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Liturgia

E Assim Nasceu O Domingo

O “primeiro dia da semana” se tornou, para os cristãos, um dia memorável, inesquecível, por causa da impressionante novidade da Ressurreição. Realmente, tornou-se o mais importante da semana. Tanto que até deram um nome a este dia. Passaram a chamá-lo de Dia do Senhor (cf. Ap 1,10). Assim surgiu o domingo, que quer dizer “Dia do Senhor”. Nesse dia os cristãos passaram a se reunir, toda semana, para celebrar a Páscoa do Senhor e nossa. Pois esse dia passou a ser para nós o memorial desta feliz certeza: a Vida venceu a morte para sempre.

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Neste dia, passando da morte para a vida, Cristo se tornou “o Senhor dos vivos e dos mortos” (Rm 14,9). Agora ninguém mais domina sobre Ele. Ele é o Senhor (cf. Fl 2,9-11). Por isso que o primeiro dia da semana agora é d’Ele, do Senhor é o domingo.

Quando dizemos Senhor, falamos do Cristo ressuscitado, vivo. Isto significa que este é o dia especial, principal, no dizer do Concílio Vaticano II (cf.

“Nesse dia (domingo) os cristãos passaram a se reunir, toda semana, para celebrar a Páscoa do Senhor e nossa. Pois esse dia passou a ser para nós o memorial desta feliz certeza: a Vida venceu a morte para sempre”.

SC, nº 106), em que as comunidades cristãs, reunidas em assembleia, fazem esta experiência: o Senhor Jesus Cristo está vivo em nós e nós temos vida em sua vitória sobre a morte. Este é o dia semanal da Páscoa, ou seja, dia em que a Páscoa do Senhor e nossa é experimentada como bem viva, presente, aqui e agora. Como diz São Jerônimo (+ 419), cheio de entusiasmo: “O domingo é o dia da ressurreição, o dia dos cristãos; é o nosso dia”. E nós, quando celebramos a Eucaristia fazemos memória da Páscoa, que é a essência do Dia do Senhor: “Anunciamos, Senhor, a vossa morte, e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde Senhor Jesus”!

No desenrolar do tempo renovado pela Páscoa, a cada oito dias, a Igreja celebra no domingo o acontecimento da salvação. “O domingo, antes de ser um preceito, é um dom de Deus ao seu povo (por isso a Igreja o guarda como um preceito). A Celebração dominical oferece à comunidade cristã a possibilidade de ser formada pela Eucaristia. De domingo a domingo, a Palavra do Ressuscitado ilumina a nossa existência, querendo realizar em nós aquilo para que foi enviado (cf. Is 55,10-11). De domingo a domingo, a comunhão com o Corpo e Sangue de Cristo quer também fazer da nossa vida um sacrifício agradável ao Pai, na comunhão fraterna que se torna partilha, acolhimento, serviço. De domingo a domingo, a força do Pão partido sustenta o anúncio do Evangelho, no qual se manifesta a autenticidade da nossa Celebração (Carta Apostólica Desiderio Desideravi, sobre a formação litúrgica do Povo de Deus, nº 65).

Pe. Sérgio Augusto Rodrigues Assessor diocesano da Pastoral Litúrgica

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