Prémio, Edição Novembro 2011

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» Análise

PR ÉMIO

NOVEMBRO DE 2011 • ANO VIII • 0,01 EUROS • TRIMESTRAL • DIRECTOR ÁLVARO MENDONÇA

NOVEMBRO 2011

» PRÉMIO

conferência cv&a portugal: ameaça ou oportunidade?

Especial Privatizações

O exemplo da REN

gallo

Pedro Cruz “ Queremos ser a marca referência dos portugueses”

cammp & ass.

STEVE JOBS

Think different.

20 » PRÉMIO » Outubro 2009

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José Pina Aposta no conceito “full service”

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» Análise telemóvel

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SUMÁRIO

NOVEMBRO

2011 24 ESPECIAL PRIVATIZAÇÕES: O EXEMPLO DA REN

6 A ABRIR 12 DESTAQUE Conferência CV&A 14 TEMA DE CAPA Steve Jobs 20 ENTREVISTA Pedro Seixas Vale 24 ESPECIAL Privatizações 28 NEGÓCIOS Case Study - Parfois 31 NEGÓCIOS Telecomunicações - Visabeira 32 NEGÓCIOS Energia - Alstom

FICHA TÉCNICA

36 OPINIÃO Karina Litvack, Directora do Departamento de Governação e Investimento Sustentável da F&C 38 NEGÓCIOS Gallo 42 NEGÓCIOS Desporto - Sporting 45 OPINIÃO Duarte Moral, Consultor 46 PERFIL José Pina

50 ANÁLISE Sam Dean, Co-responsável da unidade de Mercados de Capitais do Barclays Capital 52 MARKETING Rebranding - Primor 54 OPINIÃO Miguel Henriques, Administrador da Cartagua 56 MARKETING Eurobest 58 MARKETING Miss Gate 60 SOCIEDADE Educação - Central de Cervejas

DIRECTOR Álvaro Mendonça DIRECTOR DE ARTE Pedro Góis DESIGNER Ana Oliveira Pinto SEDE/REDACÇÃO Av. Duque de Loulé, 123, 7.º 1050-089 Lisboa

62 EMPREENDEDORISMO Junior Achievement 64 SOCIEDADE Solidariedade 66 INICIATIVA Conferências do Palácio 68 DEBATE 4.º Congresso Nacional dos Economistas 72 TELECOMUNICAÇÕES Cisco Expo 2011 74 TRANSPORTES Inovação - IBus 76 DESTINO Rio Grande do Sul Porto Alegre

80 GUIA Viagem - Luanda 88 ARTE Bordallo Pinheiro 89 ARTE Leilão Vista Alegre 90 ARTE Exposição Jorge de Oliveira 92 LAZER Automóveis - Aston Martin 96 OPINIÃO Eduardo Simões, Director-Geral da Associação Fonográfica Portuguesa (AFP)

IMPRESSÃO Sig, Sociedade IndustrialGráfica, Lda. Rua Pêro Escobar, 21, 2680574 Camarate - Lisboa

DEPÓSITO LEGAL: 320943/10

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Editorial Álvaro Mendonça

SÓ DEPENDE DE NÓS

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xistem 191 países espalhados pelo mundo. Nos rankings de desenvolvimento económico e social, Portugal está normalmente entre a 30ª e a 35ª posições. Por vezes estamos acima, como na qualidade dos nossos hotéis, no sucesso da nossa indústria de pasta e de papel, no cuidado com que fabricamos automóveis e nos resultados da nossa selecção de futebol; Por vezes ficamos abaixo, como na investigação, nos índices de bom governo, ou em questões um pouco mais estruturais, como a burocracia ou a corrupção. Mas, globalmente, estamos entre a 30ª a e 35ª posições. Não é mau. Um pouco para combater o sentimento depressivo desta crise, muitos jornais publicam diariamente casos de sucesso de negócios e de empresas portuguesas. EDP é uma das maiores companhias do mundo de energias renováveis. A AutoEuropa é uma das melhores fábricas mundiais do Grupo Volkswagen. Os sapatos portugueses são reconhecidos hoje como dos melhores do mundo. A Via Verde e o Multibanco portuguses são dos sistemas mais avançados do globo. A Efacec, Mota-Engil, o Millennium bcp e muitos outros grupos portugueses, são casos bem sucedidos de internacionalização. Temos as melhores praias da Europa, dos melhores vinhos e azeites, spas, hotéis e restaurantes de fazer inveja ao resto do mundo, queijos e enchidos que lutam de igual para igual com os espanhóis e italianos. Estamos no top mundial do turismo, do sector florestal e temos alguns exclusivos planetários, como o Mateus Rosé, o vinho do Porto e a ilha da Madeira . E ainda temos o Mourinho e o André Villas-Boas, o António Horta Osório e o António Viana Baptista, o Ronaldo e o Dani, o Souto Moura e o Siza Vieira, etc, etc. No mundo há mais países que falam o português. Entre eles, estão o Brasil, uma das economias mais pujantes do momento e a maior potência da América do Sul, e Angola, que está na mesma posição em

África. Um e outro são terrenos naturais de expansão para os negócios e as empresas portuguesas. Portugal integra geograficamente a Europa, politicamente a União Europeia e financeiramente a zona Euro. Pertence a estes clubes exclusivos e de acesso fechado, que são a inveja e o desejo de muitos outros países, que estão de fora. Chega para afagar o ego nacionalista? Estamos em crise? Também a Espanha, a França e – pasme-se – a própria Alemanha. Temos um défice e uma dívida gigantescos? Nada de grave, se olharmos para os EUA, o Japão, a Espanha ou a Itália.

As setes regras do sucesso foram enunciadas há muito por Ernâni Lopes: “trabalhar, trabalhar, trabalhar e estudar, estudar, estudar e estudar”.

Vamos fazer dois anos de sacrifícios? Vamos, mas daqui a dois anos o País estará seguramente mais saudável. Com menos défice, com menos dívida, com menos burocracia e com menos corrupção. É como se um parente doente fosse ser operado ao hospital. Queremos é que ele regresse curado e saudável. As sete regras do sucesso foram enunciadas há muito por Ernani Lopes, um homem que nos devia servir de exemplo inspirador: “trabalhar, trabalhar, trabalhar e estudar, estudar, estudar e estudar”. Cumpri-las, só dependerá de nós.

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» A abrir BREVES MILLENNIUM BIM ATINGE 1 MILHÃO DE CLIENTES O Millennium bim reforçou a sua liderança no mercado moçambicano, atingindo um milhão de clientes. O resultado reflecte o esforço do Banco na bancarização da população moçambicana em todas as províncias do País, patenteando a bem sucedida oferta de produtos financeiros adequados ao perfil dos clientes locais. Recentemente, o Millenium bim foi distinguindo como o melhor Banco em África, galardão atribuído pela primeira vez a um banco moçambicano. Para Marecos Duarte, presidente da Comissão Executiva do Banco: “Este marco histórico aumenta a nossa responsabilidade perante Moçambique, clientes e parceiros. Atingir o milhão de clientes é o reflexo do prestígio e notoriedade da instituição perante a sociedade, sendo igualmente o reconhecimento do nosso esforço e dedicação na oferta de serviços de qualidade. Chegar a este patamar só foi possível porque trabalhamos com uma equipa dedicada, que todos os dias sente o pulso às reais necessidades da população”.

Resultados

MILLENNIUM BCP REFORÇA SOLIDEZ

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Millennium bcp fechou Outubro com um rácio Core Tier 1 de 9,1%, antecipando assim as exigências regulatórias definidas para o final do ano. A aposta na solidez do banco passou não só pelo reforço dos capitais, mas também pela diminuição dos riscos ponderados, que baixaram cerca de 1.008 milhões de euros face aos valores de há um ano. Este resultado foi favoravelmente influenciado pelo deleveraging em curso e pela manutenção do esforço de optimização de riscos ponderados, nomeadamente no que se refere ao reforço de colaterais e à aplicação das novas regras estabelecidas pelo Banco de Portugal, no que respeita aos ponderadores a aplicar às posições em risco sobre Angola. O reforço dos níveis de capital encaixa já o impacto da operação de ‘liability management’ concluída em Outubro. Os valores reflectem as diversas iniciativas realizadas no âmbito do plano de capital definido pelo Banco e que no terceiro trimestre proporcionaram um aumento do Core Tier I, nomeadamente através da operação de troca sobre acções preferenciais e Lower

Tier II Notes, apesar do registo em resultados e em capital de 21% de desvalorização da dívida pública grega detida. O resultado líquido consolidado foi de 59,4 milhões de euros, beneficiando da subida expressiva do contributo das operações internacionais, designadamente em África e na Polónia, embora penalizado pelo provisionamento da dívida grega, no valor de 136,1 milhões de euros, e condicionado pelo reforço das dotações para imparidades de crédito, que aumentaram 38,9% numa base anual. O banco prosseguiu o processo de desalavancagem em termos consolidados com a redução do crédito a clientes em 4,3% e a subida dos recursos de clientes de balanço em 2,5%, o que se traduziu numa diminuição do gap comercial de 4,0 mil milhões de euros e do rácio de transformação, que passou de 165% para 154%, entre Setembro de 2010 e Setembro de 2011. De registar ainda a melhoria dos proveitos base, com um acréscimo de 9,6% da margem financeira e a continuação da política de optimização

Angola: Cooperação interbancária

MILLENIUM ANGOLA E ATLÂNTICO APOIAM MICROCRÉDITO

O

Banco Millennium Angola e o Banco Privado Atlântico, no âmbito da sua parceria estratégica, acabam de formalizar um protocolo de cooperação para a área do microcrédito. Com este protocolo, ambas as instituições bancárias assumem o compromisso de reforçar o papel do microcrédito em Angola, valorizando o empreendorismo e apresentando uma alternativa de financiamento, sobretudo às famílias de baixo rendimento. O protocolo foi assinado no passado mês de

Outubro durante a cerimónia de entrega dos Prémios Microcrédito, que decorreu em Luanda. O evento contou com a participação de Carlos Santos Ferreira, presidente do Conselho de Administração do Banco Millenium Angola, e de Carlos José da Silva, presidente do Conselho de Administração do Banco Privado Atlântico, que salientaram a importância do papel do microcrédito no combate à precariedade, à pobreza e à exclusão social, considerando-o como potenciador do combate ao desemprego em Angola.

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Indicadores 3.º trimestre dos custos, que baixaram cerca de 5,4%. O desempenho positivo do plano de liquidez permite que as necessidades de financiamento do corrente ano se encontrem praticamente asseguradas. Na divulgação de resultados sobre a actividade do banco nos primeiros nove meses do ano, Carlos Santos Ferreira, presidente do banco, destacou o contributo significativo da actividade internacional, com o resultado líquido proveniente do exterior a subir 177,3%, para 73,7 milhões de euros, nos primeiros nove meses do ano. Os bons resultados da operação na Polónia concretizaram-se num resultado líquido de 85,1 milhões de euros, impulsionado pelo fortalecimento dos proveitos base e pela redução do custo do risco face ao trimestre homólogo. No âmbito da agenda estratégica para as operações internacionais do banco, Carlos Santos Ferreira realçou o acordo de parceria firmado com o Banco Privado Atlântico, para a constituição ou aquisição de um banco no

(valores em milhões de euros)

2011

2010

Variação

Activo total

97.353

99.434

-2,1%

Crédito a clientes

73.379

76.638

-4,3%

Recursos totais de clientes

64.552

66.971

-3,6%

Depósitos de clientes

45.312

45.319

0,0%

59,4

217,4

-72,7%

Margem financeira

1.196,8

1.091,8

9,6%

Produto bancário

1.841,0

2.147,3

-14,3%

Custos operacionais

1.119,6

1.183,4

-5,4%

Imparidade do crédito

764,0

549,9

38,9%

Rácio Core Tier I

8,3%

5,6%

Resultado líquido

Fonte: Millennium bcp

Brasil e o pedido de licença para a abertura de uma sucursal de pleno direito na República Popular da China, que se constitui como base para o losango estratégico entre aquele país, Portugal, a África e o Brasil. Em Africa, o Millennium bcp mantém os seus planos de expansão, tendo o Millennium

Angola inaugurado o 50.º balcão e o Millennium bim atingido a marca de um milhão de clientes activos. No seu conjunto, estas operações apresentaram nos primeiros nove meses de 2011 um resultado líquido de 87,0 milhões de euros, a que corresponde um acréscimo de 44,2%, face ao período homólogo.

Carlos Santos Ferreira, presidente do Conselho de Administração do Banco Millennium Angola, e Carlos José da Silva, presidente do Conselho de Administração do Banco Privado Atlântico, assinam protocolo de cooperação para a área de microcrédito

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» A abrir BREVES KPMG

Auditora volta a analisar sector bancário angolano A KPMG Angola, empresa multinacional líder na prestação de serviços de auditoria e consultoria, volta a apresentar um estudo de pesquisa (o primeiro foi em 2005) sobre o sector bancário angolano. O relatório é aguardado com grande expectativa, num mercado que continua em expansão e a apresentar elevado potencial de crédito à economia. Como tem sido habitual em anos anteriores, a consultora fará neste estudo um objectivo enquadramento macroeconómico do país, gizará as perspectivas de crescimento e apresentará a visão KPMG, bem como as conclusões a que chegou. A banca angolana é um sector da economia em expansão, com um baixo nível de bancarização, grandes taxas de inovação tecnológica e elevada procura de talentos profissionais, o que o tem transformado num dos sectores mais dinâmicos e apetecíveis neste país africano.

DESPORTO

Futebolista Cau lança biografia O campeão do Mundo de sub-20, em 1991, Cau, acaba de lançar a sua biografia intitulada “CauDa fralda aos grandes palcos”. Editado pela Prime Books, o livro contou com o apoio da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) e com o apoio do Semanário Sol. O jogador, de origem cabo-verdiana, fazia parte da “geração de ouro”, constituída por Luís Figo, Rui Costa e João Vieira Pinto. Este último, “o capitão” da geração prefaciou a obra.

BANIF INOVADOR PARA O FINANCIAL TIMES

O

conceituado jornal financeiro reconheceu a capacidade inovadora do Banif na categoria “In House Teams – Most Innovative Lawyers 2011” e premiou-o por possuir um dos melhores departamentos de Legal & Tax a nível mundial, colocando-o no topo do ranking, atribuindo-lhe a medalha de bronze. O Financial Times refere que o Banif - Banco de Investimento e o seu director de Legal & Tax, Tiago dos Santos Matias, introduziram medidas que são uma referência no acompanhamento de cada cliente da instituição, estando mensalmente cada advogado obrigado a apresentar uma ideia para um produto financeiro, ampliando assim o leque de opções de negócio. Da lista de ideias apresentadas, 25% já foram comercializadas com sucesso.

PRODUTO

RENOVA AUMENTA PORTEFÓLIO NA GAMA INFANTIL Renova Kids é a mais recente aposta da marca Renova para os mais pequenos. Destinada a um público infantil, esta gama foi desenvolvida em rolos de folha dupla em papel branco decorado, com uma suavidade extra para o primeiro contacto das crianças com o papel higiénico seco. Testado dermatologicamente, é um produto focado no cuidado da pele sensível das crianças. A nova gama Renova Kids é composta por papel higiénico, em embalagens de nove rolos, e ainda lenços de bolso compactos e toalhitas de higiene infantil.

TECNOLOGIA

INDRA INSTALA-SE NO PORTO

A multinacional Indra inaugurou em Outubro as suas novas instalações na cidade invicta, na Avenida da Boavista, junto à Casa da Música. As instalações acolhem mais de 100 colaboradores que trabalham nos diferentes departamentos da empresa, nomeadamente, no Centro de Competências e Desenvolvimento de Business Inteligence (BI), no Centro de Competências de Desenvolvimento de Gestão Portuária e na área de desenvolvimento ERP GIAF. Entre a carteira de clientes da Indra no Norte do País, destacam-se empresas como a APDL, a BIAL, a Câmara Municipal do Porto, a Soares da Costa, a Universidade do Minho, entre outros. Para Enrique Canedo, responsável pelo escritório, “este novo escritório irá também dar-nos a possibilidade de crescermos, com a introdução de novos quadros conforme a evolução do negócio”, explica.

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Design

Urbanista lança novos ´headphones` em Portugal A Urbanista®, empresa de origem sueca, lançou uma nova colecção de ´headphones` para o cidadão digital. A nova linha – London, Copenhagen, Los Angeles e Gothenburg – – foi concebida tendo em conta o actual estilo de vida urbano, privilegiando a funcionalidade prática e intuitiva, materiais e som difundido de alta qualidade e design exclusivo. Este lançamento faz parte de um leque de produtos que a Urbanista ® tem desenvolvido para responder às necessidades da vida urbana moderna, incentivando um estilo de vida saudável e ambientalmente amigável. A marca encontra-se presente além da Suécia, no Reino Unido, Alemanha, Holanda, Bélgica, Áustria, Estados Unidos, China, chegando agora a Portugal e Angola.

INOVAÇÃO

ANMP

LEITE MATINAL EM NOVA EMBALAGEM

CÂMARAS CONTRA CORTES AO ENDIVIDAMENTO

em papel renovável e Numa nova embalagem leite Matinal apresentatotalmente reciclável, o renovado, que aposta -se agora com um design ilidade e qualidade. na sofisticação, sustentab da mais fácil de abrir A nova embalagem é ain picar e de arrumar, e fechar, de servir sem sal des e o sabor do leite garantindo as proprieda da marca constitui Matinal. Esta nova aposta ão selectiva e adaptação mais um passo na inovaç idor com um estilo de da Matinal a um consum tentável. vida mais moderado e sus

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O presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Fernando Ruas, está contra o que chama de corte “meramente administrativo” para metade do limite de endividamento das autarquias, previsto na proposta do Orçamento de Estado para 2012. O também presidente da Câmara Municipal de Viseu, diz que a medida delineada pelo Governo fará com que “de um momento para outro, um número significativo de municípios, que tinha as contas em ordem, passe a entrar em incumprimento”.

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BREVES SAÚDE 24 LANÇA NOVA CAMPANHA A Linha Saúde 24 arrancou com uma nova campanha para alertar e preparar a população para o período frio que se aproxima, lembrando a importância de um diagnóstico rápido, que pode muitas vezes ser feito a partir de casa. A nova campanha de sensibilização da Linha Saúde 24 decorre até Dezembro e conta com algumas das principais rádios nacionais e várias acções de proximidade, em centros de saúde, hospitais e escolas. O objectivo principal da campanha passa por potenciar a memorização do número de apoio da Linha Saúde 24 (808 24 24 24).

FOTOGRAFIAS INÉDITAS DE FRIDA KAHLO EM LISBOA Inaugurou no passado dia 4 de Novembro a exposição “Frida Kahlo – As Suas Fotografias” no Pavilhão Preto do Museu da Cidade, em Lisboa. A mostra poderá ser visitada até 29 de Janeiro de 2012. A exposição trazida a Portugal pela Casa da América Latina foi comissariada pelo renomado fotógrafo mexicano Pablo Ortiz Monasterio e é composta por cerca de 250 fotografias, seleccionadas de um conjunto de 6500 imagens pertencentes ao acervo do Museu Frida Kahlo, Casa Azul, no México. O discurso museográfico está organizado em seis núcleos, que reflectem partes da vivência da artista, nomeadamente: “Os pais – Guillermo e Matilde”; “ A Casa Azul”; “ O Corpo Acidentado”; “ Os Amores de Frida”; “ A Fotografia” e a “ Luta Política”.

Comemoração

ISLA CAMPUS LISBOA COMPLETA 50 ANOS

A

mais antiga instituição de ensino superior privado em Portugal nasceu em 1962, com o objectivo de formar quadros técnicos de nível superior para a Indústria, Comércio e Administração Pública, colmatando uma falha existente no ensino das línguas modernas e dando resposta às necessidades do País ao nível de emprego. Hoje, cinquenta anos depois, o mundo e o

País mudaram, os desafios que se colocam ao ensino superior são outros, as necessidades empresariais tornaram-se mais complexas, mas o ISLA Campus Lisboa mantém-se líder na inovação e na oferta que proporciona no panorama do ensino em Portugal. No ano em que comemora cinquenta anos de existência, passou a ser uma instituição com vocação internacional, marcadamente virada para a

O LIVRO

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ção na vanguarda académica, alicerçada na empregabilidade global. tecnologia, na mobilidade internacional, na Em Abril, o ISLA viveu uma autêntica multiculturalidade e na articulação com o revolução qualitativa ao ser adquirido pelo meio empresaria, formando profissionais grupo internacional Laureate International globais”, adianta. Universities, a maior rede de instituições O Campus da Quinta do Bom Nome, em de ensino superior do mundo, que tem Carnide (Lisbioa), funciona 24 horas por como chanceler honorário o antigo presidia e 365 dias por ano, tendo os seus estudente dos EUA, Bill Clinton. dantes todas as condições para estudarem e A entrada do grupo Laureate reforçou a trabalharem para o seu oferta e a qualidade académica, sucesso académico. O proporcionando aos alunos O ISLA CAMPUS oportunidades ímpares no LISBOA PREPARA-SE ISLA Campus Lisboa passou, assim, a forpanorama do ensino superior PARA FORMAR OS mar pessoas não para e permitindo uma mobilidade PROFISSIONAIS QUE o mercado de trabalho internacional quer a alunos português, mas sim quer a docentes. “É, aliás, essa AS ORGANIZAÇÕES para o mercado global. uma das grandes vantagens PROCURAM PARA da rede Laureate, uma vez que TEREM SUCESSO NO Os alunos do ISLA, de acordo com Nelson conta com mais de 55 universiMERCADO GLOBAL. Santos Brito, “terão dades, frequentadas por mais ao seu dispor uma de 600 mil estudantes, que educação internacional, fazem parte de uma comuniapostada na empredade académica dispersa por gabilidade, e ainda 28 países na América do Norte dispõem da possibilidade de obter títulos e Latina, Europa, Norte de África, Ásia e duplos – no ISLA e noutra universidade Médio Oriente”, explica Nelson Santos da Rede Laureate – e duplas licenciaturas, de Brito, director-geral do ISLA Campus pois com apenas mais um ano lectivo o Lisboa. aluno fica com duas licenciaturas. Refira-se De acordo com este responsável, “o ISLA Campus Lisboa tem como objectivo marcar que o ISLA Campus Lisboa é a primeira instituição de ensino superior portuguesa o ensino superior, dando corpo à visão a oferecer esta possibilidade ao nível da que temos de vir a ser uma universidade licenciatura. Hoje como há 50 anos atrás, internacional de referência e a primeira “o ISLA continua a inovar”, remata Nelson escolha de estudantes e de empregadores”, ou seja, “ser reconhecido enquanto institui- Santos de Brito.

Lançamento

Talal Husseini explica a “Paz Guerreira” na ONU O Filósofo e escritor brasileiro Talal Husseini, autor do best-seller “Paz Guerreira – O Caminho das Dezasseis Pétalas”, proferiu no passado 10 de Novembro uma conferência sobre a “Nova Visão de Paz”, tema que explora

neste seu primeiro romance filosófico, na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque. Na Conferência o autor explanou o conceito de “Paz Guerreira”, que define como uma paz que advém de uma guerra interior e de um caminho de auto-conhecimento, que deve ser percorrido numa “jornada de aproximadamente 30 cm, que se inicia no cérebro e termina no coração”. O autor explicou que esta conferência contribuiu para “tocar” ainda mais gente. O convite foi feito pelo presidente da Assembleia Geral da ONU e pelo presidente da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Para Talal Husseini este

CERVEJAS

Duque de Bragança visita fábrica da Sagres No âmbito do acordo celebrado entre a Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC) e a Casa Real Portuguesa, o Duque de Bragança, Dom Duarte Pio, deslocou-se à fábrica da Vialonga para assistir ao processo de fabricação e enchimento da cerveja Sagres Bohemia. Esta iniciativa veio dar continuidade a uma relação que remonta a 1934, ano da fundação da SCC, que à época já possuía três cervejeiras agraciadas com o título de “Fornecedor da Casa Real”. As novas embalagens de cerveja Sagres Bohemia passarão a ter a chancela de fornecedora da Casa Real Portuguesa reforçando o posicionamento como marca Premium das cervejas portuguesas.

convite representa uma “grande honra, mas também uma enorme responsabilidade”. A obra “Paz Guerreira – O Caminho das Dezasseis Pétalas”, lançada no Brasil em Março, atingiu em poucas semanas um recorde de vendas superior a 35 mil exemplares vendidos. Em Portugal, o livro foi lançado no mês passado pela editora Eranos, e tem tido bom acolhimento. Para breve, estão previstas as edições em castelhano e inglês. Talal Husseini está já a preparar a sua próxima obra, intitulada “Arte da Convivência”, que abordará a temática do relacionamento entre casais. O lançamento no Brasil está previsto para Março de 2012.

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Destaque conferência CV&A

UMA CONFERÊNCIA

XIV Conferência da CV&A traz a Lisboa Troika de jornalistas internacionais.

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ortugal, ameaça ou Oportunidade? Esta é a pergunta que dá o mote à XIV Conferência da Cunha Vaz & Associados (CV&A), que decorre a 25 de Novembro, no Hotel Sheraton de Lisboa. No início da Conferência caberá a António Saraiva, presidente da CIP- Confederação Empresarial de Portugal, analisar o presente e o futuro da economia portuguesa, enquadrando o tema geral, num momento em que Portugal está no centro das atenções europeias. Para responder à pergunta, a CV&A convidou um grupo de jornalistas internacionais, que partilharão as suas próprias perspectivas sobre como Portugal é visto do exterior. Wolfgang Münchau, editor associado e colunista do Financial Times sobre assuntos europeus, trará o ponto de vista da City londrina; Raphael Minder, correspondente em Portugal e Espanha do International Herald Tribune dará a visão americana e Raul Lores, editor de Ne-

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Programa 09h00 Recepção aos convidados

10h40 Key Note by Raul Lores – Folha de São Paulo A VISÃO BRASILEIRA Moderador e comentador: António Costa – Diário Económico

09h30 Apresentação dos Oradores por António Cunha Vaz 09h45 António Saraiva – Presidente da Confederação Empresarial de Portugal PRESENTE E FUTURO DA ECONOMIA PORTUGUESA

11h15 Coffee Break

10h10 Key Note by Wolfgang Münchau – Financial Times O PONTO DE VISTA DA CITY

11h30 Q&A

10h25 Key Note by Raphael Minder – International Herald Tribune UMA VISÃO AMERICANA

Quem é quem na Troika dos Mídia? Para dar uma visão exterior sobre a imagem e as perspectivas de Portugal, a CV&A convidou um trio de jornalistas do Financial Times, International Herald Tribune e Folha de São Paulo, três dos mais influentes jornais diários do mundo. Veja o quem é quem desta Troika.

gócios e de Economia da Folha de São Paulo, completará o retrato, com a visão brasileira. Estas três intervenções serão seguidas de um debate e de uma sessão de perguntas e respostas, moderada por António Costa, director do Diário Económico. A encerrar, a perspectiva do Governo e da Troika transmitida por Carlos Moedas, Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-ministro e o economista que, em nome do Executivo português, acompanha as negociações com a União Europeia, o Banco Central Europeu e o FMI. Sentados na assistência, políticos, embaixadores, empresários e CEOs de grandes empresa, jornalistas, assessores de gabinetes governamentais, responsáveis de comunicação e marketing de empresas com presença internacional e multinacionais presentes em Portugal, serão os primeiros a descobrir que ameaças e oportunidades se apresentam ao Portugal do presente.

11h00 Carlos Moedas – Sec. de Estado Adjunto do Primeiro Ministro A VISÃO DO GOVERNO E DA TROIKA

12h00 Encerramento da Conferência

Wolfgang Münchau Financial Times

Raphael Minder International Herald Tribune

Münchau, de 47 anos, é editor associado e colunista do Financial Times sobre assuntos europeus. Juntamente com a sua mulher, a economista Susanne Mundschenk, gere o eurointelligence.com, um serviço online de comentários diários e de análises sobre a zona euro, dirigido a investidores, académicos e decisores políticos. Vive em Bruxelas. Wolfgang foi um dos fundadores do Financial Times Deutschland, a edição alemã do prestigiado diário económico londrino, de que foi editor adjunto, de 1999 a 2001, e director, a partir deste ano e até 2003. Antes, foi correspondente do Financial Times e do Times em Washington, Bruxelas e Frankfurt. Em 1989, foi distinguido com o Prémio Wincott, de jovem jornalista financeiro do ano. Licenciado em Matemática pela Universidade de Hagen, Münchau tem um mestrado em Gestão por Reutlingen e um mestrado em Jornalismo Internacional pela City University, de Londres. Autor de três livros, dos quais o mais conhecido, com o título “Vorbeben”, sobre a crise financeira, ganhou o prémio de livro de negócios do ano da GetAbstract, em 2008.

Correspondente para a Península Ibérica do International Herald Tribune, a edição internacional do New York Times, desde Abril do ano passado, Raphael vive actualmente em Madrid. Foi correspondente do Financial Times na Ásia, baseado em Hong Kong, entre 2007 e 2010. Entre 1993 e 2000 trabalhou como repórter da Bloomberg em Zurique, Bruxelas e Madrid, cobrindo as áreas da banca, das fusões e aquisições e da política de concorrência europeia. É mestre em jornalismo pela Universidade de Columbia e foi bolseiro em jornalismo de negócios, na Universidade de Oxford. Raul Lores Folha de São Paulo Editor de Economia e Negócios na Folha de São Paulo, desde Março de 2010, Raul Lores tem uma carreira muito diversificada, com experiências como correspondente do jornal brasileiro em Pequim (de 2008 a 2010) e como conselheiro especial do Governo da Cidade de São Paulo para as questões do urbanismo e das relações internacionais. Antes, Raul foi editor da Veja. Licenciado pela Universidade Católica de Santos, Raul tem um mestrado pela Universidade de Navarra, em Espanha.

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Tema de Capa Steve Jobs

O DA VINCI DA ERA DIGITAL O homem que nos deixou precocemente, aos 56 anos, criou, inventou, ou tornou viáveis, úteis e poderosos, produtos que estão por todo o lado, transversalmente, alcançando gerações e mercados que provavelmente nunca se teriam cruzado em redor de uma mesma plataforma. Um génio que no futuro será lembrado como os que hoje estudamos nas escolas. E admiramos na vida. Por Pedro Rolo Duarte

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ão tinham passado 48 horas sobre a morte de Steve Jobs e já a prestigiada revista americana “The New Yorker” exibia no seu site a capa que, uma semana e meia mais tarde, faria o tributo ao fundador da Apple. Barry Blint desenhou a hipotética chegada de Jobs ao Céu. Lá estão as portas de ferro a fazer lembrar as velhas quintas da nobreza e, modestamente instalado, o paciente São Pedro recebe Steve Jobs. É irresistível não sorrir com o pormenor que faz toda a diferença: São Pedro tem nas mãos um iPad, para conferir a chegada do novo inquilino... O que seria uma homenagem bem-humorada a um dos raros génios do nosso tempo - Michael Bloomberg, Mayor de Nova Iorque, acredita que, no futuro, Jobs será lembrado como Edison ou Einstein -, acabou por constituir o mais completo perfil do homem que nos deixou precocemente, aos 56 anos, no passado dia 5 de Outubro. Desde logo, porque os produtos que criou, inventou, ou tornou viáveis, úteis e poderosos, estão por todo o lado, transversalmente, alcançando gerações e mercados que provavelmente nunca se teriam cruzado em redor

de uma mesma plataforma. Depois, porque há no seu discurso dos últimos anos (já depois de saber que padecia de um tipo de cancro no pâncreas dificilmente ultrapassável, que acabou por lhe ser fatal) uma verdade basilar: “A morte é muito provavelmente a melhor invenção da vida. Lembrar-me de que todos estaremos mortos em breve é a ferramenta mais importante que encontrei para me ajudar a fazer as grandes escolhas na vida”. Por fim, porque o seu último grande projecto, o iCloud, eleva para o patamar imaterial aquilo que hoje é a indispensável “memória” dos nossos computadores e discos rígidos, permitindo que nos desloquemos de um lado para o outro sem mais do que uma password de acesso ao nosso mundo privado... No fundo, Steve Jobs já encaminhava para as nuvens as nossas vidas quando a dele se abeirou de São Pedro. Em ocasiões como esta – a sua morte fez o pleno de capas e primeiras páginas dos mais relevantes jornais e revistas do mundo, e googlar o seu nome significa tropeçar em 304 milhões de referências... – a tendência para endeusar e glorificar

O seu último grande projecto, o iCloud, eleva para o patamar imaterial aquilo que hoje é a indispensável “memória” dos nossos computadores e discos rígidos.

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Tema de Capa quem nos deixa, para mais numa idade plena de vida, pode misturar-se com mitificação e exagero. Não parece ser o caso: directa ou indirectamente, Steve Jobs mudou, revolucionou, recriou ou pura e simplesmente inventou em áreas tão essenciais à vida moderna como os computadores pessoais, a música, os telefones móveis, o cinema de animação, os tablets, a edição digital, a internet. No fundo, a comunicação e a informação, talvez as estrelas maiores da vida no século XXI. Um americano como a América gosta A biografia clássica de Steven Paul Jobs dirá que nasceu a 24 de Fevereiro de 1955, em São Francisco, e foi empresário e criativo no mundo da informática. Não é propriamente o melhor exemplo de uma infância comum: os seus pais biológicos entregaram-no para adopção por falta de condições financeiras para garantir a sua formação. Paul e Clara Hagopian Jobs foram os pais efectivos e afectivos de Steve Jobs. Mas a sua história de vida é exemplar para o modelo que a América gosta de exportar como imagem de marca (com propriedade, como mais uma vez se comprova): um homem que se faz a pulso, que cria o seu primeiro computador numa garagem, que começa do zero e morre com a sua empresa no topo das melhores cotadas no universo da tecnologia, 70% mais valiosa do que a rival Microsoft (que 11 anos antes, no

ano 2000, valia 20 vezes mais do que a Apple...). Se a ficção nos deixa sonhar com várias vidas, Steve Jobs provou que se podem ter, pelo menos, duas: a que corresponde ao nascimento e lançamento do primeiro computador Apple, e a que marca o seu regresso à companhia para a geração “I” (iMac, iPod, iPhone, iPad). Pelo meio, uma travessia no deserto que começou em 1985, quando deixou a Apple por desacordos com o rumo a seguir pela empresa e fundou a NeXT – um projecto tecnológico e educativo inovador (inti-

A sua história de vida é exemplar para o modelo que a América gosta de exportar como imagem de marca. mamente ligado às letrinhas www...), mas financeiramente falhado. Foi nesse período também que se envolveu no cinema com a Pixar, unanimemente considerada revolucionária no universo do cinema de animação. Afirmou sempre que este momento conturbado da sua carreira foi de certa forma o mais criativo, reformador e refundador para o regresso à empresa, em 1997, na sequência da aquisição da NeXT pela Apple. As

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ideias foram ganhando corpo na cabeça. Jobs distinguia-se pelo perfeccionismo, pela obsessão com o produto final nas mãos do consumidor, e por uma concepção da informática fechada. Isaacson, o seu biógrafo, diz que ele consubstancia na perfeição a conjugação do hardware com o software: o mau feitio e a irascibilidade que o caracterizavam eram impossíveis de esconder, e terríveis na simplicidade com que se exibiam. Assim seriam os seus produtos estrela: iguais por dentro e por fora, fechados nessa camisa de sete varas que é o conteúdo e a função. Steve Jobs não escondia sentimentos - e era capaz de voar da raiva à paixão a uma velocidade alucinante, mas não conseguia ser de outra maneira. E nesse excessivo despojamento entre ser a parecer estava o segredo que o iria catapultar para o patamar dos génios: os produtos que criou eram rigorosamente o que tinham de ser. Sem extras – mas também sem falhas.

formático nem tem de desculpar os erros dos sistemas. O computador, que mais parecia um brinquedo, era estável, potente, eficaz. E ainda por cima ficava bem em qualquer sala de estar. Morria o tempo do feio computador-mono. Logo depois, e no momento em que a indústria da música não sabe como enfrentar o “vírus” do download pirata, Steve Jobs lança o mais simples, prático e eficaz sistema de venda e consumo de musica: o iPod, logo associado à loja virtual iTunes. A um problema, responde com uma solução. Seguiu a mesma lógica com o iPhone. Os telefones clássicos não garantiam eficazmente portabilidade total de informação, falhavam pelo excesso de opções, e eram demasiado confiantes na tecnologia alheia. Os consumidores talvez não soubessem que queriam um telefone com o seu computador integrado. Mas Steve Jobs sabia – e nasceu o iPhone. Mais recentemente, o iPad, talvez a primeira resposta séria à crise que arrasa a comunicação social tradicional. Já tinha havido tablets antes deste? Claro que sim. Como leitores portáteis de música ou telefones multitask. Só não tinha havido nenhum aparelho capaz de garantir fiabilidade, confiança, técnica, facilidade – e, oh senhores, design também! Não é por acaso que em muitos sites se lê que Jobs é o “Leonardo Da Vinci da era Digital”...

Jobs distinguia-se pelo perfeccionismo, pela obsessão com o produto final”...

Eficácia & design, o verdadeiro dois em um A verdadeira revolução que Steve Jobs dirige no mundo da tecnologia e do entretenimento começa nesse regresso à casa-mãe. Chama-se iMac e é o primeiro computador integrado que se distingue pelo design, pelas cores, por ser translúcido, pela sua consistência funcional. Jobs não perdoa falhas nem erros e pensa, justamente, que o consumidor não é in-

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» Tema de Capa

Até no Céu... Por estes dias é lançada em todo o mundo a biografia oficial de Steve Jobs, assinada pelo prestigiado jornalista americano Walter Isaacson. Não se esperam revelações surpreendentes ou momentos cabeludos na vida do criador da Apple – mas os excertos que foram sendo divulgados na imprensa mostram sempre o mesmo homem: obsessivo com a qualidade dos seus produtos, acérrimo defensor da simplicidade, militante do encontro perfeito entre o design e a utilidade. No lado mais negro da sua vida – o lado lunar que Rui Veloso cantou -, está a vida pessoal, onde não esconde o tardio reconhecimento da filha que teve aos 23 anos, com uma namorada inesperada, ou a forma como muitas vezes se relacionava com os seus colaboradores, algures entre o amor e o ódio, numa tensão cujos contornos ningém

conseguia prever. Em poucas palavras: um homem mesmo muito difícil... Ainda assim, o autor destas palavras: “A simplicidade é a máxima sofisticação. Dá muito trabalho fazer um produto simples, comprender de facto os desafios subjacentes e chegar a soluções elegantes”. O que não conseguia no relacionamento profissional parecia ser, afinal, o seu ultimo objectivo profissional. E era: basta olhar um iPod e a sua roda central, um iPad e o seu botão único, ou o iPhone e a simplicidade do seu funcionamento, para perceber até onde quis ir Steve Jobs. Simples: quis ir até ao colo do consumidor e dizer-lhe ao ouvido “não penses muito nisto, é tão fácil que em breve será parte de ti”. Agora é. E até São Pedro não dispensa o seu tablet quando nos recebe às portas do Céu.

Dez lições de Steve Jobs Entre as muitas revistas que “deram” capa à morte de Steve Jobs, além da supracitada “The New Yorker”, vale a pena olhar a da brasileira “Veja”. Nela volta a brilhar o iPad, desta vez nas mãos do próprio Steve, que está confortavelmente sentado numa nuvem com o formato de uma maçã... A revista, que lhe dedica um vasto especial, procurou elencar, com as palavras do próprio, o legado que nos deixa para lá da evidência das suas criações. Vale a pena reproduzir essa lista:

iPad

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Photos

Albums

1. Faça aquilo de que você gosta – mesmo que no começo pareça que não vai dar certo; 2. Aprenda com os erros – e jamais páre de errar; 3. Trabalhe com equipas pequenas; 4. Faça as perguntas certas - e pense diferentemente do que pensa. 5. Crie uma cultura corporativa – mesmo na administração doméstica; 6. Simplifique – e diga não ao supérfluo; 7. Guarde segredos e alimente-os; 8. Ouça os outros – mas não tenha medo de tomar decisões sozinho; 9. É sempre melhor escolher um caminho alternativo do que correr onde todos estão; 10. Um pouco de auto-suficiência é bom – valorize a sua própria marca. 18 » PRÉMIO » Novembro 2011

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Entrevista Pedro Seixas Vale

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PEDRO SEIXAS VALE, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES

“A venda da Império-Bonança tem de ser feita com cautela”

Fotos Filipe Pombo/AFP

Qualquer opção na indústria que seja feita pelo líder do sector, influencia todo o mercado e tem impacto na sua sustentabilidade. É nesta perspectiva que o presidente da APS – Associação Portuguesa de Seguradores, Pedro Seixas Vale, alerta para a obrigação de grande cautela numa futura reprivatização da área de seguros do Grupo Caixa Geral de Depósitos. Como se posiciona a indústria de seguros nacional em termos de solvência? Deveria estar no programa da Troika, à semelhança do enquadramento dos bancos? A indústria é segura? Os níveis de activos e capitais do sector segurador são claramente suficientes para fazer face às suas responsabilidades (passivos) e aos níveis de solvência exigidos legalmente. Todos os indicadores apresentados pelo Instituto de Seguros de Portugal, o supervisor do sector, indicam isso. Mas o sector não está imune à crise económica e financeira, que desde a segunda metade de 2007 tem assolado os EUA e a Europa. Se na primeira fase, de 2007 a 2009, foi sobretudo uma crise do sistema bancário, a segunda fase, desde 2009 até agora, está a ser principalmente um problema das dívidas soberanas, em especial nos países periféricos da Zona Euro. Os mercados de capitais, de acções e obrigações, têm sido penalizados por isso. Direi mesmo duramente, mas também, em muitos casos, arbitrariamente. O sector segurador resistiu bem na primeira fase, sem grandes problemas. Está a ser mais penalizado na segunda fase. Os problemas de liquidez – um problema básico na primeira fase – não foram importantes para o sector segurador, mas a desvalorização dos activos nesta segunda fase tem um impacto muito negativo. Os níveis muito elevados de provisionamento e de solvência estão a ser muito úteis, neste momento difícil. Ser formiga tem as suas vantagens! A questão da solvência é algo que está presente na gestão diária das seguradoras? É fundamental. Na actualidade o principal problema das seguradoras é manter os seus níveis de provisionamento e solvência,

dado que, infelizmente, os níveis de resultados são muito voláteis, reflectindo a volatilidade nos mercados de capitais. Admite operações de concentração da indústria seguradora em Portugal, com o objectivo de ganhar massa crítica e cumprir os rácios de solvência? As operações de concentração têm lugar, sobretudo, porque os interesses dos accionistas são diferentes de companhia para companhia. Uns, estão satisfeitos e procuram melhorar o seu posicionamento por via de ganhos de dimensão. Outros, estão insatisfeitos porque os resultados da sua empresa não correspondem às expectativas, ou porque as necessidades de capital assim o obrigam. A conclusão é que operações de concentração, num mercado com dezenas de empresas, são sempre possíveis e no actual momento previsíveis. Qual o peso das seguradoras multinacionais na indústria nacional? E a influência sobre produtos e preços? O sector multinacional tem um peso significativo em Portugal quer no Ramo Vida, quer nos Ramos Não Vida, e quer de uma forma directa – sobretudo nos Ramos não Vida –, quer por acordo com instituições nacionais, sobretudo as bancárias. A sua influência tem sido significativa na evolução do mercado português em todos os aspectos, mas não se pode dizer que haja uma, ou várias, características muito específicas pelo facto de serem seguradoras estrangeiras ou multinacionais. O que pode a operação de reprivatização da Império-Bonança trazer ao mercado? A operação de possível saída da órbita da CGD do seu negócio, segurador não pode deixar de ter muita importância, dado que é o grupo líder do mercado. Seja no sentido de passagem dessa posição Novembro 2011 » PRÉMIO » 21

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Entrevista Pedro Seixas Vale directamente para o Estado, seja por eventual futura reprivatização, total ou parcial. Como líder, qualquer opção que seja feita resultará numa operação que tem uma enorme relevância no mercado. Isto significa que a futura operação que o Estado faça, para qualquer outro grupo, terá de ser executada com grande cautela e as razões e métodos a que essa operação deve obedecer devem ser muito bem ponderados. De outra forma estaremos a criar turbulência no sector.

é um ambiente positivo, mas teremos de ter capacidade e imaginação para o tornarmos positivo. Considera que o ramo Não Vida, a área dos Planos de Poupança Reforma (PPR), são das mais prejudicadas? Os PPR estão a ser bastante afectados dado que os bancos distribuidores da maior parte de seguros PPR não estão a dinamizar tanto essa venda

A crise económica está a motivar um ajustamento de grande dimensão.

O que impede que o negócio dos seguros mutualistas se desenvolva em Portugal? Nada impede do ponto de vista legal, ou de funcionamento do mercado, que empresas de carácter mutualista se desenvolvam em Portugal. Há experiências mutualistas em Portugal positivas. Até onde está a crise económica portuguesa a afectar a indústria seguradora? Quais as áreas mais afectadas? Estamos a viver uma crise económica e financeira profunda. A crise económica, onde se incluem dificuldades de financiamento da economia e, consequentemente, das diversas instituições como o Estado, os bancos, as empresas e as famílias, está a motivar um ajustamento de grande dimensão. Isto significa a redução do endividamento global, a queda do Produto Interno Bruto (PIB), a redução do consumo, do investimento e das importações e, em contrapartida, o aumento das exportações e da poupança. Prevê-se que este ajustamento se estenda por um período mínimo de cinco anos. As consequências mais negativas estão a ser a limitada capacidade de crescimento do sector (há uma correlação forte entre os crescimentos do sector com o da economia), a redução dos níveis de solvência, provisionamento e resultados e uma necessária contenção de custos, que inclui a sinistralidade e as despesas gerais. Por outro lado, surgem também oportunidades com a necessidade de redução do Estado Social, bem como a abertura de espírito a mudanças estruturais no domínio dos processos operativos, inovação nos produtos, preços e formas de distribuição, alteração da legislação laboral e outras. Não

como anteriormente. Preferem induzir e orientar os seus clientes para depósitos a prazo. Na segunda parte deste período de ajustamento da economia portuguesa, direi a partir de 2013, poderá verificar-se um novo ímpeto neste produto. Mas o aumento do nível de poupança a que se assiste na economia portuguesa pode levar a que num período relativamente curto, e resolvidos que sejam alguns dos problemas do sistema bancário, os PPR possam surgir como uma oportunidade. Defende uma nova roupagem para os PPR, com o objectivo de os relançar no mercado? Os PPR desde o início tiveram uma orientação clara: motivar os portugueses a criar poupanças para a sua reforma, dado que o nível possível e sustentável da sua reforma através da Segurança Social ou Caixa Geral de Aposentações iria diminuir significativamente. Não falo em “nova roupagem”, mas acredito a prazo na retoma de alguns benefícios fiscais que se justificam, possivelmente a partir de 2013. E isto porque havendo um produto base, as seguradoras têm dezenas de produtos com características diferentes, dentro do referido produto base. Mais do que um problema de “roupagem”, é mais um problema de redefinição do modelo de distribuição por parte dos bancos, a par da manutenção de um nível de rendibilidade das aplicações, tal como demonstrámos num recente estudo da APS. O que explica o sucesso dos seguros de saúde em Portugal? O sucesso está associado a três factores: o primeiro está no facto de as

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seguradoras propiciarem aos beneficiários de seguros uma vastíssima rede de prestadores de serviços de saúde, onde a liberdade de escolha é de facto muito importante, ao contrário do que acontece no Serviço Nacional de Saúde, onde há um prestador bem definido. Um segundo factor tem a ver com a qualidade de serviço dessa rede de prestadores. O terceiro factor prende-se com o preço acessível dos seguros atendendo às coberturas oferecidas.

Com um aumento muito significativo do número de sinistros, é muito provável que esta tendência não se continue a manter, mas a decisão pertence a cada uma das companhias a operar no mercado. Hoje, o nível de sofisticação que existe no preço do seguro do ramo automóvel é de tal maneira elevado, que podemos dizer que cada condutor tem o seu próprio preço. Considera que, no futuro, o preço se formará dessa forma? Será cada vez mais desta forma. Sublinho que, em parte, já hoje se faz dessa forma, porque quando se está a redigir um contrato e são pedidos determinados elementos, já se está a formar o preço. Defende a inclusão dos ramos Acidentes de Trabalho na Segurança Social, num modelo idêntico ao que se passa em outros países europeus? Portugal é uma excepção no contexto europeu… Mas uma boa excepção. A tradição centenária portuguesa de gestão do regime de acidentes de trabalho por um sistema privado de seguro vai manter-se. Pelo menos, assim o espero. É um sistema equilibrado económico e financeiramente e que está assente em bases de capitalização diferidas. Tem, por outro lado, níveis de prestações, quer monetárias, quer em espécie, muito positivas e superiores ao do regime normal de Segurança Social. É ainda fomentador da prevenção de acidentes, beneficiando os que utilizam melhores modelos de prevenção através de custos menores. Por outro lado, é ainda gerador da inovação na gestão do risco, diferenciando sectores, empresas, regiões e dimensão das empresas. Por último, defende e protege o trabalhador, com a intervenção dos Tribunais de Trabalho nas fases mais importantes da sua protecção que é a sua principal finalidade.

Só assim se justifica que todos nós contribuindo, via impostos, para o Serviço Nacional de Saúde e sendo este praticamente gratuito para os seus utilizadores, um número próximo dos dois milhões de pessoas utilize um seguro privado, quer seja pago pelo próprio, ou pela empresa onde trabalha. Este tipo de seguro poderá a prazo ser mais abrangente, nomeadamente incluindo todas as doenças e com limite de idade mais alargado? Hoje os seguros de saúde abrangem dois milhões de portugueses e têm algumas restrições, que são, sobretudo, devidas ao facto de o sistema de informação da saúde ter muitas lacunas. Não conseguimos fazer algumas coberturas e temos, por isso, restrições resultantes dessas limitações. Na verdade, só com boa informação é que saberemos se estamos, ou não, a fazer bem o seguro. A experiência de cerca de quinze anos neste tipo de seguro tem permitido aumentar o tipo de coberturas e eliminar algumas das restrições anteriores. Dou exemplos: os seguros eram subscritos até aos 65 anos e hoje é normal serem feitos até aos 70 ou 75 anos. Havia ainda restrições sobre doenças pré-existente, restrições essas que estão a desaparacer. Estamos a alargar a inclusão e a abrangência dos seguros de saúde. O preço no segmento automóvel está num ponto de inversão, no sentido em alta? O preço médio tem decrescido significativamente nos últimos anos.

Que soluções aponta para inverter o ciclo negativo, a nível de rentabilidade, nos Acidentes de Trabalho? Direi um melhor ajustamento dos preços, redução dos custos operativos, pressão sobre os prestadores de serviços para melhores níveis de recuperação e reabilitação e minimização da actuação fraudulenta. Estes são os principais vectores dessa inversão. Concorda com alterações nas tabelas de mortalidade e com as imposições recentes às seguradoras, ao nível de cobertura e indemnização de sinistros? Todos os instrumentos do tipo de tábuas de mortalidade ou níveis de indemnização têm de obedecer aos critérios de correcção, actualização e de sustentabilidade do sistema. Sempre com o objectivo de reparar e indemnizar o melhor possível. Logo o sistema, no seu todo, tem que ser flexível, independente, regulado e solvente. Dentro destas perspectivas encontram-se sempre soluções. Que comentário faz ao projecto de criação de um fundo para riscos sísmicos na habitação? Este é o mais grave risco potencial de um cataclismo natural. É minha perspectiva que a melhor maneira de encarar este problema é fazer uma aproximação conjunta entre seguradoras e Estado. Tem havido bastantes discussões sobre a criação de um fundo sísmico, inicialmente apenas para protecção da habitação. Não foi possível ainda chegar a um acordo, no entanto não devemos desesperar. Talvez com novos interlocutores na governação do País seja possível. Novembro 2011

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Especial privatizações

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EMPRESAS DE ENERGIA SÃO AS “JÓIAS DA COROA” Os planos actuais do Governo português englobam a venda de um grupo de participações públicas nos sectores dos transportes, energia, comunicações, seguros e do ambiente. As previsões apontam para uma receita global de 5,5 mil milhões de euros.

Fonte: CAMMP

E

m linha com o acordo assinada com a Troika da União Europeia, BCE e FMI, e, no âmbito do acordo de assistência financeira a Portugal, as privatizações de empresas onde o Estado português ainda detém posições terão de ser aceleradas. Os planos actuais englobam um grupo de participações públicas nos sectores dos transportes (Aeroporto de Porugal, TAP e CP Carga), energia (Galp, EDP e REN), comunicações (Correios de Portugal) e seguros (CGD Seguros), a par de um número de empresas de menor dimensão. O Governo prevê uma receita global de 5,5 mil milhões de euros de com este conjunto de operações. O programa de privatizações arrancará com a venda das posições públicas na EDP e REN, a que seguirão, assim que as condições de mercado o permitirem, a venda da TAP. Ainda na primeira metade do próximo ano, e de acordo com o cronograma governamental, deverão ser alienadas as participações em outras duas grandes empresas. Na agenda do Governo estão também cerca de meia centena de concessionárias públicas de distribuição de água e recolha e tratamento de lixos e de transportes ferroviários. O processo de privatizações iniciou-se, ainda este ano, com a venda da posição de 100% que o Estado tinha no Banco Português de Negócios

(BPN), ao BIC, um banco privado de capitais angolanos, liderado por Luís Mira Amaral. A venda do BPN, que foi nacionalizado no final de 2008 na sequência da crise financeira, rendeu 40 milhões aos cofres do Estado. Muitos interessados A Galp é uma empresa que opera no sector da distribuição de combustíveis e gás, sendo ainda proprietária das duas refinarias existentes em Portugal. As suas operações integram ainda a distribuição de gás butano e propano e distribuição de lubrificantes. A empresa está também envolvida na exploração petrolífera, detendo posições nos consórcios que estão presentes em alguns campos de Angola e da baía brasileira de Santos. O estado detém actualmente uma posição de 8,0% do capital da Galp, uma sociedade cotada na Euronext Lisboa em que a maioria do capital está rapartida entre os italianos da ENI e a Amorim Energia, um joint-venture entre o empresário português Américo Amorim, a petrolífera estatal angolana Sonangol e a investidora angolana Isabel dos Santos. Além de Portugal, Angola e Brasil, a Galp está ainda presente em Espanha, onde é uma das maiores distribuidoras estrangeiras de combustíveis, Venezuela, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Gâmbia, Suazilândia, Timor-leste, Uruguai e Guiné Equatorial. A REN-Rede Eléctrica Nacional detém e ex-

plora a rede nacional de transporte de electricidade em Portugal, ao abrigo de um contrato de concessão assinado em 2007 e válido por 50 anos, Também detém a concessão relativa ao transporte de gás natural desde 2006, incluindo o terminal de gás natural do porto de Sines, neste caso por um prazo de 40 anos. Tem cerca de 20% do seu capital disperso em Bolsa e a maioria é controlada pelo Estado, através da Parpública e da Capitalpor, duas holdings de participações públicas e do banco estatal CGD, que detém em conjunto 51,1% das acções. O restante capital está disperso por pequenas tranches de empresas privadas do sector da energia. A venda da posição na REN será uma das primeiras operações do pipeline das privatizações, embora o Estado já tenha anunciado que pretende manter uma participação minoritária no capital da empresa, A imprensa financeira portuguesa tem enunciado uma longa lista de interessados em comprar a posição do Estado, entre os quais a Stat Grid chinesa, que gere a rede eléctrica chinesa, a sua homóloga espanhola Red Eléctrica de España, a eléctrica espanhola Enagás, o fundo soberano norueguês Norge Fund, e vários outros fundos internacionais de investimento e private equity. Na área da energia, o xadrez de empresas estatais integra ainda a EDP-Energias de Portugal, que opera no fornecimento e na geração de gás e electricidade e é também o maior produtor Novembro 2011 » PRÉMIO » 25

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Especial privatizações Na mira dos privados

(valores em milhões de euros)

Empresa

Sector

Capital público

Galp

Energia

8,0%

EDP

Energia

25,73%

REN

Energia

51,08%

CTT

Correios

100%

TAP

Transportes

100%

ANA

Aeroportos

100%

Caixa Seguros

Seguros

100%

CP

Transportes

100%

RTP

Televisão

100%

Águas de Portugal

Água e lixos

49%

português de electricidade, através da sua rede de barragens e de centrais. O Estado tem neste momento 25,73% do capital da empresa, que está cotada na Bolsa de Lisboa. Além do Estado, a EDP tem um leque de duas dezenas de accionistas privados de referência, incluindo principais grupos financeiros portugueses, o Grupo José de Mello, o Norge Fund norueguês, a Sonatrach argelina, o fundo soberano do Qatar e os espanhóis da Iberdorla a CajAstur. Entre os interessados que têm sido referenciados pela imprensa, contam-se o grupo brasileiro Electrobras, os chineses da Three Goeges e da China Power, o conglomerado indiano Aditya Birla, a argelina Sonatrach e a alemã E.ON. Negócio para privados Noutras áreas de actividade, o Estado porá à venda metade dos 100% que detém no capital dos CTT, a operadora incumbente dos serviços postais. A abertura aos accionistas privados é feita no quadro da terceira directiva da União Europeia sobre os serviços postais e deverá render entre 700 e 1000 milhões de euros aos cofres estatais. Fundos e grupos internacionais activos no negócio dos correios, são dados como os principais interessados. Para a compra dos 100% que o Estado tem na TAP, a transportadora portuguesa de bandeira, têm sido apontadas algumas companhias internacionais, como a Qatar Airlaines, a Lufthansa alemã, a TAM e a GOL brasileiras e o Internacional Airlines Group, a joint-venture entra a espanhola Ibéria e a inglesa British Airways. A privatização os

100% da ANA, o grupo aeroportuário que explora os principais aeroportos portugueses, deverá render de 1200 a 1500 milhões de euros. No sector financeiro, a venda da área de Seguros do grupo financeiro estatal CGD-Caixa Geral de Depósitos, deverá gerar receitas na ordem dos 870 milhões de euros. Integrando os grupos de seguros Império Bonança e Império Mundial, a Caixa Seguros é líder do sector em Portugal. A transportadora ferroviária CP-Caminhos de Ferro de Portugal, onde o Estado é o único acxcionista, deverá interessar a operadores estrangeiros do negócio. O grupo AdP-Águas de Portugal, por seu lado, é o líder no sector da distribuição de água e de tratamento de lixos e de seneamento. O grupo é detido a 100% por um conjunto de entidades públicas. O governo pretende vender 49% a privados, prevendo encaixar cerca de 450 milhões de euros com a operação. Mais sensível, do ponto de vista político, será a privatização de um dos dois canais abertos da RTP, a empresa pública de televisão. Além dos operadores de cabo, a RTP concorre hoje directamente com dois outros grandes grupos privados, a SIC e a TVI. A entrada de um terceiro player privado no negócio tem suscitado grandes críticas por parte dos grupos já instalados, que alegam falta de condições de mercado, na actual conjuntura de baixa das receitas de publicidade, para garantir a sobrevivência de todos eles. Mas o Governo já reconfirmou o interesse em vender um dos canais abertos da estação pública, que entretanto será sujeita a um profundo programa de reestruturação financeira.

REN desperta interesse de investidores

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o conjunto de privatizações previstas para o sector energético, a REN – Redes Energéticas Nacionais é uma das que maior interesse tem despertado. Várias instituições financeiras têm passado por Portugal para transmitir ao Governo a intenção de empresas energéticas, fundos soberanos, bancos de investimento, gestoras de participações em se tornaram accionistas da empresa. Entre eles, contam-se nomes sonantes da finanças internacional, como o Citi, a Goldman Sachs, a Allianz, ou a Pimco. Quais as razões deste interesse? Não é todos os dias que uma empresa com o nível de risco da REN, quase nulo, é colocada no mercado. A empresa assenta o seu negócio numa receita relativamente segura, com base em concessões com prazos de 20 e 30 anos. Isto permite aos investidores anteciparem com relativa certeza quais serão os resultados e os consequentes dividendos. Para já, o que se sabe é que a operação de privatização decorrerá em três fases, sem ordem definida. Uma fase, e que já se encontra em curso, passa pela venda directa a um, ou mais investidores, que venham a tornar-se accionistas de referência da REN. Segundo a Parpública, a holding que controla as participações empresariais do Estado, quatro empresas declararam o seu interesse em “ir a jogo” neste processo: a britânica National Grid, que gere a rede de gás e electricidade no Reino Unido, a Brookfield

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Asset Managment, uma gestora de activos norte-americana com 150 mil milhões de negócios em carteira, em activos e conhecida nos mercados por fazer parcerias de longo prazo, a State Grid da China e a Omã Oil, a petrolífera do emirad, gigantes internacionais do sector energético, que procuram participações em empresas capazes de gerar rendimentos estáveis e a longo prazo. Para as fases seguintes, os investidores ainda aguardam pela clarificação dos moldes e do calendário, da percentagens de capital a vender e do preço das acções. Sabe-se, no entanto, que o processo passará por uma venda directa e uma Oferta Pública de Venda (OPV), no mercado nacional. A venda directa será feita a um conjunto de instituições financeiras, que ficarão obrigadas a proceder à subsequente dispersão das acções no mercado. A OPV será a oportunidade para o pequeno investidor e para os funcionários da REN adquirirem uma parte do capital da empresa.

Não é todos os dias que uma empresa com o nível de risco da REN, quase nulo, é colocada no mercado.

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Negócios case study

TENDÊNCIAS

COMO A PARFOIS SE TORNOU UM SUCESSO GLOBAL Tem lojas próprias em Portugal e nos quatro cantos do mundo e é um verdadeiro caso de sucesso no mercado dos acessórios de moda. A partir de Gondomar, a Parfois exporta já para praticamente todo o mundo. E o plano de expansão está longe de se dar por fechado.

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Portugal . Espanha . Malta . Arábia Saudita . Bahrain Egipto . EAU . Jordânia . Kuwait Oman . Bósnia e Herzegovina Bulgária . Cazaquistão . Croácia . Geórgia . Hungria . Kosovo . Letónia Roménia . Rússia . Sérvia . Ucrânia . Filipinas . Marrocos Moçambique Angola . França . Polónia . República Checa . Eslováquia

países

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epois de uma entrada a passos de lã, nos anos 70, a Parfois dá o seu verdadeiro salto de gigante em 1994. Deixa para trás ligações ao têxtil e vestuário, materializadas num ponto de venda à Rua Fernandes Tomás, no Porto, e focaliza num segmento que a haveria de tornar um verdadeiro caso de sucesso: a produção e distribuição de acessórios de moda. Hoje, os números falam por si. Ao todo, são 241 lojas, repartidas entre 123 próprias e 118 franchisadas, e que se espalham por 30 países. Em 2010 abriu sete novos países e este ano desenhou um mapa com oito mais (falta abrir quatro até Dezembro). E se em 2010 aumentou em cerca de 10 milhões de euros o seu volume de negócios

moda do momento e, claro, a um preço acessível. Mais ainda: uma rotatividade só comparada à que a espanhola Inditex habituou os consumidores quando começou a colocar referências novas nas lojas, todas as semanas. Na Parfois, não há semana em que não cheguem produtos novos aos pontos de venda da marca, sendo que, em média, são desenvolvidos e comprados qualquer coisa como 600 diferentes produtos por mês. Cerca de 90% da colecção é comum a todos os países, mas há espaço para a concepção de alguns produtos específicos, designadamente para os países com clima mais quente (Médio Oriente) e mais frio (Europa de Leste). O reposicionamento da Parfois dá-se de facto em meados dos anos 90, quando os responsáveis da marca percebem o potencial de crescimento de outros conceitos similares que tinham entretanto aberto portas em capitais europeias. A inspiração de outras cidades acaba por ditar o arranque em Portugal de um conceito que era, à data, único. E a verdade é que a marca com sede em Gondomar ainda se continua não só a diferenciar, como a crescer. O enfoque na concepção de bijutaria com ‘design’ foi e continua a ser uma das peças chave do negócio. Em conjunto, e de acordo com Sérgio Marques, os acessórios e as malas “pesam cerca de 75% das vendas”. Com uma equipa criativa a trabalhar praticamente desde o primeiro dia, o negócio começou por se alicerçar em dois patamares, o B2C e B2B. Aliás, foi mesmo este último que garantiu os maiores ritmos de crescimento nos

Hoje em dia, a Parfois continua não só a diferenciar-se, mas também a crescer. face a 2009 – fechando esse ano com 46 milhões de euros de vendas -, para este ano foi definido como patamar um crescimento de 24% (o que corresponde a cerca de 11 milhões de euros de vendas). “Até esta data estamos a cumprir com o orçamento”, garante Sérgio Marques, ´managing director` da Parfois. Muitos colares, brincos, anéis e malas vendidos, portanto! De resto, basta uma sondagem doméstica para o confirmar. Poucas serão as mulheres portuguesas que não terão, pelo menos, uma peça Parfois em casa. O segredo? A concepção de peças com ‘design’, a responder sempre a tendências de

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123 lojas próprias 118 lojas franchisadas primeiros anos, com a empresa a abastecer lojas multimarca de produtos Parfois, a partir de um armazém que detinha em Gondomar. A evolução do negócio e a procura crescente por parte dos consumidores ditam um verdadeiro ‘turnaround’. A isto, junta-se a própria mudança do xadrez de retalho em Portugal, com a abertura crescente de centros comerciais e o desenvolvimento do modelo de franchising. A Parfois aposta na inauguração de lojas em todos os centros comerciais portugueses, e a resposta chega da melhor forma: em apenas quatro anos salta de um para 59 pontos de venda, sempre completamente alinhados em termos de imagem! Apesar de ainda continuar a abastecer alguns clientes fiéis, hoje são os pontos da marca – o B2C – que respondem pelo maior volume do negócio. Estratégia de internacionalização O primeiro mercado externo a receber a Parfois é a Arábia Saudita, em 2001, após contacto de uma empresa de franchising. Mercado este Novembro 2011 » PRÉMIO » 29

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Negócios case study que continua, ainda hoje, a ser um dos mais importantes para a marca, respondendo por 20 lojas franchisadas. Uma verdadeira alavanca à estratégia de internacionalização, com uma mão cheia de convites a surgirem entretanto. Neste momento, contudo, o trabalho de levar a Parfois a outros mercados é já pensado e delineado ao pormenor, sendo analisados os melhores parceiros em cada País. Depois da Arábia Saudita segue-se o mercado espanhol (onde tem actualmente 24 lojas próprias, um ´outlet` e sete franchisadas). A prioridade de internacionalização ainda é a consolidação das zonas onde está presente: Europa do Sul, Europa Central, de Leste, Médio Oriente e Norte de África. E apesar de África não ser estratégica, a Parfois tem presença com lojas em Angola e em Moçambique. Já estratégico é o Norte de África - pela ligação que permite estabelecer com o Médio Oriente - onde a Parfois está desde 2003, em particular no Egipto e em Marrocos. A mais recente aposta é a Ásia, tendo portas abertas nas Filipinas. Pelo meio de todo este processo, e há quatro anos – após a abertura da primeira loja na Europa de Leste - a empresa altera a sua estratégia de internacionalização, investindo na profissionalização de uma equipa que passa a trabalhar os mercados internacionais em exclusivo. “Quando comparado com a organização que existia há quatro anos, foi realizado um

grande reforço da equipa e autonomizadas as áreas de expansão, gestão de mercados e gestão do produto em loja, com reflexo muito significativo na capacidade de expansão e de gestão das lojas”, explica o responsável. Chegado praticamente ao final de 2011, o portefólio da Parfois estende-se então entre representações próprias em Espanha, França, Polónia e Portugal, com lojas monomarca, e na Eslováquia e República Checa com ‘corners’ em ‘department stores’. A isto, acrescente-se a operação com parceiros locais em Angola, Arábia Saudita, Bahrain, Bósnia Herzegovina, Bulgária, Cazaquistão, Croácia, Egipto, Emiratos Árabes, Espanha, Filipinas, Geórgia, Hungria, Jordânia, Kosovo, Kuwait, Letónia, Malta, Marrocos, Moçambique, Oman, Portugal, Roménia, Rússia, Sérvia e Ucrânia. O mercado português continua a ser o que responde pelos melhores resultados em valor, seguido de Espanha e Arábia Saudita. “Portugal ainda representa cerca de metade do total das vendas em loja”, confirma o managing director. De qualquer forma, recorde-se que os bons resultados da marca ganharam novo fôlego após um plano de remodelação das lojas, iniciado em 2005. Todo o conceito dos pontos de venda foi novamente alinhado. O retorno, em valor de vendas, não demorou, ajudado em parte pelo facto de um alargado número dos pontos de venda entretanto renovados terem também aumentado a sua área, destacado a nova decoração

e investido na formação dos colaboradores, melhorando o nível de atendimento. A montante, investiu-se no aperfeiçoamento das linhas de produtos e entrada em novas áreas como o calçado e as malas. Design único, entre dois países O primeiro ‘designer’ da marca foi contratado assim que se dá a abertura da primeira loja Parfois enquanto marca de acessórios de moda. Para garantir uma aposta em peças com ‘design’ distintivo e a diferenciação face à concorrência. Actualmente, existem nem mais que duas equipas de ‘design’, uma no Porto e outra em Barcelona. Equipas estas que “estão inseridas na equipa de produto e colaboram entre elas de forma próxima, sendo que as tecnologias desempenham um papel determinante, pois permitem partilhar trabalhos com muita facilidade, e o ‘designer’ responsável pelo escritório de Barcelona viaja para Portugal cada duas semanas”, conforme explica Sérgio Marques. Sem fábricas próprias, a produção da marca assenta na subcontratação, onde esta for mais acessível, consoante o produto e a matéria-prima utilizada. Os locais mais habituais são Ásia, Brasil e alguns pontos na Europa. Com a produção situada em vários locais do mundo, tudo o que é produzido é centralizado na sede em Gondomar, que é posteriormente distribuído por cada loja. Assim se garante a qualidade de produção e uma gestão eficaz.

Comunicar sem campanhas de publicidade A Parfois investiu uma única vez em publicidade. À semelhança da Zara, as grandes montras da marca são as lojas e a comunicação é garantida pelo “word of mouth”. Mas há excepções. Com a entrada na Polónia em 2009, com a inauguração da primeira loja em Varsóvia em Maio desse ano, houve a necessidade de comunicar a marca… completamente desconhecida naquele mercado. Numa das principais ruas de Varsóvia, foi colocado um ‘outdoor’ de 40mx20m, ocupando a fachada de um edifício durante um mês.

Loja do Norte Shopping

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Negócios telecomunicações

ANGOLA E MOÇAMBIQUE

VISABEIRA INVESTE EM FIBRA ÓPTICA FTTH O Grupo Visabeira está a investir 7,7 milhões de euros nas redes de fibra óptica das suas participadas TV Cabo Angola e TV Cabo Moçambique.

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m Angola, a TV Cabo local é uma parceria da Visabeira com a Angola Telecom e opera na distribuição simultânea de televisão e internet. Os investimentos em curso envolvem a implementação da primeira célula de operação em Luanda, totalmen-

da em FTTH permite oferecer mais serviços sobre a mesma infra-estrutura. O Bairro do Morro Bento é o primeiro a dispor da rede totalmente em fibra óptica com aquela tecnologia, dispondo neste momento de um lote de clientes-piloto que estão a contribuir para a última fase do projecto de implementação. Com a introdução da nova tecnologia FTTH, a TV Cabo Angola expande-se para novas zonas e cidades do País. A estratégia de crescimento passará, a partir de agora, sempre pela utilização da tecnologia FHHT. Entre os novos projectos de expansão em análise, conta-se a cidade do Lubango. Em Moçambique, a TV Cabo é uma parceira a 50% entre a Visabeira e a TDM – Telecomunicações de Moçambique. A empresa detém infra-estruturas inovadoras para fornecer serviços multimédia, com internet de banda larga e serviço de televisão por cabo com qualidade digital. Tal como em Angola, a TV Cabo

A estratégia de crescimento passará pela utilização da tecnologia FHHT. te suportada em fibra óptica com tecnologia Fiber to the Home (FTTH). O investimento ascende a 3,2 milhões de euros e é mais um passo na estratégia de crescimento e adopção das tecnologias mais recentes e inovadoras em Angola, da qual é já exemplo as operações em Benguela e no Lobito, que a TV Cabo inaugurou em Setembro do ano passado, e que já é totalmente suportada em fibra óptica. A primeira célula da TV Cabo em Luan-

Moçambique está agora a investir em redes de fibra óptica com tecnologia FTTH, num investimento que ascenderá a 4,5 milhões de euros. A empresa passou a dispor de uma célula totalmente em fibra óptica, com a Tecnologia FTTH no Bairro do Jardim, em Maputo. Esta primeira célula da TV Cabo Moçambique em FTTH, integra uma rede convergente avançada de banda larga baseada em IP, a qual permite oferecer mais serviços sobre a mesma infra-estrutura. O Bairro do Jardim é assim o primeiro a dispor de uma rede totalmente construída com aquela tecnologia, correspondendo a um investimento de cerca de 349,2 mil euros. Com a introdução desta nova tecnologia, a TV Cabo Moçambique passará a expandir-se para novas zonas e cidades do País. O próximo grande investimento será na Cidade da Beira. De acordo com o plano de expansão delineado em 2010, em breve perto de 100% das zonas residenciais e empresariais da Cidade da Beira estarão cobertas pelos serviços da TV Cabo. O investimento estimado para cobrir a zona Central da Cidade da Beira está orçado em cerca de 4,2 milhões de euros. Novembro Junho 2010 2011 » PRÉMIO » 31

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Negócios energia

PORTUGAL COMO PLATAFORMA PARA A ÁFRICA LUSÓFONA

A Alstom está a aproveitar o potencial da Alstom Portugal, utilizando-a como plataforma de negócios para os países africanos de língua portuguesa. O grupo, que tem uma presença forte na área da energia, já esteve envolvido nos maiores projectos em Moçambique.

Â

ngelo Ramalho, presidente da multinacional francesa Alstom em Portugal, está confiante na estratégia do Grupo, que no mercado português está fortemente envolvido no sector da energia. Entre os grandes projectos em curso, a Alstom está a trabalhar na central térmica de Sines, um contrato no valor de 95 milhões de euros. Em execução está ainda o reforço da potência das barragens do Alqueva e do Sabor. “A área da energia tem sido a mais dinâmico do grupo”, refere Ângelo Ramalho. “Estamos a apresentar ofertas para projectos da EDP e da Iberdrola”, adianta. Ângelo Ramalho salienta as opções acertadas dos vários governos para o sector, tendo em vista a redução da dependência energética do país. Elogia as opções estratégicas tomadas e o facto de o actual executivo estar a manter as linhas traçadas, mesmo num contexto de grandes dificuldades económico-financeiras. “É um caso único”, assegura. “Os governos anunciaram uma estratégia de médio e longo prazo e estão a executá-la”. As propostas integradas nestes projectos valem para a Alstom Portugal cerca de 250 milhões de euros. O gestor continua optimista relativamente a Portugal, independentemente da conjuntura que

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se vive, do corte nos financiamentos públicos e do recuo ao nível do lançamento de obras infra-estruturantes. “Claro que é um País pequeno onde os processos de decisão dos concursos são muitas vezes pouco transparentes, ao nível das metodologias. Lançam-se concursos e anulam-se concursos, o que desacredita o País. Mas ainda assim, Portugal mantém-se como um mercado interessante para o grupo”. Na área das energias renováveis, Ângelo Ramalho esclarece que a Alstom não tem interesse directo no aproveitamento da energia das ondas, mas sim na energia das correntes marítimas, um projecto-piloto “que foi desenvolvido e testado pelo grupo em Portugal, mas que foi transferido para a Escócia, tendo em conta as melhores condições de marés”. “Acreditamos que a tecnologia proveniente das correntes marítimas tem futuro”, avança, adiantando não ser comum no grupo o anúncio de experiências que estejam a fazer. “Preferimos fazer lançamentos logo que as expectativas se tornam realistas e exequíveis”, conclui.

A coqueluche da Alta Velocidade A Alstom é líder mundial do mercado de comboios de Alta Velocidade e Muito Alta Velocidade, tendo produzido 70% dos comboios deste tipo que circulam em todo o Mundo. O grupo é ainda o número dois mundial em transportes urbanos, nomeadamente na vertente de metropolitanos e dos metros ligeiros. Este segmento do negócio já foi importante em Portugal, quando a CP renovou parte do seu equipamento ferroviário. Mas as actuais limitações orçamentais actuais tornam difícil voltar a este segmento. Na sua oferta de material circulante, a

empresa apresentou recentemente o “Citadis Dualis”, uma solução de mobilidade polivalente de metro ligeiro. Coradia é o nome de uma solução para comboios regionais que se podem adaptar às necessidades dos operadores, e que integra carruagens de dois pisos, composições para climas frios e máquinas com tracção diesel hidráulica. O Metropolis é um metro concebido para as necessidades das grandes metrópoles, enquanto o Xtrapolis é um comboio suburbano, que permite soluções modulares e flexíveis, adaptando-se as necessidades geradas pela procura.

Ponte para os PALOP A Alstom Portugal tem sido vista dentro do grupo como uma boa plataforma para os países africanos de expressão portuguesa (PALOP), enquanNovembro 2011 » PRÉMIO » 33

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Negócios energia O Grupo conta anunciar para breve novos projectos em Angola e Moçambique. Ângelo Ramalho, presidente da multinacional francesa Alstom em Portugal

to para outros mercados no mesmo continente haverá outras bases com maior potencial. Dentro da estratégia de usar Portugal como plataforma, o responsável da Alstom dá o exemplo conhecido da recuperação da mega-barragem de Cahora Bassa, um projecto conduzido a partir de Portugal. Nestas geografias, o Grupo conta anunciar para breve novos projectos em Angola e Moçambique, envolvendo as áreas da energia e dos transportes. A dinâmica destes mercados africanos pode levar o grupo a criar competências locais, quando e se o volume de trabalho assim o justificar. No entanto, frisa Ângelo Ramalho, “em Moçambique foi aberto um centro de competências que foi desactivado após a conclusão do projecto. Independetemente dos centros locais, “Portugal manter-se-á, no entanto, como base privilegiada de competências para esses mercados”, explica Ângelo Ramalho. “Made in Portugal” Na área da produção de energia, a Alstom Portugal fornece equipamentos para centrais hidroeléctricas, sendo responsável por mais de 75% do equipamento hidroeléctrico instalado no País. Ao nível da energia eólica, a Alstom Ecotecnia projecta e instala um leque alargado de turbinas eólicas ‘onshore’, que vão dos 1,67 Mw aos 3 Mw de potência. A empresa tem vindo contratos para a instalação de um total de 1500 turbinas eólicas em 72 parques eólicos, que correspondem a uma potência instalada de cerca de 1500 Mw, o que corresponde a 2% da base mundial. Nas marés, o grupo assinou, através da Als-

tom Hydro, um acordo de cooperação de licenciamento com a Clean Current Power. O projecto saiu de Portugal e está a ter continuidade na Escócia. A energia das marés tem uma vantagem acrescida ao nível do ambiente. A fábrica da Alstom em Setúbal concentra o fabrico de caldeiras, sendo um dos centros do grupo, a nível mundial, para a produção de caldeiras de recuperação de grande porte para Centrais de Ciclo Combinado a Gás. A unidade exporta essencialmente para a Europa, o Médio Oriente e a costa oeste das Américas. A unidade da Maia dedica-se à manutenção de máquinas, equipamentos e sistemas mecânicos, eléctricos e electromecânicos, sem limites de tensão ou de potência. A unidade também opera na área dos sistemas de controlo, comando e protecção, bem como da instrumentação, equipamentos e instalações auxiliares. Especialista ambiental A Alstom Portugal trabalhou em vários projectos de redução das emissões dos gases com efeito de estufa de empresas suas clientes. No projecto para a redução das emissões gasosas da central do Pêgo, junto a Abrantes, contou com a participação a Alstom Itália. Em Sines, a empresa ganhou um contrato para um projecto da EDP, em consórcio com a Efacec, que passou pela construção de novas unidades de redução catalítica selectiva de óxidos de azoto, em cada uma das quatro caldeiras da central termoeléctrica. Aquele sistema é considerado do mais eficiente para a redução de óxidos de azoto gerados durante o processo de combustão de uma caldeira.

Turbinar com pouco vento A empresa anunciou, recentemente, o lançamento da turbina eólica ‘onshore’ ECO 122 2,7 Mw, que combina grande potência com uma alta capacidade, para aumentar o rendimento energético em regiões com pouco vento. A companhia indica que, com uma velocidade de vento de 7,5 m/s, a turbina ECO 122 2,7 Mw assegura uma produção do parque eólico até 42%, equivalente a 3600 horas completas operadas cada ano. O rotor tem um diâmetro de 122 metros e uma área de acção de 11.700 m2, o que significa que é o maior do segmento de turbinas com potência entre os 2 e os 3 Mw. A Alstom assegura que este modelo poupa custos em capital da ordem dos 10% a 15%, quando comparado com um parque com equipamentos correntes de 1,5 a 2 Mw, devido à menor necessidade de investimentos em instalações, plataformas, estradas e cablagem.

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Opinião Por Karina Litvack*

UMA NOVA VISÃO DO INVESTIMENTO ÉTICO

O

s investidores de todo o mundo estão cada vez mais sensíveis às credenciais éticas e ambientais das empresas nas quais investem, pelo que se observa uma maior procura por estratégias de investimento sustentável. Perante a actual conjuntura económica e política, os argumentos para o investimento sustentável tornaram-se ainda mais relevantes, e questões como o sistema de controlo e a transparência nas empresas, a segurança energética, as alterações climáticas, a saúde e a estabilidade geopolítica, passaram para primeiro plano. Apesar do notório aumento de popularidade nos últimos anos, a ideia de investir ‘eticamente’ já existe há décadas. Os EUA foram pioneiros neste domínio, mais precisamente nos anos sessenta, quando, no auge do movimento americano pelos direitos civis, um número significativo de investidores tentaram travar a utilização do seu dinheiro para sustentar a Guerra do Vietname. Este activismo empenhado dos accionistas incluiu a apresentação de uma resolução na DowChemicals, em 1969, que questionava a moralidade da utilização do Napalm e do Agente Laranja (um herbicida usado pelos militares americanos), e o lançamento do primeiro fundo ético, o PaxWorldFund, em 1971. No entanto, foi só na década de oitenta, impulsionado por questões como o Apartheid na África do Sul, que o investimento ético se tornou mais popular, tendo ultrapassado as fronteiras dos EUA, atraindo tanto investidores institucionais como individuais. O primeiro fundo ético de retalho na Europa, um fundo de acções do Reino Unido gerido pela F&C, cujos investimentos eram escrutinados com base em critérios éticos, foi lançado no Reino Unido, em 1984. O interesse no investimento sustentável acelerou ainda mais nos últimos anos. Importantes iniciativas globais, como o lançamento dos Princípios Para o Investimento Responsável das Nações Unidas (PRI), em 2006, contribuíram justamente para este avanço. Os PRI são um

conjunto de modelos de boas práticas voluntárias que visam ajudar os investidores institucionais a conseguirem melhores retornos de longo prazo e mercados mais sustentáveis. Os signatários dos PRI fazem isso, comprometendo-se a integrar nos seus investimentos questões ambientais, sociais e de governação (ESG) e, enquanto detentores de capital, a exercerem práticas responsáveis, o que, na prática, significa não só votar activamente nas Assembleias-Gerais, mas sobretudo utilizar a sua posição de investidor para promover um melhor comportamento nas empresas que fazem parte do seu portefólio. Até à data, os princípios têm atraído o apoio de mais de 900 signatários, incluindo os proprietários de activos, gestores de investimentos e parceiros de serviços profissionais. Originalmente, a maioria dos fundos éticos disponíveis para os investidores eram carteiras seleccionadas de acordo com princípios éticos, que escolhiam acções que tinham em conta critérios positivos – por exemplo, companhias de fornecimento de necessidades básicas ou que demonstrem boas práticas no emprego, transparência -, ou critérios negativos - como a exploração, envolvimento em pornografia e más práticas ambientais. Hoje, os produtos de investimento ético têm-se expandido para incluir não apenas os fundos seleccionados, mas também fundos temáticos focados em áreas específicas como as alterações climáticas. Outro desenvolvimento importante no domínio do investimento ético tem sido o aumento do envolvimento dos accionistas: a ideia de que os investidores podem (e devem) - exercer a sua influência como fornecedores de financiamento para impulsionar a mudança comportamental positiva nas empresas. Esta abordagem, que pode complementar uma selecção ética ou ser aplicada à gestão convencional não sujeita a essa selecção, superou os tradicionais fundos eticamente seleccionados em termos de volume de activos. Esta nova visão de inves-

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F&C Management Limited Exchange House Primrose Street London EC2A 2NY Telefone +44 (0)20 7628 8000 Fax +44 (0)20 7628 8188 www.fandc.com

timento ético consiste em encarar o papel dos investidores como activo e decisivo no que diz respeito ao fomento da mudança em sentido positivo. Por outras palavras, em vez de exigir apenas níveis de retorno elevados, os investidores requerem, também, que as empresas desti-

em ganhos de curto prazo e a negligência de considerações éticas é um jogo perigoso. Curiosamente, nos países onde o sector dos fundos éticos está mais desenvolvido, como o Reino Unido, o investimento nestes produtos suportou bem a crise global, na medida em que mais investidores se tornaram mais sensíveis à forma como as empresas em que investem são conduzidas. A fasquia sobe constantemente, na exigência às empresas para demonstrarem a robustez da sua ética nos negócios - melhor transparência empresarial, prestação de contas claras e um efectivo controlo dos riscos, juntamente com políticas ambientais sustentáveis, passaram para primeiro plano. Enquanto o público continuar a exigir responsabilidade e uma visão de longo prazo por parte das empresas, estas práticas continuarão a melhorar e o investimento ético desempenhará o seu importante papel de estimular a mudança empresarial nas próximas décadas.

Esta nova visão consiste em encarar o papel dos investidores como activo e decisivo.

nem capital suficiente e atenção por parte da gestão no que concerne o investimento em práticas operacionais sólidas e no desenvolvimento de estratégias de produto que tragam benefícios no longo prazo. Perante a actual situação económica, alguns podem argumentar que agora não será o momento mais adequado para se estar preocupado com questões éticas. No entanto, se alguma lição pode ser retirada dos últimos três anos de crise financeira é que o foco esmagador

* Directora do Departamento de Governação e Investimento Sustentável da F&C. Este texto reflecte pontos de vista individuais da autora e não forçosamente os da F&C Investments. Estes não constituem aconselhamento financeiro.

A F&C Management Limited está autorizada e é regulada pela Financial ServicesAuthority (FSA) FRN: 119230. Limitada por acções. Registada na Inglaterra e no País de Gales com o N.º 517895. Endereço registado e Sede: Exchange House, Primrose Street, London EC2A 2NY. F&C Asset Management plc é a holding cotada do Grupo F&C. F & C Management Limited é membro do Grupo F&C e uma subsidiária da F&C Asset Management plc.

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Negócios Gallo

O MELHOR AZEITE DO MUNDO A cantar desde 1919, Gallo é hoje a quinta marca mundial de azeite e ambiciona chegar ao pódio. A Gallo Worldwide produz por ano cerca de 30 mil toneladas de azeite, das quais 70% se destinam à exportação. Com algumas adaptações aos mercados para onde vende, tendo em conta as preferências dos consumidores locais, é objectivo da marca afirmar-se como “O Melhor Azeite do Mundo”. Veja como.

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resente em 47 países e hoje a quinta maior marca de azeite a nível mundial, é objectivo de Azeite Gallo afirmar-se como o terceiro ‘player’ em 2013. Para isso, será relevante um reforço da actual quota no mercado brasileiro - onde tem como meta chegar aos 30% em volume, dentro de dois anos -, bem como em Angola, Venezuela e China, um mercado gigante a que chegou, em Junho. Este ano, deverá voltar a fechar com um crescimento de duplo dígito. Com origens que remontam a 1919, Gallo tem vindo a estender as suas “pegadas” pelos quatro continentes, afirmando-se já como verdadeira referência global no sector do azeite. Um patamar que conquistou com forte aposta estratégica em novos mercados e a alocação de um maior investimento em Investigação e Desenvolvimento. “A Gallo tem mantido ao longo dos anos a posi-

ção de líder no mercado português e em outros mercados internacionais como Brasil, Angola e Venezuela combinando a constante aposta em inovação com a excelência e qualidade do azeite. Recentemente lançámo-nos no mercado chinês, onde pretendemos a longo prazo ter um papel relevante. Para fazer parte dos grupos dos três primeiros será fundamental trabalhar cada mercado localmente, através de um conhecimento profundo do consumidor local, e das suas necessidades”, explica Pedro Cruz, CEO da Gallo Worldwide. Ou seja, o que os responsáveis da marca defendem é que em cada mercado onde Gallo está será determinante um reforço de quota e um trabalho contínuo, com uma presença global mas actuação e pensamento no consumidor final, mercado a mercado. A título de exemplo, refira-se o caso do azeite comercializado no Brasil que é diferente do que é vendido em Portugal, uma vez que o paladar brasileiro prefere azeites mais

suaves enquanto os consumidores portugueses optam por azeites mais marcantes e frutados. Portugal, Brasil, Venezuela e Angola sobressaem então como os mais importantes mercados em termos de volume, com a notoriedade da marca a surgir enquanto consequência dessa mesma presença forte, acreditando a Gallo Worldwide que a China poderá ser mais um mercado a acrescentar a esta lista: “Neste momento, vamos focar-nos nos mercados onde estamos presentes de maneira a alcançar os objectivos a que nos propusemos. No entanto, estamos constantemente a estudar novos mercados e o seu potencial para a marca”, vai dizendo Pedro Cruz. Em paralelo, não esquecido está o desempenho no mercado português onde Gallo é líder com cerca de 33% de quota. “Os portugueses consomem 7 Kg de azeite por ano; os espanhóis 11 Kg. Acreditamos que ainda é possível fazer crescer o mercado”, explica Novembro 2011 » PRÉMIO » 39

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Negócios Gallo

Pedro Cruz, CEO da Gallo Worldwide, explica : “A Gallo quer continuar a ser a marca referência dos portugueses, o que passa não só por liderar em quota de mercado , como por fazer crescer o mercado”. o CEO da Gallo Worldwide. E mais explica Pedro Cruz: “A Gallo quer continuar a ser a marca referência dos portugueses, o que passa não só por liderar em quota de mercado, como por fazer crescer o mercado. Para isto, traçamos o objectivo de continuar perto do consumidor para, ano após ano, oferecermos produtos que vão de encontro às suas necessidades”. Nesse sentido haverá todo um trabalho de edução do consumidor, o mesmo acontecendo com o canal HORECA, onde existe um enorme contacto com o produto e onde se torna relevante convidar à experimentação “sem receios e em contextos gastronómicos distintos”. Até à data têm sido constantes as acções desenvolvidas pela marca precisamente no sentido de ajudar o consumidor a saber mais de azeite, tanto em ponto de venda através de degustações, como em acções de relações públicas. Crescer com Inovação Em meados deste ano, a Gallo investiu qualquer coisa como cinco milhões de euros, repartidos entre o desenvolvimento e lançamento de garrafas de azeite em vidro escuro, o rebranding do logo e a melhoria da unidade fabril de Abrantes. No que diz respeito ao vidro escuro, em particular, os responsáveis da Gallo sublinham a sua importância enquanto garante, junto do consu-

midor, de um produto com cada vez maior qualidade e a um preço acessível. “A mudança para o vidro escuro, que protege as características do azeite, é uma mais-valia para o nosso consumidor no que diz respeito à preservação e longevidade do produto”, sublinha o CEO. Segundo informação da própria Gallo, as garrafas de vidro escuro permitem oferecer uma melhor protecção à luz, evitando reacções de oxidação que podem provocar alterações de sabor: “O azeite é um produto bastante delicado e, hoje, está cientificamente comprovado que a luz acelera o seu processo de oxidação. Sabendo isso, desenvolvemos uma embalagem com vidro escuro para garantir um produto igual às características que o azeite tem quando é extraído da azeitona!” No seio da empresa – pertencente ao universo Unilever/Jerónimo Martins – não há qualquer dúvida quanto ao facto do consumidor português continuar sensível a este tipo de argumentos no momento de compra. E Pedro Cruz diz mesmo acreditar “que o consumidor português, que tem uma enorme ligação ao azeite, nunca irá baixar os seus padrões de qualidade num produto tão nobre como o azeite”. Além de que, sublinha, com esta inovação Gallo está a oferecer “mais ao mesmo preço”. A apresentação da inovação ao mercado

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Há anos a trabalhar a Gallo, o CEO destaca alguns momentos-chave da marca

1919

Criação da marca Gallo, em Abrantes, pelo Senhor Victor Guedes;

Década de 30

Gallo reforça a presença no Brasil e assume-se como marca internacional, entrando também noutros países como Venezuela e Angola;

1989

Aquisição da Victor Guedes pela Fima;

2009

Criada a Gallo Worldwide, com o objectivo de expandir a marca para novos mercados.

foi alavancada por uma nova imagem assinada pela agência londrina JKR e que, de uma vez por todas, pôs o galo a cantar. Uma mudança de imagem que entenderam os responsáveis pela marca ser necessária para voltar a centrar Gallo nos seus pilares - Portugal, “Desde 1919” - acrescentando ainda a assinatura do fundador – Victor Guedes. Quanto ao investimento na fábrica, foi focado na melhoria do produto final, reduzindo ao máximo a percentagem de produtos que, para a marca, não estavam na perfeição. Para isso, investiu-se num conjunto de máquinas e novos mecanismos de controlo que permitirão aumentar a eficiência e reduzir as não conformidades do produto final. Segundo Pedro Cruz, a capacidade da unidade fabril em Abrantes tem crescido em capacidade conforme as necessidades dos mercados onde a marca está presente. Quando é detectado determinado potencial, a fábrica tem de estar preparada para responder, advoga a empresa. E tem o sector olivícola português capacidade para responder a esse aumento de produção? Dados da Gallo Worldwide testemunham que a produção de azeite em Portugal tem crescido de forma muito significativa, não havendo grandes dúvidas que esta tendência se irá manter nos

próximos anos. “Portugal será não só auto-suficiente, com também passará a ser superavitário na produção de azeite”, reforça. “Estamos a fazer um grande esforço em todos os mercados para comunicar Gallo como o melhor azeite do mundo”, informa o CEO da Gallo Worldwide. E, claro, como produto português, garantindo Pedro Cruz que Gallo é uma marca reconhecidamente portuguesa no nosso País e em alguns mercados. “Portugal será sempre parte de Gallo, em qualquer país onde estamos ou vamos estar. No entanto, a importância da nossa origem tem mais peso em certos mercados. Nos restantes, tem de ser Gallo a dar a conhecer o País e o benefício de Portugal na produção de azeite. Isto passa por comunicar que Portugal produz actualmente o melhor azeite do mundo, devido não só às condições naturais específicas que dispõe mas também no investimento em plantação e técnicas de lagar, e no desenvolvimento das técnicas de loteamento que foi feito nos últimos 15 anos”, explica.

A inovação da marca foi alavancada por uma nova imagem, onde o galo está a cantar.

UMA HISTÓRIA DE OUTROS SÉCULOS Desde 1938, data da aquisição da União Industrial Lda. pela Victor Guedes & C”, que a Gallo tem vindo a crescer. Inicialmente centrada na produção de azeite para exportação, em 1969 a empresa assumiu uma mudança de estratégia ao definir como principal objectivo a penetração no mercado doméstico de azeite. Seguiu-se uma fase de forte expansão industrial, com investimentos na abertura de novas instalações e na modernização das existentes. Com a aquisição da Victor Guedes SA pela FIMA (Grupo Jerónimo Martins), em 1989, acentuou-se o processo de modernização e crescimento da companhia através do investimento em infra-estruturas, do relançamento da marca, em 1991, e da criação dos azeites com ervas aromáticas, em 1999. Nesta primeira década do século XXI, o azeite Gallo tem consolidado a sua posição como líder nacional, renovando a sua imagem, em 2001, 2006 e em 2008. Esta mentalidade de inovação e ambição reflecte-se também na constante renovação e melhoria da sua gama de produtos. Exemplos disto são a definição de três intensidades de sabor (suave, clássico e intenso), em 2001, a criação da Gallo Frutado, em 2006, e os lançamentos das novas pastas de azeitona e de uma gama de vinagres, em 2007. Já em 2008 e 2009 levou-se a cabo a redução do grau de acidez da gama de azeites virgem, para os 0,5%, relançamento do Azeite Novo e a inclusão do símbolo Alma Lusa “Azeite Português” na gama Virgem Extra. A par disso, a marca tem apostado na criação de azeites exclusivos, como Gallo Grande Escolha, Gallo Colheita Tardia, Gallo Colheita ao Luar e, já em 2010, Gallo Azeite de Moura DOP.

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Negócios desporto

Uma aposta forte nos sucessos desportivos e na recuperação do peso e do prestígio do clube. Um Sporting mais nacional, maior e mais perto dos seus adeptos. Esta é a receita de sucesso da equipa de Godinho Lopes no processo de ‘turnaround’ dos leões. 42 » PRÉMIO » Novembro 2011

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Primeira Corrida Sporting, 16 de Outubro de 2011

O LEÃO VOLTA A RUGIR

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stabilidade e recuperação. Estas são as duas marcas mais evidentes dos primeiros seis meses de gestão da nova direcção do Sporting Clube de Portugal, liderada por Luís Godinho Lopes. Desde que foi eleita a nova direcção, a 26 de Março, o clube de Alvalade tem revelado sinais de recuperação em linha com o objectivo anunciado “de recuperar o estatuto que deve corresponder a um dos grandes do desporto português”. Os primeiros números são animadores, com o aumento do número de sócios do clube e um crescimento notável do número de espectadores nos jogos da equipa de futebol principal, no Estádio Alvalade XXI, para uma assistência média acima dos 30 mil, o que já não sucedia há muitos anos. Este crescimento não é, obviamente, dissociável do investimento que foi feito na equipa principal de futebol, para a época de futebol em curso. O plantel foi alvo de uma profunda rees-

truturação, com a contratação de 16 novos jogadores, todos eles internacionais pelos seus países. Depois de um arranque de temporada irregular e marcado por polémicas com as arbitragens, a equipa comandada por Domingos Paciência, também ele chegado este ano a Alvalade, estabilizou ao nível das exibições e apresenta-se agora como uma formação capaz de lutar pela vitória em todos os jogos, quer a nível interno, na Superliga, na Taça de Portugal e na Taça de Liga, quer a nível internacional, na Liga Europa. A equipa de Godinho Lopes destaca “a intensa comunhão entre os adeptos e a sua equipa de futebol, como não se verificava há já muitos anos, quer nos jogos de Alvalade, quer nas deslocações fora de casa”. Recuperar peso e prestígio Sendo o futebol o ‘core business’ de qualquer grande clube, os sinais deixados pela equipa do Sporting constituem também um elemento importante para a estabilidade e a recuperação do

clube e para que o futuro corra pelo melhor. Foi isso que a actual direcção parece ter percebido bem. A SAD leonina foi entretanto alvo de uma profunda reestruturação em todos os sectores, que não deixou também de chegar ao futebol de formação. O trabalho realizado pelo trio de mosqueteiros composto pelo presidente Godinho Lopes, por Luís Duque e Carlos Freitas, sem esquecer o treinador D’Artagnan Domingos Paciência, parece estar a dar frutos: mais mobilização e entusiasmo, mais ‘gameboxes’ vendidas, mais espectadores, mais ‘merchandising’. O sucesso desportivo da equipa de futebol principal é um dos pontos em que o Sporting está mais forte, mantendo vivo o propósito de estar mais perto dos principais rivais no ataque ao título, ao contrário do sucedido nas últimas temporadas. Mas se a aposta forte no futebol do Sporting é uma trave-mestra deste mandato de Godinho Lopes, a verdade é que não se esgotam aí os Novembro 2011 » PRÉMIO » 43

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Negócios desporto sinais de recuperação do clube de Alvalade. O trabalho de revalorização da marca Sporting e o reforço da influência do clube aos mais diversos níveis, é um trabalho que tem sido desenvolvido porfiadamente, marcando uma inversão face ao ‘low-profile’ que acabou por conduzir nos últimos anos a uma desvalorização do peso do Sporting nos centros de poder desportivo em Portugal, e em particular na área do futebol. Um dos trabalhos mais importantes dos últimos meses, pilotado pela direcção mas com a participação activa das mais diversas sensibilidades do clube, foi a preparação e a aprovação em Assembleia-Geral, por uma larga maioria, dos novos estatutos do Sporting.

“Afinal, estamos a falar do Sporting Clube de Portugal e não apenas de um clube de Lisboa. Esse carácter nacional do clube é um elemento que tem de estar sempre presente e tem constituído uma linha de orientação muito clara na gestão da actual direcção sportinguista”, explica um elemento do clube. Outra importante inovação dos novos estatutos está relacionada com a ponderação entre o número de anos de associado e de votos correspondente a cada um dos sócios. Uma medida que poderá ter um importante contributo na captação de novos sócios. A direcção do Sporting irá avançar em breve com uma grande campanha para aumentar o número de sócios,

O trabalho realizado por Godinho Lopes, Luís Duque e Carlos Freitas parece estar a dar frutos.

Um clube de Portugal Os novos estatutos constituem um importante instrumento para a modernização do clube. Desde logo com uma medida básica, que tornará desnecessário aos sócios do Sporting espalhados pelo País terem de se deslocar a Lisboa, para poderem votar nos próximos actos eleitorais. Tratava-se de uma medida há muito reclamada por um imenso número de sportinguistas e que vai contribuir para uma maior aproximação entre o clube e a sua massa de apoiantes, podendo ser um grande impulso ao desenvolvimento da capilaridade do Sporting por todo o País, através dos seus núcleos e delegações.

com a meta de atingir os 100 mil sócios a médio prazo. Esta campanha será acompanhada com a divulgação de uma série de descontos e benefícios para os sócios do Sporting, em diversas áreas de serviços, através de uma série de parcerias estabelecidas com várias empresas e instituições. Este esforço de aproximação do Sporting aos seus adeptos e apoiantes tem tido também um eixo importante no relacionamento com os

diversos núcleos espalhados pelo País e pelo estrangeiro. Além das deslocações do presidente Godinho Lopes, de vários dirigentes e de figuras de referências do universo leonino a vários pontos de Portugal, para contactar com os adeptos, está em curso a preparação de uma série de iniciativas que contribuirá para acentuar essa relação de proximidade entre o clube e os seus núcleos e delegações. Mística leonina Outra preocupação que tem estado presente na actividade da direcção do clube é a recuperação das grandes referências do Sporting, com a chamada de alguns antigos futebolistas para o desempenho de funções, quer na Academia de Alcochete, quer na representação externa do clube. A presença de grandes figuras do Sporting na tribuna do Estádio em dias de jogos, assim como as homenagens que têm sido prestadas em pleno relvado são outro importante contributo, não apenas para a preservação da memória (e está escrito nos livros que uma instituição sem memória é uma instituição sem futuro), mas também para a criação e consolidação daquilo que se convencionou chamar de mística, ou alma, leonina. A verdade é que, qualquer que seja o ângulo de análise, o Sporting mudou muito nestes últimos seis meses. E será muito difícil não reconhecer que essa mudança foi para melhor, dando, de alguma forma, conteúdo ao lema escolhido para lançar esta temporada futebolística: “O Sporting Voltou”. E a esperança, essa também voltou a ser verde.

Futsal - entrega da taça de Portugal , 13 de maio de 2011 44 » PRÉMIO » Novembro 2011

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Opinião Duarte Moral Consultor

KEYNES E O SPORTING?

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m contra-ciclo com o País, o Sporting 2011 pode ser a demonstração de que as ideias keynesianas continuam, afinal, válidas. É verdade que o futebol está longe de ser uma ciência exacta, mas quem considerar a Economia como tal não tem frequentado este Mundo. O Sporting, presidido por Godinho Lopes, é um exemplo de como para crescer é preciso investir. O futebol não esgota um clube grande como o Sporting, mas é uma verdade de qualquer ‘La Palisse’ da gestão desportiva que é ele a locomotiva e, em última instância, o que determina o sucesso ou o insucesso. É essa a grande marca deste Sporting: a ruptura com uma linha que se assemelhava muito a um desinvestimento no futebol do clube, com maus resultados desportivos e muito duvidosos resultados gestionários. Um futebol mais forte significa não apenas a melhoria da ‘perfomance’ desportiva, que é muito importante (sim, estamos a falar de um clube desportivo), mas também um crescimento das receitas e uma reforçada empatia entre os adeptos e o seu clube. Permitam-me dizer que o maior sucesso deste início de temporada sportinguista, no que ao futebol diz respeito, nem devem ser considerados os resultados da equipa de futebol que, depois de um início titubeante (também condicionado por vários factores), encetou uma recuperação aparentemente assente em sólidas bases. Não. O maior sucesso é o aumento muito significativo, na ordem dos 30%, das médias de assistência nos jogos em Alvalade, tão ou mais relevante quando tudo isto se passa num cenário de profunda crise económica, em que os bilhetes de futebol podem perder posições nas prioridades do cidadão comum. Os sportinguistas voltaram a acreditar e essa é a grande conquista deste Sporting. A verdade é que foi percorrido um longo caminho desde aquela tumultuosa noite de 26 de Março em que Godinho Lopes foi eleito presidente do Sporting, depois de uma acirrada campanha elei-

O Sporting é um exemplo de como para crescer é preciso investir. toral. E há, pelo menos, um grande mérito que tem de ser creditado a favor do líder do clube de Alvalade: a sua capacidade de envolver todos os sportinguistas, de todas as sensibilidades, no esforço de recuperação do clube. Bom exemplo dessa atitude foi o bem sucedido processo de revisão dos estatutos, que consubstanciou uma significativa adequação dos mesmos à modernidade, com a aprovação de uma série de dispositivos há muito reclamados pelos sócios do Sporting. No caminho do sucesso há um factor essencial: que todos os sportinguistas percebam e assumam nas suas atitudes que os adversários do Sporting estão fora do clube e não dentro. Isso significa que o clube não deve ser um espaço para satisfazer egos ou protagonismos pessoais, nem palco para quaisquer tipos de revanchismos. Não significa que todos tenham de pensar da mesma maneira sobre tudo, mas recorrendo a uma linguagem de outras áreas, também no Sporting é preciso unidade na acção. Unidade. O Sporting está mais forte, esse é um facto incontornável. Mas é também um processo que não pode parar. Porque ao Sporting não basta estar forte, é preciso ser forte. Novembro 2011

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Perfil

JOSÉ PINA

ADVOGADO COM FOCO NO CLIENTE É na advocacia que exerce a sua profissão, mas já se sentiu tentado a acompanhar António Cunha Vaz na sua empresa de comunicação CV&A. Descubra quem é José Pina, um dos dois vice-presidentes não executivos da agência. 46» PRÉMIO » Novembro 2011

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oi em 1981 que José Pina conheceu o madeirense António Cunha Vaz, no primeiro ano do curso de Direito da Universidade Clássica de Lisboa. Frequentavam a mesma turma e as primeiras impressões não deixavam antecipar a amizade que nasceria entre ambos. “Desconhecendo na altura a personalidade e o estilo extrovertido e brincalhão do António, devo dizer que não era das personagens que mais me cativava na turma”, recorda José Pina. Mas o ping-pong da vida trocou-lhes as voltas. Naquela altura, na Faculdade de Direito existia uma única mesa de ping-pong. Era um dos bens mais desejados e cobiçados da Faculdade e como só havia uma mesa, a regra era jogar sempre e apenas a pares, e ao chamado “Quem perde, sai”. Um dia o estudante António perguntou ao colega José se sabia jogar e se queria fazer equipa com ele. “Eu já o tinha visto jogar e ele jogava muito bem, pelo que ainda hesitei na resposta. Mas, pensando que ele podia ser o meu passaporte para longas horas de jogo, arrisquei, dizendo-lhe que dava uns toques”. E foi assim que se tornaram amigos. “Mesmo fora do espaço da Faculdade, a maior exuberância e impetuosidade do António era um bom contraponto à minha maior ponderação e racionalismo, e vice-versa”, assegura. Uma questão de confiança Quando António Cunha Vaz começou a pensar em criar a CV&A, “por força da confiança inabalável que se foi gerando entre o pequeno núcleo duro de amigos dos tempos da Faculdade, o António teve a amabilidade de me convidar a integrar o Conselho de Administração, bem como àquele que é, desde o início, o outro vice-presidente não executivo – o também meu colega e amigo António Estrela Ribeiro”, explica José Pina. Ambos agradeceram a honra do convite, mas declinaram, por força das respectivas actividades profissionais. “Mas o António insistia em que tínhamos de encontrar uma fórmula para que, mesmo não integrando formalmente a CV&A, estabelecêssemos um vínculo que lhe permitisse ter-nos a ambos perto dele, sempre que ele entendesse necessário.” Acabaram por aceitar participar na Administração, como vice-presidentes não executivos, ainda que com alguns poderes específicos e reservados.

Na CAMMP todos partilham de uma filosofia comum de procedimentos. “O António está rodeado e apoiado num grupo de administradores executivos muito dinâmico e da maior competência e lealdade, que tornam a minha intervenção redundante e desnecessária ao nível da gestão e da definição do destino e rumo da sociedade”, garante José Pina. Encontram-se com regularidade, normalmente em jantares tardios, ou nas casas um do outro, onde aproveitam para falar da CV&A, de como estão a correr os negócios e dos próximos projectos. “Quem conhece o António, sabe a garra, o voluntarismo e o empenho com que se envolve em tudo, pelo que esses jantares servem sobretudo para ele partilhar as suas opções na expansão do negócio e a sua visão do futuro da sociedade”. Opções que nem sempre são as suas, reconhece José Pina, adiantando que quando discorda, nunca se coíbe de lhe expressar a sua opinião. “Sei que é isso que ele espera de mim. Que não o bajule e que seja um crítico isento, mas que o faça de uma forma construtiva, pois ele sabe bem que, o que quer que lhe possa dizer, é antes de mais para a preservação dos seus interesses pessoais e, consequentemente, da CV&A.” Projecto adiado José Pina e António Cunha Vaz tiveram, num passado longínquo, uma pequena experiência empresarial conjunta, e desse tempo ficou sempre a pairar a possibilidade de repetirem essa experiência. “Mas esse é um projecto que tem sido sistematicamente adiado, e se calhar ainda bem que assim é, pois significa que ambos temos feitos boas opções profissionais e nunca sentimos efectivamente a necessidade de retomar essa ideia.” Ainda assim, aqui e ali, António Cunha Vaz vai-lhe renovando o convite para que passe a exercer funções executivas na CV&A. “Aceitar

Fotos Miguel Reis Aires

A CAMMP & Associados “Direito ao que interessa!”

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A CAMMP - Cancela, Aires, Martins, Pina & AssociadosSociedade de Advogados, RL foi criada pelo grupo de advogados que emprestou o apelido à empresa: Paula, Miguel (Aires), Miguel (Martins), Sérgio e José, respectivamente. Todos partilham de uma filosofia comum de procedimentos, abordagem de clientes e de resolução de problemas. Tendo como lema “Direito ao que interessa!” a sociedade actua nas áreas de Direito Comercial, Contratual, Imobiliário, Financeiro, Trabalho, Contencioso e Arbitrário e Administrativo e Fiscal. A CAMMP trabalha clientes nos mais diversos sectores, nomeadamente, distribuição, construção civil e obras públicas, imobiliário, turismo, sector financeiro, indústria farmacêutica, transportes, franchising, tecnologias de Informação e energia e ambiente. Novembro 2011 » PRÉMIO » 47

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Perfil giadas de intervenção destacam-se o Direito Laboral, o Contencioso e Arbitragem e toda a área do Direito Contratual e, naturalmente, de Direito Societário, Imobiliário, Insolvências, entre outras. Já no que respeita aos sectores de actividade onde possuem uma experiência acumulada mais significativa, o destaque vai para os sectores da distribuição, imobiliário, turismo, indústria farmacêutica, tecnologias de informação e franchising. A dimensão actual da sociedade não lhe permite ainda oferecer um leque demasiado alargado de serviços, e daí o facto de se concentrar naquilo que sabe fazer melhor. “Pretender oferecer uma gama demasiado alargada de serviços implicaria um crescimento da CAMMP para além do que poderia ser desejável”, refere José Pina. A actual dimensão permite que não exista uma cadeia hierárquica rígida, pelo que o cliente fala directamente com quem decide. Além disso, “a situação actual do mercado não aconselha grandes estruturas de custos fixos, pelo que temos de ser contidos e prudentes No âmbito do estabelecimento de na forma como pretendemos crescer: devendo parcerias que tem vindo a fomentar, fazê-lo sempre, e apenas, de uma forma sustensurgiu a ideia – originalmente tada”, conclui. veiculada por Luís Nobre Guedes – da O crescimento não é, naturalmente, CAMMP integrar um Agrupamento Complementar de Empresas (ACE) uma carta fora do baralho. Pelo contrário, a que agregasse outras sociedades CAMMP quer fazê-lo por via endógena e por de advogados e pudesse prestar via exógena. Por via endógena, através do cresserviços, no âmbito do processo de cimento da sua própria estrutura. A sociedade privatizações, em pé de igualdade com irá iniciar em breve um inovador processo de outros grandes escritórios. Além das sociedades que o integram, o LACE recrutamento, permitindo aos novos advoga(assim se chama o ACE, um acrónimo dos que adaptem e agilizem a respectiva presde Legal ACE) estabeleceu já parcerias tação de serviço e a consequente remuneracom alguns dos maiores escritórios ção, em função de um conjunto de factores a europeus com experiência reconhecida acordar caso-a-caso. Advogado ou consultor? neste tipo de processos. O crescimento exógeno poderá passar por Tendo passado os primeiros anos da sua actividade profissional na área da consultoria (primeiro nos assuntos comu- fusões ou pelo estabelecimento de parcerias com outros escritórios. nitários e, depois, na área da fiscalidade), mas sendo advogado, sempre Neste capítulo, a estratégia imediata de crescimento integra o alargasentiu que a sua veia de consultor não desapareceu. “Desta particulari- mento das parcerias já existentes com outros escritórios de dimensão e dade - diz -, resulta o facto de não ter uma abordagem ao mercado, e filosofia semelhantes, mas que possuam áreas de especialização complementares”. sobretudo aos clientes, igual à que o advogado típico tem”. A nível internacional, a CAMMP tem uma rede de contactos com “Valores como a pontualidade, o cuidado na apresentação, o cumprimento escrupuloso dos prazos acordados com o cliente, bem como dos escritórios em diversos países, com os quais, de maneira informal, tem honorários ajustados, a disponibilidade permanente, o rigor intelectual, vindo a estabelecer parcerias ou acordos preferenciais. Os principais a transparência de processos, seja entre colegas, seja para com o cliente, paí-ses onde, de forma directa ou por via das parcerias, a CAMMP está o espírito de grupo e de entreajuda e – ponto de honra absoluto – a má- em condições de intervir e apoiar os seus clientes são os PALOP, Esxima personalização dos serviços prestados e da forma como estes são panha e Brasil. Mas já há contactos adiantados para o estabelecimento prestados, acabaram por ser interiorizados e partilhados por aqueles que de parcerias em países que possam ser procurados por empresas portuguesas para investir, ou onde haja uma maior apetência pelo investisão hoje os meus sócios na CAMMP”, garante. Ainda assim há áreas onde tem mais experiência, como as fusões, mento em Portugal. “Não queremos dar passos maiores que as pernas. aquisições e reestruturações de empresas, os contratos comerciais, o Di- O mais importante é a prestação de um serviço de qualidade, em dereito societário e a assessoria jurídica. trimento de uma oferta em países nos quais não temos ‘know-how’ ou A CAMMP aposta no conceito “full service”. Entre as suas áreas privile- contactos suficientes”, remata José Pina. um convite implicaria alterar por completo a minha vida e o meu trajecto profissional e ele compreende e aceita isso”, explica José Pina. Há cerca de um ano, o convite foi renovado com insistência. Apesar da tentação (“estava a concluir um ciclo da minha actividade profissional e a ponderar seriamente o que quereria fazer a seguir”), a opção foi de novo posta de lado, em favor do projecto de criação de uma nova sociedade de advogados: a CAMMP. “A CAMMP resultou da conjugação de vontades e da visão de cinco advogados, com hábitos e métodos de trabalho comuns e, acima de tudo, uma mesma forma de encarar a profissão, uma mesma forma de estar no mercado e uma mesma filosofia no relacionamento com os clientes”, explica José Pina. À beira de fazer cinquenta anos, entendeu que era chegado o momento de iniciar um projecto profissional que reflectisse os seus valores e que pudesse moldar à sua imagem e à sua forma de estar no mercado e de se relacionar com os clientes, apostando numa forte personalização dos serviços prestados, fazendo com que cada cliente se sinta “O cliente”, e não apenas como “Um cliente”. “Tinha chegado o momento de tirar partido e rentabilizar toda a experiência acumulada e de dar corpo a um conjunto de ideias que vinha partilhando com aqueles que são hoje os meus sócios, advogados mais jovens, dinâmicos, alguns deles profissionais formados por mim, e que partilhavam de há muito esta mesma visão e forma de estar na profissão”, explica.

A CAMMP aposta no conceito “full service”.

Agrupamento de Empresas

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AGVTM

Barragem de Alqueva

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Trabalhos de manutenção - Service Center da Maia PendolinoTM - Gare do Oriente

TRANSPORTE e ENERGIA

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Análise Sam Dean Co-responsável da unidade de Mercados de Capitais do Barclays Capital

O mercado europeu de IPO necessita mudar de hábitos Num IPO é a qualidade e não a quantidade da procura que é importante, sendo este foco pela quantidade que tem conduzido a resultados distorcidos.

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mercado europeu de ofertas públicas iniciais (IPO) está em crise. Metade dos negócios anunciados este ano foram abandonados e dos que conseguiram chegar ao mercado poucos atingiram os objectivos: Um valor no intervalo de preços inicial e a colocação de todas as acções. Não admira que os investidores estejam saturados e que os emitentes comecem a reflectir se não devem procurar alternativas. Este é um problema muito sério. Num momento em que a economia mundial necessita (e desesperadamente) de factores que acelerem o seu crescimento e de opções de financiamento, poderemos dar-nos ao luxo de ficarmos parados a assistir, enquanto as empresas europeias continuam a batalhar para acederem ao capital e às oportunidades de crescimento que um IPO possibilita? Qual será então o problema? As condições do mercado são sempre, obviamente, um factor fulcral. Não há dúvida que algumas operações falharam em períodos de graves perturbações no mercado. No entanto, muitos dos IPO falhados ocorreram em períodos de relativa acalmia. Além disso, se globalmente os mercados estão assim tão mal, porque são lançados tantos IPO? Os factos, bem como as queixas de emitentes e investidores, sugerem que existem problemas durante o processo de IPO.

Precisaria de muito mais espaço para explicar detalhadamente o assunto, pois para responder à pergunta creio que se conjugam muitos factores, e alguns deles extremamente subtis. De uma forma abreviada, o problema passa por práticas e atitudes que apareceram durante os anos de ‘bull market’ e que continuam a persistir, mas que têm que ser questionadas. Muito vezes, os investidores não são abordados de forma construtiva e os consórcios bancários e as restantes entidades envolvidas não fornecem aos emitentes um enquadramento correcto, e, consequentemente, não lhes dão o melhor conselho. Um IPO é, em última análise, um processo que visa encontrar os

Metade dos negócios anunciados este ano foram abandonados e dos que conseguiram chegar ao mercado poucos atingiram os objectivos. melhores investidores no mercado para a compra de uma empresa a um preço justo. Atrair esses investidores requer um planeamento cuidado. O universo dos investidores é complexo e é necessário pensar de forma inteligente para descobrir quem são os investidores-

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-chave para um negócio e qual a forma mais construtiva de construir uma relação com eles. Mais importante ainda é possibilitar aos compradores a oportunidade de compreenderem o negócio e conhecerem a equipa de gestão na fase inicial do processo, o que também favorece os emitentes. Subscrições de grande dimensão são decisões importantes, que não devem ser tomadas de ânimo leve ao sabor do calendário de marketing dos modernos IPO. É mais provável que os investidores de topo participem de forma construtiva num negócio quando estão devidamente informados. Os IPO não são fáceis. São complexos, e cada um deles é um caso único, requerendo um cuidadoso equilíbrio entre o conhecimento técnico e a análise de mercado. Em suma, os emitentes precisam de ter o melhor conselho possível. É neste ponto que as entidades dos consórcios se tornam mais relevantes, pois necessitam de alcançar objectivos múltiplos. Os bancos escolhidos para liderar o processo têm que sentir um sentimento de posse real para garantirem um bom resultado. Tudo isto parece óbvio, mas o sucesso do IPO só se registará no caso de os bancos e consultores envolvidos terem as suas funções e responsabilidades bem clarificadas. É também necessário encontrar certos equilíbrios no enquadramento geral do negócio: (1) Fomentar a competição entre os bancos do consórcio irá incentivá-los a atingir melhores resultados, mas demasiada competição poderá dividir o consórcio; (2) Por outro lado, é preciso atingir os objectivos do

emitente e, simultaneamente, proteger os interesses dos investidores. Muitos IPO recentes não cumpriram estes conceitos básicos. Os comportamentos passados enraizaram-se e uma mudança exigirá um esforço deliberado por parte dos banqueiros, emitentes e investidores. No entanto, um passo na direcção certa e que deveria ser fácil de acordar entre todos, seria retirar do processo toda a obsessão com os níveis de subscrição. É a qualidade e não a quantidade da procura que é importante, sendo este foco pela quantidade que tem conduzido a resultados seriamente distorcidos. Fornecer informação regular das subscrições tornou-se uma prática comum durante o ‘bull market’ e neste processo atraiu-se, frequentemente, uma indesejada procura inflacionada. Em tempos mais difíceis, quando os investidores tendem a colocar as suas ordens de compra mais tarde, o efeito poderá ser o oposto, levando a um desnecessário falhanço do IPO, porque os investidores, agora acostumados a receber actualizações praticamente de forma diária, esperam pelas informações antes de subscreverem. Deveria ser permitida a divulgação de informação somente com guia de preços, e proibida a divulgação da informação com os níveis de subscrição. Tal forçaria os investidores a tomar decisões baseadas em factores fundamentais e não em propaganda, e desencorajaria os investidores oportunistas de curto prazo, o que ajudaria ao sucesso de vários IPO num mercado difícil. E isso seria um desenvolvimento bem-vindo, tanto para emitentes como para investidores. Novembro 2011 » PRÉMIO » 51

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Marketing rebranding CHARCUTARIA GOURMET

NOVA PRIMOR REVOLUCIONA

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A Primor investiu cinco milhões de euros no rebranding da sua marca. A nova imagem foi concebida pela Ivity e estreada na família de produtos premium da empresa. Com o rebranding e a nova linha de charcutarias, a Primor dá um passo importante a caminho da liderança do mercado português e da expansão internacional.

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nova imagem da Primor implicou um investimento de cinco milhões de euros na criação de uma marca diferenciadora, capaz de estabelecer uma relação de confiança com o consumidor, potenciadora de novos hábitos de consumo e, sobretudo, com foco na liderança do mercado português, explica a empresa, que integra o Grupo Joaquim Moreira Pinto (JMP). O rebranding acontece no ano do 50º aniverário da marca. O novo logótipo foi estreado com a linha de produtos premium Primor - Charcutaria Prima, que já se encontra disponível nos principais pontos de venda do País. Esta linha divide-se em seis gamas, cada uma direccionada a utilizações e momentos especifícos e assumindo uma cor diferente, para facilitar a identificação por parte dos consumidores: Dia-a-dia, Tradicional, Espontânea, Deli, Bem-Estar e Profissional. A segmentação dos produtos, associada a uma nova imagem, mais forte e arrojada e à colaboração do Chef Nuno Inverneiro, pretende romper com o que foi feito até hoje no sector e redefinir a apresentação e a percepção dos produtos de charcutaria nos super e hipermer-

cados. O objectivo é a liderança do mercado nacional e a expansão da marca nos mercados internacionais. A Primor anunciou também o lançamento de novos produtos no âmbito de cada segmento e apresenta já algumas novidades, como a gama fios, fiambre, perú, bacon e frango, pronta a usar em pizzas, saladas e massas. Após meio século de história e de know-how acumulado, Pedro Pinto, presidente do Conselho de Administração, acredita que este “é o momento de dar à Primor o protagonismo que ela merece. Queremos estabelecer com o consumidor final as mesmas relações de confiança que temos com os nossos clientes e parceiros. O trabalho que temos vindo a desenvolver dá-nos todas as condições para sermos líderes”. O Grupo Joaquim Moreira Pinto integra sete empresas, que operam em cinco áreas de negócio: alimentação animal, produção animal, abate, carnes frescas e charcutaria. A Primor – Charcutaria Prima foi fundada em 1981 e está baseada em Famalicão. Os mais de 400 trabalhadores da empresa distribuem-se pelas áreas de produção e comercialização de fiambres, presuntos, carnes e enchidos fu-

A linha de produtos premium Primor divide-se em seis gamas, cada uma direccionada a utilizações e momentos específicos. mados, mortadelas e charcutaria nacional. Está presente no retalho, na distribuição moderna e nos canais profissionais. Em 2010, registou um volume de negócios de 45 milhões de euros, dos quais 30% destinados à exportação para 15 mercados: PALOP, Brasil e Venezuela, Espanha, França, Alemanha, Luxemburgo, Bélgica, Inglaterra, Macau e Singapura. Para a marca, a qualidade e a segurança alimentar são prioridades, uma filosofia que rendeu à empresa, em 2007, o Prémio Nacional de Embalagem e, em 2008, o Prémio de Produto do Ano, com a linha “Levíssimos Primor”, e o Prémio Master da Distribuição, na categoria charcutaria, com o “Fiambre Fibras”. Novembro 2011 » PRÉMIO » 53

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Opinião Miguel Henriques, Administrador da Cartagua

GESTÃO DAS ÁGUAS EM PORTUGAL:

A NOVA GALINHA DOS OVOS DE OURO?

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privatização do sector português dos serviços de águas e saneamento está na ordem do dia e é certamente um dos temas cruciais e também apaixonantes no momento presente. O que está essencialmente em causa é saber como se vão integrar os interesses privados na gestão de um sector que é ainda, no presente, domínio quase exclusivo do Estado, através da empresa pública Águas de Portugal (AdP), e das autarquias. O que se tem por adquirido é que o Governo está a estudar a forma de reforçar a participação da iniciativa privada, através das concessões em baixa (feitas pelas autarquias), mas também por via de uma mais abrangente ou mitigada forma de privatização daquilo que hoje constitui o quase-monopólio da AdP. A entrada dos privados no sector justifica-se pela necessidade de aportar dinheiro ao sistema e também pela premência de trazer maior eficiência à gestão do sector em todas as fases da sua cadeia de valor. Essa participação privada pode concretizar-se de maneiras muito diversas, desde a privatização de 100% da AdP, até à mera concessão da gestão dos diferentes sistemas existentes. O modelo a adoptar não está ainda definido. Fala-se cada vez mais na necessidade de separar as infra-estruturas da gestão do sistema, apontando-se para a privatização desta última e não das primeiras. Parece certo, contudo, que não estará nunca em causa privatizar a água, bem público e de acesso livre a todos, mas sim os serviços de distribuição, ou seja, a gestão do sistema que permite trazer a água das suas captações até à casa de cada um de nós. A água como bem público e de acesso livre a todos não tem que ter um preço, mas os serviços de disponibilização, tratamento e transporte dessa água têm um custo elevado de investimento e um custo operacional, que terão de ser pagos, por quem consome essa água e a tem disponível para consumir, ou pelo conjunto de todos os portugueses que pagam impostos. Que se saiba, só em dois países do mundo se procedeu à privatização integral dos activos ligados à captação, tratamento e trans-

porte da água e respectivo saneamento. São eles o Reino Unido e o Chile e não é de esperar que Portugal siga esse modelo. O tema desperta fortes reacções emocionais por parte dos diferentes ‘stakeholders’ individuais ou colectivos. Desde a rejeição do conceito de privatização da água, aos interesses privados em obter lucros generosos, passando pela oportunidade que os agentes públicos vêem de equilibrar as suas finanças. A intervenção dos privados é necessária e desejável, acima de tudo pela eficiência acrescida que trará ao sistema. Tratando-se da privatização dos serviços e não da água e se forem implementados os mecanismos necessários, nomeadamente uma forte e competente Regulação, serão os cidadãos os grandes beneficiários desta intervenção. É possível privatizar e defender o interesse colectivo se tivermos a consciência de que o mesmo se atinge no quadro de uma solução sustentável no tempo. A ideia é a de que alguns (públicos e privados) ganhem menos no imediato para que todos possam ganhar mais amanhã. E, do nosso ponto de vista, tal implica também assegurar que a priva-

A intervenção dos privados é necessária e desejável, acima de tudo pela eficiência que trará ao sistema. tização passará por empresas portuguesas, nem que isso traga menos dinheiro para o Estado na fase inicial, dividindo o bolo em fatias acessíveis à capacidade financeira dos agentes nacionais e assegurando que a familiaridade e defesa do interesse dos cidadãos é um requisito do processo. O sector português dos serviços de gestão e distribuição das águas e saneamento poderá constituir uma grande oportunidade para o Estado, autarquias, empresas privadas e cidadãos, mas não é certamente uma galinha de ovos de ouro. E no caso de insistirem em o ver como tal, por favor não a matem, para que possa continuar a pôr os seus ovos para o benefício de muitas gerações futuras.

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PORTUGAL: Ameaça ou oportunidade? Threat or opportunity?

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CONFERÊNCIA

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25 NOVEMBRO | HOTEL SHERATON | LISBOA PRESENTE E FUTURO DA ECONOMIA PORTUGUESA António Saraiva, Presidente da Confederação Empresarial de Portugal O PONTO DE VISTA DA CITY Wolfgang Münchau, Financial Times UMA VISÃO AMERICANA Raphael Minder, International Herald Tribune

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A VISÃO BRASILEIRA Raul Lores, Folha de São Paulo Moderador e comentador: António Costa, Diário Económico A VISÃO DO GOVERNO E DA TROIKA Carlos Moedas, Sec. de Estado Adjunto do Primeiro Ministro

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Marketing

FESTIVAL PUBLICITÁRIO

LISBOA ACOLHE EUROBEST O maior Festival publicitário da Europa traz a Lisboa mais de mil criativos europeus, de 28 a 30 de Novembro.

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alta menos de um mês para Lisboa se transformar na meca da indústria criativa da Europa. De 28 a 30 de Novembro, a capital portuguesa acolhe o Festival Publicitário Eurobest, um certame organizado pela mesma equipa responsável pela organização do Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions e no qual desfilará o que de melhor se faz na indústria da publicidade e comunicação no continente europeu. Criado em 1988, o festival da excelência em criatividade da indústria publicitária e da comunicação da Europa passou a itinerar anualmente a partir de 2008, aquando do seu vigésimo aniversário, tendo já passado por Estocolmo, Amesterdão e Hamburgo. O Eurobest contempla uma competição dedicada aos jovens criativos europeus – o Young Creatives Competition –, o Progra-

ma para Líderes Criativos do Futuro, a Academia Eurobest para jovens universitários europeus, e oportunidades únicas de ‘networking’ e de entretenimento que, em Lisboa, decorrerão entre o eixo da Avenida da Liberdade e o Bairro Alto. Lisboa candidatou-se a anfitriã do Festival Eurobest numa parceria entre a empresa de publicidade exterior MOP, a Câmara Municipal de Lisboa e o Turismo de Portugal, derrotando as propostas de Londres, Berlim e Bruxelas. Lisboa é assim a quarta cidade europeia a receber o Festival Eurobest, depois de Estocolmo, Amesterdão e Hamburgo. A organização do Festival Eurobest, detida pelo gigante de media britânico EMAP, vai investir cerca de 1,2 milhões de euros na realização do evento em Lisboa. Steve Lane, director do Eurobest, acredita que o número de delegados presen-

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“Queremos uma ‘pegada portuguesa’ no Eurobest” Em entrevista à Prémio, Phil Thomas, CEO dos quatro festivais mais importantes da indústria da publicidade, marketing e comunicação à escala mundial – Cannes Lions, Eurobest, Dubai Lynx e Asia Spikes –, explica porque optou por Lisboa, face a Londres, Bruxelas ou Berlim, e como está a encontrar um entusiasmo contagiante que contrasta com as más notícias pelas quais Portugal tem sido citado a nível mundial.

Tem sentido algum desânimo ou pessimismo nestes últimos meses de preparação do Festival? Não, nada. O nível de apoio e de entusiasmo que estamos a receber de todas as entidades com quem temos estado em contacto para a realização do Eurobest é impressionante. A vinda do Eurobest a Lisboa está a gerar indiscutivelmente um enorme nível de entusiasmo junto de todos os envolvidos. Estamos muito satisfeitos.

Por que razão escolheu Lisboa como cidade anfitriã do Eurobest? Ficámos muito impressionados com o nível de apoio que a cidade de Lisboa tinha para oferecer ao Festival, tanto ao nível das entidades municipais, como de toda a indústria local, que manifestou desde logo um enorme entusiasmo e empenho para que Lisboa fosse a anfitriã do Eurobest. O facto de a Câmara Municipal de Lisboa ter apoiado a organização com a cedência de dois espaços tão emblemáticos da cidade – o Teatro São Luiz e o Cinema São Jorge – , tornou a nossa decisão a favor da candidatura da cidade de Lisboa muito mais fácil.

Podemos esperar um sabor português nesta edição? Queremos, de facto, que o festival tenha uma “pegada portuguesa”. Haverá sessões e seminários sobre a criatividade portuguesa e apresentações de clientes locais. Contamos mostrar também à Europa a lendária hospitalidade do povo português nos eventos nocturnos de ‘networking’ que estão já a ser programados.

Portugal está a atravessar um período difícil.

O que conhece da criatividade portuguesa? O poder criativo de Portugal tem estado sempre a evoluir e começa agora a ter reconhecimento mundial. Nos últimos anos, Portugal tem trazido bastantes Leões de Cannes e isso atesta a qualidade do trabalho criativo desenvolvido pelo País. Espero ver essa qualidade espelhada em Lisboa, no Eurobest.

tes em Lisboa vai superar o da edição passada, em Hamburgo, onde estiveram presentes 1040 delegados e foram inscritas 4600 ideias. Lisboa espera receber mais de um milhar de delegados e a inscrição de cinco mil trabalhos, oriundos de 37 países. A competição está aberta a 13 categorias distintas: filme, imprensa, outdoor, rádio, marketing directo, promo & activação, media, design, relações públicas, mobile, craft (produção film e print & poster), interactive e integrated. Os trabalhos serão avaliados em Lisboa por um conjunto de criativos europeus de topo, que atribuirão os Grandes Prémios, e os prémios de ouro, prata e bronze. Do programa fazem ainda parte 20 palestras e quatro ‘workshops’. Entre os oradores já confirmados estão Jonathan Mildenhall, vice-presidente e responsável pela publicidade da Coca-Cola, Sérgio Valente, presidente da DM9DDB, uma

das agências criativas brasileiras mais premiadas, e James Hilton, fundador da AKQA, agência especializada em marketing interactivo. Tom Eslinger, Tim Greenhalgh e Marco Rimini são três nomes a reter na lista de presidentes dos painéis de jurados do Eurobest. Tom Eslinger, é director criativo da Saatchi & Saatchi Worldwide, Tim Greenhalgh, ‘chief creative officer’ da FITCH, e Marco Rimini, responsável de planeamento na Mindshare Worldwide. Pela primeira vez, o maior festival de publicidade da Europa terá jurados portugueses em todas as categorias. Nas edições anteriores houve vários criativos

Phil Thomas, CEO dos Festivais Cannes Lions, Eurobest, Dubai Lynx e Asia Spikes

portugueses premiados, como a Leo Burnett Lisboa, que venceu o Grande Prémio na competição de media, em 2010, em Hamburgo, com a campanha “Museu Efémero” para o rum Pampero. Também o filme “Todos Contra Todos” para a

A competição está aberta a 13 categorias distintas. Amnistia Internacional, da mesma agência, foi distinguido com Ouro e Bronze. A campanha African, Muslim e Homeless, da McCann Erickson para a Amnistia Internacional, foi Prata nas categorias imprensa e outdoor em 2008. Novembro 2011 » PRÉMIO » 57

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Marketing Miss Gate

A LARA CROFT DOS MEDIA Chama-se Miss Gate, fala português de Portugal e é uma especialista em media. Não fosse este detalhe podia até ser confundida com a personagem interpretada por Angelina Jolie na saga Tomb Raider.

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s media são “um assunto pouco sexy, pouco quente, muito à base de análise.” Foi esta a premissa de que partiram os criadores do portal LigateàMedia (www.ligateamedia.pt/). “Achámos que seria interessante criar uma figura que fosse jovem, simpática, dinâmica e mais atractiva para os jovens”, explica Pedro Loureiro, director-geral da MediaGate, a agência que está na génese da criação do portal. E assim fizeram. Foi criada a Miss Gate, um avatar que tem como objectivo introduzir os principais conceitos de media para todos aqueles que trabalham nesta área, sejam eles estudantes, professores, jornalistas, marketeers, anunciantes… No fundo, pessoas que precisam de informação sobre media, que por vezes falam nos conceitos, mas que nem sempre têm ideia do que são. A Miss Gate permite introduzir estes conceitos de uma forma acessível a toda a gente. “A vantagem de usar um avatar é ser mais intemporal, não envelhecer e poder ir evoluindo”, diz Pedro Loureiro, acrescentando que “dá muito

mais trabalho do que se fosse uma pessoa, sendo ainda um processo demorado e dispendioso, porque é preciso fazer os textos, lê-los e gravá-los”. Já para não falar no tempo que levaram a construir uma boneca que fosse empática e agradável, tanto para homens como para mulheres. Aliás, na fase de construção da boneca uma das filhas de Pedro Loureiro manifestou-se dizendo que a achava demasiado ousada. E a opinião foi ouvida, tendo o avatar de Miss Gate sido suavizado nas formas. Quase um ano depois do arranque do portal onde está alojada, Miss Gate tem já 25 lições editadas (apesar de ainda não estarem todas no ar) estando previstos, para o seu segundo ano de vida, novos conteúdos. É que esta é uma das áreas que gera mais tráfego para o portal. A Miss Gate é apenas um dos braços visíveis do projecto LigateàMedia, mais concretamente da área de formação que, além das aulas de Miss Gate disponibiliza também o Tutorial Gate, “uma espécie de sebenta” com a informação das aulas. “Queremos que depois de assistir às aula do avatar,

as pessoas possam ficar com os conceitos de media no formato e-paper”, adianta Pedro Loureiro. Nascimento do Portal Foi no final de Janeiro de 2011 que a MediaGate lançou o projecto LigateàMedia. Trata-se de um portal de media do mercado português, destinado a marketeers, anunciantes, profissionais de comunicação, estudantes e professores universitários da área de media, comunicação e marketing. Com acesso gratuito, o LigateàMedia tem como principal objectivo a partilha de informação e conhecimentos sobre media. É que apesar de ter nascido pelas mãos da Mediagate, o projecto pretende ser inclusivo e contar com a participação dos restantes ‘players’ do mercado. “Estamos a promover junto de outras agências a possibilidade de publicarem conteúdos e já publicamos material de algumas agências. A ideia não é ser um meio fechado, mas uma plataforma de encontro de informação, conhecimento e de todas as pessoas que trabalham nesta área”, garante Pedro Loureiro, acrescentando que o portal pretende

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partilhar a paixão e o conhecimento pela media. O portal surge no seguimento de um projecto mais antigo, chamado de Gatescope, e que continua a existir, um anuário, lançado em 2006, sobre media e os meios e que permite fazer comparações, traçar quadros evolutivos e definir perfis de audiências. O Gatescope serviu de inspiração para algo mais arrojado. E assim nasceu o portal Ligateàmedia dividido em diversas áreas. Na área “Artigos”, podem ser encontrados todos os artigos de fundo, onde mais do que dar

Gate) e televisão (TVGate). O cinema e o outdoor têm publicações semestrais. O portal engloba ainda uma área dedicada aos eventos relevantes que decorrem. “É a parte mais social do portal, onde são publicadas fotografias de eventos de que são exemplo os Prémios à Eficácia ou lançamentos de novos meios”, explica o CEO da Mediagate. O Clube de Embaixadores é mais uma das particularidades do Ligateàmedia. Reúnem de forma regular num almoço, no Hotel Altis Belém, onde o LigateàMedia tem sempre um palestrante convidado. “É um ambiente de convívio, mas também propício para serem abordados alguns temas de interesse”, descreve Pedro Loureiro. Como palestrantes os almoços do Clube de Embaixadores já tiveram desde o vice-presidente do New York Times para a área da publicidade até ao presidente da Tele 5, passando pelo director-geral da Millward Brown, e por Paulo Portas… Trata-se de um evento que reúne essencialmente pessoas da área comercial e directores-gerais dos meios. Não há anunciantes nem agências nestes encontros. O Ligateàmedia permite ainda fazer simu-

Miss Gate, o avatar criado pela Mediagate para a área dos media. notícias, se pretende enfatizar a componente de análise da informação. Para notícias no sentido lato do termo, o portal disponibiliza aos seus visitantes a área “Notícias”, onde podem ser encontrados os artigos de todos os meios que publicam notícias sobre media. Na secção “Publicações” há mais de 20 publicações dedicadas a cada tipo de meios. Numa base trimestral, é possível encontrar publicações sobre imprensa (PressGate), rádio (RadioGate), digital (Digital-

lações de um plano de meios. Isto porque compreende um simulador composto por uma base de dados com informação tratada sobre todos os meios que existem. Inclui ainda uma sinopse do suporte, a audiência, tiragem e circulação, possibilidade de ver o perfil de audiência, afinidade, tabelas de preços… “Com isto, qualquer pessoa, mesmo não sendo planeador de meios, pode simular um plano de media”, assevera. Com uma média que varia entre os 400 e os 500 visitantes por dia, o Ligateàmedia não parece querer ficar por aqui. Isto porque até ao fim do ano vai ter uma dinâmica de promoção mais activa, junto dos seus públicos. É que se hoje estão já no roteiro de profissionais de agências de comunicação, estudantes, agências de meios e dos próprios meios, as visitas ainda não são em número expressivo entre os marketeers e os anunciantes “porque o portal ainda não chegou a uma fase de divulgação sistemática”. Uma coisa é certa, diz Pedro Loureiro: “Até ao fim do ano vamos ter cada vez mais conteúdos e vamos afirmar-nos cada vez mais como um portal onde, além do Ligateàmedia, vamos encontrar sites de outras entidades que queiram alojar informações no Ligateàmedia. Vamos tentar que toda a informação relativa a media se vá juntando nesta plataforma. Um pouco à semelhança do que o Clix e o Sapo fazem.” Novembro 2011 » PRÉMIO » 59

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Sociedade educação 29 de Março de 1972, oitava entrega do Prémio D. Dinis

PRÉMIO D. DINIS

CENTRAL DE CERVEJAS E BEBIDAS QUER VOLTAR A REUNIR A ELITE Durante uma década, a Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC) distinguiu anualmente os melhores alunos do País. Agora, o grupo cervejeiro quer saber onde param e o que fizeram nos últimos 40 anos os elementos desta elite académica. Para que eles sirvam de exemplo às actuais e futuras gerações. 60 » PRÉMIO » Novembro 2011

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Dr. Miguel de Sttau Monteiro e Comandante Matoso na entrega do Prémio

Dr. Justino Mendes de Almeida, Secretário de Estado da Administração Escolar, na entrega dos prémios para os galardoados do ano lectivo 1969/70

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Ano lectivo 1966/67, quarto ano da entrega do Prémio

á quase 40 anos já se ouvia falar de António Guterres, Ernâni Lopes, Francisco Louçã, Helena Roseta, Henrique Granadeiro, João Lobo Antunes, Leonor Beleza, Marcelo Rebelo de Sousa, Raul Martins ou Manuel Pinto Barbosa, entre outros. Não pelos motivos porque entretanto se tornaram conhecidos, mas porque todos eles foram galardoados pelo Prémio D. Dinis, com que a Sociedade Central de Cervejas e Bebida (SCC) distinguiu, entre 1963 e 1973, os melhores alunos dos diversos graus de ensino em Portugal. Durante dez anos lectivos, de 1963 e 1973, a SCC premiou os melhores alunos do ensino superior, médio e secundário. Se no ensino superior, o Prémio se restringia às Faculdades de Medicina das Universidades de Coimbra e Lisboa, ao Instituto Superior de Agronomia, Instituto Superior Técnico e Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, já no que respeita ao ensino médio e secundá-

rio, o leque dos estabelecimentos de ensino era muito mais abrangente, integrando todas as escolas de regentes agrícolas, institutos e escolas industriais e comerciais, escolas do magistério primário, liceus e escolas de artes decorativas, localizadas nas capitais dos distritos situadas ao Sul do rio Douro. O valor do prémio ia de 3.000$00 no ensino superior, a 2.000$00 no médio e a 1.000$00 no secundário, ultrapassando o ordenado médio de muitos portugueses à data. Agora, volvidos quase quatro décadas, a SCC pretende descobrir onde estão estes alunos sobredotados e saber o que fazem hoje. Para a pesquisa, a SCC apostou na criação de uma página no Facebook

(www.facebook.com/premiodomdinis). “Com esta iniciativa inédita, pretendemos saber onde estão e o que fazem hoje os 641 alunos galardoados, dado que hoje alguns destes premiados consubstanciam os melhores exemplos em Portugal, para que, posteriormente, se possam reunir as personalidades que, durante 10 anos, representaram uma elite e, com eles, ouvir as suas histórias de vida e as suas visões sobre a sociedade e o mundo”, explica Nuno Pinto de Magalhães, director de Comunicação e Relações Institucionais do grupo cervejeiro. “O objectivo é que eles possam servir de inspiração para as gerações presentes e futuras, numa altura em que Portugal precisa de restabelecer o seu optimismo”, adianta.

A SCC pretende descobrir onde estão os melhores alunos entre 1963 e 1973.

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Empreendedorismo Junior Achievement

JOVENS PORTUGUESES NO TOP DOS EMPREENDEDORES

Seis universitários inventaram um produto revolucionário no combate aos fogos florestais. A Intel quer produzir-lhes a invenção. Dez alunos de uma escola profissional criaram garrafas de água recicláveis e já estão a vendê-las na internet. Foram todos alunos dos programas Junior Achievement. Por João Bénard Garcia

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érgio Tavares, Bruno Teixeira, Filipe Nascimento, Joana Santos, Rita Neto e Sofia Esteves são nomes de pessoas que, à partida, nada lhe dizem, certo? E se descobrisse que são jovens universitários, que fazem parte de uma geração fantástica de empreendedores e que são os melhores da Europa? Sim. Isso mesmo. E são portugueses.

Estes seis jovens, que estudam na Universidade do Porto em áreas de formação tão díspares quanto a Engenharia, a Gestão ou a Nutrição, criaram um sistema inovador e barato de detecção de incêndios florestais, que está a deixar os empresários entusiasmados e os responsáveis pela protecção civil agradecidos. Este ano, eles foram os vencedores em toda a

linha da primeira edição da competição organizada pela associação Junior Achievement Portugal (JAP). Ganharam em Portugal o prémio Graduate Programme, patrocinado pela Fundação Millennium bcp, e depois a competição europeia JA-YE Europe Enterprise Challenge 2011, organizada pela Junior Achievement em Madrid, em Julho. A empresa que criaram, a FLICK, foi reconhecida

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O que é a Junior Achievement?

como a “Start-up Company of the Year”. E como se tudo isto não bastasse, receberam em simultâneo o prémio Intel Innovation Award, que os distinguiu como a equipa portuguesa mais inovadora da competição. No início do ano os seis estudantes universitários juntaram-se e criaram a FLICK - simultaneamente nome de equipa e da empresa que, agora, procuram viabilizar mediante angariação de investidores. “Neste momento precisamos de 200 mil euros para avançar com o projecto”, revela Sérgio Tavares, que tem desenvolvido contactos com várias entidades, como a Direcção Geral de Florestas e a Protecção Civil, para pôr no terreno o novo sistema de detecção de incêndios florestais. Chips que detectam fogo Este espírito empreendedor parece não parar. Quando em Julho, dez dias depois de terem conquistado Madrid e a Europa, os seis jovens concorrentes participaram na cerimónia “Ringing Bell”, na abertura da sessão da NYSE Euronext Lisbon, a Bolsa de Valores de Lisboa, anunciaram que já teriam sido “abordados por responsáveis da multinacional Intel, que se mostrara muito interessada no sistema”. Num País e numa região do mundo fustigada anualmente por fogos florestais, os seis jovens inventores criaram um projecto que consiste em fornecer serviços para detecção de incêndios numa vasta gama de aplicações, através de um sistema composto por sensores multiespectrais. Com

Empreendedorismo, Responsabilidade e Iniciativa. Estes são os três valores que norteiam a Junior Achievement no mundo, desde 1919 – e também desde que, em 2005, chegou a Portugal. Nos últimos seis anos a organização educativa internacional sem fins lucrativos tem-se esforçado para promover no nosso País o espírito empreendedor junto de crianças e jovens e prepará-los para uma economia global. Os seus programas curriculares destinam-se a alunos com idades entre os 6 e os 26 anos e são leccionados por voluntários das empresas que se associam à organização nas escolas aderentes ao projecto. Juntamente com os professores, estes voluntários estabelecem a ponte com o mundo real. O seu contributo tem permitido aos jovens desenvolver o gosto pelo risco, a responsabilidade, a criatividade e a inovação. Para mais informações: info@japortugal.org / +351 214 876 800 / http://www.japortugal.org. esta ferramenta será possível reduzir o tempo de detecção dos incêndios, através de um sistema integrado que comunica entre si e com centrais, via ‘wireless’. A prova de fogo desta equipa vencedora foi entre 7 e 10 de Novembro, quando o projecto FLICK foi apresentado em São Francisco, Califórnia, EUA, durante o 7.º Intel Global Challenge, na Universidade de Berkeley. A verdade é que a FLICK já não será só um sonho, pois está a ser trabalhada para ser “líder no fornecimento de serviços e desenvolvimento de sistemas avançados para a detecção de incêndios”, garantem os promotores. “E com enfoque em novas soluções tecnológicas com grande fiabilidade, escalabilidade e constante melhoria contínua, de forma a providenciar aos seus clientes serviços de elevada qualidade”, adiantam. Fernando Nogueira, presidente da Fundação Millennium BCP, patrocinador exclusivo do Graduate Programme, salienta que “é essencial que se dinamize o empreendedorismo”. “Acreditamos que será um projecto de sucesso”, defende. Campeões no secundário Não foi com a medalha de ouro, mas antes com a

de prata, que a equipa Gold Water, da Escola Profissional Magestil, obteve, em Agosto, em Oslo, a capital da Noruega, o segundo lugar na competição europeia da Junior Achievement, na competição Nordea Award for the Best Bussiness Idea, na 22ª JA-YE Europe Company of the Year Competition, para jovens empresários. Além de terem sido distinguidos a nível europeu com o segundo lugar da competição, a presidente da empresa GoldWater, Ana Sofia Abreu, foi premiada com o Leadership Award, entre um total de 600 alunos, e irá representar Portugal em Bruxelas, em data a confirmar. Este prémio foi atribuído pelos Alumni (os antigos participantes), da Junior Achievement e distingue a capacidade de liderança e de trabalho em equipa. A equipa GoldWater destacou-se das restantes 33 mini-empresas que participaram nesta edição, pela originalidade na criação do produto Tap Bottle, que se caracteriza pelo desenvolvimento de uma embalagem para líquidos, facilmente transportável, reciclável e com um design moderno e apelativo, o que permite colocá-la, quando vazia, no bolso. A equipa vencedora era constituída por Ana Sofia Abreu, Vanessa Conceição, Gonçalo Plácido, Maria Silva, Maria Gaspar, Tiago Santos, Sizarina Varela, Alexandre Maldonado, Mafalda Costa e Sara Teixeira, do curso de Comunicação, Marketing, Publicidade e Relações Públicas da Escola Profissional Magestil. A embalagem Tap Bottle já é comercializada pelos alunos através do site www.goldwatertap.com. Novembro 2011 » PRÉMIO » 63

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Sociedade solidariedade RESPONSABILIDADE EMPRESARIAL

EMPRESAS QUE APOIAM BOAS CAUSAS

Ser solidário. Ser voluntário. Ser mecenas. Ou simplesmente ter Responsabilidade Social. Há um conjunto de empresas portuguesas que continua a pôr em prática os princípios de ajuda social, cultural e educativa. Eis alguns bons exemplos. Por João Bénard Garcia

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Mota-Engil é um dos grupos portugueses com maiores preocupações sociais. No “Ano Europeu do Voluntariado”, que se comemorou ao longo de 2011, manteve a sua tradição filantrópica e apoiou, com a instituição do “Prémio Manuel António da Mota”, no valor de 50 mil euros, organizações promotoras de voluntariado de proximidade que se distinguiram em actividades ou projectos de relevante interesse social e comunitário. A iniciativa da Fundação Manuel António da Mota distingue a entidade que melhor promova o combate ao isolamento social ou afec-

tivo dos idosos em risco de exclusão, que mais apoie doentes e pessoas com deficiência, que ajude crianças e jovens com dificuldades de aprendizagem e insucesso educativo, ou que dê a mão a famílias, grupos sociais e comunidades em geral que estavam em situação de carência social, económica, afectiva ou em risco de pobreza e exclusão social. Quem também alimenta a Responsabilidade Social é o Millennium bcp. “Assumimos um papel responsável na sociedade e acreditamos que a nossa existência só faz sentido se contribuirmos para um bem comum”, assume a instituição como lema e tábua de valores em todos os países onde opera. Em Portugal, a

Fundação Millennium bcp e, em Moçambique, o programa “Mais Moçambique pra Mim” desenvolveram programas próprios dinamizando inúmeras acções de apoio e interacção social e de combate à iliteracia financeira. Em Angola, através de uma parceria com o Grupo Amizade, são apoiadas iniciativas dirigidas a grupos mais desfavorecidos. Outra das mais-valias sociais do Millennium é o seu programa de microcrédito que, não sendo um instrumento puro de solidariedade ou mecenato, tem sido um poderoso veículo de promoção do empreendedorismo e inclusão social. Em onze anos permitiu criar 3195 postos de trabalho e ajudou a erradicar

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a subsidiação, fortalecendo a reintegração dos empreendedores e seus colaboradores nos circuitos financeiros tradicionais. No plano social, o Millennium organiza inúmeras iniciativas, numa lista impossível de reproduzir na íntegra, mas na qual se destaca o projecto cultural de “Arte Partilhada Millennium bcp”, dinamizado com a apresentação do património do banco em exposições itinerantes. Uns dão golos, outros ensinam “a pescar” O Banif Grupo Financeiro também não ficou de fora neste “Ano Europeu do Voluntariado” e tem promovido campanhas de recolha de bens, caminhadas solidárias e acções de pintura, como forma de “tocar positivamente” as comunidades a que o grupo chega, nomeadamente dando orientação

A Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC) é outra das empresas que desenvolve todos os anos várias acções de âmbito social, cultural e de apoio à formação. Com longa tradição de Responsabilidade Social, a cerveja Sagres associou-se em 2011 à Liga Portuguesa de Futebol Profissional e à ZON para apoiarem a Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC) e assim comemorarem a iniciativa “Maio, Mês do Coração”. E tal como em anos anteriores promoveu o Jogo de solidariedade da Fundação Luís Figo – All Stars 2011, cujos fundos angariados contribuirão para apoiar vários projectos sociais. Solidariedade voluntária Um dos pilares de apoio social da multinacional Cisco Systems é o denominado “Giving

O Barclays desenvolveu em 2011 um total de 19 projectos que envolveram 697 voluntários. aos mais jovens e às populações mais vulneráveis e fornecendo-lhes aconselhamento, não apenas financeiro, mas também pessoal e profissional O Barclays, por seu lado, desenvolveu em 2011 um total de 19 projectos que envolveram 697 voluntários, num total de 3652 horas pessoais em voluntariado. Como exemplos práticos dessas acções, o Barclays destaca o lançamento oficial da campanha “Contas à Vida Adultos/Famílias”, no âmbito do projecto “Contas Vida Jovem”, na Quinta do Mocho, em Loures, com o objectivo de ajudar as famílias na aquisição de competências básicas para enfrentarem os desafios financeiros diários.

Back”, que se traduz pelo sentido de responsabilidade dos seus colaboradores, incentivando-os a terem um papel mais activo na sociedade, com iniciativas de voluntariado e trabalho comunitário em prol dos mais desfavorecidos. As iniciativas que a empresa desenvolveu valeram à Cisco Portugal, nos últimos dois anos, o título de empresa mais socialmente responsável, atribuído pelo Great Place to Work Institute. Desde 1997 que a Cisco Foundation incentiva os funcionários da firma a fazerem donativos para diversas causas através do “Matching Gift Program”. Em Portugal, a Cisco Foundation apoia a Ajuda de Berço, as Aldeias SOS, a

Associação Salvador, o Banco Alimentar Contra a Fome e a Cruz Vermelha. A Essência do Vinho, por seu lado, aproveitou os seus eventos Essência do Vinho – Porto 2011 e Essência do Gourmet 2011, para promover as suas próprias acções de Responsabilidade Social. Por cada entrada no evento, 1,50 euros reverteram para a Associação Bagos d’Ouro, instituição que apoia crianças desfavorecidas da região do Alto Douro Vinhateiro. A EV – Essência do Vinho é uma empresa portuguesa, sedeada no Porto, fundada nas vésperas da realização da primeira edição do evento Essência do Vinho – Porto, em 2004. Dirigida por Nuno Botelho e Nuno Guedes Vaz Pires, a EV – Essência do Vinho é líder de mercado na produção de eventos enogastronómicos em Portugal, promovendo anualmente as iniciativas Essência do Vinho – Porto, Essência do Gourmet, Peixe em Lisboa e Allgarve Gourmet, entre outros. Fábrica de empreendedores Dedicada a 100% à formação e ao apoio social está a Associação Júnior Achievement, uma organização mundial sem fins lucrativos, que promove os valores da responsabilidade e empreendedorismo junto dos jovens, envolvendo-os directamente no mundo empresarial e preparando-os para o mercado de trabalho. O trabalho é feito com a ajuda de voluntários, colaboradores das empresas patrocinadoras de cada programa e professores das escolas locais que, com o seu ‘know-how’ e experiência leccionam cursos na área de negócios, economia e iniciativa empresarial, fomentando o empreendedorismo dos jovens. A JAP (do inglês Júnior Achievement Association), promove programas que ensinam crianças e jovens a “Aprender a Empreender” e prepara-os para terem sucesso numa economia global através da educação, estimulando-os a desenvolver uma cultura de responsabilidade individual. Novembro 2011 » PRÉMIO » 65

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Iniciativa Palácio da Bolsa

A ECONOMIA PORTUGUESA VISTA PELOS REGULADORES

As conferências do Norte estão de volta. Os portugueses vão ficar a saber o que pensam os reguladores que põem ordem na nossa economia.

A

s duas primeiras edições dos jantares/debate “Conferências do Palácio”, que decorreram no Palácio da Bolsa, no Porto, foram eventos de reconhecido êxito. E foi esse sucesso que levou a Associação Comercial do Porto, em parceria com a consultora Cunha Vaz & Associados, a avançar para o 3.º ciclo de conferências. Os participantes convidados neste novo ciclo terão oportunidade de escutar a opinião dos principais reguladores sectoriais, num momento de mudanças sensíveis nas regras económicas. No primeiro ciclo, o púlpito pertenceu a seis embaixadores em Lisboa, que debaterem as re-

lações bilaterais de Portugal com os respectivos países e a instável situação mundial. O segundo ciclo das conferências envolveu seis empresários portugueses, que analisaram a situação actual das empresas portuguesas e o seu contexto no mercado global. Agora, neste 3.º ciclo, chega a vez de serem ouvidos seis presidentes e governadores das principais entidades que regulam os mercados em Portugal. A terceira temporada do ciclo “Conferências do Palácio”, tem início dia 17 de Novembro e terminará em finais de Maio de 2012, num seriado de jantares/debate onde poderão ser ouvidos múltiplos pontos de vista sobre a actual situação das economias portuguesa e global, bem como

distintas perspectivas para a saída da crise instalada. Como proferiu Rui Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto, no discurso de encerramento do 2.º ciclo das conferências: “Atenta à importância destas instituições para o saudável desenvolvimento do país, a Direcção da Associação Comercial do Porto, novamente em parceria com a Cunha Vaz & Associados, decidiu apostar numa nova edição deste ciclo, acreditando serem estas iniciativas que, para além de afirmarem o Palácio da Bolsa como um importante pólo de atracção da cidade, contribuem para o enriquecimento da vida cultural e social do Porto”. Está lançado o mote. Venha o debate de ideias.

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17 DE NOVEMBRO DE 2011 Carlos Tavares Presidente da CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários Carlos Tavares, antigo ministro da Economia no Governo de Durão Barroso, foi convidado a presidir à CMVM pelo governo socialista de José Sócrates. Licenciado pela Faculdade de Economia do Porto, tem fama de ser “mestre em assuntos da banca”. Foi Secretário de Estado do Tesouro, depois de uma carreira na banca. 15 DE DEZEMBRO DE 2011 Carlos da Silva Costa Governador do Banco de Portugal Carlos Costa “é um reputado economista”, como lhe chamou o ex-ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, quando o Governo o convidou a suceder a Vítor Constâncio à frente dos destinos do Banco de Portugal. Quando foi chamado ao BdP era vice-presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI), culminando uma carreira ao serviço de instituições europeias.

19 DE JANEIRO DE 2012 Guilherme d’ Oliveira Martins Presidente do Tribunal de Contas Licenciado em Direito e mestre em Ciências Jurídico-Económicas, foi assistente na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, consultor jurídico, director dos Serviços Jurídicos da Direcção-Geral do Tesouro, professor, deputado, secretário de Estado da Administração Educativa e sucessivamente ministro da Educação, das Finanças e da Presidência. 9 DE FEVEREIRO DE 2012 Jorge Almeida Simões Presidente do Conselho Directivo da ERS – – Entidade Reguladora da Saúde Coordenador do novo Plano Nacional de Saúde 2011/2016, foi nomeado para dirigir os destinos da ERS. Doutorado em Ciências da Saúde, foi professor universitário e consultor para os Assuntos da Saúde do Presidente Jorge Sampaio.

12 DE ABRIL DE 2012 Vítor Santos Presidente do Conselho de Administração da ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos Antigo secretário de Estado da Indústria e Energia e da Economia, nos governos de António Guterres, foi vice-presidente do IAPMEI, presidente da Comissão Euro-Empresas e Director-Geral do Gabinete de Estudos e Prospectiva Económica do Ministério da Economia, tendo trabalhado em consultadoria e avaliação de programas comunitários. MAIO DE 2012 (dia a confirmar) Luís Noronha Nascimento Presidente do Supremo Tribunal de Justiça Natural do Porto, licenciado em Direito, começou a sua carreira jurídica como delegado do Procurador da República nas Comarcas de Paredes, Pombal e Santo Tirso. Foi Juiz-Desembargador no Tribunal da Relação de Lisboa, vogal do Conselho Superior da Magistratura e é, desde 1998, Juiz-Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, organismo ao qual preside, desde 2006. Novembro 2011 » PRÉMIO » 67

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Debate Portugal 2020

4.º CONGRESSO NACIONAL DOS ECONOMISTAS

DEBATE SOBRE O FUTURO

Numa conjuntura difícil em que o papel dos economistas assume uma importância vital, Rui Leão Martinho, bastonário da Ordem dos Economistas, promoveu um debate sobre o presente e as perspectivas da economia portuguesa.

N

um “tempo em que o País vive uma das crises mais profundas da história da nossa democracia”, como bem referiu o Presidente da República, Cavaco Silva, a Ordem dos Economistas reuniu o seu 4.º Congresso, tendo como cenário o Grande Auditório do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa. Rui Leão Martinho, o Bastonário da Ordem, foi o anfitrião de um evento que reuniu a nata do pensamento económico português. Sob o lema geral “O Nosso País no Contexto Global”, a Ordem promoveu, ao longo dos três dias de duração do Congresso, um extenso debate sobre os problemas actuais e as perspectivas futuras da economia portuguesa e

da Europa. “Vivemos um tempo em que muito se exige do talento e da capacidade dos nossos economistas”, salientou o também economista, ex-ministro das Finanças e ex-primeiro-ministro, Aníbal Cavaco Silva. “Dos economistas espera-se, muito em particular, que contribuam, com a sua reflexão, para o debate do Programa de Assistência Financeira para esclarecer e consciencializar os decisores políticos e a sociedade portuguesa sobre os desafios e as obrigações que Portugal enfrenta”, adiantou, ainda antes do actual ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, revelar aos presentes o seu plano para transformar Portugal num País mais competitivo e amigo do investimento.

Chuva de estrelas Num desfile que integrou praticamente todos os ex-ministros das Finanças e muitos antigos governadores do Banco de Portugal, incluindo o actual, uma série de oradores e painéis debateu a situação actual e as perspectivas que se abrem a Portugal, num futuro a médio prazo. Félix Ribeiro, João Salgueiro, Miguel Beleza e Vítor Bento trocaram argumentos sobre os desígnios de Portugal para 2020, num contento global, enquanto António Mexia, José Honório, José Maria Ricciardi e Paulo Pereira da Silva se enquadraram, noutro painel, numa perspectiva mais empresarial. Mais específicos, foram os painéis sobre o

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papel do Estado em questões como a concorrência, o contexto, a fiscalidade e a inovação, entre António Lobo Xavier, Jaime Quesado, João Amaral Tomaz, Mário Centeno e Valentí Pich, e sobre a Coesão Social, Liderança e Empreendedorismo, onde intervieram Carlos Moreira da Silva, Francisco Maria Balsemão, João Trigo da Roza e Luís Reis. Mais virado para fora, o terceiro dia de Congresso centrou-se no desenvolvimento económico, das relações e das parcerias entre Portugal e os Países de Língua Portuguesa, com a participação de Fátima Fialho, Judite Correia, Luís Mira Amaral e Maria Sousa Galito e Jorge Braga de Macedo e Manuel Ennes Ferreira. Também neste último dia do Congresso, o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, explicou a necessidade do rigoroso ajustamento da economia, tento em vista a correcção dos desequilíbrios estruturais e, em particular, a redução do défice e da dívida pública. Mas avisou: “Em 2014 temos que passar à segunda fase, à do crescimento: Que Estado queremos? Que tributação estamos

dispostos a aceitar? Queremos menos tribunais e menos bens e serviços públicos ou vice-versa? Esta discussão tem que ser feita. A sociedade tem que dizer se quer ou não pagar os serviços. E depois o Estado tem que olhar para a forma mais eficiente de produzir um serviço. Com redução de custos, mais organização, mais quadros e mais racionalização de recursos”. Rigor e Realismo A encerrar o Congresso, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho reforçou as palavras iniciais do Presidente da República: “O papel dos economistas no momento actual assume um enorme significado. Deles esperamos sobretudo rigor e realismo”. Quando confrontados com uma escolha entre diferentes fins e meios escassos, a economia ensina-nos a escolher com a consciência plena do que estamos a escolher. Para que uma escolha seja verdadeiramente livre é necessário conhecer as implicações e os custos das várias alternativas. É a economia que

nos permite escolher um sistema coerente de objectivos. É relativamente fácil ver os efeitos imediatos de uma decisão política. Mais difícil, mas igualmente importante, é compreender as repercussões menos imediatas e os efeitos indirectos. Em nenhuma área são estas considerações tão importantes como no problema do crescimento económico. Palavras que o primeiro-ministro foi beber à definição do papel da Economia do economista Lionel Robbins, há mais de meio século. Vito Tanzi, especialista em projectos de reformas económicas com uma longa carreira ao serviço do FMI, foi um dos ‘keynote speakers’ convidados do Congresso, onde apresentou uma perspectiva histórica e contemporânea da convivência dos governos com os mercados. Uma intervenção que viria a ser complementada pela apresentação de Diogo Feio, sobre o novo governo económico da Europa, antecipando já a criação de um futuro ministro das Finanças pan-europeu e todos os novos mecanismos de supervisão e controlo orçamental dos Estados-membros.

Fotos gentilmente cedidas pela Ordem dos Economistas

“Em 2014 temos que passar à segunda fase, à do crescimento”, avisa Carlos Costa.

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» Debate Portugal 2020 Prémios Carreira

Além de um Fórum de debate exaustivo sobre os problemas e as perspectivas da economia portuguesa, o Congresso Nacional serviu também de palco ao reconhecimento público do trabalho de alguns economistas portugueses. Rui Leão Martinho, bastonário da Ordem dos Economistas, distinguiu os seus colegas António de Almeida, Francisco Murteira Nabo e Norberto Pilar, com o a entrega de um prémio carreira. António Almeida (detentor da cédula profissional n.º 441), licenciou-se em Economia, pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto, em 1961. A sua carreira começou em Moçambique, mas foi no Continente, já depois de 1974, que viria a atingir o apogeu, com a sua nomeação como Secretário de Estado do Tesouro, de 1978 a 1980 e, novamente, de 1983 a 1985. Foi presidente da União de Bancos Portugueses e da EDP, consultor do Banco de Portugal e da Associação Industrial Portuense, administrador do BERD e presidente do OMIP e da OMIClear. Como académico, foi professor convidado da

Faculdade de Economia da Universidade de Lourenço Marques e da Universidade Autónoma de Lisboa e é, desde 2009, Presidente do Conselho de Escola do ISEG. Francisco Murteira Nabo (detentor da cédula profissional n.º 6704), licenciou-se em Economia, pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, em 1969. Findo o curso, começou a trabalhar na Companhia Portuguesa Rádio Marconi, onde chegou a presidente do Conselho de Administração, de 1978 a 1982. Foi ainda vice-presidente da Sorefame (19821983). No final da década de 1980 partiu para Macau, em cuja Administração foi Secretário-Adjunto para a Educação, Saúde e Assuntos Sociais (1987) e Secretário-Adjunto para os Assuntos Económicos (1989), além de ter sido Encarregado do Governo do Território de Macau de (1990-1991. Foi Secretário de Estado dos Transportes (1983-1985) e ministro do Equipamento Social (Obras Públicas, em 1995). Do governo saiu para presidente da Portugal Telecom (1996-2003). É vogal do Conselho de Administração do

Banco Espírito Santo, administrador não executivo da Holdomnis – Gestão e Investimentos e do Seng Heng Bank de Macau, presidente da Cotec Portugal – Associação Empresarial para a Inovação, membro do Conselho Superior de Ciência, Tecnologia e Inovação, presidente da Câmara do Comércio e Indústria Luso-Chinesa, membro da Associação Comercial de Lisboa, membro do Conselho de Curadores da Fundação Oriente, membro do Conselho Consultivo do INSEAD e presidente da Direcção da Proforum – Associação para o Desenvolvimento da Engenharia. Em Dezembro de 2007 foi eleito Bastonário da Ordem dos Economistas. Norberto Pilar (detentor da cédula profissional n.º 137), acumulou uma vasta experiência da administração e na presidência de empresas, como a seguradora Lusitânia, a transportadora marítima Portline, a TAPAir Portugal e os CTT-Correios de Portugal. No âmbito do Congresso dos Economistas, foi ainda atribuído um Prémio de Jorna lismo Económico a Cristina Ferreira, do jornal Público.

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Na página anterior: Fátima Fialho, António Mexia, António Lobo Xavier, Carlos Costa, Rui Leão Martinho e Pedro Passos Coelho Nesta página: Luís Mira Amaral, Francisco Murteira Nabo, Álvaro Santos Pereira, Vítor Bento e João Salgueiro

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Uma iniciativa

Conferências do Palácio 2011/12 Powered by

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Consultores em Comunicação, S.A.

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A ECONOMIA PORTUGUESA VISTA PELOS REGULADORES 17 | Novembro | 2011

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Carlos Tavares

Jorge Manuel Trigo de Almeida Simões

15 | Dezembro | 2011

12 | Abril | 2012

Carlos da Silva Costa

Vítor Santos

19 | Janeiro | 2012

Maio* | 2012

Guilherme d'Oliveira Martins

Luís António Noronha Nascimento

Presidente da CMVM Comissão do Mercado de Valores Mobiliários

Governador do Banco de Portugal

Presidente do Tribunal de Contas

Presidente do Conselho Directivo da ERS Entidade Reguladora da Saúde

Presidente do Conselho de Administração da ERSE Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos

Presidente Supremo Tribunal de Justiça * dia a confirmar PATROCÍNIO

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Telecomunicações cisco expo

INOVAÇÃO

PORTUGAL É MERCADO DE ALTO POTENCIAL PARA A CISCO Duas mil pessoas encheram o Centro de Congressos do Estoril para conhecer as últimas inovações tecnológicas na área das telecomunicações. A Cisco Systems juntou alguns dos mais altos quadros empresariais do País e desafiou-os a discutir inovação e globalização. Por João Bénard Garcia

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urante o encontro, que decorreu em finais de Setembro no Centro de Congressos do Estoril, Carlos Brazão, director-geral da Cisco Portugal, anunciou que a líder mundial em redes para Internet tem perspectivas “de abrir novos centros de suporte e vendas”. “Portugal está sempre no mapa e os centros Cisco em Lisboa têm vindo a subir na hierarquia”, declarou o responsável, à margem da Cisco Expo 2011. Além da mobilidade, dos vídeos e dos centros de suporte, Carlos Brazão identifica o “cloud computing” – tecnologia que possibilita o acesso a dados armazenados em servidores na internet – como uma área de oportunidade no nosso País, quer ao nível da administração

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Zeinal Bava e Carlos Brazão na Cisco Expo 2011

A Cisco Expo 2011 foi um dos maiores eventos de Tecnologias de Informação que ocorreu em Portugal. pública quer da indústria ou serviços, permitindo, com esta futurista plataforma tecnológica, obter uma redução significativa de custos, como aconteceu recentemente com um banco português. A Cisco Expo 2011, sob o lema “Innovate Together”, foi um dos maiores eventos de Tecnologias de Informação (TIs) que ocorreu em Portugal e teve como objectivo reunir, durante dois dias, os principais ‘players’ do sector das telecomunicações. O encontro juntou mais de dois mil decisores empresariais e líderes de opinião e pô-los a debater temas ligados à inovação e globalização. Em suma: mostrou o que de mais inovador se tem feito em Portugal nesta área e permitiu escutar o que pensam parceiros e ‘opinion makers’ sobre as novas tecnologias.

Montra de produtos tecnológicos Um dos oradores presentes no evento foi Zeinal Bava, presidente executivo da Portugal Telecom, e um dos parceiros estratégicos da Cisco, que destacou a evolução tecnológica que vivemos actualmente em Portugal, considerando ser o nosso País “uma montra tecnológica para vários países emergentes”. O encontro, onde se debateu com profundidade a evolução tecnológica mundial, contou ainda com a presença de Rogério Carapuça, presidente do Conselho de Administração da Novabase, outro parceiro estratégico da Cisco; mas também com a da piloto de acrobacia aérea Diana Gomes da Silva; com o director de operações da Strategos Iberia, Pedro do Carmo Costa; e com convidados internacionais todos eles altos quadros da multinacional Cisco.

Casal Cisco numa “lua-de- mel aventura”

Trabalham juntos na sede da Cisco em Bruxelas. Chamam-se António Carola, 28 anos, e Juana Dehanov, 29. São engenheiros de telecomunicações formados em Portugal. Tiraram o MBA juntos na Bélgica. Casaram-se em Agosto último e no dia 11 de Setembro arrancaram numa “lua-de-mel aventura”. Durante um ano vão dar a volta ao mundo. Com uma particularidade: “vão visitar 16 sedes internacionais da Cisco, fazer ‘networking’ com os colegas locais, testar o funcionamento das tecnologias de informação e depois partilhar as experiências de trabalho e de viagem num blogue e numa das plataformas profissionais internas da Cisco Systems. Durante um ano este casal de portugueses aventureiros vai passar pela Indonésia, Coreia do Sul, China, Vietname, Laos, Camboja, Tailândia, Myanmar, Malásia, Singapura, Austrália (Sydney), Fiji e Nova Zelândia. Em Abril de 2012 contam atravessar o Pacífico e na América do Sul visitar o Chile, a Ilha de Páscoa, a Argentina, a Bolívia e o Peru. E não deixam de fora a possibilidade de, caso lhes sobre tempo e dinheiro, de fazerem uma passagem por África, mais concretamente por Moçambique. Juana e António prepararam esta viagem ao pormenor durante três anos.

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Transportes inovação

IBUS

O AUTOCARRO DO FUTURO O autocarro do futuro será mais ecológico e confortável. E terá como um dos seus principais materiais o CoreCork, um compósito com núcleo de cortiça, desenvolvido em Portugal pela Corticeira Amorim.

O

projecto reúne a nata da investigação portuguesa, entre empresas do sector, fornecedores de tecnologia e gabinetes de ‘design’. O Objectivo? Estudar uma solução mais eco-eficiente e confortável para os autocarros do futuro, integrando alguns materiais de tecnologia de ponta. Entre eles, o CoreCork, um inovador compósito com núcleo de cortiça, que o grupo Amorim pretende utilizar nas indústrias automóvel e aeroespacial. Desenvolvido em Portugal, o projecto IBus é um conceito inovador, que se inspirou nas indústrias aeronáutica e automóvel e que, graças ao uso da CoreCork nas estruturas do autocarro, permite uma redução de aproximadamente 40% do peso total da carroçaria, com benefícios ao nível do consumo, da performance e da estabilidade do veículo e dos custos de operação e manutenção.

Representando um investimento de um milhão de euros, o IBus foi desenvolvido por um consórcio português que integra a Corticeira Amorim, Couro Azul, SET e SCT–INEGI e que conta ainda com a colaboração da empresa de ‘design’ industrial Almadesign e da Caetano Bus. Um grupo que integra competências de diversas áreas tecnológicas. O projecto foi financiado pelo FEDER e pelo QREN, no âmbito do Compete – o Programa Operacional Factores de Competitividade -, no montante de 485 mil euros, e conta com a Caetano Bus, que acompanhou desde o início o seu desenvolvimento, como potencial compradora. O conceito já foi testado e a sua performance destaca-se quando comparada com as soluções actualmente existentes. As principais inovações estão nos bancos de passageiros – mais leves, mais finos e mais seguros -, nos compartimentos de

arrumação das bagagens, de inspiração aeronáutica, no sistema de iluminação, mais eco-eficiente, nas tampas exteriores da bagageira em compósito com núcleo de cortiça (menos 50% de peso), nos painéis laterais, com melhorias ao nível do isolamento térmico e acústico, e, finalmente, no piso em sanduíche de cortiça, que veio substituir o tradicional e pesado contraplacado. A ‘mock-up’ do projecto foi apresentada na feira Coach and Bus Live 2011, em Birmingham, entre 200 outros produtos, e nas Conferências Internacionais de Design, que decorreram em Outubro, na Marinha Grande. Em tamanho real, com uma secção correspondente a 2,4 metros de comprimento de um autocarro de turismo, esta espécie de maqueta à escala 1/1 permite visualizar e testar soluções para futuras aplicações em carroçarias de autocarros, inspiradas e aplicadas nas áreas aeronáutica e automóvel.

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Projecto Life: UM CONCEITO FUTURISTA O consórcio responsável pelo desenvolvimento do projecto IBus reúne várias empresas e instituições de I&D portuguesas, com competências em várias áreas. Além dos parceiros, o consórcio contou com o apoio da MNAC, no projecto e instalação de sistemas electrónicos e de iluminação, e da Robbialac, nos testes e fornecimento de tintas e acabamentos.

Almadesign É uma empresa de serviços de projecto e consultoria, com valências em todas as fases do processo de design, desde o conceito e desenvolvimento à prototipagem e promoção de produtos. No projecto IBus realizou a pesquisa, o conceito de design, a definição de materiais, a modelação de superfícies em 3D e acompanhou a montagem da ‘mock-up’.

Caetano Bus É uma parceria entre os Grupos Salvador Caetano e Daimler Chrysler e fabrica carroçarias e veículos para o transporte público de passageiros. Caetano Components É uma empresa do Grupo Salvador Caetano, que produz componentes metálicos, bancos para veículos de transporte revestidos a tecido ou couro, conjuntos de condutas para ar

condicionado e ar forçado e espumas moldadas de poliuretano flexível.

o piso da carruagem e forneceu o Corecork para as estruturas compósitas.

SET Empresa do Grupo Iberomoldes, presta serviços integrados aos sectores automóvel, aeroespacial e electrónico, que vão desde a concepção à produção. Foi responsável pelo desenvolvimento e engenharia do produto, prototipagem e produção de componentes da ‘mock-up’.

Couro Azul Está integrada no Grupo Carvalhos e é especializada na produção de couro técnico para transportes ferroviário e aeronáutico.

Amorim Cork Composites Subsidiária da Corticeira Amorim, é fornecedora de soluções de elevado desempenho em cortiça, para indústrias de vanguarda, como a aeronáutica, engenharia espacial e transportes. No IBus, desenvolveu

INEGI Instituição de interface entre a Universidade e a Indústria, vocacionada para a realização de actividades de transferência de tecnologia e de inovação. No IBus centrou-se no estudo e desenvolvimento de soluções técnicas inovadoras para o projecto, introduzindo materiais compósitos avançados combinados com materiais naturais.

Um laboratório de inovações PAINÉIS LATERAIS Na produção dos painéis laterais do IBus foram aplicados novos materiais compósitos com núcleo de cortiça Corecork, que lhe conferem maior resistência, melhor isolamento acústico e térmico, e maior leveza. O design modular permite a adaptação a diferentes tipos de carroçaria.

PAVIMENTO Para o chão do autocarro foi desenvolvido um piso no mesmo compósito com núcleo de cortiça Corecork, que cumpre as normas a nível mecânico, melhora o conforto acústico e térmico e reduz em 40% o peso do piso relativamente às soluções actuais, contribuindo para a redução do consumo do veículo e redução das emissões de CO2.

SISTEMA DE BAGAGEIRA, ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO O inovador sistema de bagageiras inspirou-se na indústria aeronáutica. Foi feito em plástico injectado, é modular e propõe uma assemblagem muito simplificada em relação às soluções existentes, permitindo a maximização do espaço de arrumação. Os módulos Multiset permitem uma maior estandardização e modularidade e integram os sistemas de ventilação e de iluminação.

TAPA-PERNAS O tapa-pernas inclui dois corrimãos de auxílio ao utilizador, melhorando a segurança e i conforto no acesso. Para garantir a segurança dos passageiros, o tapapernas dispõe de dois sinalizadores luminosos LED, que se acendem no caso da não utilização do cinto de segurança.

TAMPAS EXTERIORES Fabricadas a partir de duas peças - uma tampa exterior em fibra de vidro com núcleo em Corecork e uma estrutura interior em tubos de fibra de carbono – as tampas são mais resistentes, mais leves e evitam os problemas de corrosão das tampas metálicas. Permitindo maior conforto e acessibilidade aos utilizadores, diminuem substancialmente o peso total da carroçaria, com benefícios para o consumo, performance e estabilidade.

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Destino Rio Grande do Sul Vista de Porto Alegre à noite

PORTO ALEGRE

A CIDADE MAIS EUROPEIA DO BRASIL A capital do Estado do Rio Grande do Sul conjuga uma política bem sucedida de diversidade e pluralidade, com elevados índices de desenvolvimento económico e humano. Uma cidade multicultural por natureza, terra de grandes escritores, intelectuais, artistas e políticos que marcaram a história do Brasil.

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Casa de Cultura Mário Quintana

Fotos Alfonso Abraham, Carmem Gamba, João Fiorin, Octacílio Dias

Chimarrão, bebida típica dos gaúchos e o Lago Guaiba

Museu da Fundação Iberê Camargo

Cais do Porto de Porto Alegre

S

ituada na margem do rio Guaíba, Porto Alegre, a capital de Rio Grande do Sul é considerada a cidade mais europeia do Brasil. Distingue-se das demais metrópoles brasileiras mais conhecidas pelas suas paisagens tropicais de sol e mar pela sua aposta na cultura, no mundo das artes e no entretenimento. Com um porto fluvial bastante movimentado, Porto Alegre é a capital da quinta maior economia do Brasil e o mais importante centro industrial, comercial e cultural do Estado do Rio Grande do Sul. É também uma das cidades brasileiras mais procuradas por turistas estrangeiros em viagens de negócios, de feiras e congressos e uma das quatro cidades do Brasil que mais eventos internacionais acolhe. Porto Alegre será uma das cidades-sede dos jogos da Copa de 2014. A urbe foi fundada pelos portugueses no

século XVIII e, a partir daí, recebeu um grande fluxo de imigrantes oriundo de várias partes do mundo, principalmente alemães e italianos. A presença dessas múltiplas expressões étnicas marcou fortemente a cultura, os hábitos e a economia desta pequena cidade cosmopolita com 1,4 milhões de habitantes. Localizada no centro geográfico do Mercosul, Porto Alegre polariza a região formada por extensas planícies que dominam a região inferior da América do Sul. É nesta paisagem ímpar, de herança pastoril e vastos horizontes, que nasceu o gaúcho, figura histórica caracterizada pelo espírito guerreiro e pelo amor à terra, resultado das batalhas de fronteiras entre os reinos de Portugal e Espanha na época da divisão do novo continente. Cultura e lazer Prédios históricos de arquitectura europeia, conservados em perfeitas condições, e, gran-

de parte deles, transformados em museus, memoriais e centros culturais, fazem parte da intensa agenda cultural de Porto Alegre. A cidade é, aliás, um importante pólo produtor e consumidor de teatro, música, literatura, cinema e artes plásticas e visuais, com eventos e atracções durante o ano inteiro. Na capital gaúcha há sempre muito para ver e fazer. Entre os locais imperdíveis estão o movimentado Mercado Público Central, um dos dez melhores do país; o conjunto arquitectónico do Centro Histórico, o novo nome da região mais central de Porto Alegre, onde a cidade nasceu há mais de 200 anos; os passeios de barco no Lago Guaíba, a mais forte expressão geográfica e paisagística da cidade; os muitos parques urbanizados; o interactivo Museu de Ciência e Tecnologia da PUC, um parque temático de referência na América Latina; e o Museu da Fundação Iberê Camargo, o primeiro projecto do arquitecto português Novembro 2011 » PRÉMIO » 77

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Destino Rio Grande do Sul Álvaro Siza Vieira no Brasil, que transformou Porto Alegre num pólo irradiador da arte moderna e contemporânea. Mas não só na cultura a cidade tem sido vanguardista. É também a capital brasileira mais verde – nas ruas, há uma árvore por cada habitante, o que torna o seu clima mais agradável. Na noite e na gastronomia, Porto Alegre revela com nitidez a multiplicidade da sua cultura. A vida nocturna é intensa e repleta de boas opções, capaz de dar resposta aos mais variados gostos. Os restaurantes servem o melhor da cozinha internacional e o verdadeiro sabor local é o churrasco, consagrado como o prato típico brasileiro. Numa viagem de uma hora e meia chega-se a um dos principais destinos turísticos dos brasileiros, a chamada Serra Gaúcha. É nesta região montanhosa, de pequenas e charmosas cidades e de clima mais frio, que são produzidos os principais e melhores vinhos do país. O ponto alto são as compras, a gastronomia de inspiração italiana e alemã, os passeios por vales e parques com cachoeiras e visitas a vinícolas da região. Mobilidade e Segurança Como pequena cidade, Porto Alegre é uma urbe com grande facilidade em termos de mobilidade. O aeroporto fica a apenas 15 minutos do centro da cidade e não são precisos mais do que 30 minutos para deslocações de um ponto a outro. Porto Alegre possui ainda uma boa

Gambrinus, um dos restaurantes centenários do Mercado Público

rede de táxis e um sistema de transportes colectivos bastante eficiente, considerado modelo no Brasil. A cidade também se diferencia por oferecer um óptimo nível de segurança pública em relação à maioria das suas congéneres latino-americanas. Cidade-sede do Mundial 2014 Cidade com duas equipas de futebol campeãs mundiais (o Internacional e o Grémio), que projectou para o mundo jogadores de futebol como Ronaldinho e Pato, e celebridades como

a ‘top model’ Gisele Bündchen, Porto Alegre será uma das cidades-sede dos jogos da Copa de 2014. Granjeou essa posição graças à sua oferta turística e estrutura receptiva, preparada para receber turistas de todo o mundo. Existem dois estádios na cidade que poderão vir a ser palco de jogos do Campeonato do Mundo de 2014. O Estádio Beira-Rio, que está a ser reformulado, propriedade do Internacional e com capacidade para 60 mil pessoas; e o Estádio Olímpico/Arena Grémio, um novo estádio que o Grémio está a construir com capacidade para 52 mil espectadores.

Parque da Redenção, o mais popular ponto de encontro

Mercado Público localizado no Centro Histórico

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Centro Cultural Usina do Gasômetro

Prefeitura de Porto Alegre

INFORMAÇÕES ÚTEIS: Com clima subtropical, Porto Alegre tem uma temperatura média anual de 19,5°C (67,1°F), chegando a máximas de 35°C (95°F), no Verão, e mínimas de 2°C (35,6°F), no Inverno. Isso garante à cidade um clima ameno durante o ano inteiro. O fuso horário é GMT -3:00. Portanto, para a Europa, é preciso reduzir entre 3 horas, para Londres e Lisboa, e 4 horas, para Paris e Madrid.

Porto Alegre em números: 250 tipos de hospedagem

Tem entre hotéis (90), apartamentos e residenciais, que oferecem cerca de 14 mil camas. Quatro redes internacionais têm investimentos locais: Sheraton, Accor (Íbis, Novotel, Mercure), Blue Tree e InterContinental Hotels Group (Atlantica).

3,5 mil restaurantes, ‘fast food’, bares e cafés

com um roteiro gastronómico diversificado. Destaque para a alta cozinha internacional, a culinária de inúmeros países e as muitas casas da cozinha regional. A qualidade é o ponto forte da culinária na capital gaúcha, onde se come muito bem e se paga barato.

Transporte público urbano é composto por autocarros, metro de superfície, táxis e ‘minibus’. O serviço de comboios urbanos faz a ligação da capital às cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre.

Promoção de Porto Alegre em Portugal e Espanha O Secretário Municipal do Turismo de Porto Alegre, Luiz Fernando Moraes, esteve em Portugal no final do mês de Maio para promover o destino Porto Alegre no nosso País, garantindo que, “o mercado português é a nossa prioridade”. No primeiro semestre do ano foram realizados dois ‘workshops’ - Lisboa e Porto - para agentes de turismo, dentro de uma programação da Embratur. Nesta ocasião foi anunciada a criação de voos directos da TAP entre Lisboa e Porto Alegre. Assim, desde o dia 12 de Junho estas duas cidades estão mais próximas entre si com quatro voos semanais. As partidas para Porto Alegre têm lugar às segundas, quartas-feiras, sábados e domingos e farão ligação com o Aeroporto Internacional Salgado Filho, um dos maiores terminais aeroportuários do Brasil, com um movimento médio diário de 174 aeronaves em voos regulares que ligam a capital gaúcha às restantes capitais do país e às cidades do interior dos Estados do Sul e de São Paulo. Nas suas acções de promoção, Porto Alegre incluiu também o mercado espanhol. Porto Alegre recebe cerca de 2 milhões de turistas/ano, principalmente motivados por negócios e eventos. A Serra Gaúcha recebe cerca de 3 milhões/ano de turistas de lazer. A cidade vai receber o Campeonato Mundial de Futebol e já estão a ser realizados investimentos de modernização. “Estamos a renovar ruas e avenidas por toda a cidade, temos dois modernos estádios em construção e está em obras um grande projecto de saneamento para devolver a balneabilidade do nosso lago”, acrescentou o mesmo responsável.

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Guia viagem

LUANDA A CIDADE QUE NUNCA DORME

A noite. O clima. As pessoas. Estas são as marcas que distinguem Luanda para quem chega de fora em negócios ou lazer. Escolhemos o melhor que esta apaixonante capital tem para lhe oferecer. Por João Bénard Garcia

Q

uando há 436 anos o navegador português Paulo Dias de Novais desembarcou na ilha do Cabo relatou ter ficado muito espantado por ali ter encontrado uma população nativa bastante numerosa, a que davam o nome de muxiluandas, o que no dialecto local queria dizer homem da ilha ou do mar. Para agravar ainda mais a densidade populacional, Novais desembarcou 700 homens das suas caravelas e assentou arraiais. Um ano depois, deu conta que o local não era o ideal, avançou então para terra mais firme. Em 1576 fundou a vila de São Paulo de Luanda, tendo de imediato erigido a igreja de São Sebastião, no morro de São Miguel. No século XVII, durante a integração de Portugal com Espanha, a cidade esteve uns anos nas mãos dos holandeses, mas em 1648 foi reconquistada pelos portugueses. Muitos edifícios, ao longo de quatro séculos, testemunham a presença lusa. É essa mistura de construções, antigas e modernas, que confere à cidade um aspecto único enquanto capital africana, por vezes meio desordenado. O navegador Paulo Dias Novais ficaria ainda mais espantado se hoje atracasse as suas caravelas na baía de Luanda. É que o lugar que ele, no século XVI, achava demasiado populoso, alberga agora quase quatro milhões de habitantes. É uma cidade fervilhante de animação e a mais cara do mundo.

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Pimm’s

É com entrada real que se desfruta uma refeição no Pimm’s. Uma passadeira vermelha encaminha os comensais até às mesas para degustarem uma gastronomia variada inspirada em pratos portugueses e beberem os néctares da garrafeira, alguns dos melhores vinhos, champanhes e conhaques do mundo. Campeão de vendas de Barca Velha em Angola, comercializa 200 garrafas/ano das bebidas mais caras. Ambiente tranquilo. Bom para fazer negócios. O favorito da elite política e económica angolana. Especialidades: Arroz de pato ou de cherne, bacalhau à lagareiro, favas estufadas, feijoada à transmontana, toucinho-do-céu e pão-de-ló de Ovar. Rua Emílio M’Bidi, 112 - Bairro de Alvalade - Luanda Tel.: (00) (244) 222 326 290 Preço médio: 3000Kz = 31USD/pessoa (sem vinho) Encerra sábado ao almoço e domingo: 50 lugares Reservas: reservas@pimmsangola.com

Chill Out

É o lugar da moda em Luanda e o espaço por onde passam todos os famosos da capital. Ambiente descontraído, ao estilo das noites de Ibiza ou de Marraquexe. Mediante marcação poderão ser preparadas refeições em pleno areal. Especialidades: cozinha ‘gourmet’ internacional e uma boa carta de vinhos.

Onde comer? Cais de Quatro

Indiscutivelmente o restaurante com a melhor vista de Luanda e um dos locais mais bonitos da capital. Muito procurado por portugueses. Fica no início da Ilha, virado para a baía. As caipiroscas de maracujá e o ‘petit gateaux’ são soberbos. Especialidades: os pratos fortes angolanos são a muamba de galinha, o calulu de peixe e o mufete. Afamados, além do sushi, são o pescado e a picanha. Avenida Murtala Mohamed, 188 – Ilha do Cabo, Luanda Tel.: (00) (244) 222 309 430 Preço médio: 7450Kz = 77USD/pessoa (com vinho) Encerra segunda-feira ao almoço: 230 lugares Reservas: caisdequatro@hotmail.com

Rua Murtala Mohamed - Ilha do Cabo, Luanda Tel.: (00) (244) 924 282 810 Preço médio: 9312kz = 96USD/pessoa (com vinho) Entrada na discoteca/bar: 2500Kz = 26USD/pessoa (5 cervejas ou 3 bebidas brancas) Encerra ao domingo Reservas: info@chillout-luanda.com

Oon-dah

É um dos restaurantes mais chiques de Luanda e um dos últimos a chegar ao roteiro turístico desta cidade africana. Os seus clientes são ricos e sofisticados e adoram poder usufruir de um espaço exclusivo e com vista sobre a baía. Especialidades: cozinha ‘gourmet’ internacional, essencialmente asiática em particular ‘sushi’, ‘sandwich’, ‘wraps’, massas e ‘risottos’. Carta com selecção dos melhores vinhos internacionais. Rua Marechal Brós Tito, 35/37 - Edifício Escom, 2 e 3.º andar Tel.: (00) (244) 937 286 060 | Reservas: 937 286 000 Preço médio: n/disponível

Coconuts

É um restaurante de praia que mistura um edifício antigo com estruturas modernas de aço e vidro e onde é possível conjugar uma óptima carta de vinhos com ‘cocktails’ refrescantes, desfrutar de uma vista de mar, ouvir as ondas e música de fundo. Ambiente elegante e propício para fazer negócios. Especialidades: iguarias únicas que variam do peixe ao marisco até aos pratos mais sublimes de carne, confeccionados à moda da cozinha francesa, inglesa e portuguesa. Avenida Murtala Mohamed - Ilha do Cabo, Luanda Tel.: (00) (244) 222 309 241 Preço médio: 6000Kz = 62USD/pessoa (com vinho) coconutsluanda@netcabo.co.ao

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Guia viagem Portofino

Renovado, chique, com uma vista deslumbrante sobre a marginal e um serviço de mesa profissional, o Portofino é um dos restaurantes mais caros e exclusivos de Angola e não há figura pública internacional que passe por Luanda sem o conhecer. Com música ambiente e uma sala calma, é aconselhado para encontros íntimos ou tranquilos jantares de negócios. Especialidades: a gastronomia italiana deu-lhe o nome, mas o que hoje lhe dá a fama são os pratos de bacalhau provinciano e à lagareiro, o brochete de lagosta e gambas tropicais, grelhados e sofisticados. Avenida 4 de Fevereiro, 185 - Marginal, Luanda Tel.: (00) (244) 921 667 625 |937 247 695 |922 394 015 | 929 400 469 Preço médio: 9300Kz = 95USD/pessoa (com vinho) Encerra ao domingo: 80 lugares

Tambarino

Um restaurante clássico há 17 anos em Luanda que possui a maior selecção de vinhos portugueses da cidade. Discreto e pouco visível do exterior, dispõe de uma aconchegante sala de jantar em ponto grande no interior. Convém reservar mesa, caso contrário a espera por vaga pode ir até aos 30 minutos. Não se surpreenda se, a meio de um jantar de negócios, lhe aparecer na mesa ao lado o Presidente José Eduardo dos Santos e a primeira-dama. Especialidades: o peixe é soberano. O bar no piso de baixo é excelente para tomar uma bebida antes e após a refeição. Avenida Amílcar Cabral, 23 R/c, Luanda Tel.: (00) (244) 222 337 873 | 222 395 814 | 222 397 343 | 923 401 900 |222 396 884 Fax: 912 240 188 Preço médio: 2700Kz =28USD/pessoa (sem vinho) Encerra domingos e feriados Reservas (aconselháveis): tambarino@hotmail.com

La Piazza Del Forno

É um restaurante 100% italiano no interior do Hotel de Convenções de Talatona que oferece um ambiente formal e onde é possível tomar um pequeno-almoço VIP e horas depois degustar uma refeição ‘gourmet’. Sala privada para almoços de negócios ou jantares exclusivos. Especialidades: ‘pizzas’, massas caseiras, ‘risottos’, sobremesas europeias e vinhos italianos criteriosamente seleccionados. Hotel Convenções de Talatona - Luanda Talatona CCB4 GU02, Rua Luanda Sul Tel.: (00) (244) 226 424 300 | Fax: 226 424 301 | info@hoteltalatona.com Preço médio: n/disponível Encerra ao domingo ao jantar e segundas todo dia: 68 lugares

Trinca Espinhas

É um dos restaurantes mais cativantes da capital. É um dos espaços favoritos da comunidade portuguesa em Luanda, que se delicia com os pratos de peixe à moda portuguesa confeccionados sob a supervisão de João e Anabela Negrão, os donos da casa. Especialidades: ‘carpaccio’ marinho (garoupa), lagosta à Trinca Espinhas, massada de marisco, mufete e funge de calulu. Rua D.ª Antónia Saldanha, n.º 73/75 – Ingombota, Luanda Tel.: (00) (244) 923 448 418 Preço médio: 2500Kz = 26USD/ pessoa (sem vinho) Encerra ao domingo: 66 lugares

Bico do Sapato

É um elegante e discreto restaurante típico português, detentor de uma afamada colecção dos melhores vinhos lusitanos. A casa dispõe de uma decoração que mais relembra a cultura remota das tascas portuguesas, mas com um toque de modernidade e irreverência. É considerado um dos melhores locais para jantar a dois. Especialidades: favas à portuguesa, ovas de peixe, gambas ao alho, salada de lagosta e caril de lagosta. Rua dos coqueiros, perto da porta 1 do Estádio dos Coqueiros, Luanda Tel.: (00) (244) 921 596 666 Preço médio: 6000Kz = 62USD/pessoa (com uma bebida). Uma garrafa pode ir até 4815USD| Encerra ao domingo

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Onde dormir?

Hotel Baía ****

O novo Hotel Baía, inaugurado no passado mês de Julho, situa-se em plena praia do Bispo, a cinco minutos do centro da cidade, a dez minutos do Aeroporto 4 de Fevereiro e com uma vista para o Oceano Atlântico de cortar a respiração. O Hotel é composto por 138 quartos e seis suites onde os conceitos de conforto e modernidade se encontram presentes em todos os detalhes. Possui uma arquitectura de vanguarda, com tons quentes africanos nas áreas comuns e brancas e minimalistas nos alojamentos. A nova unidade coloca à disposição dos seus clientes um restaurante de cozinha internacional, dois bares, um centro de ‘fitness’ e SPA. Para responder às necessidades dos executivos que se deslocam em negócios, o Baía disponibiliza três salas de conferências com sistemas multimédia interactivos de última geração. Junto com o Trópico e o Alvalade, o Hotel Baía integra a cadeia de hotéis do grupo Teixeira Duarte, que através da TDHotels, desígnio do Grupo no sector da hotelaria, reforça a sua posição na indústria hoteleira em Luanda.

Hotel Trópico ****

Avenida Dr. Agostinho Neto - Luanda Tel.: (00) (244) 222 652 900 Fax: 222 652 999 Preços médios: 400 a 700 USD reservas@hbaia.com | www.tdhotels.pt

Situado na Baixa de Luanda, o Hotel Trópico é considerado por muitos clientes como um exemplo de hospitalidade e dedicação para quem procura uns dias de lazer ou negócios. Com 280 quartos, central, vigiado e seguro, está entre as melhores unidades de quatro estrelas da cidade. Rua da Missão, n.º 103, Luanda Tel.: (00) (244) 222 370 070 | Fax: 222 393 330 Preços médios: dos 430 a 1050 USD e 2900 USD (suite Presidencial) tropico@htropico.com | www.tdhotels.pt

Hotel de Convenções de Talatona *****

Foi o primeiro hotel de cinco estrelas de Luanda e o primeiro na zona de Talatona. Excepcional e chique, o hotel Convenções de Talatona e as suas luxuosas vilas estão integrados num complexo que inclui o Centro de Convenções Internacional e o Centro Internacional de Feiras, o último ainda em fase de acabamento. Rua Luanda Sul, Talatona CCB4 GU02, Luanda Tel.: (00) (244) 226 424 300 | Fax: 226 424 301 Preços médios: de 600 USD a 900 USD; uma Villa: 3500 USD info@hoteltalatona.com| Jorge.madeira@hoteltalatona.com | www.hoteltalatona.com

Hotel Victoria Garden *****

Integrado na cadeia de hotéis do Grupo Ritz e construído de raiz, o Hotel Victoria Garden foi inaugurado no passado dia 3 de Julho e é uma unidade de cinco estrelas com 106 quartos luxuosamente decorados, um restaurante com capacidade para 200 pessoas, quatro salas de reuniões, ginásio e piscina com bar. Via Expresso-Camama, imediações do Estádio 11 de Novembro, Luanda Sul Tel.: (00) (244) 222 210 064 935 840 729 Preços médios: 300 a 950 USD hotelvictoriagarden@gmail.com www.org-ritz.com

Hotel Alvalade ****

Situado no privilegiado Bairro de Alvalade, o hotel homónimo é reconhecido pelos seus hóspedes como sendo um espaço confortável, de qualidade e segurança que assegura o bem-estar necessário ao sucesso de negócios e reuniões de trabalho. A unidade hoteleira dispõe de 202 quartos, 14 dos quais em suite. Av. Comandante Gika, Luanda Tel.: (00) (244) 222 327 470 | Fax: 222 327 480 Preços médios: 420 a 765 USD geral@halvalade.com | reservas@halvalade.com | www.tdhotels.pt

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Guia viagem Hotel Skyna ****

É um moderno hotel de quatro estrelas localizado no coração histórico da cidade de Luanda. A unidade dispõe de um ‘Business Center’, salas de reuniões e internet nos quartos. Morada: Avenida de Portugal, n.º 29, Luanda Tel.: (00) (244) 222 670 900 | 934 535 250 | Fax: 222 670 999 Preços médios: 390 a 820 USD reservas@skynahotel.com http://www.skynahotel.com

Hotel Presidente ****

Construído na década de 60 e renovado em 1983, o Hotel Presidente tem 26 andares e está localizado num dos extremos da avenida de quatro quilómetros que corre ao longo da Baía de Luanda, o ‘ex-libris’ da cidade, e um local encantador para fazer ‘jogging’. O hotel tem 194 quartos, duas suites diplomáticas e uma suite presidencial, todas decoradas com um estilo leve europeu com apontamentos africanos. Largo 4 de Fevereiro, n.º 4, Luanda Tel.: (00) (244) 222 310 840| 222 330 048 |222 330 037 | 222 334 134 | Fax: 222 331 141 Preços médios: 352 a 411 USD hpresidente@netangola.com www.lemeridien-luanda.com www.lemeridien.com

Aldeamento Mulemba Resort Hotel ***

O Aldeamento Mulemba Resort Hotel é uma unidade hoteleira com características únicas em Luanda. É o primeiro hotel na horizontal - tipo ‘resort’ - da capital Angolana. Situado a poucos quilómetros do centro da cidade, este oásis verdejante oferece charme e elegância a turistas e executivos Estrada de Cacuaco, km 9, Luanda Tel.: (00) (244) 222 390 300 | 222 390 265 | 222 840 387 Preços médios: 200 a 300 USD hotel.mulemba@navagest.co.ao reservas@mulembaresort.com www.mulembaresort.com

Hotel Praia Mar ****

Estrategicamente situado à entrada da Ilha de Luanda, rodeado de magníficas praias e com uma vista deslumbrante para o mar e baía de Luanda. O restaurante e bar, no último piso do Hotel, oferecem uma variada oferta gastronómica angolana e internacional. Av. Murtala Mohamed, 50 Ilha do Cabo, Luanda Preço médio: de 380 a 750 USD Reservas do Grupo Luna: 0351 289 588 501 comercial@lunahoteis.com

Rouxinol Luxury Guesthouse ***

Localizada no bairro nobre do Cruzeiro, perto das embaixadas, do Miramar e do centro de negócio da cidade, possui suites com todas as comodidades para quem viaja em negócios ou mesmo em deslocação diplomática. A unidade transmite um ambiente familiar e a proximidade aos centros de decisão permite deslocações a pé. O pequeno hotel é, por muitos, considerado um paraíso no centro da cidade e a sua localização uma vantagem em relação ao, por vezes, complicado trânsito de Luanda. Beco de Moçambique, n.º 16, Bairro do Cruzeiro, Luanda Tel.: (00) (244) 222 449 794 | Fax: 222 449 187 Preço médio: N/disponível

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Onde dançar e relaxar?

Aquário Bar & Club

Eden Club

Miami Beach

É um espaço surpreendente a poucos metros do Hotel Trópico e apenas abre às sextas e sábados à noite. Os jovens ricos luandenses e os apreciadores dos sons africanos consideram esta casa como um santuário de música. Tem um aspecto ‘underground’ graças aos ‘grafites’ espalhados pelas paredes.

É o espaço de eleição de muitos luandenses e foi renovado recentemente. Oferece música africana até o sol raiar.

Dizem que tem a melhor festa de carnaval de Luanda. Aos sábados e domingos à noite há bailarinos contratados a dançar kizomba com os clientes. Muitos são os cantores angolanos, como Yola Semedo, Walter Ananás, Kanda e Paulo Flores, que actuam neste espaço.

Rua da Missão, junto ao Hotel Tivoli Preço: 22 USD

Chill Out

É a estrela das noites de diversão em Luanda. É o paraíso para os apreciadores de house e chill-out music. Aberto de segunda a quinta-feira até às 2 horas e às sextas e sábados até às 4h30. Encerra ao domingo. Rua Murtala Mohamed - Ilha do Cabo, Luanda Tel.: (00) (244)924 282 810 |912 202 887 | 923 446 662 www.chillout-luanda.com Preço: 25USD

Dom Q (Quixote)

É o espaço de diversão nocturna por onde passam actores, cantores, modelos, empresários e outras pessoas famosas de Angola. House music, R&B, kuduro e kizomba são os estilos de um dos mais badalados bares da cidade. Rua Major Kanhangulo 63/65, Ingombotas, Luanda Tel.: (00) (244) 222 435 627 www.club-domq.com Preço: n/ disponível

Avenida Murtala Mohamed, Ilha do Cabo, Luanda Tel.: (00) (244) 924128607 | 923300667 claudioluana1@hotmail.com

Lookal

É mais um restaurante/bar/’lounge’ e apesar de ser muito apreciado pelos seus finais de tarde, as noites costumam ser fantásticas. Com um ambiente muito europeu, um DJ passa todo o dia uma mistura de música funk e house. Avenida Murtala Moamed, nº 13 - Ilha do Cabo - Luanda Tel.: (00) (244) 923 596 114 | 936 000 016

Maiombe É por excelência um espaço de diversão nocturna onde reina a kizomba. Mistura com este estilo musical outros sons africanos e brasileiros. Rua de Olivença, 33 A – Bairro Nelito Soares Tel.: (00) (244) 222 265 969 | Entrada: 25 USD

Mega Bingo Klub

O MB, como já é carinhosamente chamado pelos luandenses, acrescenta valor às noites da capital, especialmente aos sábados com as “noites quentes” de música africana, brasileira e latina. No bar e na esplanada toca-se jazz e blues. Rua Major Kanhangulo, 155 | Tel. RP: Ilda Gonçalves: (00) (244) 936 104 405

Av. Murthala Mohamed - Ilha do Cabo, Luanda Tel. (00) (244) 921 276 288 | 923 330 700 | 923 573 053 | reservasmiamibeach@gmail.com

Mukua

No caminho de Viana, na famosa Estrada de Catete, aparece a antiga (12 anos) Discoteca Mukua, uma das rivais do espaço Chill Out e considerada por muitos como uma das melhores de Luanda. Tem dois pisos com salas intimistas e é muito frequentada por portugueses e brasileiros. Passam kizomba, hip-hop, Rn’B e house music. Rua comandante Valódia nº 16 Bairro de Viana, Luanda Tel.: (00) (244) 923693188 | 933490501 | 923501020 Entrada: 16 USD | info@mukua.com

Palos

Aberta desde Setembro de 2000, a Palos tem três pisos e no topo do edifício disponibiliza um terraço amplo com bar e uma vista sobre a cidade. A discoteca aposta forte em festas temáticas. A noite latina é a mais famosa da semana. Rua Frederic Engels, 10, Luanda Tel.: (00) (244) 222 311 137 | 222 394 957

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Guia viagem

Património histórico a não perder Cosmopolita e cheia de novas urbanizações, Luanda não é somente uma cidade de arranha-céus paredes meias com extensos e baixos bairros populares. Fundada e erigida pelos portugueses em 1575 sob o nome de São Paulo de Luanda, possui muitos atractivos históricos que vale a pena serem visitados. Destacamos a Capela do Morro da Cruz, uma edificação colonial do século XVIII; a Fortaleza de São Miguel, recém-restaurada e que

abriga o Museu Central das Forças Armadas; e o Hospital Josina Machel, uma construção neoclássica, que abriga a principal unidade hospitalar do País, inaugurada em 1886. Além de edifícios com funções militares ou hospitalares, existem em Luanda inúmeros templos religiosos que espelham bem a devoção cristã deste povo: Igreja de Nossa Sra. de Nazaré, com um altar construído em mármore rosa (Praça do Ambiente); Igreja de

Nossa Sra. do Carmo (Largo Irene Cohen); e a Igreja de Nossa Sra. dos Remédios (Rua Rainha N’Ginga). Além das igrejas, também merece uma visita o Palácio D.ª Ana Joaquina, um belo edifício recentemente reconstruído para acolher os tribunais; e o Palácio de Ferro, uma fantástica construção do final do século XIX, de autoria de Gustave Eiffel. A visita a Luanda não fica completa sem uma passagem pelo Museu Nacional da Escra-

vatura, na antiga feitoria, 18 km a sul da capital e que apenas abre portas aos fins-de-semana. A não perder também uma visita ao Museu de Antropologia (Rua Friedrich Engels) com as suas maravilhosas peças de arte africana. A concluir o breve roteiro dos museus, nota especial para o de História Natural, com dois espectaculares salões onde estão expostos Mamíferos e Peixes. Encerra às segundas-feiras.

Praias e reservas para todos os gostos Os locais de paixão para quem visita a cidade são as suas praias, sejam as da Ilha do Cabo, sejam as do interior da Baía ou do Mussulo, um pouco mais distantes. Mesmo na cidade destacamos o Miradouro da Lua, situado no topo de uma falésia, na orla Sul de Luanda, que revela uma impressionante e única vista da cidade e do mar. As areias da Ilha do Cabo são as mais concorridas de Luanda. Com águas mornas e agitadas atraem milhares de banhistas. Já o promontório do Mussulo, a que chamam “ilha”, a cerca de 5 km ao Sul de Luanda, é a estância turística preferida da “gente bonita” de Luanda, excelente para a prática

de desportos náuticos. O embarque é feito nos clubes da Ilha do Cabo ou do Kapossoca, no Futungo de Belas. Além destas, a praia das Palmeirinhas é o paraíso para surfistas e windsurfistas; a praia da Alegria é excelente para tomar banho; a do Buraco é óptima para pesca desportiva; e o local ideal para os amantes da fotografia é a praia de Santiago: fica no litoral norte, a cerca de 30 minutos do centro da capital e possuiu o maior cemitério de barcos do País. Os amantes das aves não podem perder a Reserva Natural Integral do Ilhéu dos Pássaros, zona de nidificação e ‘habitat’ de milhares de aves migratórias.

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Arte recriação BORDALLO PINHEIRO

ZÉ POVINHO REAGE MOODY’S O Zé Povinho a fazer o tradicional manguito foi adaptado pelas Faianças Bordallo Pinheiro à conjuntura actual, contestando a decisão da agência de baixar o ‘rating’ da dívida portuguesa.

T

oma, Moody’s é a mais recente criação das Faianças Bordallo Pinheiro, numa reinterpretação da famosa personagem criada por Rafael Bordallo Pinheiro em 1875, o Zé Povinho, e que, desde então, se tornou elemento simbólico dos sacrificios e injustiças impostos ao povo português. A estatueta retribui com o tradicional manguito o pouco simpático “cumprimento” que a agência de notação financeira deu a Portugal, quando baixou o ‘rating’ da dívida portuguesa para a notação de “lixo”, numa altura em que o País mostrava a sua total disponibilidade para tomar as medidas consideradas necessárias pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pela União Europeia (EU). Esta peça, em duas versões, uma maior que representa o “Toma, Moody’s” na Barrica e outra mais pequena que terá apenas a designação de “Toma, Moody’s”, está a ser comercializada em todo o país, nas lojas da Vista Alegre Atlantis e na loja Bordallo Pinheiro nas Caldas da Rainha. O Zé Povinho “dos nossos dias” é comercializado dentro de uma caixa própria, acompanhada de um postal endereçado à Moody’s, onde cada um poderá escrever a sua opinião e, posteriormente, enviar para a sede da agência de

‘rating’. O objectivo é que o povo português se faça ouvir e que deixe bem clara a sua posição. O “novo” Zé Povinho, que traduz um sentimento generalizado em muito países europeus, tem sido alvo de interesse por parte de inúmeras pessoas da Grécia, Irlanda e Itália. Dado o evoluir da situação, espera-se que outros países venham a aderir a esta iniciativa.

Esta peça está disponível em duas versões.

Zé Povinho A personagem do Zé Povinho nasce pela mão do singular artista Rafael Bordallo Pinheiro na revista “A Lanterna Mágica” no dia 12 de Junho de 1875. Esta figura foi desenhada em muitos ‘cartoons’ satíricos denunciadores, tomando posteriormente também forma em várias peças de cerâmica na fábrica fundada pelo seu autor. A fábrica que chega aos nossos dias continua a produzir centenas de modelos de Rafael Bordallo Pinheiro e muitos “Zés Povinhos”. O Zé Povinho, erguendo os braços, faz o “Manguito” em sinal de protesto, quando é necessário contestar, criticar, satirizar e ridicularizar.

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Arte leilão Vista Alegre

“CASAL DE PERDIZES”

A “ESTRELA” DO LEILÃO Esta peça foi arrematada por 20 mil euros no X Leilão Vista Alegre, que decorreu no passado dia 5 de Novembro, em Serralves.

O

lote “Casal de Perdizes” foi a estrela do X Leilão Vista Alegre, que a empresa de porcelanas organizou em parceria com a leiloeira Cabral Moncada Leilões e que decorreu a 5 de Novembro, em Serralves, no Porto. Trata-se de uma edição numerada e limitada a 150 exemplares, produzida no início dos anos 70, que na época tinha o preço de venda de 10 mil escudos, o equivalente a 49,88 euros. No leilão deste ano, o lote foi arrematado por 20 mil euros, multiplicando o valor da peça original cerca de 420 vezes, tendo a mesma gerado uma taxa de rentabilidade média anual de 17,7%, nestas últimas quatro décadas. Em praça, neste X leilão Vista Alegre, estiveram 160 lotes, com bases de licitação que variaram entre os 40 e os 18 mil euros,

divididos em dez categorias distintas, com especial destaque para a categoria de “Cristais e Vidros”, que integrava a mais importante colecção de vidros alguma vez leiloada pela Vista Alegre. Pela primeira vez, em dez edições, foi também possível licitar impor-

32 artigos provenientes de uma das maiores colecções privadas deste género. Numa edição muito concorrida, que mobilizou a cidade do Porto, o leilão arrecadou um total de 67.690 euros. O principal objectivo desta iniciativa, lançada em 1997 pela centenária marca portuguesa, é permitir aos milhares de coleccionadores de objectos em porcelana, cristal ou vidro da Vista Alegre, completarem ou rentabilizarem a sua colecção. Nos últimos nove anos, foram vendidos “a martelo” nos Leilões Vista Alegre mais de dois mil lotes, com um valor que ultrapassou mais de um milhão de euros.

O leilão arrecadou um total de 67.690 euros. tantes e raras peças religiosas em vidro. Na categoria “Paliteiros”, peças com grande tradição na Vista Alegre e que têm motivado o interesse e curiosidade de estudiosos e coleccionadores, mereceu destaque a colecção de

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Arte exposição

Touro Ensanguentado óleo sobre tela 92x73 cm série vermelha

Abissal óleo sobre tela 81x100 cm série azul

JORGE DE OLIVEIRA

RAMOS CATARINO APOIA AS ARTES Terminou a 29 de Outubro a mais recente exposição do artista e restaurador de arte Jorge Oliveira, comissariada por Maria de Lurdes Ferreira. A mostra, intitulada “Luz ao Fundo do Túnel”, teve lugar na Galeria Arte Livre, em Lisboa, na qual estiveram expostas dezasseis telas a óleo inéditas.

A

exposição “Luz ao Fundo do Túnel” reforça a relação da Ramos Catarino com o universo artístico, na perspectiva de estabelecer ligações de parceria e cooperação com a sociedade civil, nas suas vertentes social, ambiental e cultural. “Luz ao Fundo do Túnel” exibiu um conjunto de quatro séries denominadas “Amarela”, “Vermelha”, “Azul” e “Cauchemars de Lumière” (Pesadelos de Luz). As obras expostas, de carácter marcadamente abstracto,

utilizam como matéria pictórica diversas texturas e jogos de sombra/luz, que conferem um sentido de tridimensionalidade às pinturas. O artista nasceu em 1959, em Cantanhede, tendo emigrado aos nove anos para Paris. Iniciou a sua carreira artística há vinte cinco anos, trilhando um caminho autodidacta que se iniciou com a fotografia. Nos anos 90 ingressou no renomado ateliê parisiense de restauro “Atelier des Arts et Techniques”, onde aprendeu diferentes técnicas com o mestre de restauro e artista plástico Jacques Bouchaut. Pelas suas mãos

passaram obras de grandes nomes da História da Arte, tais como Júlio Pomar, Souza-Cardoso, Vieira da Silva, José Malhoa, Renoir, Monet, Manet, VanGogh, Matisse, Picasso, Velásquez e Chagall. Jorge Oliveira participou em várias exposições nacionais e internacionais e as suas obras encontram-se cotadas no Arte Price, directório mundial de arte. A inauguração de “Luz ao Fundo do Túnel”, contou com as presenças do CEO da Ramos Cantarino, Vítor Catarino, de António de Almeida Santos, Paula Bobone e Delfina Cruz, entre outros.

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Almejar o céu óleo sobre tela 100x81 cm série vermelha Outro Mundo I óleo sobre tela 50x100 cm série pesadelos de luz Novembro 2011 » PRÉMIO » 91

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Lazer automóveis

ficha técnica ASTON MARTIN RAPIDE lugares e carroçaria de cinco portas, se levarmos em conta o enorme portão traseiro da bagageira e o facto do Lagonda ter apenas quatro portas. Esteticamente, o ar de família com o DB9 é evidente, embora esticado em 31 centímetros. Os puxadores das portas embutidos, as janelas laterais sem moldura, o capot longo e os ombros largos e pronunciados acentuam-lhe o ‘look sport’, com os pneus de baixo perfil (245 à frente e 295 atrás), montados em jantes de 20 polegadas, a reforçarem o ar de puro-sangue da estrada deste Rapide. Com 5,01 metros de comprimento e 1,36 de altura, o Rapide é mais curto que o Maserati Quattroporte e um pouco maior que o Porsche Panamera ou o Mercedes-Benz CLS e é o mais baixo do quarteto. Apesar das suas pretensões familiares, os dois lugares traseiros são apertados e a própria marca reconhece que eles são mais apropriados para crianças. Adultos, apenas em trajectos curtos. As portas abrem-se de forma convencional, mas num ângulo de 12 graus para cima, de forma a facilitar as entradas e saídas dos passageiros e evitar riscos indesejados, quando abertas em locais muito apertados. Voar a 300 km/h Frente a uma concorrência fortíssima, a Aston Martin equipou o Rapide com todos os trunfos de que dispunha. O motor gasolina V12 de seis li-

DIMENSÕES Comprimento: 5019 mm Largura: 2140 mm Altura: 1360 mm Peso: 1990 kg MOTOR V12 de 5935 cm3 POTÊNCIA MÁXIMA 477 Cv a 6000 rpm BINÁRIO MÁXIMO 600 Nm a 5000 rpm VELOCIDADE MÁXIMA 296 km/h ACELERAÇÃO 0-100 km/h em 5,0 segundos CAIXA Automática Touchtronic de 6 velocidades PREÇO € 260.000

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tros, construído à mão, é uma variante do propulsor que equipa o DB9 e o Vantage V12, libertando um total de 477 Cv de potência e um binário de 600 Nm. Associado à nova geração da caixa automática de seis velocidades Touchtronic, garante uma velocidade de ponta de 303 km/h e um arranque dos zero aos 100 km/h em apenas 5,3 segundos. Se preferir, pode operar manualmente as mudanças de velocidades, de modo sequencial, através da alavanca da caixa ou das patilhas em alumínio e revestida a couro e montadas atrás do volante. A caixa tem dois modos de funcionamento em automático: Drive e Sport, neste caso com passagens de caixa e afinações mais duras. O Rapide é equilibradíssimo, com uma repartição de pesos entre os eixos dianteiro e traseiro de 51 e 49%, respectivamente. A colocação traseira da caixa e a posição recuada do habitáculo contrabalançam a colocação dianteira do motor. Para o excelente comportamento dinâmico contribuem também a suspensão adaptativa e o controlo de estabilidade. Os condutores mais arrojados podem desligar o controlo de estabilidade. Mas fica por sua conta e risco. Um dos problemas do Rapide é o seu excesso de peso. A Aston Martin recorreu ao alumínio nas portas e em algumas partes do chassis e usou também magnésio e outros materiais leves compósitos. Mas ainda assim o Rapide pesa quase duas toneladas, o que lhe tira alguma genica face

aos concorrentes mais directos. Na frente, os faróis duplos de xénon, para curto e longo alcance, são complementados pelas luzes diurnas LED. Requinte e equipamento No interior, salta à vista que estamos perante um modelo de topo, que leva as exigências de requinte ao nível máximo do que a indústria automóvel é capaz. A lista de equipamentos é completíssima, as peles do banco irrepreensíveis e o conforto alinha pelo das melhores berlinas de luxo. A regulação independente do ar condicionado para cada um dos quatro passageiros e o sistema de som Bang & Olufsen, com porta USB para ligação do iPod e de outros dispositivos externos e kit mãos livres bluetooth, são apenas alguns itens da extensa lista de equipamentos de série. Como opção, pode ter bancos dianteiros e traseiros com ventilação, DVD com carregador para seis discos e dois ecrãs nos encostos de cabeça dos bancos dianteiros, e até um retrovisor interior com comando integrado para abrir a garagem. Para as crianças, existe o sistema de fixação Isofix e até uma linha exclusiva de cadeirinhas, com a marca Aston Martin. Este é ainda o primeiro Aston Martin com janelas laterais de vidro laminado e uma camada de silicone no interior, solução que, segundo a marca, reduz para metade o ruído de média e alta frequência no interior. Tudo em prol do prazer de conduzir um carro de ‘sport’ onde cabe toda a família. Novembro 2011 » PRÉMIO » 95

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Opinião Eduardo Simões, Director-Geral da Associação Fonográfica Portuguesa (AFP)

PORTUGAL, A PROPRIEDADE INTELECTUAL NA INTERNET E O FUTURO

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arece ser consensual a ideia que Portugal e os portugueses têm uma apetência especial por novas tecnologias. Os exemplos não faltam: telemóveis, ‘smartphones’, computadores, Via Verde, um desenvolvimento de ‘e–governance’ razoável, entre tantos outros. Ou seja, Portugal tem aqui (Portugal só foi pioneiro nos cartões pré-pagos dos telemóveis e na Via Verde) uma vantagem que podia assumir-se como uma mais-valia e incentivo para o investimento (estrangeiro e nacional). Infelizmente, esta não é a realidade com a qual nos deparamos se avaliarmos o mercado digital de música nacional, cujos interesses a Associação Fonográfica Portuguesa (AFP) defende, num momento que se assume decisivo para o futuro desta indústria cultural, que tem definhado em proporções que não se encontram em qualquer outra parte do globo devido à proliferação impune do que comummente se apelida de actos de “pirataria”. Para que floresça e se desenvolva um mercado digital legal, que dê reposta à mudança dos hábitos de consumo de música dos últimos anos, há muita coisa a fazer em Portugal: há problemas de legislação por resolver, há problemas inerentes ao próprio sistema judicial (acho que o “Português” é desnecessário) e, por último, mas não menos importante, há uma nova atitude relativamente à propriedade intelectual que é necessário assumir. Neste momento em que escrevo estas linhas, nenhum investidor da área da propriedade intelectual ou das novas tecnologias (estou a pensar num investidor estrangeiro, mas também pode ser nacional) tomará facilmente uma decisão de investir no nosso País se pensar nas condições que o esperam. Com efeito, terá à sua espera uma legislação que não é aplicada pelas autoridades competentes, um sistema judicial onde se esperam anos para obter uma decisão sobre qualquer matéria que tenha que ser defendida em juízo, uma magistratura por vezes completamente impreparada para lidar com questões de natureza eminentemente técnica, uma tolerância imensa por parte da sociedade relativamente a todas as violações de propriedade intelectual, um mercado de reduzida dimensão…

Isto é válido tanto para a Indústria da música como para qualquer outra nestas áreas: vídeo, jogos, ‘software’… no fundo, tudo o que possa ser e é pirateado na internet. Uma boa parte das razões que acabo de enumerar são problemas estruturais da sociedade portuguesa mas, para aproveitarmos as oportunidades que se nos colocam, é imperioso alterar a situação, contornando os diferentes obstáculos, o primeiro dos quais é assegurar uma intervenção rápida das autoridades em situações de violação de direitos de propriedade intelectual. Na medida em que uma boa parte dos meios de defesa da propriedade intelectual estão consagrados ao nível do direito penal, a primeira ideia que a AFP defende é limitar o recurso aos tribunais criminais de forma drástica, deixando para estes apenas os casos de criminalidade massificada e com objectivos lucrativos. A solução que defendemos para promover e estimular um mercado digital legal de música não constitui nenhuma “invenção da roda”. Trata-se de um sistema que avisa os infractores três vezes antes de os sancionar,

Para que se desenvolva um mercado digital legal há muita coisa a fazer em Portugal. sendo que todo o processo é conduzido por uma autoridade administrativa de cujos actos possa haver recurso. Passa-se o mesmo quando um polícia multa um cidadão que comete uma infracção ao código da Estrada… Mas, também devo referir com toda a clareza, que na área da propriedade intelectual, é preciso ter coragem para legislar em sentido contrário aos interesses instalados (de consumidores, de algumas operadoras de telecomunicações, de todos os que, no fundo, aproveitam directa ou indirectamente, legal ou ilegalmente a pirataria ou os seus resultados). Se existe essa coragem? Eu quero acreditar que sim, e que já há alguns sinais nesse sentido...

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APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS EM NOVEMBRO DE 2011 A Reputação das empresas é um activo cada vez mais complexo de gerir. As empresas são alvo de um escrutínio social, ético e financeiro exigente e mediático. Só empresas capazes de exceder as expectativas de todos os seus stakeholders conseguem ter uma Reputação forte.

A MYBRAND e o Instituto Português de Corporate Governance, com o apoio do Económico, têm o prazer de anunciar os resultados do MYBRAND REPUTATION INDEX 2011. Na edição deste ano foram avaliadas 44 empresas com presença relevante em Portugal. O estudo foi elaborado com base na opinião de mais de 2900 inquiridos. A análise da reputação das empresas em Portugal contribui para a promoção dos valores essenciais ao sucesso das empresas e da economia portuguesa.

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REPUTATION INDEX 2011 www.mybrandconsultants.com Para mais informações: intelligence@mybrand.pt

CONSELHO CONSULTIVO O Conselho Consultivo do MYBRAND Reputation Index 2011 tem como missão adicionar uma visão crítica e analítica ao estudo, vinda de personalidades de referência ligadas aos meios académico e empresarial. Nessa missão enquadra-se uma análise dos resultados obtidos e discussão das conclusões e recomendações.

Prof. Doutor Miguel Athayde Marques Universidade Católica Portuguesa

Prof. Doutor Alberto de Castro Universidade Católica Portuguesa Porto

Prof. Doutor José Manuel Neves Adelino Universidade Nova de Lisboa

Dr. Rui Leão Martinho Bastonário da Ordem dos Economistas

Eng.ª Esmeralda Dourado Presidente do Fórum de Administradores de Empresas

Dr. António Casanova CEO da Unilever Jerónimo Martins

Dr. Pedro Rebelo de Sousa Presidente do IPCG

Dr. João Miguel Braz Frade Presidente do CA da MYBRAND

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