Revista CREA Bahia Edição 39

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cr a Revista do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia

B A H I A

Nº 39 • abr • mai • jun • 2012

Sustentabilidade

Conceito é discutido na Rio +20•

Ventos soberanos Bahia é uma das maiores potências eólicas do País•



expediente

Presidente Marco Amigo Diretoria 2012

1º vice-presidente Leandro de Aragão Correia Fonsêca 2º vice-presidente José B. de Oliveira Júnior 1º diretor administrativo Joseval C. Carqueija 2ª diretor administrativo João Batista Paim 1º diretor financeiro Jefté Nascimento da Silva 2º diretor financeiro Marcia Ângela Nori 3º diretor financeiro Otoniel Magalhães Morais COORDENADORES/CÂMARAS ESPECIALIZADAS

Agronomia Lorena de Araújo Melo Engenharia Civil Gerinaldo Costa Alves Engenharia Elétrica Sérvulo de Oliveira Ramos Engenharia de Agrimensura Jucy Conceição Pita Engenharia Mecânica Jair Carlos Bertoldi Engenharia Química Paulo Gilberto Silva Geologia e Eng. de Minas André Bolinches de Carvalho

cr a redação Assessora de Comunicação e Marketing Luciana Kroger Editora/Jornalista responsável Nadja Pacheco (DRT 1985) Colaboradores Cíntia Ribeiro, Fernando Barros, Gilza Maria Neves e Vanessa Costa Estagiárias Daniele Silva e Caroline Garrido (Jornalismo) Revisão Marcos Navarro Projeto gráfico Ana Clélia Rebouças e Iansã Negrão Diagramação Ana Clélia Rebouças Fotos João Alvarez (DRT 1912) e João Cláudio Cote Impressão Gráfica Santa Marta Tiragem 40 mil exemplares nosso endereço Rua Prof. Aloísio de Carvalho Filho, 402, Engenho Velho de Brotas CEP 40243-620 – Salvador-BA Fone: (71) 3453-8989 Telecrea: (71) 3453-8990 Fax: (71) 3453-8963 e-mail: creaba@creaba.org.br www.creaba.org.br *As opiniões emitidas nas matérias e artigos veiculados nesta publicação são de total responsabilidade de seus autores

Revista CREA-BA/Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia. - Nº 39 (abril/maio/junho 2012). Salvador: CREA-BA, 2006 - ISSN 16792866 Trimestral 1. Arquitetura. 2. Engenharia. I. Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia

CDU 72:63 (813.8) CDD 720

editorial

Corrida pelo desenvolvimento e sustentabilidade A área tecnológica tem buscado respostas para que o mundo saia da condição atual e ganhe o status de sustentável. Pesquisas e inovações estão nos bastidores desta corrida pelo uso de energia limpa, como a eólica, ou pela reutilização de matérias primas. Às vésperas da realização da Conferência Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro, os holofotes se voltam para a potencialidade energética brasileira, o seu uso e como o País devolve à Natureza o que explorou. A edição 39 da Revista do Crea-BA retrata bem a inquietação dos brasileiros que procuram meios para alcançar a sustentabilidade, destacando os desafios da inovação com o corte de R$ 1,5 bilhão do orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia. O uso de ferramentas eficientes no georreferenciamento e a opção em aliar os conhecimentos acadêmicos com a prática nas empresas, por meio do mestrado profissional, são alternativas para fisgar o desenvolvimento. A publicação aborda também os caminhos contrários ao desenvolvimento sustentável percorridos pela Prefeitura de Salvador ao sugerir à Câmara de Vereadores a aprovação de mudanças da Lei de Ordenamento e Uso do Solo (LOUOS). Uma atitude antidemocrática que desvaloriza os profissionais porque não tem sequer embasamento técnico. Ao tempo em que reprova na capital a prática do poder público municipal, o Crea investe nas potencialidades do interior. Cursos e ações estão sendo promovidos aos profissionais de diferentes regiões, estreitando cada vez mais os laços entre sede e inspetorias. A contrapartida social do Crea pode ser observada em mobilizações, como a realizada em prol da aplicação da Lei 11.888/2008, de Engenharia Pública, pelos municípios. A gestão do Conselho se empenha junto aos poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e às empresas para assegurar às famílias de baixa renda moradias dignas. É neste cenário de descentralização de ações e contribuições coletivas que o Regional desenha o seu novo formato, sem abandonar o traçado original: a valorização e a fiscalização do exercício profissional. Nadja Pacheco


sumário

Valter Pontes

Capa

Bahia é um dos maiores potenciais eólicos do Brasil. Foto de capa: João Cláudio Cote Página 14

10 Os desafios da inovação na Bahia

12 Construções

sustentáveis são tendências do mercado brasileiro

embasamento técnico para alterações da LOUOS

22 Aumenta a

20 Geógrafos buscam

24 Mestrado

fortalecem o georreferenciamento

reconhecimento por meio da Aprogeo

procura por técnicos no Brasil

profissional alia teoria a prática

9

6 6 Crea cobra

18 VANT’s

8 Atraso das obras da

Fiol gera prejuízos aos municípios baianos


curtas

Referência em FPI

Mercado do Peixe

O modelo de Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do Rio São Francisco, implantado há dez anos na Bahia, foi apresentado no dia 3 de abril para os representantes de órgãos públicos e de instituições de fiscalização nas áreas de meio ambiente e saúde de Alagoas. Para José Augusto Queiróz, assessor de relações institucionais do Crea-BA, a aceitação do programa por parte dos alagoanos representa a consolidação da iniciativa de expansão em nível nacional e sinaliza a transformação de um projeto em modelo de fiscalização para os demais estados da bacia.

O Crea-BA divulgou, no dia 10 de abril, o relatório de nº007/2012 referente à vistoria realizada no Mercado do Peixe, em Itapuã. O levantamento mostra que o equipamento público apresenta desgastes estruturais decorrentes da falta de manutenção e de intempéries como salinidade e ação dos ventos. De acordo com o estudo, se não forem adotadas medidas para a correção dos problemas, o imóvel poderá ruir, causando prejuízos materiais e danos à integridade física dos usuários.

Integração com os estudantes

O programa Crea-BA de portas abertas foi lançado no dia 2 de abril com o objetivo de promover uma maior integração entre os estudantes dos cursos tecnológicos e o Sistema Confea/Crea. O Programa pretende mostrar a relevância das ações do Conselho no dia a dia das profissões e da sociedade. A programação inclui palestras sobre temas relativos ao exercício profissional, mercado de trabalho, fiscalização, legislação e ética.

Comitiva do Crea-BA com secretário Correia

Parceria com a Secretaria da Indústria

R

Representantes do Crea-BA se reuniram, no final de abril, com o secretário da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia. O encontro, na sede da SICM, faz parte do programa desenvolvido pela assessoria parlamentar do Conselho e que prevê a aproximação com diferentes órgãos setoriais do Legislativo, Executivo e Judiciário da Bahia para fins de troca de informação, dados e cooperação técnica. O presidente do Crea, Marco Amigo, destacou a importância do encontro para a atualização do sistema cadastral de empresas dos diversos segmentos industriais, principalmente na área de mineração, que é um dos setores em expansão no Estado.

Micaretas fiscalizadas Os fiscais e inspetores de Feira de Santana e de Jacobina participaram de fiscalizações preventivas que antecederam a realização das micaretas nessas localidades. O objetivo da ação conjunta com outros órgãos é verificar a existência de responsáveis técnicos para a realização de serviços que, por lei, só podem ser executados por profissionais habilitados, engenheiros e técnicos. O Conselho verifica o registro da ART para diversas atividades e alerta para o cumprimento às normas de acessibilidade. A fiscalização é realizada durante a montagem das estruturas básicas e após a instalação de equipamentos suplementares e complementares.

Crea nas empresas

O Conselho iniciou, em março, um trabalho de fiscalização industrial nas organizações de grande porte da Bahia. A ação tem como objetivo atender os profissionais registrados até a sede ou inspetoria. Dentre os principais serviços oferecidos estão atualização cadastral, emissão de boletos, registro, visto e esclarecimentos sobre o piso salarial. Braskem, Petrobras e Ford foram as primeiras empresas visitadas. A fiscalização industrial ocorrerá durante todo o ano. crea

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louos e pddu da copa

Pela qualificação do debate

Sombreamento das praias é uma das consequências das mudanças propostas pela nova Louos

crea

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Crea cobra embasamento técnico para alterações da Lei

por Nadja Pacheco

A falta de embasamento técnico que qualifique ou justifique a viabilidade das mudanças propostas pela nova Lei Orgânica de Uso e Ordenamento do Solo – LOUOS – tem sido combatida pelo Crea-BA. Tentando cumprir o seu papel social e valorizando os direitos da população baiana, o Conselho e 14 entidades representativas de profissionais elaboraram documentos demonstrando a preocupação com as ilegalidades e irregularidades das obras que serão erguidas para a Copa do Mundo de 2014. A matéria com as alterações na regulamentação, enviada pela Prefeitura de Salvador, foi aprovada na Câmara de Vereadores em dezembro do ano passado.


Segundo o presidente do Crea, engenheiro mecânico Marco Amigo, se os empreendimentos feitos para o Mundial obedecerem às diretrizes da nova LOUOS, em vez de legados, a realização dos jogos trará más consequências para quem vive na capital. Entre os prejuízos estão doenças, sombreamento das praias (antes das 10h e a partir das 14h), complicações no trânsito e no abastecimento de água. As consequências são frutos de pontos aprovados na nova lei, como a liberação dos gabaritos de altura da orla, permitindo a construção de prédios de até 27 pavimentos (54 metros) e a extinção do Parque Ecológico do Vale Encantado, área de reserva de mata atlântica, com um milhão de metros quadrados, localizada entre a Avenida Paralela e a orla. Cobranças – Para tentar frear o início das obras com a nova regulamentação, o Crea e as entidades apoiaram a carta de manifestação contrária ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) da Copa, elaborada pelo Ministério Público da Bahia e destinada à 5ª Vara da Fazenda Pública de Salvador. O documento foi aprovado na primeira sessão plenária do ano, realizada no dia 16 de janeiro. O Conselho também cobrou do poder público municipal, por meio de ofício, um estudo aprofundado que justifique as alterações, como uma forma de prestigiar os técnicos baianos, já que os mesmos não foram consultados, assim como a população em geral. Até o momento, o Regional não obteve resposta da Prefeitura de Salvador. O desrespeito aos técnicos da Bahia e a importância de valorização e reconhecimento da atividade dos profis-

sionais que atuam na gestão pública foram destacados pelo presidente. “É perceptível que a aprovação da LOUOS atende a interesses alheios aos da população e dos técnicos da Bahia. Estamos apoiando, inclusive, a luta dos profissionais que trabalham para o Governo Municipal e não recebem o piso salarial profissional”, acrescenta. Reação social – Marco Amigo reiterou a importância de a sociedade reagir em casos de decisões que prejudiquem a qualidade de vida da população. “É preciso que as regras garantam atendimento ao povo. Não podemos pensar a cidade a partir do oportunismo de uma Legislação”, observa, colocando à disposição da Justiça profissionais registrados e qualificados para embasar tecnicamente as ações em curso. Foi a reação social às alterações da LOUOS que resultou no surgimento do Movimento Desocupa, em janeiro deste ano. A iniciativa já realizou várias manifestações como o “Desocupa João”, passeatas contra a administração do prefeito João Henrique que reuniram mais de duas mil pessoas; “Pipoca Indignada”, que desfilou pelo circuito Barra/Ondina no Carnaval criticando a privatização do espaço público; e o “Espetinho Diferenciado”, uma espécie de comemoração pela devolução da praça de Ondina após a remoção do Camarote Salvador. Segundo uma das representantes do movimento, Maria Beatriz Barreto, com o amadurecimento das discussões, o Desocupa se propõe a ser um espaço permanente para o exercício da cidadania e do controle social. “Vamos acompanhar de perto a próxima gestão, não apenas no sentido de fiscalizar, mas de dialogar

e assim lutar para restabelecer a contrapartida da democracia: a participação popular”, enfatiza. O Mapa Colaborativo do Desocupa – (http://www.desocupa.org/mapa/) é uma novidade do movimento e tem como objetivo dar visibilidade aos processos de ocupação irregular de espaços públicos e áreas de proteção ambiental, evidenciando ao mesmo tempo a resistência da sociedade civil à substituição do interesse público pelo interesse privado. As reuniões do Desocupa ocorrem periodicamente aos sábados, durante as manhãs, no Teatro Vila Velha. Desdobramentos – A polêmica envolvendo as questões da LOUOS e PDDU resultou na criação do Grupo de Trabalho da Copa no Crea-BA com o objetivo de acompanhar as ações ligadas à Engenharia (infraestrutura, mobilidade e acessibilidade) em Salvador para o mundial e Copa das Confederações (em 2013). Segundo o coordenador do GT, engenheiro civil Edson Luiz do Nascimento, a preparação e execução dos serviços alusivos aos eventos esportivos são pautas constantes das reuniões. Entre as discussões realizadas, esteve a escolha do Jardim de Alah, no bairro Costa Azul, para sediar o FIFA Fan Fest, realizado desde a Copa de 2006, para permitir que torcedores sem ingresso acompanhem os jogos em grupos em locais afastados do estádio, contribuindo também para a redução do fluxo de veículos no entorno.

Movimento Desocupa Blog movimentodesocupa.wordpress.com Fórum permanente http://www.facebook.com/groups/ movimentodesocupa/ crea

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ferrovia oeste-leste

Fora dos trilhos Ritmo lento das obras da Fiol causa prejuízos por Cíntia Ribeiro

Principal projeto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na Bahia, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) está com o cronograma atrasado. A obra, esperada como alternativa para descentralizar o desenvolvimento econômico do Estado, está dividida em sete lotes. A primeira etapa, um trecho de 537 km ligando Ilhéus a Caetité, cuja implantação era para ser em julho de 2012, teve o prazo estendido para junho de 2014. Também não será cumprida a entrega do trecho Caetité/Barreiras, com previsão de finalização em dezembro de 2015. As demais fases – Barreiras, São Desidério e Figueirópolis (TO) – não têm data de conclusão definida. Com um custo médio de R$ 7,25 bilhões e 1.527 km de extensão, a Fiol vai atravessar 31 cidades baianas. As justificativas apresentadas pela Valec – Engenharia, Construções e Ferrovias, estatal responsável pela contratação e fiscalização das obras, apontam que no primeiro trecho os atrasos ocorreram por conta da não conformidade do cumprimento, por parte da empresa, do Plano Básico Ambiental (PBA), o que motivou a suspensão da Licença de Implantação (LI), emitida pelo Ibama. A liberação parcial da obra só foi retomada após assinatura de Termo de Compromisso entre a empresa e o Ibama e que prevê o atendimento às condicionantes apontadas. Já o trecho Caetité/Barreiras, ainda sem Licença de Instalação, depende também da mitigação de impactos decorrentes da presença de cavernas na região de São Félix do Coribe. A Valec informou ainda que os estudos de impacto foram apresentados ao Instituto e aguardam deliberação sobre a aprovação. Questionado sobre o andamento das liberações das licenças, o Ibama, por meio do superintendente do órgão na Bahia, Célio Costa Pinto, esclareceu que, por ser uma obra executada em dois estados (Bahia e Tocantins), todos os licenciamentos referentes à Fiol são de competência do Ibama Federal. Irregularidades - O superintendente informou que, após a emissão da Licença de Instalação de um trecho superior a 500 km, o Ibama fez uma vistoria de campo e constatou diversos descumprimentos, recomendando a suspensão da licença, que foi acatada pela Presidência do Instituto, em Brasília. No entanto, até que a Valec alcance a necessária regularidade, o Ibama firmou um Termo de Ajustamento de Conduta, em agosto de 2011, que também não logrou êxito por parte da Valec. Um segundo termo, firmado em 21 março deste ano, com prazo de 180 dias, encontra-se em andamento. “E uma vez que se comprove o cumprimento dos compromissos previstos, inclusive o fiel atendimento do cronograma de implanta-

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Ferrovia Oeste-Leste

km

Abrangência

rr ei Ba

km

LOTE 3

R$ 739,9 milhões

Rio da Preguiça até o Riacho Jacaré

124,9 km

km

117,9 km

SPA Engenharia, Delta e Convap

OAS e Galvão Engenharia

R$ 574,4 milhões

R$ 650,4 milhões

qu ié Je

Sã o

ad o um

bi km

LOTE 5

LOTE 5A

LOTE 6

Riacho da Barroca até a Ponte sobre o Rio São Francisco

Ponte sobre o Rio São Francisco

Da ponte do Rio São Francisco até o Riacho da Barroca

162,0 km Mendes Júnior, Sanches Tripoloni e Fidens R$ 720 milhões

km

3 km

km

159,3 Km

LOTE 7

Da estrada vicinal de acesso à BR 135 até o Rio das Fêmeas km

161,1 km

Lotec, Sanches Tripoloni e Sobrenco

Constran, Egesa, Pedrasul, Estacon e CMT

Tiisa, Cowan, Almeida Costa, Trier e Pelicano

R$ 134,9 milhões

R$ 575 milhões

R$ 535,7 milhões

ção do PBA, o Ibama poderá cancelar a suspensão da LI”, informou Costa Pinto. Na avaliação do superintendente, a Valec precisa ter uma equipe de meio ambiente à altura da importância da obra. “É importante também para toda a sociedade que se comprove que o empreendimento está sendo executado com todos os cuidados ambientais necessários, atendendo à legislação vigente”, conclui Costa Pinto. Outro problema que deve influenciar no andamento da obra é a determinação, por parte do Tribunal de Contas da União (TCU), que os contratos sejam reavaliados para verificar o atendimento aos limites da Lei de Licitações 8666/93, referente ao custo da obra e às alterações de traçado. Justificativas - Eracy Lafuente, coordenador de infraestrutura da Casa Civil do Governo do Estado, admite que a falta de rigor às questões ambientais foi determinante para os atrasos e aponta também a rotina de desapropriações, em traçados dessa envergadura, como outro agravante. “Estamos intensificando o trabalho de cadastramento, levantamento fundiário e cartorial para acelerar as negociações e desapropriações, mas o processo é demorado”, disse o coordenador. Segundo Lafuente, a Valec fará esforços junto à União para que os atra-

Ilh éu s

Br

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LOTE 4 Rio de Contas até o Riacho da Barroca 178,2 km

LOTE 2

Ilhéus até o Rio da Preguiça

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R$ 403,2 milhões

Andrade Gutierrez, Barbosa Melo e Serveng

LOTE 1

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Torc, Ivaí e Cavan

km

Projeto executivo não finalizado

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115,0 km

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km

Projeto executivo finalizado

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Riacho do Jacaré até o Rio de Contas

Custos

Empresas

ra s

Veja as principais informações de cada lote da Fiol

sos não signifiquem aumento para o erário. “Salvo nos itens que tenham percurso alongado”, complementou. O sonho ou o projeto do que mais tarde se transformaria na Oeste-Leste teve início na década 70, quando o engenheiro civil Vasco de Azevedo Neto apontou alternativas para alcançar o Planalto Central, atingindo também as novas fronteiras agrícolas do Oeste da Bahia. A proposta do responsável pela criação do Departamento de Transportes da Escola Politécnica era construir a Ferrovia Transulamericana, com 6 mil km de extensão, ligando o complexo portuário da Baía de Todos-os-Santos (Bahia) até o porto peruano de Bayovar. O engenheiro não definiu modelo ideal, mas diretrizes com base na sua tese dos Princípios de Escolha de Traçados, tomando como parâmetro as linhas de menor resistência. De acordo com o ex-presidente da Associação dos Engenheiros Ferroviários (AELB), engenheiro civil Rafael Vasconcellos, discípulo de Vasco Neto, à época o professor considerava o percurso proposto um verdadeiro “achado” em referência à questão da menor resistência, uma vez que a rampa máxima não ultrapassava 0,6%. A ferrovia sairia do Vale do Rio de Contas para o Vale do Rio Paramirim, numa transposição curta, de custo relativamente baixo. “Vasco Neto deixou um legado fantástico para o futuro da ferrovia por proporcionar custos operacionais e de investimentos menores, garantindo maior viabilidade comercial ao empreendimento”. crea V.3, n.39, p. 9 - abr/mai/jun.2012 - Bahia


inovação

Os caminhos para alcançar a excelência Falta de cultura inovadora, baixa capacitação e insuficiência de recursos são gargalos

por Nadja Pacheco

Investir em inovação e tecnologia como meio propulsor do desenvolvimento econômico. Essa realidade, hoje vivenciada em países como Alemanha e França, serve como estímulo para o Brasil, que precisa vencer desafios como o corte de R$ 1,5 bilhão do orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia, realizado este ano pelo Governo Federal, para alcançar o status de grande potência. Além de escassos recursos, os estados brasileiros também convivem com empecilhos como a falta de uma cultura inovadora entre os empresários. Segundo o diretor geral da Fundação de Amparo e Pesquisa da Bahia (Fapesb), Roberto Paulo Machado Lopes, é preciso romper com a “inércia institucional” e incorporar a inovação à cultura produtiva. Ele ainda aponta outro desafio: a falta de investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento por parte das grandes empresas da Bahia. “É necessário que invistam em P&D, pois 82% das pequenas empresas que inovam o fazem a partir da difusão de tecnologia das grandes”, afirma. Nos últimos cinco anos, a Fapesb destinou R$ 270 milhões para pesquisa e inovação. Somente em 2012, a Fundação lançou 14 editais com valor total de R$ 32 milhões. As frentes

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de trabalho da diretoria de inovação são: competitividade empresarial, desenvolvimento científico, tecnológico e empreendedorismo, e tecnologias sociais e ambientais. De acordo com o diretor, os trabalhos realizados com apoio da Fundação causam impactos para a Bahia nas áreas social, econômica e ambiental. “Os resultados das pesquisas trazem uma série de benefícios diretos e indiretos, como geração de empregos, tratamentos médicos, produtos com grande potencial de comércio e formação de profissionais qualificados”, observa Roberto Lopes. Casos de sucesso - Entre as experiências de caráter inovador apoiadas pela Fapesb estão as pesquisas com células-tronco, realizadas pelo Hospital São Rafael, que consistem na aquisição de equipamentos para uma sala de cultivo de células totalmente especializada, sendo a única do Norte-Nordeste. “Graças a essas

O corte de

R$ 1,5 bilhão

feito no Ministério da Ciência e Tecnologia representa 22% dos recursos totais da pasta.

pesquisas, pacientes que perderam movimentos do corpo por lesão na coluna estão recuperando a sensibilidade de tronco e pernas, alguns, inclusive, recuperando a movimentação”, comemora o diretor. Outra aliada da difusão da cultura empreendedora na Bahia é a incubadora de empresas de base tecnológica da Escola Politécnica da Ufba – Inovapoli. A iniciativa tem realizado, desde 2010, o programa Seja Empreendedor, atingindo, no ano passado, quase mil pessoas com palestras, minicursos e cursos de qualificação sobre planejamento e marketing estratégico, plano de negócios e empreendedorismo inovador. Das ideias que foram apoiadas pela Inovapoli destaca-se o Ágape (EXA-M) – um hemoglobinômetro portátil projetado para medir a concentração de hemoglobina em sangue venoso ou periférico, com o objetivo de realizar testes de anemia de forma eficiente, rápida e com baixo custo. “Estaremos sempre dispostos a contribuir para o desenvolvimento tecnológico da Bahia, através da estruturação de empreendimentos inovadores, sustentáveis e competitivos”, revela Wagner Miranda Gomes, gerente da Inovapoli. A incubadora de empresas foi fundada em 2006.


Wagner Miranda destaca a difusão da cultura inovadora pela Inovapoli, fundada em 2006

Matéria-prima - Na área do petróleo e gás, a indústria enfrenta atualmente o desafio de adaptar ou desenvolver tecnologia nas novas condições de extração dos produtos, além de pesquisar meios de aprimoramento e otimização de processos de produção em campos tradicionais. De acordo com o superintendente de planejamento e pesquisa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Elias Ramos de Souza, o que tem sido chamado de improved oil recovery (novas tecnologias que possibilitem a extração de maiores volumes em comparação aos meios atuais) poderão ser muito úteis, inclusive nos casos de campos maduros, cuja presença de matéria-prima é muito significativa nos estados da Bahia, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Segundo o superintendente, atualmente, cerca de 95% do montante financeiro de bens e serviços fornecidos para a indústria originase prioritariamente de empresas estrangeiras, contra apenas 5% das nacionais. “O desafio é capacitar e mobilizar a indústria brasileira para que tenha uma participação mais representativa neste mercado emergente”, observa, enfatizando o envolvimento das universidades no desenvolvimento e adaptação de tecnologias para a formação de competência nacional. “Isso pode determinar o ritmo de exploração das reservas de petróleo, gás e présal brasileiro”, frisa. Capacitação – De acordo com Souza, pesquisas recentes demonstraram que, com o advento do pré-

sal, a demanda por bens e serviços para atender às necessidades da exploração e produção de petróleo será de R$ 700 bilhões até 2020. Atentos a esta perspectiva, a ANP investe cerca de R$ 20 milhões por ano em iniciativas como o PRH – projeto voltado para formação de pessoal, com concessão de bolsa para alunos de graduação, mestrado e doutorado que desenvolvam trabalhos com temas vinculados aos setores de petróleo, gás e de biocombustíveis. Atualmente, existem 45 programas em funcionamento em diferentes regiões do país. Outras incubadoras - Universidades Estaduais da Bahia (Uneb) e de Feira de Santana (Uefs); Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) e Universidade de Salvador (Unifacs).

Jonathan Pedreira, estudante de engenharia mecânica da Ufba, ficou em 1º lugar no concurso nacional Siemens Student Award Brasil com a criação do cartão de crédito verde para a Copa crea 11

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soluções verdes

Construções sustentáveis ao pé da letra por Cíntia Ribeiro

Cunhado em 1987 pela exprimeira ministra da Noruega Gro Brundtland, o conceito de desenvolvimento sustentável sofreu inúmeras interpretações ao longo dos anos. Vertentes reducionistas limitaram a expressão a algo relativo apenas ao cuidado com o meio ambiente, excluindo a abrangência contida na ideia original, que contempla questões econômicas e sociais. Brundtland foi chefe da comissão criadora do relatório “Nosso Futuro Comum”, que serviu de base para a Eco-92. No campo da construção civil, o consultor Fábio Rocha, sócio-diretor da Damicos Consultoria e Negócios – DCN, defende que não é possível falar em sustentabilidade sem levar em conta o que seria uma gestão sustentável das construtoras e incorporadoras. “Em todas as fases de uma construção e/ou empreendimento imobiliário, é possível buscar maximizar os seus impactos positivos (econômicos, sociais e ambientais) e minimizar os negativos”, disse Rocha. Do ponto de vista econômico, a atenção recai sobre a geração de empregos e de impostos, fortalecimento da cadeia produtiva do setor e das melhorias da infraestrutura urbana.

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Já no que se refere à questão social, é preciso considerar aspectos como segurança do trabalho, direitos trabalhistas, utilização de mão-de-obra das comunidades, qualidade de vida e acessibilidade. A redução dos impactos ambientais, gestão de resíduos, utilização de tecnologias de construção mais sustentáveis estariam ligadas ao quesito ambiental propriamente dito. Concepção sustentável - Na avaliação do diretor de construção Bahia/Pernambuco da Odebrecht Realizações Imobiliárias, André de Melo Basto, para se obter o máximo de resultado em termos de sustentabilidade, um empreendimento deve nascer sustentável, ou seja, deve ser concebido, orçado e planejado com esta visão. “A execução da obra com o cunho sustentável torna-se consequência a partir desta premissa, e novas ações podem ser agregadas no decorrer da mesma”, complementa. Para que a sustentabilidade seja implementada em todos os níveis, os envolvidos devem estar dispostos a praticá-la. A afirmativa feita pelo diretor da Odebrecht reitera a importância de se buscarem parceiros afinados com os princípios sustentáveis. “Podemos citar fornecedores que

A aplicação do conceito de sustentabilidade no mercado brasileiro

estão sendo selecionados de modo que trabalhem com processos de fabricação sustentáveis e que também garantam a logística reversa, recolhimento das embalagens e sobras de materiais por eles fabricados”, explicou André Basto. Outra tendência atual é a valorização, por parte do mercado, das certificações de sustentabilidade dos empreendimentos (Aqua, Leed e Selo Procel), principalmente nos prédios empresariais e hoteleiros. “No mercado de São Paulo, esta demanda já é realidade e precisamos gerar ações para incentivar que o mercado baiano siga a mesma direção”, disse Basto. Modelo europeu - Para o presidente da Ademi, Nilson Sarti, embora existam avanços consideráveis no campo das ações sustentáveis, ainda falta para que o Brasil atinja patamares de países como a Inglaterra. “Estamos no início, mas há localidades cuja indústria da construção voltada para a sustentabilidade está avançadíssima, o que tem transformado toda a cadeia produtiva do setor”, disse em referência a cidades como Londres, por exemplo, que, além de se comprometer em reduzir 80% da emissão de carbono nos próximos 20 anos, está incentivando políticas que


Pituaçu é o primeiro estádio da América Latina a ser autossuficiente em energia limpa

Alternativas conscientes Escolha dos insumos Compra/aluguel de insumos renováveis (utilização de madeiras de reflorestamento nas obras, mantas acústicas à base de garrafas PET e escoramentos metálicos). Produtividade Especificar sistemas que utilizam materiais sustentáveis e que, ao mesmo tempo, garantam um ganho de produtividade e menor utilização de mão de obra (Ex.: substituição de fachadas em pastilhas por alumínio composto). Redução de resíduos da construção Reutilizar os resíduos gerados na construção dentro do próprio canteiro de obras (Ex.: Fazer a moagem dos resíduos classe A para reutilizá-los nos traços para contrapiso). Realizar projeto de paginação de alvenaria a fim de utilizar blocos de tamanhos apropriados (evitando cortes de blocos) e optar por argamassas industrializadas. Eficiência energética Prever o sistema de aquecimento de água através de placas solares. Utilizar equipamentos mecânicos e sistemas de ar condicionados com Selo procel Tipo A. Especificar vidros de alta performance no isolamento térmico sem impedir a passagem da luz solar. Automação predial com foco na eficiência energética (Exs.: controle de iluminação, bombas, ar condicionado, elevadores, transformadores, dentre outros sistemas). Redução de consumo de água Prever, na concepção do projeto, a reutilização de águas cinzas/ pluviais para irrigação e sanitários localizados nas áreas comuns das torres. Utilizar descargas com dispositivos seletores com duplo acionamento. Tratamento de esgoto Prever, na concepção do projeto, a construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto dentro do próprio canteiro de obras. Qualidade ambiental interna Controle na geração de pó, qualidade na alimentação e da água de consumo, sanitários organizados e limpos, EPIs adequados e programas de incentivos.

preveem inovações e melhoria dos espaços construídos. Ainda de acordo com Sarti, desenvolvimento sustentável é uma questão de sobrevivência e está diretamente relacionado à inovação tecnológica. Nesse aspecto, um dos desafios do País recai sobre a capacitação profissional. Segundo o dirigente da Ademi, a questão é como formar engenheiros e arquitetos dentro dessa nova ordem. “Precisamos também rever as grades curriculares dos cursos tecnológicos como um meio de antenar os profissionais para essa nova realidade”, ressalta. Pesquisa e inovação - Um dos avanços recentes para o Brasil foi o lançamento, em agosto de 2011, do projeto para a criação do Parque de Inovação e Sustentabilidade no Ambiente Construído (Pisac). No local, que ocupará 20 mil metros quadrados no Campus da Universidade de Brasília (UNB), inovações tecnológicas serão analisadas, testadas e certificadas. Para o presidente, a expectativa é que o mercado brasileiro passe a contar com soluções comercialmente viáveis e disponíveis. “Entendemos que o Pisac poderá representar para a construção civil o que a Embrapa significa para a agricultura”, define. crea 13

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tecnologia

VANTs: sobra benefício e falta legislação Veículos Aéreos não Tripulados revolucionam georreferenciamento

por Nadja Pacheco

O céu do Brasil está sendo invadido pelos Veículos Aéreos não Tripulados (VANTs). Os equipamentos, que custam entre R$ 50 mil e R$ 600 mil, geram imagens da superfície da Terra a partir de plataformas móveis controladas por sensores remotos, provocando uma verdadeira revolução no setor de mapeamento. Monitoramento de fronteiras, estudos preventivos contra catástrofes naturais (deslizamentos de terra, enchentes) e rastreamento de áreas devastadas são algumas das ações proporcionadas pela ferramenta. Segundo o gerente de projetos da Orbisat da Amazônia, Karlus Macedo, os VANTs são bastante úteis em situações de acidentes ou catástrofes, podendo ajudar a captar imagens de regiões de difícil acesso com rapidez. As primeiras tentativas de utilizar o equipamento para tal tarefa ocorreu durante os deslizamentos de terra em Teresópolis,

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no Rio de Janeiro, no ano passado, pelo Exército Brasileiro. Além desta finalidade, Macedo também destaca o uso dos veículos aéreos no monitoramento de desmatamentos ou poluição, a partir das imagens geradas pelo sensoriamento remoto. “Devido ao baixo custo da operação dos VANTs em relação a uma aeronave tripulada e à facilidade de mobilização, o monitoramento de áreas específicas seria mais viável e frequente”, enfatiza, citando como exemplo o projeto/ estudo da OrbiSat com a Petrobras para monitorar manchas de óleo no mar e oleodutos ameaçados por deslocamento de terrenos. Segurança - Ações de monitoramento das áreas de fronteiras, em repressão ao tráfico de drogas, guerrilhas, contrabando, dentre outros, também podem ser desempenhadas pelo equipamento. Em 2011, o governo brasileiro criou o Núcleo de Excelência em Desenvolvimento

Aeromodelos geram imagens a partir de plataformas móveis de Sistemas Embarcados para Veículos Aéreos não Tripulados e Robôs Táticos Móveis com o objetivo de desenvolver um sistema de segurança nas fronteiras e monitorar o meio ambiente na Amazônia. A expectativa é que, em quatro anos, o estado passe a ter mais controle de suas fronteiras. Todas as vantagens dos VANTs esbarram na falta de uma legislação específica para a realização de voos sobre áreas densamente habitadas. Segundo o diretor comercial da empresa Solução em

Engenharia (Somenge), Gabriel Santiago de Mello, está em processo de discussão na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) o uso dos aeromodelos. “Em outros países, como os Estados Unidos, a utilização dos equipamentos não só foi aprovada pelo órgão que controla a aviação americana, como foi estabelecido prazo para a implementação”, compara, destacando o interesse de empresas brasileiras que trabalham com mapeamento e defesa civil, e até de profissionais liberais no produto.


seguro

RC Profissional garante cobertura de prejuízos Produto cobre danos provocados a terceiros devido a falhas causadas pelos responsáveis técnicos

por Nadja Pacheco*

Com o surgimento do Código de Defesa do Consumidor, na década de 90, a sociedade passou a conhecer mais seus direitos e a cobrar mais qualidade na prestação ou oferta de serviço. Valendo-se do CDC, sobram exigências por parte da clientela e mais cuidado na elaboração e execução de um projeto pelas empresas. É neste cenário de percepção da população quanto aos direitos e deveres das organizações que surge o Seguro de Responsabilidade Civil, uma ferramenta criada para cobrir os danos provocados a terceiros em decorrência de falhas e/ou omissões causadas pelos profissionais das corporações. Voltado a todos os profissionais registrados no Crea, o produto oferece ao prestador de serviço cobertura contra danos materiais e/ou

Modalidades de apólice Geral• Protege todas as

obras, projetos e serviços realizados pelo segurado dentro do período de vigência da apólice.

Específica• Para atender a um determinado contrato.

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corporais, causados a terceiros. De acordo com o coordenador de contratos e assessor de negócios da AP Consultoria e Projetos, engenheiro civil Eraldo Cesar Silva, que utiliza o produto há três anos, é de extrema importância para pequenas e médias empresas que prestam serviços para grandes organizações. Para Silva, a Petrobras, empresa à qual presta serviço, é uma das organizações que já exigem, em alguns contratos, este tipo de seguro. Trabalhando na área há 38 anos, Silva se diz satisfeito com a aquisição do seguro para a empresa. “É uma forma de nos resguardarmos em relação a possíveis erros. Se colocarmos num projeto a aquisição de 50 válvulas, por exemplo, e na hora da execução só forem necessárias 45, e como as mesmas têm custo alto, a Petrobras cobra da empresa que prestou o serviço e, para pagarmos essa diferença, acionamos o seguro”, relata. Com apenas uma apólice anual, é possível proteger todas as obras, projetos e serviços executados, garantindo segurança à atividade profissional. Os associados da Mútua possuem desconto de 6% sobre o valor da apólice. Para o advogado Rafael Gesswein, coordenador do RC Profissional, o diferencial do seguro em relação aos concorrentes é a possibilidade de já definir em contrato o ressarcimento junto ao cliente de possíveis falhas e omissões. *Com reportagem de Vanessa Costa

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energia limpa

Ventos

favoráveis Bahia é um dos maiores potenciais eólicos do País

por Cíntia Ribeiro

E

Em 2011, a energia gerada no Brasil pela fonte eólica foi de aproximadamente 1.902 gigawatt (GW/h). A perspectiva é que nos próximos anos sejam contratados cerca de 2GW/ano. Os dados divulgados pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) refletem o aumento da competitividade alcançada no setor. O cenário é positivo e o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2011-2020) da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostra ainda uma capacidade instalada de 11,5GW em 2020. Renovável e com baixo impacto ambiental, a energia eólica é considerada uma das mais baratas do mundo, R$ 99,54 (MME, 2011), se comparada – por exemplo – à energia extraída do bagaço da cana, R$ 144,20 o megawatt (MW), e às pe-

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quenas centrais hidroelétricas (PCH), com preço de R$ 141,93 (MME, 2010). Segundo informações da ABEEólica, atualmente, os desafios do País referem-se basicamente aos marcos regulatórios do setor e a fatores como estudo de viabilidade dos projetos, sobretudo em relação aos contratos firmados nos leilões, às questões de logística e transporte, aos licenciamentos ambientais e aos financiamentos. Atualmente, 71 parques eólicos, totalizando 1.471,2 MW, estão instalados no País. Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina figuram entre os estados que possuem ventos favoráveis para a exploração. O Atlas de Energia Eólica, publicado em 2001 pela Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), aponta o estado com potencial eólico de 14,4 GW, considerando

torres de 70m de altura. De acordo com o professor Ednildo Andrade Torres, coordenador do Centro Interdisciplinar de Energia e Ambiente (Cienam) e do Doutorado de Energia e Ambiente da Escola Politécnica (Ufba), a Bahia, que inicialmente não estava no grupo de estados (Rio Grande do Norte, Ceará e Rio Grande do Sul) com ventos para a geração de grande porte, já alcançou a liderança como maior província eólica do País, um resultado também atribuído a experiências realizadas pela universidade. “Com os projetos em andamento, o estado passa a ser o segundo na geração de energia elétrica com fonte eólica, perdendo apenas para o Rio Grande do Norte”, explica Torres. Cerca de 16 grupos prospectam os ventos baianos, com potencial de geração de energia de 20 a 25 GW – o que representa quase uma vez


Energia eólica possui características como baixo impacto ambiental e menor preço

e meia a potência de Itaipu. Para os próximos dez anos, o cálculo é de investimentos na ordem de R$ 42 bilhões. “Nossa expectativa é que, no início de julho de 2012, o primeiro parque eólico esteja produzindo, em Brotas do Macaúbas, na Chapada Diamantina, com possibilidade de atender 500 mil residências, ou aproximadamente dois milhões de habitantes”, antecipa Torres. Investimentos – De acordo com números da Secretaria da Indústria,

Comércio e Mineração (SICM), os projetos nessa área totalizam cerca de R$ 6 bilhões. Segundo o secretário executivo da Câmara de Energia do órgão, engenheiro eletricista Rafael Valverde, os primeiros parques eólicos do estado devem entrar em fase de testes até junho deste ano, e a operação comercial está prevista para o segundo semestre. Mestre em Regulação da Indústria de Energia, Valverde explica que, além das instalações das fábricas Gamesa e Alstom, responsáveis

Preço médio da energia eólica negociado nos leilões•

Capacidade mundial de produção•

Leilão Preço Médio (R$/MWh)

- EUA 35 GW - China 26 GW - Alemanha 25,6 GW - Associação Mundial de Energia Eólica (WEA, 2010)

2009 2010 2011

148,39 134,13 99,54 a 105,12

pela fabricação de aerogeradores, foram assinados 26 protocolos de intenções com empresas do setor. Dentre essas está a General Electric, prevendo a implantação de uma fábrica até 2013. Ainda segundo informações da SICM, existe um incentivo por parte do Estado para que fornecedores de matéria-prima e equipamentos para esses fabricantes também instalem empreendimentos na Bahia. “Futuramente, o desafio será trazer os fabricantes dos elementos menores, especialmente na indústria de eletrônica de potência”, revela Valverde. Fatores como altitude, capaz de permitir o alcance das massas de ar que atravessam o Estado, e o relevo com formações naturais que ajudam a canalizar o vento em alguns pontos, favorecem as regiões sudoeste, a Chapada Diamantina e o Vale do Rio São Francisco. crea 17 V.3, n.39, p. 17 - abr/mai/jun.2012 - Bahia


energia limpa

Na contramão dos benefícios proporcionados pela ampliação de forma acelerada da geração eólico-elétrica (atingindo a escala de gigawatts) ao longo da última década no mundo, está a falta de dados consistentes e confiáveis. Segundo o professor Torres, parte significativa dos registros anemométricos disponíveis pode ser mascarada por influências aerodinâmicas de obstáculos, relevo e rugosidade. “A disponibilidade de dados representativos é importante no caso brasileiro, que ainda não explorou esse recurso abundante e renovável de forma expressiva”, explica. Aspectos relativos aos impactos decorrentes da exploração da fonte eólica são pouco divulgados. Em países onde o uso dessa modalidade é amplamente difundido, as críticas recaem sobre os constantes acidentes com turbinas, a exemplo de quedas de peças, manutenção inadequada e dificuldade de reposição devido ao aumento da demanda. Inviabilidade - Outra crítica refere-se à possibilidade de não utilização do potencial já instalado e que pode gerar desperdícios e prejuízos financeiros. Em 23 de abril deste ano, uma reportagem do jornal A Tarde denunciou que o atraso na instalação de redes de transmissão entre Igaporã e Bom Jesus da Lapa gerou um prejuízo de R$ 92 milhões ao Governo Federal. Ainda que não gere gases, material particulado, efluentes ou resíduos, se comparada a fontes tradicionais, a exploração da energia eólica provoca impactos de diferentes ordens. “Temos impactos ambientais, sejam eles visuais, ruído, ocupação de terras e até o abatimento de pássaros que porventura passem pelas pás do aerogerador”, complementou

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O Brasil possui atualmente 71 parques eólicos tipos de energia - pontos positivos e negativos Nuclear

Não depende de fatores naturais

Produz lixo radioativo e ameaça de vazamentos e contaminações

Hidrelétrica

Menor custo

Provoca desequilíbrio ambiental e depende do fluxo dos rios

Solar

Limpa e menos perigosa

Preço atual inibe a utilização em larga escala

Termoelétrica

Investimento inicial baixo e rápida instalação

Altamente poluente. Emissão de gases provoca o aquecimento global

o professor Ednildo Torres. De acordo com a Diretoria de Regulação do Inema, órgão responsável pela concessão de licenças para instalações de empreendimentos interessados na exploração no estado, todos os projetos nessa área estão sujeitos a uma série de licenças (sim-

plificada, implantação, localização, operação e alteração) de acordo com o tipo e porte do empreendimento. Além dessas, são exigidos Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) nos casos de obras com significativa degradação ambiental.


fórum ambiental

Desafio da Rio+20 é superar Eco 92 Desenvolvimento humano e erradicação da pobreza são objetivos do evento por Cíntia Ribeiro

Aguardada como o evento que pretende unificar as agendas ambientais dos países participantes, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que será realizada entre os dias 13 e 22 de junho, promete colocar o mundo na berlinda. Os desafios do encontro são muitos e, dentre eles, está a renovação de compromissos políticos assumidos durante a Eco 92 e que não foram colocados em prática pela maioria dos países, a exemplo da implantação da economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza. De acordo com o professor Rubens Harry Born, coordenador do Instituto Vitae Civilis e doutor em Regimes Multilaterais Ambientais, a Rio +20 deve ser encarada como um fórum capaz de estabelecer metas, indicadores e parâmetros voltados para a melhoria da qualidade do desenvolvimento humano em escala mundial. Segundo Born, a Conferência tem que resgatar aspectos econômicos e sociais do desenvolvimento sustentável com base nos princípios da governança global (ver boxe). “Governança é utilizar os meios democráticos que permitem aos cidadãos influenciar a tomada de decisão por parte dos dirigentes. Não adianta o consumidor ser consciente se as políticas públicas não acompa-

nham essa ação”, enfatizou durante o seminário Rio+20, Expectativas e Desafios, promovido, pela Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Assembleia Legislativa da Bahia, em abril. Um dos pontos defendidos por especialistas é o fato de que o evento precisa equacionar os diferentes diálogos: oficial, semioficial e autônomos que se propôs a receber. A baixa participação das instituições de pesquisas brasileiras na definição das prioridades é apontada como ponto fraco da Conferência. Para Mariana Meireles, diretora vice-presidente do Conselho Empresarial de Desenvolvimento Sustentável, outra preocupação é como sistematizar as reflexões da Rio+20, garantindo a aprovação de uma agenda concreta e que comprometa o segmento empresarial. “As metas precisam ser claras, equacionando crescimento econômico, equilíbrio ambiental e erradicação da pobreza. O papel do empresariado nesse processo ainda é tímido e deveria se basear nos princípios da Carta da Terra e na Declaração dos Direitos Humanos”, afirma, reiterando que existem líderes comprometidos com um novo modelo de produção, mas que o desafio de garantir sustentabilidade e atendimento às necessidades de consumo ainda permanece.

Rio+20 em três tempos Oficial• reúne governos e países com o objetivo de renovar compromissos políticos Semioficial• diálogos sobre o desenvolvimento sustentável a partir de consultas mundiais sobre dez temas. Autônomos• Espaço para a Cúpula dos Povos e outras campanhas da sociedade civil

Governança cidadã prevê »Acesso à informação; »Participação; »Mecanismos de gestão e de

controle; »Direitos e instrumentos de defesa dos cidadãos; »Deveres e princípios.

94% dos brasileiros citam o meio ambiente como sério problema enfrentado no País•

44% acreditam que a

proteção do meio ambiente tem prioridade sobre crescimento econômico•

79%

acham que o aquecimento global é causado pelo ser humano• Fonte:

Ibope/2012

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reconhecimento

A hora e a vez da

Geografia

Criação da Aprogeo valoriza os profissionais da Bahia

por Nadja Pacheco

As intempéries ocorridas em janeiro de 2011 no Rio de Janeiro foram o estopim para que os poderes públicos desenvolvessem um sistema de identificação de áreas suscetíveis a deslizamentos. Se o geógrafo já integrasse as equipes governamentais e realizasse trabalhos neste sentido, questões relativas aos desastres naturais seriam mitigadas ou até mesmo prevenidas. A falta de valorização, reconhecimento e organização dos profissionais de Geografia levou um grupo a fundar, em 7 de fevereiro deste ano, a Associação Profissional dos Geógrafos da Bahia (Aprogeo). A entidade já existe em alguns estados e surge com a proposta de articular os geógrafos baianos para que sejam mais conhecidos e reconhecidos nas instituições. Segundo Daniel Albuquerque Ribeiro, presidente da Aprogeo, um dos motivos que levaram a Geografia a ficar à margem no País por algum tempo foi a postura dos profissionais em defender a redução das desigualdades regionais, por meio de melhor estruturação social, sem que, para isso, fosse necessário destruir o meio ambiente.

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“Sabemos que os planejadores do passado só enxergavam o viés economicista. Felizmente, essa forma de pensar está sendo ultrapassada e vemos então uma grande oportunidade para os geógrafos”, pontua, reiterando que conceitos muito utilizados em diversas instâncias da sociedade, como território, geotecnologias, impacto ambiental e desenvolvimento sustentável fazem parte da rotina de um geógrafo. A desmobilização da categoria, aliada à falta de organização, é um fator que prejudicou a inserção dos

geógrafos no mercado de trabalho, segundo Daniel Ribeiro. Para ele, a criação da Aprogeo fará com que a sociedade tenha a oportunidade de conhecer melhor o trabalho dos profissionais por meio de palestras, encontros e visitas da associação às entidades. O presidente destacou a importância de o geógrafo participar de debates de cunho social, como os relacionados ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e à Copa do Mundo. “A formação é bastante rica e a contribuição que

Diretoria da Aprogeo pretende mobilizar os geógrafos da Bahia


esse profissional tem a oferecer não pode ficar negligenciada”, ressalta, destacando o compromisso de países como Canadá e Estados Unidos com a profissão e a ascensão notória em estados brasileiros que possuem a associação, como São Paulo. Áreas de destaque - O geógrafo tem diversas possibilidades de atuação, dentre elas nas áreas da saúde, ambiental e de planejamento territorial. As especializações em hidrogeografia, geomorfologia, climatologia, pedologia, geologia, biogeografia, cartografia, geoprocessamento e estatística, dentre outras, são as mais requisitadas no mercado. “Outros setores como o geomarketing, resíduos sólidos, regularização fundiária, energia, telefonia móvel e em diversos planos de obras também são áreas de atuação do geógrafo”, afirma Ribeiro.

De acordo com o assessor de relações institucionais do Crea-BA, José Augusto Queiroz, é uma das premissas da gestão do Conselho fomentar e apoiar a organização profissional. “Percebemos problemas na questão dos registros dos geógrafos, onde verificamos que os licenciados não têm a obrigação do registro, diferentemente dos bacharelados”, revela, reiterando a participação do Regional na criação da Aprogeo. A contribuição do Crea não para por aí; existe a intenção, por parte da diretoria, em inserir os geógrafos na Câmara Especializada de Agrimensura. Considerado um dos nomes mais influentes da Geografia da Bahia, o professor pós-doutor Sylvio Bandeira de Mello e Silva, da Universidade Católica do Salvador (Ucsal), se destacou na área por causa da dedicação aos estudos das questões regionais de Salvador. Conhecedor do não

reconhecimento do papel do profissional da área no Brasil, o educador avalia positivamente a criação da Aprogeo e sugere que os geógrafos baianos interajam com outros estados que dispõem de entidade similar, como o Rio Grande do Sul e Ceará. Como melhoria para a formação, Sylvio Bandeira recomenda o fortalecimento do lado aplicado da ciência com boa base teórico-conceitual e a ampliação dos departamentos de Geografia que oferecem bacharelado. “Ainda sonho, para os geógrafos, algo parecido com os Médicins Sans Frontières, ou seja, profissionais que tenham uma atuação direcionada para a solução de problemas sociais e ambientais, junto às comunidades mais carentes. Isto começa a existir, de forma tímida, nas áreas da Engenharia (Engenharia Social) e da Arquitetura (Arquitetura Social)”, revela. Segundo Bandeira, o trabalho do Geógrafo Milton Santos deve ser valorizado pelos geógrafos, já que o professor foi o grande responsável pelo planejamento da Bahia. Destaca as iniciativas de Santos que ganharam notoriedade nacional e internacional, a exemplo das aplicadas no Laboratório de Geomorfologia e Estudos Regionais (com a colaboração de franceses), mas salienta que é importante resgatar a tradição sem perder o lado crítico. “As ferramentas da Geografia de hoje são extremamente úteis para toda a sociedade, utilizadas inclusive por disciplinas vizinhas, o que não acontecia há poucas décadas. E há uma grande demanda por boas análises e projetos de solução dos problemas sociais e ambientais”, finaliza. Mais informações sobre Aprogeo: www.wix.com/aprogeo/ba crea 21

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profissão

Valorização dos técnicos Procura por ensino profissionalizante cresceu 50% nos últimos cinco anos por Nadja Pacheco

Com a escassez de mão de obra especializada na área tecnológica, aumenta a cada ano a procura por cursos técnicos no Brasil. De acordo com estudo realizado no ano passado pela Fundação Getúlio Vargas e Instituto Votorantim, quem conclui o ensino profissionalizante tem 48% de chance de entrar no mercado de trabalho em relação aos que encerram o ensino médio. Conforme levantamento feito pelo Ministério da Educação em 2011, o número de matriculados na educação profissional representa de 15% a 18% do total de inscrições na modalidade tradicional. Embora não tenham piso salarial definido por lei (tramita na Câmara dos Deputados a PL 2861/2008, que sugere o valor R$ 1.940), os técnicos chegam ao mercado com salários razoáveis. Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio

de Janeiro (Firjan), das dez profissões com maiores perspectivas de crescimento até 2015, metade está na área técnica. Ainda de acordo com a organização, a remuneração média da categoria é de R$ 2 mil, podendo aumentar, a depender do porte da empresa e da atividade desenvolvida. A Bahia possui aproximadamente 25 mil técnicos. Apenas metade desse número está em dia com o Crea. A grande maioria está longe das associações ou sindicatos. Segundo o assessor de relações institucionais do Regional, José Augusto Queiróz, é por meio da organização coletiva que advêm as conquistas. Uma delas foi o Sindicato dos Técnicos Industriais da Bahia (Sintec), criado em 2010, com apenas 1.127 associados. Para o presidente do Sintec, Sérgio Santos, a criação da entidade aumentou a representatividade dos técnicos industriais. “Inserimos os profissionais nas discussões não só

Técnicos possuem remuneração média inicial de R$ 2 mil

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200 institutos

técnicos foram abertos no Brasil de 2003 a 2011

1,5 milhão

de alunos estão matriculados em cursos técnicos no Brasil

do Conselho, mas das políticas públicas voltadas à área tecnológica do Estado”, revela, destacando que a categoria já ocupa cargos como o de inspetores do Crea e a expectativa é que também tenham assento nas câmaras especializadas e diretoria. Foi visando este pleito que o gestor do Crea-BA, engenheiro mecânico Marco Amigo, solicitou o apoio do presidente da Federação Nacional dos Técnicos Industriais (Fentec), Wilson Vieira, para inscrição do Sintec no Ministério do Trabalho e Emprego. “Tive apoio dos técnicos e a expectativa é que o sindicato represente-os no Conselho Regional. A Fentec vai nos ajudar a pleitear isso junto ao Confea e garantir direito aos técnicos”, enfatiza. Wilson Vieira demonstrou satisfação pelo que o presidente do Confea, José Tadeu da Silva, fez pelos técnicos em São Paulo, garantindo que a categoria assumisse posições não só no Conselho, mas também na diretoria do Crea-SP. “Espero que ele repita o que fez em São Paulo em todo o Brasil”, reforça, reiterando a importância da proporcionalidade nas representações das profissões abrangidas pelo Sistema.


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pós-graduação

Mercado e academia juntos em favor da empresa Mestrado profissional da Ufba é o único da Bahia voltado à Engenharia por Nadja Pacheco

Atuar no mercado em vez de seguir carreira acadêmica após a graduação foi, por muitos anos, uma tendência entre os profissionais da área tecnológica. As exigências das disciplinas curriculares e as pressões por resultados motivavam o graduado a buscar a prática no mercado, depois de conhecer a profissão em teorias e cálculos. Agora, os formados têm a oportunidade de conciliar a atuação nas empresas com o conhecimento científico por meio de pós-graduações como o mestrado profissional. A modalidade surgiu na Ufba em 2009, sendo o único na Bahia voltado à Engenharia. A proposta do mestrado profissional é buscar na academia soluções para os problemas das empresas. Patrocinado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o curso é realizado no período noturno e segue os mesmos padrões dos mestrados tradicionais, ou seja, o aluno tem que defender uma tese e gerar produto acadêmico (artigos em publicações científicas) ou tecnológico (patentes). De acordo com o coordenador do Programa de Engenharia Industrial (PEI), professor Cristiano Fontes, a primeira defesa no curso foi realizada no dia 9 de abril. “Foi um trabalho sobre eficiência energética na área de administração, realizado por um

Cristiano Fontes: “Um dos desafios é convencer o empregador” aluno da Coelba”, acrescenta. Para Fontes, uma dificuldade enfrentada é conciliar trabalho e estudo. “Por ser aplicado em tempo parcial, essa espécie de mestrado não é bem vista por uma parte dos professores. Eu, particularmente, não gosto, mas, por outro lado, vejo muitas vantagens para as empresas e também para as universidades”, observa o professor. Outro desafio a ser enfrentado é conscientizar as empresas sobre as vantagens do curso. “A Ufba e a Capes procuram envolver o empregador, informando sobre os impactos positivos nas áreas sociais, econômica e ambiental que podem ser gerados”, revela. Entre as empresas que já

demonstraram interesse no projeto estão Petrobras, Itaipu e Coelba. O mestrado profissional tem sete inscritos contra 67 na modalidade acadêmica. Embora não exista a possibilidade de fazer doutorado seguindo os padrões do mestrado profissional, a Ufba, em parceria com outras instituições de ensino superior da Bahia, está desenvolvendo o projeto Doutorado Solidário de Nucleação do Estado, que é um acordo de cooperação técnica para a formação em nível de doutorado dos professores das universidades estaduais. Segundo Fontes, 18 alunos estão inscritos. O doutorado acadêmico do PEI tem 66 inscritos.

Veja mais sobre outras pós-graduações da Ufba em www.prppg.ufba.br/posgrad-html

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artigo Eduardo Rode

A tecnologia e a Rio+20 Encontramo-nos às vésperas da Conferência Rio+20, da ONU, e os desafios são gigantescos. Três questões centralizarão os debates, todas girando em torno do tema central – o desenvolvimento sustentável que desejamos, quais sejam: como crescer, gerar empregos, sem comprometer nosso planeta, mais do que já o fizemos. Economistas dos mais avançados centros de excelência acadêmica discutem como medir avanços econômicos, não apenas pelo PIB, mas que reflitam, também, os cuidados com a preservação ambiental, a manutenção da diversidade cultural, social e biológica. Alguns países estão redefinindo seus critérios de desenvolvimento, como o Butão, na Ásia, que adotou a Felicidade Interna Bruta, que não pode ser medida diretamente, mas existem 23 critérios objetivos que interferem nesse conceito inovador e são utilizados na análise dos projetos e, consequentemente, contribuem para a aprovação ou não de empreendimentos naquele país. O segundo desafio está centrado no papel da economia verde, dentro desse processo. O mundo en-

frenta uma enorme crise econômica, social e ambiental, mas como resolvê-la dentro do contexto sustentável? Como produzir mais 35 milhões de toneladas de carne até 2030 sem mais desmatamento? Como incorporar milhões de novos consumidores das classes C e D sem agravarmos os impactos causados por esse consumo represado durante décadas? Como atingir os Objetivos do Milênio? Certamente já se pensa em projetos criativos, buscando apresentar soluções técnicas das mais avançadas e contemporâneas, mas a sociedade, na verdade, quer mais. A sociedade quer soluções sustentáveis que reduzam o impacto sobre o meio ambiente e a batalha em torno do novo Código Florestal cristalizou essa visão. Produzir e realizar com o menor impacto ambiental. Esse é o grande desafio e nós, engenheiros, estamos bem no centro desse debate. Os primeiros acidentes ambientais do pré-sal já ocorreram. Enfrentamos no Nordeste uma nova grande seca, previsível, cujas soluções são sempre mais políticas do que técnicas. Nossos dirigentes, dos

Eduardo Rode é engenheiro agrônomo e assessor técnico do Crea-BA

mais diversos matizes ideológicos, defendem o desenvolvimento a qualquer custo, alegando que a economia de baixo carbono não permite incorporar milhões de pessoas que ainda se encontram abaixo da linha de pobreza, no entanto a Embrapa e outros centros de pesquisa, a ASA Brasil e a AS-PTA detêm tecnologia, há muitos anos, e têm demonstrado que outro caminho é possível. Com metade dos R$ 8,2 bilhões gastos no projeto de transposição do São Francisco, poderíamos

viabilizar as ações previstas no Atlas Brasil, elaborado pela ANA – Agência Nacional das Águas, construindo milhões de cisternas pelo semiárido, resolvendo o problema de abastecimento humano e animal, e gerar uma microeconomia regional sustentável, atendendo, de alguma forma, 34 milhões de nordestinos. O terceiro grande debate da conferência será em torno da governança. Nesse sentido, a Bahia está dando um mau exemplo. Enquanto o mundo evolui para a transparência no debate e ampla participação na busca do desenvolvimento sustentável, com o envolvimento dos diversos segmentos envolvidos; na Bahia, o governo retira da sociedade civil organizada o papel de contribuir na discussão sobre o licenciamento ambiental de empreendimentos que causem grandes impactos ambientais, no Cepram. De nós, profissionais da tecnologia, a sociedade aguarda ansiosamente que utilizemos nossa criatividade e conhecimento para vencer esses desafios. A engenharia move o mundo, mas que seja de forma limpa e sustentável. crea 25 25

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estante Por cíntia ribeiro

Geologia Sensoriamento Remoto. Princípios e aplicações. Evlyn M. L. de Moraes. Ed. Blucher. Princípios físicos, sistemas e sensores. Níveis de aquisição de dados e sistemas orbitais são alguns dos assuntos abordados nesta obra. Mostra ainda as formações, os princípios e os conceitos básicos que norteiam o sensoriamento. Discute também os principais métodos de extração de informação e com aplicação em diversas áreas do conhecimento. www.blucher.com.br

Estrutura Concreto Armado. Novo Milênio. Cálculo Prático e Econômico. Francisco Xavier Adão e Adriano Chequeto Hemerly. Ed. Interciência. O objetivo é fornecer material útil e conceitual aos profissionais de engenharia sobre estruturas de concreto. Ferramenta de apoio no primeiro contato de estudo e desenvolvimento de projetos estruturais integrados, a obra utiliza as atuais normas brasileiras em vigência. www. editorainterciencia. com.br (21) 2581-9378.

Pavimentos Manual de Patologia e manutenção de pavimentos. Paulo Fernando A. Silva. Ed. Pini. Doutor em infraestrutura pelo Ita, o autor apresenta sua experiência de mais de 20 anos nessa área. Aborda as principais patologias em pavimentos com revestimentos de concreto e asfalto. Traz dicas práticas sobre concreto, além de um exemplo de cálculo de espessura e de reforço de pavimento. Na obra é possível também conferir as metodologias de recuperação em função do tipo de patologia. www.piniweb.com (11) 2173-2328

crise ambiental Mundo Sustentável 2. Novos rumos para um Planeta em crise. André Trigueiros. Ed Globo. Aborda aspetos da maior crise ambiental da história da humanidade e os caminhos trilhados na direção de um novo modelo de civilização. Artigos e entrevistas reunidos pelo jornalista e que expressam em diferentes linguagens e públicos distintos a urgência da mudança em favor de um mundo melhor. www.globolivros. com.br

Física Energia e meio ambiente. Roger A. Hinrichs, Merlin Kleinbach e Lineu Bélico dos Reis. Ed Cengage Learneing. Princípios físicos por trás do uso da energia e seus efeitos sobre o meio ambiente. Aborda desde a regulamentação e o aumento da competitividade do setor. O livro traz artigos que discutem a questão energética no País. www.cengage.com. br (11) 3665-9900

cursos & afins Datas

Palestras

Maio 29 – Dia do Geógrafo 30 – Dia do Geólogo

O engenheiro e suas responsabilidades 8 de agosto

Junho 4 – Dia do Engenheiro Agrimensor 18 – Dia do Químico

O papel do engenheiro de petróleo: prespectiva de mercado 11 de julho

Julho 12 – Engenheiro Florestal 13 – Engenheiro Sanitarista

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V.3, n.39, p. 26 - abr/mai/jun.2012 - Bahia

Cursos Sistemas de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (Para-raios) – turma I 26 e 27 de junho Excel e MS Project – turmas I e II 16 a 18 de julho


Inspetorias cartola Alagoinhas. De 8h às 12h e de 13h às 17h Inspetor chefe: Eng. agrônomo Luiz Cláudio Ramos Cardoso Rua Dantas Bião, s/n, sala 52, Laguna Shopping, Centro. CEP: 48.030-030 Telefax: (75) 3421-5638 creaba.alag@redecreaba.org.br Barreiras. De 8h às 12h e de 13h às 17h Inspetor chefe: Eng. agrônomo Nailton Sousa Almeida Travessa 15 de Novembro, 21, Sandra Regina. CEP: 47.803-130 Tel: (77) 3612-3700 Telefax: (77) 3611-2720 creaba.barreiras@redecreaba. org.br Bom Jesus da Lapa. De 8h às 12h e de 13h às 17h Inspetor chefe: Eng. civil Fábio Lúcio Lustosa de Almeida Av. Duque de Caxias, Ed. Professor Antonio Ferreira Barbosa,493, Centro. CEP: 47.600-000 Tel: (77) 3481-0301 creaba.bjlapa@redecreaba.org.br Brumado. De 8h às 12h e de 13h às 17h Inspetor chefe: Eng. civil André Luís Dias Cardoso Av. Otávio Mangabeira, 210, Centro CEP: 46.100-000 Tel: (77) 3441-3326 creaba.brumado@redecreaba. org.br Camaçari. De 8h às 12h e de 13h às 17h Inspetor chefe: Téc. de Segurança do Trabalho e eletromecânico Fabiano Ribeiro Lopes Av. Jorge Amado s/n,Shopping Camaçari Open Center Sala 18Térreo, Ponto Certo. CEP: 42.806-170 Tel:(71) 3621 1456 creaba.camacari@redecreaba. org.br Cruz das Almas. De 8h às 12h e de 13h às 17h Inspetor chefe: Eng. civil Luís Carlos Mendes Santos Rua Januário Velame, 41, Assembleia. CEP: 44.380-970 Tel: (75) 3621-3324 creaba.cruz@redecreaba.org.br Eunápolis. De 8h às 12h e de 13h às 17h

Inspetor chefe: Eng. civil Ezequiel Eliahu Mizrahi Rua Castro Alves, 374, Sala 02 e 03, Centro. CEP: 45.820-350 Tel: (73) 3281-2806 creaba.eunapolis@redecreaba. org.br Feira de Santana. De 8h às 12h e de 13h às 17h Inspetor chefe: Eng. civil Diógenes Oliveira Senna Rua Prof. Geminiano Costa, 198, Centro. CEP: 44.001-120 Tel: (75) 3623-1524 creaba.fsa@redecreaba.org.br Guanambi. De 8h às 12h e de 13h às 17h Inspetor chefe: Eng. agrimensor Wellington Donato de Carvalho Rua Maria Quitéria, 35, Centro. CEP: 46.430-000 Tel: (77) 3451-1964 creaba.guanambi@redecreaba. org.br Ilhéus. De 8h às 12h e de 13h às 17h Inspetor chefe : Eng. civil Gilvam Coelho Porto Júnior Rua Conselheiro Dantas, 81,Centro. CEP: 45.653-360 Tel: (73) 3634-1158 creaba.ilheus@redecreaba.org.br Irecê. De 8h às 12h e de 13h às 17h Inspetor chefe: Eng. agrônomo Marcelo Dourado Loula Rua Antonio Carlos Magalhães, 59, Centro. CEP: 44.900-000 Tel: (74) 3641-3708 Telefax (74) 3641 - 1957 creaba.irece@redecreaba.org.br Itaberaba. De 8h às 12h e de 13h às 17h Inspetor chefe: Eng. agrônomo Valmir Macedo de Souza Praça Flávio Silvany, 130, sala 15, Edf. Empresarial João Almeida Mascarenhas, Centro. CEP: 46.880 - 000 Tel: (75) 3251-3213 creaba.itaberaba@redecreaba. org.br Itabuna. De 8h às 12h e de 13h às 17h Inspetor chefe: Eng. civil Dermivan Barbosa dos Santos Rua Nações Unidas,625, Térreo, Centro. CEP: 45.600-673 Tel: (73) 3211-9273

creaba.itabuna@redecreaba. org.br Jacobina. De 8h às 12h e de 13h às 17h Inspetor chefe: Eng. agrônomo Ernani Macedo Pedreira Rua Duque de Caxias, 400A – Estação CEP: 44.700-000 Tel: (74) 3621-5781 creaba.jacobina@redecreaba. org.br Jequié. De 8h às 12h e de 13h às 17h Inspetor chefe: Eng. civil Deusdete Souza Brito Rua Jornalista Fernando Barreto, 133, Centro. CEP: 45.200-000 Tel: (73) 3525-1293 creaba.jequie@redecreaba.org.br Juazeiro. Das 8h às 12h e de 13h às 17h Inspetor chefe: Eng. agrônomo Luciano César Dias Miranda Rua XV de Novembro, 56, Centro CEP:48.905-090 Tel:(74) 3611-8186 Telefax: (74)3611-3303 creaba.juazeiro@redecreaba. org.br Lauro de Freitas. De 8h às 12h e de 13h às 17h Estrada do Coco, Shopping Ponto Verde s/nº, loja 17 CEP: 42.700-000 Tel: (71) 3378-7216 Telefax: (71)3288-2012 creaba.lf@redecreaba.org.br Luís Eduardo Magalhães. De 8h às 12h e de 13h às 17h Inspetor chefe: Eng. agrônomo Paulo Roberto Gouveia Av. JK, Qd. 91, Lote 1, Salas 1 e 3, Centro. CEP: 47.850-000 Tel:(77) 3628-6755 creaba.lem@redecreaba.org.br Paulo Afonso. De 8h às 12h e de 13h às 17h Inspetor chefe: Técnico agropecuário Marcos de Souza Dantas Rua Carlos Berenhauser, 322, térreo, General Dutra. CEP: 48.607-130 Tel:(75) 3281-4887 creaba.pafonso@redecreaba. org.br Ribeira do Pombal. De 8h às 12h e de 13h às 17h Inspetor chefe: Eng. civil Jone Souza Santos

Av. Dep. Antônio Brito, 132, Centro. CEP: 48.400-000 Tel: (75) 3276-3896 creaba.rpombal@redecreaba. org.br Santa Maria da Vitória. De 8h às 12h e de 13h às 17h Inspetor chefe: Eng. civil José Oliveira Silveira Rua Ruy Barbosa, s/nº, Centro. CEP: 47.640-000 Tel: (77) 3483-1090 Telefax: (77) 3483-1110 creaba.smv@redecreaba.org.br Santo Antônio de Jesus. De 8h às 12h e de 13h às 17h Inspetor chefe: Eng. eletricista Leonel Pereira dos Reis Neto Av. Roberto Santos, 88, Ed.Cruzeiro do Sul, salas 103 e 104, Centro. CEP: 44.570-000 Tel: (75) 3631-4404 creaba.saj@redecreaba.org.br Seabra. De 8h às 12h e de 13h às 17h Inspetor chefe: Eng. civil Juracy de Souza Wanderley Rua Jacob Guanaes, 565, Bairro. CEP: 46.900-000 Tel:(75) 3331-1327 creaba.seabra@redecreaba.org.br Teixeira de Freitas. De 8h às 12h e de 13h às 17h Inspetor chefe: Eng. civil Carlos Luís Rocha Júnior Av. Presidente Getúlio Vargas, 3421,Centro, Ed. Esmeralda - salas 203 a 205, Centro. CEP: 45.995-006 Tel: (73) 3291-3647 Telefax: (73) 3291-7444 creaba.tfreitas@redecreaba.org.br Valença. De 8h às 12h e de 13h às 17h Inspetora chefe: Engª. sanitarista e ambiental Márcia Cristina Alves do Lago Rua Dr. Heitor Guedes de Melo,111, Ed. Argeu Farias Passos, Centro CEP: 45.400-000 Tel: (75) 3641-3111 creaba.valenca@redecreaba.org.br Vitória da Conquista. De 8h às 12h e de 13h às 17h Inspetor chefe: Eng. civil Marcos Santana Leite Avenida Otávio Santos, 722,Recreio. CEP: 45.020-750 Tel: (77) 3422-1569 Telefax: (77) 3427-8843 creaba.conquista@redecreaba. org.br



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