Livro Agenda Bahia 2014

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Mais emprego Solução Bahia geraria R$ 357 milhões e 38 mil postos de trabalho em destinos que tivessem saneamento básico universalizado

A faixa de esgoto deixa a paisagem feia de um jeito que nenhum efeito do Instagram pode resolver. Mais do que deixar os álbuns de viagem dos visitantes bonitos, investimento em saneamento básico, além de melhorar a qualidade de vida dos moradores, tem impacto direto no volume de recursos no turismo. Se houvesse a universalização do serviço para toda a população , os nove estados do Nordeste somariam mais 139.836 postos de trabalho com uma geração de R$ 1,3 bilhão, segundo o estudo do Instituto Trata Brasil e do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Na Bahia, segundo o levantamento, o incremento na geração de renda em turismo seria equivalente a R$ 357,64 milhões por ano. O estudo mostrou ainda que 38 mil novos empregos poderiam ser criados através da oferta de 100% de saneamento. “Ninguém vai querer passear em um destino que seja conhecido pelo esgoto a céu aberto. O Brasil é atingido prejudicialmente pela falta de saneamento. Em casos de cidades litorâneas, o cidadão não vai levar a sua família para uma praia contaminada com esgoto”, alerta Édison Carlos, presidente executivo do Instituto Trata Brasil. A pesquisa identificou que o lançamento de esgoto sem tratamento ainda é o principal causador da poluição direta nos rios e praias nordestinas. “A falta de saneamento é preponderante para os turistas decidirem seus destinos de viagem. Isso acontece muito com o turista estrangeiro, que prioriza nas suas escolhas o conforto e a saúde”, explica Pedro Galvão, secretário do Turismo da Bahia. Galvão destaca que, quando o turista, principalmente de lazer, sabe que a cidade não tem saneamento básico adequado, o destino tende a perder. “A presença de saneamento amplia diretamente o número de visitantes e, consequentemente, tem efeito multiplicador na geração de emprego e renda”. Segundo o secretário, no caso da Baía de Todos os Santos, há um projeto para melhorar a qualidade de coleta e tratamento de resíduos sólidos nas 18 cidades que compõem a baía. “Isso vai funcionar como um mecanismo de atração ainda maior de turistas para esses destinos”, argumenta. Para Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), turismo e saneamento estão diretamente relacionados. Ao analisar a situação nacional, o estudo prevê a criação de quase 500 mil novos empregos e mais de R$ 7 bilhões de renda adicional somente em turismo no país, mas, para isso, precisará universalizar os serviços de saneamento. 317


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