Um Teatro Quase Esquecido – Painel das Décadas de 1930 e 1940 no Recife (Década de 1940)

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“igrejinhas” ou “sociedades limitada de elogios mútuos” que proliferam em minha terra.

No livro TAP – Sua Cena & Sua Sombra: O Teatro de Amadores de Pernambuco (1941-1991) (2011, p. 231 e 233.), de Antonio Edson Cadengue, encontra-se a resposta que Ziembinski deu àquelas críticas, sob o título “Perguntas, opiniões e respostas”, publicada no número 2 do Boletim Teatral de Contraponto (setembro de 1949):

Nossa Cidade

texto. Sob esse aspecto, ela nos oferece uma tessitura admiravel. Cumpre-me ainda reconhecer o desempenho honesto e inteligente que lhe deram os amadores, sob a direção de Ziembinsky (sic). [...] Sei que as objeções acima articuladas quanto à técnica de apresentação de Our Town poderão desagradar a muita gente. Vão dizer que sou retrogrado, superde boulevard, da peça bem feita, [...] Não sou candidato a ingressar em qualquer uma dessas

Os guarda-chuvas não devem ser imaginários, como são, por exemplo, as xícaras. Eu posso sair, numa peça como Our Town, fora da lógica comum, em busca de uma sensação estética. Tenho o direito de escolher os elementos de persuasão que me pareçam mais adequados. Ora, o guarda-chuva é uma expressão de tristeza, como a chuva. Para acentuar a angústia do enterro de Emily, esse pertence se impõe. Enquanto isso as xícaras não interessam como efeito estético. E a solução de arte é uma solução estética. [...] Também disse que o narrador, em Nossa Cidade é uma prova de decadência, pois mais parece uma regressão à parábase da comédia grega. Mesmo que assim fosse, tal coisa não poderia ser considerada como decadência, porque não é decadência voltar às fontes da tragédia grega. [...] Esse não “pinta” cenários; ele apenas emprenha a imaginação do espectador, para que este crie

Nossa Cidade

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