Fique por Dentro 59

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Publicação da Instituição Amélia Rodrigues - Nº 59 - Abr/Mai/Jun de 2019 - Santo André - SP

É de pequeno que se aprende a conviver! Sem dúvida alguma, a infância é o principal período da vida para formar o caráter do indivíduo. É nessa fase que a criança absorve valores, principalmente aqueles passados pelos pais, responsáveis e educadores.

Parcerias - Impressão: Lis Grá ca e Editora - Distribuição: LV Distribuidora de Folhetos

Partindo desse princípio, para a Instituição Amélia Rodrigues, tão importante quanto investir no bem-estar físico e intelectual dos educandos é somar esforços para que cada um deles receba valores éticos e morais. Mas, como explicar sentimentos e orientar atitudes em uma turminha tão pequena? Ao visarmos trabalhar a frustração com as crianças de 2 anos e meio, a educadora Karla Kayoany promoveu uma disputa em que duas equipes tinham de levar, em uma colher, ovinhos para a mamãe galinha. Os vencedores ganhariam um desenho para colorir. “Elas nunca tinham experimentado uma competição. As crianças que perderam choraram muito”, disse Karla. “Explicamos para elas que na vida ora vamos ganhar e ora vamos perder”, comentou. A educadora conta que a brincadeira foi proposta outras vezes, e que a turma aceitou melhor os resultados. “Houve apenas uma criança com muita di culdade para lidar com a frustração. Então, conversamos com a mãe, e descobrimos que isso também acontecia dentro de casa”, observou. “Nesse caso, fazemos um trabalho em conjunto com a família”, observou. E quando o desa o é lidar com a rejeição? Na sala da educadora Danielle Souza foi usado um exemplo real, com educando de 3 anos. “Recebemos uma criança nova, e percebemos que ela estava sendo deixada de lado pelos amiguinhos. Para que pudesse ser acolhida, relembramos a história do personagem Tomás que também havia sido rejeitado pelos colegas, e que tinha cado muito triste”, relatou. A educa-

|Em competição, crianças aprendem que há momentos de ganhar e de perder - Foto: Divulgação dora conta que as crianças entenderam na hora a situação e foram ter com a amiguinha. Houve ainda a preocupação em conversar com a criança que estava se sentindo excluída, para que também buscasse por seu espaço. “Quando não trabalhamos isso na infância, os relacionamentos futuros são afetados, pois teremos di culdade em expressar no grupo de amigos ou trabalho ou ainda acolher aqueles que estão chegando. Temos de aprender a cuidar de nós e a pensar no outro”, considerou. Arrepender-se e pedir desculpas, às vezes, pode ser algo muito difícil, quando não se aprende a fazer isso desde pequeno. A educadora Silvane Soares valeu-se de história para tratar o assunto com crianças de 2 anos. “Tomás, o personagem, havia pedido um brinquedo para a mamãe, mas ganhou outro. E se revoltou quebrando o presente. Ela cou muito triste. Ele se arrependeu, consertou o brinquedo e pediu desculpas. Combinaram que isso não poderia mais acontecer”, narrou ela aos pequeninos. Silvane explica que, desde cedo, a criança já consegue compreender quando machuca os amigos. “Como a

minha turma está na fase da oralidade, eles já conseguem pedir desculpas quando fazem algo errado”, relatou. Con ança Também é de pequeno que se trabalha a con ança em si mesmo e no outro. O desa o proposto pela educadora Maria Natalícia Silva às crianças de 3 anos foi colocá-los em um jogo de boliche, de olhos vendados, no qual a orientação para acertar os pinos era passada pelos colegas. “Aqueles que con aram e aceitaram os comandos, conseguiram melhores resultados”, observou. Para Natalícia, o exercício serve para ensiná-los a desenvolver a con ança no trabalho realizado pelo educador, nos amigos e nos ambientes que utilizam dentro da Instituição. “Um dia eles sairão da creche, vão crescer e ter relacionamentos afetivos. É importante ensiná-los a dar um voto de con ança, bem como trabalhar a con ança em si mesmo. Dessa forma, serão mais felizes”, nalizou.


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