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História de Vida

pág 11 - Novembro de 2012

Correio Brigadiano

Ten Saulo Camponez Frota Borges - “ser” ético e discreto Profissional de polícia estudioso e eternamente engajado, mas também, um intelectual de seu tempo

Resumo autobiográfico Sou filho de Octacilio Santana Borges e Ilka Romil Frota Borges, já falecidos. Meu pai serviu na Brigada por 2 anos (1943 e 1944) no final da 2ª Guerra. Pediu a baixa para, depois, tornar-se funcionário do Porto de Porto Alegre, no tempo em que havia muita movimentação de navios (idos dos anos 50 e 60), e minha mãe dedicava-se a cuidar dos 4 filhos e a bordar à máquina para uma confecção, complementando a parca renda familiar na época. Sou o 2º filho na ordem de nascimentos. Meu irmão Gece, mais velho, foi soldado da Brigada, entre 1969 a 1974, tendo servido no Regimento Bento Gonçalves, na Diretoria de Saúde e no Hospital da Brigada. Por não ter vocação militar pediu a baixa e seguiu carreira na área da saúde como Auxiliar de Enfermagem do INPS. Atualmente é fiscal da Anvisa. Tenho mais duas irmãs (Mariza e Lisarbe) que moram em Canoas. Meu avô materno, Camponez Riograndense Falcão da Frota, foi brigadiano tendo

sido reformado no posto de Capitão (amparado pela Lei Praieira), após a Legalidade. Serviu muitos anos no Regimento Bento Gonçalves, passou pelo Palácio Piratini, como barbeiro do governador. Encerrou a carreira como comandante de um destacamento do 1º Regimento de Cavalaria (1º RC) na rua Augusto Severo, aonde ficou morando por motivo daquela unidade ter sido transferida para Santa Maria. A sua permanência no destacamento foi para cuidar dos materiais que ali permaneceram, bem como dos cavalos que aguardavam destino. Nasci em 26 de fevereiro de 1951, no antigo quartel do 1º RC que situava-se na Rua Augusto Severo entre a Av. Sertório, e o aeroporto Navegantes, em Porto Alegre. Meus primeiros cueiros foram as fardas da Brigada, visto que meus pais passavam por dificuldades financeiras e moravam com meu avô, à época. Aos 6 meses de idade fomos morar no Bairro, então Vila Rio Branco, em frente ao antigo pombal, em Canoas, pois meu avô havia com-

2ª RESP Metropolitana

prado um terreno e construído uma casa para que meus pais fossem lá morar. Na época era considerado interior, tendo em vista a dificuldade de deslocamento para ir a Porto Alegre. Vivi minha infância naquela casa com minha família, sem muitas perspectivas de melhoria de vida. O local era uma vila de operários do frigorífico Frigosul, vindos em sua maioria das cidades de Santana do Livramento e de Pelotas, para ali trabalharem e povoarem aquele fundão da Vila Rio Branco. A minha alfabetização foi com uma senhora que dava aula em casa, chamada Ledir, e depois a partir dos 7 anos na escola Maria Imaculada Conceição. Tive muitas dificuldades de aprendizado nos anos iniciais tendo em vista o pensamento que deveria trabalhar para ajudar a família e poder comprar minhas coisas. Costumava brincar de soldado, visto que sempre admirei muito o meu avô e o meu primo-padrinho Octávio Frota, que na época era capitão da Brigada. Um fato interessante que ocorreu comigo é que segundo a minha mãe, pretendeu ela convidar para me batizar, o seu tio Coronel Venâncio Batista, que na época era o Comandante Geral da Brigada. Me contou ainda que, antes de eu nascer decidiu que o primeiro casal que viesse me visitar, seriam os padrinhos, pois percebeu que os parentes poderiam interpretar que o tio Venâncio somente teria sido convidado por

ser ele o Comandante Geral da BM. Por ironia do destino, o primeiro casal que me visitou foi o Aspirante-a-Oficial Octávio Frota e sua esposa Ledyr Coelho Frota (meus primos em segundo grau), o qual, mais tarde veio a ser o Comandante Geral da Brigada (1963 a 1967) num período histórico nacional. Hoje penso que estava predestinado a ter como padrinho um comandante da Força Pública que sempre amei e que fiz carreira. Comecei a trabalhar efetivamente com 14 anos de idade numa sapataria na vila Rio Branco, e em junho de 1966, aos 15 anos, fui trabalhar na fábrica de calçados do Serviço de Intendência (Sv Int), na Praia de Belas. Na minha adolescência sempre vivi mais as coisas da Brigada do que a vida civil, pois trabalhava de segunda a sexta-feira, da manhã à noite, somente sobrando os fins de semana para contatos com o mundo civil. Fui muito introvertido quando criança, e tive muitas dificuldades de

integração com os outros adolescentes. Preferia conversar com os mais velhos, pois sempre me aconselhavam e me orientavam para a vida. O que me marcou nessa época foi passar os fins de semana na casa de meus avós, no Bairro Ipiranga, ouvindo histórias da família Frota e das peripécias do meu avô, e da velha BM, e também na casa de meus padrinhos, na Rua General Canabarro em frente ao Tribunal de Contas, e depois na Av. Teresópolis, residência oficial do Cmt. Geral. Aí, foi onde vivia intensamente os bastidores do período da revolução democrática iniciada em 31 de março de 1964, visto que meu padrinho era o então Comandante Geral. Em 16 de outubro de 1969, aos 18 anos, prestei concurso e incorporei nas fileiras da continua no Site Reportagem com a história completa: www.abcdaseguranca.org.br/ Menu: HISTÓRIA DE VIDA

Submenu: 1. Brigadianos

ÓRGÃOS POLICIAIS

correspondente as Áreas do CPM e do CRPO VRS

abc/JCB nº 210 de Set/Out de 2012


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