Revista Abranet . Edição 43 # fev-abr 2024

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associação brasileira de internet abranet.org.br ano XII . edição 43 . fev/mar/abr 2024

editorial

Em 2024, A mEtA é fAzEr mAis E mElhor!

No iNíCio de Cada aNo, muitos de nós temos o hábito de rever o que fizemos e pensar os próximos 12 meses. E o que a Abranet pensa para 2024? Fazer mais e melhor, começando por gerar valor para os associados, por meio de parcerias relevantes, tanto do ponto de vista econômico quanto pela ótica da cultura associativa. Seremos também uma entidade provocativa, no sentido de trazer inovações que apresentem novas perspectivas para o desenvolvimento de novos produtos e serviços pelos associados, trazendo o que há de mais inovador em conhecimento no mundo.

Estão na nossa agenda parcerias com associações de mercados tradicionais para construirmos juntos o ecossistema de tecnologia em Agronegócio, Varejo, Indústria e Comércio, replicando o que tem dado certo em outros segmentos, como o de Seguros. Estamos na era da coopetition, além da competition. É importante ampliarmos os espaços de diálogo com o Poder Público em defesa das novas tecnologias, o que nos leva a dirigir o foco para a inteligência artificial, tema principal desta edição da Revista Abranet. Passado o burburinho provocado pelo lançamento do ChatGPT, que tornou a inteligência artificial generativa bastante conhecida, o mercado analisa como viabilizar soluções diversas com a IA incorporada a elas e criar espaço para as empresas brasileiras no setor.

Segundo a IDC, estima-se que os gastos com GenAI mais que dobrem em 2024 no País, contribuindo para que a América Latina se aproxime de um total de US$ 120 milhões

relacionados a essa tecnologia. Para tratar com a atenção devida esse mercado, criamos em janeiro na Abranet a diretoria de Inteligência Artificial. À frente está André Queiroz de Andrade, ele próprio comandante de duas startups especializadas em IA. A agenda da nova diretoria é ambiciosa; a meta é ocupar espaços de discussão e fomentar debates.

Esta primeira edição do ano da Revista Abranet traz também uma radiografia do nosso segmento, com a mais recente pesquisa TIC Provedores, feita pelo Cetic.br.

Nem só de IA vive o mercado. A IDC projeta que edge computing avança e deve absorver US$ 4 bilhões até 2025 no Brasil e que redes móveis privativas se expandem em 2024 para mais verticais de negócios. E mais: o avanço da computação em nuvem vai obrigar empresas a estabelecerem estratégia de dados. Estamos de olho também no open finance, iniciativa que traz mais liberdade de escolha aos consumidores, que decidem quando e com quem desejam compartilhar seus dados.

Para revolucionar de verdade precisamos ouvir vocês, e para isso estamos com um plano ambicioso de governança. O ano de 2024 vai ser de muito trabalho e de aprofundamento de muitas vertentes tecnológicas. A Abranet vai estar como sempre muito próxima aos associados, promovendo conexões de negócios e networking e gerando conteúdo. Nosso propósito é continuar sendo a voz de todos os que utilizam a infraestrutura de internet junto às diferentes instâncias de governo, ao mercado e à sociedade civil. Um ótimo Ano Novo a todos! Boa leitura!

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18 | abranet responde

FGTS digital: o que muda na relação empresa e trabalhador? Nova plataforma entra em funcionamento com a missão de simplificar as operações relacionadas ao fGts, com uma interface integrada e eficiente.

iNTeLiGêNCia aRTiFiCiaL avança no Brasil

Muito além do burburinho em torno da tecnologia, casos de uso começam a ganhar espaço nas empresas. A jornada ainda está começando e exige muita preparação das organizações.

14 | entrevista . a ndré Queiroz de a ndrade

abranet cria diretoria de inteligência artificial. André Queiroz de Andrade é o responsável pela área e irá liderar a estratégia da entidade com relação à tecnologia.

16 | tendências

o que vai ‘bombar’ em 2024? iDC e Gartner divulgam as principais tecnologias que vão impactar o mercado de tecnologia da informação e as empresas de internet.

20 | panora M a

presidente

Carol elizabeth Conway

vice-presidente Jesaias arruda

Quem são os provedores de internet? A 5ª edição da tiC Provedores mostra um cenário de empresas consolidadas, crescimento de isPs de médio porte e diversificação da oferta de serviços.

24 | ne GÓ

cios

Para onde vai o setor de varejo? Evento mundial coloca em foco tendências tecnológicas, e especialistas reconhecem que a inteligência artificial generativa torna a tomada de decisão mais ágil e precisa.

26 | tecnolo G ia

Wi-Fi 6e ganha força... e mais projetos. No entanto, à espera de resolução para restringir interferência outdoor, a adoção está ocorrendo em ambientes indoor.

28 | conexão

Fusões e aquisições: um mercado em alta em todos os setores. Banco Central: tokenização, iA e criptoativos são prioridades. Mudanças na lei de incentivos a startups. redes Wi-fi para escolas conectadas. Gov.br: mais de 150 milhões de usuários . iA e machine learning em alta.

30 | opinião . t élcio c ardoso

desafios e oportunidades no mercado de iSPs: estratégias para a excelência.

abranet.org.br

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FGTS DiGiTal: o que muDa na relação empreSa e TrabalhaDor?

Nova plataforma entra em funcionamento com a missão de simplificar as operações relacionadas ao f G ts , com uma interface integrada e eficiente.

deSeNVoLVido PeLo Governo Federal, o FGTS Digital foi desenhado para simplificar as operações relacionadas a esse fundo, incluindo recolhimentos e consultas, por meio de uma interface integrada e eficiente. Substitui o SEFIP/Conectividade Social (CAIXA). Na prática, o FGTS Digital muda a realidade dos profissionais da contabilidade a partir de sua entrada em vigor, em 1 de março.

O FGTS Digital receberá os dados dos trabalhadores a partir do eSocial e dos eventos S-1200 (Remuneração), S-2299 (Desligamento) e S-2399 (Trabalhador Sem Vínculo de Emprego/EstatutárioTérmino), quando estes forem recepcionados como válidos.

Entenda as mudanças que virão com o FGTS Digital:

Gestão integrada:

A nova plataforma integra o FGTS a outros sistemas, facilitando a gestão por parte dos empregadores e garantindo maior precisão nos dados.

Cálculo via eSocial:

O valor do FGTS será calculado automaticamente a partir das informações fornecidas através do eSocial, minimizando erros e discrepâncias.

Pagamento via Pix:

A modernização inclui a opção de pagamento do FGTS por meio do Pix, agilizando o processo de recolhimento.

Nova data de vencimento:

O prazo para pagamento do FGTS passa a ser até o vigésimo dia do mês subsequente ao trabalhado, alterando a dinâmica de vencimento.

Agilidade na regularidade:

As eventuais irregularidades serão detectadas mais rapidamente, afetando a emissão do Certificado de Regularidade do FGTS.

Consulta facilitada para trabalhadores:

Os trabalhadores terão acesso facilitado às informações sobre seus depósitos de FGTS, incluindo datas e valores, através da plataforma digital.

Para acessar a plataforma FGTS Digital, os interessados devem visitar o site oficial do Fundo de Garantia e fazer o login utilizando sua conta Gov.BR - https://www.gov.br/trabalhoe-emprego/pt-br/servicos/empregador/fgtsdigital. Uma vez logado, o usuário poderá visualizar todos os detalhes referentes a seu FGTS de maneira simplificada e totalmente online.

Com a implementação do FGTS Digital, espera-se que tanto trabalhadores quanto empregadores se beneficiem de um sistema mais ágil, transparente e eficaz. A facilidade de acesso às informações e a simplificação dos processos de recolhimento e consulta são passos importantes na modernização da gestão trabalhista no Brasil.

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iNTeLiGêNCia aRTiFiCiaL avança no Brasil

Muito além do burburinho em torno da tecnologia, casos de uso começam a ganhar espaço nas empresas. A jornada ainda está começando e exige muita preparação das organizações.

Roberta Prescott capa
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a iNTeLiGêNCia aRTiFiCiaL passou a ocupar um espaço cada vez mais estratégico após a explosão da IA generativa, levando empresas de diferentes setores e tamanhos a estudarem como adotá-la em diversas aplicações. A IA está no radar das corporações, de entidades setoriais e do governo. Ela amadureceu, segue como uma das principais apostas no mercado e vem sendo incorporada a outras tecnologias e soluções. Não é de se estranhar, portanto, que esteja entre as dez tendências de 2024 para o Brasil, segundo a consultoria IDC. Acompanhando o movimento, a Associação Brasileira de Internet criou, em janeiro, uma diretoria focada nessa tecnologia.

A agenda da nova diretoria é ambiciosa, e a meta é ocupar espaços de discussão e fomentar debates, conforme assinala André Queiroz de Andrade, diretor da Abranet para IA. Segundo ele, a Abranet entende que a IA vai ter a mesma importância que a internet teve anos atrás e que os meios de pagamentos têm hoje. “É tudo muito recente. Ainda estamos refinando a estratégia e estabelecendo os principais pontos da atuação da Abranet para representar o mercado das empresas de internet em relação a esse tema”, diz (leia mais na página 14).

Pietro Delai, diretor para o Mercado Corporativo da IDC América Latina, compara a inteligência artificial com o que foi a internet comercial lá atrás. “Enxergamos a ‘AI everywhere’. Ela está mais para a internet, que começou devagar e deslanchou com aplicações que nem imaginávamos. É isso que enxergamos que vai acontecer com a IA, e não apenas a inteligência artificial generativa, mas a própria IA tradicional, que terá um ritmo de crescimento

intenso e constante”, afirma Delai.

Passado o burburinho inicial, o mercado está analisando como viabilizar soluções diversas com a inteligência artificial incorporada a elas. Um exemplo é a IA cada vez mais embutida nas aplicações de segurança. De acordo com a IDC, o avanço exponencial das ameaças cibernéticas tem motivado a ampliação do uso de IA para aumentar a capacidade de detecção e de resposta.

“A grande mudança em IA em relação a 2023 é uma questão de maior amadurecimento, de passar o hype e de achar que ela vai servir para tudo, que se encaixa em tudo. Isso se dissipa quase totalmente, e vemos uma abordagem mais madura e orientada a gerar valor para o negócio e para o cliente final”, destaca Luciano Ramos, gerente-geral da IDC para o Brasil.

Justamente por habilitar diversas soluções, a IA permeia as previsões da IDC em 2024. “A IA se integra com a maior parte das tecnologias para conseguir fazer a grande transformação dos negócios, e a IA generativa passa a ser mais um elemento”, diz Ramos.

Pouco mais de um ano após o lançamento do ChatGPT, que tornou a inteligência artificial generativa bastante conhecida, é hora de ela gerar, de fato, valor para as empresas que estiverem prontas, mas há desafios. Costurar fontes de dados, governança, processos e objetivos de negócios para efetivamente gerar valor é um obstáculo a ser transposto em um mercado no qual muitas empresas não têm uma cultura de dados estabelecida.

As empresas terão de se preocupar cada vez mais com a qualidade dos dados para continuar evoluindo no uso da

“Enxergamos a ‘AI everywhere’. Ela está mais para a internet, que começou devagar e deslanchou com aplicações que nem imaginávamos. é isso que enxergamos que vai acontecer com a iA, que terá um ritmo de crescimento intenso e constante.”
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“A grande mudança em iA em relação a 2023 é uma questão de passar o hype e de achar que ela vai servir para tudo. Vemos uma abordagem mais orientada a gerar valor para o negócio e para o cliente final.”

luciano ramos

Gerente-geral da IDC para o Brasil

inteligência artificial e da IA generativa. No âmbito das empresas prestadoras de serviços de internet, a IDC pontua que, dificilmente, uma solução é construída por um único provedor. Ramos explica que se trata de um ecossistema de tecnologias que precisará ser explorado para identificar os elementos corretos que transformarão dados e inteligência em ações e processos concretos.

IA GeNerAtIvA

A IDC espera que os gastos com inteligência artificial generativa (GenAI, na sigla em inglês) mais que dobrem

em 2024 no País, o que contribuirá para que a América Latina se aproxime de um total de US$ 120 milhões relacionados a essa tecnologia. Além disso, a necessidade de acelerar projetos irá gerar oportunidades para os provedores de serviços de TI e consultorias, e a IDC estima que os gastos que abranjam a IA e IA generativa ultrapassem US$ 459 milhões em 2024.

Até agora, o que se percebe é o uso corporativo de GenAI – ainda em estágio inicial no Brasil – com foco, principalmente, em melhorar a experiência do cliente. A Petrobras, por exemplo, está investindo em copilotos,

CINCo teNdêNCIAS PArA 2024

Autores do livro OCientistaeoExecutivo–comooiFoodusouainteligênciaartificialpararevolucionar seusprocessos,criouvantagemcompetitivaesetornouumcasemundialdesucesso, Diego Barreto, vice-presidente de Finanças e Estratégia do iFood, e Sandor Caetano, Chief Data Officer do PicPay, apontam cinco tendências em inteligência artificial para 2024.

cóDigo aberto

Empresas e grupos estão abrindo seus modelos de inteligência artificial para o público; e alguns já estão alcançando o patamar do avançado GPT-3.5, o que pode não apenas reduzir custos, como também estimular estratégias mais ousadas, como o uso de múltiplos agentes.

Desafios legais

A questão dos direitos autorais e da legislação na área de IA promete ser um terreno instável. Com diversas opiniões circulando, a falta de consenso pode gerar confusão. É um terreno no qual opiniões são abundantes, mas soluções concretas ainda são escassas.

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“Uma das hipóteses de uso é adotar a iA nos modelos especialistas para melhorar imagens dos poços. No entanto, hoje, o mais tangível é usá-la para enriquecer o atendimento.”
roDrigo Panza

Gerente do Centro de Excelência em Analytics e IA da Petrobras

com o objetivo de aumentar a produtividade, e em análises para entender quais seriam os melhores casos de uso. “Uma das hipóteses de uso é adotar a IA nos modelos especialistas para melhorar imagens dos poços”, disse Rodrigo Panza, gerente do Centro de Excelência em Analytics e IA da empresa de petróleo, durante o evento Deloitte GenAI Summit. “No entanto”, acrescentou, “isso está um pouco longe e, hoje, o mais tangível é usá-la para enriquecer o atendimento.”

A Porto Seguro também está avaliando os usos. “Estamos tratando inteligência artificial generativa com cui-

ia na Palma Da mão

dado. Não é um tema novo quando se fala em IA; o que gerou boom foi o ChatGPT, mas a IA já utilizamos para alguns processos, como machine learning e deep learning. Entretanto, é óbvio que a GenIA abre um novo espectro”, pontuou Marco Sirelli, CIO na Porto Seguro.

Sirelli contou que a companhia começou a tratar da inteligência artificial generativa no segundo semestre de 2023, buscando entender em quais processos ela teria mais aderência. “Inicialmente, a GenAI traz a possibilidade de fazer os processos atuais com maior eficiência, e tem a questão do copiloto. Estamos encarando isso como oportunidade de

Com a explosão de modelos abertos e especializados, gigantes como Google e Apple estão permitindo que eles sejam executados localmente em dispositivos móveis. Isso não só diminui os custos de processamento, como também abre portas para uma nova categoria de aplicativos potencializados por modelos de linguagem, transformando assistentes e jogos com interações envolventes.

coPilotos Para facilitar Plataformas b2b

O GitHub Copilot, ferramenta desenvolvida pelo GitHub em conjunto com a OpenAI, já é um sucesso e várias empresas B2B estão oferecendo seus próprios copilotos para melhorar o uso de suas plataformas. Salesforce, Shopify, Databricks e Google (Looker) estão na vanguarda, proporcionando assistência personalizada para aprimorar a experiência do usuário em suas plataformas.

a fronteira humano - chatgPt

A implementação de tecnologias como o ChatGPT diretamente no atendimento ao cliente pode levar a situações embaraçosas. Erros nas respostas são comuns e ressaltam a necessidade de equilibrar a interação humano-ChatGPT nas empresas, minimizando falhas e garantindo um controle mais preciso.

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“Já utilizamos a iA para alguns processos, como machine learning e deep learning. Entretanto, é óbvio que a GeniA abre um novo espectro.”

marco sirelli

CIO na Porto Seguro

aprender para capturar valores de eficiência”, ponderou.

A Natura também está investindo em GenAI. Daniel Marques, diretor de Dados e Analytics disse que, “em janeiro, teve início um projeto envolvendo 4 milhões de consultores da empresa, que serão cruciais para testar o modelo antes dele chegar ao consumidor final.

Dado que o incremento da eficiência gera valor às companhias, a inteligência artificial generativa aparece como um pilar que, no mínimo, deve ser estudado.“A GenAI nos permite pensar novas experiências, seja para o funcionário, seja para entregar experiência de maneira mais rápida ao cliente”, adiantou Rafael Forte Cavalcanti, superintendente-executivo no Bradesco, que está olhando para a IA generativa como viabilizadora de um atendimento mais eficiente para cliente final.

Para Cavalcanti, a inteligência artificial generativa precisa ser analisada sob o ponto de vista organizacional, porque ela não é disciplina de uma única área, mas de todas, e, além de democrática, tem de ser inclusiva e gerar valor, o que implica mensurar os benefícios que traz.

Apesar de as empresas estarem em diferentes estágios de análise da tecnologia, os executivos concordaram que

existe, sim, um verdadeiro poder transformacional na inteligência artificial generativa, que vai mudar o modelo de negócios. “Não tenho a menor dúvida disso, porque já acontece com os dados. A inteligência artificial generativa vai acelerar, porque traz a possibilidade de olhar aspectos transversais que têm correlação uns com os outros e que hoje não se consegue obter de forma fácil”, ponderou Sirelli, CIO da Porto Seguro.

No entanto, ele se mostra cético. “Acho que 2024 pode ser o ano da frustração da GenAI, porque as pessoas colocam uma expectativa elevada e há aspectos que fogem ao que a empresa domina”, assinalou. Ele ressaltou o medo dos profissionais de perderem seus empregos para a IA e também a necessidade de as empresas avaliarem se a GenAI é realmente apropriada para resolver determinados problemas ou se outra tecnologia seria mais indicada. O verdadeiro salto virá quando a GenAI passar a solucionar problemas que as companhias nem sequer imaginavam que existiam.

A inteligência artificial é tida como a quinta revolução industrial, mas a jornada ainda é sinuosa e difícil. A grande questão que, hoje, está na mente dos líderes é como, no fim do dia, monetiza-se a implementação da GenAI. “A

“A GenAi nos permite pensar novas experiências, seja para o funcionário, seja para entregar experiência de maneira mais rápida ao cliente.”
rafael forte cavalcanti Superintendente-executivo no Bradesco
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“A dor é tornar tangível o que discutimos sobre iA e identificar como endereçar as questões de transformação de negócios para que sejam mais produtivos.”

altair rossato

CEO da Deloitte no Brasil

dor é tornar tangível o que discutimos sobre IA e como endereçar as questões de transformação de negócios para que sejam mais produtivos”, afirmou Altair Rossato, CEO da Deloitte no Brasil, durante o Deloitte GenAI Summit. ”Há cinco anos, a preocupação era a produtividade e, agora, é a inteligência artificial generativa”, acrescentou.

Para Renata Muramoto, sócia-líder de consultoria empresarial na Deloitte, a transformação não pode ser individual. “Dos nossos serviços hoje, 50% não existiam há cinco anos. Estamos em um ponto de inflexão”, disse. Contudo, esse ponto de inflexão não é algo que chegará a todas as pessoas e nem a todas as organizações ao mesmo tempo, como destacou Leandro Mattos, facilitador global da Singularity University. “Não é o que vai acontecer, é quando. O futuro não chega para todos ao mesmo tempo, mas, se você perder o ponto de inflexão, muda tudo”, ressaltou Mattos.

NovA erA em CIberSeGurANçA

A inteligência artificial generativa também está levando a uma nova era em cibersegurança, mas o ano de 2024 marcará uma inversão do contexto, passando de segurança para IA para IA para segurança. “Vemos uma mudan-

ça drástica no comportamento não apenas no tipo de ataque, mas na indústria. Estão usando IA para escalonar ou dar nova roupagem para ataques já conhecidos”, apontou Marcos Chaves, líder de serviços de cibersegurança da IBM Consulting Latin America.

O uso de IA junto com automação é fundamental para diminuir o tempo de ataques, que, atualmente, entre a invasão e a efetiva perda de dados, gira em torno de 277 dias. Isso porque o ataque pode não se concretizar no momento da invasão. Ou seja, o malware pode permanecer dentro do ambiente corporativo, levantando as informações para efetivar o ataque a posteriori. A inteligência artificial generativa entra justamente para reduzir esta jornada. “Não existe caminho futuro sem aplicação da inteligência artificial generativa. E, na segurança, a forma como se utiliza IA é muito importante”, disse Fábio Mucci, líder de segurança da IBM Brasil.

A IA generativa não mudará o cibercrime de forma iminente, mas o escalará. Do lado do criminoso, a IA generativa contribui para o aperfeiçoamento do phishing, que, desenhado por IA, ganhou uma nova roupagem e ficou mais sofisticado. “Phishing, apesar de ser antigo, é

“Não é o que vai acontecer, é quando. o futuro não chega para todos ao mesmo tempo, mas, se você perder o ponto de inflexão, muda tudo.”
leanDro mattos
Facilitador global da Singularity University
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“Não existe caminho futuro sem aplicação da inteligência artificial generativa. E, na segurança, a forma como se utiliza iA é muito importante.”

fábio mucci

Líder de segurança da IBM Brasil

algo que está acontecendo diariamente. O que a IA está trazendo é como defender isso”, apontou Chaves.

Fábio Mucci salientou que esse cenário precisa ser endereçado tanto do ponto de vista da segurança para IA, que se relaciona com tudo que envolve proteger a IA, indo além do ciclo de vida da inteligência artificial e dos seus componentes, como a infraestrutura, quanto da IA para segurança, que seria a junção de IA com automação para acelerar resultados.

Globalmente, 84% das empresas priorizam soluções

de segurança com inteligência artificial generativa em relação às convencionais. “As empresas que já começaram a usar inteligência artificial generativa nos processos de segurança têm visto dados positivos. Reduziram em 55% o tempo da triagem das informações ou dos possíveis ataques usando ferramentas com inteligência artificial generativa e tiveram 85% de redução no tempo da resposta ao incidente. E obviamente conseguiram reduzir o tempo decorrido entre a invasão e a recuperação da ameaça”, apontou Mucci. •

GPt Não foI treINAdo PArA dIzer verdAdeS

O GPT (do inglês Generative Pre-Trained Transformer) é uma arquitetura de rede neural em camadas, projetada para gerar texto e outras sequências de dados com base em uma entrada. Assim, ele completa textos baseando-se em bilhões de dados de treinamento com base em probabilidades encontradas no treinamento. O modelo GPT utiliza técnicas de álgebra linear, cálculo e estatística para aprender a relação entre as palavras e gerar previsões.

“Ele é um completador de texto e não foi treinado para dizer verdades. Foi programado para parecer humano e não para dizer a verdade – e isso é muito importante entender, senão ficaremos frustrados”, assinalou Walter Carnielli, pesquisadorsênior no Centro de Lógica, Epistemologia (CLE) e História da Ciência da Unicamp e vice-presidente no Advanced Institute for ArtificialIntelligence, durante o Deloitte GenAI Summit. “Se você entender isso, tira grande proveito dele. O mais importante é a sua criatividade frente a esta ferramenta e não a criatividade da ferramenta.”

Para Carnielli, muitas coisas rotuladas de inteligência artificial e machinelearning, vendendo a ideia que poderiam ser algo sobre-humano, são, na verdade, habilidades cognitivas digitais. “Meu ponto de vista é que não existe inteligência real sem vida, sem cultura, sem saber trabalhar com o erro, sem o savoir vivre. O grande perigo não é que a IA nos domine, mas que nós nos rebaixemos a ela”, defendeu.

Na habilidade cognitiva digital, faltam a capacidade de generalização, de abstração, de dedução e de consequência, a compreensão contextual, a capacidade de abdução e de explicação. Também faltam a noção de causa e efeito, aprendizado autônomo e interação física com o ambiente, conforme enumerou o pesquisador-sênior.

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Brasil pode ser um celeiro de ia

“a PeRGuNTa Que temos de fazer é como vamos trabalhar com as máquinas, porque há profissões que dependem da compaixão humana e que vão trabalhar junto com a IA”, apontou Jefferson Denti, Chief Disruption Officer e líder do AI Institute na Deloitte Brasil, ao abrir a apresentação do estudo que a Deloitte conduziu com cerca de 2.800 líderes globais.

Entre os principais destaques, o estudo mostra que três quartos dos entrevistados disseram esperar que a inteligência artificial generativa (GenAI, na sigla em inglês) transforme suas organizações dentro de três anos. Apenas um quarto dos líderes afirmou acreditar que as suas organizações estão “altamente” ou “muito altamente” preparadas para abordar questões de governança e de risco relacionadas à adoção da GenAI e 47% concordaram que as suas organizações estão educando suficientemente os funcionários sobre as capacidades, benefícios e valor da GenAI. Além disso, mais da metade relatou estar preocupada com o fato de a utilização generalizada da GenAI aumentar a desigualdade econômica (51%).

estão relacionados à velocidade de execução, à redução de custos e de complexidade, à confiabilidade fortificada, à inovação amplificada e ao engajamento. “A grande diferença é que a GenAI trabalha com todos os tipos de dados e o conceito de all data muda totalmente o parâmetro”, explicou Denti.

A pergunta que fica é como o Brasil se insere neste contexto e como pode gerar competitividade. Para o líder do AI Institute na Deloitte Brasil, a diversidade geográfica e de cultura, somada ao volume de pessoas, pode ser o fator-chave de diferenciação e o que pode fazer do País um celeiro de IA.

Entre as boas práticas para se buscar, Denti enumerou algumas. Segundo ele, adaptação, experimentação e agilidade serão críticas na medida em que novos modelos, capacidades e casos de uso emergem mais rapidamente. Escalar os experimentos para aumentar o aprendizado. “Passamos pelo momento de diversificar. A pergunta é como ter ganho com modelo de negócios com a inteligência artificial generativa e como se diferenciar a partir dela.”

Mas por que a inteligência artificial generativa está tão em evidência agora? À parte o lançamento do ChatGPT, nunca o mundo teve tantos dados, e é esse grande volume de dados que permite aumentar a inteligência coletiva, junto com algoritmos mais sofisticados e alta capacidade de processamento.

“A IA não resolverá todos os problemas, mas temos uma tecnologia que é capaz de gerar conteúdo e vem acontecendo de forma massificada, por isso é uma revolução”, avaliou Jefferson Denti.

Até agora, os usos de inteligência artificial generativa

Além disso, recomendou não se contentar com ganhos de eficiência, mas procurar maneiras de se diferenciar e também considerar objetivos da organização quando estiver decidindo entre comprar e construir a inteligência artificial generativa.

Para tanto, a capacitação é fundamental, além de envolver e valorizar a força de trabalho humana mais do que nunca e não ignorar a mitigação de riscos. “Muita atenção na mitigação de risco. Estamos usando dados externos, e há propriedade intelectual, fakes e atritos de riscos, e uma boa prática é ter estrutura dedicada aos riscos associados”, explicou. •

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entrevista . André Queiroz de Andr A de Roberta Prescott

abranet cria diretoria de inteligência artificial

andré Queiroz de andrade é o responsável pela área e irá liderar a estratégia da entidade com relação à tecnologia

a aSSoCiação BRaSiLeiRa de iNTeRNeT

criou, em janeiro, uma nova diretoria para tratar de inteligência artificial. Quem a ocupa é André Queiroz de Andrade, ligado a duas startups: a Senno, especializada em gestão da inovação e IA e a ARKx, focada em realidade estendida e IA. O papel dessa diretoria é representar o segmento de empresas de internet em relação a esse tema, fomentando iniciativas e participando de fóruns e debates.

Queiroz de Andrade dá à entrada da IA no mercado a mesma importância do surgimento da internet anos atrás e dos meios de pagamentos hoje. “A primeira grande batalha da Abranet foi garantir acesso de qualidade à internet no Brasil e um ambiente saudável para empreendedores, para os negócios. A segunda grande bandeira foi com relação às fintechs, também com a visão de proporcionar um ambiente saudável para os negócios. Muitas das conquistas legislativas na área podem ser atribuídas ao trabalho da Abranet”, disse. “A próxima onda do nosso segmento é a inteligência artificial.”

No curto prazo, a atuação da Abranet tem como objetivos garantir que o que vem sendo legislado no Brasil não iniba o surgimento de empresas

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brasileiras de inteligência artificial e também que as corporações possam usar a IA para impulsionar seus negócios.

No radar, está o chamado Marco Legal da IA. O projeto de lei 2.338/2023 visa a regulamentar a inteligência artificial no Brasil, estabelecendo balizas para o desenvolvimento e a aplicação desses sistemas. A matéria aguarda relatório do senador Eduardo Gomes (PL-TO) na Comissão Temporária sobre Inteligência Artificial (CTIA), que, em dezembro, foi prorrogada por 120 dias e passa a funcionar até abril.

O colegiado examina projetos contidos no relatório final da Comissão de Juristas responsável por subsidiar a elaboração do Substitutivo sobre Inteligência Artificial no Brasil e eventuais novos projetos que disciplinem a matéria. Além do PL 2.338/2023, estão em análise o Projeto de Lei 5.051/2019, que estabelece os princípios para o uso da inteligência artificial no Brasil e o PL 5.691/2019, que institui a Política Nacional de Inteligência Artificial.

Em outubro de 2023, o diretor da Abranet participou de reunião na CTIA como consultor

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“A ideia é defender a criação de uma indústria brasileira de iA. Do ponto de vista da Abranet, a neo industrialização deveria ser focada em desincentivar setores nos quais o Brasil não é competitivo e olhar para aqueles em que somos

eficientes e competitivos, sabendo que colocar uma camada de inteligência vai trazer mais frutos.”

estratégico e empresário, ocasião em que explicou que a inteligência artificial poupa trabalho e não substitui as pessoas e destacou que ela vai implicar uma mudança na lógica da cadeia de produção.

Clareza e pensamento crítico são, segundo Queiroz de Andrade, fundamentais em uma era na qual a IA estará inserida em diversas etapas; e caberá ao ser humano lidar com os problemas mais complexos e saber interpretar, propor e decidir.

“O primeiro movimento para que a Abranet consiga influenciar a legislação é ocupar os espaços que estão surgindo na discussão do tema. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação está criando grupos para refazer a estratégia de IA, que foi criada, mas era mais aspiracional”, adiantou. Queiroz de Andrade reforça que é preciso pensar a IA como projeto coordenado.

Ele apontou ainda que a IA tem implicações geopolíticas, o que deve ser levado em conta em um mundo altamente fragmentado. “O Brasil precisa saber se posicionar na cadeia produtiva; é muito importante”, disse, destacando que devemos ir além do mero interesse econômico e considerar a segurança nacional.

Uma das estratégias da nova diretoria é contribuir para uma legislação favorável ao uso e ao desenvolvimento da IA no Brasil. “Já que o governo federal vem se posicionando como indutor da neo industrialização, que olhe para a tecnologia para que sejamos um player relevante e identifique segmentos para induzir e incentivar o surgimento de big techs”, disse o diretor de IA da Abranet.

“A ideia é defender a criação de uma indústria brasileira de IA. Do ponto de vista da Abranet, a neo industrialização deveria ser focada em desincentivar setores nos quais o Brasil não é competitivo e olhar para aqueles em que somos eficientes e competitivos, sabendo que colocar uma camada de inteligência vai trazer mais frutos”, explicou.

O ponto central é como o Estado pode ser indutor do uso da tecnologia e estimular para que a indústria nacional possa ter um ambiente favorável para, por exemplo, criar uma big tech do agronegócio. Queiroz de Andrade defende ainda que seja trabalhada uma indústria de transformação de minérios raros que possibilite a construção de chips para o Brasil entrar nessa cadeia produtiva. •

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o que vAI ‘bombAr’ em 2024?

iDC e Gartner divulgam as principais tecnologias que vão impactar o mercado de tecnologia da informação e as empresas de internet.

a iNTeLiGêNCia aRTiFiCiaL, certamente, está na lista de prioridades de executivos ao redor do mundo. Mas não é a única. A IDC avalia que edge computing avança e deve absorver US$ 4 bilhões até 2025 no Brasil. Estima também que as redes móveis privativas se expandem em 2024 para mais verticais de negócios, com a expectativa de que novas implantações superem US$ 220 milhões neste ano. E mais: a computação em nuvem vai obrigar empresas de tamanhos diversos a estabelecerem estratégia de dados.

Do lado do Gartner, temas como gestão da confiança, risco e segurança de IA (AI TRiSM), gestão contínua de exposição a ameaças, tecnologia sustentável, desenvolvimento aumentado com IA e aplicativos inteligentes serão levados em conta nas decisões de negócios e de tecnologia nos próximos três anos.

A seguir, um compilado das tendências que devem impactar o mercado e as empresas de internet neste ano.

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tendências

Edge computing ou computação de borda

Em 2024, 60% dos mais de 157 ZB alcançados no universo de dados estarão concentrados nos endpoints e em edge computing . E o percentual é ainda maior para a parcela de tráfego originado por IoT: 76%. Neste ano, a computação de borda estará em evidência, principalmente, devido a novas demandas e novos modelos de negócio que precisam de uma dinâmica distinta. As projeções são da IDC, que estima que os ambientes de edge compostos por hardware, software e serviços devem absorver mais de US$ 4 bilhões até 2025 no Brasil. O avanço das tecnologias na borda está sendo puxado por verticais como óleo e gás, manufatura e mineração.

Por trás dessa tendência está a necessidade, cada vez maior, de processamento dos dados em um local próximo de onde eles estão sendo gerados,

para um envio pós-processado para os ambientes corporativos híbridos, o que gera uma demanda por maior eficiência para o aproveitamento dos dados. Isso leva ao aumento da produtividade, impulsionando a automação de processos, seja tradicional ou com inteligência artificial, que exige ciclos mais ágeis de informação.

Outro impulsionador da computação de borda é o crescimento da internet das coisas e da infraestrutura automatizada que vão levar os dados próximos da origem. Arquiteturas centradas em nuvem exigirão recursos de infraestrutura altamente automatizados como facilitadores da transformação e da agilidade dos negócios digitais. Com muito tráfego gerado perto da origem, será necessário mais computação, seja dedicada, em nuvem ou edge, e mais armazenamento e rede. E esses elementos serão mais automatizados.

Orquestração e automação dos dados

Outra previsão da IDC é a necessidade de soluções de gestão capazes de orquestrar automação e dados. Para garantir a competitividade, empresas buscam soluções de gestão que automatizem dados do dia a dia da operação. Assim, o ERP tem papel central para a tomada de decisões mais rápidas e a IA se consolida neste contexto.

De acordo com a IDC, globalmente, as empresas serão responsáveis por dois terços do universo de dados em 2024 e as soluções de produtividade, incluindo os ERPs, correspondem a uma fatia de 21% desse total. As companhias buscam ferramentas

que as apoiem em tomadas de decisão mais rápidas e, até mesmo, automatizadas. Nesse sentido, a inteligência artificial ganha ainda mais relevância.

Traduzindo em números, a IDC prevê que o mercado de soluções de gestão – ERP, CRM, planejamento etc. – vai alcançar US$ 5,6 bilhões em 2024 no Brasil, o que representa crescimento de 11,6% em relação a 2023. Desse total, a IDC estima que US$ 588 milhões estarão associados a capacidades de inteligência embebidas nessas soluções. E mais: as plataformas analíticas e de IA somarão cerca de US$ 1,6 bilhão neste ano, ainda segundo a IDC.

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Expansão de redes móveis privativas

As redes móveis privativas alcançarão mais verticais de negócios e se tornarão realidade para mais empresas em 2024, aponta a IDC para o mercado brasileiro. A expectativa da consultoria é que novas implantações de redes móveis privativas devem superar US$ 220 milhões em 2024, somente nas linhas de infraestrutura wireless, serviços profissionais e serviços gerenciados.

Esta modalidade tem impulsionado ofertas, até porque os provedores buscam monetizar investimentos feitos em 5G e almejam contratos de longa duração. Ademais, para as empresas, a adoção de rede privativa endereça a necessidade de parâmetros e design para usos específicos, porque pode ser personalizada, por exemplo, para tráfego de dados de missão crítica ou internet das coisas.

Necessidade de estratégia de dados

O avanço dos dados na nuvem fará com que as empresas repensem a estratégia de dados e busquem novas soluções, adverte a IDC. Com a ampliação da computação em nuvem e de ambientes híbridos, as companhias precisam estabelecer estratégias para que os dados estejam acionáveis e possam ser aplicados para a geração de inteligência e valor para os negócios.

A IDC aponta que, em 2024, o universo de dados no mundo ultrapassará 157 ZB, um montante que pode dobrar até 2027. E ainda: quase 25%

deste volume já está na nuvem, que cresce, segundo a consultoria, com o dobro da velocidade em relação ao que não está na nuvem. A previsão é que as soluções de dados na nuvem – parte do chamado PaaS (ou plataforma como serviço) – somarão US$ 1,5 bilhão no Brasil em 2024 e seguirão uma trajetória acelerada. A expectativa é que esse avanço movimente o mercado de serviços de TI, que consumirá cerca de US$ 1,4 bilhão neste ano com consultoria, integração e suporte de projetos relacionados a dados.

No-code/ Low-code

As organizações estão cada vez mais recorrendo a tecnologias de desenvolvimento no-code / low-code para atender às crescentes demandas por entrega rápida de aplicativos e fluxos de trabalho. Low-code / no-code também permitem que profissionais não especializados consigam alcançar o nível de competência digital e a velocidade de entrega necessários para um

ambiente ágil e moderno.

As plataformas de aplicativos de baixo código consistem em ferramentas que ajudam a fomentar a inovação, ao possibilitar que as empresas criem soluções para problemas e necessidades do dia a dia, sem depender de uma programação tradicional, a qual demanda tempo, profissionais especializados e alto custo.

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Forte demanda por chips

O Gartner prevê que a receita global de semicondutores deve crescer 16,8% em 2024, totalizando US$ 624 bilhões, devido à forte demanda por chips para apoiar cargas de trabalho de inteligência artificial (IA), como unidades de processamento gráfico (GPUs). Contudo, isso não será suficiente para salvar a indústria de semicondutores de uma queda de dois dígitos em 2023. O Gartner indica que 2024 deve ser um ano de recuperação, com crescimento na receita para todos os tipos de chips, impulsionado pelo aumento de dois dígitos no mercado de memória.

Além disso, os avanços em inteligência artificial generativa (GenAI) e grandes modelos de linguagem estão alavancando a demanda pela implantação de servidores de alto desempenho baseados em GPU e placas aceleradoras em datacenters. Isso está criando a necessidade de aceleradores de carga de trabalho serem implantados em servidores de datacenter. Os analistas do Gartner estimam que, até 2027, a integração de técnicas de Inteligência Artificial em aplicativos de datacenter resultará em mais de 20% dos novos servidores, incluindo aceleradores de carga de trabalho.

olho vIvo!

Além dessas tendências, a Abranet destaca algumas movimentações que devem estar em alta ao longo deste ano. São elas:

• Uso de IA nas campanhas eleitorais

• Inteligência artificial generativa ganhando (mais) espaço e rumo à democratização

• Impactos pós-aprovação da Reforma Tributária

• Futuro da faixa 6 GHz – durante a Conferência Mundial de Radiocomunicações (WRC), o Brasil apresentou uma proposta para incluir como nota de rodapé a divisão da faixa de 6 GHz em dois blocos, sendo 700 MHz para o IMT (5G) e apenas 500 MHz para o uso não licenciado (Wi-Fi).

• Agenda do BC de diversificação e competição – avanços no Pix, Drex, open finance

• Fusões e aquisições continuam

• Consolidação da fibra ótica e o avanço das empresas de redes neutras

• Cobrança – ou não – de taxa pelo uso da rede, como reivindicam as operadoras de telecomunicações

• Agenda ESG e tecnologias verdes

• Mercado de crédito de carbono pós-regulamentação

• Evolução da indústria 4.0

• Segurança cibernética

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panora M a

quem São oS ProvedoreS de INterNet

A 5ª edição da TiC Provedores mostra um cenário de empresas consolidadas, crescimento de isPs de médio porte e diversificação da oferta de serviços.

uMa MudaNça no perfil das prestadoras de serviços de internet ficou patente na 5ª edição da pesquisa TIC Provedores: enquanto anos anteriores foram marcados pelo avanço da atuação das empresas de pequeno porte, presentes nas áreas mais remotas do Brasil, o cenário mais recente é outro. Estudo realizado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), referente a 2022 e divulgado em dezembro do ano passado, identificou que o número das prestadoras de serviços de internet manteve-se relativamente estável entre 2020 e 2022, mas aumentou a proporção das empresas de médio porte (de 50 a 249 pessoas ocupadas), que atendem a mais de um município, proveem internet por meio de fibra ótica e daquelas que usam infraestrutura de terceiros. São evidências da consolidação do setor.

A pesquisa partiu de um cadastro que soma 18.761 empresas e inclui bases da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e da Receita Federal. Após uma etapa de confirmação de quem está, efetivamente, provendo serviços de internet, o estudo chegou ao número de 11.630 provedores atuando ativamente em 2022, contra 12.826 em 2020. A proporção de médias empresas (50 a 249 pessoas ocupadas) passou de 13% para 17%, uma elevação de quatro pontos percentuais entre 2020 e 2022. Na direção contrária, a participação das microempresas (até 9 pessoas ocupadas) caiu dez pontos percentuais, indo de 56% para 46% na comparação no mesmo período.

“Vimos estabilidade no número de empresas, e há indicadores de que estão mais consolidadas: um percentual maior de médias empresas e menor de micro-

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?
Roberta Prescott

empresas”, explica Fabio Senne, coordenador de pesquisas TIC do Cetic. br. “Também vimos que diminuiu de 47% para 40% o número de provedores de internet atendendo a apenas um município, o que significa uma parcela maior atuando em mais municípios. E mais empresas usando infraestrutura de terceiros”, acrescenta.

Entre as hipóteses para esta maior estruturação das empresas está o movimento de fusões e aquisições. Em nota à imprensa, Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br, salientou que, “nos últimos anos, tem-se observado uma tendência de fusões e aquisições e maior interesse de fundos de investimento no setor, o que pode ser uma das explicações para o crescimento na participação das médias empresas”. Para Barbosa, isto demonstra que a consolidação é um movimento em curso no Brasil, que segue com um grande número de provedores em atividade, quando comparado a outros países.”

De acordo com Senne, ainda que não se consiga estimar com precisão, o aumento do número de empresas médias se dá seja porque as menores cresceram, seja por fusões. “Uma outra hipótese, mas que não conseguimos comprovar, tem a ver com a demanda por velocidades maiores. Como a necessidade do usuário é por serviços de maior qualidade, é possível que algumas empresas tenham deixado de existir”, acrescentou o coordenador de pesquisas TIC do Cetic.br.

Para além das fusões e aquisições no setor, a redução na participação das microempresas e o incremento na proporção de médias empresas também se devem a fatores como a mortalidade delas – sobretudo em um momento em que a economia ainda se recupera dos efeitos da pandemia – e a intensificação da concorrência devido à expansão do número de provedores nos últimos anos. Em termos regionais, a diminuição do número de microempresas deu-se nas regiões Nordeste (61% para 48%) e Centro-Oeste (60% para 43%).

redeS NeutrAS em AltA

Outro destaque da quinta edição da TIC Provedores é o aumento do uso de redes de terceiros para prover internet. Em 2020, 70% usavam apenas infraestrutura própria, percentual que caiu para 60% em 2022, ao passo que o uso tanto de in-

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fraestrutura própria quanto de terceiros passou de 25%, em 2020, para 37% em 2022 – e 2% o fazem apenas por meio de infraestrutura de terceiros. Das que usam redes de terceiros, 40% afirmaram que utilizam redes neutras.

Essa mudança, segundo o NIC.br, pode estar relacionada à diminuição da proporção de microempresas, caracterizadas por sua atuação restrita a um município, havendo em contrapartida mais empresas de maior porte que atuam em um número maior de municípios. Do total de empresas provedoras que oferecem acesso por meio de terceiros (4.631), 1.830 são de porte micro (até nove pessoas ocupadas); 1.937 de pequeno porte (10 a 49 pessoas ocupadas); 524 de médio porte (50 a 249 pessoas ocupadas) e 115 de grande porte (mais de 250 pessoas ocupadas).

“Quando se olha o indicador de tipo de serviço oferecido para além do acesso à internet ao usuário, temos aumento no trânsito IP e serviço de transporte. É um indicativo deste fenômeno dos ISPs provendo para usuário final e para outras empresas”, analisa Senne.

Os ISPs que ofertam trânsito IP passaram de 39%, em 2020, para 43%; a oferta de transporte ficou estável (39% contra 38%) e aumentou de 20% para 26% os ISPs que oferecem infraestrutura como hosting ou colocation; de 19% para 24% a oferta de segurança e de 16% para 23% a telefonia sobre IP.

A fibra óptica segue como a tecnologia de conexão à internet mais presente e, em 2022, foi disponibilizada por 95% dos provedores atuando em território nacional,

fuSõeS e AquISIçõeS

ante 89% da edição anterior da pesquisa. As tecnologias de acesso sem fio via frequência livre e o acesso via cabo UTP apresentaram queda, evidenciando o avanço promovido pelos provedores em atualizar suas redes e oferecer conexões de melhor qualidade, em um movimento observado mesmo entre as empresas de pequeno porte.

O avanço da fibra óptica tem sido crucial para elevar a qualidade das conexões, oferecendo aos clientes a possibilidade de usufruir serviços populares, tais como streaming de áudio e vídeo e telechamadas. De acordo com a pesquisa TIC Domicílios 2023, 74% dos usuários de internet assistiram a vídeos, programas, filmes ou séries online e 67% compartilharam conteúdo na internet, como textos, imagens ou vídeos.

Houve ainda um crescimento na participação de provedores em Pontos de Troca de Tráfego (PTT) ou no IX.br (Brasil Internet Exchange) – este último uma iniciativa do NIC.br –, subindo de 30% para 37%. A pesquisa identificou aumento do número de provedores do Nordeste e do

O segmento de provimento de acesso à internet tem sido marcado por transações de aquisição e fusão. Dados da KPMG, de 2023, apontam que, em 2022, das 1.728 operações ocorridas no Brasil, 640 envolveram empresas de internet. Em segundo lugar, ficou o setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), com 268 operações.

Ainda segundo a KPMG, entre as operações do segmento de provimento de acesso à internet, 382 foram realizadas entre empresas de capital nacional. No que diz respeito às 258 operações que envolveram transações cross border, a maioria se deu com a compra de empresa brasileira por empresa de capital majoritariamente nacional.

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Centro-Oeste em pontos de troca de tráfego durante o período. Na primeira região, a percentagem passou de 24% para 38%. A mesma elevação de 14 pontos percentuais foi observada no Centro-Oeste (de 20% para 34%).

Em seu relatório, o Cetic.br apontou que uma das iniciativas dos provedores para melhorar a experiência do cliente é a presença em pontos de troca de tráfego (PTT), no intuito de fornecer acesso mais rápido aos principais conteúdos acessados pelos usuários de internet.

A pesquisa detectou ainda um aumento expressivo na oferta de IPv6 aos clientes: 24 pontos percentuais em relação a 2020. Em 2022, 64% do mercado disponibilizava a versão 6 do Protocolo Internet, aderente às novas tecnologias. “Pelos percentuais, há convivência do IPv4 e IPv6; a principal análise é de convivência das duas modalidades, além da dificuldade de ativação do IPv6 devido a custo e pessoal capacitado”, aponta Senne.

A oferta de IPv6 se torna cada vez mais importante na medida em que diversos equipamentos domésticos estão conectados à internet, sendo imprescindível a disponibilidade de mais endereços de IP que facilitem a comunicação entre dispositivos.

PrIvACIdAde e Proteção de dAdoS

Na comparação com outros segmentos do setor privado, o de provimento de internet está à frente quando o assunto é proteção de dados, conforme a TIC Provedores 2022. A pesquisa revela que 40% dos provedores de acesso contavam com uma área ou funcionários dedicados exclusivamente ao tema, proporção que foi de 23% nas empresas como um

“A principal análise é de convivência das duas modalidades (iPv4 e iPv6), além da dificuldade de ativação do iPv6 devido a custo e pessoal capacitado.”
fabio senne

Coordenador de pesquisas TIC do Cetic.br

todo, segundo dados da TIC Empresas 2021.

O Cetic.br assinalou que, no caso das empresas provedoras, há necessidade de adequação à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), uma vez que em sua operação regular há uma gama maior de dados pessoais que podem levar à identificação de clientes, tais como número de IP e logs de acesso, necessitando de cuidados e procedimentos mais robustos.

As ações para adequação à LGPD mais citadas foram o desenvolvimento de uma política de privacidade que informa como os dados pessoais são tratados pelas empresas (57%) e a realização de testes de segurança contra vazamento de dados (58%). O estudo identificou ainda que 30% dos provedores nomearam um encarregado de proteção de dados pessoais, enquanto 17% das empresas como um todo adotaram a medida.

Além disso, 68% das empresas provedoras fazem reuniões para tratar especificamente do tema de proteção de dados pessoais, contra 36%, segundo a TIC Empresas 2021.

No quesito segurança, 23% dos provedores afirmaram que sofreram ataques de negação de serviços (DDoS) em 2022, apresentando estabilidade em relação ao estudo anterior, de 2020. Empresas com mais de 6 mil clientes foram alvo desse tipo de ataque em maior proporção do que aquelas com menor quantidade de clientes: 34% contra 24%. •

Veja a pesquisa completa:

https://cetic.br/pt/pesquisa/provedores/

23 abranet.org.br fevereiro-abril 2024 Divulgação / Ricardo Matsukawa

PArA oNde vAI o Setor de vArejo?

Evento mundial coloca em foco tendências tecnológicas, e especialistas reconhecem que a inteligência artificial generativa torna a tomada de decisão mais ágil e precisa.

a iNTeLiGêNCia aRTiFiCiaL dominou os debates do maior evento do mundo voltado para o varejo, o NRF 2024: Retail’s Big Show (A Grande Feira do Varejo), que reuniu, nos Estados Unidos, no início do ano, dezenas de milhares de varejistas de todos os tipos e cerca de mil expositores, com hubs apresentando tecnologias inovadoras e startups mostrando empresas mais novas e promissoras. A IA esteve entre as previsões destacadas por Susan Reda, vice-presidente de Estratégia Educacional da NRF, e nas falas do CEO e presidente da FedEx, Raj Subramaniam, do presidente e CEO da Salesforce, Marc Benioff, e do CEO do Walmart nos EUA, John Furner.

Aterrissando um pouco o hype que eclodiu com o lançamento da inteligência artificial generativa, os executivos debateram o ciclo da tecnologia e reconheceram as dificuldades que as empresas podem enfrentar em transformar os dados em produto. Ainda que a inteligência e o aprendizado de máquina, além de recursos preditivos, existam há décadas, disse Benioff, agora, estamos num novo momento na IA, com a versão generativa sendo incorporada a produtos.

Para Susan Reda, da NRF, a IA está eliminando as restrições que as empresas já tiveram no passado e tornando realidade uma tomada de decisões mais rápida e precisa. “As empresas que não integrarem a inteligência artificial às suas estratégias e operações comerciais correm o risco

de serem deixadas para trás pelos concorrentes e por novos participantes no mercado”, escreveu a executiva em um artigo para o site da NRF.

Isso porque, ao usar a IA, os varejistas podem analisar rapidamente quantidades enormes e díspares de dados em tempo real, o que possibilita uma tomada de decisão mais ágil, redução nos erros humanos, maior eficiência e automatização de tarefas rotineiras e monótonas. Os varejistas físicos podem usar a IA para analisar os dados coletados pelas câmeras das lojas e fazer as alterações apropriadas no tamanho e no layout da loja. Entre os executivos da cadeia de abastecimento, a IA está remodelando a gestão de estoque e o planejamento do procurement.

Ao mesmo tempo em que ressaltou os benefícios da adoção da IA, a executiva lembrou seus riscos, com as preocupações mais críticas sendo questões éticas e de privacidade. “É imperativo que os varejistas sejam proativos na sua governança interna da IA e garantam que utilizam essa tecnologia de modo a apoiar os seus valores fundamentais, declarações de missão e objetivos empresariais”, escreveu.

A hiperpersonalização ditará o futuro e o desafio é oferecê-la respeitando a privacidade do cliente, protegendo os dados e servindo exatamente o que eles tinham em mente – em tempo real. “Embora a hiperpersonalização não seja uma ideia nova para negócios de comércio eletrónico, o ad-

24 abranet.org.br fevereiro-abril 2024 NRF Big Show 2024 - Jason Dixson Photography
ne GÓ cios

vento de grandes modelos de linguagem poderia aumentar ainda mais a sua importância”, destacou a executiva.

Na NRF, as tendências para o comércio digital, varejo e experiência do consumidor indicaram a aplicação de inteligência artificial catalisando processos, gerando mais produtividade e redução de custos, além da melhoria na jornada de compra. O consumidor, claro, tem de estar no centro da estratégia e o comércio digital ruma para a unificação com as lojas físicas, atuando como hub logístico e concierge.

ImPACtoS No e-CommerCe

Sobre o avanço do comércio eletrônico, o CEO e presidente da FedEx, Raj Subramaniam, salientou que cada vez mais se combinam o poder da IA e do aprendizado de máquina com os recursos da rede física de lojas para criar soluções digitais de ponta a ponta e uma experiência incomparável para clientes. “Simplificando, a nossa missão é tornar as cadeias de abastecimento mais inteligentes para todos”, disse Subramaniam.

Nos últimos anos, as mudanças nas soluções de fornecimento global remodelaram o varejo e as ferramentas de que eles necessitam para serem competitivos, eficientes e resilientes. E, segundo ele, as cadeias de abastecimento digitais tornam a jornada mais rápida, mais precisa e mais contínua. E isso é fundamental para atender à expectativa dos consu-

midores por comércio a qualquer hora e em qualquer lugar.

No meio da jornada do cliente, o rastreamento em tempo real não é mais um benefício, mas tornou-se uma expectativa, apontou Subramaniam. De acordo com os números da FedEx, 94% dos consumidores esperam que as empresas os informem sobre atrasos antes de terem de perguntar. Ele observou que “muitos compradores estão dispostos a aceitar um atraso, se forem informados sobre isso antes da data final de entrega.”

rfId

Outra tecnologia que segue em discussão no varejo é a identificação por radiofrequência (RFID, na sigla em inglês), que agora está conectada a novidades como as compras sem atrito e o combate às perdas de estoque. Em nota à imprensa, Fabiana Wu, gerente de RFID da Avery Dennison para a América Latina, explicou que os consumidores desejam flexibilidade para entrar rapidamente em uma loja, pegar o que desejam e seguir seu caminho.

A parceria de inovação histórica entre a Avery Dennison e a Amazon é um exemplo de como a tecnologia RFID está revolucionando os modelos tradicionais de varejo para melhorar a experiência do comprador. Trata-se do conceito conhecido como just walk out – algo como apenas saia –, no qual o consumidor passa seu cartão de débito ou crédito pelo dispositivo na entrada da loja e, à medida que caminha e seleciona os produtos desejados, todo um sistema integrado acompanha suas compras e lê as etiquetas RFID exclusivas de cada item. Não é preciso pegar filas para pagar antes de sair da loja, já que automaticamente aqueles produtos são contabilizados na conta ou cartões do cliente.

Fornecer a melhor experiência ao cliente deve ser uma prioridade para os varejistas. E as empresas podem elevar o seu nível de serviços incorporando desde a personalização orientada pela IA e o envolvimento do cliente até a utilização de RFID no ponto de venda (POS).

A RFID também está presente na detecção e prevenção de perdas, permitindo a criação de diferentes faces de proteção contra roubos, falsificações e fraudes, ajudando as equipes na identificação de irregularidades e práticas ilegais no segmento. Com todos os produtos equipados com etiquetas RFID, os varejistas podem rastrear seu estoque com alto nível de precisão em toda a cadeia de suprimentos. •

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Wi-Fi 6E GANhA forçA... e mAIS ProjetoS

PRoJeToS uSaNdo o Wi-Fi 6E estão ganhando mercado no Brasil e mostram o potencial de uso dessa tecnologia na faixa de 6 GHz, designada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a não licenciados para provimento de banda larga. Contudo, os projetos se restringem a ambientes fechados e/ou privados, uma vez que ainda não saíram normas sobre como resolver possíveis interferências desses roteadores com equipamentos que têm licença para operar na faixa. A alternativa discutida é contar com operadores de um sistema de coordenação automatizada de frequência (AFC, do inglês automated frequency coordination).

No entanto, à espera de resolução para restringir interferência outdoor, a adoção está ocorrendo em ambientes indoor.

“A realidade brasileira é que pouca gente está usufruindo o Wi-fi 6E, porque os dispositivos que têm acesso [a ele] são caros.”

Jonas trunk Fundador e sócio-presidente da Linktel

Ao designar uma banda de 1.200 megahertz da faixa de 6 GHz para uso não licenciado, a Anatel estipulou critérios, tais como pontos de acesso de baixa potência e equipamento de potência muito baixa em ambiente outdoor, já que em 6 GHz há enlaces outorgados em caráter primário ou secundário. Isso, no entanto, não é um empecilho para projetos indoor – e é, justamente, em ambientes fechados que a adoção de Wi-Fi 6E tem se expandido.

A Linktel já implementou projetos Wi-Fi 6E no aeroporto de Salvador, na rede Coco Bambu e em seus próprios escritórios. “Mas a realidade brasileira é que pouca gente está usufruindo o Wi-Fi 6E, porque os dispositivos que têm acesso [a ele] são caros”, avalia Jonas Trunk, fundador e sócio-presidente da Linktel. Apesar disso, o executivo, que é engenheiro por formação, pondera que o Brasil está cada vez mais acompanhando rapidamente outros países no que se refere às atualizações.

Chamar a atenção do público para as vantagens da nova tecnologia é uma estratégia bem-sucedida e que foi usada no Salvador Bahia Airport, integrante da rede Vinci Airports. O Wi-Fi 6E possibilita velocidades de transferência mais rápidas e maior estabilidade. Para destacar isso, o

aeroporto designou um espaço para utilização na praça de alimentação. “O aeroporto de Salvador foi muito feliz ao criar uma zona de 6E, que será ampliada. O aeroporto já é Wi-Fi 6 há anos”, conta Trunk.

A Arena MRV é outro local onde foi implementada a tecnologia Wi-Fi 6E na faixa de 6 GHz. Na nova casa do Clube Atlético Mineiro, o objetivo foi realizar testes do Wi-Fi 6E, que chegou à velocidade de download de 1,4 Gbps e de upload de 1,2 Gbps, com latência de 10 ms (milissegundos).

O projeto na arena do “Galo” prevê conexão simultânea para 46 mil pessoas, com capacidade para transmissão em alta velocidade de vídeos 4k, realidade aumentada e streaming, incluindo ainda as emissoras de rádios e TVs.

AvANço

Na esteira da evolução, a implantação de projetos de Wi-Fi 6 e 6E (que tem o mesmo protocolo do 6, sendo a única diferença a extensão para a faixa de 6 GHz) é um passo na migração para o Wi-Fi 7. O Wi-Fi 7 já muda o protocolo e incorpora a capacidade que o 6E tem de trabalhar em 6 GHz, além de outras vantagens, como canais maiores e possibilidade de combinar múltiplos rádios.

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G ia
Roberta
Prescott tecnolo
“o número de dispositivos compatíveis com 6 Ghz deve aumentar neste ano, acelerando a adoção do Wi-fi 6E.”

malko saez

Especialista em Venda de Produtos de Rede Enterprise da Cisco

Na visão do fundador da Linktel, esse avanço pode ser lento. “Eu sou cético, porque o tíquete médio de celular no Brasil é baixo; então, não tem mercado para que se consiga subsidiar celular de melhor qualidade para a população aproveitar [as novas tecnologias]”, diz Jonas Trunk.

Para ele, o Wi-Fi 6E vai virar realidade para lugares com muita aglomeração de pessoas, mas há empecilhos a serem vencidos. “O access point do 6E ainda é caro, mesmo que o preço tenha caído, e não é a realidade do País em nível de dispositivos compatíveis. Mas a tendência é adotá-lo em lugares com maior aglomeração, porque você limpa o espectro”, avalia o fundador da Linktel.

“O número de dispositivos compatíveis com 6 GHz deve aumentar neste ano, acelerando a adoção do Wi-Fi 6E”, diz Malko Saez, especialista em Venda de Produtos de Rede Enterprise da Cisco. Mas, comparativamente com o parque já instalado, a penetração ainda será baixa. Para Flavio Povoa, gerente de Engenharia de Sistemas para o

fAIxA que fAz A dIfereNçA

“leva-se um tempo para que endpoints adotem a tecnologia. isso aconteceu

de forma

mais

massificada em 2022 e 2023.”

flavio Povoa

Gerente de Engenharia de Sistemas para o Brasil da HPE Aruba Networking

Brasil da HPE Aruba Networking, a demanda tem crescido muito, principalmente, no último ano. “Leva-se um tempo para que endpoints adotem a tecnologia. Isso aconteceu de forma mais massificada em 2022 e 2023, o que foi um drive para que vários clientes buscassem o Wi-Fi 6E”, diz.

Flavio Povoa avalia de forma bastante positiva o mercado e diz ter acompanhado um volume expressivo de vendas de equipamentos com Wi-Fi 6E. “Não posso dar números, mas o Wi-Fi 6 já passou o 5 há bastante tempo e estamos vendo que o 6E, em alguns meses, pode equilibrar com o 6”, detalha.

Para o especialista, faz sentido para as empresas prepararem a infraestrutura para a nova tecnologia, até vislumbrando uma ampla onda de lançamentos de dispositivos, como óculos de realidade virtual que rodam em altíssima velocidade, o que pode forçar atualização das infraestruturas. “Os equipamentos vão precisar de capacidade maior de rede”, sentencia Povoa. •

A quantidade de espectro de 1.200 megahertz que a Anatel destinou para o uso não licenciado na frequência de 6 GHz faz toda a diferença. Isso porque os dispositivos Wi-Fi 6E poderão funcionar em 14 canais de 80 MHz adicionais e mais sete canais de 160 MHz.

Malko Saez, especialista em Venda de Produtos de Rede Enterprise da Cisco, explica que isso permite trabalhar com uma largura de canais maiores e sem que um accesspoint interfira no outro. “No Wi-Fi 6, conseguimos subir para canal de 40 megahertz e, com o Wi-Fi 6E, chegamos a 80 megahertz. Antes do Wi-Fi 6, eram 20 megahertz, até porque, na faixa de 2,4 Ghz, tinha largura de 80 megahertz. Quanto maior o canal, maiores a velocidade e o throughput”, explica Saez.

Flavio Povoa, gerente de Engenharia de Sistemas para o Brasil da HPE Aruba Networking, recorda que o Wi-Fi 6 foi lançado há bastante tempo, sendo revolucionário em relação à tecnologia de rede sem fio existente à época por incorporar conceitos que eram desejados, como múltiplo acessos. “Isso foi em 2019, mas a tecnologia continuava trabalhando nos espectros que havia – 2,4 GHz e 5,8 GHz – e, com a popularização e uso mais extensivo de equipamentos que precisam de mais largura de banda, o mercado viu possibilidade de expandir para Wi-Fi 6E”, detalha Povoa.

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conexão

Fusões e aquisições: um mercado em alta em todos os setores

eM 2024, já há registro de 85 operações de fusões e aquisições (M&A) em todos os setores no Brasil, mesmo número registrado em janeiro do ano passado, segundo o relatório mensal de fusões e aquisições da PwC Brasil. Mas, diferentemente do que foi visto em 2023, características de mercado já revelam uma tendência de crescimento para os próximos meses.

O sócio da PwC Brasil Leonardo Dell’Oso avalia que o mercado de M&A tende a retomar a rota de crescimento em 2024. “O ano começa com interesse maior do investidor por compra de controle societário ao invés de compra de participação minoritária, com 54% das operações do período, contra 47% no mesmo período do ano passado. Este comportamento pode demonstrar uma visão de mais longo prazo dos investidores”, defende.

Os números de operações por tipo de comprador – estratégico ou financeiro – também podem indicar possibilidades. Tendo em vista a média das operações de 2023 em relação a janeiro de 2024, a consultoria destaca uma tendência de retomada dos investimentos pelos fundos de private equity e bancos de investimentos (investidores financeiros), cujo volume de transações cresceu 19% •

Gov.br: mais de 150 milhões de usuários

a PáGiNa de login do Gov.br, o Acesso Gov.br, é a mais acessada do mundo na categoria governo, divulgou o Serpro, citando como referência o site Similarweb, que é especializado no tema e analisa os portais mais acessados em diversas categorias. Atualmente, o Gov.br é utilizado por mais de 150 milhões de brasileiros e possibilita o acesso a mais de 4.200 serviços digitais.

Em nota à imprensa, o presidente da empresa pública, Alexandre Amorim, disse que são mais de dois mil sistemas integrados funcionando em cerca de 500 servidores, que registram 4 mil acessos por segundo ao portal Gov.br. A infraestrutura é provida pelo Serpro. Segundo Amorim, os serviços mais utilizados são a Carteira de Trabalho Digital, o Centro Virtual de Atendimento da Receita Federal (ECAC) e o Meu INSS.

Entre os serviços disponíveis na plataforma estão a prova de vida, aberturas de empresas, Meu SUS Digital, ENEM, Fies, Sougov (exclusivo para servidores públicos federais) e eSocial. Na plataforma, que é operada pelo Serpro, é possível também pesquisar os serviços digitais por perfil, como agricultor, turista, aposentado, empreendedor e motorista. •

Mudanças na lei de incentivos a startups

a CoMiSSão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal aprovou o projeto de lei complementar (PLP) 252/2023, que cria um novo modelo de investimento para incentivar o crescimento de startups. O texto vai ao plenário do Senado em regime de urgência.

O projeto aprovado na CAE altera o Marco Legal das Startups (Lei Complementar 182, de 2021) para criar o Contrato de Investimento Conversível em Capital Social (CICC). O objetivo é que valores

investidos em startups sejam futuramente convertidos em participação acionária.

O CICC é inspirado no Simple Agreement for Future Equity (Safe). De acordo com o PLP 252/2023, até serem efetivamente convertidos em participação societária, os valores investidos não integram o capital social da startup. Com isso, o investidor fica livre de riscos operacionais, como dívidas trabalhistas e tributárias. A tributação dos investimentos ocorreria apenas após a eventual venda da participação societária. •

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2024
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Banco Central: tokenização, IA e criptoativos são prioridades

o BaNCo CeNTRaL apresentou a lista de prioridades da área de regulação para 2024 (https://www.bcb. gov.br/content/estabilidadefinanceira/regulacao_ prudencial_docs/Lista-de-Prioridades-da-Diretoriade-Regulacao-2024.pdf), que ao todo tem 21 ações em quatro grandes temas. A mais extensa é a agenda de inovação, que inclui open finance, criptoativos, banking-as-a-service, tokenização, inteligência artificial e duplicata eletrônica.

Essa agenda inclui estabelecer como os criptoativos podem ser usados para transferência de recursos, tratar da relação de parcerias entre instituições financeiras e não-financeiras para a oferta de produtos e serviços financeiros, estudar riscos e impactos do uso de IA pelas instituições financeiras, por exemplo.

No caso das parcerias e serviços financeiros prestados por empresas digitais não financeiras, a autoridade monetária vê necessidade de “conhecer melhor, identificar e prestar regulamentação para especificar os limites e também as interações entre entes regulados e prestadores de serviços para o sistema financeiro”. A autoridade monetária revela ainda que estuda a melhor forma regulatória e todos os aspectos jurídicos que envolveriam essa nova relação de prestação de serviços •

IA e Machine learning em alta

uM LeVaNTaMeNTo global realizado pela Associação de Investigadores de Fraudes Certificados (ACFE, na sigla em inglês) e o SAS revelou grande entusiasmo com a inteligência artificial generativa (GenAI, na sigla em inglês). Há muito interesse em inteligência artificial (IA) e machine learning (ML).

Hoje, de um em cada cinco profissionais antifraude (18%) conta com IA/ML entre suas ferramentas de combate à fraude. Outros 32% planejam iimplementá-las nos próximos dois anos – um pico desde o início do estudo. Na América Latina, esse percentual é ainda maior: 46%. Nesse ritmo, o uso de IA/ML em programas antifraude praticamente triplicará até o fim do próximo ano. •

Redes Wi-Fi para escolas conectadas

a eNTidade Administradora da Conectividade de Escolas (Eace) está selecionando fornecedores para as fases 2 e 3 do projeto de Conectividade nas Escolas. Os fornecedores selecionados implementarão infraestrutura nas escolas dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Maranhão, Pará e Roraima. O projeto é conduzido pelo Grupo de Acompanhamento do Custeio a Projetos de Conectividade de Escolas (Gape).

O serviço contratado será o de fornecimento, implantação e serviços de Rede Externa, Rede Interna (Wi-Fi)

e Sistemas Fotovoltaicos Off Grid . As empresas interessadas devem acessar mais informações na página da Evolução do Projeto e tiveram até 11 de março para o envio dos dados para cadastramento. A Eace receberá propostas até 4 de abril e a contratação ocorrerá de 03/06 a 28/06 . •

Mais informações em https://www.gov.br/ anatel/pt-br/composicao/ grupos-de-trabalho/gape/ evolucao-do-projeto

Municípios selecionados

região norte:

Pau D’Arco – PA Espigão do Oeste – RO

região norDeste: Baía da Traição – PB Santa Luzia do Itanhy – SE região centro-oeste: Gaúcha do Norte – MT Cavalcante – GO

região suDeste:

Berilo – MG

Silva Jardim – RJ

região sul: Entre Rios – SC Coronel Domingos Soares – PR

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opinião

Télcio Cardoso

C to, CP o e DP o na m K s olutions. formado em Ciências da Computação, tem m BA em Administração e Gestão de Negócios.

DeSaFioS e oporTuniDaDeS no mercaDo

De iSpS: eSTraTéGiaS para a excelência

investimento em infraestrutura, diversificação de serviços e foco no cliente são os principais pilares do sucesso.

o MeRCado de provedores de internet é notoriamente dinâmico e altamente competitivo, exigindo uma abordagem estratégica e inovadora por parte das empresas, no intuito de sobreviver e prosperar dentro de um ambiente em constante evolução.

Manter a competitividade requer um compromisso contínuo com a inovação e a excelência operacional. A adaptação é a chave para o sucesso, e isso inclui estar atento às tendências tecnológicas, às necessidades dos clientes e às mudanças regulatórias.

Investimento em infraestrutura de qualidade

Para prosperar no mercado de provedores de internet, é imperativo investir em infraestrutura de alta qualidade. A expansão das redes de fibra óptica, a constante atualização de equipamentos e a melhoria contínua na qualidade do serviço são aspectos cruciais para se manter competitivo. Provedores bem estruturados com sistemas de gestão eficazes são mais competitivos e conseguem assim oferecer mais valor sem reduzir margens.

oferta de serviços diversificados e integrados

Para fortalecer ainda mais sua competitividade, os provedores podem explorar a diversificação dos serviços oferecidos. Além da conexão à internet, provedores podem explorar serviços como streaming de vídeo, telefonia IP, segurança digital e soluções de Internet das Coisas (IoT). Essa abordagem não apenas aumenta a receita, mas tam-

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fevereiro-abril

bém torna a empresa mais atraente para os consumidores, que buscam soluções completas em um único pacote.

foco na excelência como ponte para experiência do cliente

A satisfação do cliente desempenha um papel crucial na retenção e conquista de novos clientes, tornando o foco na excelência do atendimento ao cliente uma estratégia vital. Provedores de internet que investem em um atendimento eficaz, resolvendo problemas prontamente e oferecendo suporte técnico de alta qualidade, têm uma vantagem competitiva significativa. Além disso, a transparência nas políticas de preços e contratos é essencial para ganhar a confiança do consumidor e manter uma posição competitiva sólida.

O mercado de ISPs está intrinsecamente ligado à evolução tecnológica. Para manter uma posição competitiva sólida, é fundamental estar atento às últimas tendências, como a implantação de redes 5G, a expansão da Internet das Coisas (IoT) e a crescente demanda por segurança cibernética. Investir em pesquisa e desenvolvimento, bem como em parcerias estratégicas, não apenas mantém a empresa na vanguarda das inovações, como também fortalece sua competitividade.

Agilidade nas respostas às mudanças

A capacidade de resposta rápida às mudanças do mercado e às necessidades dos clientes é um diferencial crucial. A flexibilidade e a agilidade nas tomadas de decisão permitem que os provedores ajustem suas estratégias e serviços de acordo com as demandas do momento. Seja na oferta de planos sob medida, na expansão para novas regiões ou na adaptação a regulamentações governamentais, a agilidade é um trunfo que possibilita uma rápida reação às circunstâncias e adversidades. •

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Divulgação
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