Aprendendo a ser Rei

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palavras eram cheias de elogios dirigidos a Rei. E que ele, Rico, fez exatamente o que Rei queria que ele fizesse. Aliás, pensando bem, Rico sempre fez o que Rei quis. Ora, se alguém sempre concorda com o que quero, será que eu tenho vontade própria? Para tirar a dúvida, Rico elaborou um pensamento estranho. Ele fez o seguinte raciocínio lógico: Rei sempre faz a vontade dos súditos. Os súditos sempre fazem a vontade de Rei. Logo, a vontade dos súditos é a vontade de Rei! O poeta deu um pulo de alegria. Ele tinha feito uma grande descoberta, muito maior do que aquela combinação de letra e som. Ele pensou direitinho para ver se não tinha se enganado. Rei faz tudo o que quero, certo? Então, se eu mesmo fizer o que quero estarei fazendo o que Rei quer para mim. Puxa! Como ninguém pensou nisso antes? Rico imaginou-se, então, dono do poder mágico de Rei. Assim, Rico teria poder, poder para criar qualquer coisa que quisesse sem precisar passar por aprovações. Isso sim seria muito bom, muito bom — pensou. Depressa, muito depressa, Rico encaminhou um convite para que Rei realizasse o seu desejo. E no tempo marcado para a reunião, todos vieram preparados, como de costume, para celebrar a criação. Rico não estava acreditando, mas Rei estava prestes a conceder o seu desejo. — Que queres que seja feito? — Quero o poder mágico de Rei!

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