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Buscai as coisas lá do alto
As experiências vivenciadas por nós nos últimos anos, nos arrancaram da realidade conhecida e nos arremessaram às mais profundas incertezas. O longo período da pandemia, nos deixou à mercê de situações que geraram medo, insegurança, fragilidades em todas as áreas. No último ano, a sociedade tem buscado entender e superar as consequências geradas pelo isolamento e a substituição das relações pessoais pelas experiências virtuais. O retorno às atividades profissionais, sociais, familiares aconteceu naturalmente, mas parece-nos que o comprometimento com as atividades religiosas tem sido mais lento, como se muitos permanecessem adormecidos, acomodados. Esta fragilidade agravouse ainda mais pelas questões que envolveram os brasileiros durante as Eleições Gerais do Brasil.
O cenário atual apresenta-se delicado, onde alguns cristãos se tornaram céticos, descrentes e enfraquecidos na sua fé, especialmente pelas divergências de ideias e fragilidades das relações entre os seus. De onde pode nos vir a melhor orientação de como permanecer perseverantes na caminhada?
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Situação semelhante a esta, foi vivenciada pela comunidade dos Colossenses, no ano 60 d.C., e a estes o Apóstolo Paulo, padroeiro do Movimento de Cursilhos da Cristandade, escreveu e os orientou. “Se, portanto, fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá de cima, onde Cristo está, sentado à destra de Deus; pensai nas coisas lá de cima, não nas que estão sobre a terra” (Cl 3,1-2).
Neste sentido, somos também nós orientados a retornarmos à nossa essência. Voltando nosso olhar, pensamentos e ações a quem de direito pertencemos. É preciso que busquemos as coisas de Deus, que tenhamos nosso olhar voltado às coisas do Reino. Se cremos no Cristo ressuscitado, fomos salvos por Ele e a Ele devemos nos assemelhar.
A Ir. Assunção, pertencente a Congregação das Humildes Servas da
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Rainha do Amor, nos ajudou a refletir sobre este texto e compreendê-lo. Ela assim nos falou, na Escola Vivencial Diocesana de fevereiro: “Você sabe o porquê Deus lhe deu o sopro de vida? Qual o sentido da sua vida? Viemos ao mundo para que um dia, através do amor, nos unamos a Deus, na felicidade eterna no céu. Fomos criados para amar e servir a Deus. Mas como seres em construção, muitas vezes buscamos esta felicidade, no lugar errado. O plano de Deus é que alcancemos a felicidade perfeita, mas nós a procuramos em coisas imperfeitas. A alegria do céu não será alcançada com base nos prazeres mundanos. É preciso entender que, quando nós fazemos o verdadeiro encontro com o Cristo, no Cursilho ou em outras experiências, Ele nos resgata, nos separa, nos arrebata para Ele, mas nos quer por inteiro. Ele respeita nosso livre arbítrio, mas nos propõe que cuidemos das coisas que verdadeiramente nos levarão à felicidade eterna. Nos propõe que não nos ocupemos com as coisas da Terra. Sentimentos e ações movidas pela vaidade, ira, disputa de poder e tudo mais, nos afastam de Deus e da felicidade de um dia estar com Ele no céu. Buscar as coisas do alto significa cuidar do que de fato importa (agir como Cristo agiria) perdoar os que nos ofendem, rezar pelos que nos ferem (...) buscando a remissão de nossos pecados e nos espelhar em Cristo, para sermos verdadeiros cristãos, um novo Cristo, afeiçoados a Ele. Nós somos o povo eleito de Deus, escolhidos para sermos santos como Ele é
“Somos também nós orientados a retornarmos à nossa essência. Voltando nosso olhar, pensamentos e ações a quem de direito pertencemos. É preciso que busquemos as coisas de Deus, que tenhamos nosso olhar voltado às coisas do Reino. Se cremos no Cristo ressuscitado, fomos salvos por Ele e a Ele devemos nos assemelhar”.
Santo. Portanto, vamos nos suportar, ser caridosos, amorosos. É preciso que rezemos uns pelos outros para superarmos as fragilidades, as diferenças e nos manter na caminhada, perseverantes. Se alguém te ofendeu, humilhou, reze por ti e pelo outro”. No estudo deste texto, seja pelas palavras de São Paulo Apóstolo ou da Ir. Assunção, ficou claro de que não podemos deixar a caminhada cristã, temos que nos fortalecer e continuar a buscar as coisas do alto, as que nos aproximam de Deus, e só a alcançaremos se optarmos pelos verdadeiros critérios cristãos.
A exemplo dos primeiros cristãos, temos que manter a unidade e não querer a uniformidade. Somos diferentes, seres únicos, e frente às diversidades é que somos desafiados a amar. Cristo nos deu o novo Mandamento: “Amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado”. Cristo viveu e conviveu com todos seus 12 apóstolos, os quais são exemplos de “pessoas diferentes” e Ele não os distinguiu; ao contrário, os amou. Somos peregrinos neste mundo e se queremos que nosso 5º dia seja no céu, na felicidade eterna, vamos perseverar buscando as coisas lá do alto. Cristo é nosso modelo.

Josiane Bucalão, Marcos Hawerroth, Rafael Hirata, Giani Verdi Cursilhistas da Diocese de Toledo