CORREIO AGRICOLINO - Ano 2 - Edição 8 - Outubro 2023

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ANO 2 - Edição 8 - outubro de 2023

Créditos: Mariana Antunes

“A despedida e a transformação das vivências em memórias valiosas” Neste mês, os veteranos do IFC - Santa Rosa do Sul, safra 2021-2023, deparam-se com um fato: a partida…”Estamos indo de volta para casa”. página 4

saiba mais... Terceirando: O desafio do Pré-Vestibular página 3

Bem-estar animal

IFC de dentro para fora

página 8

O educador se eterniza a cada ser que educa página 12

página 10

A infância e suas representações página 13 Esportes - JIFSul

página 14


ANO 2 - Edição 8 - outubro de 2023

Introdução Neste mês, despedimo-nos dessa equipe incrível, que ao longo deste período, com a colaboração das professoras: Rose Minussi, Daiane Nagel, Cristina Freygang, Talita Daniel Salvaro, Silvane Daminelli, Daiane da Rosa, Jéssica Heck buscou informar, inspirar e conectar nossa comunidade escolar,com esse jornal. Embora nossa equipe esteja se despedindo, o espírito do Correio Agrícolino permanecerá vivo. Que novas equipes assumam o legado, trazendo informações e representando a nossa comunidade escolar. Até breve! Equipe Correio Agricolino, ano 2023.

Créditos: Jessica Heck

Charge do dia

ANO 2 - Edição 6 - Junho de 2023

Por Domenik Ranacoski

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Terceirando

ANO 2 - Edição 8 - outubro de 2023

O DESAFIO DO Pré-Vestibular Por Juliane Paris

A Jornada do pré-vestibulando

Um dos momentos mais desafiadores na vida do estudante é o período que antecede o vestibular. A pressão para ingressar em uma universidade renomada e de qualidade imediatamente após a saída do ensino médio é a realidade que os pré-vestibulandos enfrentam diariamente até a conquista. A jornada, além de turbulenta e pesada, em relação aos estudos, afeta e modifica consideravelmente a saúde mental dos estudantes, trazendo desafios ao conciliar a vida social, acadêmica e familiar.

Pressões da sociedade: busca pelo sucesso imediato

Vivemos em uma sociedade extremamente opressora, na qual há uma grande expectativa em relação ao futuro dos jovens para alcançar o sucesso imediato. Acredita-se que o único caminho promissor é a universidade, fato este que torna a jornada do pré-vestibulando ainda mais árdua.

Vestibular: o custo e os desafios na preparação

A preparação para os exames, tanto o ENEM quanto os vestibulares, exige extrema dedicação. Muitos estudantes passam longas horas estudando e abdicando de seu lazer e relacionamentos sociais. Esse estilo de vida pode ocasionar picos de estresse e até mesmo depressão.

Quando a pressão do vestibular se dissipa, surge o medo do fracasso e de um futuro que não corresponde às expectativas criadas na mente dos jovens, durante os anos de preparo, o que pode trazer problemas sérios à saúde mental, e consequentemente reflete na saúde física.

A importância do papel da família e do apoio psicológico O papel da família e o apoio psicológico são fundamentais. Contudo, na realidade brasileira, isso muitas vezes é apenas teoria. Nem sempre,, os pais possuem condições ou demonstram interesse em fornecer um ambiente adequado e a orientação de um profissional da saúde mental para que o estudante tenha êxito.

Outras alternativas além da universidade imediata É importante salientar, então, que ingressar na faculdade imediatamente após o ensino médio não é a única opção válida para os jovens. Cada indivíduo possui seu próprio ritmo de desenvolvimento e suas metas. Existem alternativas como cursos técnicos, intercâmbios ou até mesmo um ano sabático, que proporcionam experiências enriquecedoras e ajudam os estudantes a obterem maturidade e tomarem decisões acadêmicas importantes.

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O DESAFIO DO

Terceirando

Pré-Vestibular Por Juliane Paris

Priorizando o bem-estar dos jovens Uma experiência transformadora chega ao fim: a em uma sociedade competitiva A decisão de ingressar em alguma dor da despedida universidade deve ser uma escolha individual e pessoal, baseada nas paixões e na consciência de cada estudante. Portanto, é necessário lutar por uma sociedade que priorize um ambiente e promova o bem-estar dos jovens.

A dupla jornada do estudante do Instituo Federal: a rotina intensa e os desafio ao estudar em tempo integral A jornada do vestibulando é pesada, especialmente para os jovens que têm o compromisso de estudar em um Instituto Federal, em tempo integral. A dupla jornada advém da necessidade e ambição em buscar oportunidades referentes à qualidade de ensino.. Os estudantes frequentemente têm uma carga horária intensa de aulas, incluindo disciplinas da área técnica e da base comum, o que implica longos dias na escola. Além disso, muitos Institutos disponibilizam atividades extracurriculares e projetos que ampliam o aprendizado, por outro lado, ocupam tempo valioso, gerando cansaço.

A jornada de estudante no Instituto Federal não é para qualquer pessoa. Se você faz parte desse grupo, ou sonha em ser, é preciso ter habilidades como autogestão, disciplina e persistência. A vida de estudante em um Instituto Federal de Educação é uma experiência única e transformadora, especialmente para os internos. Muitos jovens, ao ingressarem, decidem deixar para trás suas casas para se tornarem alojados. Inicialmente, a saudade de casa bate no peito e a felicidade de voltar nos fins de semana para encontrar a família é indescritível. Com o passar do tempo no IFC, criam-se laços e raízes profundos. A convivência constante com colegas de diferentes lugares enriquece nossas experiências e perspectivas.

A despedida e a transformação das vivências em memórias valiosas

A busca pelo destaque em um cenário universitário competitivo A competição no cenário universitário é muito acirrada, exigindo um esforço adicional e, principalmente, constância. Isso significa que, após horas de aulas e estudos, esses jovens ainda se dedicam a revisões, simulados e à preparação para as provas de seleção. A competição no cenário universitário é muito disputada, exigindo um esforço adicional e, principalmente, assiduidade.

Créditos: acervos de Mariana Antunes

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Terceirando

ANO 2 - Edição 8 - outubro de 2023

O DESAFIO DO Pré-Vestibular Por Juliane Paris

Neste mês, os veteranos do IFC - Santa Rosa do Sul, deparam-se com uma realidade: a partida. A despedida está diante dos olhos, transformando a rotina, os amigos e as experiências em memórias preciosas. Muitos sentirão saudades do ambiente acadêmico, da autonomia e das amizades que o Instituto e os alojamentos proporcionaram. Ao voltarem para casa, os estudantes retornarão com uma bagagem de experiências que moldará e inspirará a caminhada nos próximos capítulos. A dor da despedida é também o início de uma nova jornada. Nós, estudantes do terceiro ano do Instituto Federal Catarinense, safra 2021-2023, deixamos uma mensagem: "Estamos indo de volta para casa!"

Desde muito pequena, sempre fui muito ligada aos animais. Mas, foi durante o tempo em que eu estava cursando o Ensino Médio Integrado ao Técnico em Agropecuária no IFC que veio a certeza de que eu seguiria a área. Zootecnia foi o curso com o qual mais me identifiquei, pois é abrangente e envolve todo o manejo, tanto de animais de produção, como também de pets e animais silvestres. É um setor que só tende a crescer.

2. Como você descreveria a Zootecnia para alguém que não está familiarizado com o assunto? Zootecnia é uma área muito ampla, que você só acaba descobrindo ao longo do curso. O objetivo final é o mesmo, independente do campo de atuação. É uma ciência que estuda todo o manejo da produção animal, em várias espécies, com o objetivo de produzir mais com menos, de uma forma técnica e economicamente eficiente e viáveis, socialmente justa, ambientalmente correta e eticamente adequada, visando sempre o bemestar dos animais, a integração com o ambiente e a rentabilidade da produção.

3. Quais são as perspectivas de carreira para alguém formado em Zootecnia? Quais tipos de empregos ou setores mais concorridos?

Entrevista estudante do curso de Zootecnia Letícia Minussi Winck 23 anos Universidade Federal de Santa Maria - RS 10º semestre de Zootecnia 1. O que atraiu você para o campo da Zootecnia? Quais foram as motivações para escolher essa carreira?

São diversas as áreas nas quais um zootecnista pode atuar, como por exemplo, nutrição e manejo alimentar, tanto de animais de produção quanto de pets e animais silvestres; melhoramento genético; gestão de propriedades rurais; conservação de recursos naturais e animais; manejo e conservação de pastagens; ensino e pesquisa; planejamento e administração de empresas; indústrias de rações; laboratórios; zoológicos; cooperativas rurais e de crédito. Enfim, são muitos os ramos em que podemos atuar, ainda mais com a evolução tecnológica que vem acontecendo nos últimos anos, novas oportunidades estão surgindo para os zootecnistas. As áreas que mais empregam zootecnistas no Brasil, hoje, são empresas no ramo da avicultura e suinocultura, e também fazendas de gado e indústrias de ração.

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Terceirando

ANO 2 - Edição 8 - outubro de 2023

O DESAFIO DO Pré-Vestibular Por Juliane Paris

4. Quais são seus planos futuros após concluir o curso de Zootecnia? Você tem alguma ambição específica? Pretendo concluir o mestrado, em um primeiro momento.

Sempre tive o sonho de fazer intercâmbio ou estágio no exterior, por isso tentei me preparar, mesmo não tendo certeza de que daria certo. Mas, mesmo tendo me preparado, ao chegar aqui é totalmente diferente. Somente convivendo diariamente com o idioma para realmente aprendê-lo. É um desafio diário.

5. Como você lidou com estresse e a pressão durante o processo de vestibular?

8. Você tem planos para fazer mestrado e doutorado no exterior ou no Brasil?

Prestei vestibular para três universidades públicas e também fiz o ENEM. Eu lembro que na época foi bem cansativo lidar com o fim do ensino médio e também com várias provas em finais de semana seguidos. Mas eu tentava aproveitar, as oportunidade, prestando atenção nas aulas, participando das revisões para pré-vestibular, que alguns professores disponibilizavam. Também assistia a e vídeos no YouTube. Uma coisa que me ajudou muito foi criar um cronograma de estudo e tentar estudar apor meio de resumos feitos à mão. Eu ingressei na UFSM por meio do SISU/ENEM.

6. Você está nos EUA. Pode nos contar o objetivo e como tem sido essa experiência? Estou fazendo estágio no Departamento de Animal Science da Kansas State University, na área de reprodução de bovinos. Meu professor supervisor tem como foco de pesquisa estudar as variáveis que podem afetar a fertilidade em vacas de corte, como o manejo, estresse, temperamento e diferentes tipos de protocolos de sincronização de estro. Eu também acompanho as aulas de fisiologia e reprodução animal ministradas pelo mesmo professor na universidade. Além disso, estou tendo a oportunidade de participar das atividades de outro professor, que tem como foco de pesquisa a reprodução em bovinos leiteiros.

Sim, pretendo fazer mestrado no Brasil.

9. A UFSM teve algum papel importante ou colaborou de alguma forma na sua ida para os EUA? O curso de Zootecnia , as oportunidades que eu tive na universidade, professores qualificados, participação em eventos contribuíram para meu amadurecimento acadêmico e profissional. Durante todos os anos de faculdade, eu sempre estive inserida em algum laboratório de pesquisa, como bolsista de iniciação científica, e isso foi de grande importância para o meu crescimento e preparação. E não digo isso sobre termos termos conhecimento técnico na área, mas principalmente por saber me portar, cumprir horários, saber trabalhar em grupo e solucionar problemas. Em relação ao contato para realização do estágio no exterior, fui atrás por conta própria. A UFSM me ajudou posteriormente somente em relação à documentação.

Entrevista estudante do curso de Medicina

7. Como foi a adaptação para falar em outro idioma? Você frequentou algum curso?

Diana Loch Duessmann 25 anos Universidade Federal de Santa Maria - RS 12° período de Medicina

Fiz um curso de inglês online durante a pandemia por um ano. Depois disso, fiz um ano de aula particular.

1. Como você lidou com estresse e a pressão durante o processo de vestibular?

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O DESAFIO DO

Terceirando

Pré-Vestibular Por Juliane Paris

Foi bem difícil, principalmente no período do cursinho. Mas, fazia academia para aliviar a pressão e isso ajudou muito a amenizar o estresse em relaçao ao vestibular. Fazia isso todos os dias , por uma hora.

5. Como você se sentiu ao deixar a casa de seus pais e ir morar em um lugar novo, sem conhecidos, para começar uma nova fase de sua vida?

2. Como você decidiu que queria estudar medicina? Houve alguma experiência ou influência que a levou a fazer essa escolha?

Já estava adaptada devido à vida no IF, já que era alojada e por vezes ficava o mês todo sem ir para a casa. Assim, foi mais fácil lidar com a distância. Os amigos que fazemos na faculdade, ajudam muito, viram nossa segunda família.

Decidi quando tinha 7 anos. Eu tive um problema de saúde que me manteve por muitos anos frequentando hospitais, tive que fazer 2 cirurgias, e o modo como a equipe me acolheu e me tratou, influenciou muito na minha escolha. Eu amava o ambiente e toda alegria que eles tinham para ajudar e cuidar das pessoas. Então, vi era isso que queria para minha vida:, ajudar, cuidar e transformar a vida das pessoas , apoiando-as.

3. Você gostaria de compartilhar algumas de suas melhores dicas para quem está se preparando para o vestibular? Acredito que cada pessoa se adapta com uma metodologia de estudo, Alguns têm métodos mais passivos, outros ativos. Mas, o que me ajudou muito na época foi fazer questões de provas antigas, pois no universo do vestibular muito se repete acerca dos assuntos e nível das questões, e quando você está apto a fazer aquela prova, que quer muito, fica mais tranquilo, mais seguro em conhecer o estilo que determinada universidade adota, ficando menos estressado com o processo.

4. Quais foram os primeiros desafios que você enfrentou como estudante de medicina? A mudança do perfil de estudo. Antes estudava focada no vestibular, na universidade os conteúdos são mais específicos, e você estuda para sua atuação e não só para mais uma prova em específico. Então, no início, essa mudança de padrão foi difícil. Além disso, aderir ao tripé: ensino, pesquisa e extensão e manter-se mentalmente saudável, exige disciplina e dedicação.

6. Como você conciliou os estudos com outros aspectos de sua vida, como socialização e autocuidado?

No início foi bem difícil, mas você acaba percebendo, ao logo da evolução na faculdade, a importancia de fazer um esporte, em realçao ao foco e à disposição que nos move a estudar. Desligar um pouco a mente, promove a disposiçãp aos estudos . A vida não se resume só à faculdade, são inúmeras oportunidades que surgem para o crescimento pessoal, é o momento de viver e aproveitar.

7. Qual foi o momento mais gratificante ou memorável que você vivenciou durante sua jornada de vestibular para medicina? Na jornada de vestibular foi o momento da aprovação, você fica em êxtase. E quando finalmente começam as aulas, apesar de todo estresse da adaptação e as matérias básicas serem longe do atendimento ao paciente, você percebe que tudo valeu a pena e que está no lugar certo.

8. Você acredita que o IFC ofereceu-lhe base de estudos, que auxiliou no seu processo como vestibulanda?

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Terceirando

O DESAFIO DO Pré-Vestibular Por Juliane Paris

Ajudou muito, como eu morava em uma cidade muito pequena antes do IF, o ensino de lá tinha seus problemas, não tinha muito apoio para seguir e entrar na universidade. No IF, conheci um mundo bem diferente, sempre tive apoio para ingressar na universidade. As matérias do Ensino Médio sempre foram voltadas aos vestibulares, as provas tinham questões de vestibular, e isso foi muito bom. Ajudou muito, já que as revisões pré vestibular foram ótimas, tanto que muito dos meus colegas entraram direto na universidade.

9. Quais as suas expectativas profissionais para o futuro? Já possui algo em mente? Na minha área tem muitas possibilidades,. Eu penso em seguir a área médica mesmo, especializar-me em pediatria e neonatologia.

Coluna do especialista

BEM-ESTAR ANIMAL Por Dra. Rita Gonçalves

O bem-estar animal tem sido pauta frequente nos diferentes setores da pecuária. Grandes empresas utilizam o bem-estar animal como forma de agregar valor a seus produtos e cada vez mais a sociedade busca alimentos em que não haja sofrimento animal de alguma forma. Maionese com ovos de aves criadas soltas, carne de bovinos criados soltos em sistemas que preservam o bioma nativo são alguns exemplos de agregação de valor associados ao bem-estar animal e à sustentabilidade. E isso se aplica não somente à indústria alimentícia, mas também à cosmética, têxtil, dentre outros ramos que utilizam recursos vindos dos animais em seus produtos. Para falarmos sobre a importância do bemestar animal, precisamos entender o que essa expressão significa e de onde ela surgiu. A jornalista Ruth Harrison foi a primeira pessoa a questionar a ética envolvida na produção animal, através do livro Animal Machines. Essa publicação de 1964, deu início ao Conselho de Bem-estar dos animais de fazenda (FAWC) e a primeira definição das cinco liberdades do bemestar animal.

Créditos: Franciele Oliveira

Com o passar do tempo, surgiram muitas discussões e avanços científicos em torno do tema bem-estar animal. Atualmente, a definição oficial sobre bem-estar animal é cunhada pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), que diz: “Bem-estar animal indica como um animal está lidando com as condições em que vive. Um animal está em bom estado de bem-estar (quando indicado por evidência científica) se estiver saudável, confortável, bem nutrido, seguro, for capaz de expressar seu comportamento inato, e se não está sofrendo com estados desagradáveis, tais como dor, medo e angústia. Bem-estar animal requer prevenção de doenças e tratamento veterinário apropriados, abrigo, manejo e nutrição apropriados, manipulação e abate ou sacrifício humanitários (OIE, 2019)”. De forma resumida, podemos definir bemestar animal como um estado inerente ao próprio animal, relacionado com sua adaptação ao meio em que ele está inserido. Se o animal está em um ambiente limpo, saudável, com alimentação adequada, com a possibilidade de interagir socialmente com outros de sua espécie e de expressar comportamentos naturais,, ele estará em bem-estar animal. Não podemos fornecer bem-estar animal, mas sim garantir boas condições de vida para que esse animal tenha estados afetivos positivos.

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Coluna do especialista

BEM-ESTAR ANIMAL

Terceirando

Por Dra. Rita Gonçalves

Há muito para ser feito em relação ao bemestar dos animais do IFC-SRS, contudo essas estratégias mostram que é possível melhorar a vida dos animais com conhecimento, poucos recursos e boa vontade. Com o amadurecimento desses projetos e com o fomento de novas ideias, poderemos gradativamente tornar o IFC-SRS um local de referência aos produtores rurais e à comunidade local.

Créditos: Jéssica Heck

O comportamento dos animais pode nos indicar alterações importantes de saúde e de falta de bemestar animal. Animais estressados desenvolvem comportamentos anômalos e estereotipados, tais como mordedura de cauda em suínos, bicagem de penas em aves, aerofagia em cavalos, dentre outros. Animais em estresse crônico, ou seja, estressados por muito tempo, podem ter redução de imunidade e desenvolver doenças. Dessa forma, garantir o bem-estar dos animais é também promover sua saúde. Alguns exemplos de estratégias para garantir o bem-estar dos animais incluem interações humanoanimais positivas e enriquecimento ambiental. No IFC Santa Rosa do Sul, os estudantes participam de propostas de ensino e pesquisa relacionadas com bem-estar animal e enriquecimento ambiental. No setor de suínos, a professora Franciele Oliveira, juntamente aos estudantes do curso de Agronomia e Zootecnia desenvolveram um projeto de ensino, cujo objetivo é propiciar enriquecimento ambiental para leitões desmamados com utilização de brinquedos. O comportamento de brincar indica boas condições de bem-estar dos animais e auxilia no seu desenvolvimento corporal e cognitivo. No setor de aves, a Professora Amanda Verardi desenvolveu com os estudantes do primeiro ano do curso técnico em Agropecuária materiais de enriquecimento ambiental para as galinhas poedeiras. O enriquecimento ambiental para poedeiras reduz o estresse e o comportamento de bicagem de penas. Também na avicultura, o Professor Julian realizou um projeto integrado de ensino de Matemática e Zootecnia I com foco no bem-estar animal. Os estudantes desenvolveram atividades de manejo e de laboratórios que mostraram a importância do bem-estar animal para a produção de qualidade dos ovos.

Créditos: Jéssica Heck

Gostou do assunto? Quer saber mais sobre ele?

Você pode conhecer mais sobre as discussões e novidades relativas à questão do bem-estar animal no site da Organização Mundial de Saúde Animal http://www.oie.int/. Este site está disponível nas versões em Inglês, Francês e Espanhol. Você também pode assistir o filme “Temple Grandin”, de 2010, que conta a história real de Mary Temple Grandin, professora norte-americana de ciência animal na Universidade Estadual do Colorado, consultora renomada da indústria pecuária sobre o comportamento e bem-estar animal e porta-voz mundial do autismo. Por fim, caso queira conhecer um pouco da legislação brasileira no que se refere ao bem-estar animal para ensino e pesquisa, também pode acessar o Guia Brasileiro de Produção, Manutenção ou Utilização de Animais em Atividades de Ensino ou Pesquisa Científica no link abaixo:https://www.gov.br/mcti/ptbr/composicao/conselhos/concea/arquivos/arqui vo/publicacoes-doconcea/guia_concea_1ed_animais_ensino_ou_pesquisa_2023.pdf

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GRÊMIO ESTUDANTIL O Grêmio Estudantil é uma representação formada por discentes, que desempenha papel fundamental nas instituições de ensino, sendo um espaço de grande importância para o desenvolvimento acadêmico e social dos estudantes. É por meio desta organização que os estudantes podem expressar suas preocupações, necessidades e interesses perante a administração da escola, sendo um canal direto de comunicação, permitindo que suas vozes sejam ouvidas. Participar de um Grêmio Estudantil proporciona oportunidades de desenvolver habilidades, como liderança, negociação, organização de eventos e resolução de conflitos. Essas experiências são valiosas para a vida, contribuindo para o desenvolvimento pessoal e social do estudante. O Grêmio Estudantil deve representar todos os estudantes, promovendo inclusão e diversidade, criando um ambiente escolar mais acolhedor para todos, independentemente de sua origem étnica, orientação sexual, condição social. A partir dessa organização, pode-se também promover momentos de lazer, campeonatos, auxiliar em atividades comemorativas, com o objetivo de unir estudantes, professores, pais e a administração da escola em torno de metas comuns, fortalecendo a comunidade escolar e criando um ambiente propício ao aprendizado. Em geral, o Grêmio Estudantil é uma peça fundamental no “quebra-cabeça” da educação, moldando cidadãos ativos, promovendo a democracia, e enriquecendo a experiência de aprendizado nas instituições de ensino. Sua importância vai além das paredes da escola, influenciando positivamente a vida de seus membros e da sociedade como um todo.

IFC

DE DENTRO PARA FORA

Por João Pedro Fraga

Parabéns aos vencedores da nova chapa do Grêmio Estudantil do ano de 2024!

Olimpíada Nacional de História

Nos dias 26 e 27 de agosto de 2023, as equipes “Diretas” e “Maria Quitéria Team”, orientadas pela professora de História, Talita Daniel Salvaro, participaram da grande final presencial da 15a Olímpiada Nacional em História do Brasil (ONHB). O evento aconteceu na UNICAMP em Campinas/SP e reuniu 340 equipes de todos os Estados do Brasil, ou seja 1% do total de equipes que iniciaram a competição. As estudantes trouxeram para casa medalhas de cristal pela participação no evento. Parabenizamos as estudantes pelo esforço e dedicação.

Créditos: Tallita Salvaro

Olimpíada Brasileira de Agropecuária Entre os dias 07 e 10 de setembro de 2023, a equipe Sharks e o professor responsável Dr. Rafael Viegas Campos, participaram da final da 12ª Olimpíada Brasileira de Agropecuária - OBAP, representando o IFC, Campus Santa Rosa do Sul. O evento realizado em Brasília, aconteceu por meio de testes teóricos e práticos. Dentre as 1.395 equipes, os Sharks se classificaram na 14ª posição, com um total de 80,8 pontos, trazendo mais uma conquista ao Campus Santa Rosa do Sul.

Créditos: Acervo Rafael Viegas Campos

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Frase de Paulo Freire

O EDUCADOR SE ETERNIZA

Em cada ser que educa No dia 15 de outubro, é celebrado o Dia do/a Professor/a. Essa data comemorativa foi atribuída ao calendário brasileiro, por meio de uma solicitação de Antonieta de Barros, em 1948, professora e deputada catarinense. Mais tarde, em 1963, transformou-se em Lei Nacional. Esses/essas profissionais são habilitados/as para praticarem a docência. Além de serem os/as responsáveis pela formação técnica de um indivíduo, também auxiliam no processo de formação cidadã.

IFC

DE DENTRO PARA FORA

Por Paola Oyarzabal

Esforçam-se para entender especificamente o caso de cada um/uma e ajudam a sanar as dificuldades estudantis ou particulares. Por fim, dedico o último parágrafo deste texto especialmente aos/às professores/as do IFC Campus Santa Rosa do Sul. “Vocês marcam positivamente a vida de cada estudante que ingressa nessa instituição, dando apoio, carinho e atenção”. Obrigada por nos transmitirem o conhecimento necessário para a nossa formação, e nos darem o acolhimento do qual precisamos quando estamos longe de nossas casas. A experiência de ser um estudante do IFC pode ser assustadora em alguns momentos, mas se torna mais leve quando há professores/as qualificados/as e atenciosos/as como vocês.

Créditos: CECOM IFC-SRS

Segundo o IBGE (2022), somam-se mais de 2,2 milhões de docentes da educação básica e mais de 300 mil no ensino superior. Esses/essas profissionais participam da vida de cada estudante, seja por meio de ensino presencial ou remoto. No período de calamidade pública - como ocorreu na pandemia - os/as docentes precisaram renovar os métodos e aprender novas técnicas para continuarem lecionando de suas casas, mesmo diante de um cenário de crise na saúde pública. Com a volta total das atividades presenciais, os/as professores/as ainda encaram desafios em sala de aula. Diariamente, precisam contornar adversidades e atender cada estudante individualmente, lidando com as particularidades de aprendizado de cada um/uma. Lecionam para turmas, muitas vezes, compostas por 40 discentes, mas nem por isso negligenciam a docência, ao contrário: abraçam o trabalho árduo de ensinar e se reinventam constantemente para que o entendimento de todos os/as estudantes seja pleno em sala. É fato que os/as professoras não praticam somente o ato de ensinar, são ouvintes e tentam ajudar a solucionar os problemas vivenciados por seus/suas estudantes.

Créditos: Acervos Silvane Daminellli

Heróis de verdade não vestem capas, eles transmitem conhecimentos! Feliz dia dos professores! Referências: - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Dados revelam perfil dos professores brasileiros. IBGE, 2022. Disponível em: > https://www.gov.br/inep/pt-. Acesso br/assuntos/noticias/institucional/dados-revelam-perfildosprofessores brasileiros#:~:text=Neste%20sábado%2C%201 5%20de%20outubro%2C%20celebra se%20o%20Dia,Cen so%20da%20Educação%20Superior%202020. <. Acesso em: 18 de setembro de 2023

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ANO 2 - Edição 8 - outubro de 2023

Por Mariana Antunes O dia das crianças foi comemorado há poucos dias, assim propomos algumas reflexões acerca da infância. Como vivem as crianças, atualmente? Como são tratadas? Quais suas práticas? Reflexões como essas são importantes, pois sabemos que as experiências vividas durante a infância podem beneficiar o desenvolvimento da criança ou gerar consequências negativas a sua vida. O modo de vida das crianças , hoje , é mais condizente com a realidade de seus corpos e psiqué. Isso não significa dizer que não há condições de miséria, maus-tratos, analfabetismo, entre outros problemas sociais, mas se olharmos para o passado, veremos que elas não eram compreendidas, enquanto seres em desenvolvimento e, por isso, não tinham direitos civis garantidos. Ao longo do tempo, existiram diferentes concepções de infância nas diversas sociedades. Da criança, que na Idade Média era compreendida e representada como “adulto em miniatura”, homunculus, aquela que trabalhava, comia, brincava e dormia junto aos adultos (ARIÈS, 1981) à criança considerada uma “folha em branco”. Segundo a teoria da tábula rasa, de John Locke (1632-1704), o ser humano recém-nascido seria como uma espécie de cera maleável em que os adultos poderiam escrever aquilo que julgavam necessário ao seu desenvolvimento (PINTO, 1999). Já, para Jean Jacques Rousseau (17121778) a ideia de criança-anjo, ingênua, visão romântica idealizada, refere-se à “criança como um ser que nasce bom e puro [.. .] e como diz em A Nova Heloísa, merecedor de piedade, de proteção e de amor” (PINTO, 1999). Em contra partida, a criança na contemporaneidade é entendida como cidadã.

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DE DENTRO PARA FORA

ARepresentações INFÂNCIA E SUAS

Créditos: Instagram @ifc.santarosa

Mas, possivelmente, algumas dessas ideias em relação à infância ainda permanecem nos dias atuais. A maneira de viver e de ver essa fase da vida depende da família, da sociedade e da cultura na qual a criança se insere. A separação entre adultos e crianças aconteceu devido à escolarização. Antes, não havia distinção de idade, brincavam e jogavam, aprendiam as mesmas coisas e juntos, inclusive na escola. A separação foi uma mudança necessária, porém nem todas podem ser consideradas benéficas. As brincadeiras tradicionais praticadas nas ruas, como o pião, amarelinha, passa anel, pega-pega, pipa, entre outras são praticadas cada vez menos e, nas poucas vezes que são praticadas, acontecem no espaço escolar. A rua não parece ser mais o lugar de encontro das crianças, como foi antigamente. No entanto, por mais que algumas brincadeiras ainda se façam presentes na vida das crianças, estão sendo substituídas pela tecnologia, pelo fato de, precocemente, terem acesso à televisão, tablets e celulares. Deixando de lado as brincadeiras tradicionais, perdemos elementos de diversas culturas, além disso aspectos importantes para o desenvolvimento das crianças, que antes eram elaborados nesses momentos, como a coordenação motora, a dicção, as habilidades cognitivas, têm sido prejudicados A tecnologia passou a ser fundamental para muitas sociedades atuais. Quando usada adequadamente, pode auxiliar no cotidiano das pessoas, aumentando a qualidade de vida. Porém, o uso inadequado pode apresentar prejuízos, como o isolamento social, a insônia, a ansiedade, o atraso cognitivo, o sedentarismo, entre outros.

Créditos: Instagram @ifc.santarosa 13


ANO 2 - Edição 8 - outubro de 2023

ARepresentações INFÂNCIA E SUAS Por isso, é necessário repensarmos o papel dos adultos na educação das crianças, o que deve ser oferecido e, sobretudo, permitido para que tenham assegurado um desenvolvimento de qualidade.

IFC

DE DENTRO PARA FORA

Por Mariana Antunes

Esportes

Jogos dos Institutos Federais da Região Sul - JIFSul na edição de 2023 Por Saori Da Paz

Nos dias 29/08 e 01/09, aconteceram os Jogos dos Institutos Federais da Região Sul - JIFSul 2023, nos quais nosso Campus esteve presente. Com a representação de André Forte, no atletismo, conquistando o ouro no salto em altura, nos 400m e no revezamento 4x400m, e Natan da Silva, com bronze no lançamento de dardo. Nosso time masculino foi campeão no futebol. Assim como, no futsal feminino, a atleta Hellen Caroline integrou a equipe ouro. Os estudantes foram acompanhados pelos professores Paulo Mesquita Júnior e Julian Lima, os quais muito apoiram e incentivaram esses jovens. Também se estendem os agradecimentos ao professsor Fernando Bitencourt. Em virtude dos resultados, o destino dos campeões será Fortaleza, CE, para disputar a próxima etapa - JIFC nacional.

Créditos: Instagram @ifc.santarosa

Parabéns, aos estudantes e professores do IFC pela conquista. Desejamos sorte nesta próxima etapa no JIFC nacional, rumo a Fortaleza, CE! Créditos: Instagram @ifc.santarosa

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