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O objetivo da forma≈¡o seminarÀstica
As comemorações desta data estão centradas no lema “Formar homens livres e misericordiosos para o pastoreio na Diocese de Toledo”. Para compreender o significado que reúne esse lema, o reitor do Seminário São Cura d’Ars, Pe. Marcelo Ribeiro da Silva, explica cada um desses elementos que se entrelaçam no sentido da formação oferecida pelo Seminário. De acordo com ele, essa frase indica a identidade que sintetiza o caminho formativo.
Por isso mesmo, a primeira delas é “formar”, indicando a ação principal do Seminário. Este é o lugar que pretende ajudar com que uma pessoa alcance uma identidade clara como cristão, como homem, como religioso. Formar é acompanhar alguém a descobrir quem ele é. “O Seminário Menor faz a ponte entre o menino que ele é e o homem que ele precisará descobrir para ser”, explica Pe. Marcelo. Neste sentido, formar tem o significado de dar todo o apoio possível, seja em nível humano e espiritual, para que essa pessoa consiga dar forma ao sentimento que traz dentro si; que consiga dar um nome e expressão; que consiga transformar essa vontade em um projeto de vida.
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“É ajudar com que alguém dê forma à identidade que traz dentro dele e que ele quer descobrir”, completa.
Em seguida da palavra “formar”, o lema aponta o destinatário e suas qualidades: “homens livres e misericor- diosos”. O reitor do Seminário sublinha que a palavra “homem” foi incluída aqui porque a identidade masculina é uma identidade a ser construída, a ser descoberta, sobretudo nos tempos de hoje. “É ajudar com que uma pessoa se descubra com a dignidade que tem, numa identidade clara, que olhe para si e goste de si, que se respeite”, afirma. Em “livres”, o olhar é para a qualidade das relações que esse menino, que vai ser um homem, precisa aprender. Na palavra “livres”, Pe. Marcelo destaca que está se dizendo sobre a qualidade dos vínculos que ele vai estabelecer. “Não é só ser um religioso, mas é ser um homem livre que aprende a estabelecer vínculos com as pessoas. E começa pelos vínculos familiares. Trabalhamos, primeiro, para que eles amem as suas famílias nos limites que elas têm; que eles aceitem, que eles acolham; que aprendam a falar com os pais no sentido de mandar um abraço, mandar ‘eu te amo mãe, eu te amo pai’, essas coisas básicas que os adolescentes têm um pouco de medo, de vergonha”, comenta.

“Livres” também ganha o sentido para que possam estabelecer relações de amizades. “Sem amizade não dá para construir uma identidade sadia de um padre que aprenda a se fazer amigo, porque nas amizades ele vai ter o amor das pessoas. E livres para estabelecer relações com as comunidades, para que ele seja de todos e esteja a serviço; esteja próximo das pessoas. Livre é um modo de falar da qualidade do vínculo que um padre precisa ter”, considera.
Na palavra “misericordiosos” está sintetizada a vida espiritual desse homem que a Igreja precisa. Uma pessoa que tenha no coração o sentimento que guiou a vida de Jesus, que é a misericórdia. Busca-se na formação seminarística que ele aprenda a olhar as pessoas com esse sentimento de acolhida, de trazer esperança às pessoas que, às vezes, se sentem tão derrotadas em suas misé- rias e precisam encontrar no padre um cordis , um coração amoroso.
“Formar um coração misericordioso é a força de todo o nosso empenho e tudo isso em direção ao Pastoreio na Diocese. Entendemos ‘pastoreio’ como cuidado de um povo. Independente o que você vai fazer, a Pastoral é o cuidado das pessoas, seja pelos Sacramentos, sejam pelas atividades pastorais, seja pela evangelização”, pontua.
O lema, portanto, resume a fi nalidade do Seminário, que é um local que visa contribuir para que este seminarista se descubra como homem na sua dignidade e que, se descobrindo como homem digno, se doe com liberdade e misericórdia. “Se não nos descobrirmos, o que poderemos oferecer? Quem não ama aquilo que é, o que oferecerá?”, questiona o reitor.