CRVIS3R Skateboarding #19

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| ANO 4 | EDIÇÃO 19 |

ENTREVISTAS: CARLOS AUGUSTO PAIXÃO, O “GUTO NEGÃO” RAFAEL “MASSA” MASSUCCI AQUECIMENTO 7 CURVAS CAPACETE - SEGURANÇA MÁXIMA NEW YORK COMIC CON 2015 SKATE PARA TODOS OVERMEETING, SÃO JOÃO DO DESERTO, LONGBOARD RP E MUITO MAIS!

L A D O

A

D O W N H I L L

SKATE

CURIOSIDADE

M A C H I N E

BUSINESS

PLAN

E U A M O L O N G B O A R D •

CUIDE-SE

INSTA








| índice Registrar imagens no momento certo com técnica perfeita é a arte dos fotógrafos do skate. Jeff de Oliveira capturou essa pequena obra-prima sob a forma do f/s nose slide one-footed de Swell Oliveira, durante o último Skatebrothers Downhill Classic em São Pedro (SP). Foto: Jeff de Oliveira

Capa: Para comemorar o terceiro aniversário da CRVIS3R em grande estilo, nada como unir duas culturas de skate diferentes: o ditch típico da California é atacado por Thiago Bomba com um b/s nose slide genuíno do Brasil. Feliz Parabéns! Foto: Guto Lamera

42. Skate Para Todos

Tadeu Ferreira conta a história da Equipe Anjos Guerreiros, criada pra transformar sonhos em realidade e levar longs e carveboards a pessoas com necessidades especiais. Emocionante!

44. Entrevista: Carlos Augusto Paixão, o “Guto Negão”

O grande nome do downhill speed brasileiro na atualidade abre o jogo nessa exclusiva à CRVIS3R. Acredite: ele vem de uma cidade que quase não tem ladeiras!

52. Entrevista: Rafael “Massa” Massucci

Soltando o verbo com a mesma vontade mostrada nas ladeiras, o “Massa” revela os segredos e as verdades de um mestre do DHS sobre um longboard. Imperdível!

58. Aquecimento “7 Curvas”

Onde são as famosas Sete Curvas? Como surgiram? Quais as impressões do pico? Taylane Almeida revela isso e muito mais, no Aquecimento pra etapa do circuito mundial da IDF.

62. New York Comic Con 2015

Lili Castanho traz o que rolou de melhor na mais recente edição da Comic Con em New York, uma das maiores do mundo, e mostra quais super-heróis curtem longboards. Confere lá!

68. Capacetes

“Quem usa a cabeça, usa capacete”. A matéria traz tudo o que você precisa saber sobre o equipamento de proteção mais essencial que existe, mas não tinha a quem perguntar.

Seções: 10. Editorial

Com satisfação, 3 anos da revista CRVIS3R Skateboarding!

14. Start

Nosso colaborador no velho continente, Simone Mondino, sempre impressionando com suas ótimas fotos

20. Lado A

Mais conteúdo do que no Facebook! Muitas novidades, campeonatos, lançamentos, curiosidades... e muito mais!

72. Business Plan

Apresentamos as novidades e produtos das melhores marcas.

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76. Cuide-se!

Diretamente de Brasília, nossa colunista Larissa Sampaio, como sempre, traz a melhor maneira pra se manter em forma no melhor estilo!

78. Onde Encontrar

Novas lojas a cada edição. Valorize sua skate/boardshop e adquira sua revista CRVIS3R Skateboarding nesses pontos de distribuição. Free!

82. Insta Foto

Elas fazem o skate ficar mais agradável e os leitores agradecem!


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Skate grandão + minirrampa + Guto Lamera = f/s nose bone brutal! Elevate Skatepark, Uluwatu. Bali, Indonésia. Foto: Michel-MHC_Surfpics

Hip... Hip... Hurra!

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arece que foi ontem que iniciamos os primeiros trabalhos pra idealizar e lançar a primeira edição da revista CRVIS3R Skateboarding. Olhar pra trás e lembrar dessa jornada realizada até os dias de hoje, pra chegar a essa edição especial de aniversário do terceiro ano, nos faz encher de satisfação. Logicamente, não foi fácil esse “slide” inicial, mas a vontade e a determinação que norteavam os trabalhos e sempre acreditando que era fundamental documentar o atual momento mágico e crescente do skate de ladeira no pais, com certeza foram a nossa bussúla. O crescimento das modalidades, o surgimento de novas marcas, sem contar nos diversos eventos que pipocavam pelo mundo e, acima de tudo, um estilo de vida que domina os espaços públicos tanto nas cidades grandes quanto no enorme litoral, deixavam cada vez mais eminente o surgimento de uma publicação nacional (e mundial), para documentar e linkar esse movimento de norte ao sul do pais e de leste ao oeste do globo. Como sempre, fazemos questão de deixar claro aqui que tudo isso não seria possível sem o respaldo e a credibilidade de um tripé nessa cadeira de produção: nossos parceiros e clientes, os colaboradores e, lógico, vocês leitores. Mesmo passando por um momento delicado que se encontra o nosso país tanto na parte econômica, quanto politica, nossos parceiros anunciantes acreditam em nosso trabalho e ajudam a manter o lançamento da revista a cada dois meses, com o melhor desse nosso universo. Por outro lado, descobrimos pessoas interessadas também em ajudar de outra maneira, colaborando com que a publicação chegue até você leitor, com esses textos e essas imagens alucinantes, fazendo a revista ficar agradável aos olhos, com uma enorme dose de sofisticação e acabamento final. Afinal, muitas vezes, a imagem vale mais que muitas palavras, mas gostamos também de escrever e manter o valor da escrita no último grau de qualidade. Somos muito gratos aos nossos parceiros!

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E para vocês, leitores, que sempre prestigiam nossas edições nesses 3 anos, não poderíamos deixar de trazer novamente o melhor dos acontecimentos e curiosidades nessa revista especial. Você não pode deixar de ler as entrevistas de dois grandes nomes do skate de ladeira atual: Carlos Augusto Paixão, o “Guto Negão”, e Rafael “Massa” Massucci. Os dois estão dominando as suas respectivas modalidades, sendo um a grande revelação do circuito mundial de velocidade e o outro, dominando as manobras sobre o seu longboard como ninguém. Além disso, estamos trazendo também uma matéria inédita, antecipando a perna do circuito mundial que desembarca no Brasil nesse mês de outubro, com a etapa das 7 Curvas no interior de São Paulo. Nesse momento especial, vai a nossa contribuição ao mercado, para focar e conscientizar a importância de utilizar capacetes nas sessions recreativas e profissionais... capacete sempre! Da “Capital do Mundo”, estamos trazendo um ensaio fotográfico com a revista participando da maior feira de quadrinhos e entretenimento do mundo, a Comic Con 2015... Imperdível! Tudo isso e muito mais nas próximas páginas a seguir. Pra encerrar, em nome da equipe da revista CRVIS3R Skateboarding, novamente os nossos agradecimentos a todos os colaboradores, tanto na fotografia quanto nos textos enviados para ilustrar nossa páginas. São muitos os nomes nesses 3 anos e não caberiam nesse espaço, mas vocês sabem quem são! Aos nossos colunistas, que a cada edição trazem o melhor dos pontos de vista de cada um para os nossos leitores. Não podemos esquecer as skateshops, que sempre disponibilizam as revistas em seus estabelecimentos e, lógico, aos nossos parceiros e anunciantes, que trazem seus produtos e novidades em nossas páginas, mantendo o mercado girando e acontecendo. Nosso muito obrigado e parabéns pra vocês! Esperamos que gostem! Divirtam-se! (FB)





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Sol, vinhedos e tranquilidade. Mais uma vez, o fotógrafo italiano Simone Mondino nos surpreende com uma bela imagem capturada em um local inusitado. Dessa vez, ele & seus camaradas Damato Alessio, Stefano Barbizzi e Alex “Geims” Luciano foram desvendar algumas estradas rurais na região vinícola do Piemonte, na Itália. Nos arredores da cidade de Alba, ficaram livres de toda a conturbação das grandes cidades... e tome free ride! Piemonte, Itália - Foto Simone Mondino

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ano 4 | edição 19

outubro/novembro 2015

Editores: Fabio “Bolota” Britto Araujo e Guto Jimenez Arte: Edilson Kato Redação: Guto Jimenez Colaboradores: Texto: Alexandre Guerra, Alexandre Maia, Cri Duarte, Eduardo Yndio Tassara, EuAmoLongboard.com.br, Larissa Sampaio, Eliana Castanho, Tadeu Ferreira, Taylane Almeida Fotografia: Billy_Fotografia, Cassia Ferreira, Chicão Pessoa, Diego Polito, Elielton Baby Gomes, Evelyn Colombo, Felipe Medeiroskt, Fernanda Lopes, Guilherme Ogava, Guto Lamera/ Artphotovideo, Jeff de Oliveira, Junior Leônidas, Lili Castanho, Luciano Lima Jr., Manu Rezende, Marcelo Marino, Maria Sanz, Michel-MHC_Surfpics, Moisés Carvalho, Peter Rausch, Priority Crew, Rique Barbo/ Henrique Barbosa, @Skitherpuc, Slide Or Die, Simone Mondino, Stephanie Abreu, Tadeu Fereira, US Boards Comercial: DHS Esportes (11) 3384-0703 (11) 99299-5620 Marcio Natividade marcionatividade@dhsesportes.com.br Sandra Santos sandrasantos@dhsesportes.com.br Fabio Bolota fabiobolota1@gmail.com (11) 96357-3492

Editora Circuito das Águas Ltda Rua Paraná, 525 – Jd. Bela Vista Jaguariúna - SP - Fone: 55 (19) 3867.0795 Diretor-Presidente: Ricardo Azevedo Coordenação: Sérgio Marini Distribuição gratuita em lojas e boardshops (Acompanhe os pontos de distribuição na página “Onde Encontrar” da sua CRVIS3R Skateboarding e no site: www.crvis3rskateboarding.com.br e facebook: www.facebook/crvis3rskateboarding) Lojistas: Informações de como distribuir e ser um novo ponto de distribuição, envie e-mail para lojascrvis3r@gmail.com Assinatura (informações): assinaturacrvis3r@gmail.com Deus é grande! A Revista CRVIS3R SKATEBOARDING é uma publicação bimestral. As opiniões dos artigos assinados nem sempre representam a opinião da revista e sim a de seus autores. Acesse: Facebook: /crvis3rskateboarding Instagram: @crvis3rskateboarding Issuu: /crvis3rskateboarding Site: www.crvis3rskateboarding.com.br

Thiago Bomba Foto: Guto Lamera/ artphotovideo





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Acompanhe mais informações em nossas comunidades sociais.

Cathlamet Downhill Corral: será esse o futuro do downhill?

Futuro garantido POR ALEXANDRE MAIA

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CAROLINA DOTTORI

a minha última coluna eu falei sobre a geração old school do downhill e pelo respeito que temos que ter por quem carregou a história do esporte nas costas durante décadas. Agora, não teria adiantado de nada nós batalharmos tanto pelo downhill e hoje a modalidade estar parada no tempo, e a nova geração que aí está mostra que valeu a pena cada roda gasta, cada ralado no asfalto e cada gota de suor derramada. Já falei em outra coluna sobre a estrutura dos eventos, que hoje são bem inferiores aos do inicio dos anos 2000. Em compensação, temos um crescimento enorme de marcas e da qualidade das peças encontradas e isto está refletindo em um número de novos praticantes que cresce mais e mais a cada dia. Com a entrada dessa nova geração com tanta força, é natural que o nível do esporte fosse levado a outros níveis como está acontecendo. O que me chama mais a atenção é este crossover que está acontecendo entre o skate de ladeira e outras modalidades do skate. Para quem conhece a cena do longboard nacional, não é novidade nenhuma encontrar um cara com um shape com mais de 40 polegadas fazendo um street ou andando em algum bowl. Agora, ver caras com skates que antes seriam usados somente para speed se jogando em rampas e escadarias é realmente impressionante. Em meados de 89 ou 90, a pista onde eu andava (a Top Sport, em São Paulo) fechou e o que me restou foi treinar com exclusividade na ladeira - no caso, na Ladeira da Morte e na Pracinha dos Skates, ambos os picos localizados no bairro do Sumaré também

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Alexandre Maia, 41 anos, 27 de skate Patrocínios: Orangatang, Downhill Machine, Drop Dead, Academira Power Club Apoios: Evoke, CS Team

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em SP. Na Pracinha dos Skates, além da linha tradicional de downhill slide que fazíamos na parte reta da ladeira, de vez em quando nós nos jogávamos até o final do bairro mandando slides nas esquinas, subindo calçadas, pulando escadas e o que mais aparecesse pela frente. Sem contar que, para mim, as partes mais empolgantes dos vídeos gringos eram os drops feitos pelos skatistas nas calçadas de San Francisco a milhão, mandando ollies monstruosos e sempre saindo um slide ou outro. Naquela época, eu já ficava imaginando que essa mistura do street com o DHS daria uma modalidade incrível, inclusive em competições. Ficava imaginando rampas, caixotes, corrimãos e corners colocados na ladeira da Pracinha dos Skates, e hoje fico muito feliz de ver que o downhill também está sendo levado para este lado. Aqui no Brasil os eventos neste esquema são tímidos, mas nos EUA e no Canadá vemos muitos eventos com rampas e outros obstáculos nas ladeiras onde todo tipo de skate é visto. Como já falei em outra coluna também, o nosso slide é o melhor do mundo e, se pararmos para pensar que também temos alguns dos melhores skatistas de street e transição do planeta, imagine a mistura explosiva que podemos fazer juntando tudo isso! Esse crossover já está acontecendo, ainda de forma tímida na minha opinião, e por isso mesmo eu acredito que este seja o futuro do downhill: uma modalidade overall, sem speedeiros, sem slideiros, sem longboarders. Quer andar na ladeira?! Tem que andar em tudo, e de preferência ao mesmo tempo! Bem vindo ao futuro!

Apoio cultural:



FOTOS MARIA SANZ

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O Inferno são os outros

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estes dias em que o sol acorda mais tarde, a ansiedade de começar o dia contrasta com a minha enorme preguiça, que eventualmente pede cinco minutos a mais de cama. Tudo poderia ser mais fácil de conquistar, mas na realidade é o contrário que nos faz pular da cama para enfrentar as dificuldades dos percursos e percalços da vida. Como sabemos a estrada é longa e por terras tupiniquins o asfalto é esburacado e mal sinalizado. Seguindo pelo caminho, sinto que estamos perdendo a mão, a medida e o peso. A agressividade, o ódio e a raiva estão ultimamente mais altos que a corrupção, os impostos, a gasolina e o dólar. Para muitos, essa é a justificativa. Definitivamente não é assim que alcançaremos o próximo degrau. Não é com o sangue quente e sim com calma, foco e concentração que as pessoas transpõem obstáculos, assim como quando nós aterrissamos sobre o longboard após um perfeito hippie jump. Suave, porém firme! Um exemplo recente. Em um post que publiquei com o título “O skate é um problema ou uma solução?”, que fala sobre a possibilidade do skate se transformar em um efetivo meio de transporte, uma resposta me surpreendeu. Dizia assim: “Um problema, porque só vejo pessoas que nunca crescem e não tem futuro andando nisso”. Sinceramente, com esse grau de falta de conhecimento de quem leu apenas o título, preferi nem responder. Este é apenas um exemplo de várias pessoas que rosnam por aí como os reis da floresta. Não pense que isso é por estarem atrás da tela, e talvez exista aí uma sensação de proteção. Estes leões estão por toda parte, na padaria, na fila do banco, no trânsito, no elevador, no estacionamento, no restaurante, etc. Para quê conversar e procurar entender se você pode Esta coluna foi escrita por Alexandre Guerra. Visite também: euamolongboard.com, facebook.com/euamolongboard, instagram.com/euamolongboard, youtube.com/euamolongboard, twitter.com/euamolongboard

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berrar e jogar paus, pedras e espinhos? Presencio o que posso chamar brandamente de erro de interpretação. As pessoas acham que sendo agressivas demostram ser informadas e politizadas. Ledo engano, estão sendo apenas ignorantes. Se bater com meu shape na minha cabeça resolvesse os meus problemas e minhas angústias, mesmo assim eu iria pensar noutra alternativa. Infelizmente, perdemos a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, de pensar no próximo. A insanidade está cada vez mais latente. Pessoas inteligentes não jogam seus skates sobre as outras, pessoas equilibradas sabem ouvir e conversar, por isso não gritam. Quando o inferno são sempre os outros fica difícil, ou quase impossível, olhar para dentro de nós mesmos. Assim, nos tornamos pontos cegos e surdos. Talvez ainda não exista fórmula, receita ou antidoto para a cura desta contaminação. O risco é de epidemia! Nossa busca tem que ser a de encontrar o equilíbrio, pois sem ele caímos e ao meu ver estamos em queda livre! Eu tento encontrar o equilíbrio através do skate. Assim, enquanto caminho sobre toda a sua extensão, sinto como se a arte imitasse a vida. Em momentos como este, penso e passo para frente o que aprendi com Tony Alva, que dizia: “O melhor skatista é o que tem o maior sorriso”. Sem o grande sorriso é como disse a crítica do nosso “amigo” ao post “...não tem futuro andando nisso”. Depois de três anos de revista e oito de EuAmoLongboard.com posso dizer que recebemos várias pedradas e abraços, mas estamos aqui construindo e devolvendo palavra por palavra tudo com amor, respeito e gratidão. Obrigado à CRVIS3R, por acreditar e manter a nossa coluna, e a você que lê e nos escreve.



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Equipamentos de proteção – Um pouco da História... POR EDUARDO “YNDYO” TASSARA

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uando vemos fotos dos anos 60, vemos que os skaters simplesmente andavam “no pelo”; a curtição era andar e sentir a liberdade e o vento, mas os ralados e esfolados eram comuns. Os equipamentos para skate só foram aparecer mesmo no início dos anos 70. A primeira empresa a se preocupar com a segurança foi a Rhino Skin Safety Equipment, que em 1976 trouxe uma linha completa de joelheiras e cotoveleiras (de pano e espuma, tipo as do vôlei), luvas (de couro grosso, tipo de lixeiro) e capacetes (de fibra vidro forrados com espuma). Foi nessa época que os skaters passaram a andar nas recém-inauguradas skateparks e os equipamentos de proteção eram obrigatórios em muitas delas. Em 1977, nascia a Rector Skate Wear Safety Equipment, criada pelo visionário Mike Rector; os equipamentos eram bem acabados, todos feitos em couro grosso (joelheiras, cotoveleiras, luvas com espuma protetora para as palmas das mãos) e tudo era muito colorido. A grande novidade foram os protetores de punho desenvolvidos pela marca, conhecidos como wrist guards; mais tarde, a indústria de materiais ortopédicos aproveitou e copiou a ideia. Foi também a Rector que desenvolveu as bermudas feitas especialmente para o skate, fabricadas com material mais resistente e forradas com proteção acolchoada para proteger o quadril, popularmente conhecidas por aqui como “bundeiras”. Ela também desenvolveu os casquilhos colocados nas joelheiras e cotoveleiras, feitos de plástico injetado semelhante ao PVC. Na sequência, marcas como Banzai (joelheiras, cotoveleiras e luvas), Cooper (capacetes, joelheiras e cotoveleiras) e Kip (luvas de couro) aproveitaram o crescimento do skate e lançaram seus produtos. A Rector foi a grande potência em equipamentos de proteção, do inicio dos anos 70 até meados dos anos 80: de cada 10 skaters, nove usavam equipamentos da marca, pois realmente eram ótimos. Atualmente, a fábrica produz joelheiras para os exércitos do mundo todo. As joelheiras e cotoveleiras feitas nos dias de hoje protegem de quedas de até 3 metros de altura, deixando muitos ortopedistas perplexos por sua eficácia. Existe uma variedade enorme de modelos feitos para praticantes de modalidades como o vertical, o downhill slide e o speed. Marcas como Triple 8, 187, Smith, TSG e Pro Design são referências de qualidade no skate vertical; já a

marca nacional Six Trucks lançou modelos específicos para o DHS, com casquilhos que se prolongam até as laterais das peças, sempre muito maltradadas pelo asfalto das ladeiras. Os speedeiros usam equipamentos inspirados nos de motovelocidade, como as Exofit da Triple 8 e as G-Form Pro X, que são bem justas e fornecem uma proteção extra além dos macacões de couro. Algumas empresas se especializaram em fabricar capacetes, como a Cooper (os pioneiros em fabricar peças para o skate), a Joja, os coloridos Flyaway e a Pro-Tec, todos surgidas em 1977. Essa última é a marca está que simplesmente domina o mercado de capacetes até nos dias de hoje e também faz joelheiras, cotoveleiras e meias pads, mas o forte da empresa é fazer proteções para as cabeças de praticantes de várias modalidades de esportes radicais, do paraquedismo à canoagem, além de também equipar a polícia e exercito americano. Materiais de alta resistência como fibra de carbono e kevlar são usados na composição em alguns modelos de capacetes da marca. Já a galera do downhill speed prefere usar os capacetes fechadosm, além de macacões e luvas de couro com casquilhos, que evitam as temidas escoriações. Muitos usam capacetes super aerodinâmicos, de marcas como Predator, Risch e Vultur (nacionais), desenvolvidos para melhorar a performance em altas velocidades. Aqui no Brasil, o pioneiro em se preocupar com a segurança foi a Twin Surf Skate, de Santos, que lançou em 1977 joelheiras e, no ano seguinte, lançou as joelheiras já com casquilhos feitos em fibra de vidro. Em relação aos capacetes, a pioneira a se preocupar com traumatismos cranianos foi a Tec Glass (SP), com seus capacetes de fibra de vidro forrados com espuma; o modelo era uma cópia dos Norcon norte-americanos. Já nos anos 80, marcas como a Urgh, WT e Narina lançaram uma linha completa de joelheiras e cotoveleiras, mas a Urgh dominava o mercado brazuca. Já os capacetes da Blockhead (de fibra de vidro) eram bem procurados e muito usados pelos locais. Atualmente, o que vemos é que equipamentos de proteção não são prioridades para muitos skaters, boa parte deles vindos do street que acabam migrando para as transições ou as ladeiras. Segundo eles dizem, “atrapalha em determinadas manobras”... É uma pena, porque o risco de lesões no nosso esporte é grande, mas cada um sabe da sua responsabilidade.

Eduardo “Yndyo” Tassara é um local de Guaratinguetá e está a 40 anos em cima do skate, além de ser o maior colecionador de relíquias do carrinho da América Latina. Seu blog é o skatecuriosidade.com – uma referência quando o assunto é a história do skate e os fatos curiosos do universo dos carrinhos e carrões. Acesse e aprenda!

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Jo A Jo Confecção feminina

Meias Enjoy Esqueça as meias brancas e sem graça, meias furadas, meias “cansadas” e pares perdidos que constituíam a nossa gaveta! Pensando em um acessório que é usado diariamente por milhares de pessoas, surgem as Meias Enjoy, inspiradas pelo design, pela geometria e pelas cores presentes no dia a dia. A marca desenvolve meias modernas e coloridas, com um toque divertido que expressam a personalidade e individualidade de cada pessoa que as veste. Acesse: http://enjoymeias.com.br e Facebook: https://www. facebook.com/enjoymeias

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REPRODUÇÃO

A marca Jo a Jo é voltada para o público feminino alternativo, para garotas praticantes de esportes radicais como skate, bike, roller, surfe etc. Sua missão é levar ao público uma opção fashion e confortável de se curtir o rolê, sem tirar a versatilidade de uma regata. A estampas valorizam as camisetas, fazendo ser possível o uso delas tanto durante o esporte como no dia a dia ou na balada. A peça foi feita para o lifestyle, trazendo em sua essência liberdade, conforto e estilo. Para maiores infos, acesse: site: www.joajo.com.br, facebook: www.facebook.com/joajoofical; instagram: @joajooficial

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Kyle Wester.

Lixa Mob Grip Super Coarse

A qualidade das lixas Mob Grip é comprovada e aprovada pelos melhores skatistas de street e vertical do planeta. Agora, a marca coloca toda a sua tecnologia à disposição do downhill: com o lançamento da lixa Super Coarse, a Mob Grip investe pesado nas ladeiras. Mantendo o mesmo sistema de perfuração das lixas comuns da marca, a Super Coarse garante uma aplicação sem bolhas e tem alta durabilidade. O pack vendido na gringa vem com 3 placas de 14”x11”; a Drop Family, com o comprometimento de trazer o melhor para o mercado do longboard, disponibiliza um pack com 4 placas de 10”x11”, garantindo cobertura total em qualquer tipo de shape. <26>

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Reine Oliveira na CW Parceira da CRVIS3R desde o lançamento, a Concrete Wave sempre mostrou interesse no cenário e nos skatistas brasileiros. Tanto é assim que a edição de outono desse ano, lançada em setembro, conta com a skatista Reine Oliveira na seção “Rider Setups”, na qual ela fala sobre suas escolhas de equipamentos tanto pro downhill slide quanto pro speed. Parabéns à bela... e valeu, CW!


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FELIPE MEDEIROSKT

A “crew” Gás Inflamável POR TAYLANE ALMEIDA

Em meados de 2001, um grupo de amigos skatistas da cidade de São Pedro começou uma “crew” chamada Gás Inflamável. Cri Duarte foi quem teve a iniciativa para esta crew existir de fato. Em 2004, Marcos Beber Vergara, o “Marcolino“ (dono da skateshop), se juntou a eles e começaram a organizar eventos de street por todo o interior paulista, visando o crescimento do esporte; além disso, também corriam atrás de projetos com pistas para serem implantados na região. Em 2008, começaram a organizar a etapa do circuito brasileiro de downhill slide e longboard, evento esse que acontece até hoje. Em 2012, houve o primeiro evento de speed organizado pela Gás Inflamável, na Ladeira da Morte em Piracicaba, cujo top speed era de 100 km/h. Foi um sucesso! Os caras pegaram gosto e, dali em diante, só vem realizando grandes eventos, todos em ladeiras rápidas e muito técnicas; isso já se tornou uma marca registrada, tanto que quando tem evento da crew, pode crer que não é numa ladeira “for fun”, é speed de tremer na base! A vontade é de crescer e evoluir com esporte, incentivando o máximo de skatistas que puderem, sejam em eventos ou com vídeos, fotos e divulgações em geral e nas redes sociais. As dificuldades de realizar um evento de porte mundial são grandes, a maioria dos gastos depende basicamente das inscrições, nem sempre dá pra deixar tudo como se deseja. Para a galera de Gás Inflamável, o que importa é fazer os skatistas se sentirem bem, andarem de skate até as pernas não aguantarem mais, revendo amigos e fazendo novos contatos. A organização pode até não conseguir toda a infraestrutura desejada, mas ver os skatistas se divertindo acima de tudo é o grande barato! Desde março, todo mês vêm sendo realizado os treinos em Sete Curvas, com direito a guinda, água e ambulância; a ladeira não fica fenada durante os treinos, mas visando a integridade física da galera que vai, foram improvisados madeirites nas curvas mais acentuadas. Além disso, ainda tem a preocupação com skatistas sem o devido preparo que querem se jogar no circuito: no início, tiveram alguns que foram barrados de descer nos treinos, uns menores de idade, outros com pouca prática. A organização achou melhor evitar acidentes, acompanhou a evolução dessa galera e hoje em dia eles frequentam os treinos e descem o pico com cautela. Muito importante nesta ladeira é respeitar seus limites sob as rodinhas, não só nesta como em qualquer outro pico: prudência nunca é demais. A equipe Gás Inflamável começou fazendo eventos sem pretensão alguma; foi acontecendo naturalmente, com muita seriedade, atitude e amor pelo esporte. Os caras vêm realizando eventos cada vez melhor, garantindo a diversão e a evolução do skatista que resolva correr um campeonato desses.

Brazucas detonando ao redor do mundo! Os speedeiros brazucas estão botando pra baixo com toda a pressão! Na mais recente temporada europeia do circuito da IDF, os resultados foram bastante expressivos, com vitórias e pódios tanto em provas WC quanto nas WQS: em Lillehammer (Noruega), Thiago Gomes Lessa (o “Cuei”) sagrou-se campeão da etapa com uma ultrapassagem na última curva. Alguns dias depois, em Kozakov (República Tcheca), “Guto Negão” mostrou o carteado e beliscou o 3º lugar, mas na prova seguinte, em Verdicchio (Itália), não deu outra: o paranaense foi o vencedor numa final marcada por uma queda de Max Ballesteros na última curva... O mineiro mais veloz de San Diego nem teve tempo de ficar chateado: Max sagrou-se campeão da “Yuping Cup”, a primeira prova internacional de downhill speed disputada na China. Dá-lhes, brazucas! Parabéns! CRVIS3R SKATEBOARDING

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Pro Model Carranca A OWL Skates está homenageando o profissional do downhill slide Renilson Carranca, com o seu modelo de roda assinado! Sempre na humildade, mas um monstro nas sessions na ladeira, Carranca tem mantido sua paixão pelos slides na ladeira com seu “skatinho”. Mais que merecido! Valorize o pro-model! Acesse: www.owlsports.com.br e Facebook: www.facebook.com/Owlsports

Longs de fibra de juta A juta é uma fibra têxtil de cultivo fácil e muita resistência, sendo comum em países asiáticos e no estado do Pará. O Jute Lab é um laboratório de Bangladesh que utiliza o produto para fabricar diversos produtos e resolveu introduzir o seu uso nos esportes de ação: eles já fabricam pranchas de surfe e SUP, quilhas e catamarãs. A iniciativa mais recente do grupo é o lançamento de dois modelos de longboards: o Fat Goat (“Bode Gordo”) usa 4 camadas de laminados e 4 de fibra de juta; já o “Longboard” é fabricado com um composto de fibra de juta e resina. Ambos são leves, resistentes e têm a vantagem de não se deformarem em contato com a água. Um ótimo exemplo de uso de matéria-prima alternativa! Saiba mais sobre a iniciativa em http://jute-lab.org/



Slalom de carbono Tradicional marca de longboard no Brasil, que há muito tempo frequenta a sua skateshop preferida, a marca Natural Wood está com um novo produto no mercado. Agregando tecnologia e desenvolvimento, está lançando shapes para slalom e velocidade fabricados com fibra de carbono. Quem conhece, sabe o que isso significa para um deck de skate, unindo leveza e muita resitência. É a tecnologia a favor do skate. Acesse: www. natwood.com.br/ e Facebook: www.facebook.com/naturalwoodlongboards

Distribuidora Plimax contrata Que tal representar as melhores marcas do mercado mundial? A distribuidora Plimax está cadastrando gerentes comerciais nacionais e contatos comerciais regionais, para as suas marcas de skate. Interessados, entrar em contato pelos fones: (11) 3251-0633 e pelo e-mail: longboard@plimax.com.br

Cri Duarte na Intruder Trucks

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O longrider, lojista, locutor e incentivador incansável do longboard nacional, Cri Duarte, acaba de fechar parceria com a marca de eixos Intruder Trucks. A marca vem consolidando seu espaço no mercado de hard goods e trabalhando forte o conceito, junto a uma equipe de responsa. Boa sorte a todos nessa parceria. Acesse no face: www.facebook.com/intrudertrucksbrasil

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Gobby Longboards

Pro-model Ricardo Mikima.

Com uma linha totalmente diversificada e completa, a Gobby Longboards está com novos lançamentos de rodas, shapes, trucks etc. Um desses lançamentos será o pro-model de speed do veterano das ladeiras e skatista overall, Ricardo Mikima. Distribuídos pela Joker Distribuidora, só temos a parabenizar a iniciativa e desejar que tenham muito sucesso e uma longa parceria pela frente... Valorize o pro-model! Acesse: www.facebook.com/gobbyskateboard.brazil e www.facebook.com/jokerdistribuidora

Rodas Entity A Entity é uma marca tcheca de skate que está na ativa desde o final dos anos 80, tendo atualmente uma linha completa de produtos que incluem decks, eixos, amortecedores e rodas. São essas últimas que trazem uma grande novidade, que é a utilização de gás hélio em seu processo de fabricação. Isso faz com que as rodas tenham a mesma densidade de outras fabricadas com uretano comum, com a vantagem de serem bem mais leves. A linha atual inclui os modelos Electric (65mm) e Energy (70mm) pro freeride e carvings; Emotion (70mm) e Europe (75mm) pra slalom; e a Esprit (70mm), perfeita pra slides. Todos os modelos vêm com as durezas 78A, 80A e 83A, tornando-os versáteis pra qualquer tipo de terreno ou estilo de rolé que o skatista tenha. Se você quiser saber mais sobre os produtos da marca, acesse o site em http:// entityworld.eu/index_eng.html



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Longboard RP - Brasil Freeride Festival POR CRI DUARTE | FOTOS JOÃO MARCELO “BILLY”

A cidade do interior paulista Ribeirão Preto é conhecida nacionalmente por seu excelente chope, mas não é somente isso que atrai as pessoas até lá... A Longboard RP Crew, em parceira com lojas da cidade, realizou um evento bem legal de freeride e best trick que trouxe um bom número de competidores, e deixou bem claro que a cena por lá está bem forte. Com disputas de Big Stand Up Slide de backside e frontside masculino e Big Stand Up Slide feminino, além de Best Trick e Freeride Run, quem compareceu assistiu a um evento diferente e muito fácil de entender, isso em todas as disputas. No masculino, a coisa ficou assim: Victor Yudi levou a melhor no Frontside; no Backside, Felipe Ferraz (o “Felipinho”) superou a todos em sua última tentativa e levantou a galera do evento - ele era o mais novo dos competidores, com 13 anos apenas... No Big Stand Up Feminino, as meninas se superavam a cada drop, uma marca sendo batida após outra, até que a Laura, de São José do Rio Preto, não deu chances

para as demais competidoras e levou o primeiro lugar. Na sequência, foi hora do Best Trick e novamente um show dos skatistas presentes. Com um combo perfeito e muito extenso, Fabio Fabim subiu ao lugar mais alto do pódio. Pra finalizar a festa, o FreeRide Run, uma espécie de prova de giant slalom; o que diferencia é o tamanho dos shapes, mas o principio é o mesmo. A disputa aqui é contra o tempo, e quem se deu melhor foi o nosso amigo espanhol, Jan Izquierdo, que foi o mais rápido do dia. Outros fatores foram determinantes para o sucesso do evento: a união dos skatistas locais e o envolvimento de gente mais experiente no time, como meu amigo e mestre João Marcelo Bonanata, o “Billy”, que também ajudou os organizadores João Scaranelo e Gustavo Lisa e deixou o evento com mais credibilidade ainda. Parabéns à Longboard RP Crew pelo trabalho feito e por mais um evento! Ano que vem a gente se vê em Ribeirão para mais uma etapa do Brasileiro de FreeRide. Até lá!

Laura.

Fabio Fabim.



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O local Jean Ritzel liderando o pelotão.

2ª Etapa do Circuito Brasileiro de Downhill Speed CBSK

SJD Downhill Challenge 2015 POR ALEXANDRE MAIA | FOTOS HENRIQUE BARBOSA

A ladeira da Lomba Grande em Novo Hamburgo já foi palco de alguns dos mais tradicionais eventos de downhill speed do Brasil e escola para top riders de todas as gerações. Desse asfalto, vimos sair caras como Eduardo Fiori, Perci Selbach, Kako Max, Fábio Lampião e muitos outros representando a geração dos anos 90 e 2000. Mais tarde, vimos esta ladeira dar fruto ao bi campeão mundial Douglas Dalua e daí para frente foi uma enxurrada de novos talentos vindos de São João do Deserto. Este foi um evento que tinha tudo para não acontecer. Primeiramente estávamos enfrentando um problema que parecia estar resolvido, mas que vimos que, infelizmente, está longe de se resolver. Já faz um bom tempo que os riders locais travam uma luta para mostrar aos moradores e a prefeitura de Novo Hamburgo que o esporte é profissional e precisa de apoio para ser praticado no local. A prática do downhill chegou até a ser proibida por um período no local, mas depois de muitas reuniões foram definidos dias e horários para treinos fechados e oficiais. Porém, faltando algumas se<34>

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manas para o evento, um dos moradores resolveu que não queria o evento no local e fez de tudo para que o campeonato fosse cancelado mesmo com a aprovação e liberação da prefeitura. Junto a esse problema, tínhamos uma incerteza quanto ao número de inscritos devido ao alto número de eventos no segundo semestre e a grave crise econômica que nosso país atravessa. Mas São João do Deserto é tradição: a força do lugar falou mais alto e todos os problemas foram contornados. Nem a forte chuva que persistiu o fim de semana todo pode atrapalhar a festa e os pegas dos mais de 160 atletas de todo o Brasil, e também com a presença dos nossos hermanos argentinos. No total, foram 11 categorias que buscaram o lugar mais alto do pódio e mais pontos para esquentar o ranking de 2015. No profissional, mostrando superação total, o gaúcho William Rubim levou a melhor. No amador 1 o campeão foi o catarinense Lucas Perdoná, que agora tem duas vitórias no circuito. No amador 2, quem chegou na frente foi Jean Ritzel, local de Novo Hamburgo, e



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Chegada emocionante no pro: Willian Rubim, Douglas Dalua e Guto Negão colados!

Silon Garcia, Mano Silveira e Perci Selbach: três bases na final do masters.

Bruno Fernandes de Oliveira e João Lucas Farias botando pra baixo no sled.

Melissa Brogni, veloz até debaixo d’água. Ricardo Mikima, soberano na curva.

no iniciante tivemos Alysson Nascimento (também de Novo Hamburgo) no lugar mais alto. Garantindo o futuro da modalidade tivemos Gabriel de Cascavel como campeão. Desde o início do ano, dividimos os riders old school em duas categorias e o resultado está aparecendo com mais inscritos no Grand Master do que no Master. Na master, Silon Garcia levou a melhor e mostrou como um local pilota naquela pista; esta final foi um show à parte, pois dois dos precursores da ladeira, como falei acima, ficaram com os lugares mais altos do pódio: Ivandro “Mano” Silveira em segundo e Perci Selbach em primeiro reviveram as finais de outros tempos. Falando ainda de história, desta vez de uma que começou a ser escrita agora, a campeã Georgia Bontorin ganhou a primeira edição <36>

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da categoria Feminino profissional do circuito brasileiro. Poucas meninas são profissionais hoje em dia, mas elas estão pagando o preço e abrindo as portas para que outras venham; no Feminino 1 Melissa Brogni dominou a prova todo o fim de semana e foi a campeã. Nas duas categorias mais rápidas do mundo do downhill tivemos um domínio paranaense. Os curitibanos Alexandre Machado e Leo Borton ficaram em primeiro e segundo, respectivamente; no Street Luge, Vili (o paranaense de Pinhais) foi o campeão do Street Sled. Agora todos estão na expectativa para saber onde será (e se vai acontecer) a terceira etapa do Circuito Brasileiro de Speed, que vai definir os campeões da modalidade mais rápida das ladeiras. Os resultados completos podem ser encontrados no site da DHM Races www.dhmraces.wix.com/dhmraces



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Overmeeting 2015 POR CRI DUARTE | FOTOS FELIPE MEDEIROSKT

O Overmeeting é certamente o maior e mais esperado evento de downhill em seu segmento no país; desde 2004, esse campeonato é realizado em Brasília e, de lá pra cá, o evento cresce a cada edição, e esse ano não seria diferente. Com disputas nas categorias mirim, iniciante, feminino, amador, master e profissional, quem foi até o Parque Ermida Dom Bosco viu bem de perto esse grande evento, que celebra o skate de maneira tão ampla. Sábado foi a vez dos mirins começarem os trabalhos, com destaque para o pequeno Miguel Leal de apenas 7 anos de idade, e pouco tamanho... Na sequência, foi vez do Classic Longboard e Thays Ferreira entrou pra história, sendo a primeira mulher a vencer uma etapa nacional da categoria! Logo em seguida, foi vez dos skatistas do DHS master e a disputa estava demais! Com um volta técnica e veloz, Marcio Difas deixou bem claro que era seu dia e levou a disputa de forma incontestável. No DHS iniciante, os novos talentos mostraram suas fichas e a disputa ficou entre os amigos Johnynho e Luquinhas Romero; a cada drop, um passava na frente do outro, mas no final Luquinhas ficou dessa vez na. No longboard iniciante, o skatista Rene Ropelle (de Campinas) fez a segunda linha muito boa e acabou levando o primeiro lugar. O dia foi fechado com o longboard master e a empolgação deles contagiava a todos os presentes. Atual campeão brasileiro, Alex Busnello conseguiu se recuperar na sua segunda linha e fez barba, cabelo e bigode; com isso, ficou na parte mais alta do pódio. No domingo, as meninas abriram os trabalhos. Mostrando muito sangue frio e muita base, a skatista carioca Andreya Barros mostrou que esse ano quer fazer história, levando também mais essa etapa e se distanciando ainda mais na liderança do ranking. No DHS amador, o talentoso e multi-uso Henrique Gomes (o “Ratão”) levou o primeiro lugar. O longboard amador foi um show à parte, na minha humilde opinião; a cada drop, as dúvidas vinham nas cabeças <38>

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dos presentes: quem vai levar? Dessa vez, foi o Marcelo Shibaba quem ficou na frente. Em seguida, foi vez do longboard pro e de outro show de técnica e velocidade. A disputa estava entre dois grandes nomes do cenário, o recém-profissionalizado Jonathan Borges e Thiago Bomba, que estava muito solto e fluido; outro que postulava entre os possíveis candidatos ao título era Davison Paixão, que conhece os caminhos de uma boa linha. Dessa vez, Jonathan Borges aproveitou mais em suas linhas e levou o primeiro lugar, seguido de Thiago Bomba em segundo e Davison em terceiro, levando a galera presente à loucura! Pra fechar com chave de ouro, o DHS pro – e, sinceramente, outro show de velocidade e técnica. Fazia tempo que eu não via tanta vontade nas linhas, giros com as quatro rodas, com duas e às vezes com as extremidades, tails e noses foram postos à prova e, com isso, o que se viu foi um nível incrivelmente alto de tricks pra todos os lados da ladeira. Com uma segunda linha que incluiu um perfeito f/s bert tail slide na guia, saindo de bert 360 graus, Jefferson Ricardo (o “Du”) levou a parada, deixando o homem do “downhill é gás” Kauê Mesaque em segundo, com linhas bem rápidas e técnicas, e o talentoso e surpreendente Alex Kung Law em terceiro. Vale destacar o empenho e dedicação da organização do evento em todos os sentidos; realmente, esse evento é feito por uma linda família chamada Overmeeting. Mais que isso, esse ano sem a realização desse evento/festa deixou claro que sim, precisamos de eventos grandiosos como esse e devemos apoiar os organizadores, pois esse ano está sendo muito difícil pra todos eles e, mesmo assim, a cena está acontecendo. Parabéns aos patrocinadores do evento, aos competidores e, principalmente, ao Walter Junior, um dos pilares dos maiores eventos que temos no Brasil pro skate de ladeira. *https://www.facebook.com/overmeeting/photo


RESULTADOS Longboard Classic Flat 1º Thays Ferreira 2º Carlos Roberto Vasconcelos Brasileiro 3º Paulo Cesar Santos Longboard Mirim 1º Miguel Leal 2º João Vitos Martins Longboard Iniciante 1º Rene Ropelle 2º Diego Manuel Borges Sena 3º Rômulo Queiroz Melo Silva Longboard Master 1º Alex Busnello 2º Paulo Cesar dos Santos 3º Antônio Kleber Machado Gomes Pasini Longboard Feminino 1º Andreya Barros 2º Ana Beatriz Bertoni O. de Carvalho 3º Andréa Guandaline da Conceição Longboard Amador 1º Marcelo Francischini Garrido 2º Leandro de Lima

3º Alisson Silva Longboard Profissional 1º Jonathan Willian Oliveira Borges 2º Thiago Lamego 3º Davison Paixão Downhill Slide Master 1º Marcio Pires 2º Carlos Coutinho 3º Ademar Fernandes Downhill Slide Iniciante 1º Lucas Gabriel Romero Zacharias 2º Johnny Rodrigues 3º Willian Deyvison Ferreira Downhill Slide Amador 1º Henrique Gomes 2º Paulo Rogério 3º Danilo Alves de Sousa Downhill Slide Profissional 1º Jefferson Santos Ricardo 2º Kaue Mesaque 3º Alex Araujo Santos

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skate para todos

Skate para todos S TEXTO E FOTOS TADEU FERREIRA

ergio Roberto de Oliveira, 48 anos de idade, profissional de TI, mais conhecido na Ladeira do Museu do Ipiranga como “Sérgio Pato”, sempre teve como paixões a música e praticar esportes radicais: ele tem 30 anos de surfe, 20 de mergulho, 17 de paraquedismo e de skate. Pato conheceu o mundo viajando através do mergulho e já teve uma vida materialista, egoísta e de poder aquisitivo elevado, que terminou de repente devido a uma crise pessoal. Depois de traumas causados por esse período de perdas, ele resolveu recomeçar a vida de uma maneira diferente: trabalhar pra reconstruir a sua vida com um pensamento mais humano e menos materialista, sempre buscando ajudar as pessoas que necessitam. Pato encontrou naqueles que têm grandes dificuldades de locomoção um caminho para realizar o seu objetivo, ao levar a prática do skate para o alcance dessas pessoas. Ele conheceu o Marcos Rossi, que nasceu com a Síndrome de Hanhart, cuja característica é a ausência de membros inferiores e superiores (braços e pernas). Marcos é pai de 2 filhos, surfista, mergulhador, advogado que trabalha num grande banco, DJ na Love Story, cantor e baterista de escola de samba - eles inclusive se conheceram num ensaio da X9 Paulistana. Marcos tinha o sonho de praticar esportes radicais junto com Pato, principalmente o skate; ele sempre pedia para o Pato levá-lo nas sessões, mas ele

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não aceitava porque o desafio e o perigo eram imensos. Até que um dia Marcos o chamou até a sua casa, dizendo que havia uma surpresa, e chegando lá Pato descobre que a surpresa era um skate carveboard que o Marcos tinha comprado para andar de skate, e pediu para desenvolver um carveboard para que ele pudesse realizar o seu sonho. Lançado o desafio, Pato levou o carveboard do Marcos para a empresa onde trabalha e começou a desenvolver um skate adaptado. Com o tempo, as adaptações do skate e as habilidades de Marcos Rossi na ladeira cresceram através dos treinos, e a equipe Carverize começou a levar esse projeto do skate adaptado para fazer apresentações nos eventos que participava. Com o passar do tempo e o sucesso da ideia, famílias de pessoas com mobilidade reduzida começaram a entrar em contato para participar do projeto; devido a algumas experiências de sucesso com outras pessoas nessas condições que começaram a usar o skate adaptado, Sergio Pato decidiu montar uma equipe de skatistas com mobilidade reduzida chamada Equipe Anjos Guerreiros, que atualmente conta com 7 skatistas: Thiago “Cocó”, Marcos Rossi, Laura Neves, Ivan Bevenuto, Leonardo Marques, Victor Morceli e o mais novo membro da equipe, Andrei Almeida. Entre todos eles, Thiago “Cocó” é um caso à parte. Ele começou a andar de skate aos 9 anos de idade fazendo street, mas logo conheceu o DHS e não largou mais. Par-


ticipou de muitos campeonatos e até ganhou alguns, como o da “Barriga da Velha” em São Paulo que era um dos melhores eventos da Zona Norte nos anos 90. Foi lá que se destacou mais no final dos anos 90, quando acabou ganhando seus primeiros patrocínios de marcas grandes como a Tracker e a Action Now. Em 2000, conseguiu patrocínios da Narina e da Hot Spice, que eram marcas de pessoas muito legais para ele e que, segundo o próprio Cocó, o ensinaram a respeitar as pessoas, a estudar e andar muito de skate. Mas em 2003, no topo da sua carreira como skatista, acabou sofrendo um acidente em Guarulhos: ele mergulhou numa piscina e bateu a cabeça, fraturando a coluna cervical e comprimindo a medula. Após o acidente, nunca mais andou de skate, mas sempre sonhava em voltar. Até que em 2014, através do vereador George Hato, ele teve o prazer de conhecer Sérgio Pato num campeonato de skate no Museu do Ipiranga, que disse que tinha visto a entrevista de Cocó na TV Record falando sobre o amor ao skate e que queria ganhar uma cadeira motorizada para ser livre. Ao contar sobre isso, Pato informou que tinha uma equipe de skatistas que andavam de skate adaptado na ladeira e perguntou se Cocó não queria entrar na equipe. De acordo com Thiago Cocó, aquilo foi como realizar um sonho e logo depois marcaram uma sessão. E em 2015, depois de 12 anos, Thiago Cocó voltou a sentir o vento no rosto e o ar da liberdade em cima de um skate! Atualmente, o grande desafio da Equipe Anjos Guerreiros é na parte de equipamentos já que, apesar da alta exposição do projeto em mídia e da alta procura de pessoas querendo praticar o skate adaptado, infelizmente o projeto tem poucos apoiadores e existem somente dois skates adaptados, 1 carveboard e 1 longboard, sendo que apenas o carveboard tem se mostrado ideal tanto na parte de segurança como conforto para os skatistas com mobilidade reduzida. Devido ao alto custo dos carveboards e das adaptações, o projeto necessita de mais patrocínios e Pato está se organizando para viabilizar essas necessidades junto com o apoio de entidades e setores governamentais. Os atuais apoiadores do projeto são as empresas Spoart, Vmx360 Tecnologia, Six Trucks e Ipanema Ina Fag, e na parte governamental tem apoio do vereador George Hato, que orienta a respeito das burocracias relacionadas com entidades e viabiliza apoio em eventos pela prefeitura. Além disso, está sendo iniciada uma parceria com a Secretaria Municipal de Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, que ocorreu devido ao apoio do vereador. Sergio Pato agradece imensamente aos seus filhos Rafael e Gabriel Guisso, aos seus apoiadores privados e governamentais, ao Fabio Bolota e Guto Jimenez da revista CRVIS3R e todos aqueles que, com carinho, apoiam e acreditam nesse sonho.

Na página ao lado: Marcos Rossi curtindo a ladeira do Museu do Ipiranga. Nesta página a partir do alto: Ivan Bevenuto; dois momentos de Thiago Cocó; Victor Morceli; Sérgio Pato e Laura Neves; a alegria de Andrei Almeida; Marcos Rossi: o long e o carveboard adaptados; Sérgio Pato; os Anjos Guerreiros e Leone Creazzo. CRVIS3R SKATEBOARDING

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GUILHERME OGAVA

guto negão

Entrevista: Carlos

Augusto Paixão,

“Guto Negão”

No cenário atual de competições do downhill speed, cada vez mais nomes mundialmente consagrados vêm sendo obrigados a dividir ladeiras e pódios com talentos emergentes. Após pavimentar bem o seu caminho aqui no Brasil, Guto Negão está mostrando a sua força e seu role poderoso no cenário internacional nas últimas duas temporadas. Esse paranaense é um cara simples, de bem com a vida e sem frescuras, que segue de maneira calma e obstinada em seu objetivo de ser campeão mundial pela IDF. Nessa entrevista exclusiva à CRVIS3R, ele diz como desenvolveu o seu estilo mesmo vindo de uma cidade com poucas ladeiras, mostra lucidez em relação ao momento do país e conta como o respeito pelos “brazucas” só aumenta pelo planeta afora. Confira! POR GUTO JIMENEZ | FOTOS CHICÃO, GUILHERME OGAVA E RIQUE BARBO

P Acima: B/s full slide ou toe drift?! Guto não está nem aí, só quer deslizar em sua Maringá.

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ra começar, qual é a origem do seu apelido e como você prefere que te chamem? Como eu tenho Augusto no meio do nome, minha família sempre me chamou de Guto, o pessoal do skate acabou ouvindo e pegou. No inicio, quando comecei a andar de long, meu apelido era só “Negão”, pois sempre usei macacão preto e sempre fui o mais “escurinho” da turma. (risos) Aí juntou tudo, Guto Negão! Eu prefiro que me chamem de Negão, já quebra um pouco o gelo e as pessoas se sentem mais à vontade pra falarem comigo. Vamos às suas origens: como e quando você começou a se envolver com o skate?

A primeira vez que eu tive um skate foi por volta dos 12 pra 13 anos, e ali eu já vi que envolveria minha vida nisso de alguma forma. Anos mais tarde, aproximadamente com 18 pra 19 anos de idade, eu conheci o longboard através de um instrutor da academia onde eu malhava. A princípio não entendi direito como funcionava, digo, era só andar na rua... Não tinha muita graça, mas quando eu vi meu professor indo ao topo de uma ladeira, descendo o mais rápido possível e deslizando uma manobra chamada “superman” na minha frente, eu pirei. Naquele momento, eu só pensei em montar um longboard e fazer aquilo que posteriormente iria moldar meu estilo de vida.


Agora diga quem são os caras que são suas referências em sua trajetória até aqui, por favor. Minhas verdadeiras referências são as pessoas que realmente me ajudaram, como Paulo (“Facão”), que praticamente me viu subir em cima de um longboard pela primeira vez e está ao meu lado até hoje; o Luiz Gustavo (“Manta”), que sempre levantou muitas questões sobre o skate na mesa de bar em que nos encontrávamos. Talvez eu nunca tenha dito isso a ele, mas ele sempre conseguia me botar pra pensar sobre alguns aspectos do skate downhill. Devo muito a essas caras, que até hoje são minhas referências no esporte. O estado do Paraná sempre foi um celeiro de ótimos skatistas de várias modalidades e, de uns anos pra cá, também vem revelando nomes fortes no downhill como você próprio, Alysson Solé, Pedro Medula, Rafael Careca e os irmãos Lucas e Georgia Bontorin. O que há de mais especial na “terra do pé vermelho”? Realmente não vou saber te dizer o que exatamente acontece (risos). Chega até ser estranho, um exemplo: onde eu moro, temos vários nomes do street e não temos nem pistas de street, quanto mais ladeiras para treinar. O Norte do Paraná é uma região inóspita para o skate, porem é aí que são forjados os atletas de verdade, acredito eu, pois quanto maior a dificuldade mais forte tem que ser o individuo. Um exemplo bem claro para mim sobre isso é que, no começo, No alto: O push (impulso ou remada) forte é uma de suas características mais destacadas. Embaixo: Treinando em Sete Curvas, drift à frente do Pedro Pucetti Frangullis. CHICÃO

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Quanto maior a dificuldade, mais forte tem que ser o individuo.

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GUILHERME OGAVA

guto negão

Sujeira na pista? Sem problemas: Guto passa por cima no gás!

Ganhar um campeonato hoje em dia, pode ser o campeonato da rua da sua casa, sempre é difícil. sempre andávamos em ladeiras não muito rápidas, então eu treinava minha remada (ou “push”) pra acelerar, tornando a descida mais rápida e divertida e não pra competição. Como é a cena de skate em sua cidade, Maringá? Quem são as pessoas com quem você gosta de dar seus roles? A cena não é tão forte, pois Maringá é uma cidade relativamente pequena, isso falando sobre street skate que tem mais praticantes; já no longboard, é menor ainda. O grupo que iniciou o longboard como equipe e que eu ando até hoje são os MST – Maringá Speed Team; ando muito com eles e eles são meus parceiros de treino e amigos que levo pra minha vida toda. Devo muito ao amigo Johnny, que é com quem eu mais treino ultimamente mesmo tendo um trabalho difícil como bombeiro; outro parceiro de treino que sempre fazia com que eu puxasse é o João Ogava, que está voltando aos treinos esse ano. De que maneira a sua formação em educação física te influencia no skate e em outros aspectos de sua vida? Como eu disse, nunca tive muitos lugares pra treinar o downhill, portanto no início eu chegava às competições e sofria muito, pois tinha dificuldades com curvas longas, de estrada ou até mesmo de serra, por exemplo, já que nunca tinha andado de skate em uma serra ou estrada. Mas eu percebia que se eu pudesse sair na frente com uma remada muito forte, poderia compensar essa fraqueza que eu tinha. Hoje eu não treino mais remadas e nem meu corpo à exaustão, como fazia antigamente, tento andar o máximo de skate <46>

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possível em várias ladeiras e nunca ficar andando em um só lugar sempre. O melhor treinamento é a prática. Você pratica outros esportes ou atividades além do skate? Faço de tudo: se o pessoal quer ir fazer escalada, eu vou; se quiser andar de kart ou jogar paint Ball, eu vou também. Até faço treinamento no computador jogando jogos de corrida para treinar meus reflexos. (risos) É sério... Como é a sua rotina diária, se é que isso existe? Acordo cedo todos os dias para me alimentar, principalmente nos finais de semana já que é quando as competições acontecem. É uma vantagem já ter o corpo desperto logo cedo. Minha alimentação é normal, tento não ficar sem comer por muito tempo e malho todos os dias para manter o corpo sempre trabalhando. Skate: sempre que tem gente pra andar no final de tarde, e durmo cedo. Quais músicas e comidas colocam um sorriso em seu rosto? Eu sou um cara bem simples em relação à alimentação: um prato com arroz, feijão e um frango ou bife já basta. Já de música, gosto bastante de eletrônica e rock. Porém, antes das competições, eu gosto de ouvir músicas calmas e até música clássica. Já sou bastante motivado, antes das corridas não preciso me botar mais pilha (risos). Você é um cara que vem chamando a atenção do mundo do downhill speed com performances consistentes e resultados bastante expressivos. Tem alguma técnica especial de preparação e concentração?


tos anos lutou pelo esporte no mundo. Porém, na época que eu fui campeão, a maioria dos atletas já não estava correndo e também não havia muitas etapas. Mas, claro, nunca é fácil, eu fico grato pelos títulos e sou muito feliz por eles, mas o objetivo agora é ser campeão pela IDF. Após as vitórias em Teolo no ano passado e em Verdicchio nesse ano, dá pra dizer que a Itália é um de seus países favoritos? Uma parte da minha família é italiana, acho que não é a toa que eu tenho sorte lá! (risos) Com certeza a Italia é a minha segunda casa. Ainda sobre Verdicchio: você teve de desviar do Max Ballesteros, que tinha caído a poucos metros da linha de chegada, pra conseguir a vitória. O que passou por sua cabeça, deu tempo de pensar em alguma coisa? Como eu disse, ganhar um campeonato hoje em dia, pode ser o campeonato da rua da sua casa, sempre é difícil. Esse então foi mais. Tive sorte e azar na mesma descida: vi o título escapar na curva anterior e vi o mesmo voltar para as minhas mãos uma curva depois. Não basta só ter competência, tem que ter sorte e eu tive sorte nesse dia! Aliás, essa última temporada europeia foi bem proveitosa aos “brazucas”, com a sua vitória e a do Thiago Gomes Lessa na última curva em Lillehammer. Você acha que isso os fará ser ainda mais respeitados lá fora? Já tínhamos um certo respeito dos demais, porém antigamente os brasileiros tinham fama de não saberem fazer slide, nem andarem em curvas. Esse ano, mudamos o jogo. Agora somos perigosos em qualquer terreno! Quais são os seus circuitos favoritos no Brasil e no exterior? Imagino que Teutônia faça parte dessa lista... Ao lado: Mais um flagra da sessão noturna em Maringá. Abaixo: Saída de uma das Sete Curvas de Águas de Lindóia (SP). CHICÃO

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Eu considero o meu processo de aprendizagem um pouco lento. Não tenho o talento em chegar numa pista e já descobrir toda a linha em uma ou duas descidas. Eu sempre digo para os meus patrocinadores: preciso ir uma vez antes pra saber como é. Se levar sorte, vou bem, mas na outra vez que eu for, com certeza vou trazer resultados, pois já sei o que me espera e coloco todo o meu foco na hora do treinamento para as situações que eu sei que vou encontrar. Campeão brasileiro amador e profissional, campeão do World Cup Series e bicampeão do World Championships pela IGSA. É certo afirmar que ser campeão mundial pela IDF está em seus planos? Para ser bem sincero, não me considero campeão mundial mesmo tendo o titulo pela IGSA, mas não se enganem quando eu digo isso: não estou menosprezando essa associação, que por mui-

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CHICÃO

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Teutônia é um lugar especial, sem duvida, top 3 dos meus lugares preferidos pra andar no Brasil. Há ladeiras que estão ganhando espaço na minha lista, como Sete Curvas em São Paulo e Bocaiúvas do Sul, em Curitiba. No exterior, Kozakov é uma ladeira que é bem meu estilo de pista, rápida com curvas de alta, e as minhas rodas voam nesse tipo de circuito. Pra mim, na verdade é bem difícil achar o melhor lugar, como venho de um lugar que não tem nenhum tipo de ladeira, qualquer pico que eu vou já acho supermaneiro (risos). Somente um pequeno número de competidores tops do Brasil tem patrocínios e apoios que os possibilitam competir em algumas etapas ao redor do mundo. Como você enxerga essa situação e o que você acha que poderia ser feito pra mudar? O Brasil com certeza deveria ter mais atletas competindo fora do país, porem o downhill ainda não é um esporte praticado por muitos, como o futebol por exemplo. E mesmo o futebol sendo um esporte amplamente difundido no nosso país, são poucos atletas que se destacam para competir fora em clubes grandes. A mesma coisa acontece com o downhill. O que poderia ser feito nesse momento já está sendo feito, as empresas não têm de onde tirar mais dinheiro, os impostos subiram, os custos subiram... Acredito que o problema agora é maior do que as empresas querendo patrocinar atletas, o problema agora é quais empresas ainda vão sobreviver a essa crise econômica. O cenário do downhill speed em nosso país não para de crescer e, ao mesmo tempo, temos muito poucas competições valendo ranking profissional da modalidade. A que você atribui esse fato? Acho que toda iniciativa de realizar um evento deve contar com o apoio das prefeituras. Com essa troca de governo nas eleições, al<48>

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CHICÃO

Dois momentos dos treinos em Sete Curvas: liderando o pelotão no alto da ladeira e conferindo a distância de quem vem atrás em plena curva.

Na verdade, é bem difícil achar o melhor lugar, como venho de um lugar que não tem nenhum tipo de ladeira, qualquer pico que eu vou já acho supermaneiro (risos).



RIQUE BARBO

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Ignorando o asfalto tinhoso no Araripe Downhill Challenge.

guns eventos acabam sofrendo com isso, pois param de receber o incentivo que vinham recebendo justamente porque quem está no poder agora é outro. É claro, sabemos também de outras iniciativas de empresas privadas tentando realizar eventos em nosso país, porém ainda sofrem críticas. Acredito que o esporte ainda vai evoluir muito nesse quesito, principalmente no Brasil, creio que todo evento é válido e deve ser feito independente do valor da inscrição ou da premiação. Agora aquela informação que a galera adora saber: por favor, descreva como são os seus setups favoritos pra sessões e competições. Meus setups pra freeride e speed são os mesmos – aliás, o meu freeride é voltado pro speed, então lá vai: shape Landyachtz Prophecy, lixa UZI grip tape, trucks YPY (trave 171, base 45 graus na frente e 35 atrás), rolamentos Uzi Metal pra freeride e Uzi Ceramic pra corrida, rodas Face Skate Fast Elefante 83A (pra asfalto brasileiro ou liso) e 79A pra asfalto mais poroso. Xará, muito obrigado por ter dedicado o seu tempo a essa entrevista! Por favor, mande aquelas mensagens e um recado pra galera que vai te ler aqui na CRVIS3R. Só tenho a agradecer a oportunidade de falar um pouco mais sobre meu trabalho e minhas concepções sobre o esporte que eu amo. Se eu puder dizer só uma coisa pra quem está começando nesse esporte, lá vai: quando comecei a praticar o downhill como esporte, sempre sonhava em viver viajando pelo mundo, dormindo <50>

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em hotéis, viver essa vida de sonhos que todo mundo pensa que é. Porém, não é bem assim, pois quase nunca ficamos em hotel, quase nunca fazemos três refeições ao dia, tudo é sempre muito difícil, então não é uma vida tão fácil e glamorosa como parece. Portanto pensem bem antes de entrar de cabeça, primeiro enxerguem com clareza o objetivo final, não criem falsas esperanças. Esse esporte, mais do que todos, deve ser praticado por amor porque o retorno financeiro não é grande. Mas se você fizer tudo certo e tiver sorte, irá conhecer pessoas maravilhosas, lugares, possibilidades de trabalho diferenciadas - ou seja, vai enxergar a vida de outro ângulo e provavelmente vai ser muito feliz!

EXTRA! EXTRA! No dia do fechamento dessa edição, Guto venceu o Festival de La Bajada / Lomalinda DH 2015, prova World Cup do circuito da IDF disputada na Colômbia. Com o resultado, ele pulou pra 2ª posição no ranking mundial. Rumo ao título! Parabéns, Guto! > CARLOS AUGUSTO PAIXÃO “GUTO NEGÃO” 27 anos, 14 de skate Patrocínios: Face Skate, Uzi, Natural One, IPC - Instituto de Patologia da Coluna, Flying Satans, YPY trucks, Division Skateboards, Tacna, Atopic e Ionic Flux skate lube.



DIEGO POLITO

rafael “massa”

Entrevista:

Rafael Massucci “Massa” POR GUTO JIMENEZ

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Acima: Sol a pino, ladeira vazia e um half cab judo tail slide pra completar o visual.

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ra começar, gostaria que você falasse sobre o Museu do Ipiranga, o “Quintal” onde você se criou e é o ponto de referência de tanta gente. Qual é a importância do pico pra você e pra SP? O Quintal, além de ser um dos berços do skate em São Paulo, é praticamente um skate park; ainda não tem pista, mas é um solo sagrado para o skate de SP e sempre vamos lutar por esse espaço. Um lugar cheio de verde no meio do concreto da cidade, com opções de praticar skate em vários obstáculos e com uma ladeira de 400 metros fechada para carros... É praticamente um sonho (risos). Você ainda é do conselho gestor do skate no Museu? Quais são as maiores dificuldades em se gerenciar um espaço público tão tradicional quanto aquele? Eu fui o conselheiro gestor mais votado da história do museu, implantamos e fizemos melhorias que foram permitidas, mas existem pessoas envolvidas que, mesmo sendo skatistas, não lutam pelo skate e sim pelos próprios interesses, e assim fica mais difícil de con-

cretizar ações para que o skate evolua. Além disso, tem os mais “antigos” que, ainda nos dias de hoje, não querem que o skate faça parte do museu, mas o meu recado pra eles é: nós estamos aqui e não vamos sair! Por favor, explique melhor a respeito dos horários e das obrigações dos skatistas no Museu. Existiam horários que foram acordados entre a Associação do Quintal do Ipiranga e a antiga administração do museu, onde se encontravam deveres e direitos. Infelizmente, mais uma vez só os skatistas cumpriram esse acordo, e hoje ele não existe mais. Pode-se andar de skate todos os dias das 5 da manhã até às 20 horas sem restrições, apenas continuamos com a campanha do capacete que vai continuar salvando vidas e o nosso pico. A galera dali está sempre agitando o local com eventos de várias espécies e de várias modalidades. Nesses anos todos, quais foram os seus favoritos realizados ali? Infelizmente, com os governantes do nosso país, está bem difícil realizar eventos no Brasil inteiro. O único que rolou esse ano foi o 6º Independência ao Longboard que, mesmo sem patrocínios e com grande esforço de


EVELYN COLOMBO

FERNANDA LOPES PRIORITY CREW

outros para que não acontecesse, como a prefeitura e “skatistas” que não são pelo skate, esse foi mais um evento de sucesso e ano que vem tem mais! Queiram ou não, o Quintal não vai desistir! E fora do Museu, quais foram os eventos que você considera como inesquecíveis? O primeiro campeonato que eu ganhei foi o de São Pedro, realizado pelo nosso brother Cri Duarte, e esse campeonato vai ter sempre um gosto especial pra mim. Nesse ano, pela primeira vez rolou o campeonato da Bellong no Pará, e eu tive o prazer de ganhar e voltar pra SP com uma moto zero km. Brasília também sempre é muito especial... Mas o que faz todos os campeonatos serem inesquecíveis é a galera e a festa que é proporcionada para o skate de ladeira. Um dia de campeonato pra mim é como se fosse aniversario do skate e tem que ser comemorado sempre com muitas manobras e diversão... Senão, não vale a pena. Agora vamos ao início de sua trajetória: por favor, conte-nos sobre a curiosa história sobre o seu primeiro skate. Eu já andava com um skate que as peças saíam e ele se desmontava enquanto eu andava: a porca da roda saía enquanto eu descia uma rua, porque não eram essas de pressão como hoje, era qualquer porca que eu achava no meio das ferramentas do meu pai (risos). Foi com dez anos mais ou menos que ganhei um skate novo, daí em diante considero que comecei a andar de skate. Muitos amigos e muitas “modinhas” do skate se passaram, tiveram épocas que eu andava com mais de 30 moleques e, do nada, quando a moda passava ou esses moleques se machucavam, eu me via sozinho de novo, mas desistir jamais. Hoje estou aí, com 22 anos de skate e não pretendo parar. Você sempre andou de long? Quais foram as suas primeiras referências de estilo no carrinho? Andei com skate tradicional por alguns anos, sempre gostei de andar na rua mesmo. Gostava de sair sem destino, procurando obstáculos naturais das ruas e sempre tinha uma ladeira envolvida, mas como não conhecia o downhill, o jeito era pular escadas e andar nas pis-

No alto: Impulso rumo ao desconhecido. No meio: O Banx de Porto Alegre é agredido por esse f/s grab do Massa. Embaixo: Nada como um b/s nose slide no Quintal do Ipiranga, a casa do Massa. CRVIS3R SKATEBOARDING

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rafael “massa”

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US BOARDS

@SKITHERPUC

Embaixo à esquerda em cima: F/s nose slide desafiador no asfalto molhado e as conquistas e glórias do Massa. Ao lado: Um f/s rocket nose slide?! É Massa! Embaixo à direita: Já que não tem onda na praia, melhor mandar um b/s nose slide na rua mesmo...

Liga) e sul-americano. O que mais te atrai no ato de fritar o uretano no asfalto? A sensação de liberdade e o prazer de acertar uma manobra não tem preço. Aí, quando você começa a tirar manobras novas, é como se o skate falasse pra você: “obrigado irmão, agora vamos pra próxima”... Aí já era, mano, pego na veia e não sai mais! (risos) Andar de skate é foda! Observando os resultados em campeonatos, dá pra dizer que você é um competidor difícil de ser batido. Você sempre foi um cara fissurado em eventos ou isso veio depois? Na real, eu nunca gostei de competir, antes até ia aos eventos, mas só pra olhar e dar um role, mas depois que comecei a competir, parece que comecei a andar de skate de novo. O início foi bem difícil, porque sou muito ansioso e isso sempre me atrapalhou, mas nada como a experiência de competir em diversos lugares e perceber que, na real mesmo, você só está competindo com você mesmo. Não tem essa de andar melhor ou pior que os outros, você tem que se superar e se recriar, senão você não ganha. Não adianta ser hipócrita em dizer “corri só por correr”: quem corre campeonato quer ganhar e já

US BOARDS

tas precárias que existiam na época - principalmente da na pista da Saúde, outro grande berço do skate em São Paulo. Sempre gostei de surfar também, foi quando um brother que alugava uma casa comigo e mais uma galera em Ubatuba me emprestou seu long e eu nunca mais larguei (risos). Jay Adams, Tony Alva e Stacy Peralta influenciaram a muitos inclusive a mim, mas a maior inspiração que tenho e quando faço uma sessão é quando tem um monte de gente andando, se empenhando, evoluindo e deixando o role cada vez mais pesado. Isso me faz querer evoluir cada vez mais. O downhill slide talvez seja a modalidade mais brasileira que exista e você foi um dos únicos que se dedicou a dar aulas de DHS pros interessados. O que te levou a ter essa iniciativa? Você ainda dá aulas por aí? Eu sempre trabalhei em outras áreas, como logística, comércio exterior e publicidade; em épocas de vacas magras, já fui ajudante de pedreiro, carregador de materiais de construção, já trabalhei em lojas de shopping, já fui motoboy, e aos 27 anos decidi que se eu não fizesse o que eu amo, não conseguiria fazer nada nessa vida com amor e total dedicação. Foi quando larguei tudo e fui dar aulas no museu; não fiquei muito tempo dando aulas, pois fui chamado pra ser representante de uma empresa importadora de skates. Sai de lá em 2012 e, desde então, sou gerente geral e team manager da US Boards, graças a Deus! Obrigado skate! Eu gosto muito de ensinar a galera quando estou na sessão, isso me faz aprender cada vez mais, fora o prazer de ensinar uma manobra nova pra molecada e ver essa evolução de perto, é prazeroso demais. Ainda sobre o DHS: a sua competência na modalidade é incontestável, já que você já se sagrou campeão brasileiro (tanto pela CBSk quanto pela Slide


DIEGO POLITO FERNANDA LOPES SLIDE OR DIE

era. Mas sim, os campeonatos mudaram a minha vida. Eu não teria apoios e nem trabalharia no meio se não fossem os campeonatos! Nos últimos anos, os amadores estão tendo muito mais eventos pra correr do que os profissionais. Que consequências boas e ruins você enxerga nesse fato em si? Péssimas consequências. Infelizmente a culpa é dos governantes do Brasil, que não ajudam as empresas a investirem no esporte. Como organizador de eventos, eu sei da dificuldade em arrumar patrocínio; no Independência ao Longboard desse ano, por exemplo, não conseguimos fazer o profissional por não conseguirmos verba pra isso, e no ano passado teve. Mas ano passado foi ano de eleição, aí as coisas ficam mais “fáceis”. O que me deixa mais triste ainda é que as entidades poderiam fazer mais, principalmente nesse caso dos profissionais: ajudar campeonatos, incentivar empresas a participar, reconhecer e estabelecer um circuito verdadeiro, apoiar realmente todas as categorias e modalidades... Essa sim é uma grande perda pro skate. Você já viajou um bocado andando de skate por aí. Quais foram as suas viagens favoritas e por quê? Graças a Deus, agradeço todos os dias por essas skate trips que já fiz! A primeira vez que andei de avião, foi o skate que me pagou e, de verdade, não consigo dizer qual foi a mais louca, a mais da hora. Uma skate trip é foda, e eu rezo pra que elas não acabem nunca (risos). Tiveram anos que viajei de Belém Do Pará ate Porto Alegre, ao Chile, Peru, Brasília, Rio, São Paulo... Mas ainda tem muitas cidades e países que eu quero andar de skate... e que venha a próxima skate trip! Pra qual lugar você gostaria de viajar pra andar de skate? E pra fazer um turismo sem compromisso? Eu ainda, repito, ainda não fui pra Califórnia, mas eu vou. Nesse ano, depois de muitos anos viajando apenas pra andar de skate e competir, fiz uma viagem ao Peru e foi sensacional, mas o skate estava na bagagem também (risos). Eu pretendo viajar o máximo que eu puder, porque essas experiências e vivências ninguém nunca vai tirar de mim, são pra sempre. Skate trips pra sempre! (risos) Vamos imaginar uma “sessão dos sonhos”. Quem estaria presente nela e onde rolaria? A sessão dos sonhos vai ter que ter uma ladeira que termine em um skate parque sensacional (risos). Eu amo a ladeira, mas como sempre digo: depois que você aprende a fazer um carving na parede em bowls e banks, você não quer mais andar no chão. Andar na pista pra mim é uma das maiores adrenalinas. Tenho vários amigos: a crew da Priority Longboard, que não pode faltar, a galera do Quintal, mas independente de crews, sempre tem que ter pelo menos um brother na sessão pra ficar estralar. Não gosto de andar sozinho, apesar do skate ser algo que se faça sozinho, andar sozinho não tem graça. Quanto mais brothers, mais a sessão pega fogo! Você já foi citado por dizer que “respira skate 24 horas por dia”. E além do skate, o que você curte fazer? (Risos) Eu digo isso porque que trabalho com skate, ando de skate, organizo campeonatos, faço locução de campeonatos de skate, gosto de ensinar skate e tudo que estiver relacionado ao skate (risos), mas eu gosto muito de fazer um churrasco na minha casa ou na casa de algum amigo, juntar a galera pra fazer um som, tocar um violão, dar muita risada, gosto de plantas, brincar com meus animais. Sou bem caseiro e gosto muito de ficar em casa com a minha mulher Fernanda, curtindo a nossa casa, viver realmente um lifestyle que vale a pena, ter aquela sensação de deitar e agradecer pelo dia maravilhoso que tive. Viver o presente feliz, e já era. Isso me

No alto: É preciso ter muita moral pra mandar um f/s air com um long na temida e difícílima Kako’s Pool.. No meio: Se o casarão era mal assombrado, os fantasmas fugiram depois desse heelflip 360. Embaixo: Mão no nose: é a Ladeira da Morte, tio... CRVIS3R SKATEBOARDING

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À esqerda: Mais uma no Quintal: ollie airwalk panorâmico. À direita: Massa frita o uretano nesse f/s tail slide one foot.

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DIEGO POLITO

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completa, gosto de ter aquela sensação: “hoje foi mais um dia foda, obrigado!” Quando o dia termina com esse pensamento, é irado! O skate de ladeira costuma cobrar um preço que não é muito barato às vezes... Já teve alguma lesão ou machucado mais sério? Cara, eu quebrei o braço jogando bola quando tinha oito anos. Nesses 22 anos de skate, eu nunca me quebrei. Já ralei o corpo inteiro, teve até uma vez que foi o lado esquerdo inteiro, e tenho a coluna zoada de pular gaps e escadas. A idade chega e não tem pra onde correr; eu nunca liguei pra alongar, aquecer, fazer academia, pra mim isso sempre foi besteira... Mas hoje eu me arrependo disso, se tivesse prestado mais atenção nisso, não sofreria tanto com as dores na coluna. Se eu puder dar uma dica, seria: faça exercícios complementares além do skate, seu corpo e sua longevidade agradecem. O que você espera do skate no futuro? Eu espero que as pessoas que cuidam do skate ponham a mão na consciência e façam mais pelos skatistas, e não só para marcas amigas. Eu espero que os skatistas se unam mais em prol da verdadeira essência do skateboard, sem falsidade, sem ego, sem estrelismo. Eu desejo que as marcas nacionais invistam mais em nossos skaters, e peço a você aí que reclama que não tem apoio ou patrocínio, mas só usa marcas gringas, entenda que assim fica difícil, né, filho! Que o skate tenha o seu reconhecimento verdadeiro na grande mídia e na sociedade. Massa, é hora de dar tchau... Muito obrigado mesmo pela sua entrevista! Por favor, mande aqueles salves de sempre e um recado pra galera que vai ler a revista. Agradeço a oportunidade de falar um pouco do que penso a revista CRVIS3R, agradeço de coração as marcas que me apoiam: a US Boards que, além de me dar suporte, me dá um emprego irado. Valeu Flavião, você

é foda! Agradeço à Vibe Shoes pelo incentivo profissional e pessoal, à Vanity Company, à Priority Longboard, que fez e faz eu me sentir mais skatista do que nunca e me faz evoluir a cada sessão, essa crew é foda! À galera do Quintal do Ipiranga, que foi a grande ponte ou a grande porta de abertura pra essa vida que tenho hoje em cima e fora do skate. Muito obrigado à minha família, que tenho certeza que hoje tem orgulho daquele moleque que só pensava em skate e agora vive disso. Obrigado à minha mulher, pois é ela que aguenta o Massa que ninguém conhece (risos). Agradeço a todas as pessoas que gostam ou não de mim, por me fazer tentar ser uma pessoa melhor a cada dia. Obrigado por todas as oportunidades que tive de ajudar outras pessoas e poder evoluir um pouco mais como pessoa. E um grade obrigado do fundo do meu coração ao skate, você salvou a minha vida! Eu não sou perfeito, por isso penso que não sirvo de exemplo pra ninguém, tenho erros e acertos como todos. Cada um tem que fazer sua própria historia e ser reconhecido por ela, sempre tentando evoluir, mas se eu puder deixar uma mensagem, é a seguinte: acredite em você, lute, conquiste, perca e conquiste de novo, mas não desista, só depende de você! Boas sessões a todos, andem de skate e sejam felizes! Grande abraço a todos e obrigado mais uma vez!

> RAFAEL MASSUCCI “MASSA” 32 anos, 22 de skate Apoios: US Boards, Vibe Shoes, Vanity Company, Quintal do Ipiranga, Priority Longboard



CASSIA FERREIRA

sete curvas

Sete curvas da evolução

POR TAYLANE ALMEIDA | FOTOS CASSIA FERREIRA, CHICÃO, ELIELTON GOMES, MARCELO MARINO E STEPHANIE ABREU

Á

guas de Lindóia, São Paulo: entre os dias 23 e 25 de Outubro de 2015, vai acontecer um dos campeonatos mais emocionantes de downhill speed, a etapa de qualificação da IDF em Sete Curvas. Esse evento está sendo muito esperado pelos os brazucas e gringos, e a equipe da SkateShop Gás Inflamável fez com que a IDF ficasse de olho no Brasil. A Federação enxergou o grande potencial de Sete Curvas e abriu espaço para mais uma ladeira brasileira em seu disputado calendário mundial, contando com eventos em mais de dez países com as melhores ladeiras para competições de extrema adrenalina. Mas tudo tem um início, a ladeira teve que ser descoberta por alguém, teve que ser desbravada e valorizada por pessoas com iniciativa para chegar onde está hoje. Contaremos também a história dessa galera que descobriu e desbravou Sete Curvas, uma galera que é de muita união e atitude; foram esses os principais ingredientes para o sucesso dessa equipe e de seus eventos. E aí, se interessou?! Então acompanhe agora, porque está história está só no início. A DESCOBERTA DO MORRO DAS 7 CURVAS Estava Andrew Dassie em frente de seu pc, em mais um dia comum revirando o Google Maps atrás da ladeira perfeita. Até que ele achou uma estrada em Águas de Lindóia, viu a inclinação do lugar e desacreditou: pegou a sua moto e viajou mais de 150 km atrás daquela que seria considerada, num futuro breve, a ladeira mais técnica do

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Brasil. Ele chegou à ladeira, viu aquelas sete curvas, sentiu o asfalto - um tapete – e concluiu: era perfeita e dropável, parecia ter sido feita para o skate, daí começou a gargalhar sozinho na ladeira de tamanha felicidade. Num fim de semana, a crew da Gás Inflamável foi desbravar aquelas curvas sabe Deus como... Marcolino foi o primeiro a dropar, ele quando chegou na ladeira e viu aquilo tudo pensou: “Será que dou conta?!” Sim, ele deu conta, e vendo aquele potencial todo e a vibe do lugar, Marcolino e sua equipe se esforçaram para ver aquele pico no circuito brasileiro da CBSK de 2014, e então as Sete Curvas entraram no calendário. O primeiro evento foi um sucesso, atraindo vários skatistas de todo o Brasil! São Pedro queria emoção e mandou chuva, muita chuva, os skatistas deram um show de técnica e coragem dropando aquela ladeira com muita água rolando. Alguns skatistas chamaram mais a atenção pois, mesmo na chuva, acertavam o trajeto; cada curva feita era uma vitória e logo vinha o desespero da próxima curva que os esperavam. Uma mescla de sentimentos que só quem correu saberia dizer e, mesmo assim, não se expressaria com palavras. Downhill se sente, apenas. A CONSAGRAÇÃO MUNDIAL A importância desta etapa está indo muito além do campeonato em si: a quantidade de skatistas que vai aos treinos mensais mostra o quanto o nível técnico da galera está aumentando. Gente de vá-


ELIELTON GOMES

rias partes do Brasil vem pra cidade participar desses treinos livres atrás de evolução e diversão; alguns nem vão correr o campeonato, mas eles vêm pela ladeira, pelo que ela proporciona, aumentando o nível técnico. O skatista sai de cabeça feita e com gosto de quero mais, é um rolê diferente e apaixonante. Além da diversão, esta etapa da IDF traz outras oportunidades. Muitos skatistas almejam a profissionalização e outros que querem apenas sentir a emoção de correr um campeonato de nível; para a profissionalização acontecer, são necessários alguns quesitos e o competidor precisa investir uma grana alta para ir pra fora do Brasil correr estas etapas do circuito mundial (ao menos uma por ano). Os patrocínios no Brasil para skatistas é escasso, aqueles que se destacam lá fora acabam tendo a sorte e o mérito de terem patrocínios de marcas internacionais. Por isso, mais uma etapa do circuito mundial aqui é tão importante pro downhill brasileiro. Muitos skatistas que não tem condições de ir pra fora terão a chance de competir um mundial aqui mesmo, e o Brasil têm muitas ladeiras que podem no futuro receber mais etapas mundiais. Sete Curvas é um pico especial demais, merecia ser vista e reconhecida mundialmente. A atitude de levar isso até a IDF foi um grande feito: em outubro teremos mais uma ladeira brasileira sendo palco de um evento do circuito mundial como etapa de Qualificação – mas que tem tudo, tudo mesmo para ser etapa do WC (World Cup).

MARCELO MARINO

STEPHANIE ABREU

DEPOIMENTOS “Pra mim, a ladeira é uma das mais técnicas que já andei, ela é rápida e ao mesmo tempo tem que ter muita experiência com curvas. Sete Curvas é um lugar que não se pode vacilar, pode machucar muito. Este ano, estou muito feliz por ser etapa IDF, o Marcolino da Gás Inflamável está proporcionando isso para os brasileiros e, pra nós, é uma grande oportunidade de mostrar os talentos aqui do Brasil. Tem muitos skatistas que focados e treinando forte no rolê. A ladeira deu uma inovada no esporte e a qualidade do circuito é diferenciada, muito difícil e técnica. Com certeza vai ter pódio brasileiro, é isso que esperamos!” (Rafael Careca) “A ladeira Sete Curvas é com certeza um dos picos mais técnicos que temos para o downhill aqui no Brasil, é uma mistura de speed, por ser uma ladeira muito íngreme, e com curvas muito difíceis (quase todas elas são muito fechadas e em outras tem uma inclinação forte na pista). Ali é onde o atleta testa ao máximo o seu “skate no pé”, o seu controle no pré-drift durante a curva e, ao mesmo tempo, já tem que retomar a base na saída de curva para não perder a aceleração. Esse olhar da IDF para o local e para o Brasil é muito importante e reflete o que nós brasileiros já conhecemos, que é uma infinidade de ladeiras boas e com muita técnica, só que não são reconhecidas mundialmente ainda. Acredito que Sete Curvas e Mega Space são apenas uma porta de entrada para os campeonatos mundiais no Brasil, temos muitos lugares em muitos estados que as etapas dos mundiais ainda devem explorar.” (Bianca Fior) “Ter corrido Sete Curvas na chuva foi uma experiência incrível, é um pico técnico e muito divertido! Perfeito para uma etapa

Na página ao lado: Bianca Fior forçando tudo pra esquerda. Nesta página no alto: Reine Oliveira mandando ver no piso molhado. No meio: O visual de uma das Sete Curvas. Embaixo: Guto Negão deslizando. CRVIS3R SKATEBOARDING

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MARCELO MARINO

STEPHANIE ABREU

ELIELTON GOMES

CHICÃO

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No alto à esquerda: O “patrão” Marcolino, na moral. No alto à direita: Toda a experiência de Juliano Cassemiro. Embaixo à equerda: Slidezão de Pedro Frangulis. Embaixo no meio: Andrew Dassie, o descobridor do pico. Embaixo à direita: Rafael Careca quase deitando na curva.

do mundial e para os riders que não têm condições de correr na gringa. Gostaria de parabenizar a todos os envolvidos pelo evento e pela organização dos treinos, iniciativa irada isso só aumenta o nível da galera. Ansiosa para participar de mais esta etapa do Mundial em nosso país!” (Reine Oliveira) “Há dois anos, tive a oportunidade de começar a competir nos eventos da IDF, que é a principal organizadora de downhill nos dias de hoje. Normalmente as ladeiras aqui no Brasil são mais rápidas e não possuem tantas curvas, mas há algum tempo foi descoberta a ladeira das Sete Curvas, em Águas de Lindóia. Uma decida muito técnica, com curvas de 180 graus e uma aceleração incrível, a pista é estreita e não dá espaço para erros, e todos que provam querem uma competição lá. A IDF e a Gás Inflamável estão juntas esse ano proporcionando uma competição a nível mundial na ladeira mais técnica do Brasil, provando que temos potencial.” (Pedro Pucetti Frangulis) “O campeonato de 2014 em Sete Curvas, pra mim, foi uma felicidade sem fim, poder organizar e correr e ainda ficar em terceiro lugar, me motivou ainda mais a fazer esse evento crescer. Poder levar essa alegria a pessoas do mundo todo, com troca de experiências, amizades novas e muita base: é o que eu quero pra esse ano.” (Marco Beber Vergara “Marcolino”) “A ladeira de Sete Curvas é sem dúvidas a que mais me orgulho em ter achado, são 7 curvas de 180 graus em um asfalto muito íngreme. Parece loucura descê-la de skate, para os moradores da <60>

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pacata cidade de Águas de Lindoia. Apesar de parecer loucura, é um circuito feito pro skate! As curvas conseguem ser moldadas pelos skatistas ladeira abaixo, sob muita adrenalina e diversão. Hoje, há novos iniciantes do esporte pela cidade. Todos eles começaram a andar depois de ver os vídeos e acompanhar o campeonato brasileiro de 2014, uma nova geração com um dos melhores quintais de downhill do Brasil.” (Andrew Sá Dassie) “Andar nas Sete Curvas me faz lembrar o primeiro mundial da minha vida, no Corcovado (Rio de Janeiro): eram 29 curvas e você era obrigado a dar slides em algumas curvas, ou então ia para o feno. Quinze anos passaram e Sete Curvas é, sem sombra de dúvidas, o segundo melhor pico que andei no Brasil, local técnico que não pode dar chances para erros. Minha raiz é o downhill slide e fico muito feliz que tenham pessoas como Andrew e Marcos fazendo parte da evolução da nova geração do speed aqui em São Paulo, que buscam a evolução própria e, sem perceberem, estão elevando o nível e a técnica de skatistas do iniciante ao master de todo Brasil. Estive no último treino e encontrei amigos dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas, Pernambuco, Rio de Janeiro, Espírito Santo, etc. Parabéns e obrigado, Andrew e Marcos!” (Juliano Cassemiro “Lilica”) “Para os brasileiros que querem correr o circuito mundial, é fundamental a realização dessa etapa no país. A torcida é sempre a nosso favor, só temos a ganhar.” (Carlos Augusto Correia Paixão “Guto Negão”)



new york comic con

New York Comic Con

Vilões, cosplayers e uma revista de longboard Batman - um dos mais populares personagens da história em quadrinhos - abriu os portões de Gotham City para receber todos os vilões e super heróis do planeta. Para saber o motivo desta atitude radical do homem-morcego, leia a reportagem exclusiva sobre o Comic Con. FOTOS E TEXTO ELIANA CASTANHO

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odos os anos a cidade de Nova Iorque - também conhecida como Gotham City - sedia o maior e mais excitante encontro da cultura pop da costa leste dos Estados Unidos: o Comic Con. A feira reune mais de 150.000 mil pessoas entre fãs, cosplayers, colecionadores, artistas, empresários e profissionais do setor de entretenimento. A programação inclui palestras, painéis, mesas redondas, workshops, pré-estreias, fotos e autógrafos com atores, ilustradores, roteiristas. Este mega evento ocupa todo o prédio do Javits Center, onde são apresentadas as novidades e lançamen-

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tos de quadrinhos, games, graphic novels, animação, mangás, brinquedos, filmes de cinema e televisão. O Jacob K. Javits Convention Center - com 170 mil metros quadrados - é um dos maiores centros de convenções do mundo e fica ao lado do rio Hudson, em Manhattan. O New York City Comic Con (NYCCC) não se resume a painéis e lançamentos. Uma das melhores atrações da feira é ver os cosplays, perfomances feitas pelos fãs interpretando seu herói ou vilão favorito. Durante os quatro dias de convenção, personagens de ficção ganham vida através dos fãs que, de meros visitantes, viram participantes ativos deste espaço, criando um ambiente má-


Só mesmo tendo superpoderes para produzir uma mídia impressa alternativa num cenário tão desafiador como o do Brasil, apenas porque acreditamos na cena dos longboards e do skate de ladeira! A edição comemorativa de 3 anos é uma homenagem aos nossos leitores, colaboradores e parceiros. Vamos que vamos, que o uretano não pode parar!

Fabio “Bolota” & Guto Jimenez - CRVIS3R Editores

Nos intervalos das suas apresentações, os coyplayers tiveram a oportunidade de conhecer e folhear a CRVIS3R Skateboarding, uma revista feita exclusivamente por super-heróis.


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Sally & Jack Skellington.

Serpentor, Pythona & Snake Eyes.

Sawamura Eijun (Ace of Diamond).

Dana Damore/Wonder Woman.

Spider, Mr. Freeze e Wasp. Ashley Hahn/Sailor Moon.

Longboard Asia Neal/Zatanna & Disgust. Byron Jarrin/Freddy Krueger & Jazmin Rodriguez/Curves and Bullets.

David & Max Baxter/The Hound & o pequeno lobo.

Ice Climbers.

Anna Lynn/Windranger.

Harley Quinns & Jokers.

Nico/Love Live.

Luigi, Rosalina & Mario.

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Oksana Varshavsky/ Red Sonja.



new york comic con gico. A magia extrapola as paredes do Javits Center transformando ambientes públicos em playgrounds. Neste período, Nova Iorque torna-se um grande palco onde cada um sublima sua fantasia. É comum esbarrar com o Superman no metrô e comer hamburgers ao lado do Homem Aranha, que conversa animadamente com Luigi, Rosalina & Mario. Isso sem falar de outros tantos personagens do mundo fantástico circulando pelas ruas de Gotham, como Iron Man; Serpentor, Pythona & Snake Eyes; heróis do The Walking Dead, Game of Thrones, Alice no País das Maravilhas ou Harry Potter. O cosplayer constrói meticulosamente o personagem que idolatra, criando cada detalhe da vestimenta, maquiagem, cabelo e acessórios, além de estudar a maneira de falar, os gestos e a expressão corporal. Ele dedica grande parte da sua vida ao hobby, para ser cada vez mais verossímil na personificação do seu herói. Como muitas situações têm um enredo que envolve mais “atores”, os cosplayers montam suas equipes (crews) para as apresentações. Nos intervalos das suas encenações na feira, eles tiveram a oportunidade de conhecer e folhear a CRVIS3R Skateboarding, uma revista produzida exclusivamente por super-heróis. Até o final dos anos 70, os super-heróis estavam aprisionados nos quadrinhos e depois passaram para as telas de cinema e da televisão. Com a tecnologia digital, a simplificação e o aperfeiçoamento dos efeitos especiais, eles ganharam vida e estão em todos os lugares. Atualmente, a indústria do entretenimento representa um orçamento de bilhões de dólares anuais, entre produção e comercialização de seus produtos. Os Comic Cons são a expressão máxima desse fabuloso mercado!

Acesse o link da fotógrafa Eliana Castanho para ver cenas diárias de skateboarding em New York: www.facebook.com/ NYCskateboarding4u

Modelos Sascha Zan & Aralyn Scarlett.

Cosplayer e policiais novaiorquinos: ficção e realidade.

Comic Con: a cidade de Nova Iorque é palco para os cosplayers.

Jelly Belly Bat/Kristen Cumings.

Nicole Lengel & Rod Findley/Star Wars equipe.

Longboarders: Ze Ro/Black Mask & Spiders (Asia, Jeremy Snipe & Jonathan Pena).

Paul Damore/Batman & RIP Superman.

Lili Castanho & Dead Pools.

Rider Cleon Watson. Jesse Allen/Pinguin.

Mary, Queen of Scots & Iron Fist (rider Omarr Perez).

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LUCIANO LIMA JR

capacetes

Capacetes:

proteção a toda hora

O capacete é o equipamento de proteção mais essencial do skate, já que protege o órgão mais valioso do corpo humano, o cérebro. Mesmo assim, ainda existem polêmicas quanto ao seu uso, principalmente depois que o street se tornou a modalidade mais praticada do mundo – afinal, não existe quase ninguém que use em vídeos ou mesmo nas competições mais badaladas do segmento. Infelizmente, esse mau hábito foi disseminado a eventos de outras modalidades, como alguns mais recentes de bowl riding e até mesmo para outros do DHS. Não se iluda: imagem não é nada e uma queda com a cabeça pode colocar tudo a perder. POR GUTO JIMENEZ

P Acima: Max Ballesteros Vultur “Dark Vader”

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ensando nisso, a CRVIS3R Skateboarding preparou essa matéria na qual você vai encontrar o que precisa sabe sobre os capacetes, mas não tinha a quem perguntar. Nessa edição, nosso colunista Eduardo “Yndyo” Tassara fez um histórico dos equipamentos de proteção para o skate, incluindo os capacetes; não deixe de ler a matéria na coluna Skate Curiosidade e veja algumas imagens da incrível evolução das proteções das nossas cabeças. Você verá como tudo mudou para muito melhor!

ESTATÍSTICAS ALARMANTES E SUAS CONSEQUÊNCIAS Em 2009, a entidade norte-americana Comissão de Segurança de Produtos de Consumo fez uma estatística sobre as lesões com tratamento hospitalar provocadas durante a prática de atividades esportivas em crianças entre 5 e 15 anos. O skate apareceu num nada honroso 7º lugar, tendo sido responsável por nada menos que 65.000 lesões no período, atrás de esportes tradicionais daquele país como o futebol americano, basquete e


beisebol, do futebol e de atividades como andar de bicicleta e saltar de trampolins. Surpreendentemente, lesões provocadas pelo skate estiveram à frente de atividades consideradas mais arriscadas, como esqui / snowboard, hóquei no gelo e trenó / tobogã na neve. Na mesma época, a National Safe Kids Campaign (EUA) e a Academia Europeia de Pediatria fizeram outra estatística do mesmo teor, mostrando resultados bem preocupantes. Entre outros dados coletados, a pesquisa constatou que esportes e atividades recreativas contribuem para 21% de todas as lesões cerebrais traumáticas entre crianças e adolescentes europeus. Três outras conclusões acenderam o sinal de alerta: “os ferimentos mais graves ocorrem durante esportes individuais e atividades recreativas”; “a maioria das lesões na cabeça sofridas em atividades recreativas e esportes ocorreram durante as práticas de andar de bicicleta, skate, patinação ou incidentes correlatos”; e “embora a morte de uma lesão esportiva seja rara, a principal causa de morte de uma lesão relacionada com esportes é uma lesão cerebral”. As consequências perante os números foram imediatas: a partir de 2010, os equipamentos de proteção para esportes fabricados e/ou utilizados naqueles países precisariam ser mais seguros do que os produzidos até então. No caso específico do skate, as joelheiras e cotoveleiras que usamos tornaram-se mais resistentes ao impacto e às torções nas articulações; quanto aos capacetes, passaram a ser fabrica-

dos com materiais e forros que oferecessem maior proteção às nossas cabeças. Assim foi feito, e o resultado é a qualidade encontrada nos produtos que temos à disposição no mercado atualmente. Eu sou testemunha viva disso, já que sofri quedas fortes que provocaram a quebra de dois capacetes, ambos importados e de marcas consagradas. A primeira vez foi na legendária Combi Pool original do The Pipeline Skate Park em Upland (EUA), lá pelos anos 80; a outra foi há cerca de dez anos, numa sessão de downhill na Vista Chinesa (Rio de Janeiro). Em ambos os casos, dei muita sorte de ter somente levado dois grandes sustos e ficado com leves dores de cabeça, e nada além. Mais recentemente, duas outras quedas mais severas aconteceram e o máximo de consequência aos produtos foram arranhões e uma tira ju-

No alto à esquerda: Os pioneiros Cooper. No alto à direita: Os estilosos Flyaway. No meio: S. Yuppie - Head slide. Patrick Switzer Triple 8. Ao lado: Triple 8: modelos Brainsaver e T8 Racer. CRVIS3R SKATEBOARDING

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capacetes

MANU REZENDE

gular que ficou esgarçada, ambas sem nenhum efeito ao meu estado de saúde. Posso garantir por experiência própria: se não fossem pelos capacetes, eu certamente não estaria escrevendo essa matéria agora.

PETER RAUSCH

JÚNIOR LEÔNIDAS

De cima para baixo: New Olders “Avitar”; Os Pro-tec, Kauê Mesaque - Six Trucks. Embaixo à esquerda: Vultur “Dark Vader”. Embaixo à direita: O protótipo e o modelo “Pass”, de Martin Siegrest para a TSG.

“FUNCTION BEFORE FASHION” Em termos de equipamentos de proteção e capacetes, um dos conceitos mais enraizados no skate é utilizado à risca: “function before fashion”. É preciso levar em consideração se um produto tem condições de te proteger direito antes de reparar se o mesmo fica bem em você ou não, e isso vale até mesmo para as roupas e os tênis que você usa para andar de skate. Foi esse conceito e a demanda que trouxeram à tona a necessidade de capacetes específicos para o downhill, tantos os abertos usados em sessões de DHS e free ride quanto os full face obrigatórios no speed. A IDF, entidade máxima do downhill no mundo, está atenta à segurança dos capacetes utilizados em competições. No início desse ano, foi baixada uma norma que regulamenta que os produtos usados pelos competidores têm que ter, no mínimo, duas certificações (uma de nível nacional e outra internacional) para serem aceitos pela fiscalização que ocorre antes de cada prova. Com isso, eles esperam que todos se enquadrem e deixem de usar modelos artesanais sem garantia de segurança comprovada. Poucos são tão experts no assunto quanto o suíço Martin Siegrist, ex-tricampeão mundial de downhill speed e designer industrial; sua tese de conclusão de curso foi justamente o projeto de um capacete full face para ser usado na modalidade. Seus títulos mundiais foram conquistados com seu Beat Engel Swiss Cross vermelho, “um capacete pequeno e com um campo de visão perfeito, mas com uma camada de EPS (espuma de poliestireno expandido) um pouco fina demais”. Segundo ele, a colaboração com a marca TSG facilitou muito o processo de fabricação do modelo “Pass”, que foi um pouco lento “pela mentalidade chinesa ser obviamente muito diferente do meu senso de perfeccionismo suíço”. As maiores inovações do produto são o fato de ter sido projetado e fabricado especialmente para o downhill; campo de visão “spot-on”, com foco em pontos específicos; e o “bloqueador de fog”, que mantém o ar expelido pelo skatista longe do visor. Não por acaso, o modelo é um dos mais vendidos em todo o planeta. Outras marcas importadas são bastante usadas por free riders e speedeiros pelo mundo afora. A Predator e seu modelo DH-6 (full face) são inconfundíveis nas ladeiras; recentemente, lançaram o DH-6-OF (abertos), que se assemelham muito a capacetes de motos, e o FR7 que conta com uma aba frontal mais curta do que os usados na construção civil. Esse último modelo, aliás, é bem semelhante ao

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JÚNIOR LEÔNIDAS

modelo “Watts” da marca Bern, que introduziu essa aba no mercado e é a marca usada por skatistas como o longboarder Salomon Lang e verticaleiros como Andy Macdonald e Jeff Grosso. Em termos de segurança, confiabilidade e estilo, a californiana S-1 vem se destacando desde o início de suas atividades no final do século passado. Seu modelo aberto “Lifer” ganhou renome por seu ajuste perfeito à cabeça e pela proteção que oferece: testes de impacto comprovaram que o produto tem resistência cinco vezes maior do que os similares de espuma macia, tudo isso graças ao EPS fundido patenteado da marca. Além disso, tem dois dos certificados mais exigentes para alto impacto que existem, atestando a qualidade de seu uso. Portanto, não é à toa que foi escolhido por alguns dos mais renomados skatistas de suas modalidades, como os free riders Pete Eubank e Ari Chamasnany e o histórico Eddie Elguera, o “El Gato”, que inclusive tem um estiloso pro model pela marca. Do outro lado dos EUA vem outra marca que está redefinindo o uso dos capacetes pelos skatistas. A novaiorquina Triple 8 fabrica tanto modelos full face pro speed quanto os abertos usados noutras modalidades de skate; o modelo “T8 Racer” tem opções com cores sólidas ou com estilosas listras no topo da cabeça. A segurança é garantida pelo casco de fibra de vidro, pelo forro de EPS coberto de veludo e pelo visor anti-estilhaços, fazendo com que o modelo tenha dois certificados de qualidade e seja o escolhido pelo respeitado ex-campeão mundial

Patrick Switzer, o “P-Swiss”. Recentemente, o mundialmente famoso streeteiro Mike Vallely passou a usar o modelo Brainsaver em todas as sessões e campeonatos que participa, lançando a campanha “Get Used To It” com a marca para conscientizar o uso de proteções por praticantes da modalidade. BRAZUCAS BEM NA FITA Se você não tem grana disponível para comprar os importados, não se desespere: o Brasil tem marcas que fabricam capacetes confiáveis, seguros e acessíveis. A Six Trucks fabrica modelos abertos em fibra de vidro e em carbono, sendo bastante utilizados em ladeiras e pistas por skatistas de várias idades pelo país afora. Não é à toa que nomes consagrados e multicampeões, como o “slideiro” Kauê Mesaque e o longboarder Douglinhas Barbosa, usam e abusam dos produtos da marca. Entre os dedicados especialmente ao skate de ladeira, duas marcas de capacetes se sobressaem no mercado, ambas do Nordeste do país. A New Olders vem atuando no cenário com um modelo aberto e outros full face, dos quais o aerodinâmico “Slicer” foi desenvolvido junto com o bicampeão mundial Douglas Dalua. Como se não bastasse, os modelos “Avitar” e “Super Race” foram aprovados pelas rigorosas normas da IDF e possuem certificações de segurança garantida. Já a Vultur é exclusiva em full faces e pesquisou mais de dois anos até lançarem os seus primeiros produtos, do modelo “VH1”, cuja maior dificuldade foi fazer os ajustes precisos de funcionalidade, estética e simetria. Logo depois, a marca emplacou o modelo aerodinâmico “Dark Vader” (com design que remete ao capacete do personagem mitológico do cinema), o primeiro nacional do estilo com abas laterais em parceria com o top rider Max Ballesteros. Testado em túnel de vento e produzido de acordo com as normas da ABNT / INMETRO, o modelo trouxe grande visibilidade nos mercados nacional e internacional e pode ser visto protegendo as cabeças de inúmeros speedeiros ao redor do mundo. Nacionais ou importados, abertos ou full faces; o mais importante de tudo é estar sempre protegido nos seus rolés, sejam eles em ladeiras, pistas ou até mesmo pelas ruas. Imprevistos podem acontecer a todo instante quando você está sobre seu carrinho ou long, então é melhor andar da maneira mais segura possível para não virar parte de uma estatística sinistra. Todos nós sabemos que andar de skate é arriscado, portanto não se exponha ao perigo sem necessidade. Nós da CRVIS3R Skateboarding somos adeptos de um lema: quem usa a cabeça, usa capacete. Use a sua, use o seu e divirta-se ao máximo sem stress!

OBS: todos os capacetes devem ser trocados em caso de impactos mais severos, mesmo que não haja danos visíveis. No alto da esquerda para a direita: Pete Eubank - S1. Predator. Ao lado: S1: modelo “Lifer”. CRVIS3R SKATEBOARDING

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Galeria do Rock Valorize a sua skateshop!

A HISTÓRIA DA GALERIA: A Galeria do Rock é um grande centro comercial e acima de tudo um importantíssimo pólo cultural da cidade de São Paulo. É composta por 450 estabelecimentos comerciais segmentados por diversos estilos, tanto de perfil de público como de tipos de serviços.

GALERIA DO ROCK

O edifício foi construído em 1963 e recebeu o nome de Shopping Center Grandes Galerias, abrigando salões de beleza, lojas de serigrafia e assistências técnicas de aparelhos eletro-eletrônicos. Somente no final da década de 70, lojas de disco começaram a se instalar no local. Com o passar do tempo e pelo grande número de estabelecimentos voltados para o público que gostava de rock, o Shopping Center Grandes Galerias recebeu então o apelido de Galeria do Rock. Nos anos 80, algumas lojas de skate se aventuraram em abrir espaços comerciais ao meio das lojas de disco e timidamente, vieram ganhando mais espaços no decorrer dos anos. Hoje, são mais de 20 lojas de skate espalhadas pelos 5 andares da galeria. A localização e a facilidade de transporte até o local, ajudou a se tornar hoje, o maior pólo de skate do Brasil. O prédio, que foi projetado pelo arquiteto Alfredo Mathias que emprestou o seu excepcional talento em cada detalhe arquitetônico, chama a atenção pelo seu formato ondulado, inspirado no Copan. Mathias também foi o responsável pelo projeto do conhecido Shopping Iguatemi, primeiro shopping construído no Brasil e o majestoso Palácio Anchieta (onde se aloca a Câmara Municipal da Cidade de São Paulo), Portal do Morumbi entre outras dezenas de obras no País. Depois de uma revitalização nos anos 90, ficou valorizada pela maravilhosa arquitetura original, onde 20 mil pessoas por dia circulam entre corredores limpos e com segurança. No início de 2014, um projeto de lei quer tornar a galeira em um dos pontos turísticos populares de São Paulo, em patrimônio imaterial do município.

Galeria do Rock: Av. São João, 439 ou Rua 24 de Maio, 62 Centro - SP/SP - CEP: 01041-000

Fotos Vivian Cury


FOREVER SKATEshop Av. São João, 439/ Rua 24 de Maio, 62 - 3º andar - Loja 448 www.foreverskateshop.blogspot.com foreverskateshop@gmail.com instagram.com/foreverskateshop facebook.com/foreverskateshop Fone: (11) 3331-5323

CAFÉ SKATESHOP Av. São João, 439/ Rua 24 de Maio, 62 - 2º andar - Loja 338 Fone: (11) 3361-3721

MISSION Skateshop Av. São João, 439/ Rua 24 de Maio, 62 - Piso Térreo - Loja 126 facebook.com/missionskateshop Instagram @missionskateshop E-mail: missionstore@hotmail.com Fone: (11) 3338-2745

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POR LARISSA SAMPAIO*

FOTOS MOISÉS CARVALHO

| cuide-se

Treinamento funcional para skatistas

O

treinamento funcional específico para atletas de skate está com força total no Brasil. Já podemos ver vários atletas de ponta que não abrem mão de forma alguma da preparação física, seja ela praticada nas ruas, nos parques ou em academias. Além de proporcionar uma maior estrutura física, também ajuda no desenvolvimento das manobras e melhora o condicionamento físico, o que faz com que o skatista aguente mais tempo andando de skate, evitando lesões ou até mesmo ajudando a recuperar as lesões. Normalmente, a galera que anda de skate não frequenta academias, mas se você tiver criatividade ou pedir orientação para algum professor de educação física (de preferência que ande de skate ou já tenha andado), vai poder criar treinos incríveis e divertidos, onde que que você esteja. Relatos de atletas conhecidos e até eu mesma posso afirmar: depois que comecei com os treinos, consigo andar muito mais tempo de skate e tenho menos lesões, muito mais força e equilíbrio na execução das manobras. Nesses treinos, trabalho a resistência respira-

tória, a força muscular e, claro, o equilíbrio e o alongamento. Alguns trabalhos que podem ser feitos são: • Trabalho de resistência respiratória: ajuda muito no nível técnico do atleta e também no gás. • Trabalho de força e resistência muscular: é importante na hora das manobras e ajuda a absorver os impactos. • Trabalho de consciência corporal: acredito que é o mais importante, pois nele juntamos o equilíbrio, a força e a agilidade, tudo que faz a evolução do skatista na técnica e na execução das manobras. • Alongamento: sempre recomendado depois do treino. Acredite: o treinamento físico é fundamental para todos os atletas e praticantes, pois não é somente subir no skate, é se preparar para torná- lo seu maior aliado e não o seu inimigo! Fica aí mais uma dica pra vocês! Beijos!

* Larissa de Sousa Sampaio nasceu em Goiânia, mas vive desde os 5 anos em Brasília. Empresaria, professora de ginástica e personal trainer, é formada em educação física e anda de skate há 10 anos. Patrocínio: Grife Larissa Sampaio Sportwear.www.larissasampaio.com.br . Apoio: Vertical Skateboard

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SÃO PAULO/INTERIOR - LITORAL Action Now - R. Dr. Thomas Alvez, 216 - Campinas Action Now - Rua Dr. Paulo Frontin, 261 - Centro - Mogi das Cruzes AIS - All In Sports - Rua Santo Antônio Claret, 391 Jardim Chapadão - Campinas Clube C - Rua Pinduca Soares, 138 - Centro - Ibiuna Dirty Joy - Rua Almeida de Morais, 30 - Santos Dorgo Skate - Rua Alameda das Margarida, 628 - loja 6 Guarujá Dylan Skate Bags - Rua Princesa Isabel, 73 - 45 - Itarare São Vicente Evolution - Av. Mal. Floriano Peixoto, 44 - lj. 96 - Santos Gás Inflamável Skate Shop - Rua Quinze de Novembro, 1817 - Centro - São Carlos Industria Skateshop - Av. Andromeda, 227 - loja 127 - Jd. Satelite - São José dos Campos

Banca Ibirapuera, São Paulo/SP.

Jaws - Av. Carlos Mauro, 379 - Centro - Águas De São Pedro Life Core - Travessa Marquez do Herval, 82 - Centro Pindamonhangaba A Toca Skateria - R. Frei Gaspar, 952 - São Vicente Spin Skateshop - Rua Pará, 1910 - Catanduva Surf Track - Plaza Avenida Shopping - Av. José Munia, 4775, Loja 195, Piso 1 - São José do Rio Preto Trash Skateboards - Av. Prof. Thomaz Galhardo, 454 - loja 04 - Centro - Ubatuba Vahlent Boardshop - Av. Siqueira Campos, 51 - Centro Jacareí Via 83 - Av. Ana Costa, 549 - loja 83A - Gonzaga - Santos Confira também as relações de lojas em www.facebook.com/crvis3rskateboarding

Pyro’s Skateshop, São Paulo/SP.

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LOJISTAS:

Cadastro aberto para novos pontos de distribuição da revista CRVIS3R Skateboarding em todo o Brasil! As skateshops e boardshops são os “templos” para se adquirir os melhores produtos e materiais de skate, mas também são locais de informação! Essa informação pode ser feita através da revista, que é distribuída gratuitamente aos consumidores sedentos por saberem de tudo o que acontece no universo do skate de ladeira e em qualquer tipo de terreno. Assim, caso a sua loja esteja interessada em ser mais um ponto de distribuição da CRVIS3R Skateboarding, a melhor revista de skate da América Latina que há dois anos vem trazendo tudo sobre longboards, downhill speed e slide, cruisers, lifestyle etc, entre em contato conosco! Envie email para: lojascrvis3r@gmail.com Você receberá todas as informações que precisa para se tornar um novo ponto de distribuição e, assim, presentear os seus consumidores. A partir daí, a sua loja fará parte da seção ONDE ENCONTRAR em todas as edições (tanto na versão impressa quanto na online), com o nome e o endereço de sua skateshop.

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