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Auxílio Fraterno repassou mais de 263 mil quilos de alimentos em 2022
A Pastoral do Auxílio Fraterno repassou mais de 263 toneladas de alimentos a famílias em situação de vulnerabilidade ao longo do ano passado. O dado foi apresentado durante o lançamento da Campanha da Fraternidade 2023, com o tema “Fraternidade e Fome”, que tem por finalidade incentivar a reflexão deste assunto no contexto da Quaresma.
“A história dos cinco pães e dois peixes mostra o impossível na lógica do mundo, mas na lógica de Cristo surge o novo: a partilha. Papa Francisco nos diz que é necessário esclarecer a relação da Santa Missa com o compromisso social. Para que a missa aconteça na vida real, o que ela significa na fé, na celebração, é necessária a partilha concreta. Senão, corremos o risco de invalidar o próprio Sacramento”, destacou o vigário-geral da Diocese de Toledo, Pe. Hélio José Bamberg, ao receber os jornalistas no evento de lançamento da Campanha realizado na Cúria Diocesana no último dia 17 de fevereiro.
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A estatística do Auxílio Fraterno, que está presente em 20 paróquias da Diocese, expressa a caridade dos fiéis católicos e pessoas de boa vontade que sentem o imperativo cristão “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16), o qual fundamenta o lema da Campanha da Fraternidade deste ano.
“Para entendermos a Campanha da Fraternidade é preciso entender a Quaresma, que é um convite de voltar-se para Deus: a conversão. Nesse período de 40 dias, a tradição milenar nos convida ao jejum, oração e esmola. A oração nos leva à intimidade com Deus. O jejum e a esmola nos dão o sentido comunitário e social do encontro com Deus. Não há uma verdadeira fé sem verdadeira caridade. Desta forma a CF nos traz uma proposta concreta do jejum e da esmola, ou seja, a comunhão com Deus implica na comunhão com o próximo. Não tem como vivenciar a Quaresma sem a solidariedade”, salientou Pe. Hélio.
Somente em 2022, o Auxílio Fraterno atendeu cerca de 5 mil famílias em situação de vulnerabilidade, tais como a falta de alimento. Mas é importante perceber, conforme a base de dados do Governo Federal, em 19 cidades da região há mais de 8,5 mil famílias em situação de extrema pobreza. Além de alimentos, o serviço da Igreja a essas pessoas chega na forma de acolhimento, escuta, entrega de roupas, formação por meio de cursos e demais encaminhamentos que vão desde à saúde e educação aos Sacramentos. “A Quaresma não se esgota na Campanha da Fraternidade, pois nos aponta a fé. E a CF não se reduz ao Tempo da Quaresma, pois a caridade é no dia a dia, todos os dias da vida. ‘Dai-lhes vós mesmos de comer’ é o imperativo da ordem de Cristo para toda a vida dos cristãos. Significa mudar a lógica do pensamento mundano do acúmulo e do egoísmo para a lógica da partilha e da fraternidade”, acrescenta Pe. Hélio.
Por sua vez, o coordenador diocesano da Ação Evangelizadora, Pe. André Boffo Mendes, divulgou que mais de 8 mil pessoas estão no Cadastro Único para programas sociais do Governo Federal nos 19 municípios da região diocesana, muitas delas em situação de insegurança alimentar e nutricional. “Quando falamos em fome, o conceito de fome e carência de alimentos precisa ser alargado: especialmente em nossa região que é tão produtiva e ostenta números tão expressivos na produção agropecuária, até podemos no senso comum imaginar que na nossa região não temos problema com a fome. Mas quando vamos refletir a fome na sua essência, purificando um pouco nossos conceitos, percebemos que essa realidade é de todos nós. Talvez não próxima à nossa casa, mas em solidariedade como cristãos, é uma realidade estendida a todos nós. A reflexão sobre a insegurança alimentar, que tem diferença em relação ao conceito de fome, abre um leque vasto”, afirmou.
A apresentação da proposta Quaresmal e da Campanha da Fraternidade foi acompanhada pela coordenadora diocesana do Auxílio Fraterno, Maria Inês Borges Mânica, e pelas integrantes da Cáritas Diocesana e da articulação da CF 2023 na Diocese, Marinês Bettega e Jéssica Gomes.
PASTORAL DO AUXÍLIO FRATERNO - CATEDRAL