MINAYO, 2004).

Desta forma, é de extrema importância um transporte público de qualidade não apenas a maioria, mas que atenda as minorias também como os portadores de necessidades especiais e/ou com baixa mobilidade. Justifica o estudo ergonômico e detalhado do transporte de forma coletiva, no caso o ônibus.

Para a elaboração do trabalho, foi dividido em quatro etapas: Primeira observação dos usuários ao se depararem com as limitações vigentes, segunda foi tabela de entrevista de satisfação, terceira análise e resultado da pesquisa e quarta produção de modificação com um protótipo gráfico.

2. Desenvolvimento 2.1 Problema Falta de ergonomia e desenho universal no ônibus na cidade de Maceió AL e a partir dessa situação avaliar e projetar mudanças cabíveis dentro da 31

ergonomia física. Problemas com a utilização na máquina de leitura da passagem.

3. Objetivos 3.1 Geral Investigar as características ergonômicas que favorecem a acessibilidade no ônibus, disponibilizadas ao transporte. Suas debilidades e essenciais alterações.

3.2 Específicos Indicar as características que favorecem à acessibilidade. Avaliar a opinião quanto ao ônibus e suas melhorias com o projeto. Seguindo a ordem explicitada anteriormente, foi realizada inicialmente observação para verificar como os usuários de todos os tipos encaixados no design universal, se comportam e interagem com o mobiliário e estruturas. Após isso foi realizada pesquisa de satisfação para questionar os usuários quanto a usabilidade, eficiência, eficácia e satisfação ao concluírem a tarefa.

Figura 1: Grades atrapalham o espaço no ônibus. Elaborado pelo autora, com base na pesquisa realizada, 2015.

4. Metodologia 32

Primeiramente, foi criada a problematização da situação, analisando a assim o contato dos usuários para gerar alternativas plausíveis. Baseada na metodologia de Bonsiepe (1984), o projeto do produto foi constituído dessas etapas. Para cada etapa encontrado problemas e soluções através das técnicas como as análises feitas, no qual organiza as informações dos produtos superando

suas

debilidades,

conhece

o

produto

em

sua

estrutura,

funcionalidade entre outras visando melhorar o produto, ou seja, o transporte coletivo.

Foi criada também a árvore de tarefas, que descreve como seria as etapas perfeitamente. No caso o uso ideal do ônibus seria descrito da seguinte forma: Subir as escadas, entrar no ônibus, caminhar com segurança até o seu assento ou passar sua carteira de leitura digital, esperar o sinal sonoro do “bipe”, pressionar sua digital, passar da catraca e se encaminhar para seu assento. O uso da Análise de tarefas (AT) começou na Ergonomia num esforço de descrever os comportamentos elementares envolvidos na execução de uma atividade de trabalho. Desta forma, AT era essencial para a Análise do Trabalho (Work Analysis): a expressão “conhecer o trabalho para modificá-lo” resume sua motivação. Uma excelente descrição sobre Análise Ergonômica do Trabalho é Cybis (1996).

Na sequência foi elaborada a pesquisa e posteriormente resultado para em seguida ser gerada solução.

3. Solução 3.1 Leiaute com alteração

Figura 5: Planta geral leiaute novo do ônibus. Elaborado pela autora, com base na pesquisa realizada, 2015.

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Figura 3: Vista grades leiaute novo do ônibus. Elaborado pela autora, com base na pesquisa realizada, 2015.

Em suma, as soluções de protótipos geradas têm como foco atender a maioria da população e solucionar os problemas encontrados por meio da metodologia exercida. Na proposta a frente seria composta por duas catracas (uma com cobrador e outra sem), para dinheiro e outra para carteira de ônibus em sequência; solucionando assim o problema da fila ocorrido devido a demora do sensor de leitura dos créditos. Outra solução seria colocar todos os passageiros em uma parte única do ônibus (pagantes e não ­pagantes) pois assim facilitaria o trânsito de pessoas e melhora o fluxo que anteriormente era obstruído por pessoas e grades. Os assentos amarelos continuariam sendo dos deficientes físicos e especiais, porém seriam divididos os de mobilidade reduzida para atrás dos ônibus, alterando para o fundo os assentos dos idosos, que na maioria das vezes eram os mais prejudicados, sanando assim o problema da falta de assento para eles, em como a demora para eles passarem a carteira devido à falta de agilidade e tempo de reação. Nesse sistema os pagantes entrariam pela frente e parte dos não ­pagantes também, com exceção dos idosos que entrariam pela porta dianteira do ônibus.

Em específico para os idosos, foi pensado em deixar eles sentados pois devido à idade avançada, adquirem tuberosidades isquiáticas e mantê-los sentados diminui a pressão sobre os ossos situada na bacia, que sustentam 75% do peso total do corpo sentado. Assentos são

capazes de

reduzir o desconforto e da fadiga principalmente em se tratando de trajetos longos. (IIDA, 1990). Também os assentos permitindo melhor acomodação da coluna (GRANDJEAN, 1998).

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Referências ABNT NBR/9050. Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos. Disponível em: ˂ http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/tre­al­abnt­nbr­9050˃. Acesso em 08/06/2016.

Acessibilidade: Um Direito de Todos Cartilha de Orientação. Disponível em: ˂http://www.dhnet.org.br/dados/cartilhas/dht/cartilha_acessibilidade_rn_direitos _todos.pdf˃. Acesso em 08/06/2016.

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BRASIL. República Federativa do. Lei nº12.587,de 03 de janeiro de 2012.Institui as diretrizes da Política Nacional e Mobilidade Urbana; revoga dispositivos dos Decretos­Leis nos3.326,de 3 de junho de 1941,e5.405,de 13 de abril de 1943, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto ­ Lei no5.452, de 1º de maio de 1943, e das Leis nos 5.917, de 10 de setembro de 1973, e 6.261, de 14 de novembro de 1975; e dá outras providências. Diário Oficial da União ­ Poder Executivo, Brasília, DF, 04 jan.

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GRANDJEAN, E. Manual de Ergonomia: adaptando o homem ao trabalho.

Edit. Bookman. 4a . ed. São Paulo.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo Demográfico 2000, Características Gerais da População – Resultado da Amostra. 2000. Disponível em: Acesso em: 10 jun. 2016, 16:30. RIO DE JANEIRO (Município).

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo Demográfico 2010, Características Gerais da População – Resultado da Amostra. 2012. Disponível em: Acesso em: 10 jul. 2016, 10:30.

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IIDA, I. (1990) – Ergonomia Projeto e Produção. Edgard Blücher. São Paulo.

INTERNATIONAL ERGONOMICS ASSOCIATION (2000). Disponível em: < www.iea.cc >. Acesso em 10/06/2016.

STIEL, W.C. Ônibus: . Uma história do transporte coletivo e do desenvolvimento Urbano no Brasil. São Paulo: Estúdio com desenho, 2001.

COMPANHIA DE ENGENHARIA DE TRÁFEGO. A Gestão do Trânsito e Transporte no Caminho Certo. Relatório de Atividades, 1997 /2000 WISNER, Alain. Por dentro do trabalho: ergonomia, método e técnica.

Tradução Flora Maria Gomi de Vezzá. São Paulo: FTD / Oboré, 1987.

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DESENVOLVIMENTO DE UMA CADEIRA DE DESCANSO COM BASE NA METODOLOGIA DE LÖBACH Layane Nascimento de Araújo Universidade Federal de Alagoas – UFAL Edu Grieco Mazzini Junior (orientador) Universidade Federal de Alagoas – UFAL Palavras – chave: Metodologia. Cadeira. Löbach.

1. Introdução Este trabalho detalha o processo metodológico da criação de uma cadeira de descanso, e as técnicas, métodos e ferramentas utilizadas no seu desenvolvimento. Para o desenvolvimento foi utilizada a Metodologia de Projeto de Produto adaptada de Löbach (2001). O artigo apresenta as fases metodológicas utilizadas para gerar um produto prático e atrativo para o mercado,

que

proporcione

uma

experiência

prazerosa

aos

usuários

contemporâneos.

2. Referencial teórico A metodologia é um processo esquematizado apoiado em etapas distintas que buscam aperfeiçoar e auxiliar o designer (ou a equipe de design) no desenvolvimento ou concepção de soluções para um determinado problema através de um produto, artefato ou serviço, oferecendo um suporte de métodos, técnicas ou ferramentas (VASCONCELOS, 2009).

Cardoso & Picoli (2013) complementam, afirmando que é o estudo de métodos técnicas e ferramentas, e de suas aplicações à definição, organização, e solução de problemas teóricos e práticos. A metodologia utilizada no projeto foi adaptada da Metodologia de Projeto de Produto desenvolvida por Löbach (2001) que apresenta bases para o desenvolvimento de produtos industriais.

3. Metodologia 37

Segundo Magalhães, M. S, et al, 2014, Löbach divide o processo metodológico de design em quatro fases distintas, e comenta que embora divididas, elas não são separáveis, e uma vez aplicada elas se entrelaçam, podendo haver avanços e retrocessos no processo. As fases do processo são: análise do problema, definição do problema e dos objetivos, geração de alternativas de design, avaliação das alternativas e solução e realização.

Durante a Análise do problema, declarou-se o escopo do projeto. A proposta era elaborar um produto-assento de design, uma cadeira de descanso, que inove e atenda as necessidades do mercado contemporâneo. Nesta fase foi utilizada uma ferramenta denominada mapa conceitual, proposto por Buzan (2006) mostrado na Figura 1.

FIGURA 1. Mapa Conceitual adaptado de Buzan, 2006. Fonte: Autor (2016).

Na Análise de usuário, através dos dados coletados em um questionário com amostra de 12 pessoas correspondentes ao público em questão foi elaborada uma Persona que o definisse.

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FIGURA 2. Persona. Fonte: Autor (2016).

Usando os resultados obtidos, pode-se realizar uma Anรกlise do consumidor em potencial com um painel que representa o estilo de vida da persona e um painel do consumidor. Como mostram as figuras, 3 e 4.

FIGURA 3. Painel do Estilo de Vida. Fonte: Autor (2016).

39

FIGURA 4. Painel do consumidor - Cadeiras avaliadas pelo público-alvo. Fonte: Autor (2016).

Para analisar os produtos similares ao do projeto, elaborou-se uma tabela comparativa que serviu como base para o desenvolvimento da cadeira de descanso, e assim realizar uma Análise de mercado.

Com sustentação nos dados, desenvolveu-se uma análise estrutural, morfológica, e funcional do produto. Para isso, a ferramenta utilizada foi a matriz de GUT, proposta por Charles H. Kepner e Benjamin B. Tregoe em 1981.

Como mostra a figura 5.

FIGURA 5. Matriz de GUT, adaptada de Kepner e Tregoe, 1981. Fonte: Autor (2016).

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Na Definição do problema e dos objetivos, através da matriz realizada elaborou-se um painel de tema visual e um painel de expressão do produto definindo o conceito do design da cadeira de descanso. Ilustrados na figura 6.

FIGURA 6. Painel de tema visual e painel de expressão do produto, respectivamente.

Fonte: Autor (2016).

Nesses painéis, fica-se definido que o produto deverá apresentar leveza visual, requinte, aconchego, formas orgânicas, sinuosas e fluídas.

Utilizando a matriz de GUT, e painéis de tema visual e do produto, elaborou-se uma tabela de QFD, para que fossem desenvolvidas alternativas de projeto.

FIGURA 7. Tabela de QFD. Fonte: Autor (2016).

41

Os conceitos foram filtrados e aprimorados para que atendessem às diretrizes e objetivos da elaboração da cadeira, os conceitos gerados foram os apresentados nas imagens 8, 9, 10, 11 e 12.

FIGURA 8. Proposta 1. Fonte: Autor (2016).

FIGURA 9. Proposta 2. Fonte: Autor

(2016).

FIGURA 10. Proposta 3. Fonte: Autor (2016).

(2016).

FIGURA 12. Proposta 5. Fonte: Autor (2016).

42

FIGURA 11. Proposta 4. Fonte: Autor

FIGURA

16.

Matriz

de

posicionamento.

Fonte:

Autor

(2016).

Para a Avaliação das alternativas de design, nos processos de Escolha da melhor solução e Incorporação das características ao novo produto, as propostas foram questionadas através de uma Matriz de Posicionamento, observada na figura 16. Na tabela, observa-se um empate entre os conceitos 2 e 4, e após uma análise das propostas, decidiu-se pelo conceito 2.

4. Resultados e discussão Após a escolha do melhor conceito, nos tópicos abaixo serão detalhados os elementos que compõem o produto final proposto.

4.1 Função e Estrutura O produto desenvolvido trata-se de uma cadeira de descanso, com design descontraído, que atende ao público-alvo. A cadeira possui uma estrutura de compensado sarrafeado, com 5 tiras laterais e 3 tiras no formato “c” envolvendo tiras nas laterais, sendo fixadas por cavilhas e encaixe dentado. O assento possui base de compensado sarrafeado, podendo ser grampeado um estofo, seu encaixe é no estilo espiga, na estrutura. Sua estrutura está ilustrada na figura 17.

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A cadeira possui como medidas: Altura - 130cm Altura do assento – 40cm Largura - 100cm Largura das tiras – 3cm Espaçamento entre as tiras - 10 à 15cm Profundidade - 80cm

FIGURA 17. Perspectiva. Fonte: Autor (2016). FIGURA 18. Vista superior. Fonte: Autor (2016).

FIGURA 19. Vista lateral. Fonte: Autor (2016).

(2016).

4.2 Morfologia 44

FIGURA 20. Vista frontal. Fonte: Autor

A cadeira apresenta, como solicitado, formato orgânico, sinuoso, leveza visual, formas vazadas e material madeira. Ainda apresenta aconchego através da ideia de casulo ou de uma costela protetora.

5. Conclusão A partir da adaptação da Metodologia de Projeto de Produto de Löbach (2001), com a inserção de ferramentas, métodos e técnicas de outros autores, e gerações de alternativas existentes, foi possível chegar a definições e solução de um problema inicial. Logo, através de pesquisas bibliográficas e fases metodológicas que subsidiaram o projeto, foi possível perceber a importância da experimentação e da liberdade na seleção de alternativas para se chegar a uma determinada solução, e consequentemente, um produto final.

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BUZAN, Tony. Mapas mentais e sua elaboração. São Paulo: Editora Cultrix.

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MONT´ALVÃO, C., DAMAZIO, V. Design, Ergonomia e Emoção. Rio de Janeiro: Mauad X. FAPERJ, 2008.

ROMEIRO, E., FERREIRA, C., MIGUEL, P., GOUVINHAS, R., NAVEIRO, R. Projeto de Produto. 1 ed, Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

TONELLI, A. Elaboração de uma metodologia de capacitação aplicada ao estudo das características comportamentais dos empreendedores.

Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1997.

VASCONCELOS, Luis Arthur Leite de. Uma Investigação em Metodologias de Design. Trabalho de Conclusão do Curso de Design. 94 f. Universidade Federal de Pernambuco, Recife: 2009.

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METODOLOGIA DE PROJETO DE PRODUTO ADAPTADA PARA O DESENVOLVIMENTO DE UMA PANELA MULTIFUNCIONAL

Steffane Luiza Costa Neves Universidade Federal de Alagoas – UFAL Layane Nascimento de Araújo Universidade Federal de Alagoas – UFAL Anderson Elias Silva de Melo Universidade Federal de Alagoas – UFAL Juliana Donato de Almeida Cantalice (Orientadora) Universidade Federal de Alagoas – UFAL Palavras – chave: Metodologia. Fundesign. Design emocional.

1. Introdução Os usuários contemporâneos buscam produtos que ofereçam praticidade, segurança e facilidade nas tarefas do dia-a-dia. Assim, a satisfação de ter objetos estão ligadas às sensações que estes proporcionam. Dessa maneira, o presente projeto teve como objetivo desenvolver um produto inovador inserido na classe dos utensílios de cozinha, visando suprir as necessidades do referido público-alvo, integrando o que, segundo o IBOPE (2010), essa geração mais preza: a criatividade, multifuncionalidade e inovação.

2. Referencial teórico Mont'alvão e Damazio (2008), afirmam que o Design Emocional apresenta como foco não apenas a forma do objeto, mas seu efeito e ação pelo usuário.

Logo, a exploração dos sentidos foi imperativa neste processo, agregando valor tanto comercial quanto emocional. Nessa lógica, encontra-se o Fun Design, que indica um estilo divertido e lúdico ligado ao Design Emocional, já que estes são capazes de proporcionar experiências prazerosas.

Assim, a proposta foi uma Panela Multifuncional que utiliza como matéria prima principal o vidro, que permite visualizar a preparação do alimento, além de fácil limpeza com uma espátula acoplada a um motor localizado na tampa, para 47

mexer o alimento. A panela ainda seria revestida com tinta termossensível, que muda a cor de acordo com a temperatura, auxiliando no processo de segurança e de manipulação. Esses fatores foram utilizados para atender o quesito inovação e o Fun Design.

3. Materiais e Métodos A metodologia utilizada foi a metodologia de projeto de produto adaptada de Bonsiepe (1983), que fornece uma orientação para o desenvolvimento de produtos através da experimentação, onde o designer tem liberdade na seleção de alternativas e a possibilidade de feedbacks (retorno a fase anterior). Foram utilizadas também ferramentas propostas por Baxter (2005), que auxiliaram na concepção.

As

etapas

que

guiaram

o

processo

metodológico

foram:

a)

problematização; b) análise; c) definição do problema; d) anteprojeto e geração de alternativas; e) avaliação; e f) decisão, escolha e apresentação do projeto.

Na primeira etapa de problematização, identificação e definição da necessidade/problema,

foram

traçadas

as

metas

gerais

do

projeto:

desenvolver uma Panela Multifuncional, que através da inovação apresente praticidade, qualidade e experiências prazerosas para o usuário. Assim, foi desenvolvido um Mapa Mental, proposto por Buzan (2005) (Figura 1).

FIGURA 1. Mapa Mental adaptado de Buzan, 2005. Fonte: Autores (2016).

Em seguida, foi feito um diagrama adaptado de Ishikawa (Ishikawa, K. 1943) e a partir deste, observou-se que o principal problema era a limitação para 48

a inovação, como mostra a Figura 2.

FIGURA 2. Diagrama adaptado de Ishikawa, 1943. Fonte: Autores (2016).

Para preparar o campo de trabalho, foi realizado um levantamento preliminar e análise de dados. Para isso, foi elaborada uma tabela comparativa que serviu como base para uma análise do produto e análise de mercado (Tabela 1).

TABELA 1. Fonte: Autores (2016).

Para conhecer as características, necessidades e desejos do públicoalvo, também foi realizada uma análise de usuário através de uma entrevista informal com 5 pessoas (16 e 35 anos). Nela, foi possível conhecer características e desejos do público e elaborar uma persona (Figura 3).

49

FIGURA 3 – Persona. Fonte: Autores (2016).

Na etapa de anteprojeto e geração de alternativas, foram geradas possibilidades de solução através das técnicas: Brainstorming (Osborn, A. 1953), Analogias (Baxter, 2005), Método 635 (Rohrbach, B. 1969), bem como a elaboração de Dirty Prototyping (Brown, 2010).

Após esse processo, as alternativas foram aprimoradas para que melhor atendessem às diretrizes do projeto. As alternativas geradas foram: a) Panela Planeta (referência ludicamente um planeta, através do grafismo, da forma arredondada e pegas semelhantes a um anel planetário - figura 4); b) Panela Polvo (inspirada nas formas biomórficas do polvo, com pegas que representam tentáculos e as projeções táteis no cabo fazem alusão as ventosas desse - figura 5); e c) Panela Fatia de Bolo (referência o lúdico e o Fun Design através de forma semelhante a uma fatia de bolo - figura 6).

FIGURA 4. Panela Planeta. Fonte: Autores (2016).

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FIGURA 5. Panela Polvo. Fonte: Autores (2016).

FIGURA 6. Panela Fatia de Bolo. Fonte: Autores (2016).

Na fase de avaliação, decisão e escolha, as propostas definidas foram revisadas. Para tanto, fez-se uma avaliação das alternativas geradas comparando-os com uma referência (melhor concorrente atual do produto proposto) (tabela 2).

TABELA 2: Matriz de seleção de oportunidades. Fonte: Autores (2016).

Esta etapa foi realizada com o auxílio da Matriz de Seleção de 51

Oportunidades. No processo decisório e de escolha, percebeu-se que a alternativa 2 destacou-se entre os conceitos analisados. Nos pontos em que não ganhou destaque, foram propostas melhorias. Após o detalhamento da alternativa escolhida, foi feita a modelagem tridimensional digital e uma apresentação final da concepção detalhada do produto final através de desenhos técnicos com vistas, perspectiva explodida, detalhamentos de estrutura, materiais e encaixes da parte estrutural.

4. Resultados A Panela Multifuncional (denominada Panela Fatia de Bolo), poderá desenvolver 3 funções principais de preparo de alimentos. Em sua base possui uma frigideira de aço Inox e ao desacoplar seu cabo, poderá servir como uma forma para assar alimentos. A tampa da panela possuirá um motor que também servirá como pega para a tampa, assim como para rotacionar uma espátula que mexerá o alimento no interior da panela.

Em seu corpo principal (que deve ser acoplado na frigideira para utilização), os alimentos poderão ser cozidos. O mesmo utiliza como matéria prima o vidro, pois este permite visualizar a preparação do alimento sem a necessidade de contato durante o uso ainda quente (figura 7).

FIGURA 7. Panela Fatia de Bolo, Detalhamento das peças. Fonte: Autores (2016).

5. Considerações finais Observou-se que inicialmente, foram geradas alternativas com formas similares às panelas tradicionais, assim foi realizado um feedback para as etapas de anteprojeto e geração de alternativas e foram feitas mudanças significativas 52

na forma. Sendo assim, originou-se a panela de forma triangular, desconstruindo a ideia de uma panela arredondada. O objeto desenvolvido atendeu ao Fun Design e ao Design Emocional, através do formato lúdico, proporcionando uma experiência prazerosa ao usuário.

Referências Bibliográficas BAXTER, M. Projeto de Produto: Guia Prático para o Design de Novos Produtos. 2. Ed. São Paulo: Editora Blücher, 2005.

BONSIEPE, G. A Tecnologia da Tecnologia. São Paulo: Ed. Blücher, 1983.

BONSIEPE, G. Um Experimento em Projeto de Produto: Desenho Industrial.

Brasília: CNPq/Coordenação Editorial, 1983.

BUZAN, Tony. Mapas mentais e sua elaboração. São Paulo: Editora Cultrix.

2005.

HEINRICH, F. O. Design: crítica à noção de metodologia de projeto.

Dissertação (Mestrado em Design). 242 f. Pontifica Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: 2013.

INSTITUTO BRASILEIRO DE OPINIÃO PÚBLICA E ESTATÍSTICA. Gerações y e z: juventude Digital.

IBOPE, 2010.

Disponível em: http://www4.ibope.com.br/download/geracoes %20_y_e_z_divulgacao.pdf.

Acesso em: mar. 2016.

ISHIKAWA, K. Introduction to Quality Control.; Translator: J. H. Loftus. 448 p; 1990.

MARTINS, R. F. F. A gestão de design como estratégia organizacional: um modelo de integração do design em organizações. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção). 205 f. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis: 2004.

MONT A ́ LVÃO, C., DAMAZIO, V. Design, Ergonomia e Emoção. Rio de Janeiro: Mauad X. FAPERJ, 2008.

ROMEIRO, E., FERREIRA, C., MIGUEL, P., GOUVINHAS, R., NAVEIRO, R. Projeto de Produto. 1 ed, Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

TONELLI, A. Elaboração de uma metodologia de capacitação aplicada ao estudo das características comportamentais dos empreendedores.

Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1997.

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VASCONCELOS, Luís Arthur Leite de. Uma Investigação em Metodologias de Design. Trabalho de Conclusão do Curso de Design. 94 f. Universidade Federal de Pernambuco, Recife:2009.

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RENDA FILÉ: PROCESSO DE PRODUÇÃO E QUALIDADE DE VIDA DAS RENDEIRAS Layane Nascimento de Araújo Universidade Federal de Alagoas – UFAL Steffane Luiza Costa Neves Universidade Federal de Alagoas – UFAL Anderson Elias Silva de Melo Universidade Federal de Alagoas – UFAL Juliana Donato de Almeida Cantalice (Orientadora) Universidade Federal de Alagoas – UFAL Palavras – chave: Artesanato. Ergonomia. Design social.

1. Introdução e objetivo O artesanato brasileiro possui mais de cinco séculos de história e tradição, sendo a forma de expressão mais usual de uma população que lida diariamente com matérias-primas simples que, com mãos habilidosas, as transformam em arte. Durante o processo produtivo, o artesão se submete quase sempre a condições de trabalho não adequadas, comprometendo assim, sua produtividade e sua qualidade de vida.

Nessa perspectiva, pode-se discutir o papel do designer e a sua contribuição para melhorar o bem-estar humano e trazer uma mudança social.

Assim, a pesquisa consiste na análise do processo de produção da renda filé do grupo do Núcleo de Artesanato do Pontal da Barra, de forma que estas serão seguidas de estudos baseados na Análise Ergonômica do Trabalho.

Sendo o artesanato um produto de cunho cultural, social e histórico, a metodologia AET empregada sobre esse contexto, possibilitará a discussão acerca da ergonomia e do design no artesanato enquanto fator de melhoria na produção e na qualidade de vida das artesãs.

2. Método De acordo com a Norma Regulamentadora NR 17, a Análise Ergonômica do Trabalho (AET), tem como objetivo observar, registrar, e avaliar as relações 55

existentes entre demandas de doenças, acidentes e produtividade com as condições de trabalho, com as interfaces, com os sistemas e a organização do trabalho (BRASIL, ABNT, 1990). Para tal finalidade, através de informações coletadas com um grupo de rendeiras e dados comparativos a partir de embasamentos teóricos, foram analisadas a relação entre o modo de produção, o ambiente, os postos de trabalho, respectivos riscos ocupacionais, assim como recomendações e hipóteses de solução em design.

3. Resultados Através de métodos observacionais e interacionais realizados com um grupo de 10 “filezeiras”, identificou-se demandas relacionadas a um ambiente de trabalho ergonomicamente inadequado, resultando na ausência de conforto físico ao longo da execução de suas atividades.

Assim, fazendo uma adaptação de Matos et al (2012) para caracterizar as análises dos resultados, temos: a) Estrutura física: Cada artesã é responsável pela sua própria produção.

Algumas trabalham em suas lojas, onde apresentam condições mais favoráveis à jornada de trabalho. Entretanto, em sua maioria, o trabalho é realizado na calçada da porta de suas casas e estabelecimentos, sentadas em cadeiras de plástico ou de praia, e até mesmo no chão, onde as artesãs apoiam o tear em suas pernas e debruçam-se sobre o mesmo para a execução do ofício. Dispondo de iluminação diurna, as rendeiras enfrentam uma jornada de aproximadamente 8 à 10 horas diárias; b) Materiais: Os materiais utilizados pelas artesãs são: agulha para filé; linhas de algodão e tesoura; 1 tear. As mesmas não utilizam nenhum Equipamento de Proteção Individual (EPI), como máscaras e óculos protetores, para evitar a inalação de pelos soltos das linhas de algodão utilizados; c) Método de trabalho: Durante o exercício de suas funções, as rendeiras realizam movimentos repetitivos dos punhos, ombros, braços, mãos e dedos.

Tais movimentos juntamente a postura inadequada, podem acarretar problemas no dorso, coluna, além dos membros superiores; d) Posto de trabalho: Durante o processo de produção, identificou-se que 56

as cadeiras utilizadas, ou mesmo a ausência dessas, não são reguláveis, e não possuem dimensões corretas para a execução do ofício. O tear pode variar em diversos tamanhos dependendo da peça que a ser produzida, contudo, regularmente ele possui de 1 metro de comprimento e largura, até 2 metros. As rendeiras, no entanto, optam por teares menores em virtude do desconforto físico gerado por teares de grandes dimensões. Além disso, ao utilizarem o equipamento, as mesmas curvam-se para ter acesso aos pontos mais distantes e exercem maior força dos membros inferiores e superiores, tanto para movimentar a agulha quanto para trocar os fios da linha de algodão; e) Identificação dos riscos: Os riscos que podem afetar a saúde e a segurança das rendeiras podem ser observados na Figura 1.

Figura 1. Riscos para a saúde das rendeiras. Fonte: Autores (2016).

Assim, os seguintes dados referentes aos problemas que podem ser ocasionados a médio e longo prazo durante ofício, foram levantados a partir da análise realizada in loco: a) Químicos: Poeira despendida das linhas de fibra de algodão; b) Ergonômicos: Permanecer na posição sentada por longo período de tempo; Postura inadequada e esforço excessivo; Realização de movimentos repetitivos e de precisão; Vista fixa durante o desenvolvimento da atividade por um longo período; Ausência de mobiliário ergonomicamente adequado; c) Acidentes: Os acidentes mais comuns são perfuração e corte nos dedos 57

e mãos, em virtude dos materiais utilizados (tesoura e agulha). d) Doenças ocupacionais: Entre as doenças que podem ser ocasionadas devido às condições que as rendeiras são submetidas durante o ofício, estão o LER (Lesão por Esforços Repetitivos); O DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), ocasionado devido a posturas inadequadas; E a Bissinose que é causada pela poeira das fibras de algodão, que afetam, não só as pessoas que trabalham na indústria algodoeira, como também os trabalhadores que lidam com essas fibras.

Figura 2. Riscos para a saúde das rendeiras. Fonte: Autores (2016).

4. Considerações finais A partir dos métodos observacionais e interacionais relatados, identificouse problemas ergonômicos no modo de produção das “filezeiras” do Núcleo do Pontal da Barra em Maceió. Logo, através da análise, pôde ser constatado que a falta de instrução e condições inadequadas de trabalho podem originar riscos ocupacionais, que a médio e longo prazo, possam vir a prejudicar a saúde e a produtividade das rendeiras.

Dessa forma, entende-se que há a necessidade do desenvolvimento de um novo sistema de produção desenvolvido através de estudos que se utilizem da Antropometria, assim como também foi vista a necessidade da troca de conhecimentos entre pesquisadores e pesquisados, unindo conhecimentos da ergonomia e do design com os conhecimentos tácitos das rendeiras. O objetivo desse processo participativo é expor a importância da ergonomia e de seus estudos, e como esses devem ser aplicados para garantir conforto físico e proporcionar melhorias no processo de produção, sem, contudo, descaracterizar a tipologia tão tradicional no estado.

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Referências ABERGO (Associação Brasileira de Ergonomia). O que é Ergonomia?

Disponível em: < http://www.abergo.org.br/ >. Acesso em 03/05/2016.

ALMEIDA, J. D. Modelagem situada de metodologia da oficina de desenho de renda de bilros. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Programa de Engenharia de Produção. Natal, Rio Grande do Norte. Brasil, 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 17: Segurança e medicina do trabalho. São Paulo: ABNT, 1990.

BARROS, M. C. R, O artesanato Alagoano: Filé. In: IV Colóquio de Moda, Novo Humburgo, 2008. Anais: Novo Humburgo, 2008. Disponível em: <http://coloquiomoda.hospedagemdesites.ws/anais/anais/4-Coloquio-de Moda_2008/42268>. Acesso em 02/05/2016.

BARROSO, E. Design no Artesanato, 2001. In. http://eduardobarroso.com.br.

Acesso em 01/04/2016. __________.; Design, Identidade Cultural e Artesanato. Primeira Jornada Iberoamericana de Design no Artesanato. Fortaleza, 1999 (In. http://www.eduardobarroso.com.br/artigos.htm).

BRAVERMAN, H. Trabalho e capital monopolista: a degradação do trabalho no século XX. (tradução: Nathanael C. Caxeiro). Editora Guanabara: Rio de Janeiro, 1987.

DANTAS, C. L. Fazer popular. Mestres Artesãos das Alagoas. Maceió: Instituto Arnon de Mello, 2009.

FLEURY, A. & FLEURY, M. T. L. Aprendizagem e inovação organizacional.

2. ed. São Paulo: Atlas, 1997.

FLEURY, A. & VARGAS, N. Organização do trabalho: uma abordagem multidisciplinar; sete casos brasileiros para estudo. São Paulo. Atlas, 1983.

IIDA, I. Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo: Edgard Blücher, 1990.

INBORDAL. Patrimônio Imaterial de Alagoas.

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MATOS, D. L, et al. Identificação dos riscos ocupacionais em uma associação de mulheres artesãs no Médio Sertão Maranhense. In: VII Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação, Palmas, 2012. Anais.

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NIEMEYER, L. Código de ética para designers. Disponível em <http://www.design.com.br/blog/codigo-de-etica-para-designers/> Acesso em 03/05/2016.

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Tradução Flora Maria Gomide Vezzá. São Paulo: FTD / Oboré, 1987. __________; Textos Escolhidos Antropotecnologia. Rio de Janeiro: Virtual Científica, 2004.

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5 ML FAZEM A DIFERENÇA Dê o primeiro passo Poliana Carla Barros Martins Universidade Federal de Alagoas – UFAL Heloise Caroline de Alcântara Perciano Universidade Federal de Alagoas – UFAL Mariana Hennes Sampaio Lopbo (orientadora) Universidade Federal de Alagoas - UFAL

Palavras-chaves: Campanha, doação, medula

Atualmente o REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea) órgão pertencente ao Ministério da Saúde e que existe desde 1993, é o terceiro maior banco de doadores do Brasil e possui o maior registro público do mundo de pessoas aptas a realizar doação de medula óssea. Ele encontra-se instalado no INCA (Instituto Nacional do Câncer) e contém quase 4 milhões de pessoas cadastradas – um número relativamente alto e significativo, mas que se torna pequeno quando feito o comparativo entre possíveis doadores e pessoas que estão, hoje, aguardando transplantes. Tal procedimento possibilita a retirada de parte da medula alojada na cavidade interna de vários ossos da pessoa saudável, na qual estão contidas as células-mãe que dão origem aos glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas; e o seu transplante na pessoa enferma.

O transplante de medula óssea é necessário para o tratamento de pessoas que têm doenças que comprometem a produção do sangue pela medula, como leucemia e aplasia de medula óssea, além de ser indicado para crianças portadoras de algumas doenças genéticas. Assim, podemos dizer que a importância da medula óssea é tão grande para a chance de cura desses pacientes, que ela também é denominada “a matriz do sangue”. Embora, em alguns casos, os doadores compatíveis são identificados dentro do círculo familiar do próprio paciente, na maioria das vezes, essas chances são remotas, de modo que é preciso ir em busca de um doador inscrito no REDOME. 61

Levando em consideração os dados levantados sobre esse problema e sabendo que a chance de se ter alguém compatível é de um a cada cem mil, buscou-se compreender por que o número de pessoas dispostas a fazer o transplante é tão baixo, já que, potencialmente, qualquer pessoa saudável está apta a realizar o procedimento. Além disso, verificou-se as possibilidades de contribuição do Design para a resolução de tal problema. Então, usando os princípios do Design Thinking associados à metodologia proposta por Koberg e Bagnall (PANIZZA, 2004, p. 119 – 120) – cujas etapas são: (1) aceitação do problema; (2) análise (pesquisa); (3) definição; (4) ideação; (5) seleção (tomada de decisão); (6) implementação (ação) e (7) avaliação – que desenvolvemos nossa proposta. No primeiro momento foi aplicado um questionário social via web pra saber a opinião das pessoas sobre o assunto, em seguida buscou-se o maior número de informações acerca do tema com a instituição responsável pela inscrição no REDOME na cidade de Maceió - AL (o HEMOAL – Hemocentro de Alagoas), para então determinar que melhor ferramenta estratégica auxiliaria no aumento de cadastros de possíveis doadores. Daí então deu-se início a fase de ideação para desenvolver uma campanha promovendo uma ação social em parceria com instituições públicas e privadas com maior visibilidade no Estado de Alagoas, com a finalidade de divulgar e esclarecer questões a respeito da doação de medula óssea e do cadastro de doadores; a realização da campanha surtiu efeitos positivos com novos cadastros de doadores conscientizados sobre a importância da doação de medula óssea (Ver link e imagens da campanha realizada nos anexos).

A relevância de fornecer conhecimento e informatizar as pessoas do que se trata a doação de medula, desmistificando alguns mitos e dúvidas sobre o assunto; aliada a importância agregada a esse feito, serve para prestar maior esclarecimento a respeito deste tema aqui abordado, procurando assim aumentar o número de cadastros no banco de dados (REDOME) aumentando as chances de cura dos pacientes na fila de espera. Em suma, o projeto pretendeu mostrar como o design pode contribuir com o gerenciamento criativo dos projetos e ser utilizado como recurso no aperfeiçoamento dos processos de cunho social, além de utilizá-lo com fonte para criação de novas ideias, 62

auxiliando na adaptação às mudanças de comportamento; afim de atingir o maior número de cadastros possíveis.

Anexos Link da campanha: 5ml fazem a diferença https://www.youtube.com/watch?v=n3yAo0gBpy0

Imagens do Projeto:

Divulgação

Divulgação do projeto nas mídias digitais

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Referências Bibliográficas

Livro: ASSOCIATION, World Marrow Donor (WMDA). Sharing Life. Editora: Associação que reúne os registros de doadores de medula óssea (World Marrow Donor Association).

PANIZZA, Janaina F. Metodologia e processo criativo de comunicação visual.

2004. 254 p. Dissertação (Mestrado em Ciências da Comunicação)

Sites: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/orientacoes/site/home/perguntas_e_r espostas_sobre_transplante_de_medula_ossea http://redome.inca.gov.br/o-redome/conheca-o-redome/

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A OPORTUNIDADE DE DEFINIÇÃO DE USO DE INSTALAÇÕES ARTÍSTICAS URBANAS À PARTIR DO USO DE MOBILIÁRIO URBANO. Luis Henrique Oliveira dos Santos Correia Universidade Federal de Alagoas – UFAL Anna Maria Vieira Soares Filha Universidade Federal de Alagoas – UFAL Palavras – chave: Instalação artística, mobiliário urbano, Intervenção As instalações, desde seu surgimento, se deparam com uma confusão de aplicação tendo sua essência reduzida apenas às efêmeras disposições de peças artísticas, muitas vezes só pela vontade de participar de nova arte, quebrando a história e a alma do estilo, de integrar o seu observador como parte, e não como participante. No presente trabalho buscamos uma associação do conceito de instalações artísticas com o mobiliário urbano que o design tem capacidade de refletir, buscando uma relação de uso e participação do mesmo atrelado às intervenções urbanas. Ambiguidade do conceito de instalação artística. Sobre “Instalação” Bishop (2005) diz: “a pura diversidade em termos de aparência e conteúdo de trabalho produzido até hoje sob esse nome, e a liberdade com a qual o termo é utilizado quase o impedem de ter algum significado”. As instalações iniciais, à exemplo da Merzbau, de Kurt Schwitters (1923) tinham e almejavam a introdução do observador como parte da obra, como catalisador enquanto a obra era produzida e alterada por eles mesmo a todo momento de interação. A instalação artística, se tratando de uma das mais novas formas de arte contemporânea, logo após seu início evoluiu para uma conflitante ambiguidade. A euforia e a novidade do formato de arte desenvolveram uma nomenclatura ambígua, que é utilizada de forma errônea, e muitas vezes desentranhando a essência que está por dentro da instalação. As confusões se tornaram evidentes a partir do momento que, pela quantidade e força do estilo, começaram a tratar qualquer instalação de peças artísticas, no sentido de montagem e disposição, como a arte que é a instalação. O conceito inicial propõe ao observador e usuário, não apenas estar participando, mas que 65

ele, em sua totalidade, seja parte da obra, e que suas ações e decisões a partir de pedaço da obra se tornem e sejam previstas como parte da mesma. A Instalação como arte interativa e instrumento de intervenção. Como quebra dessa ambiguidade tem sido proposta a fuga das galerias e dos museus, o incentivo ao contato total do usuário com a obra de arte, que deverá inclui-lo como integrante. Como possibilidade e oportunidade, pode ser citada a interação das instalações urbanas que dispõe da interação completa de usuário/pedaço da obra, transformando-a no real sentido da criação do estilo, e facilitando as instalações urbanas de cumprirem e despertarem o que se necessita nas partes da obra. O design contemporâneo, dentro de suas diversas vertentes, oferece projetar o atual e influente mobiliário urbano, ferramenta que divide funcionalidade parecida com as instalações. Relação entre instalação artística, mobiliário urbano e design contemporâneo. Tinoco (2005), diz que “Mobiliário urbano é um termo coletivo para objetos e equipamentos instalados em ruas e estradas para diversos propósitos”. A relação com o design contemporâneo se propõe a partir do momento que o mobiliário urbano visa atender à funcionalidade e ao uso, atribuindo forças, escondendo fraquezas ou ressaltando algo que esteja disposto no cenário urbano, e, abrindo às portas para que a instalação possa despertar em seus participantes, a curiosidade, incentivar o conhecimento e a reflexão. A carga cultural que se aplica geralmente às instalações, faz jus às oportunidades que o design contemporâneo parece estar tomando, seguindo muitas vezes por questões mais regionais a depender do designer, ou para onde o objeto está sendo requisitado, aspecto bem presente nas obras artísticas que visam ressaltar ou buscar a atenção do público/pedaço da obra para a representação em destaque. Considerações Finais. Após evidenciar o fator da ambiguidade, observado no termo: “instalação” que é abordado desde seu início como peça artística e da necessidade do estilo se consolidar e definir suas características, afim de não se excluir ou diminuir sua importância como obra de arte, parece-nos oportuno estabelecer uma relação de coexistência e até de integração entre a instalação artística e o mobiliário urbano. A ambiguidade retira da instalação sua grande potência para exercer sua principal função de reconhecimento e busca por 66

entendimento da causa que a mesma aborda, justamente por ser tratada como apenas uma disposição. Por isso nos parece necessário uma tentativa de junção de forças entre o mobiliário urbano e sua capacidade e atração de populações à interação e ao uso, junto com a ressalva e amostragem de causa definida como foco da instalação, a fim de propor uma cooperação funcional entre os dois estilos, que possa enaltecer suas respectivas forças e importâncias.

Referências bibliográficas BICHOP, Claire. What is Istallation art? In: BISHOP, Claire. Installation Art: a critical history. Nova Iorque: Routledge, 2005.

TINOCO, Ágata. Um olhar pedestre sobre o mobiliário urbano paulistano. 2005. 1 v. Tese (Doutorado) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2005.

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PESQUISA E ANÁLISE PARA DESENVOLVIMENTO DE UMA BABÁ ELETRÔNICA UTILIZANDO O DESIGN UNIVERSAL Maria Eduarda Ramos Alves Soares Universidade Federal de Alagoas – UFAL Alessandra Carvalho Van Der Ley Freitas Lins Universidade Federal de Alagoas – UFAL Aline Nicole Barbosa Ramos Universidade Federal de Alagoas – UFAL Catarine Amorim Bezerra Universidade Federal de Alagoas – UFAL Palavras – chave: babá eletrônica, design universal, redesign.

1. Introdução e Objetivo

O processo de reconhecimento de pessoas com deficiência foi longo e continua atuando em favor dos direitos dos cidadãos. No Brasil, foi partir do final dos anos setenta que esse movimento ganhou força, principalmente com o apoio das Nações Unidas, proclamando em 1981 o “Ano Internacional da Pessoa Deficiente” (30 anos do AIPD1, 2011).

Com a integração na sociedade de pessoas com deficiência, o número de produtos

desenvolvidos

para

este

público

cresceu,

entretanto

ainda

encontramos alguns que não se adaptam aos consumidores. Quando o público são pais deficientes, é essencial considerar a acessibilidade para evitar possíveis obstáculos no cotidiano dos mesmos e/ou de seus filhos pequenos.

Portanto, o trabalho busca alcançar os seguintes objetivos: realizar pesquisas e análises dos modelos atuais de babás eletrônicas para interpretar e indicar melhorias, oferecendo conforto e praticidade aos usuários ao dormirem; além de desenvolver uma proposta de modelo.

1

(AIPD) Ano Internacional da Pessoa Deficiente

68

2. Referencial teórico Utilizou-se uma metodologia híbrida unindo propostas de Bonsiepe 2 e Baxter 3, além de pesquisas e análises de produtos similares e a estratégia de análise conhecida como Oceano Vermelho e Oceano Azul.

3. Materiais e métodos

No desenvolvimento da pesquisa foram feitas análises aplicando a metodologia, para estudar as alternativas e desenvolver um produto que melhor atenda os objetivos.

Para isso, foram analisados produtos comercializados com propostas semelhantes, objetivando avaliar: o custo e os pontos positivos e negativos de cada produto. Os produtos podem ser vistos a seguir.

Fonte¹: Página da D-Link 4, 2016. Fonte²: Site da Toyrus 5, 2016. Fonte³: Site da Buy Buy Baby 6, 2016.

Analisar o que o mercado disponibiliza possibilitou direcionar o projeto para uma proposta de babá mais eficaz, buscando-se melhorar os pontos negativos encontrados para posteriormente serem feitas outras análises.

Com essa pesquisa, foi desenvolvida uma análise de mercado A metodologia de Bonsiepe (1983) fornece uma orientação para o processo projetual apresentando técnicas e métodos para o desenvolvimento de produtos, através de projetos experimentais.

3 A metodologia de Baxter (1998) compõe etapas que consiste: identificação de uma oportunidade, pesquisa de marketing, análise dos produtos concorrentes, proposta do novo produto, elaboração da especificação da oportunidade e especificação do projeto (BAXTER, 1998).

4 <https://www.dlink.com.br/babycam/>.

5<http://www.toysrus.com/buy/audio-monitors/summer-infant-babble-band-wearable-digitalaudio-baby-monitor-29550-70578756 >.

6 <http://www.buybuybaby.com/store/product/summer-infant-reg-sure-sight-digital-color-videomonitor/1042259572>.

2

69

denominada “Oceanos Vermelhos e Oceanos Azuis” (KIM, W. Chan; MAUBORGNE, Renée, 2005), que proporcionou uma percepção sobre a área que a babá ocupa dentro do mercado. Subsequentemente foi desenvolvido um gráfico para expor os pontos que se deve eliminar e/ou acrescentar ao produto.

Sendo vista a seguir.

12 10 8 6 4 2 0

My-D-Link Babble Band Summer Infant Produto proposto

Fonte: SOARES, Maria Eduarda R. A, 2016.

No gráfico foram analisados os produtos similares, sendo posicionados junto da proposta. Assim, após essa análise, o produto proposto pretende priorizar a acessibilidade e a praticidade, mantendo-se mediano nos outros quesitos.

Essas informações foram essenciais para organização dos requisitos e parâmetros, no qual foram elaboradas tabelas, observando-se que: tanto para a câmera da babá e pulseira - que é uma proposta integrada à babá e serve como auxílio ao usuário, levando maior praticidade em seu cotidiano - foram priorizadas características de forma, cor, uso, materiais, ergonomia e acessibilidade; e o aplicativo, sendo outra proposta priorizou o uso, acessibilidade e cor.

Por se tratar de um redesign, usando os princípios do design universal e os objetivos serem a acessibilidade e praticidade, foram priorizadas a variedade de alarmes (visual, vibratório e sonoro) e a ergonomia no acesso (botões), pega e no fecho da pulseira.

4. Resultados No desenvolvimento das propostas – câmera, pulseira e aplicativo – foi objetivado desenvolver um produto atrativo e que funcionasse de acordo com os 70

requisitos e parâmetros. Assim, após análises e pesquisas os modelos apresentados foram os que mais se enquadraram ao objetivo do projeto, podendo serem vistos a seguir.

Fonte: RAMOS, Aline N. B. et al. 2016.

O modelo da câmera funciona da seguinte forma: uma câmera em 360º, com possibilidade de inclinação para cima e para baixo; monitoramento de vídeo, áudio e microfone simultaneamente e recurso de comunicação bidirecional; os botões possuem ícones com braile; a câmera é interligada com base flexível com três pés, possibilitando um melhor equilíbrio e adaptabilidade ao ambiente.

Com forma simples, de fácil manuseio e que se adapte ao usuário, a pulseira possui: fecho com ímãs, possibilitando maior facilidade de uso principalmente para pessoas com deficiência, por não utilizar fechos mais elaborados; botões com ícones em braile; monitoramento de áudio e microfone simultâneos; alerta vibratório; sensor de proximidade que interage com a câmera para ativar ou desativar o alerta; e luzes indicadoras de nível de bateria e ruído.

Já o modelo do aplicativo é simples, pois sendo utilizados pelos pais foi pensado 71

na praticidade do uso.

5. Considerações finais Durante o processo de desenvolvimento do projeto, além das pesquisas e análises previstas na metodologia utilizada, foram realizadas duas etapas de grande

importância

para

geração

de

alternativas,

a critical

session e

o codesign – realizado com alunos da UFSC – onde foram avaliadas as propostas iniciais para os produtos.

Com os feedbacks foi possível realizar modificações para que o projeto alcançasse seus objetivos e o produto a ser desenvolvido tornasse a experiência do usuário mais segura e prazerosa, priorizando a acessibilidade e a praticidade no uso, e a adaptação desse produto – já conhecido no mercado – para a maior quantidade de pessoas.

Referências

30 anos do AIPD: Ano Internacional das Pessoas Deficientes 1981-2011. / Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Memorial da Inclusão. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2011. 412 p. Pessoa com deficiência. PDF. 26 de Julho de 2016.

KIM, W. Chan; MAUBORGNE, Renée. Estados Unidos: Harvard Business Review Press, 2005. A Estratégia do Oceano Azul: Como criar novos mercados e tornar a concorrência irrelevante. Le Livro, [s.d.]. PDF. 25 Outubro 2016.

SIMÕES, Jorge Falcato; BISPO, Renato. Design Inclusivo: Acessibilidade e Usabilidade em Produtos, Serviços e Ambientes. Lisboa: Centro Português de Design, 2006, 2º ed. Design Includes you. PDF. 16 de Julho de 2016.

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QUESTÕES ESTÉTICAS E MERCADOLÓGICAS EM SAKURA CARD CAPTOR Mariana Petróvana Ferreira da Silva Universidade Federal de Alagoas – UFAL Amaro Xavier Braga Jr. Palavras – chave: Mercado. Mangá. Quadrinhos.

1. Introdução Como um dos primeiros mangás publicados no Brasil com regularidade, Sakura Card Captor é considerado um dos títulos que abriu caminho para que não somente outros quadrinhos japoneses pudessem ser trazidos ao país, como também para o próprio gênero direcionado para jovens garotas.

A republicação de Sakura Card Captor, 10 anos depois, também é um marco que inicia o processo de relançamento de outros títulos mainstreans no formato para colecionador. Ocorrência que demonstra o estado em que o mercado de quadrinhos, em específico de mangás licenciados no Brasil, passa.

(SILVA,V. 2012)

2. Referencial Teórico e Análise Mercadológica Graças ao sucesso atribuído a sua animação exibida pelo canal pago Cartoon Network e pelo canal de TV aberta Globo, Sakura Card Captor, mangá do grupo CLAMP caiu nos gostos do público brasileiro. Lançado inicialmente na revista Nakayoshi da editora Kodansha de Tóquio em 1996, e trazido ao Brasil pela editora JBC em 2001, é o mangá do gênero Shoujo.

O Mangá, sendo do gênero Shoujo traz a estética usada em revista com público alvo direcionado a garotas adolescentes, mais especificamente um Mahou Shoujo, gênero que ainda estava se popularizando no período, com histórias que envolviam garotas com poderes mágicos (LUYTEN, 2001). Como o Brasil passou por um processo inverso da entrada desse material, primeiramente foram apresentadas as animações para depois as histórias em quadrinhos que deram origem a elas chegarem. As editoras brasileiras naquele 73

período adotavam diversas medidas para evitar retornos negativos e, por isso, além da escolha de uma série já conhecida, no caso de Sakura Card Captor, os títulos possuíam menos páginas que os conterrâneos nipônicos.

O formato comercializado no Brasil era chamado de meio-takon, pois, era o equivalente a metade das páginas do original japonês, além das dimensões serem proporcionalmente menores, do que um tankoubon. No entanto, a maior diferença era a qualidade do papel usado nos encadernados - com páginas em papel jornal de baixa gramatura, a capa em papel cartonado também de baixa gramatura, com uma brochura de cola simples. Tornou-se uma prática comum trazer ao Brasil lançamentos de histórias mainstreans, já que esses títulos já previamente conhecidos do público brasileiro por suas animações não necessitavam de grandes investimentos com propaganda para que a série fosse apresentada.

Considerando todos esses pontos, além de valores mais baixos do dólar e consequentemente de suas licenças, era entendível que o preço de capa dos mangás fosse baixo. Todos os 24 volumes meio-takons de Sakura Card Captor lançados em 2001 tinham tamanho de 17,7cm x 11,4cm e cerca de 90 a 100 páginas e foram comercializados com o valor de capa de R$2,90.

Outro fator que possibilitou a disseminação dos quadrinhos nipônicos no país foi a mudança na distribuição dos quadrinhos americanos, tornando-os setorizados por região, feita pela editora Abril na época. Com a demora em que certos títulos chegassem a regiões de grande consumo, os títulos japoneses tiveram seu espaço para serem disseminados. (BRAGA JR. 2011) O relançamento feito dez anos depois de sua primeira aparição nas bancas brasileiras, não foi no formato original do mangá takobon, e sim em cima da licença do Refurbshiment Version de 2004. Segundo o site www.jbox.com.br, a publicação se aproxima do formato Kanzeban - que originalmente deveria conter brindes extras como cartas clow - que não foram incluídos na versão brasileira. Sendo um formato com acabamento para colecionadores, a adaptação feita pela JBC tentou se aproximar da qualidade, por isso o título foi redimensionado para o tamanho 20,5cm x 13,5cm, com capa dura brilhosa em papel cartão, as 16 páginas coloridas que estariam espalhadas ao longo no 74

volume, foram todas alocadas no início do mesmo, e são de papel couché brilhoso; as páginas em preto e branco são de papel offset, com cerca de 184 páginas. (JBC, 2016) O sentindo oriental de leitura foi mantido, porém várias revisões foram feitas: desde termos das falas, mudança nos tipos usados nos balões dependendo da situação ou estado de humor dos personagens, posição e tradução das onomatopeias.

Entre os diversos motivos que levaram a escolha de Sakura Card Captor, como vetor inicial desse processo de republicação em formato de colecionador, é necessário compreender o estado em que o mercado estava naquele momento, e como a situação se desenvolveu a partir daquele ponto até os dias atuais.

Entre os elementos que influenciam no preço de capa de um mangá lançado em nosso país estão: os custos fixos e os custos flutuantes. Dentre esses valores, dois que influenciam mais pesadamente são: a licença do título que é feita no processo: (Real x Dólar) e (Dólar x Iene); assim como a compra do papel que é importado. Embora o Brasil produza a pasta de celulose, o papel sendo comprado fora do país tem seu valor influenciado pelo aumento do dólar.

(SAKUDA, 2015)

3. Considerações Finais Cada editora estuda o quanto seu público está disposto a pagar por títulos de colecionador e títulos convencionais, chegando a um preço médio em torno de R$15,00 a R$20,00. Qualquer aumento no valor fixo influenciará nos flutuantes e consequentemente no preço final da capa.

Uma das estratégias utilizadas por editoras, incluso a JBC, foi apostar em republicações em formato de colecionador, como Sakura Card Captor, a mudança do papel e as demais revisões tornam o produto final mais interessante e durável em relação à versão anterior de 2001 e 2002. No entanto, o preço de capa subiu consideravelmente - de R$2,90 para R$14,90 - títulos mais recentes chegam a marca de R$19,90.

O grande número de títulos que foi relançado posteriormente seguindo o 75

mesmo molde de Sakura Card Captor demonstra que a estratégia surtiu efeito em manter as editoras, porém, se as consequências foram saudáveis ou não para o mercado é um processo que ainda carece de maiores dados e estudos para ser avaliado com maior profundidade.

Referências.

LUYTEN,S.M.B. Mangá: o Poder dos Quadrinhos Japoneses. 2 ed. – São Paulo: Ed, Hedra, 2000.

BRAGA, A. X. Jr. Desvendando o Mangá Nacional. [s. Ed.] Maceió: Ed, EDUFAL, 2011 JBC. Mangás JBC. Disponível em: < http://mangasjbc.com.br/titulos/cardcaptor-sakura/ >. Acesso em: 25 out 2016.

SILVA, V. F., Shoujo café: Card Captor Sakura – Edição Especial: Agora Sai!.

31 mai, 2012. Disponível em: < http://www.shoujo-cafe.com/2012/05/cardcaptor-sakura-edicao-especial.html>. Acessado em: 25 out 2016.

SAKUDA. F., Genkidama: O Papel do Papel nos mangás, 01 out, 2015.

Disponível em: <http://www.genkidama.com.br/xil/o-papel-do-papel-nosmangas/>. Acessado em: 25 out 2016.

Jbox. Mangá: O grande guia dos formatos. 06 fev, 2011. Disponível em: < http://www.jbox.com.br/2011/02/06/manga-guia-de-formatos/>. Acessado em: 25 out 2016.

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COLEÇÃO DBENZÊ: Uma abordagem simbólica das benzedeiras através das Joias

Arlindo da Silva Cardoso Universidade Federal de Alagoas – UFAL Juliana Donato de Almeida Cantalice (orientadora) Universidade Federal de Alagoas – UFAL Palavras – chave: benzedeiras, design, joias, Sobre o ponto de vista antropológico, o homem é o resultado do meio cultural, o herdeiro de um processo longo e acumulativo, sendo reflexo de experiências de gerações anteriores, decorrendo assim uma conjuntura de bens, um patrimônio cultural de uma sociedade (LARAIA, 2001). Estão inclusos à cultura as crenças, visões de mundo, saberes e fazer de um povo, passados de geração em geração por meio de práticas, valores e sentidos, sofrendo difusões, na procura de soluções para grandes e pequenos problemas que indivíduos enfrentam em suas existências, construindo suas identidades em diferentes contextos (BRAYNER, 2012). Estão inseridas nessa identidade cultural também as religiosidades, as crenças, mitos e lendas, assim como seus agentes.

Exemplo destes, são as benzedeiras que de uma forma geral é uma “cientista popular” que desenvolve suas habilidades individuais de cura, podendo combinar místicos de religiões, magia e a medicina popular, caracterizando-se por elas, como um dom. Este pode ser descoberto por algum acontecimento marcante em suas vidas e tem variações diferenciadas: pela defronta com doenças incuráveis; ouvindo vozes que as orientam; na ausência de outras benzedeiras precisam aprender o ofício; recebendo de familiares ou sendo reconhecidas pelos próprios indivíduos da comunidade (OLIVEIRA, 1985). Desta maneira, as diferentes experiências e saberes individuais das benzedeiras, fazem parte de uma simbologia comungada por indivíduos de um território, influenciada por elementos culturais, sociais e históricos particulares. Manusear este patrimônio de maneira cabível e criativa, permite as invenções e inovações como resultados do esforço de uma comunidade (LARAIA, 2001). Um reflexo desse manuseio está no campo do design, por exemplo, por meio da criação de 77

artefatos, produzidos por fusões de símbolos culturais. Segundo Flusser (2013) esta criação é “comum e característica da espécie humana”, podendo um povo se distinguir e ser reconhecido por meio de suas criações, sendo assim um resultado de símbolos em comum. Exemplo desses artefatos é a joia, que está presente desde a pré-história, onde os homens faziam uso de adornos para se enfeitarem ou para contextos sociais, políticos e culturais, sendo produzidos inicialmente com conchas e dentes de animais, se desenvolvendo e multiplicando-se a partir da descoberta de gemas, metais e outros materiais. Mas em sua essência de artefato, a joia sempre foi uma maneira de demonstrar sentimentos e emoções, caracterizando pensamentos, possuindo junto a sua principal função de adorno, valores simbólicos, “ela conta uma história, marca um momento” (SANTOS, 2013). A joia é também um objeto atemporal, que destaca atitude, identidade e personalidade do criador, como da pessoa que adquire, construindo um corpo, podendo possuir conceitos que atuem na reflexão da relação do corpo com adornos e ornamentos (MOURA, 2011).

Segundo Bonsiepe (2011) é necessário o equilíbrio entre os aspectos semânticos e técnicos do produto. Insere-se neste equilíbrio a aplicação de materiais que em relação a joia, vem sendo cada vez mais diversos, como madeiras, tecidos, PET, cerâmicas, ferro, palha, dentre outros, permitindo alternativas múltiplas de execução do produto para temas e inspirações diversos (MOURA, 2011). Segundo Roizenbruch (2014) quando o Design passa a considerar a cultura e o território como valores, ele abarca além da esfera funcional, qualidades outras como intelectual e social, “buscando suas singularidades, renovando-se esteticamente e trazendo elementos da cultura”.

Esta pesquisa está em estágio inicial e faz parte de um trabalho de conclusão do curso de Design na Universidade Federal de Alagoas e tem como objetivo geral o desenvolvimento de uma coleção de joias inspirada nas benzedeiras da cidade de Maceió - AL, a partir de elementos simbólicos por meio de seus contextos social, histórico e cultural. Tem como metodologia uma adaptação das Fases do Processo de Design de Bernd Löbach (2001) com ferramentas do Design Thinking (VIANNA, 2012) onde foram dispostas quatro grandes fases: preparação, geração, avaliação e realização, almejando um caminho 78

desprendido e ao mesmo tempo fundamentado em ferramentas concisas. Todo o referencial teórico foi composto por pesquisas relacionadas às benzedeiras e joias, a cultura e patrimônio cultural, o design como campo do conhecimento, bem como métodos e ferramentas para construção de uma metodologia cabível aos objetivos de projeto. A pesquisa está na fase de Preparação e Avaliação e tem como principais resultados os primeiros levantamentos de dados e entrevistas realizadas com benzedeiras da cidade de Maceió. Conclui-se com esta abordagem inicial que a joia no campo do design, aliada às benzedeiras, elemento do patrimônio cultural, pode influenciar na valorização da cultura local, especialmente pela ausência de pesquisa entre esses dois fatores na cidade de Maceió, possuindo desta maneira, uma oportunidade inovadora de relações entre assuntos culturais e design através da criação de artefatos

Referências Bibliográficas BONSIEPE, Gui. Design, Cultura e Sociedade. São Paulo: Blucher, 2011.

BRAYNER, Natália G. Patrimônio Cultural Imaterial: para saber mais.

Brasília: Iphan, 2012.

EDLER, Flávio C. Remédios de comadres. In: Feitiçaria diabólica: como nasce o demônio, curas mágicas, padres mandingueiros. Revista de História daBiblioteca Nacional, ano 5, nº 56, Maio de 2010.

FLUSSER, Vilem. O mundo codificado: por uma filosofia do design e da comunicação. Rafael Cardoso (org). São Paulo: Cosac Naify, 2013.

LARAIA, Roque de B. Cultura: um conceito antropológico. - 14ª ed. - Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.

LOBACH, Bernd. Design Industrial: Bases para a configuração dos produtos industriais. São Paulo: Editora Blucher, 2001.

MOURA, Mônica. Joia contemporânea brasileira: objeto em diálogo com o corpo e com a moda. Anais do VI Congresso Internacional de Pesquisa em Design, Lisboa, 2011.

OLIVEIRA, Elda Rizzo de. O que é Benzeção. -2ª ed. - São Paulo: Editora Brasiliense, 1985.

79

ROIZENBRUCH, Tatiana A. Design Híbrido: caminhos, processos e transformações. Anais do Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, Gramado, 2014.

SANTOS, Rita. Joias: fundamentos, processos e técnicas. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2013.

VIANNA, Maurício, et al. Design Thinking: inovação em negócios. Rio de Janeiro: MJV Press, 2012.

80

O MOBILIÁRIO RESIDENCIAL SOB UMA PERSPECTIVA CONTEMPORÂNEA Rubia Ferreira Melo Universidade Federal de Alagoas – UFAL Layane Nascimento de Araújo Universidade Federal de Alagoas – UFAL Palavras – chave: Mobiliário, tetris, configuração espacial.

1. Introdução Nos últimos anos, temos vivido um crescimento do mercado imobiliário.

Com o incentivo de créditos fornecidos pelo governo federal através de programas de moradias e subsídios, a população com renda mais baixa passou a ter acesso ao financiamento de imóveis com mais facilidade. Dessa forma com o consequente crescimento do mercado imobiliário, popularizou-se os conjuntos habitacionais, que partem de uma lógica taylorista, que busca o maior rendimento e lucro em um tempo mínimo, resultando em espaços de habitações cada vez menores. Dessa forma se faz necessário criar móveis que auxiliem a configuração espacial dessas moradias.

2. Referencial teórico Palermo e Pereira (2006), afirmam que a habitação deve satisfazer ao homem em suas necessidades físicas, socioculturais e econômicas. Segundo Folz (2002) além das pequenas dimensões destas habitações, existe a questão de como equipar estas moradias para transforma-las em espaço habitável.

Constata-se que os móveis oferecidos pelo mercado não são adequados para estas habitações mínimas. Segundo Telmo Pamplona em entrevista à Costa (1999; 86), “a necessidade de design é muito maior nos ambientes menores, pois deve criar soluções novas, materiais novos, alternativas que possibilitem conforto e praticidade. ” Além disto, “devido ao superadensamento populacional em um pequeno espaço, qualquer superfície transforma-se rapidamente em estante, evidenciando a necessidade de um móvel com essa finalidade, mas ao 81

contrário, o que se vê, são apenas ‘conjuntos de móveis’ para cada cômodo, impessoais, com decorações esquematizadas e completamente inadequados ao espaço interno das moradias populares. ” Em paralelo a isso temos a cultura pop. Muito se fala sobre esse nicho que tende a absorver parte da cultura nerd/geek. De maneira mais ampla, a ideia de pop sempre esteve atrelada a formas de produção e consumo de produtos orientados por uma lógica de mercado, expondo as entranhas das indústrias da cultura e legando disposições miméticas, estilos de vida, compondo um quadro transnacional de imagens, sons e sujeitos atravessados por um ´semblante pop´.

(GOODWIN, 1992.

Desse modo, ao juntar a problemática da falta de espaço com o mercado da cultura pop nerd/geek em alta, surgiu a inspiração do mobiliário no jogo tetris.

O jogo tetris, (figura 1) teve início com adaptação do conceito de pentaminós desenvolvidos, que se trata de blocos de cinco peças quadradas que poderiam suportar até doze formas de disposição diferentes, este foi criado pelo americano Solomon Golomb na década de 50 e vinha sendo estudado pelo russo Alexey Pajintov no período da guerra fria na antiga união soviética. Alexey simplificou para apenas 4 módulos, criando assim, o jogo tetris. O jogo consiste em encaixar peças de quatro módulos em um espaço para que se forme uma linha cheia que ocupe todos os espaços vazios

Figura 1. Jogo Tetris. Autor: Alexey Pajintov. Ano: 1988

82

3. Metodologia A metodologia utilizada para a concepção desse mobiliário foi a de Bonsiepe (1983), que dividiu o desenvolvimento de produtos nas seguintes etapas: a) problematização; b) análise; c) definição do problema; d) anteprojeto e geração de alternativas; e) avaliação e f) decisão, escolha e avaliação do projeto.

Na etapa de problematização foram estabelecidas metas e diretrizes a serem seguidas no projeto, que consiste em um conjunto de mobiliários inspirados no jogo tetris para atender as demandas das populações que ocupam casas e apartamentos populares de até 50m². Pensou-se então no conceito do jogo para resolver alguns problemas da falta de espaço nas cozinhas de casas e apartamentos que não possuem a dimensão adequada para dispor móveis modulares prontos. Percebe-se ainda que nesta etapa também definiu-se o problema a ser solucionado.

Após os estudos realizados com base no contexto do problema identificado e o público alvo devidamente selecionado, população de baixa renda que mora em casas e apartamentos populares de até 50m², foi verificada a necessidade de desenvolver uma análise de mercado. Após tal análise foi constatado que os móveis modulados projetados carecem no quesito da inovação, como pode ser observado na figura 2.

Figura 2. Móveis modulados. Fonte: Cozinhas Itatiaia. 2016

Já na etapa de anteprojeto e geração de alternativas, foram geradas as possibilidades de solução para o problema, com base na utilização do jogo tetris 83

como conceito principal.

A primeira sugestão foi a de criar peças com quatro módulos, assim como no jogo. As mesmas formariam móveis diferentes que poderiam ser encaixados no espaço disponível na cozinha, como mostra a figura 3. Não obstante, notouse que essa solução não atenderia aos requisitos especificados, uma vez que as dimensões ainda estariam grandes com relação ao tamanho dos imóveis que se pretende atender.

Figura 3. Proposta de projeto inicial. Acervo pessoal. 2016

4. Resultados Assim, ao invés de propor diversos módulos de quatro peças, poderiam ser desenvolvidos apenas dois, onde o usuário poderá ajustar de acordo com sua necessidade.

Desse modo a segunda opção consiste em apenas dois módulos distintos.

Tais peças possuem dimensões de 50x50x40cm (LxAxP) e 100x50x40 (LxAxP), a menor, que corresponde ao formato de um quadrado e a maior que corresponde ao formato de um retângulo, respectivamente. E a partir das mesmas será possível obter diversas combinações. O usuário também poderá definir a direção de abertura da porta, já que as dobradiças dessas poderão permanecer na mesma posição, mesmo a peça sendo rotacionada. Como mostram as figuras 4 e 5.

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Figura 4. Croqui dos esquemas de rotação. Acervo pessoal. 2016

Figura 5. Croqui dos módulos. Acervo pessoal. 2016.

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Esta solução final foi avaliada como a melhor proposta para a problemática inicial, e corresponde também a fase de decisão e escolha da metodologia abordada. Assim, temos o modelo final do projeto, nas figuras 6, 7 e 8.

Figura 6. Módulos individuais. Acervo pessoal. 2016

Figura 7. Módulos individuais em um esquema montado. Acervo pessoal. 2016

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Figura 8. Módulos individuais em um esquema montado. Acervo pessoal. 2016

5. Considerações finais Até a submissão desse trabalho, não foi produzido um protótipo ou mockup, porém, devido ao fato do produto não apresentar complexidade de produção e ser composto por materiais e peças comumente utilizados, acreditase que não se encontrará maiores dificuldades de fabricação, tornando este viável.

Referências Bibliográficas

BONSIEPE, G. Um Experimento em Projeto de Produto: Desenho Industrial.

Brasília: CNPq/Coordenação Editorial, 1983.

FOLZ, R. R., MARTUCCI, R. Mobiliário na habitação social. Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído. Foz do Iguaçu, Paraná. 2002.

PALERMO, C., PEREIRA, G. Adequação da habitação de interesse social à pessoa com restrições. In: 6o Ergodesign, 2006, Bauru. Anais do 6o ERGODESIGN. Bauru: FAAC. Universidade Estadual Paulista, 2006.

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COSTA, Fernanda. Subúrbio moderno. In: Revista Móbile Lojista, n. 161, p.867, out. 1999.

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A FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA COMO ARTE INTERATIVA A captura dos signos urbanos em seu cotidiano e complexidade Luiz Felipe Bastos Nogueira Leite Palavras-chave: fotografia, arte contemporânea, signos urbanos

1. Introdução Embasado em pesquisas bibliográficas realizadas sobre a fotografia com enfoque no período contemporâneo e com análises de trabalhos fotográficos de artistas locais que estão em atividade, nosso projeto de pesquisa objetiva explorar os signos presentes em bairros da cidade de Maceió, Alagoas.

Explorando e enaltecendo os símbolos e a cultura marginal através da fotografia que irá trabalhar conectada a outros tipos de expressões artísticas, como o grafite, instalação e a performance.

Nessa fase inicial dos trabalhos,

apresentamos os resultados iniciais da pesquisa teórica empreendida sobre fotografia e sua inserção na arte contemporânea.

2. A fotografia em seus primeiros passos.

Os primeiros escritos do conceito da câmara escura, crucial para o aparecimento da máquina fotográfica e consequentemente da fotografia, datam do século XVI, entretanto somente em 1826 é que Joseph Nicéphore Niépce produz a imagem que é reconhecida como a primeira fotografia cujo processo necessitava de oito horas de exposição para que a imagem fosse formada.

Pouco tempo depois, Louis Jaques Daguerre reduziu esse tempo para minutos com a invenção do Daguerreótipo. Tal invenção, no entanto, se mostrou logo ultrapassada com o surgimento do filme que possibilitou uma produção em massa e de baixo custo.

3. A fotografia como registro e criação.

Inicialmente, a fotografia foi tida como registro da realidade, mas esse conceito começou a ser questionado a partir do momento que foi visto o quão 89

importante era o olhar de cada fotógrafo no registro da imagem, ficando claro o potencial artístico dessa prática. “(...) a fotografia é um testemunho, um depoimento silencioso que, assim como a pintura, a escultura ou outras linguagens, carrega a identidade de autoria. ” (Martins, 2012). Segundo Kossoy (1999) a fotografia é composta por dois componentes: um de ordem material que engloba os recursos técnicos e os de ordem imaterial que são os culturais, além da subjetividade presente na obra fotográfica a partir do olhar do fotógrafo sobre o objeto cuja imagem deseja capturar ou captar, devendo ser citada ainda, a motivação que move o fotógrafo na apreensão do objeto e de sua imagem, o que acaba definindo fotografia como registro e criação.

4. A emergência de dois tempo-espaço ou realidades.

Kossoy também afirma a existência de duas realidades, a primeira que só existe no curto período de tempo em que a imagem é capturada e a segunda começa a existir após esse ato. Considera a fotografia não um registro real, mas sim do real. Esclarecendo que por mais que a fotografia tenha um caráter documental, como as de jornais, elas ainda assim possuirão uma falsidade, deixando lacunas e provocando o observador a tentar desvendar o que existe além daquele exato momento congelado pela câmera. E é a mistura de mistério e realidade que faz essa arte facilmente atrativa e impactante.

5. A fotografia como arte contemporânea interativa das mais complexas.

A pintura e a fotografia andavam separadas, às vezes se cruzando e uma já exerceu influência sobre a outra, mas nas últimas décadas, elas vêm se cruzando mais do que nunca. Com o anseio dos artistas contemporâneos explorarem as modalidades artísticas ao máximo efetuando uma série de experimentações, surge a cada dia uma série de técnicas e inovações que se apoiam na fotografia. Da serigrafia à fotomontagem, do figurativismo inicial inspirado no naturalismo ao abstracionismo e simbolismos, chegando ao hiperrealismo: corrente de pintura, escultura e artes gráficas, surgida nos E.U.A. que, inspirada especialmente na fotografia, busca uma reprodução fotográfica da realidade, uma interpretação minuciosa do visível, invertendo desse modo o 90

papel historicamente exercido pela fotografia; devendo ainda ser citado, o tratamento digital, recurso que se mostra infinito em possibilidades na exploração da imagem visual.

6. Conclusão: a captura da vida urbana como efeitos da inovação.

Tais inovações no universo da fotografia têm por intuito converter, assim como feito na pintura, a objetividade em subjetividade, mostrar que o real não é necessariamente o que se apresenta perante os olhos (Tavares, 2009). E por mais artística que a fotografia contemporânea esteja se apresentando, testemunha-se a junção da fotografia documental com a artística, que eram separadas durante a maior parte do século XX. Isso pelo fato dos artistas estarem focando em temas do cotidiano, antes tidos como desinteressantes, dando preferência a relação do homem com o mundo atual. “Neste início do século XXI, a fotografia tenta captar as diversas realidades e dimensões da vida urbana: as suas contradições, a sua humanidade, a sua desumanidade”.

(Tavares, 2009).

Referências bibliográficas: BONI, Paulo César; MORESCHI, Bruna Maria. Fotoetnografia: a importância da fotografia para o resgate etnográfico. Doc. online. Dezembro, 2007.

Disponível em: <www.doc.ubi.pt> Acesso em: 02-10-2016 ENTLER, Ronaldo. Testemunhos silenciosos: uma nova concepção de realismo na fotografia contemporânea. Vol.4. nº 8. São Paulo, 2008.

KOSSOY, Boris. Realidades e Ficções na Trama Fotográfica. Ateliê Editorial.

São Paulo, 1999.

NELSON, Martins. Fotografia: da analógica à digital. Rio de Janeiro, Senac Nacional, 2012.

TAVARES, Antônio Luís. A fotografia artística e o seu lugar na arte contemporânea. Sapiens: História, património e arqueologia. Julho, 2009.

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A FOTOPERFORMANCE NO CENÁRIO CONTEMPORÂNEO A fotografia como nova arte

Marina Avila de Souza Palavras-chave: fotografia, performance, arte contemporânea

1. Introdução O projeto de extensão da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFAL “Cidade Signos”- Proinart 2016 explora a relação do homem com o espaço e busca, através de signos urbanos, intervir nesse mesmo espaço. Divididas em quatro, as áreas de execução do trabalho abrangem as instalações, o grafite e a performance; essa última, ao ser explorada pela fotografia, tem possibilitado a criação de uma nova categoria de expressão artística contemporânea: a da fotoperformance. Mas no que consiste a fotoperformance? Seria ela um híbrido das duas manifestações visuais? “Via de regra, o acesso que temos às Performances (...) tem sido através de sua documentação fotográfica”, disse Regina Melim no início do seu estudo sobre as obras performáticas. A fotografia, assim como o vídeo, muitas vezes atua como veículo de apresentação, visto que a obra principal pode ocorrer em ambientes fechados e, muitas vezes devido ao seu caráter experimental não ser destinadas ao público. Além da documentação, a fotografia e a teoria fotográfica também trabalham sob a função de desfragmentar e reconstruir contextos dentro da performance, como foi analisado no texto de Lynda Kuit (2016) sobre o artista Jeff Wall e sua série Insomnia. Segundo a autora Jeff chama seu trabalho de não-fotografia, uma vez que ele trabalha com a exposição de momentos e diz que o registro dessas atividades são, também, performance. Embora o termo “fotoperformance” seja relativamente novo e segundo o professor Luciano Vinhosa, esteja dando seus primeiros passos rumo à emancipação, ele já era destinado a consolidar-se desde 1962, quando Yves Klein manipulou um de seus trabalhos mais conhecidos, Leap Into the Void. A semiótica dentro da imagem manipulada.

Há naturalmente duas interpretações na imagem: a denotativa e a conotativa.

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Enquanto uma trata da análise estética e estrutural, a outra traz os simbolismos através da semiótica, fator crucial na hora de vincular a fotografia com a execução de um trabalho. Brígida Baltar, após expor na Casa da Ribeira, esclarece sobre o teor sentimental do seu trabalho e dos significados das fotografias nas paredes quando diz que elas pertenciam aos seus pais e são símbolos de identificação pessoal. A performance e a fotoperformance em Alagoas. Em Alagoas o trabalho performático é pouco conhecido exceto por grandes nomes como Delson Uchôa e sua série “Bicho da Seda” que se estendeu por meses no sertão. Nas performances fotografadas por Celso Brandão, Delson assume a persona da carcaça que os insetos deixam ao partirem para a metamorfose e aparece solitário no meio de planícies secas, em cima de árvores e de lagos, evidenciando o propósito da ausência de público durante a execução de seu trabalho e a necessidade dos registros. No entanto, a performance em si possui uma gama maior de referências, pois grupos como a Cia. Dos Pés chamaram a atenção no passado com críticas à cidade na dança “Miami dos Mendigos” (2009), assim como o flash mob idealizado por diversos artistas e aberto ao público: “Isolamento Maceió Limitada” (2010). Ambos fazendo alusão abertamente ao estado de caos e violência do estado.

2. Conclusão: as possibilidades e efeitos da fotoperformance.

Quando se estuda essa categoria é necessário entender a importância do discurso corporal e da manipulação durante sua execução, uma vez que ambos permitem a desfragmentação e reconstrução de contextos dentro da obra, sendo assim um catalisador fundamental das manifestações artísticas do projeto baseadas essencialmente nos signos escolhidos de cada aluno envolvido do projeto. Assim estamos fazendo a leitura da cidade e a traduzindo por imagens.

Esses mesmos signos estão sendo encontrados por meio das derivas nos espaços remotos e invisíveis da cidade, selecionados e explorados seguindo a norma livre do método e de forma que a experiência evoque a interação que o grupo necessita. Essas necessidades são simples, girando em torno do apelo visual e do potencial criativo do signo para que os alunos envolvidos no projeto produzam instalações, pinturas, happenings e registros ao seu redor. A Cidade 93

vela pelos pedaços de si que foram esquecidos, seus signos ocultos atraem o olhar dos que querem adotá-lo, mostrando a todos que ali existe numa relação permanente de pertencimento mútuo com o espaço.

Referências bibliográficas ÁVILA, Janayna. A Dança da Cidade. Gazeta de Alagoas. Maceió, p. 1-1. dez.

2009. ________. Ilhados? Gazeta de Alagoas. Maceió, p. 1-1. mar. 2010.

FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA EM ARTE, 2011, Curitiba. A Hibridação Entre Performance e Fotografia: um estudo sobre a performance, a fotografia e o artista Luis Rettamozzo. Curitiba: Embap, 2011. 10 p.

FROSH, Paul. The Public Eye and the Citizen-Voyeur: Photography as a Performance of Power. Social Semiotics, Online, v. 11, n. 1, p.1-17, 2001.

KUIT, Lynda. RESEARCH POINT: JEFF WALL, INSOMNIA (1994). Disponível em: <http://bit.ly/2ePMGyV>. Acesso em: 20 out. 2016.

MELIM, Regina. A FOTOGRAFIA COMO DOCUMENTO PRIMÁRIO E PERFORMANCE NAS ARTES VISUAIS. Crítica Cultural, Santa Catarina, v. 3, n. 2, p.1-3, dez. 2008.

VINHOSA, Luciano. Fotoperformance - passos titubeantes de uma linguagem em emancipação. In: ENCONTRO DA ANPAP – “ECOSSISTEMAS ARTÍSTICOS”, 23. 2014, Belo Horizonte. Anais. Belo Horizonte. 2014, p. 1 - 10.

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O ESTUDO DO DESIGN SISTÊMICO E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A REDUÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS A EMPRESA LINS FIOS DE CARUARU-PE

Amanda Fabrícia Sobral Santos Universidade Federal de Pernambuco – UFPE Alyson Wegilles de Souza Campos Universidade Federal de Pernambuco – UFPE

Palavras chave: design sistêmico, sustentabilidade, resíduos sólidos

1. Introdução A história da humanidade revela sua habilidade em se adaptar ao ambiente em que vive, suprindo seus anseios e necessidades ao utilizar a seu favor os recursos disponíveis na natureza. A partir dessa perspectiva o conceito de desenvolvimento sustentável aos poucos entra em foco como uma forma de equilibrar a atividade humana na natureza. Assim, garantem que as futuras gerações usufruam do espaço ambiental, assegurando a recuperação do planeta frente os efeitos dos impactos ambientais oriundos das ações humanas Vezzoli (2010).

Dentre os diversos fatores que ampliam os problemas ambientais, os resíduos sólidos provenientes da indústria e seu descarte indevido torna-se um agravante, transformando-se em tema para discussões e criações de leis para gerir de forma estratégica essa problemática. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais – ABRELPE, Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil (2014), grande parte dos Resíduos Sólidos Urbanos vão para lixões ou aterros sanitários, este último na maioria dos casos não apresenta condições necessárias para lidar com esses resíduos, acarretando em problemas ao meio ambiente e a saúde pública.

2. Objetivos 2.1 Objetivo Geral 95

Propor diretrizes/recomendações no âmbito da sustentabilidade através do design sistêmico para inovação em processos produtivos e redução de resíduos na empresa Lins Fios.

2.2 Objetivos específicos •

Analisar o funcionamento da empresa em setores internos de produção e externos (logística, consumidor e fornecedores) geradores de resíduos;

•

Identificar a problemática através do Design Sistêmico.

•

Sugerir conexões entre fornecedores, empresa e consumidor para estimular

uma

integração

entre

estas

partes

visando

à

sustentabilidade social, econômica e ambiental; •

Envolver solução na inovação com foco no sistema de produto/serviço, a fim de entender a vida do material descartado;

3. Referencial Teórico A sociedade atual caminha no ritmo do consumo acelerado, com valores mensurados pela capacidade de possuir. Atrelado a isso, a indústria produz cada vez mais para atender essa demanda, consequentemente a proliferação de resíduos descartados indevidamente, aumenta gradativamente. Nesse interim, o design sustentável busca formas que viabilizem a mudança desse cenário. “O termo design para a sustentabilidade, em seu sentido mais amplo, poderia ser definido como “uma prática de design, educação e pesquisa que, de alguma maneira, contribui para o desenvolvimento sustentável” (VEZZOLI, 2010, p. 45).

Aliada a sustentabilidade, a abordagem sistêmica se distancia do foco exclusivo do produto ou do ciclo de vida, enfocando na cadeia produtiva inteira, de modo a considerar os descartes oriundos das atividades e a própria escassez da matéria-prima. Com isso, para afrontar essa problemática é preciso uma visão ampla e uma mudança de foco, nessa direção Bistagnino (2009) busca uma nova forma de afrontar o problema através da abordagem sistêmica, de modo a focar não somente na questão ambiental, ampliando o escopo à um novo modelo econômico que inclua o desenvolvimento do sistema produtivo como também a 96

sociedade.

4. Metodologia O Método Modular de Design de Sistemas para a Sustentabilidade (Method for Systen Design for Sustainability) foi criado pelo departamento INDACO do Politécnico di Milano, concebido para designers, empresas, instituições públicas e ONGs, podendo ser usado também por um designer ou por uma equipe. É caracterizado por sua estrutura modular e flexível, portanto é adaptável as necessidades do designer, empresa ou contexto de projetos. O MSDS consiste em cinco estágios principais: •

Análise estratégica

•

Exploração de oportunidades

•

Desenvolvimento de conceitos (projeto conceitual)

•

Detalhamento do sistema

•

Comunicação

5. Instrumentos de coleta de dados Para Marconi e Lakatos (2010) “São vários os procedimentos para a realização de coleta de dados, que variam de acordo com as circunstâncias ou com o tipo de investigação”. Assim, foram utilizadas a pesquisa documental, a observação direta e a entrevista.

6. Estudo de caso: Empresa Lins Fios Caruaru - PE A empresa lida com três espécies de resíduos: os cones separados pelo tipo de material plástico e papelão, a própria linha de costura e caixas de papelão. De acordo com a pesquisa, o processo de beneficiamento das linhas gera o descarte de cones de papelão e de plástico, sendo estes em tamanho industrial ou em tamanho normal (assim considerado pela empresa).

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Figura 1: Galpão de beneficiamento dos produtos. Parte interna da empresa. Fonte: Registro da pesquisa.

7. Resultados Quando consideramos os atores e não apenas a indústria como peça chave do sistema, estamos considerando também as relações ligadas a eles, que são: sociedade, cultura e tradições, meio ambiente e atividade de produção.

Esses aspectos estão estritamente ligados ao recurso mais importante e na maioria das vezes subestimado: o território. Dessa forma, os resultados apresentados neste estudo foram baseados no conceito de valorização do território a partir do estudo do Design Sistêmico e dos atores que nele habita, adaptando as orientações dos teóricos estudados à realidade local.

Finalizando a pesquisa, foi sugerido diretrizes embasadas nas condições de aceitação da empresa, apresentando formas simples, porém eficientes, de práticas sustentáveis que visam o bem-estar da mesma, da comunidade e do meio ambiente.

8. Conclusão A abordagem sistêmica aplicada ao objeto de estudo, tem como consequência novas interações entre atores que anteriormente eram “excluídos” do ciclo, além de conduzir para o alcance de interesses econômicos convergentes e para a redução do impacto ambiental causado pelos resíduos de produção. Possibilitando assim a extensão da vida do material, como proposto nos objetivos. Assim, as ações desenvolvidas nessa cadeia sistêmica estão 98

relacionadas as dimensões: ambiental, socioética e econômica explanado no estudo.

Referências ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil 2014. Disponível em: < http://www.abrelpe.org.br/Panorama/panorama2012.pdf > Acesso em: 18 abr. de 2014.

BISTAGNINO, Luigi. Design sistêmico: uma abordagem interdisciplinar para a inovação. p.13‐30. In: MORAES, D. de; KRUCKEN, L. Cadernos de estudos avançados em design: Sustentabilidade II. Barbacena: EdUEMG, 2009.

Disponível em: < http://www.tcdesign.uemg.br/publicacoes.htm> Acesso em 10 de abr. de 2014.

VEZZOLI, Carlo. Design de Sistemas para a Sustentabilidade: teoria, métodos e ferramentas para o design sustentável de “sistemas de satisfação”. Salvador: EDUFBA, 2010.

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GRAFITE, INVENTÁRIO MARGINAL 5 a 50 signos de Maceió Yara Barbosa Pinto Universidade Federal de Alagoas – UFAL Palavras - chave: Grafite, Identidade, catálogo 1. Introdução A cidade de Maceió, como grande parte das capitais - segundo o produtor cultural e militante negro Ari de Oliveira, tem sua história particular no mundo do grafite, que embora ainda caminhe em passos curtos, acompanha e modifica a realidade urbana da cidade desde 1985. Ari conta no documentário registrado pelo artista grafiteiro alagoano Rodrigo Alves (codinome Simples), como se iniciou a história do grafite associado ao Hip Hop na cidade de Maceió. É justamente através da documentação feito pelos próprios artistas de rua que há possibilidade de compreender um pouco mais estas intervenções urbanas que se apresenta como um grande canal de comunicação, sem conexão com fibra ótica ou cabo elétrico, mas que se conecta diretamente com a cidade, com o público, com o aqui e agora. Estas Intervenções que apresentam o anonimato levantam questionamentos sobre os valores estabelecidos entre eles (artistas de rua) o da ocupação dos espaços urbanos e o da apresentação pública onde se evidencia a valoração da arte e possibilidade de manifestação política por parte do artista. Dessa forma, emerge dos contextos nos quais se dão as manifestações, uma nova forma de comunicação e de arte. Derivado da palavra italiana sgraffito - rabisco, ranhura - o grafite existe desde os primórdios da humanidade. Algumas figuras foram encontradas nas grutas de Lascaux, na França. É interessante observar que os primeiros homens já criavam imagens, motivados por determinada razão e que mudam ao longo do tempo permanecendo, no entanto, o impulso de se comunicar. “Toda obra de arte é filha de seu tempo”, diz Kandinsky, “e muitas vezes, mãe de nossos sentimentos.

Cada época de civilização cria uma arte que lhe é própria e que jamais se verá renascer [...]” (KANDINSKY apud VISNADI p.1). Em Pompéia, por sua vez, o grafite, grafito ou grafíti (do italiano graffiti, plural de graffito) exerceu grande 100

importância para a história da sociedade romana do século I, entre os quais, slogans eleitorais, anúncios que poderiam interessar à comunidade, como lutas de gladiadores no anfiteatro; para a Filologia estas inscrições foram importantes porque contribuíram para o conhecimento do latim vulgar. Sabe-se que as línguas românicas, também chamadas neolatinas ou novilatinas não se originaram no latim clássico, mas no latim vulgar (SILVA NETO, 1957). O grafite se constitui de imagens e linguagem. O grafite atual, como conta Nicholas Ganz, autor do livro “O Mundo do Grafite”, passou a se desenvolver no final da década de 1970 em Nova York e na Filadélfia onde artistas como Taki 183, Julio 204, Cat 161 e Cornbread (da Filadélfia) passaram a atuar. A configuração singular da cidade de Nova York - na qual se encontram lado a lado, as ruas sujas do Harlem e o ambiente glamoroso da Broadway - parece ter sido um solo fértil para os primeiros grafiteiros, reunindo diferentes culturas e problemas de classes em único lugar, atribuindo à cidade uma nova configuração visual e identitária. O modelo nova-iorquino do grafite girava em torno da distorção de letras, mas muitas novas abordagens surgiram desde então - expandindo os limites do grafite. Com o passar dos anos se desenvolveu uma grande quantidade de formas tipográficas: a legível “letra de forma”, o distorcido e intrincado wildstyle, os bubbles style e 3D. As personagens, que começaram como subsídio para as letras, hoje forma uma nova categoria autônoma do grafite e variam desde as cômicas até o fotorrealismo, grafites com logotipos e ícones. (GANZ, 2004). O termo “Tipografia acidental” foi utilizado para classificar uma paisagem tipográfica (Gouveia & Farias, 2007), que significa: inscrições não oficiais ou não autorizadas, tais como grafites e pichações, muitas vezes executadas sem planejamento e à revelia da vontade dos arquitetos, construtores e proprietários de estabelecimentos.

2. Objetivo geral Oferecer uma melhor compreensão da Tipografia acidental urbana de Maceió, enquanto informação histórica e cultural.

2.1 Objetivos secundários 101

Propor uma leitura sistematizada da tipologia acidental de Maceió, classificando-as quanto à forma e estilo dentro das vertentes do grafite; Listar as tipologias, expondo, quando possível, sua leitura, local e ano em que ocorreu.

3. Metodologia O desenvolvimento desse trabalho de pesquisa se concentra em três etapas de investigação. A primeira busca catalogar os estilos e formas manifestadas na arte do grafite de modo geral, a fim de posteriormente identificar e classificar as tipologias existentes em Maceió. A segunda procura constituir a História do grafite em Maceió por meio de referenciais teóricos, registros fotográficos, audiovisuais, entrevistas e pesquisa de campo, onde será analisado o início do grafite na cidade de Maceió, expondo alguns nomes e personagens importantes nessa trajetória. A terceira e última etapa se concentra no Catálogo Tipológico. Esse último, apoiado numa plataforma online desde 2015, vem registrando imagens de intervenções em Maceió com ajuda da população, além de registros pessoais. Estas imagens serão catalogadas dentro dos estilos reconhecidos do grafite, Bombing, Crew, Stencil, WildStyle, por exemplo. expondo, quando possível, seu significado, data na qual foi feito, local e outras informações.

4. Considerações finais Inventário é um termo usado em contabilidade que tem como significado o de um documento em que consta uma lista de bens pertencentes a um indivíduo ou organização, este termo no título brinca com o objetivo de catalogar alguns grafites pertencentes à Maceió capturando 5 a 50 signos – dessa forma se estipula tanto um intervalo numérico quanto um novo signo. Tratando-se de linguagem visual os signos se referem à forma (SANTAELLA, 1983). Os estudos no campo da arte contemporânea, mais precisamente do grafite, privilegiam a análise e a apreciação da forma tipológica das intervenções artísticas presentes no cotidiano efêmero urbano. Interessada no conteúdo das mensagens e no seu significado para a sociedade e a cultura atrelado ao viés artístico, a pesquisa conduzida até aqui, procura aproximar esses enfoques de modo a potencializar 102

o caráter informativo das inscrições efêmeras na paisagem dos muros urbanos da cidade. Existem diferentes formas de habitar Maceió, precisamente por isso uma reflexão sobre design, tipologia e arte no espaço público urbano, no qual socializamos e compartilhamos vem a ser tão importante.

Referências bibliográficas GANZ, Nicholas. O mundo do grafite: arte urbana dos cinco continente.

São Paulo. Editora Ltda, 2010.

KANDINSKY, Wassily. Do espiritual na arte. São Paulo: Martins Fontes, 1990.

RODRÍGUEZ, Alfredo Maceira. Dos grafiteiros de Pompéia aos pichadores atuais. Doc. online. Novembro, 2007. Disponível em: <filologia.org.br/revista/artigo/10(29)06.htm> Acesso em: 18-09-2016.

SANTAELLA, Lucia. O que é semiótica. São Paulo: Brasiliense, 2007.

SILVA NETO, Serafim. História do latim vulgar.Rio de Janeiro: Acadêmica, 1957.

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O DESIGN DE PRODUTO COMO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO: Tesoura para uso geral com trava de segurança

Jorge Iury Viana de Lima Universidade Federal de Alagoas – UFAL Palavras – chave: tesoura, crianças, acidentes domésticos

1. Introdução Hoje sabemos que o cérebro das crianças está longe de ser um livro em branco. Bebês de um ano possuem noções claras sobre o mundo físico e o universo das relações sociais. Sabem que os objetos podem ser sólidos ou líquidos, que continuam a existir mesmo guardados fora do campo visual, que caem no chão quando soltos e que não se movimentam por conta própria (SCIENCE, 2011). Elas são muito interessadas no que estão fazendo e tem pouca consciência dos perigos que podem estar correndo. São comuns as quedas e os cortes. Elas podem arremessar e chutar bola, correr, pular e pedalar um velocípede, porém ainda não sabem o que é perigo. Para a médica Renata Dejtiar Waksman, do Departamento de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), todos os atores sociais são responsáveis pelas crianças. As pessoas acabam subestimando as crianças, acham que elas não conseguem fazer as coisas, não conseguem colocar o dedo na tomada, não conseguem rolar da cama, acham que elas não são capazes disso. Falta conhecimento das características e habilidades das crianças, além da falta de supervisão e a distração dos cuidadores, segundo Renata.

De acordo com a pesquisa realizada pela ex-chefe de enfermagem Shirley Rangel Gomes, do Hospital São Camilo, de São Paulo, o maior índice de acidentes observados no Pronto Socorro do Hospital ocorreu na faixa etária de 8 a 12 anos (31,4%). Na sequência, a segunda faixa etária mais atingida corresponde à etapa dos 2 aos 4 anos incompletos, ou seja, 17,8% do universo pesquisado.

Um dado alarmante revelado pela pesquisa, é que em 62,3% dos casos atendidos no Hospital, o local em que se deram os acidentes envolvendo 104

crianças foi sua própria casa ou a de parentes. "A grande maioria dos acidentes acontece na presença da mãe", diz a enfermeira, que chama a atenção para o fato de que o comportamento das crianças muda muito na presença materna, muitas vezes visando chamar a atenção de uma mãe em geral também ocupada com outros afazeres domésticos.

Contudo, de onde menos se espera, surgem motivos para acontecer os acidentes domésticos. Entre eles, envolvendo as tesouras que são utilizadas em casa. Ela pode ser manuseada facilmente, alguns de seus modelos fabricados contem pontas e pode ser esquecida em qualquer tipo de espaço após ter sido utilizada, deixando o momento propicio a um futuro acidente.

O objetivo deste projeto é desenvolver uma tesoura para uso geral de segurança, sendo seu uso direcionado para ambientes domésticos, visando à redução de acidentes ocorridos com o público visto anteriormente. Os objetivos específicos são: Permitir que seu mecanismo impossibilite seu uso por crianças, conter formato simplificado que permita o interesse por parte do público no momento da aquisição, possibilitar que seu preço seja acessível, permitir que a atividade de design aplique inovação num novo produto.

O projeto se justifica pela proteção das crianças envolvidas com acidentes em ambientes domésticos, especificamente com as tesouras, poupando os pais de situações desagradáveis. Também se justifica pela abordagem de uma temática pouco explorada pelo design, além de no mercado não haver tesouras direcionadas ao público alvo. O produto trará contribuições para a melhoria no cotidiano do usuário, contribuirá de forma positiva ao meio tecnológico por apresentar um novo produto, simples, porém de grande utilidade e contribuirá para o aumento de vida útil da própria tesoura por seus materiais utilizados serem de boa qualidade e resistência.

2. Materiais e métodos O levantamento de dados foi realizado por meio de pesquisa virtual e outras fontes que puderam fornecer dados sobre o problema identificado, como nas revistas, jornais, etc. É importante mencionar que nesta etapa as metodologias de Bonsiepe (1986) e Baxter (1998), foram adequadas ao projeto 105

e algumas analises foram realizadas de acordo com o que cada autor propõe.

Sendo assim, as seguintes atividades foram realizadas de modo a obter informações que pudesse compor a base de estudos para o desenvolvimento do projeto: a) Análise estrutural: Serve para reconhecer e compreender tipos e o número dos componentes, subsistemas, princípios de montagem, tipologia de uniões e o tipo de carcaça (BONSIEPE, 1986). b) Análise funcional: É dividida em duas etapas. Na Microanálise onde todas as funções técnico-físicas de cada elemento do produto são descritas. E na macroanálise que consiste em uma descrição da tarefa, é apresentado um passo a passo de como o produto é utilizado de acordo com a tarefa que foi determinada. c) Análise do produto em relação ao uso: Segundo Bonsiepe (1986) consiste em detectar pontos negativos e criticáveis. Para este fim convém utilizar técnicas fotográficas de documentação para localizar detalhes problemáticos. d) Análise dos produtos similares: Visa três objetivos gerais: descrever como os produtos existentes concorrem com o novo produto previsto, identificar ou avaliar as oportunidades de inovação e fixar as metas do novo produto, para poder concorrer com os demais produtos. Esses objetivos são fixados analisando-se as características dos produtos que poderiam concorrer com o novo produto proposto (BAXTER, 1998).

Ao termino do levantamento e análise dos dados, foi à fase da geração dos requisitos do projeto. Baseando-se nesses requisitos foram desenvolvidas diversas alternativas, desenhadas e registradas por meio de fotografias. Ao fim desta etapa, uma das alternativas foi escolhida para ser desenvolvida mais detalhadamente na forma de modelos volumétricos, especificações de materiais e ilustrações do resultado.

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3. Resultados

FIG 01: Funcionamento da trava

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FIG 02: Ilustração do resultado 108

Referências BAXTER, M. Projeto de Produto: guia prático para o desenvolvimento de novos produtos. São Paulo: Edgard Blücher, 1998.

BONSIEPE, Gui e outros. Metodologia Experimental: Desenho Industrial.

Brasília: CNPq/Coordenação Editorial, 1986.

SAÚDE, Boa (17 de maio de 2002). Acidentes Infantis. Fonte: Boa SAÚDE. Disponível em: http://www.boasaude.com.br/artigos-de-saude/3964/1/acidentes-infantis.html. Acesso em: 25 de julho de 2016.

VARELLA, Drauzio. (19 de abri de 2011). CIÊNCIA E A PERCEPÇÃO INTUITIVA DAS CRIANÇAS. Fonte: Site DRAUZIO. Disponível em: < http://drauziovarella.com.br/crianca-2/ciencia-e-a-percepcao-intuitiva-dascriancas/>. Acesso em: 21 de julho de 2016.

DESIGN THINKING E METODOLOGIA PROJETUAL DE MUNARI APLICADOS NO PROCESSO DE CRIAÇÃO DE MOBILIÁRIO E PEÇA GRÁFICA Layanna Roberta Madeiro Lobo de Castro Universidade Federal de Alagoas – UFAL Kalana Barros Lins Universidade Federal de Alagoas – UFAL Victor Sotero Ramos Universidade Federal de Alagoas – UFAL Juliana Donato de Almeida Cantalice (orientadora) Universidade Federal de Alagoas – UFAL

Palavras – chave: metodologia, produto, gráfico

1. Introdução 109

Como proposta da disciplina Metodologia de Projeto em Design, elaborouse um mobiliário, usando o Design Thinking, de acordo com Brown (2008) e Ambrose e Harris (2010), e em seguida uma peça gráfica, com base na metodologia de Munari (1998), agregando, quando necessário, ferramentas de outros metodólogos. Neste projeto, procurou-se empregar as três fases propostas por Brown (2008) e nove das doze fases propostas por Munari (1998), de modo didático para que se compreenda a função da metodologia em uma prática acadêmica, com base em um problema real, que resultou em uma cadeira inédita para o concurso Andreu World e frames de aplicativo para sua venda.

2. Referencial teórico O Design Thinking é composto, segundo Brown (2008), das fases Inspiração, Ideação e Implementação. Seu processo inicia com a constatação do problema, proveniente da observação constante das necessidades humanas e mercadológicas. Logo após, coletam, analisam e sintetizam-se dados, gerando requisitos e parâmetros. O autor sugere também o brainstorming (reunião de ideias para estimular a produção criativa). Essa metodologia cíclica e com feedbacks flexíveis entre as fases permite o início dos rascunhos simultâneo a geração de ideias. Nesse processo, Ambrose e Harris (2010) sugerem a realização de um checklist para certificar o cumprimento do que foi determinado para cada fase, em todas as etapas. A prototipação rápida com materiais simples ajuda a detectar aspectos a serem melhorados e a visualização da proposta.

A metodologia de Munari (1998), por sua vez, é linear, temporal e sem feedbacks. As três primeiras fases – problema, definição do problema e componentes do problema – tratam da proposição de uma problemática, proveniente das necessidades humanas; a determinação de limites do projeto e a solução almejada; e a divisão da questão, evidenciando em subproblemas.

Logo após, são recolhidas e analisadas informações (fases de coleta e análise de dados, respectivamente), em especial de similares. A fase “criatividade” reúne as ideias de forma lógica, substituindo a ideia intuitiva. Coletam-se dados sobre materiais e tecnologias, em seguida os experimenta – fase de experimentação – a fim de analisar como se comportam e se há possibilidade de novas aplicações, 110

de onde surgem esboços para a confecção de modelos, ou alternativas, que serão analisados objetivamente na etapa de verificação por um grupo de possíveis usuários. Por fim, realizam-se na fase “desenho construtivo” desenhos com todos os detalhes e especificações técnicas para a construção de um protótipo, que caminhará para a solução, correspondente à implementação.

3. Materiais e métodos 3.1 Projeto de Produto – Design Thinking Inicialmente, fez-se uma análise do briefing proposto pela Andreu World, empresa que promove o concurso que inspirou este projeto, considerando a missão, a visão e os valores da empresa, seguida de pesquisa sobre os materiais determinados, o que resultou em requisitos e parâmetros projetuais. Diante disso, faz-se necessária uma análise da concorrência, examinando seus catálogos virtuais, onde coletaram-se dados relevantes para o projeto. Outro fator decisivo foi o estudo dos vencedores prévios, levantando dados em relação a vantagens e desvantagens de cada escolha, através de um brainstorming.

Durante a fase projetiva, conceitos foram gerados a partir de painéis imagéticos de estilo de vida, expressão do produto e tema visual, junto às ferramentas 635, de Löbach (2001), e a de analogias de Baxter (2000), levando à concepção de seis alternativas, que foram analisadas através de um checklist para verificação dos requisitos e parâmetros.

A seguir fez-se a prototipagem rápida, para auxiliar na visualização do produto e testar a estabilidade e a inclinação, com materiais simples (massa de modelar, palitos, cartolina e fita adesiva). Foram desenvolvidos também: análise estrutural, de uso, rendering e desenhos técnicos simplificados, com base nos parâmetros ergonômicos propostos por Panero e Zelnik (2008).

3.2 Projeto gráfico – Metodologia de Bruno Munari Propôs-se a criação de uma peça gráfica para a cadeira projetada. Na definição do problema, estabeleceu-se a criação de alternativas para frames de aplicativo de venda do produto, sendo os subproblemas: layout, logotipo, cor e tipografia, localizações de cada atalho e botão. Recolheram-se, então, dados de 111

similares referentes a cada componente e analisou-se como eles foram solucionados pela concorrência. O uso de painéis imagéticos produzidos durante a fase de ideação, do Design Thinking, auxiliou na etapa de criatividade.

4. Resultados Observou-se nas fases inspiração e ideação do Design Thinking que o público busca por mobiliários simples, funcionais, inovadores e tradicionais concomitantemente, apreço pelo detalhe e flexibilidade. A partir dos painéis e ferramentas usadas, a peça gerada tem como conceito o conforto, a leveza e a versatilidade, através de cores predominantemente sóbrias, com possibilidade de adaptação. As ferramentas 635 e analogia foram fundamentais na concepção de modelos diversos de cadeiras. A prototipação foi uma fase mais conclusiva do que decisiva, sendo rápida e eficiente em dar respostas aos seus objetivos.

Por fim, o detalhamento do projeto permitiu a construção de uma peça confortável e adequada ao público-alvo.

Quanto ao projeto gráfico, constatou-se diante das seis primeiras fases que o aplicativo deve chamar a atenção do usuário, sendo visualmente agradável, objetivo e prático. De acordo com os similares, o aplicativo deve conter margens, botões que possibilitem o clique com o dedo, ferramentas como barra de pesquisa, configurações, opção de voltar e outras que ajudem a visualizar melhor o produto, como rotação 3D. Seguindo o conceito versatilidade dos painéis imagéticos, a opção de personalização foi inserida, uma vez que tanto

a

Andreu World,

quanto

seus

concorrentes

a

possuem.

Em

experimentação e modelo obteve-se enfim a projeção do determinado nas fases anteriores.

5. Considerações finais Podemos observar que as metodologias propostas serviram de auxílio e exerceram um papel importante no processo criativo. A junção delas traz dinamicidade por serem tão diferentes: uma metodologia cíclica com possibilidade de feedbacks em todas as etapas – Design Thinking, de Tim Brown (2008) – e outra linear como a de Munari (1998), visam otimizar o projeto, 112

independentemente de sua natureza, conduzindo-o a uma solução precisa, poupando tempo e gastos de recursos além do necessário, que resultou, com êxito, em projetos que atendem aos requisitos e conceitos definidos.

Referências bibliográficas

BROWN, Tim. Design Thinking. Boston: Harvard Business Review, Ed. Junho 2008. p. 84-92.

AMBROSE, Gavin; HARRIS, Paul. Basics Design: Design Thinking. Lausana: AVA, 2010.

MUNARI, Bruno. Das coisas nascem coisas. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

VASCONCELOS, Luis Arthur Leite de. Uma Investigação em Metodologias de Design. Trabalho de Conclusão do Curso de Design. 94 f. Universidade Federal de Pernambuco, Recife: 2009.

BAXTER, Mike. Projeto de produto: guia prático para o design de novos produtos. São Paulo: Editora Blucher, 2000.

PANERO, Julius; ZELNIK, M. Dimensionamento Humano para Espaços Interiores: Um Livro de Consulta e Referência para Projetos. Amadora: Editorial Gustavo Gili, 2008.

LÖBACH, Bernd. Design Industrial. São Paulo: Edgard Blücher. 2001.

LISYANSKY, Valerie. 16 killer design tips for creating mobile apps. Creative Bloq, 2015. Disponível em: <http://www.creativebloq.com/app-design/16-killerdesign-tips-creating-mobile-apps-11513821>. Acesso em: 04/10/2016.

113

O DESIGN DE INTERIORES COMO FERRAMENTA DE TRANSFORMAÇÃO Thais Lessa Pontes da Silva Universidade Federal de Alagoas – UFAL Palavras – chave: design de interiores, psicologia ambiental, metodologia.

1. Introdução No projeto de interiores para crianças e adolescentes, é preciso avaliar vários aspectos espaciais. Entre eles a forma, cor, textura, temperatura ambiental, iluminação, sonoridade, estes fatores tornarão um ambiente favorável para a vivência e aprendizado dos usuários, influenciando na concentração e desenvolvimento de atividades. De acordo com Kishimoto (2009), a utilização de atividades lúdicas no ambiente representa um fator importante para que se alcance uma melhor aprendizagem. Através das brincadeiras, as crianças desenvolvem sua afetividade, manipulam objetos e vivem ativamente os contextos de participação e interação social. Essas atividades podem ser observadas em locais onde a formação de valores e hábitos são fortalecidos e contribuem para a evolução e crescimento do indivíduo, como acontece nas áreas de recreação, escolas e creches. É no dia-a-dia que a criança compreende a disciplina na hora do divertimento. Azevedo (2004) declara que o ambiente lúdico infantil deve ser dinâmico, vivo, “brincável”, explorável, transformável e acessível para todos. Os espaços destinados às crianças devem ser diversificados, garantindo ambientes específicos para as atividades de leitura e escrita, para brincadeiras e jogos, para o repouso, higiene, alimentação, atividades físicas e demais atividades dirigidas. Criar ambientes onde a criança possa se identificar é fazer com que ela tenha apego ao lugar e isso está relacionado à funcionalidade, simbologia e relacionamento entre pessoa e ambiente. A psicologia ambiental enfatiza a relação do usuário com o espaço, analisando o ambiente construído para entender o comportamento humano.

Esse princípio deve ser considerado em ambientes de permanência continuada, no qual crianças e adolescentes, em situação de vulnerabilidade social, são inseridas em abrigos institucionais. Nesse contexto, Elali (2003) afirma que o 114

ambiente influencia inúmeras facetas da vida humana, podendo trazer experiências positivas ou negativas na formação infantil. Conforme relatório gerado no site do Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Acolhidos (CNCA), o Brasil ultrapassa a marca de 46 mil crianças e adolescentes vivendo atualmente em abrigos. Segundo o IPEA (2013), o principal motivo de abrigamento é a carência de recursos materiais da família (24,1%), seguido do abandono pelos pais ou responsáveis (18,8%). Estes dados reforçam a importância dos abrigos estarem capacitados para compreender a realidade vivida por essas crianças. Nesses casos, o papel do designer de interiores é fundamental para identificar essas necessidades e solucioná-las de forma funcional, a fim de contribuir para a socialização da criança dentro do abrigo. O ambiente escolhido para o desenvolvimento da pesquisa foi o Lar Batista Marcolina Magalhães é uma instituição sem fins lucrativos, que desde 1953 atende em sistema de acolhimento crianças do sexo feminino, com idades entre 3 e 11 anos em situação de vulnerabilidade pessoal ou social, onde podem permanecer internadas até os 18 anos. Desta maneira, o objetivo deste trabalho é apresentar através de análises de dados a importância de um projeto de interiores para a valorização das experiências e aprendizado das crianças abrigadas.

2. Objetivos

2.1 Objetivo geral Desenvolver um projeto para a área de recreação do Lar Batista Marcolina Magalhães, que proporcione a valorização das experiências e vivências para as crianças em situação de vulnerabilidade social.

2.2 Objetivos específicos •

Apresentar as modalidades do acolhimento institucional;

•

Compreender como a Psicologia Ambiental pode influenciar na vivência da criança;

•

Avaliar o ambiente construído; 115

•

Comparar projetos similares;

•

Desenvolver projeto de interiores para área de recreação.

3. Metodologia O projeto será conduzido através da Metodologia do Ambiente Construído (MEAC) proposta por VILLAROUCO (2008), a fim de compreender a percepção que as crianças do Lar Batista Marcolina Magalhães possuem sobre o espaço.

Para a etapa do processo projetual, será utilizada uma adaptação do guia da ABD (Associação Brasileira de Designers de Interiores) que descreve a metodologia de design de interiores em três fases: estudo preliminar, anteprojeto e projeto executivo.

4. Referencial teórico Acolhimento Institucional no Brasil e suas modalidades NECA, Associação de Pesquisadores dos Núcleos de Estudos e Pesquisas sobre a Criança e o Adolescente.

Abrigo: comunidade de acolhida e

socioeducação. 2º edição. São Paulo, 2010. - Buscar parâmetros para o serviço de acolhimento institucional.

Ambiente Construído OLIVEIRA, Gilberto R.; MONT’ALVÃO, Claudia Renata. Metodologias utilizadas nos estudos de Ergonomia do Ambiente Construído e uma proposta de modelagem para projetos de Design de Interiores. Estudos em Design. PUC – Rio de Janeiro, 2015. - Verificar realizações sobre os métodos empregados em EAC, que servirão de aporte para uma tentativa de elaboração de uma modelagem esquemática que contemple as fases do projeto em Design de Interiores.

Psicologia ambiental

116

SAVI, Aline Eyng. Abrigo ou lar? Um olhar arquitetônico sobre os abrigos de permanência continuada para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Dissertação de Mestrado. Programa de PósGraduação em Arquitetura e Urbanismo. Universidade Federal de Santa Catarina. 2008. 180 p. – Conhecer critérios e diretrizes projetuais na concepção de abrigos de permanência continuada Ergonomia e o ambiente infantil TEIXEIRA, Clarissa Stefani; FOSCHI, Rogê Roberto; FELDEN, Érico Pereira Gomes. O trabalho na educação infantil: Um enfoque ergonômico.

Iberoamerican Journal of Industrial Engineering, Florianópolis, SC, Brasil, 2015. - Verificar as condições ergonômicas em ambiente escolar e associar as queixas musculoesqueléticas com as posturas assumidas durante as atividades de trabalho.

Metodologia VASCONCELOS, Christinane F.; VILLAROUCO, Vilma; SOARES, Marcelo M. Avaliação ergonômica do ambiente construído: estudo de caso de uma biblioteca universitária. Ação ergonômica, v.4. nº 1, 2009. – Analisar e tomar como base a metodologia de Villarouco.

Referências SAVI, Aline Eyng; DISCHINGER, Marta. Acessibilidade Integral Como Ferramenta De Inclusão Social: Estudo de caso em casas de acolhimento para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. ENEAC – Ano 10. Recife, 2016.

SILVA, Ana Cláudia Colaço Lira; SILVA, Aline Nascimento; SILVA, Valéria C. Pereira da Rocha; RAMOS, Maria Lúcia Silva; VILLAROUCO, Vilma. Avaliação ergonômica do ambiente construído: Estudo de caso no arquivo funcional de uma instituição pública de ensino superior. 15º ERGODESIGN. Pernambuco, 2015.

VASCONCELOS, Christinane F.; VILLAROUCO, Vilma; SOARES, Marcelo M. Avaliação ergonômica do ambiente construído: estudo de caso de uma biblioteca universitária. Ação ergonômica, v.4. nº 1, 2009 117

ESTOJOS PERSONALIZADOS E STANDARDS Janaina Freitas Silva de Araújo Universidade Federal de Alagoas – UFAL Mariana Petróvana Ferreira da Silva Universidade Federal de Alagoas – UFAL Gabriela Maria Cavalcanti Ferreira Lessa Santos Universidade Federal de Alagoas – UFAL Rubia Ferreira Melo Universidade Federal de Alagoas – UFAL Juliana Donato de Almeida Cantalice (orientadora) Palavras – chave: standards, estojos, design de objeto

1. Introdução Estojos para material artístico são produto de consumo de usuários de várias idades, gêneros, capacidade criativa e interesse para produção ou representação gráfica. Os estojos artísticos podem ser tanto para uso amador como profissional, ou apenas para estudo. Marcas internacionais como Faber Castell e Staedtler possuem materiais que contemplam ambos os públicos, porém estas se focam primordialmente no material artístico como produto a ser consumido e, em seguida, na confecção do estojo para armazenar este, tratando-o como objeto que não precisa ser ergonômico.

Essa pesquisa tem por objetivos observar a necessidade do estojo que seja mais ergonômico; fornecer acessibilidade financeira do produto ao usuário; promover a personalização do estojo por variedades de cores, formas e texturas; e analisar a possibilidade de sustentabilidade do produto. Foi considerada a ergonomia do manejo e as combinações de diferentes standards 7 podem fornecer através do design emocional que prevê três características ao objeto 7 Standard – é um termo utilizado pelo Design para determinar variações de um mesmo produto, como opções de cores ou pequenas alterações estéticas que o distingue entre outros dentro da mesma linha de produção (SCHNEIDER, 2010).

118

avaliado: visceral - responsável por despertar o “instinto” de consumo inicial do usuário -, comportamental - é o aspecto responsável por promover a sensação de controle sobre o objeto e o prazer de realizar atividades com o mesmo sem interrupções, da melhor maneira possível -, e reflexivo - aspecto que está relacionado à associação do objeto com a familiaridade e o status social do usuário - (NORMAN, 2004).

2. Materiais e Métodos O público-alvo foi avaliado previamente por meio de questionário socioeconômico e no que diz respeito ao uso de estojos durante duas etapas – no início de janeiro de 2016 e em agosto do mesmo ano –, por meio de aplicação pelos integrantes da pesquisa a 45 alunos do curso de Design da Universidade Federal de Alagoas (UFAL, doravante) – 20 na primeira etapa e 25 na segunda.

O aspecto visceral do design emocional dos estojos não foi avaliado a priori, contudo, observou-se o uso do objeto pelos alunos nas atividades propostas por meio de monitoria de Linguagem e Expressão Gráfica (LEG, doravante).

Segundo questionários, mais de 50% do público-alvo relatou não se considerar um usuário profissional de material artístico; a maioria relatou conhecer as marcas internacionais que possuem tanto linhas especializadas para profissionais como para estudiosos no campo da expressão gráfica e técnica. Os gastos orçamentários mensais estão entre R$100,00 a R$200,00 com os materiais para desenho no curso de graduação em Design na UFAL. O transporte do material é por meio de bolsas de alça dupla de disposição do peso distribuída entre os ombros ou por pasta plástica. Foram frequentes usuários que se queixam de dores nas costas.

Os similares elencados para análise – 14, no total – foram avaliados sobre o conhecimento prévio do público-alvo e a análise técnica da equipe. Nenhum dos

estojos

analisados

possuiu

proposta

sustentável,

preocupam-se

prioritariamente com a estética do produto e sua usabilidade (10/14), são acessíveis aos usuários no Brasil (9/14) e possuem custo/benefício elevado (9/14).

De acordo com os requisitos projetuais, concluímos que o objeto a ser 119

desenvolvido deveria possuir tamanho adequado para as pegas, manejos e preensões do usuário; possibilidade de personalização e encaixe para o material artístico; e ser composto por material de baixo custo com possibilidades de reaproveitamento sustentável (alumínio e silicone). Elaborou-se, portanto, uma perspectiva explodida (Fig. 1) que melhor esquematizasse o funcionamento do estojo proposto.

Figura 1 – Perspectiva explodida do estojo desenvolvido para essa pesquisa.

Fonte: ARAÚJO, J. F. S. de; 2016.

Utilizamos metodologia híbrida de Lobach (2001), Munari (2011) e algumas técnicas de criatividade como a matriz SWOT (FOFA) para forças e fraquezas que o produto poderia desenvolver em relação aos similares já observados; Brainstorm, inicial e complementar; oceanos azuis e oceanos vermelhos; a técnica MESCRAI; e feedback com alunos da Universidade Federal de Santa Catarina. Após as análises, as diretrizes para requisitos e parâmetros promoveram o redesign 8 do produto, alterando-se a estética do mesmo com as informações dos similares.

3. Resultados Desenvolveu-se um estojo composto por extremidades abauladas, sendo uma delas mais concêntrica devido à necessidade de abertura lateral do objeto;

8 Redesign – outro termo utilizado pelo Design que prevê modificações estéticas e funcionais do que pode ser um produto em prol de uma readaptação do mesmo as novas necessidades do usuário ou a criação de demanda mercadológica (MUNARI, 2011).

120

invólucro para proteger os níveis do estojo e permitir a personalização do mesmo sobre o material de silicone; e encaixe macho-fêmea para a articulação superiorinferior entre os níveis do estojo (Fig. 2).

Figura 2 – Detalhamento técnico do estojo.

Fonte: MELO, R. F.; 2016.

A composição de alumínio e silicone foi proveniente da necessidade de uma proposta sustentável para o estojo. As proporções apresentadas no detalhamento técnico (Fig. 2) contemplam a ergonomia buscada para atender as pegas, manejos e preensões do usuário, assim como condiciona o mesmo a carregar material em uma quantidade limite, evitando a sobrecarga de peso.

4. Considerações finais Conclui-se que, apesar de algumas marcas possuírem variações de formas, cores e materiais para uso artístico, a grande maioria não possui possibilidades de personalização do produto de acordo com o usuário, mantendo-se uma linha mais tradicional a qual prioriza a qualidade das ferramentas, mas não é necessariamente atrativa pelo invólucro do estojo.

O estojo projeto pela pesquisa, portanto, buscou atender não apenas os aspectos do design emocional, mas as necessidades ergonômicas que o produto apresenta de acordo com o levantamento realizado pelos questionários e análise de similares, assim como as características encontradas por meio das técnicas 121

criativas.

Referências bibliográficas LOBACH, B. Design Industrial: bases para a configuração dos produtos industriais. São Paulo: Edgard Blucher, 2001.

MUNARI, B. Das Coisas Nascem Coisas. São Paulo: Martins fontes, 2011.

NORMAN, D. Emotional design: Why we love (or hate) everyday things. New York, Basic Books, 272 p. 2004.

SCHNEIDER, Beat. Design: uma Introdução. O Design no Contexto Social, Cultural e Econômico. Editora Blucher. São Paulo. 2010.

122

AVALIAÇÃO ERGONÔMICA DO VIOLINO MICHAEL: Posturas, manejos e preensões.

Mariana Petróvana Ferreira da Silva Universidade Federal de Alagoas – UFAL Alessandra Carvalho Van der Ley Freitas Lins Universidade Federal de Alagoas – UFAL Maria Eduarda Ramos Alves Soares Universidade Federal de Alagoas – UFAL Priscilla Ramalho Lepre Universidade Federal de Alagoas – UFAL Palavras – chave: violino Michael, ergonomia, instrumento musical.

1. Introdução Uma postura adequada é essencial no desenvolvimento de qualquer tarefa, evitando lesões à pessoa que realiza. Fatores antropométricos, de carga e tempo devem ser considerados no alcance do conforto. O violino é um instrumento musical tradicional cuja estética e estrutura sofreu pequenas alterações no decorrer da história da música.

O instrumento analisado é um violino Michael (Fig. 1) - instrumento de cordas de 600g com dimensões de 60 cm de altura, 22 cm de largura e 4 cm de profundidade. É um produto móvel, de madeira encrustada nas bordas; tampo em spruce 9maciço, faixas em Maple 10, fundo em Maple Flamed e cravelhas, estandarte, espelho e queixeira de ébano. Ele possui 2 arcos de crina animal, breu e espaleira. O estojo vendido juntamente com o violino é um modelo térmico Super Luxo (retangular) com higrômetro 11.

9 Spruce - é um tipo de madeira, mais maleável, com algumas ranhuras, geralmente usado para a produção de instrumentos musicais.

10 Maple - ou Acero, é uma madeira também específica para a construção de violinos, ela é mais dura e resistente, geralmente empregada no revestimento do braço do instrumento.

11 Higrômetro – acessório empregado no controle de umidade para não danificar a madeira do violino.

123

Figura 1: Esquema fotográfico nas partes do violino tradicional.

Fonte: http://violininviolin.blogspot.com.br/2013/05/as-partes-do-violoncelo-um-violoncelo-e.html

Para tocar violino, o usuário faz uso dos membros superiores através de movimentações dos ombros, braços, cotovelos, antebraços, punhos e mãos, bem como as pegas, manejos e preensões desta última (IIDA, 2005).

Pretende-se no decorrer desta pesquisa analisar qualitativamente e quantitativamente se há a existência de fatores de riscos ao usuário na utilização de seu instrumento musical. E para alcançar os objetivos serão utilizados registros fotográficos, bem como os métodos de análise ergonômica - OWAS e RULA.

2. Materiais e Métodos A seguir serão apresentadas as análises realizadas com o violino Michael e o avaliador, estudante de violino do nível Básico. As analises apresentam etapas pré-método - informações técnicas do avaliador e objeto - assim como etapas sob método, OWAS e RULA. Observou-se que o estojo, apesar de parecer pesado pela textura de madeira polida, é um instrumento oco, cuja reverberação do som ocorre em seu interior. Portanto, o violino é um instrumento leve de pegas delicadas. O posicionamento do violino depende do encaixe adequado de seus acessórios: o arco - provoca a vibração nas cordas ao entrar em contato com o corpo do violino – e a espaleira - ajusta o corpo do violino ao encaixe do tipo prensa, entre a região ombro/clavícula, com pescoço/queixo, permitindo acomodação (Fig. 2).

124

Figura 2. Registro fotográfico da reprodução de escala musical.

Fonte: LINS, A. V.; 2016.

A reprodução de escala musical, exercício de nível básico, consiste na prensa por meio de precisão com os dedos sobre a superfície das cordas e sobre a extremidade do arco. Foi observada preensão do terminal dos dedos na região pulpounguial. O som é reproduzido pelo contato do arco com a extremidade das cordas no corpo do violino. Há repetições de movimentos com o braço dominante. O movimento é resultado de prensa digital com o arco e o braço e antebraço semiflexionado, movimentando entre dois eixos: o eixo latero-lateral e anterior-posterior. Enquanto que o outro se mantém estático com pega dígito palmar no braço do violino por segunda prensa entre a região ombro-clavícula e pescoço-queixo. O movimento é preciso pela estrutura de carpos e metacarpos.

O método OWAS considerou as posições para a execução da escala musical. A posição do avaliador não era adequada para a atividade. Foi necessária mudança para que os pés do avaliador tocassem o chão. O método RULA analisou: elevar o arco; estender o arco; aduzir arco elevado.

3. Resultados Há predominância de contato da palma da mão e extremidades dos dedos 125

no objeto avaliado devido à importância da falta de contato entre a gordura e sujeira de dedos e unhas com o instrumento de cordas - isso ocorre também para diminuir a probabilidade de desafinação do mesmo.

A pega tem relação com o desempenho da ferramenta. Para manejo fino é preferível utilizar formas menores, enquanto para trabalhos que demandem força, é preferível utilizar formas mais robustas. Pode-se trabalhar a pega do braço do violino que atenda de forma satisfatória, as duas funções, variando-se a espessura e a forma do cabo ao longo de seu comprimento. Os materiais e acabamentos também podem ser relacionados ao manejo de produtos e ferramentas. Iida (2005) recomenda o uso de superfícies lisas tal como madeiras do violino (Spruce e Maple).

Por meio do método RULA e OWAS, observa-se que a tarefa de tocar violino desenvolve consequências na musculatura em longo prazo. Ela possui

exigências

decorrentes

de

treinamento

diário,

desenvolvendo

musculatura e articulações específicas.

4. Considerações Finais Através das análises, observou-se que o movimento oriundo da sequência de tarefas propostas é mais estático na maioria do tempo e que é uma sequência de precisão, sendo a atividade, de maneira geral, de tocar o violino, considerada, portanto uma atividade especializada.

Diante das dificuldades encontradas pela avaliadora do produto, concluise que a atividade de tocar o violino necessita de intervalos sequenciais em paralelo a ela. Os intervalos são necessários para não sobrecarregar os locais de preensa constante ou de curto intervalo (no caso dos dedos que tocam as cordas - pulpo ungueal).

O emprego de acessórios como a espaleira, que cujo objetivo é proporcionar ajuste do instrumento ao corpo do usuário, facilita a sensação de comodidade à estudante de violino, pois diminui a necessidade de prensa na região ombro-clavícula com pescoço-queixo.

Referências bibliográficas 126

DIEGO-MAS, José Antonio. A Avaliação Postural Pelo Método OWAS .

Ergonautas, Universidade Politécnica de Valência, 2015. Disponível on-line: <http://www.ergonautas.upv.es/metodos/owas/owas-ayuda.php>. Acesso em: 18 de Agosto de 2016.

GOMES FILHO, J., 2003. Ergonomia do objeto: sistema técnico de leitura ergonômica. São Paulo: Escrituras Editora.

IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção - 2º edição revista e ampliada. São Paulo: Edgar Blucher, 2005.

127

INVESTIGAÇÕES DA MEIA NOITE: Jogo em 64 bits

Janaina Freitas Silva de Araújo Universidade Federal de Alagoas – UFAL Mariana Petróvana Ferreira da Silva Universidade Federal de Alagoas – UFAL Gabriela Maria Cavalcanti Ferreira Lessa Santos Universidade Federal de Alagoas – UFAL Gabriela Gomes Melo Universidade Federal de Alagoas – UFAL Danielly Amatte Lopes Universidade Federal de Alagoas – UFAL Palavras – chave: games, 64 bits, arte e tecnologia.

1. Introdução A Universidade Federal de Alagoas (UFAL, doravante) busca, de diversas maneiras, reduzir a evasão dos alunos do Ensino Superior, desde programas de monitoria ou tutoria até bolsas de permanência que fornecem auxílio financeiro aos discentes com dificuldades socioeconômicas. Jogos podem ser usados como ferramentas didáticas por serem interativos, proporcionarem estímulos a regras preestabelecidas e uma interface gráfica modela de acordo com o que é necessário alcançar do público alvo. Investigações da Meia-Noite é o nome dado à ideia de um jogo de 64 bits, inspirada na vivência acadêmica de protagonistas universitários.

Através do desenvolvimento de um jogo de fácil transferência e divulgação por ser criado em 64 bits, buscou-se construir uma narrativa interativa capaz de estimular o usuário a conhecer melhor os mecanismos e dificuldades comumente encontradas na vida acadêmica, promovendo a sensibilização quanto à introdução para vida da maioria de jovens adultos que ingressam no Ensino Superior. Esse jogo foi idealizado por abordagem metodológica que

128

considera o feedback 12 do usuário e o concept art 13 da plataforma interativa para o objetivo descrito, tal como o desenvolvimento de narrativa linear que busca a imersão do jogador no universo planejado de acordo com a vivência observada dos alunos da UFAL.

2. Materiais e Métodos A segunda metade do século XX foi marcada por aumento das investigações acadêmicas sobre o lúdico, que, com a elevação gradual da presença dos games no nosso cotidiano, estenderam-se também aos aparatos eletrônicos.

Espaços da Web 2.0 como o software Second Life é um dos exemplos mais comuns de espaços em que se pode criar uma nova personalidade em um espaço não físico e interagir com outros indivíduos sem a preocupação de um contato mais físico. Outros exemplos desses espaços são os jogos multiplayer de mundo aberto como é Ragnarok Online e Warcraft (Fig. 1). A partir desse conceito é adequada a criação de mediadores, reconhecidos como administradores (CASTRONOVA, 2013).

Figura 1 – Seriado criado por RAO TV online, Girls in the House (2016) utilizando o software Second Life – à esquerda; e o layout do jogo online em mundo aberto Ragnarok Online – à direita.

12 Feedback – termo utilizado no Design para retratar o retorno dado pelo público alvo no desenvolvimento de uma pesquisa conforme ela avança, tornando a pesquisa cooperativa e não apenas linear.

13 Concept Art – termo utilizado para designar o desenvolvimento conceitual da arte, expressão gráfica, bidimensional, de algum elemento do projeto; serve para personagens, cenários, ilustrar mecânicas de jogo, etc.

129

Fonte - https://3.bp.blogspot.com (à esquerda); http://www.freemmostation.com/wp-content/uploads/2012/05/ragnarok-online51.jpg (à direita).

A metodologia a ser abordada através desse projeto baseia-se em Lobach (2001) e prevê algumas análises, das quais foram consideradas: Análise da relação do usuário com o produto; Análise do produto e do ambiente; Análise de mercado; Análise das funções práticas; Análise das funções estruturais; Análise das funções estéticas; Análise de material e processos de fabricação; Patentes e Normas; Descrição das novas características do produto.

Por meio do estudo da relação entre o real e o imaginário torna-se possível promover uma nova abordagem ao usuário público-alvo de alunos da UFAL. Por meio dessa nova abordagem sobre o lúdico e os games, assim como sobre as novas artes midiáticas, esperou-se produzir novas análises sobre como a tecnologia pode ser usada em prol do ensino e aprendizagem.

3. Resultados 130

A pesquisa envolveu um acervou o levantamento teórico metodológico sobre o que é o real e o lúdico nos games. Apesar de não ter sido concluída até então, observou-se a possibilidade de associação entre a metodologia docente e o emprego de jogos em prol do processo ensino e aprendizagem, devido ao seu aspecto lúdico e a proposta do mesmo para o usuário – proporcionando a resolução de problemas por meio de regras pré-estabelecidas e mediadas (Fig. 2).

Figura 2 - Captura de tela do concept do jogo de 64 bits Investigações da Meia-Noite.

Fonte: ARAÚJO, J. F. S. de; 2016.

O design de um jogo com tais características apontadas anteriores, também atende algumas etapas criativas e o desenvolvimento (Layout, Roteiro, Storyboard, Concept Art). A interface gráfica apresentada e testada por um grupo de alunos da disciplina de Arte e Tecnologia, no curso de Jornalismo, recebeu 131

avaliação positiva. Segundo a análise realizada com a pesquisa de opinião do grupo, o jogo de 64 bits apresentou a possibilidade de uma nova interação com o espaço mimético da UFAL, assim como as representações das mecânicas administrativas do meio acadêmico.

4. Considerações Finais Apesar da criação do jogo de 64 bits ainda estar incompleta, foi possível obter algumas conclusões acerca do professor metodológico de concepção de um jogo digital de aspecto lúdico que pudesse ser aplicado a universitários em prol do processo ensino-aprendizagem destes. A interface de 64 bits fornece a possibilidade de criação de interações entre as variáveis do jogo, mimetizando os processos acadêmicos e administrativos da UFAL de uma forma mais simples, por meio da mecânica do jogo e do sistema causa-consequência com o personagem em terceira pessoa. Da mesma forma, por possuir uma apresentação gráfica mais simples por meio de pixels, ele é capaz de sugerir a representação gráfica do real em bidimensional, mas não é determinante, permitindo espaço para o imaginário do usuário.

Referências bibliográficas ARANTES, P. Arte e Mídia: perspectivas da estética digital. São Paulo: Editora do SENAC, 2005.

BARBIER, R. Sobre o imaginário, 1994.

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132

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SALGADO, M. M. Sociabilidade em espaços digitais complexos de MMORPGs. Dissertação (mestrado) — Faculdade Cásper Líbero, Programa de Mestrado em Comunicação — São Paulo, 2011.

133