Revista CREA Bahia Edição 39

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inovação

Os caminhos para alcançar a excelência Falta de cultura inovadora, baixa capacitação e insuficiência de recursos são gargalos

por Nadja Pacheco

Investir em inovação e tecnologia como meio propulsor do desenvolvimento econômico. Essa realidade, hoje vivenciada em países como Alemanha e França, serve como estímulo para o Brasil, que precisa vencer desafios como o corte de R$ 1,5 bilhão do orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia, realizado este ano pelo Governo Federal, para alcançar o status de grande potência. Além de escassos recursos, os estados brasileiros também convivem com empecilhos como a falta de uma cultura inovadora entre os empresários. Segundo o diretor geral da Fundação de Amparo e Pesquisa da Bahia (Fapesb), Roberto Paulo Machado Lopes, é preciso romper com a “inércia institucional” e incorporar a inovação à cultura produtiva. Ele ainda aponta outro desafio: a falta de investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento por parte das grandes empresas da Bahia. “É necessário que invistam em P&D, pois 82% das pequenas empresas que inovam o fazem a partir da difusão de tecnologia das grandes”, afirma. Nos últimos cinco anos, a Fapesb destinou R$ 270 milhões para pesquisa e inovação. Somente em 2012, a Fundação lançou 14 editais com valor total de R$ 32 milhões. As frentes

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V.3, n.39, p. 10 - abr/mai/jun.2012 - Bahia

de trabalho da diretoria de inovação são: competitividade empresarial, desenvolvimento científico, tecnológico e empreendedorismo, e tecnologias sociais e ambientais. De acordo com o diretor, os trabalhos realizados com apoio da Fundação causam impactos para a Bahia nas áreas social, econômica e ambiental. “Os resultados das pesquisas trazem uma série de benefícios diretos e indiretos, como geração de empregos, tratamentos médicos, produtos com grande potencial de comércio e formação de profissionais qualificados”, observa Roberto Lopes. Casos de sucesso - Entre as experiências de caráter inovador apoiadas pela Fapesb estão as pesquisas com células-tronco, realizadas pelo Hospital São Rafael, que consistem na aquisição de equipamentos para uma sala de cultivo de células totalmente especializada, sendo a única do Norte-Nordeste. “Graças a essas

O corte de

R$ 1,5 bilhão

feito no Ministério da Ciência e Tecnologia representa 22% dos recursos totais da pasta.

pesquisas, pacientes que perderam movimentos do corpo por lesão na coluna estão recuperando a sensibilidade de tronco e pernas, alguns, inclusive, recuperando a movimentação”, comemora o diretor. Outra aliada da difusão da cultura empreendedora na Bahia é a incubadora de empresas de base tecnológica da Escola Politécnica da Ufba – Inovapoli. A iniciativa tem realizado, desde 2010, o programa Seja Empreendedor, atingindo, no ano passado, quase mil pessoas com palestras, minicursos e cursos de qualificação sobre planejamento e marketing estratégico, plano de negócios e empreendedorismo inovador. Das ideias que foram apoiadas pela Inovapoli destaca-se o Ágape (EXA-M) – um hemoglobinômetro portátil projetado para medir a concentração de hemoglobina em sangue venoso ou periférico, com o objetivo de realizar testes de anemia de forma eficiente, rápida e com baixo custo. “Estaremos sempre dispostos a contribuir para o desenvolvimento tecnológico da Bahia, através da estruturação de empreendimentos inovadores, sustentáveis e competitivos”, revela Wagner Miranda Gomes, gerente da Inovapoli. A incubadora de empresas foi fundada em 2006.


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