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Nove guardas e um segredo: como 9 GCMs de Guarujá salvaram 2 mil animais selvagens em 4 anos

equeno grupamento ambiental se desdobra para resgatar e reintegrar animais silvestres às gigantescas áreas de mata nativa da cidade da costa paulista. “A gente tem a impressão que o animal olha pro nosso olho e agradece”, afirma um dos agentes que já participou até de resgate de cervo machucado. Para biólogos, apesar de nem sempre existentes, guardas ambientais municipais são fundamentais na preservação da biodiversidade

Da redação

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Nos últimos quatro anos, um pequeno e notável efetivo composto atualmente por nove guardas municipais ambientais conseguiu reintegrar nada menos que 2.175 animais silvestres à ampla área da Mata Atlântica de Guarujá no litoral de São Paulo.

Sem mencionar um incontável número de abelhas – que por razões óbvias não entram na contagem - entre os animais que foram reintegrados à natureza selvagem da cidade estão desde simpáticos gambás a inofensivas cobras d’água, passando por uma infinidade de aves, temidas jararacas e até um cervídeo que apareceu machucado perto de uma estrada.

O episódio marcou Severino José da Silva, mais conhecido como J. Silva na guarda ambiental onde trabalha há quase 16 de seus 48 anos. “Era um cervo, um mamífero que não é comum aparecer dentro da área urbana”, relatou ele em entrevista.

“O cervo caiu de um penhasco perto de um elevado, e a gente foi acionado. Foi tratado e a gente soltou ele ali na serra do Guaraú. É um sentimento muito compensador você pegar um animal que está debilitado e poder resgatá-lo e soltá-lo em segurança depois na mata.

Algumas vezes, a gente tem a impressão que o animal olha pro nosso olho e agradece”, confessou J. Silva que completou. “Eu não me vejo trabalhando em outro segmento. Me sinto muito útil podendo ajudar esses animais”.

As dimensões da área de mata nativa de Guarujá justificam a média anual de mais 500 animais reintegrados, apesar do minúsculo efetivo. Quase metade dos 144 mil km² da cidade são de Mata Atlântica, apontam dados do IBGE e da gestão municipal.

Os números de animais resgatados, por seu turno, são de um levantamento de hoje (5) do Portal Costa Norte com base em dados da administração municipal da cidade e que não consideram resgates efetuados por outros órgãos ambientais com atuação na cidade, como a Polícia Militar Ambiental ou o Instituto Gremar.

Biólogos consultados pela reportagem pontuam que, mesmo com relevantes áreas silvestres, nem sempre as cidades dispõem de guarda ambiental.

“Nem todo município com área verde tem guarda municipal ambiental. E deveriam ter, afinal de contas, nós somos o país com maior biodiversidade do mundo e já está mais do que comprovado que a floresta em pé vale mais do que a floresta deitada”, explicou à reportagem o biólogo e divulga- dor científico Henrique Charles Abrahão, também conhecido como Biólogo das Cobras. Para o biólogo e consultor ambiental Enrico Tosto, uma guarda municipal ambiental robusta pode ser a ponta de lança de uma política ambiental

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