23-10-2012

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opinião

Praça pública Nasci nos anos sessenta. Desde tenra idade me lembro de ouvir falar em emigração. Na minha família tive muitos emigrantes na década de quarenta e cinquenta. À minha volta, desde cedo, comecei a ouvir relatos de gente que tinha partido “a salto” para a França e para a Alemanha. Outros ouvia comentar, recorrentemente e com alguma ânsia, que aguardavam a “carta de chamada” enviada por um familiar, por um ou outro conhecido, ou ainda, por aqueles que as vendiam. Vivia-se em ditadura no nosso país; as qualificações profissionais dos portugueses eram baixas e a terra não alimentava expectativas nem sonhos mas tão só estômagos famintos habituados a muito pouco. No ano de 2011, foram mais de 100 mil os portugueses que procuraram trabalho fora do país. Portugal numa recessão profunda, com uma economia a definhar dia após dia e o desemprego galopante. Não lhes restou alternativa. Não voltámos atrás no tempo, mas há bocados de histórias que se repetem, agora com novos contornos e novos protagonistas. O mesmo motivo, os mesmos sonhos na bagagem, a mesma agustia no peito e o mesmo aperto no coração. No final do ano de 2012 é expectável um aumento exponencial de emigração no nosso país. Vivemos a ditadura do défice que exclui cada vez mais gente de condições de vida digna e do acesso a bens essenciais. Temos hoje a geração mais qualificada de sempre no nosso país, porque há uma, duas décadas atrás, resolvemos investir nas pessoas. Criamos-lhe expectativas de um futuro e hoje roubamos-lhe a esperança de o poder ter na terra que os viu nascer, crescer e que os ajudou a formar. Uns já partem com a “carta de chamada”, um contrato de trabalho como enfermeiro no Reino Unido, arquiteto na Suíça, engenheiro na Noruega… Mas muitos vão “a salto” agora não para a França nem para a Alemanha, mas para o Brasil, para os EUA, para o Canadá, para Angola, para Moçambique… Hoje são várias as “terras do tio Sam”. Isto acontece no século XXI, no velho continente que está cada vez mais um continente mais velho. Um continente dominado por um arianismo que nos faz recordar cenários que já antes vimos e não julgávamos repetíveis. Somos cada vez mais um povo sem pátria… Ei-los que partem velhos e novos, buscando a esperança noutras paragens, noutras aragens, entre outros povos, ei-los que partem velhos e novos!

Helena Terra

Terça-feira, 23 de outubro de 2012

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Causa comum Momento de reflexão

Decorreu na passada quinta-feira, dia 18 de Outubro, a cerimónia de tomada de posse da nova comissão política do PSD de Oliveira de Azeméis, presidida pelo Professor Isidro Figueiredo. Já o disse aquando das eleições para este mesmo órgão que era um orgulho fazer parte desta equipa. É uma equipa que, mais do que tudo, pretende olhar para o futuro do nosso concelho de uma forma atenta, preventiva, mas acima de tudo, positiva. Os que tiveram a oportunidade de estar presentes na cerimónia de tomada de posse puderam constatar esse mesmo espírito positivo. No seu discurso o novo presidente da comissão política teve oportunidade de expor exactamente qual será a conduta do partido em Oliveira de Azeméis. Sem fugir às responsabilidades naturais de quem é poder no concelho, o Prof. Isidro Figueiredo referiu que procurará sempre, de uma forma responsável, alertar para as necessidades dos Oliveirenses, sem medos, mas sempre com respeito por todos os intervenientes da cena política Oliveirense, algo que infelizmente do lado dos nossos opositores socialistas não se tem verificado. A defesa dos direitos essenciais dos nossos concidadãos, como os serviços locais de saúde, a urgência do Hospital São Miguel, ou a defesa da integridade territorial do concelho, são temas pelos quais que esta comissão política se baterá, mas sempre de uma forma responsável, e com o intuito da superior defesa dos interesses dos Oliveirenses. Não contem com o PSD para fazer baixa política e para entrar no discurso da ofensa pessoal e da demagogia. Estas palavras proferidas pelo Professor Isidro marcam a diferença na conduta política em relação a outros partidos. Acredito que o PSD vai conseguir optar por um discurso de valorização de Oliveira de azeméis, um discurso pela positiva. Não contem portanto com a nova comissão política para entrar em jogos políticos que não têm mais nenhum objectivo que não seja o ataque personalizado e confundir os Oliveirenses. O nosso concelho merece que o PSD, enquanto força política dominante, tenha essa conduta responsável e construtiva, não se deixando levar por caminhos que outros têm seguido, e que acima de tudo prejudicariam Oliveira de Azeméis.

José Campos

Estimados leitores esta semana o estado da coligação no governo foi tema de conversa um pouco por todo o lado. A importância do tema é grande e obriga a muitas ponderação pois a estabilidade do país poderá estar em causa e acima de tudo será importante pensar o futuro de Portugal e da sua população. Refletir o estado a que chegou o nosso país, e como lá chegou, será importante para percebermos a dimensão da crise e elencar os responsáveis. Os atuais governantes poderão ser questionados Miguel pelas opções que têm tomado para solucionar Portela a grave crise que atravessamos mas não pelo estado a que chegou o nosso país. Muitos têm sido os adjetivos que têm sido utilizados para classificar os governantes, deixando de lado aqueles que durante décadas se deleitaram á nossa custa e usaram mal os nossos recursos. A crise no nosso país tem responsáveis e aí aponto o dedo por não se fazer o esforço de os chamar para dar explicações e responderem pelo que fizeram ao nosso país. A contestação tem sido muita e a população sente-se cada vez mais preocupada com a austeridade que tem sido pedida para combater a crise, daí que o descontentamento para com o PSD e CDS-PP tem sido notória e deverá ser encarada com a preocupação e atenção que ela merece. É importante perceber que ao governar o país com maioria absoluta de dois partidos, as convicções de ambos devem ser respeitadas e replicadas, ou no limite, as opções devem ser vistas como um acordo de vontades. A maioria pode ter a força de impor mas nunca de convencer, e neste sentido, ao não estarmos convencidos das medidas que se aplica, não ficarmos certos de que o que aprovamos é o caminho mais acertado. Quando isso acontece a sombra dessa duvida afetará o estado de espirito em tudo que envolva decisões no futuro. No entanto penso que o que é assumido por um governo, mesmo de coligação, é da responsabilidade de todos os elementos que o compõem pois o acordo será mesmo isso, assumir compromissos conjuntos. Deverá ser antes percebido se nos sentimos confortáveis a aceitar os pontos de vista que votamos e aprovamos, isto pois as medidas são assumidas como da coligação e aí são unas, o governo é só um e nada mais. Se o desconforto começar a ser demasiado e se algum dos membros sentir que não se revê no rumo que está a ser traçado, não haverá alternativa a não ser seguir cada um o seu caminho. Estou convicto que estes governantes estão a fazer o que julgam ser melhor para o país, mas também aceito que poderá não ser o suficiente para as aspirações da população e que muitos de nós o faríamos de forma diferente nalguns aspetos essenciais, contudo será importante perceber o que a população quer relativamente ao seu governo e perceber se será este o caminho a seguir. Vemos muitos protagonistas sedentos de ação na oposição cheios de certezas, se é isso que os portugueses realmente querem, se estão conscientes dos riscos da queda do governo, então acho que a sua vontade deve ser respeitada pois os políticos são eleitos para servir a população que os elege. Contudo deve-mos estar conscientes que uma vez tomada esta decisão o rumo do país será diferente, para melhor ou para pior, só o futuro o dirá. Despeço-me com amizade


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