
3 minute read
Jesus, fonte da água viva e sustento da jornada
3º Domingo da Quaresma | 12 de março de 2023
Leituras: Ex 17,3-7; Sl 94(95),1-2.6-9; Rm 5,1-2.5-8; Jo 4,5-42
Advertisement
A Liturgia da Palavra deste domingo nos fala de Deus providente, sustento da jornada da vida, sempre presente ao longo da história da humanidade. A água que saciou a sede do povo no deserto torna-se com Jesus, junto ao poço de Jacó, fonte de vida nova. Desde nosso Batismo, fomos banhados nesta mesma água. Na fé e na caridade vivenciamos esta proposta de vida eterna, de realização plena, de felicidade perfeita. A samaritana nos ensina que este é um caminho de conversão e superação constantes!
A Sede E As Dificuldades Do Caminho
A leitura do livro do Êxodo apresenta as dificuldades e as dúvidas do povo de Deus que caminhava pelo deserto rumo à terra prometida. Aquela gente não compreendia que o sonho de liberdade lhes custava algum sacrifício, por isso murmurava contra Moisés. A falta de água torna-se uma provação e coloca em dúvida os objetivos daquela migração. Valeria a pena tanto esforço? Será que no Egito o povo não estaria melhor? Onde estaria Deus naquele momento?
O povo se esqueceu rápido de tudo o que o Senhor Deus Javé havia realizado a favor deles. Neste momento, como diz o Salmo, “a comunidade dos hebreus fecha o seu coração e não ouve a voz do Senhor”. Através da súplica confiante de Moisés, Deus responde positivamente fazendo brotar água daquelas rochas. Ao invés de castigá-los, Deus sustenta-os na caminhada. Aqueles lugares no deserto foram chamados de Massa e Meriba que, na língua hebraica significam, respectivamente, “provação” e “contestação”. Estes dois lugares estão, por isso, associados a este momento difícil da caminhada do povo. Lembram, porém, a presença constante de Deus que age em seu favor.
- Qual a sua maior sede?
Segundo a tradição bíblica, o poço é símbolo da Lei, das instituições judaicas e da sabedoria. Nesse contexto, Jesus recorda que toda estrutura social existente na época não satisfaz aos anseios do povo por liberdade e vida. Sentando-se junto ao poço, Jesus se dá a conhecer como fonte de água viva da qual a humanidade inteira bebe. A partir de então, Jesus se coloca acima da Lei.
Entende-se enfim que a mulher que se aproxima para buscar água não tem nome porque representa todos nós, a humanidade que está procurando saciar de uma vez por toda sua sede de viver, sua busca por Deus.
As Consequ Ncias
DO ENCONTRO COM JESUS
- Por que tantas pessoas desanimam e não confiam na divina providência?
- Compare o caminho espiritual percorrido pela mulher samaritana com a sua própria experiência de fé e relação com Jesus?
Jesus sente o que é próprio de todo ser humano: sede. E pede de beber. Com isso está começando a quebrar o preconceito racial. Judeus e samaritanos se detestavam mutuamente. Os judeus mais radicais haviam decretado o estado permanente de impureza das mulheres samaritanas. Por isso, pedir que essa mulher lhe dê de beber parece ser um ato impróprio da parte de Jesus. Mas Ele está acabando com a pretensa superioridade dos judeus e dos homens sobre as mulheres. Dar água é a mesma coisa que dar hospedagem, que aceitar o outro como amigo e irmão.
Ampliando este sentido, a carta que Paulo escreve aos Romanos ensina que todos os fiéis foram justificados pela fé em Jesus Cristo. A justiça divina é cheia de misericórdia. Apesar dos pecados de cada pessoa, de suas fraquezas, a bondade e o amor de Deus nos conduzem no caminho da salvação. A nós pecadores, é pedido que acolhamos esta graça de Deus e tenhamos mais fé.
Jesus A Fonte Da Gua Viva
Lemos no Evangelho de hoje a passagem do encontro de Jesus com a samaritana junto ao poço de Jacó. O poço recorda muitos fatos do Antigo Testamento. É o lugar de importantes encontros e alianças onde acontecem casamentos e contratos sociais. Agora, com Jesus e a samaritana, o poço torna-se o lugar onde a humanidade encontra seu verdadeiro esposo e mestre, ponto de partida para uma nova história.
Jesus está com sede, mas quem acaba pedindo água é a mulher. Ele é o presente de Deus que a humanidade precisa conhecer. Os judeus acreditavam se aproximar de Deus mediante o conhecimento e a prática da Lei. Jesus, porém, mostra-nos que Deus se revela nas relações de fraternidade e gratuidade. Que a Quaresma seja esta oportunidade de conversão, de novas descobertas no campo da fé e de um comportamento mais coerente. A samaritana, conhecendo a Jesus, torna-se modelo do verdadeiro discípulo, porque ela ouve, abre o coração e a mente à novidade e chega ao conhecimento da verdade, crê e dá testemunho.
Leitura Diária
Dia 13: 2Rs 5,1-15a; Sl 41(42); Lc 4,24-30
Dia 14: Dn 3,25.34-43; Sl 24(25); Mt 18,21-35
Dia 15: Dt 4,1.5-9; Sl 147(147B); Mt 5,17-19
Dia 16: Jr 7,23-28; Sl 94(95); Lc 11,14-23
Dia 17: Os 14,2-10; Sl 80(81); Mc 12,28b-34
Dia 18 (São José, esposo da Virgem Maria): 2Sm 7,4-5a. 12-14a.16; Sl 88(89); Rm 4,13.16-18.22; Mt 1,16.18-21.24a