T1849 - Revista de Seguros - out/nov/dez de 2009_2009

Page 1

REVISTA»'SEGUROS

ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO DO MERCADO SEGURADOR ANO 88 N°871 OUTUBRO/NOVÈMBRO/DEZEMBRO DE 2009 ,O MINISTRO DO MEIO AMBIENTE,CARLOS MINO,FALA SOBRE PRIVADA FOI UM GRANDE AVANÇO E MAIS:

QUER SE DESTACAR EM UM MERCADO

CHEIO DE OPORTUNIDADES?

FAÇA A GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO COM ÊNFASE EM SEGUROS E PREVIDÊNCIA.

SUMÁRIÒ 8 12 14

ENTREVISTA

O ministro Carlos Mine fala sobre a redução do desmatamento da Amazônia e outras ações coordenadas em proldo desenvolvimentosusfentdve/

Protocolo do Seguro Verde, assinado entre entidades do mercado eMMA, ratifica preocupação do setor com questões ambientais

ECíMlMIA4MACBDt

A economia brasileira deu mostras de maturidade e voltou a crescer. Superados osproblemas, aexpansãodo PIB em 2010 deve serde 596

Fr.nNf)iviiA (MICBQI

Estudo da CNSegprevê desempenhopositivopara todosossegmentosdomercado segurador, que será um pilardocrescimento doPaís

17

18 22 24

CAPITALIZACAO

Eventopromovidopela FGV, com patrocínio da FenaCap, revela que o setor quercrescer mais do que os índices observados nesta década

SEGURO GARANT

Brasildesbanca países como México, Colômbia eArgentina e assume liderança dosetorna América Latina

TRÂNSITO

Governo e entidades civis lançam campanhas educativas para reduziro número de mortes nas ruas e estradas brasileiras

34 SAÚDE

Na buscaporsoluções milagrosas, doentessão alvos de falsas promessas de cura, quesobrecarregam o sistema de saúde

ELEIÇÕES

As novas diretorias das quatro federações associadas à CNSeg foram eleitas em dezembro e tomam posse em fevereiro

E MAIS... 4 - AO LEITOR « 16 - ARTIGO ECONOMIA • 30 - TI

40 - BIBLIOTECA • 41 - FUNENSEG ' 42 - OPINIÃO

36

CONFRATERNIZAÇÃO

Líderes do mercado participam do almoço de confraternização eprestam homenagem especial ao superintendente da Susep

39 - ARTIGO RC

6CNSeg

So N.clonal ^ C.p,,«.çlo

Venha poro o Escola Nacional de Seguros. São apenas 50 alunos por semestre se especializando em um setor cheio de oportunidades. E você aprende com professores qualificados em uma instituição que há 38 anos forma os melhores profissionais. Garanta sua vaga aqui. Porque a do mercado,já está praticamente garantida.

Vestibular 2010 - Prova: 17/01

RJ - R. Senador Dantas, 74 - 2° andar - Centro

SP - Av. Paulista, 2.421 -1° andar - Consolação

08000 25 3322|www.funenseg.org,br

PRESIDENTE:

João Elísio Ferraz de Campos

VICE-PRESIDENTES:

Antonio Cássio dos Santos, Geraldo Rocha

Mello, JaymeBraâlGarfinkel, Nlllon Mollna, Osv^do do Nascimento, PatrickAntonio Claude de Larragolti iJicas e

Ricardo José da Costa Flores

DIRETORES:

Antonio Trindade, Federico Baroglio, João Francisco Borges da Costa, Mário José Gonags

Petrelll, Múclo Novaes de Albuquerque Cavalcanti, Paulo Miguel MarraccJnl e Pedro Pereira de Freitas

CONSEUiO FISCAL

Efetivos:

Haydewaido Rotrerlo Ctramberiain da Costa, Ijênlo Pereira dos Santos e LúcioAntonio Marques

Suplentes: José Fõmando Romano FumS, José Maria

Souza Teixeira Costa Luiz Sadao Shlbutani

CONSELHO SUPBtIOR

PRESIDENTE; João Eiislo Ferraz de Campos

Membros: Acacio Rosa de Queiroz Rlho, Altwrto Oswaido ContinenUno deAraújo, Antonio Cás^ dos Santos, Caríos dos Santos, Eduardo Bapdsta Vianna,FedericoBarogilo, Francisco cáiuby Vidiga), Jayme Brasil Gariinkei, João Gilberte Possiede, Jorge Estácio da Silva, Jorge Hilário GouvèaVieira, José Américo Peón de Sé, José Gasiro Araújo Rudge, José Roberto Marmo Loureiro, Lxiis Emílio Maurette, Manuel Seb^ão Soares Povoas, Mário José Gonzaga Petrelll, Miguel Junqueira Pereira, Nlllon Molína, Osvaldo do Nascimento, Patrick Antonio Claude de Larragohí Lucas, Pedro Pereira de Freitas, Pedro Purm Júnior, Ricardo José da Costa Flores o Ttiierry Marc Ciaude

Claudon

Consetlto de representantes: Antonio Tavares da Câmara, João Gilberto Possiede, loiciano Macedo de Lima, Luiz Tavares Pereira Rlho, Mauro César Badeta, Miguel Junqueira Pereira, Mútío Novaes do Albuquerque Cavalcanti, Paulo LQckmann

revista DE SEGUROS

PlBLiCAÇÃOINTEGRANTE

DOCONVBíD DEIMPRENSADO MERCOSUL-COPREME. BnconjuntocomSKBWíSciViço

ELPflODUCTORIPuhliraÇ^''® pssocbçáodeAgenteseProdutoresde

Seguros e de de Sâo Paulo)

GONSONOBirrORIAL

fc^^nha,GeraldoBolda,Hélio

Portrcarrero de Castro, Luiz Peregrino FernandesViekada Cunha, Neivai RodriguesFreitas, Stíange Beatriz Palheiro Mendes

E(ltor.dnfe: AngelaCunha(MTtVR)12.555)

Coordenação EdHortal; .\1ATEXT0AG.DECOMUNICAÇÃO watertoevHtexto.com.br 21 -2262.5215

Jornalista Responsável:

Vania Mezzonato- MTB14.850

Assistente de proAiçio; Marcelo MezzonalD

CcRaboradores: Denise Bueno, ftmandaGood, Fernanda Thurier, Francisco Luiz Noel, Jônia Schmaedecke, Larlssa Morais, SílniaAraripOiVagner

Ricardo e Victor Abramo

Rosane Bekieniian

Projeto Gráfico: JoAcs/MozartAcs

OTP:M0RE-Ai

Sodal-CNSeg Adriana BeltiBO, Cbudia Mara e Vagner Ricardo. Rua Senador Dantas, 74/12° andar, (^ntm •RiodeJaneitu.RJCEP 20031-201

Telex; (021) 34505-DFNES

Fax; (21) 2510.7639-

Tal. (21) 2510.7777

wv*w.vivers^uro.Ofg.br

E-m^l: cnse9ecnseg.0rg.br

EscritórioniSeg/BrêsfllsSCIfOuadralySloco C -Ed. BrasSaTladeCenter-3^1607

Gráfica: Walprinl

DistifiHdçio: Serviços Gerals/CNSeg

FterioAMade: Trimestral

GIr As mau

RBMQAOECORRESPONDâfCIA: Fotografia; OanieiaMeiteies,FemandoGofçtfvase

Aautores. As fTiatérias publicadas nesta edifão podem serreproduzidasse Identiecada a (otíle. amvw Distribuição Gratutta AdociX

■T. "."71 &
■nnnuntiaRS
3 üultiOro Novetnhro Dezumbro .''009 - Revisto de Seguros ir-H/i

DESTAQUE

No caminho da sustentabiíldade

"A AMAZÔNIA É A MAIOR RIQUEZA DO PAÍS"

2009foi

um ano de muitos desafios e conquistas. Posso afirmar

que entre os avanços mais significativos está a assinatura, em setembro, do "Protocolo do Seguro Verde". O documento, assinado em conjunto com o Meio Ambiente, representa um passo decisivo do mercado segurador em direção ao seu ali nhamento com o modelo de desenvolvimento sustentável.

O compromisso assumido com o Governo e a sociedade brasileira coloca o nos so setor no front da preservação ambiental. O documento tem como base as dire trizes que vão funcionar como mecanismo de defesa contra agentes que desres peitam o meio ambiente. Entre elas, está a de elevar o preço do seguro para empre sas que poluem ou desmatam. Na opinião do ministro Carlos Mine, do Meio Ambiente, o protocolo tem "um poder de ação maior do que a ação de mil fiscais".

Outra conquista foi a reação positiva da economia e, na seqüência, do setor de seguros, previdência privada e capitalização, à crise econômica internacional. E isso foi conseguido graças aos fundamentos sólidos que regem a economia e a atividade seguradora no País.

A previsão de crescimento positivo para ambos os segmentos, neste e no pró ximo ano, nos dá a certeza de que a regulamentação e o comportamento técnico e operacional do mercado estão no caminho certo, cabendo a cada um o esforço de melhorar ainda mais essas condições.

Esta edição volta a abordar o tema mortes no trânsito que, cada vez mais, vem mobilizando o Governo e a sociedade civil em ações de combate e prevenção. Entre outros assuntos aqui tratados, estão seguro garantia, produtos de capitaliza ção e prática médica.

Boa leitura e um ano novo de muito trabalho e realizações!•

Projeto "Tô Seguro"

Z> A CNSeg e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) assinaram, em dezembro, acordo para a Implantação do Projeto Educação do Consumidor de MIcrosseguro, "To Seguro", voltado para a população de baixa renda. A primeira comunidade a participar do projeto será o morro Dona Marta, em Botafogo, no Rio de Janeiro. Cerca de 70% dos habitantes (6.300 pessoas) serão beneficiados.

•Cerimônia de assinatura reuniu, entre outros, os representantes da CNSeg,João Eiisio Ferraz de Campos e Maria Efena Bidino (centroj',e do lETS, Manoel Thedim (E)e Daniel Souza(D)

Aos 58 anos,menos de um ano à frente do Ministério do Meio Ambiente,Carlos Mine Baumfeld comemora recentes resultados, como a redução do desmatamento da Amazônia,a repressão dos Infratores,as ações coordenadas com setores econômicos em prol de um desenvolvimento sustentável e o protagonismo nas questões climáticas-e fala da recente assinatura do Protocolo Verde com a CNSeg e o Sindicato das Seguradoras do RJ/ES

O projeto tem entre seus objetivos gerar conhecimento sobre o seguro como uma ferramenta eficiente para reduzir a vulnerabilidade de milhões de famílias em relação a eventos seguráveis. A sua implantação começa em janeiro, com apoio do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (lETS). "A participação das seguradoras nesse processo é fundamental", ressalta o presidente da CNSeg, João Elislo Ferraz de Campos. Aguarde, na próxima edição, reportagem completa sobre o assunto.•

bem cortados e coloridos ^o aoenas a parte mais visível do ministro do Meio Ambiente(MMA), Carlos Mine. Quem conhece a trajetória de anos derte militante incansável em defesa do meio ambiente sabe que ele não se tornou mm^tro apenas por diletantismo. Nem precisava. Tem se dLacado desde a militância política, ainda jovem - foi exilado com apenas 18 anos acumula seis mandatos consecutivos como deputado estadual e traçou uma trajetória que o levou até a ocupar a pasta de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro. Economista, com dou torado em Economia do Desenvolvimento pela Universidade de Sorbonne (França), Carlos Mine é um defensor intransigente das causas justas e éticas em prol da sobrevivência do planeta. Para quem não sabe, o seguro está no DNA de

Carlos Mine, casado e pai de dois filhos. Como atuante corretor do mercado de seguros, seu pai o inspirou não só a acompanhar o tema de per to, como também,sempre que possível, a contri buir com a causa. Em setembro de 2009, acom panhou a assinatura do Protocolo de Intenções para a promoção de diversas ações ambientais entre a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saú de Suplementar e Capitalização (CNSeg), o Sindi cado das Seguradoras do Rio de Janeiro e Esphito Santo e o MMA."Conseguimos mostrar que cláusulas ambientais são um avanço para os dois lados. O mercado de seguros cria um mecanismo capaz de contribuir decisivamente para a preser vação ambiental e isso é lucrativo para as segu radoras", afirmou. Veja os principais trechos de sua entrevista exclusiva à Revista de Seguros.•

AO LEITOR Fotos: Arquivo
ENTREVISTA I CARLOS MINO
SÔNIA Araripe
4
Outubro - Novembro - Dezembro ?.00'J - Revista de Seguros
5
Ortíii/pio Novembro Dezembia Revista de Seguros

Revista de Seguros - Como o senhor analisa o cenário ambiental no País hoje? Quais são as ações do governo, as metas, os principais problemas e desaãos?

Ministro Carlos Mine - Creio que podemos falar em cenários, no plural. O primeiro é o da questão ambiental dentro do Governo, em que os avanços são notáveis. Em um ano e oito meses à frente do Ministério, tivemos várias conquistas. A de maior repercussão foi o menor desmatamento da Amazônia dos últimos 21 anos. É um trabalho que vem desde a Marina Silva, e que demos continuidade. Não somos mais o 'primo pobre' da Esplanada. O Meio Ambiente é hoje ouvido em diversas instâncias governamentais. Esta conquista levou anos e hoje não somos mais os últimos a ser consultados.

O Meio Ambiente compete na pauta das principais questões, até com a Economia, a Agricultura e outras pastas. A discussão em tomo de questões como as mudanças globais, a Amazônia e o Cerrado ganharam espaço na mídia, chegaram à rua, e estão na boca do povo. Antes éramos rotulados de "ecochatos"e a questão agora é encarada como fundamental para a sobrevivência do planeta.

Os avanços são consideráveis. Políticas de preservação da Amazônia estão dando certo e, no ano que vem, estaremos monitorando por satélite todos os biomas, do Pampa ao Cerrado, da Amazônia ao Pantanal, da Caatinga à Mata Atlântica. É um cenário que vem mudando para melhor e tendo o reconhecimento do mundo inteiro. O Brasil é ponta de lança nas questões ambientais no mundo todo. Alguns países que estiveram recentemente na C0P-I5, em Copenhague,já reconhecem nosso protagonismo.

Quaisforam os principais avanços desta ação do Governo brasileto nos últimos anos?

C Conseguimos a maior marca na redução do desmatamento graças às ações de combate aos crimes ambientais, perseguindo implacavelmente os desmatadores. Estamos retirando o gado ptata das unidades de conservação, confiscando madeira, autuando, multando e processando quem insiste na degradação. De 2008 para 2009, o desmatamento caiu mais de 45%. São números

muito positivos, mas ainda não dá para comemorarmos. O presidente Lula levou para Copenhague uma meta de reduzir em 80% as taxas de desmatamento até 2020, com relação a 1995. Já deixamos de emitir 2,5 bilhões de toneladas de C02 por desmatamento e degradação nos últimos cinco anos e vamos chegar a 2020 com uma redução estimada em 39%, o que não é pouco. Vamos reduzir as emissões não só na Amazônia, como também no Cerrado, que já perdeu mais de 48% de sua cobertura vegetal nativa. Vamos promover e incentivar as reduções de emissões de C02 no setor produtivo, indústria, geração de energia, agropecuária. São metas ousadas que defendemos e temos o apoio do governo e da sociedade para levarmos a cabo.

Épossível acreditar em desenvolvimento sustentável? Mesmo com pecuaristas desmatando a Amazônia?

O Dados do Pnuma - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - demonstram que os investimentos mundiais em energia limpa e preservação ambiental estão aumentando no mundo todo. O desenvolvimento sustentável já está na cabeça das pessoas, nas políticas de vários governos. E nem é por que alguns acreditam, mas por que necessitam. Não há mais espaço no mundo para o desenvolvimento ao custo da degradação. É perda de tempo e principalmente de dinheiro. Q.uando o agricultor faz uma queimada, um corte raso de uma floresta, ele colhe uma boa safra uma vez, duas no máximo, e abandona a terra arrasada ou precisa de uma fortuna para recuperá-la. Com tecnologias sustentáveis, como o plantio

direto, a agrofloresta, ele vai ter colheita e terra por muito mais tempo. Ou seja, não vai precisar desmaiar novas áreas, terá melhor produtividade e muito mais lucro. Isso é exemplo em várias áreas, como no manejo sustentável da floresta, onde dá para tirar madeira e ao mesmo tempo permitir a reconstituição da cobertura florestal.

O caminho é punir ou conscientizar, ou ambos? O trabalho do MMA neste sentido é suficiente?

^ Não dá para abrir mão das medidas de repressão, pois sempre haverá alguém cortando árvores. Ainda temos que aprimorar nosso sistema de controle sobre o desmatamento, mas não é só isso. Sem oferecer financiamento, assistência técnica, novas tecnologias para que aqueles que vivem dos recursos da floresta possam retirar dela o seu sustento e ao mesmo tempo mantê-la em pé, nossos avanços não se sustentam. Hoje são 24 milhões de pessoas vivendo nos pequenos municípios e nas grandes cidades instaladas no Bioma Amazônia. Nosso maior desafio é mudar a maneira como essas pessoas exploram a Floresta. O modelo econômico atual e predatório. Temos que mudar isso e rápi o. Temos que pagar aqueles que preservam a floresta, pois essas pessoas prestam um serviço para todas as demais que vivem no mun o.

A Amazônia é um tesouro na visão global Mas como deve ser vista, na sua opimao. E os outros biomas brasileiros, não e ao sendo esquecidos?

O A Amazônia é, de longe, o maior patrimônio verde que o Brasil tem. a maior riqueza do País. o mundo sabe disso e sabe que precisa da Amazônia. Ela e fundamental no equilíbrio climático do planeta e vai necessitar de muito investimento para ser mantida. Já foram derrubados 17% da floresta, o que é muito. E quando a floresta morre, o rio morre, a terra morre. E grave, muito grave. Não é porque reduzimos drasticamente o desmatamento que devemos afrouxar o cuidado com o bioma. A mais rica biodiversidade do mundo depende do que estamos fazendo e do que vamos fazer. Perdemos muito, também, nos demais

biomas. O Cerrado, por exemplo,já perdeu 48% de sua cobertura, e hoje sabemos que quanto mais fechamos o cerco contra a degradação da Amazônia, mais a atividade econômica se desloca para esse bioma. Vamos monitorá-lo, criamos o PFCerrado, que vai combater as queimadas e a transformação do bioma em carvão. Vamos vigiar também o Pampa, impedir o avanço do agronegócio sobre o Pantanal. Temos muitos desafios em muitos biomas.

Sobre o recente Seguro Verde: quá a importância do Protocolo assinado entre a CNSeg, o Sindicato das Seguradoras RJ/ES e o MÁíA em setembro?

O A preservação ambiental não é só tarefa de governos, ou de meia dúzia de ONGs, temos que ter o apoio de setores importantes da economia. Foi com isso em mente que abrimos o diálogo com o setor de seguros. Conseguimos mostrar que cláusulas ambientais são um avanço para os dois lados. O mercado cria um mecanismo capaz de contribuir decisivamente para a preservação ambiental e isso é lucrativo para as seguradoras.

Como um interlocutor que conhece de perto a realidade do mercado de seguros, que avanços o senhor acredita que ainda serão possíveis pela tente em termos de parceria do mercado e do MMA?

^ Assinamos um protocolo, agora, um dos primeiros grandes desafios é tomar o que foi acordado uma realidade no mercado. A adesão do maior número de seguradoras gerará o efeito multiplicador necessário ao êxito da medida. A parceria entre o setor de seguros e o meio ambiente, plenamente implementada, representará um avanço considerável. Grandes negócios, empreendimentos que impactam o meio ambiente, terão que rever seus investimentos para assimilar custos ambientais inevitáveis à preservação, o que não afeta a lógica econômica dos grandes e pequenos negócios. O seguro dá garantia e credibilidade a qualquer empreendimento. Quando o documento assinado se tomar efetivo, teremos ampliado o sistema de prevenção contra danos ambientais. •

"O desenvol vimento sustentável já está na cabeça das pessoas, nas políticas de vários governos. Enãoé apenas por que alguns acreditam, mas por que necessitam"

ENTREVISTA
"Não somos mais o'primo pobre'da Esplanada.
O Meio Ambiente hoje é ouvido em diversas instâncias governamentais. Esta conquista levou anos e hoje não somos mais os últimos a ser consultados"
6 Outubío - Novembro Dererobro 2009 ■ Revista de Seguros ■'■ ■li' 7 Ooiubro -Novvn^ivo iX-rembio BeWífadeSejuros

CNSeg, Sindicato das Seguradoras do RJ/ES e Miifi^

SÔNIA ARARIPE

Oqueparaosmaiscéticospoderiapare

cer apenas modismo ou discurso ganhou grau de urgência. A preocupa ção socioambiental hoje é, sem dúvida, parte não só da vida de todos, mas também do mun do dos negócios. E o mercado segurador, sem pre atento à preservação de vidas e patrimô nios, tomou a dianteira neste processo. No fim de setembro de 2009, foi assinado o Protocolo do Seguro Verde entre a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitali zação (CNSeg), Sindicato das Seguradoras do Rio de Janeiro e do Espírito Santo e o Ministé rio do Meio Ambiente, colocando as segurado ras no front da preservação ambiental. Na oca sião, o Ministro do Meio Ambiente, Carlos Mine, classificou o protocolo como "um instru mento mais poderoso que a ação de mil fiscais" ou as operações de repressão realizadas pelo Ibama, em conjunto com a Polícia Federal.

O presidente da CNSeg, João Elisio Fer raz de Campos, destacou que o protocolo tor na-se uma diretriz para o segmento e ratifica a preocupação com o meio ambiente. Para isso, estão sendo promovidos estudos para fornecer subsídios ao mercado para uma subscrição adequada ao risco. A adesão ao seguro verde será voluntária, mas a expectativa do presiden te da Confederação é de que não haja segura dora disposta a destoar de uma política de subscrição de risco mais conservadora e caute losa. E complementou:

"O recado é claro: as seguradoras estão cada vez mais alinhadas com os anseios da sociedade na questão ambiental. O que pode mos imaginar é que as seguradoras vão adotar prêmios diferenciados: ou seja, empresas com prometidas com política socioambiental ieverão receber descontos nas tarifas; e as omissas

nesse campo terão os prêmios agravados. E em caso extremo, há a possibilidade de a segurado ra recusar o risco", explicou João Elisio.

Aliás, não vem de hoje o engajamento do mercado seguradornadefesado planeta: o pro tocolo reforça o trabalho sério que várias segu radoras já fazem há anos em defesa do meio ambiente, preocupadas com a responsabilidade socioambiental. O Balanço Social do Mercado Segurador 2008, publicado pela CNSeg, traz um resumo dos trabalhos sociais e ambientais desenvolvidas pelas empresas do setor. Como, por exemplo, os convênios mantidos pelos Sin dicatos das Seguradoras do RJ/ES e do Norte/Nordeste com Organizações Não Gover namentais (ONGs) que realizam trabalho na área ambiental: com a Associação de Defenso res da Terra, que atua no Rio de Janeiro e tem o Ministro Mine entre seus fundadores, e o Ins tituto Terra Verde, em Pernambuco.

Muito entusiasmado com o assunto está também Luiz Tavares Pereira Filho, presidente doSindicato de Seguradoras RJ/ES, que partici pou ativamente da formatação do acordo. A proposta, desde a sua apresentação até a forma lização, foi desenvolvida de forma muito natu ral e rápida: a iniciativa partiu do ministro Mine, que acompanha o mercado segurador há anos não só porque o pai militava como corre tor (vide entrevista exclusiva do ministro nesta edição), mas também porque a Associação de Defensores da Terra é parceira há anos do Sin dicato das Seguradoras do RJ/ES.

O ministro nos apresentou o que já está sendo desenvolvido com outros setores da eco nomia e destacou a relevância que teria se o protocolo fosse assinado também com o merca do de seguros", lembrou Luiz Tavares Pereira Filho. Assim, se até então muitas empresas já

<■ '■ - ■.' .-ti SEGURO VERDE
Docu
i-j' ii\i'
4
s
8 Outubro - Novembro ■ Dezembro 2009 -Revista de Seguros 9 Outubro Novembro Dezembro 2009 Revista de Seguros S'

tinham algum parâmetro socioambiental na sua política de subscri ção de risco(em linha com a legis lação ambiental do país), esta análise passa a ser ainda mais criteriosa. Bom para o planeta.

Centros de reciclagem de veículos

•João Elisio Ferraz àe Campos:

"Asseguradoras vão adotar prêmios diferenciados: empresas comprometidas com política socioambierítal deverão receber descontos;e as omissas nesse campo terão os prêmios agravados"

• Luiz Tavares Pereira Filho:

"O modelo de desenvolvimento sustentável não comporta mais empresas que não estejam alinhadas com este objetivo. O mercado tem feito a sua parte e vai,cada vez mais,se engajar neste debate"

Não é difícil entender como irá funcionar na prática. Se uma empresa for poluidora usual ou desmatar, desrespeitan do a lei, o seguro poderá ficar caríssimo, ou até mesmo vir a ser recusado pelas seguradoras. João Elisio lembra que não dá para pre ver agora o impacto sobre os preços dos seguros, no entanto, reforça que será cada vez mais caro para o poluidor. Isso porque, além de preços, exclusões de cobertura e mesmo recusa integral do contra to, as seguradoras, na condição de investidores institucionais, poderão parar de comprar ações e títulos emitidos por empresas que não estejam comprometidas com a preservação ambiental. E bom lembrar que o mercado segurador fechou 2008 com R$ 191 bilhões aplicados em reservas técnicas. E deve encerrar 2009, com R$ 231 bilhões, segundo previsão da CNSeg, baseada em estudo encomendado pela entidade. Como adesão é voluntária, não há como obrigar a sua implementação na prática, mas as lideranças tanto da CNSeg, como do Sindicato das Seguradoras do RJ/ES acreditam que have rá uma excelente adesão ao protocolo. "Recebe mos várias consultas sobre o tema. O interesse tem sido enorme", relata Luiz Tavares Pereira Filho."O modelo de desenvolvimento sustentá vel não comporta mais empresas que não este jam alinhadas com este objetivo maior. O mer cado segurador tem feito a sua parte e vai, cada vez mais, se engajar neste debate", acrescenta.

Oescarle de peças

A questão da reciclagem e do descarte correto das peças e material de automóveis de uma forma geral e dos blindados está inseri da neste contexto. Infelizmente, por diferen tes motivos que envolvem desde legislação até culturais também, o Brasil, recordista no reaproveitamento de latas de alumínio, por exemplo, com um índice de 96%, ficou atra sado em termos de reciclagem de automóveis. De acordo com estimativa do Sindicato do

Comércio Ata

cadista de Sucata Ferrosa e Não-ferrosa (Sindinesfa), somente 1,5% da frota que sai de cir culação vai para reciclagem.

E o que é feito dos materiais tóxicos que são retirados nas oficinas ou ferros-velhos? Sem falar nos milhões de carros que estão enferrujando em delegacias de diferentes esta dos, que poderiam ser reaproveitados. Ali, há até uma questão de saúde pública: as carcaças podem se transformar em focos de proliferação das larvas do mosquito Aedes Aegypt, que transmite a dengue.

Infelizmente, hoje ainda não há controle rigoroso sobre o destino das peças ou dos pro dutos que contaminam especialmente os trata dos em diversas oficinas espalhadas pelo país.

Mas este quadro, se tudo der certo, será em breve alterado. "Criamos o selo verde para ofi cinas que obedecem a toda legislação e proce dimentos corretos que não só respeitem às nor mas, como também tenham todo cuidado com o meio ambiente", explica José Aurélio RamaIho, diretor do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi Brasil). Uma oficina para conseguir esta certificação tem que seguir passo a passo várias determinações envolvendo diferentes partes de processos diários. Como o da pintura do veículo, por exemplo, o descarte correto de substâncias tóxicas ou de vidros.*

S A preocupação aríibiental não pára por aí. Em parceria com o setor privado, centros de_ reciclagem serão criados para fazer toda a separação correta de diferentes peças e Itens dos carros. O primeiro a ser inaugurado será em São Paulo, provavelmente no primeiro semestre de 2010. Um negócio que poderá ser lucrativo para empresários interessados neste novo ramo e que ja é sucesso em outros países, como Espanha e Argentina, por exemplo. Carros segurados e resgatados pela policia, os chamados"salvados, poderão ser reprocessados, digamos assim, de fornia sustentável e com toda a segurança.

"Será uma evolução muito grande. Este centro poderá separar todos os materiais e ver o que pode seguir para reciclagem. E o que precisa ser bem armazenado porque é tóxico", explica Jose Aurélio Ramalho.

Uma peça reaproveitada e reciclada custa cerca de 30% a menos do que uma nova de concessionária. E todos os equipamentos de_ segurança,como freios e direção, nao poderão ser reaproveitados."O objetivo é ter um controle rigoroso de todo o processo em diferentes aspectos, inclusive de segurança para o usuano , destaca José Aurélio Ramalho.

Porém,a questão é muito delicada. Fontes do mercado lembram que existe hoje um yande comércio ilegal de peças em rtf^^nches^uma porta de um veículo desmontado,jwr exemplo, pode ser vendida sem grande co_ntrole uma vez com dxumentaçao legal qi^ P um só cairo. A idela desenvolvida centros é que as peças passem a te . . rigorosos através de um programa da que, pelo registro, idanttficara deje aquela peça,onde foi reparada etc. um "inventário" de todas as Partes do ^rra O processo da reciclagem PO?f . dfferentes etapas: descontamina^o,para^ de todos os fluidos e gases do cam de reutilização, que avaliara quais peças P?de^ ser reutilizadas: e reciclagem, peças que "3°P™ utilizadas e vão para este P'"osssso .^ linha final é que havera todo o de pga a peça,identificando com todos^dad^'^^^alando e estocando. Sempre com o maior

ambiental.Assim,o ciclo completo da reciclagem se fecha."Atualmente, ninguém sabe ao certo onde vão parar os fluidos e material tóxico de oficinas e desmanches",observa o diretor do Cesvi Brasil.

CARROS BUNDADOS

Já no caso dos blindados,o processo é parecido, mas ainda não há convênio para que o material possa ser reciclado. Por exigência legai, todo o material precisa seguir para o Exército.A Federação Nacional das Seguradoras(FenSeg) encomendou ao Cesvi Brasil estudo sobre o descarte de blindados.

O setor ganhou um selo de capacitação técnica; o Cesvi Brasil e a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin) desenvolveram um selo que vai graduar com notas os melhores prestadores de serviços. O consumidor passa a ter, portanto, uma garantia a mais do que está contratando.

Hoje, a cada ano são blindados cerca de 3 mil veículos no Brasil. A insegurança, principalmente nas grandes cidades,fez este segmento se multiplicar rápido: em 1995,eram apenas 388 carros com blindagem no País, saltando para 3.206 veículos,em 2005. No caso de descarte,o que é feito deste material? José Aurélio Ramalho explica que, por lei, tudo fica armazenado aos cuidados do Exército. Mas nada impede que, no futuro,também este material possa vir a ser reciclado.

José Aurélio Ramalho explica que há um iado também Importante de legislação envolvido no tema. Sem incentivos fiscais adequados para a reciclagem, as peças de desmanches podem competir de forma desigual com outras que estão com todos os requisitos ambientais e fiscais em dia."Se houver um incentivo para esta atividade, será possível acreditar que a atividade se transformará em um sólido mercado",opina. O deputado federal Hugo Leal(PSC-RJ), ex-presidente do Detran-RJ,tem projeto de lei neste sentido em tramitação na Câmara Federal, o

«José Aurélio Ramalho:

"Criamos o selo verde para oficinas que obedecem a todo legislação e procedimentos corretos que não só respeitem às normas, como também tenham todo cuidado com o meio ambiente"

CB Arquivo Sind. Seg. RJ/ES cs Arquivo Cesvi Brasil
10 Outubro - Novembro üiv.i-ivhu-. MiO': Revista de Seguros iv. ■'V tfirWiW 11 Outubro - Novembro ■ Derembro 2009 Revista de Seguros 871

O Brasil entra na rota do crescimento

Os economistas atestam que a economia brasileira deu mostras de maturidade ao enfrentar a crise mundial

13 bons prognósticos dos economistas para o

Brasil em 2010 têm sólidos fundamentos. Na base das projeções está o balanço da sur preendente capacidade de resistência do País em meio à tempestade global desatada em setembro de 2008, nos Estados Unidos, pela quebra do banco Lehman Brothers. Diferenças de pontos de vista à parte, economistas de distintas correntes se põem de acor do num ponto: a economia brasileira deu mostras de maturidade e, passado o susto, entrou na rota do crescimento. Problemas e riscos não faltam, mas há meios e modos de superá-los e expandir em 5% o Produto Interno Bruto (PIB) no último ano da década. "Estou convicto de que o Brasil está iniciando um longo ciclo de crescimento econômico.O País tem todas as condições para crescer 5% em 2010",asse gura o economista Ricardo Araújo, professor de Rnanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV), do Rio de Janeiro. O professor de economia da Pontifícia Univer sidade Católica de São Paulo(PUC-SP)Antonio Corrêa de Lacerda também prevê perspectivas alvissareiras e o mesmo avanço do PIB, puxado por fatores como o aquecimento do mercado intemo,a recuperação do nível de emprego, a ampliação da massa salarial e a ampliação do crédito. Outro vento a favor do cresci mento, completa Lacerda, virá da recuperação gra dual do mercado externo, após o refluxo de 2009.

A firmeza anteposta pelo Brasil à crise mundial, ressaltam os economistas, foi sustentada pelas bases firmes que a economia nacional vem cons truindo há década e meia. Entre esses, pilares estão a consolidação da estabilidade monetária, a magni tude 8 a diversificação do parque industrial, a pujan ça do mercada doméstico e a solidez do sistema financeiro."Mesmo influenciado pelo&acontecimen tos nos EUA,o Brasil está cada vez menos vulnerável às crises externas", salienta Ricardo Araújo, indican do como trunfo o expressivo volume de reservas

cambals, da ordem de US$ 200 bilhões. Antonio Corrêa de Lacerda complementa: "um mercado interno robusto faz diferença quando há um desaquecimento global."

Saldo bnnssSiíflfrá!)

Os números comprovam: para um ano de turbu lência financeira e retrocesso na produção e no consu mo globais, o saldo brasileiro foi favorável, animado por desonerações fiscais baixadas pelo Govemo. De 0,12% negativos, no começo do ano, as estimativas para ofechamento do PIB de 2009saltaram para 0,20.

Em outubro,o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou a décima alta consecutiva da atividade industrial, que subiu 2,2% em relação a setembro, embora a média nos dez primeiros meses do ano tenha ficado 10,6 pontos percentuais abaixo do mesmo período de 2008.À frente da recuperação no antepenúltimo mês do ano estiveram a indústria automobilística(11,2%)e os setores de bens de con sumo duráveis e de capital (0,9%).

Com o reaquecimento do mercado interno, 1,16 milhão de empregos foram gerados até outu bro, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego. Das 20 maiores econo mias do mundo,só a brasileira atingiu a marca de um milhão de novas vagas em 2010.A taxa de desempre go, medida pelo IBGE, manteve em outubro a tendência de queda e alcançou o menor patamar desde dezembro - 7,5%, embora a média de janeiro a outubro tenha ficado em 8,3%, acima dos 8,1% do mesmo período de 2008. No quesito rendi mento, a média entre os trabalhado res em outubro foi de R$ 1.349,70, com acréscimo de 3,2% em relação ao mesmo mês no ano anterior.

Oferta de empréstimos

A redução dos juros estimulou o financiamento às empresas e esquentou a oferta de empréstimos voltados ao consumo. Limifâdos antes ao cheque especial e ao cartão de crédito, com juros anuais de até 175% na virada de 2008, quando os bancos fecharam as torneiras, os consu midores passaram a dispor de linhas com custo três a qua tro vezes mias baratas.

A favor da baixa, pesaram a injeção de crédito pratica da pelo Banco do Brasil,imposta em abril pelo Govemo,com a troca de comando da instituição, e o conseqüente acirra mento da concorrência entre bancos e financeiras. Em nome do consumo,o movimento migratório dos correntistas para modalidades de crédito mais baratas tende a prosse guir em 2010.

As expectativas animadoras para o ano que começa não excluem, porém, a vigilância sobre riscos e sinais de incerteza emitidos no centro e na periferia da economia glo bal. Os economistas iniciam o ano com olho vivo na recupe ração do consumo entre os norte-americanos, torcendo para que suba com moderação.Se a retomada das compras for tão intensa a ponto de ensaiar um processo de inflação, o Federal Reserve(FED,o banco central dos EUA)será obri gado a elevar a taxa de juros. "Isso pode atrapalhar o ritmo de crescimento em 2010, pois fará com que os bancos cen trais aumentem também os juros em seus países e tornará mais caro o custo do capital para as empresas em todo o mundo",alerta na FGV o professor Ricardo Araújo.

Desoneração tistal

No plano intemo, advertem os economistas, há amar ras a desfazer para facilitar o curso ao desenvolvimento."O desafio é que a economia brasileira terá que rever todo o aparato regulatório e a política cambial,concebida historica mente para conviver com a escassez, e não com a abun dância de divisas, que é a situação atuai e muito provavel mente futura", afirma Antonio Corrêa de Lacerda.

Para Ricardo Araújo, que não vê volta no câmbio valo rizado, a competitividade dos produtos brasileiros no mer cado global passa pela desoneração fiscal."É preciso que o governo comece a reduzir os encargos trabalhistas e a car ga tributária das empresas exportadoras, com a contrapar tida de que aumentem a eficiência operacional", diz.

Mesmo com o dever de casa a fazer,o Brasil ingressa em 201D com o moral em alta. Os economistas apostam que a entrada de capitais externos vai prosseguir nos próxi mos anos, movida por atrativos como a credibilidade brasi leira perante os investidores globais, as descobertas de petroleo no pré-sal, as oportunidades de Investimentos em outros setores e a realização da Copa do Mundo,em 2014, edas Olimpíadas, em 2016.•

ECONOMIA MAGRO
01
"A economia brasileira terá que reverá política cambial, concebida historicamente para conviver com a escassez
Antônio Lacerda
"Mesmo influenciado pelos acontecimentos nos EUA,o Brasil está cada vez menos vulnerável às crises externas"
12 ' Novembro - Oczcinliin 200v Revista de Seguros rJ
Ricardo Araújo
■niLií-i! Revista de Seguros n-Hv

Seguro será o pilar do crescimento brasileiro

Estudo encomendado pela CNSeg prevê crescimento positivo para todos os segmentos do mercado segurador

Oque esperar de 2010? Cresci

mento. Com apagão ou inun dação, o País vai crescer. E o mercado de seguros é um pilar deste crescimento. "Se o Brasil vai crescer 5%, o mercado de seguros crescerá no mínimo três vezes mais", apos tam, em coro, os principais executi vos das companhias de seguros.

Depois de investir milhões em melhoria de processos e produtos, agora o desafio das seguradoras é oti mizar o aprendizado para preparar o País para ser a quinta maior econo mia do mundo em 2016, como esti mou um recente estudo do Banco Mundial. "A indústria de seguros bra sileira vai pelo menos dobrar de tamanho. O Brasil já decolou. Não há a menor dúvida disso", afirma Rober to Westenberger, líder da área de Seguros da PricewaterhouseCoopers.

"Para não citar os Estados Unidos, veja economias mais semelhantes ao Brasil, como a Itália e o Chile. A par ticipação de seguros no PIB destes países é de pelo menos o dobro do observado no Brasil", compara.

Além deste percurso natural, a indústria de seguro conta ainda com eventos extras, como a Copa em 2014 e as Olimpíadas em 2016. Den tro deste cenário, as seguradoras se preparam para dar sustentabilidade ao crescimento das pessoas e das empresas, desde a oferta de seguros para a população de menor renda até apólices sofisticadas, como as de garantia financeira para reduzir

custos de financia mentos e assegurar a finalização dos proje tos mesmo diante de imprevistos.

Crescimento positivo

2012, com R$ 43 bilhões. Já o segu ro de pessoas avançará de 37,8% para 39,8%, com prêmios de 55,9 bilhões. O VGBL continuará lide rando este segmento, com 24,4% de toda a receita do setor ou 67% do mix de produtos do segmento pes soa, com arrecadação de R$ 37,4 bilhões em 2012.

rique Navarro, do Santander, em sua análise sobre o setor. O Itaú Unibanco é dono da maior carteira de crédi to para veículos no Brasil, que supe ra R$ 50 bilhões, 33% do total. A expectativa dos maiores bancos é que o financiamento cresça entre 10% e 15% no próximo ano.

Riscos financeiros e de automó vel estão nos dois extremos do estudo. Automóvel, maior carteira do setor, com quase a metade do faturamento, é o produto que apresentará o menor índice de crescimento no período ana lisado pelo estudo. Já o seguro de ris cos financeiros, um dos menores no mix, com apenas 2% das vendas totais, é o que apresenta maior per centual de expansão.

Ro

Estudo enco mendado pela CNSeg prevê crescimento positivo para todos os segmentos do setor. A perspectiva é de que o faturamento das seguradoras saia dos R$ 102 bilhões previstos para 2009 e ultrapasse R$ 140 bilhões em 2012sendo seguros com uma fatia de 30,6%; apólices de pessoas e planos de previdência com 46,8%; saúde, com 12%; e capitalização com 10%.

berto

Westenberger:

A indústria de seguros brasileira vai pelo menos dobrar de tamanho. O Brasiljá decolou.

Não há a menor dúvida disso

Uma notícia boa é que estes números têm viés de alta, pois quando foram feitos não considera vam os jogos mundiais. Também optaram pela cautela, projetando evolução do PIB em 5% para 2010 e 2011 e de 4,5% em 2012. Até o fechamento desta edição, as proje ções mais conservadoras das insti tuições financeiras já eram de 5,5% para 2010.

A área de pessoas continua sen do o segmento com mais potencial de crescimento. Segundo o estudo, a participação do ramo de seguros gerais será reduzida dos atuais 32% no mix do setor para 30,6% em

Automóveis em queda

Segundo o estudo, a carteira de automóveis, até pouco tempo atrás a principal do setor em razão da forte demanda pelo produto, verá seu faturamento sair dos R$ 16,5 bilhões em 2009 para quase R$ 20 bilhões em 2012. Analistas de bancos que acompanham a área de seguros ava liam a carteira de veículos com gran de expectativa, uma vez que só 33% da frota de carros do País têm segu ro, diferentemente da Europa, aonde o percen tual médio chega a 85%, principalmente conside rando-se o seguro de responsabilidade civil, ainda pouco comprado no Brasil.

Classes D e E: a melhora na distribuição de renda no País e a subsequente queda na desigualdade estão contribuindo para a área de microsseguros ser o produto da próxima década

Já os seguros financeiros estão na liderança quando o assunto é evolu ção: 37% em 2009; 23% em 2010; 20% em 2011; e 16% em 2012. E mes mo assim, o faturamento ainda será pequeno, de R$ 1,5 bilhão, represen tando 3,6% do total do setor. Neste nicho, estão incluídos os seguros con tratados pelas empresas para preser vá-las de riscos financeiros, como ações movidas por terceiros contra seus executivos por má gestão, erros e omissões ou riscos trabalhistas. Tam bém temos aqui os seguros garantia, de fiança locatícia, entre outros.

"Veremos uma grande disputa neste segmento e uma oferta maior do produto com a parceria firmada entre o Itaú, o maior banco em crédito para veículos, e a Porto Seguro, a maior seguradora de automóvel do País", comenta Hen

O analista do Santander diz em sua análise sobre o setor que as clas ses D e E são os maiores desafios para as companhias. As seguradoras começam a ser olhadas através da expansão das vendas de veículos e dos seguros às Pequenas e Médias Empresas (PME), que chamaram atenção pelo crescimento em 2008. Segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas a melhora na distri buição de renda no País e a subse quente queda na desigualdade estão contribuindo para a área de micros seguros ser o produto da próxima década. A Susep estima que este seg mento pode atender até 100 milhões de brasileiros. E isto nem foi consi derado nas projeções do estudo por que ainda aguarda a regulamentação, prevista para 2010.

"E ainda temos saúde. Dizem que é um mercado saturado. Pode não ter tanto espaço, mas tem o seu nicho. Afinal, o seguro saúde está na lista de desejo da população brasileira, assim com o plano privado de previdência", finaliza o consultor da PCW. #

ECONOMIA MIGRO
14 Oiiiiii>ío Nofefiiljrci - i.if/pivtjrn JOO'.' ■■ fíevfsta de Seguros ítS
cs Reols Rlho
'C
1S Oiihibto Novenihro Revista de Seguros n 8'/'

Taxas dejuros: o que esperar?

Aumento das despesas das seguradoras justifica a preocupação do mercado com a trajetória das taxas de Juros

De2003 aos dias que correm, a receita financeira das seguradoras brasileiras passou de 26% das des pesas comerciais, administrativas e com sinistros, para 16%. Não causa surpresa, portanto, a preocupação do mercado de seguros com a trajetória das taxas de juros.

Numa economia aberta ao exterior, sujeita à arbitragem entre capitais internos e externos, a taxa básica de juros é a soma da taxa externa de juros "livre de risco", do prêmio de risco-país, da expectativa de desvalorização cambial e de um resíduo, ao alcance do Banco Central, relacionado a indica dores dome'sticos, como a inflação. Desses componen tes, o mais importante é o prêmio de risco-país, com uma alta correlação estatísti ca com a taxa de juros.

O risco Brasil é influen ciado pelas agências de rating e reflete a solvência do País. Devido à hiperinflação e aos confiscos de dívidas, o Brasil era visto como uma nação de alto risco, mas hou- ; ve grande mudança desde 2003, quando ficou claro que o Governo tinha aceitado o princípio da responsabilidade fiscal. A redução da dívida líquida do setor público, de 56% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2002, para 39% em 2008, bem como a melhora do seu perfil, ilustram esse processo. O prêmio de risco caiu no mesmo período de 2.000 pontos-base para menos de 200 e não parece provável que vá acelerar no futuro.

O mesmo se pode dizer da expectativa de desvalori zação cambial. Fato e' que o Brasil, mercê do dinamismo de suas exportações, tornou-se um país estruturalmente superavitário em seu balanço de pagamentos. De um pata mar de reservas internacionais de US$ 40 bilhões em 2003 tem hoje mais de US$ 220 bilhões. Nem a crise interna cional fez o País perder reservas.

ELEIÇÕES Federações empossam novas diretorias

A eleição ocorreu no dia 9 de dezembro,na sede da CNSeg,no Rio de Janeiro

de empossar suas novas diretorias para o próximo Mello, assumiu a presidência interinamente, triênio Í2010/20121 em fevereiro. Na FenSeg e As eleições de dezembro foram as primeiras ocorridas nas entidades após a criação do novo modelo institucional que, além da FenSeg, FenaPrevi, FenaSaúde e FenaCap, resultou na criação da CNSeg, na condição de sucessora da

Se o horizonte da taxa interna de juros é tranqüilo em relação a esses dois componentes, o mesmo não se pode dizer dos demais. No médio prazo, não há dúvida que a taxa "livre de risco", ou seja, a taxa dos títulos do Tesouro norte-americano, hoje próxima de zero, irá subir. No curto prazo, a opinião majoritária dos acadê micos e das agências multilaterais parece estar em opo sição com a opinião do mercado financeiro. Enquanto aqueles, em geral, argumentam pela estabilidade dessas taxas até o final de 2010, o mercado aposta em sensível alta já no início do ano.

Outro elemento de incerteza se refere ao componente de política monetária da taxa Selic.

O BCB tem tido sucesso em calibrar esse compo nente na razão inversa ao hiato do PIB, ou seja, a diferença entre o PIB observado e o PIB poten cial. Na medida em que a economia brasileira se recupera a uma velocida de acima do previsto, aproximando-se do PIB potencial, é possível que o Banco Central suba a taxa básica de juros em algum momento de 2010. A esse respeito, a expectati va do mercado financeiro é de uma taxa Selic de 10,5% ao final de tal ano.

Em vista desses fatores, o que esperar? Minha impressão é de que as taxas internas de juros irão subir em 2010 e, talvez, permanecer elevadas em 2011. Mas, passa da a crise internacional e modulado o ímpeto de cresci mento da economia nacional, retomarão o caminho de queda. E há amplo espaço para isso: basta notar que nos sas taxas de juros, tanto nominais quanto reais, ainda são muito altas quando comparadas com países em estágio similar de desenvolvimento. «

s quatro federações associadas à CNSeg vão empossar suas novas para o próximo .triênio (2010/2012) fevereiro. Na FenSeg FenaCap, os respectivos atuais presidentes - Jayme Garfinkel (Porto Seguro] e Ricardo Flores (Brasilcap Capita lização) - foram reeleitos. Na FenaPrevi, assumirá Mar co Antonio Rossi (Bradesco Seguros e Previdência) e, na FenaSaúde, Heráclito de Brito Gomes Júnior (Bradesco

Fenaseg. Na CNSeg, a eleição ocorrerá em março de 2010 e a posse do novo presidente, no mês seguinte. #

Veja abaixo a composição das chapas das quatro federações:

FENAPREVI

FENSEG

O Presidente: Jayme Brasil Garfinkel (Porto Seguro Cia, de Seguros Gerais), Vice-Presidentes: Pedro Purm Júnior (Zurich BrasiiSeguros S/A)e

Carlos Alberto de Figueiredo Trindade Filho (Sul América Companhia Nacional de Seguros),

Diretores: Antonio Eduardo M. F, Trindade (Itaú Seguros S/A),Adindo da Conceição Simões Filho (Aliianz Seguros b/A), João Francisco Silveira Borges da Ckrsta(HDI Seguros S/A), Juiio Cezar Alves de Oliveira (Brasiiveículos Companhia de Seguro), Luis Maurette (Liberty Seguros S/A), Luis Felipe Smith deVasconceilos ^o Marine Seguradora S/A), Marivaido Medeiros(Mariíima Seguros Mauro César Batista (Mapfre Vera Cruz Seguradora S/A), Bicardo baa Affonso (Bradesco Auto/RE Companhia de Seguros Gerais) e Munhoz(Chubb do Brasil Cia, de Seguros), Conselho Fiscal - Titulares, José Maria Souza Teixeira Costa (Companhia de Seguros Aliança da Bahia). Guiiiermo Léon (Chartis Seguros Brasil S/A)e Laênio "^reira Santos (Sul América Companhia Nacional de Seguros). Suplentes, ha Eid Filho(Alfa Seguradora S/A), George Ricardo Martins de Sou^ (Companhia Exceisior de Seguros)e Osvaiberto João Schacht(Loniia ç Companhia de Seguros),#

FENASAÚDE

C Presidente: Heráclito de Brito Gomes Júnior (Bradesco Saúde S/A). Vice-presidentes: Edson Godoy Bueno(Amil Assistência Médica Internacional Ltda), Gabriel Poríeiia Fagundes Filho (Sul América Companhia de Seguro Saúde), Geraldo Rocha Mello (Mediai Saúde S/A) e Paulo Sérgio Sarros Barbanti (Grupo Nofre Dame intermédica-lntermédica Sistema de Saúde S/A). Diretores: André do Amaral Coutinho (Omint Serviços de Saúde Ltda.), Dalmo Claro de Oliveira (Unimed Seguros bauae S/A), Edson Machado Monteiro (Brasilsaúde Companhia de Seguro_s), Eduardo Ribeiro do Vaile Vidigal(Marítima Saúde Seguros S/A), João

Carlos Gonçalves Regado(Golden Cross Assistência intemacional de Saúde), Luiz Femando Butori Reis Santos(Unibanco Saúde Seguradora S/A), Newton José Eugênio Pizzotti (Porto Seguro-Seguro Saúde S/A), Paulo Miguel Marracini (Aliianz Saúde S/A), Conselho Fiscal: Efetivos:_

Haydewaido Roberto Chamberlain da Costa(Bradesco Saúde S/A), João

Afonso Espirito (Mediai Saúde S/A) e Uênio Pereira dos Santos (Sul América Companhia Nacional de Seguros), Suplentes: George Ricardo Martins de Souza (Cia, Exceisior de Seguros), José Femando Romano Fumê (Brasilcap Capitalização) e José Maria Souza Teixeira Costa (Cia. de Seguros Aliança da Bahia),#

Presidente: Marco Antonio Rossi (Bradesco Seguros e Previdência), 1°Vice-Presidente: Renato Russo (Sul América Seguros de Pessoas e Previdência S/A). Vice-Presidentes: Francisco Alves de Souza (União Previdenciária Cometa do Brasil - Comprev); Tarcísio Jose Massote de Godoy (Brasilprev Seguros e Previdência S/A)e Osvaldo do Nascimento (ftaú Vida e Previdência S/A),Diretores: Paulo Miguel Marraccini (Aliianz Seguros S/A), Nilo Sérgio Silveira Carvalho(Santander Seguros S/A); Juvêncio Cavalcante Braga (Caixa Vida e Previdência S/A), Nilíon Ceiente Bermudez(Gboex Grêmio Beneficente), Guido Urizio (Generaii Brasil Seguros), Femando Alves Moreira (HSBC Seguros Brasil S/A). Luciano Snel Corrêa (icatu Hardford Seguros S/A^, Bento Aparício Zanzini (Mapfre Vera Cruz Vida e Previdência S/A), Everson Oppermann (Luterprev Previdência Complementar), José Roberto Marmo Loureiro (Metropoiitan Life Seguros e Previdência Privada S/A), Heider Moilna (Mongerai Aegon Seguros e Previdência S/A), Fábio Ohara Morita (Porto Seguro Vida e Previdência S/A),\A/ii!iam Alan Yales(Prudentiai do Brasil Seguros de Vida S/A), Oriovaldo Pereira Lima Filho ff^revimii Previdência Privada) e Pedro Cláudio de Medeiros Bocayuva Bulcâo (Sinaf Previdenciai Cia. de Seguros). Conselho Fiscal: Titulares: Lúcio Antonio Marques (Cia, de Seguros Previdência do Sul), Luiz Augusto Magalhães Ferreira (Pecúlio Abraham Lincoin -Amai)e Laênio Pereira dos Santos (Sul América Companhia Nacional de Seguros). Suplentes: Marcos Suryan Neto(Bradesco Vida e Previdência), José Maria Souza Texeira Costa (Companhia de Seguros Aliança da Bahia) e Heiio Femando Leite Soiino(QBE Brasil Seguros S//^.#

FENACAP

S Presidente: Ricardo José da Costa Flores (Brasilcap Capitalização S/A), Vice-presidentes: Carlos Infante Santos de Castro (Sul América Capitalização S/A-SULACAP). Maurício Maciel da Rocha (Caixa Capitalização S/A), Natanael Aparecido de Castro (Brasilcap Capitalização S/A)e Norton Giabes Labes (Bradesco Capitalização S/A), Diretores: Carlos Ferreira d'Azevedo Neto (Aplub Capitalização S/A),Femando Alves Moreira(HSBC Seguros Brasil S//^, Luciano Snei Corrêa (Icatu Hartford Capitalização S//^, Luiz Fernando Butori Reis Santos (Itaú Seguros S/A), Nilo Sérgio Silveira Carvalho(Santander Capitalização S/A)e Ronaldo Cosme Gonçalves Fen^eira (Liderança Capitalização S/A), Conselho Fiscal-Titulares: George Ricardo Martins de Souza (Companhia Exceisior de Seguros), Ernesto Luis Pedroso Júnior (Companhia de Seguros Previdência do Sul), Sérgio /yfredo Diuana (Sul América Capitalização S/A -SULACAP), Suplentes; José Femando Romano Fume (Brasilcap Capitalização S//^, José Maria Souza Teixeira Costa (Companhia de Seguros Aliança da Bahia)e Osvaiberto João Schacht (Confiança Companhia de Seguros).#

ECONOMIA MIGRO LAURO VIEIRA DE FARIA
LAURO VIEIRA DE FARIA - Economista e assessor da Escola Nacional de Seguros - Funenseg 16 Outubro - Nouembro - Dezembro 200V - Revista de Seguros n''87!
As quatro federações associadas à CNSeg vão Saúde)que,em virtude da renúncia de Geraldo Rocha
17 Outubro • Novembro Oezembio 2009 - Revista de Seguros - n"8 n

Setor planeja crescimento maiordoque oobservado

Para os palestrantes do 1° Seminário de Capitalização, marco regulatório é o viés para a explosão do segmento no mercado

Osetor de capitalização espera para os próximos anos um crescimento mais significativo do que a média de 10% que vem apresentando desde o início desta década. E está se mobilizando nessa direção. Isso ficou claro durante as apresentações dos oito palestrantes do 1° Seminário de Capita lização, promovido em outubro pela Funda ção Getulio Vargas e a revista Conjuntura Econômica, com patrocínio da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap), além de cinco das maiores empresas do ramo.

"De 2001 a 2008, as reservas do setor de capitalização mais que dobraram - de R$ 6,3 bilhões para R$ 13,4 bilhões. É bastante, mas a comparação com outros setores leva a crer que o crescimento poderia ter sido muito maior. As reservas da previdência privada, por exemplo, saltaram de R$ 21 bilhões para R$ 142 bilhões", disse o consultor Francisco Galiza, sócio da Rating de Seguros e Consul toria, durante o seminário."Mesmo conside rando que o ciclo de acumulação da previ dência é mais longo que o da capitalização, a diferença é muito grande", acrescentou.

Para Francisco Galiza, uma das explica ções para essa diferença está nas condições fiscais. O cliente que declara Imposto de

"Sei que não é trivial propor ao Governo uma nova tributação para a capitalização. Mas para o setor alcançar crescimento relevante,seria importante que isso ocorresse"

"Ainda precisamos de leis que possibilitem mudanças mais profundas, mas esse primeiro passo foi fundamental"

• Carlos Infante de Castro: "Nossas vendas ainda são subsidiárias de outros produtos bancários. Isso pode mudar se tivermos produtos adequados"

"As palestras tocaram nos pontos críticos que a capitalização vem enfrentando. Existe, por exemplo,uma necessidade de rever processos.

Várias empresas estão promovendo fóruns sobre isso.

O evento vai ajudar na reflexão sobre como planejar o futuro do segmento."

Liziane Silveira, analista de processos da Caixa Capitalização

Renda (IR) pelo modelo completo pode deduzir até 12% do montante que investiu num plano de previdência do tipo PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) da sua renda bruta tributável. Também há vanta gens fiscais no resgate, dependendo do valor a ser retirado. Na capitalização, a taxação é de 20% sobre o lucro da operação - acima, por exemplo, dos CDBs (Certificado de

Depósito Bancáriol e dos investimentos em títulos públicos.

"Na compra de ações, voce paga uma alíquota de 15%, e as vendas ate R$ 20 mil no mês são isentas. Em um CDB ou titulo público, a alíquota dependerá do período. A partir de 2 anos, a taxa é de 15%. Por que a capitalização também não pode ter benefí cios? Por que não pode pagar 15% de IR em

vez de 20%?", questionou Galiza, durante o primeiro painel do evento, que tratou da con tribuição dos títulos de capitalização para a formação de poupança financeira interna.

O consultor está convencido de que o aumento na venda dos produtos sem dúvida compensaria com folga qualquer eventual perda com a redução de alíquota. "Sei que não é trivial propor ao Governo uma nova tri butação para a capitalização. Mas para o setor alcançar crescimento relevante, seria importante que isso ocorresse", afirmou.

Marco regulalôi io

O vice-presidente da FenaCap, Maurício Maciel da Rocha, também acha que o setor não cresceu tanto quanto poderia. Ele acredi ta, contudo, que agora as condições para o negócio estão bem mais favoráveis, principal mente em função da circular 365, que a Superintendência de Seguros Privados (Susep) publicou em maio de 2008. Foi essa portaria, por exemplo, que classificou em categorias os produtos que o setor pode ofe recer e estabeleceu regras básicas de funcio namento. "Ainda precisamos de leis que pos sibilitem mudanças mais profundas, mas esse primeiro passo foi fundamental. Agora vamos deixar de ser o patinho feito do mer cado", declarou ele, acrescentando que uma

"Este é o primeiro evento em que vejo pessoas de fato interessadas em discutir a capitalização e mobilizadas a promover mudanças.Hoje, nas diferentes instituições,os produtos ainda são muito parecidos. Falta inovação."

Marcelo Benko, gerente de produtos do Banco Santander

"O evento foi ótimo,deveria haver outros.É interessante perceber a mudança de cenário para o setor de capitalização. A discussão sobre as mudanças também é muito relevante."

CAPITALIZAÇÃO
•Francisco Galiza: i• Maurício Maciel: CB Fotos; Emiliano Ruschel
18 Oiitiióio Novembro - üe/embrc - Revista de Seguros 19 Oiitunio Nov Revista de Seguros
Marcelo Martins, corretor deseguros

"Achei o evento muito bom, especialmente a palestra do advogado Bruno Boris ressaltando os problemas jurídicos que o setor de capitalização enfrenta. E as informações sobre o potencial de consumo das classes C e D. Há muita coisa a ser feita."

AryJorge dos Santos Costa,, gerente de capitalização da Icatu Hartfort

•Ricardo Flores:

"Se não houver uma mudança no marco regulatório,com uma atualização das leis que regem o setor, estaremos condenados a um crescimento modesto"

das prioridades da FenaCap neste momento é a elaboração de um conjunto de propostas de estímulo ao desenvolvimento da Capitali zação, a ser encaminhado para representa ção parlamentar.

Segundo o vice-presidente da FenaCap e presidente da SulAmérica Capitalização, Carlos Infante de Castro, entre as medidas necessárias para o setor crescer a taxas mais robustas está a criação de um marco regula tório que permita, por exemplo, novos modos de aplicar os recursos captados. Na abertura do evento da FGV, o presidente da FenaCap, Ricardo Flores, lembrou que, nos anos 1930, bairros inteiros foram construí dos com recursos provenientes da capitaliza ção. "O rendimento deveria ser vinculado a uma cesta de ativos. Há muitas boas idéias. Se não houver uma mudança no marco regu latório, com uma atualização das leis que regem o setor, estaremos condenados a um crescimento modesto", disse.

Frodiifo^ (Ic-iiiaiidci

Carlos Infante de Castro defendeu ainda a criação de produtos sob demanda para novas necessidades dos clientes. "Nossas vendas ainda são subsidiárias de outros produtos bancários. Isso pode mudar se tivermos produtos adequados", acrescentou. Durante sua apresentação, o executivo ressaltou que a capitalização pode desempenhar um papel importante

"0 momento é muito favorável às microfinanças em geral.Seu desenvolvimento vai depender de quão adequados serão os novos produtos oferecidos"

para o desenvolvimento do País, por seu potencial de aumentar a taxa de poupança, que hoje é considerada baixa. "O sorteio ajuda a estimular a reserva financeira de uma população muitas vezes desbancarizada", lembrou. Ele defendeu ainda maior transparência na venda da capitalização e treinamento para que os vendedores pas sem a usar com os clientes um vocabulário de mais fácil compreensão.

Lauro Gonzaíez, professor de Finanças da FGV/EAESP (Escola de Administração de Empresas de São Paulo) e coordenador do Centro de Estudos de Microfinanças da ins tituição, enfatizou em sua apresentação o potencial de crescimento da capitalização nas classes C e D,que recentemente tiveram um ganho significativo de renda. "E um equívoco achar que os pobres não têm recur sos disponíveis para poupança. Após pagar suas despesas essenciais eles querem poupar e podem poupar, só não têm como fazer isso nos moldes tradicionais."

O professor lembrou que 70% dos bra sileiros que recebem recursos do Bolsa Família pegam o dinheiro em corresponden tes bancários. "Esse seria um canal de distri buição muito interessante para produtos financeiros como a capitalização", sugeriu.

"O momento é muito favorável às microfi nanças em geral. Seu desenvolvimento vai depender de quão adequados serão os novos produtos oferecidos."

Perfil do cliente

O economista Roberto Macedo, da Uni versidade de São Paulo (USP) e de Harvard, acredita que a venda de títulos de capitaliza ção possa crescer também entre as camadas de renda mais alta. "Tem gente que acha que capitalização é coisa de pobre, mas não é. E um produto perfeito, por exemplo, para quem tem dificuldade para poupar. Rico ou pobre. O dinheiro fica retido e obriga o poupador a ter disciplina", afirmou, durante o segundo painel do evento sobre a motivação na demanda por títulos de capitalização. Ele enfatizou que o produto não deve ser visto como uma aplicação financeira, mas como fonte de geração de poupança.

Ainda segundo Roberto Macedo, a capi talização é ótima também para quem tem parte do orçamento sobrando e deseja dinheiro para algum evento. Esse é o perfü de comprador do próprio Roberto Macedo, que contou à platéia ser um cliente le e capitalização."Em vez de deixar R$ 200 para dos na minha conta, agendei as retiradas. Outro dia fui ver e tinha lá R$ 15 mü. Da para uma boa viagem."

De acordo com pesquisa apresentada pelo vice-presidente da FenaCap e diretor comercial da BrasilCap, Natanael Aparecido de Castro, 45,6% dos clientes de capitaliza ção na instituição disseram que sua motiva ção para adquirir o produto foi justamente o dese^ de guardar dinheiro. A motivação que aparece em segundo lugar, para 14,7% dos entrevistados, é a relaçao com o g"ente. Em terceiro, com 11,4%, vem a possibilidade de sorteios. O executivo disse ainda que o índi ce de satisfação dos clientes e a o. ' ^ dois por cento voltariam a comprar um titu lo e 85% recomendariam o produto a um amigo. O banco ouviu mais de 3 mil pessoas, no ano passado.

o evento teve também a participação, como palestrantes, de José Luiz Carvalho, professor titular de economia e ire or o Instituto de Ciências Econômicas e Gestão da Universidade Santa Úrsula; Bruno Bons, da Fragata e Antunes Advogados, e Ricardo Franco Teixeira, coordenador de cursos Management da FGV. Os debates foram mediados pelo jornalista George Vidor, do Jornal O Globo.•

A história da capitalização

o o livro Capitalização, uma história de prosperidade, do jornalista Paulo Amador, conta que a capitalização foi criada na França,em 1850, pelo diretor de uma cooperativa de mineradores ctiamado Paul Viget, O empresário imaginou um sistema de contribuições mensais que constituísse uma reserva garantida ao finai do prazo estipulado, podendo ser paga antes quando o participante fosse sorteado. A idéia logo ganhou impulso e de lá, anos depois, aos poucos foi difundida,sobretudo entre países de origem latina.

O sisten la foi trazido ao Brasil em 1929 pelo empresário Antônio Sanchez de Larragoiti Júnior, da SulAmérica. Durante uma viagem à França, ele tomou conhecimento do produto e intuiu seu potencial para cair no gosto dos brasileiros. Apostou ainda que a capitalização poderia ajudar a suprir a falta de capital externo no País, naquele momento de crise financeira mundial, O produto se disseminou rapidamente e em 1947já eram 16 as empresas que operavam no ramo, nos estados do Rio de Janeiro. São Paulo, e cidades como Porto Alegre e Salvador.

Na década de 50,o interesse na capitalização diminuiu muito, em função da forte aceleração da inflação. Isso porque na época não havia um sistema de atualização do valor dos títulos, Foi a criação da correção monetária, em 1964, que restabeleceu a possibilidade de ressurgimento do produto.

A segunda metade dos anos 90 entrou para a história da capitalização como um periodo ao mesmo tempo favorável, pela estabilização da economia brasileira, e traumático, pela quebra de uma grande empresa. Em 1996,a Susep decretou a Intervenção na Interunion Capitalização. Responsável pelo Papa Tudo, a companhia chegou a contar com o prestígio da apresentadora Xuxa para o sorteio de prêmios pela tevê. O que não se sabia, no auge do sucesso do produto, que a Interunion não tinha reservas técnicas suficientes para honrar os 40 milhões de títulos que havia emitido.

Atualmente,12 grandes empresas dividem, no Brasil, esse mercado-que no ano passado movimentou receita superior a R$9 bilhões,•

CAPITALIZAÇÃO NESTA DÉCADA

• Lauro Gonzaíez:
(em bilhões de reais) 13.4 Li 2005 « Reservas Receita 20 Outubro Novembro Dezembro 2009 - Revista de Seguros - 87 21 Outubro - Novembro - Dezembro .^009 - Rev/sta de Seguros - n"871

Brasil assumea liderança do setor na América Latina

o País desbanca México,Colômbia e Argentina, mais experientes na modalidade,e encabeça o ranking,segundo consultoria

ximo aos Estados Unidos e colhe muita coisa dali. Não só experiência, mas também aproveita o conhecimento de inú meras modahdades". Além de operar há cerca de 150 anos no ramo de garantia, o México tem uma legislação própria que regulamenta as operações, dividindo o setor em ban cos, seguros e fianças. Os bancos vendem produtos para os assuntos financeiros, as seguradoras para todo o tipo de seguro e as afiançadoras para este tipo de operação que no Brasil é conhecida como seguro garantia. "A própria Argen tina e Colômbia, que nos ditavam cátedra, ficaram para trás", orgulha-se João Gilberto Possiede.

O desenvolvimento do sepiro garantia no Brasil está muito relacionado a um dos maiores sinistros do segmento,a falência da construtora Encol,em 1997, deixando mais de 70 obras naradas e 42 mil mutuários frustrados. Muitos esque letos de prédios deixados no bairro do Morumbi,em São Pau lo, por exemplo,são hoje belos condomínios, graças ao segu ro garantia. A JMaluceUi retomou boa parte das obras e devolveu a diversas famílias o sonho da casa própria.

Operação que não chegou a afetar a solvência da empresa em razão das regras de governança que sempre permearam os princípios de Possiede, um dos prmcipais responsáveis por preparar o atual vice-presidente e^ tam bém herdeiro, Alexandre Malucelli, para a sucessão do grupo Paraná Banco. .

•Infraestrutura:embalado pelas obras do Pais, o seguro garantia deverá avançar entre 46% e 50% sobre os R$ 501 milhões em prêmios registrados em 2008

Muitossetores da economia brasileiratêm motivos de sobra para comemorar o ano de 2009. Um deles é o seguro garantia. Os números serão conhecidos só no final do terceiro trimestre de 2010, mas tudo indica que o Brasil assumirá a liderança neste nicho de negócios. Embora tenha começado a operar com esta modalidade de seguro muito depois de países como o México, Colômbia e Argenti na, que sempre estiveram nas primeiras posições do ranking, o Brasil assumiu a liderança no primeiro trimestre deste ano, segundo pesquisa da consultoria Latino Insurance.

A América Latina movimentou US$ 725 milhões em prê mios de seguro garantia no ano passado. O México, principal concorrente do Brasil, era o h'der disparado com 41% dos prê mios em 2008.0 Brasil ocupava a segunda posição, com 31%, seguido por Colômbia (16%), Argentina(7%)e Equador(5%).

O principal sustentáculo do desenvolvimento da cober tura de garantia é o crescimento econômico. A crise financei ra e a gripe HlNl, mais conhecida por gripe suína, abateram fortemente a economia mexicana. Enquanto isso, o Brasil pas sou a ser conhecido mundialmente como o país da moda por ter sido o último a entrar na crise e o primeiro a sair.

O impacto no seguro garantia já foi sinalizado no primei ro trimestre de 2009. Dos US$ 189 milhões em prêmios arre

cadados pela modalidade entre janeiro e março deste ano na América Latina, o Brasil passou a liderar o ranking, com 36% da receita. O México caiu para segundo, cora 30%. E o Bra sil ainda conta com duas cerejas sobre o bolo: a Copa do Mun do, em 2014, e Olimpíadas, em 2016, eventos que demanda rão bilhões de reais em investimentos. Um cenário e tanto para o seguro garantia, cada dia mais percebido como um importante instrumento para suportar financiamentos com um custo mais acessível.

Governança corporativa

O segundo sustentáculo desse segmento é um cenário com empresas sólidas, que operem dentro dos princípios da boa governança corporativa. Afinal, por garantir contratos milionários, as seguradoras podem ir à falência se esquecerem de calcular um pequeno detalhe do acordo. Seguradora líder do ramo no Brasil há anos - e desde 2008 também na Améri ca Latina - a JMalucelli liderou o ranking da região, no ano passado, com US$ 115,2 milhões e mais de 42 mil apólices de garantia emitidas, à frente das três mexicanas que até então reinavam neste setor: Monterrey, Insurgentes e Sofimex.

O México tinha fortes razões para ser líder, na avaliação de João Gilberto Possiede, presidente da JMalucelli, e tam bém da Comissão de Riscos de Crédito e Garantia da Fede ração Nacional de Seguros Gerais (FenSeg)."O país está pró

O seguro garantia continua em franco crescunento. Lm percentuais elevados", reforça Alexandre Malucelli, que pre side a resseguradora JMalucelli,a única do Brasú especializa da em garantia e que começará a atuar em outros países em 2010. Enquanto a indústria de seguros com todos os r^os busca fechar o ano com crescimento em tomo de 20%, o

O "pai" do seguro garantia

seguro garantia deverá avançar entre 46 a 50% sobre os R$ 501 milhões em prêmios registrados em 2008. Entrejanei ro e setembro deste ano, o setor já chegou a R$ 582 milhões.

Novas modalidades

O seguro garantia, que com o passar dos anos ganhou novas modalidades, como o garantia judicial, também foi um dos produtos que mais impulsionou a abertura do res seguro. Mesmo antes da abertura oficial, JMalucelli conse guiu autorização do governo para negociar no exterior, uma vez que o IRB Brasil Re, que detinha o monopólio e tam bém era o responsável por regular o setor, demonstrou desinteresse pelo segmento.

O contrato de resseguro era essencial para viabilizar o seguro garantia que daria ao consórcio Cruzeiro do Sul con dições de financiamentos mais acessíveis para a construção da Hidrelétrica Maná, com investimentos de R$ 744 milhões. Para muitos, uma atitude isolada. Para Possiede, a vitória que ajudou a consolidar a tão sonhada abertura do resseguro, ocorrida em abril de 2008.

"Agora já temos uma boa concorrência. Além de companhias novas que entraram no segmento como espe cializadas, temos outras de porte que aderiram ao garan tia, tal como Itaú, Porto Seguro, Allianz, Caixa entre outras", diz o executivo.

Mas a concorrência não assusta Possiede. Pelo contrário, o debca mais animado para o trabalho. Até porque, ele tem conhecimento do potencial do mercado, agora reforçado pelas oportunidades que se avizinham com os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento(PAC)e dos eventos esportivos - Olimpíadas e Copa do Mundo.•

C5 Arquivo J Malucelli

- ImDossivel falar de seguro garantia sem citar, do começo ao fim da história deste segmento,o nome de João iberto pS™Todoso conhecem.Atinai,trabalha no mercado de seguros há quase 65 anos.Por sorte, ele biiDerto Kossieae. luuu lyalüceili nos início dos anos 90.depois de deixar o Bamerindus.

sTIoteSde a histiia do seguro garantia no Brasil com certeza seria diferente. Ou pelo menos não pSSoSfde outros países emergentes. Claro que o setor tem profissra renomados e dedicados a to netóos ^ a completar 80 anos,João Gilberío Possiede tem também experiencia e fazer .yj^êncía e a idade proporcionam.Alem de um carisma indescntivel.

^^^^S^psafb de desenvolver a seguradora de um dos maiores conglomerados do Paraná,Possiede optou nnr r^rtir nprfa PsoBcialização em vez de disputar um mercado onde a concorrência era acirrada. Sempre a franS^uma dificuldade em oportunidade,ele aprovetou o momento em que os bancos reviam Seste^ se adaptarem às regras de solvência de Basiléia,e ocupou a lacuna que deixaram ao oaLte£cor fiança.Trata-se de um instrumento financeiro importante para facilitar o fS£ent7de obras,além de ajudar a reduzir os custos do empréstimo por representar uma garantia finanppira nrinii então o seguro garantia.

Sei pq^pq atributos o aiudaram a convencer técnicos do governo e de empresas privadas sobre a imnnrtância do seauro garantia, num momento em que o risco ainda nem era um assunto levado a sério no Rra^i rnm n ripqpnvoMmento,João Gilberto Possiede teve muitas oportunidades-e aproveita várias delaspara mostrar o quanto o seguro garantia é útil para o Pais crescer com sustentablildade.

Em sua simplicidade o executivo da todo o credito do desenvolvimento do seguro garantia às oportunidades e pessoas que se dedicaram ao tema."É Importante mostrar, de forma sirnples, a visão do mercado de seguros e seu papel na vida das pessoas e na economia do País , diz ele, que também é presidente do Sindseg-PR/MS e um dos idealizadores do projeto 'Viver Seguro'.#

• Alexandre Malucelli e João Gilberto Possiede ressaltam a importância de se mostrar, de modo simples, o papel do seguro na vida das pessoas e na economia do Pais

SEGURO GARANTIA
1
CS: Marcelo Terraza
ÍSR
Blikdt flíV
22 Revista de Seguros 23 Revista de Seguros

Brasil:quinto lugar no rankí ng das mortes notrânsito

Em termos absolutos,o número de mortes no trânsito brasileiro só é inferio'ao da índia,China,Estados Unidos e Rússia

"Omotorista brasileiro ou é um alegre louco ou um frio sádico." O comentário foi feito pelo escritor francês Albert Camus durante sua visita ao Brasil em 1949. Passados 60 anos, as estatísti cas sobre os registros de mortes nas ruas e estradas nacionais conferem atualidade à observação. Cada veículo no Brasil mata, em me'dia, 11 vezes mais do que na Inglaterra, oito vezes mais do que na França,seis vezes mais do que nos Estados Unidos, cinco vezes mais do que no Japão. Como resultado, mais de 35,1 mil pessoas perdem suas vidas em acidentes com veículos a cada ano. Hoje, 500 mil pessoas são traumatizadas no trânsito brasileiro, entre as quais 5% (25 mil) vêm a falecer até 30 dias após o acidente. Ou seja, computadas as víti mas fatais registradas no local do acidente, o total de mortes chega a 60 mil pessoas por ano. Esse trágico quadro conferiu ao País a ultrajante posição de quinto maior em núme ro de vítimas fatais decorrentes de desastres em todo o mundo. De acordo com relatório divulgado recentemente pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em termos absolu tos, o número de mortes no trânsito brasileiro só é inferior ao da índia (105,7 mil). China (96,6 mil). Estados Unidos (42,6 mil) e Rússia (35,9 mil). Em relação aos Estados Unidos, a posição do Brasil só é melhor em razão da diferença no volume da frota (a brasileira representa pouco mais que 10% do total da frota norte-americana). Mas, quando dividido o números de mortes por habitantes, as esta tísticas nacionais são mais alarmantes: 18 para cada 100 mil habitantes, enquanto a taxa nor te-americana é de 13.

Os acidentes nas estradas são a décima maior causa de mortes no mundo (no Brasil é a segunda, perdendo apenas para os homicí dios), matando 1,2 milhão de pessoas por ano.

Ministério das

Cidades: campanha para causar impacto

Gentileza no trânsito. Esse é o tema centrai da Campanha Nacional de Trânsito iançada pelo Ministério das Cidades em setembro último e que agora atinge a sua segunda fase, Desde novembro último vem sendo veiculada uma série de peças publicitárias em TV,jomai, rádio, mídia externa e revista em todo o Brasil enfatizando a necessidade de se evitar a direção sob efeito de medicamentos ou áicooi, realizar a manutenção do veículo, respeitar a travessia de pedestre e utilizar cinto de segurança no banco traseiro.

As mensagens visam causar impacto sobre motoristas, pedestres, motociclistas e ciclistas com o objetivo de incentivar a condução com responsabilidade, o respeito às leis e o convívio civilizado nas necessidades diárias de deslocamentos, explica o ministro das Cidades, Mareio Fortes de Almeida. A campanha atuai foi concebida com base nas diretrizes iniciais e, voltada para um público com idade entre 18 e 40 anos, busca reforçar a conscientização de que o fim da violência no trânsito também depende da mudança de "velhos hábitos". E. primordialmente, da substituição ao volante de um comportamento agressivo por valores como respeito, gentileza, cooperação, colaboração, tolerância, solidariedade e amizade.

♦ Mareio Fortes:

"As mensagens da campanha transcendem a imposição de regras e normas,pois levam as pessoas a refletirem e incentivam a construção de uma nova cultura, ancorada em princípios éticos e de cidadania"

^ Manifestantes em Curitiba exibem faixas pedindo o fim da impunidade para motoristas que são imprudentes ao volante

A OMS deu o alarme: uma vez mantido o rit mo de crescimento da violência no trânsito como nos últimos dez anos, dentro de duas décadas serão 2,4 milhões de mortes por ano. Dispostos a evitar esse trágico prognóstico, órgãos de Governo (municipal, estadual e federal) e entidades civis uniram-se no desen volvimento de programas e campanhas educa cionais e de prevenção contra os perigos do trânsito sob diversos aspectos.

Campanha pt-la gentUcza

O Ministério das Cidades vem promoven do duas campanhas em âmbito nacional, uma de alerta aos brasileiros sobre a necessidade de trocar a violência e agressividade no trânsito por valores e princípios éticos e de cidadania (veja box). E, por meio do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), a outra cam panha informa sobre o acesso aos benefícios do seguro DPVAT (Danos Pessoais Causados

"O selo 'Sou legal no trânsito', que consta em todas as campanhas, abrange a observância à lei, mas também um comportamento civilizado e educado no trânsito", enfatiza o ministro Mareio Fortes."As mensagens da campanha transcendem a imposição de regras e normas, pois levam as pessoas a refletirem e incentivam a construção de uma nova cultura, ancorada em princípios éticos e de cidadania", avalia. Resumindo: "Motorista legai é motorista consciente", como enfatiza o slogan da campanha.#

TRANSITO
Ditig» embriagadoé WBtmet i »OtJCU<iiURu>S ■ 'oUCUMJlujj ' (0991:i 9ttt loMoidm Quercnros POLICIA NAS RUAS todos os dias com BAFÒMETRO. Chega de impunidade! (cicufcoeus c[><Mr9Hni)a
IWlPRDütNCiraWS!
3Marcello Casal - ABr
SOU LEGAL NO TRÂNSITO 24 Outubro Novembro - Dezembro 2009 - Revista de Seguros • n"87? 2S Outubro Novembro Dezembro 2009 - Revista de Seguros-n'871

por Veículos Automotores de Vias Terres tres), realizada pela Seguradora LíderDPVAT, responsável pela administração do seguro.

De sua parte, a sociedade brasileira começa a dar mostras de indignação contra a letalidade do trânsito, deixando de lado uma histórica postura de resignação e certo conformismo diante do crescente número de mortos e mutilados por desastres de veí culos em nossas ruas e estradas. Através de movimentos como o "Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito", realiza do a cada terceiro domingo do mês de novembro conforme determinação da Orga nização das Nações Unidas (ONU), a popu lação vem exigindo ação das autoridades, principalmente contra a impunidade dos culpados, procurando fazer valer seus direi tos à Justiça e cidadania.

Re.sgafc da civilidade

E ao que tudo indica as ações nesse sentido não estão restritas a datas. A socie dade organizada no País está assumindo seu papel direto no combate à violência do trânsito. Entidades civis como a Associa ção de Parentes Amigos e Vítimas de Trân sito (TrânsitoAmigo) e a recém criada

Aliança Brasileira para a Redução das Víti mas no Trânsito (ABRAVITA) buscam con gregar o trabalho individual, ampliando seus efeitos e institucionalizando as ações em defesa das vítimas e do resgate da civi lidade no trânsito.

A nova entidade foi lançada no final de outubro durante o Fórum Global da Organi zação Mundial de Saúde, realizado pela pri meira vez no Brasil (no Rio de Janeiro) e, de acordo com seus idealizadores (especialistas e líderes de organizações públicas e priva das), terá como missão exclusiva a coorde nação e o desenvolvimento das atividades ligadas à segurança da circulação viária e à prevenção da violência no trânsito.

DPVAT;seguro para toda a população do País

Z> A conscientização de um trânsito mais seguro e humano não abrange apenas os devores do cidadão brasileiro, mas também os seus direitos. Como, por exempio, o recebimento do seguro DPVAT, cuja cobertura é extensiva às vítimas de acidentes de trânsito na totalidade da população.

Por meio de campanha publicitária, lançada em novembro, a Seguradora Líder - DPVAT, administradora do seguro, leva ao público informações sobre as características do seguro. Desde o dia 15, filmes e cartazes estão sendo veiculados em Tevês, revistas, rádios, Internet, placas de estrada e mídia exterior de diversas cidades brasileiras.

"O objetivo é ampliar o conhecimento da população sobre o seguro. E, nesse sentido, destacar a sua principal função, que é dar cobertura a todas as vitimas de acidentes de trânsito em território nacional", explica Ricardo Xavier, diretor presidente da companhia que administra o seguro. Tendo como símbolo o popular bonequinho das placas de trânsito, a campanha orienta de forma simples e didática como utilizar o seguro, informando ainda sobre os canais a serem utilizados para a solicitação de indenizações, procurando, com isso, desestimular o uso de intermediários.

"É importante que as pessoas saibam que é fácil receber a

indenização do seguro DPVAT. O procedimento é simples, gratuito e não exige a contratação de intermediários", enfatiza o executivo. A campanha foi desenvolvida tendo como base os resultados de pesquisas qualitativas realizadas pela Seguradora LíderDPVAT em várias cidades brasileiras. Além de uma resposta direta às dúvidas dos brasileiros, a iniciativa consolida a proposta de aumentar a divulgação do seguro para torná-io mais conhecido e reduzir as fraudes.

Ricardo Xavier lembra que a seguradora vem desenvolvendo um trabalho intenso neste sentido, com a ampliação dos canais de comunicação com a sociedade e com a imprensa e ainda com o estabelecimento de diversas parcerias com órgãos públicos para a maior divulgação do seguro e combate a acidentes de trânsito. "Estamos trabalhando para melhorar a informação, aumentar a divulgação, ampliando nossO atendimento pelo 0800, incrementando a Ouvidora do DPVAT para responder prontamente às possíveis reclamações."

Os resultados são positivos, com o aumento significativo do número de consultas sobre o seguro. Só em 2008 foram registrados 455.044 atendimentos, pela Centrai de Atendimento, e 1.729.431 via Internet.•

Os números do seguro DPVAT(2009/1° semestre)

Vítima por faixa etária

Arrecadação Bruta r^r^,atoam

Destinações obrigatórias: SUS(1) e DENATRAN (2)

R$ 3.024.871.570,95

R$1.512.723.310,45

R$1.512,148.260,50

TODOSTEM

O DIREITO DE IRE VIR. E DE INDENIZAÇÃO

EM CASO DE ACIDENTE.

Total dos recursos arrecadados para a operação do Seguro DPVAT

Despesas com pagamentos de indenizações às vítimas de acidentes

Constituição de provisões(iBNR) para pagamento de indenizações

Despesas de operação

Resultado operacional do semestre . Reversão de provisões para pagamento de indenizações Resultado operacional antes dos impostos

R$977.532.141,67

R$ 356,847.154,26

R$ 130.274.206,70

R$38.494.953,47

R$21.714.953,06

R$ 60.209.906,53

^ orrornfiado são repassados ao Fundo Nacional de Saúde ^inlstérío da Saúde), com o objetivo de garantir assistência gratuita às vítimas de (1)45% do valor tota ^ o País. conforme determinação da Lei8.212. de 1991 alterada pela Lei9.503.de 1997.

^2^5%do'^ZoZ^taiZecadado são repassadosao DENAimi(Ministério das Cidades), com o objetivo de fínanciar campanhas e pmgramas de prevenção de acidentes no trânsito, conforme determinação da Lei9.503. de 1997.

TRANSITO
•N.. - »
'i/t- ' Quantidades e valores Morte Invalidez DAMS Total Quantidade 26.807 55.892 57.776 140.475 Morte invalidez DAMS Total Valores 417.405.011,53 399.410,319,08 62.046.088,38 878.861.418,99
l-'.V
FAIXA Menos de 5 anos De 5 a 10 anos Deli a 15anos De 16 a 20 anos De 21 a 30 anos De 31 a 40 anos De 41 a 60 anos Mais de 61 anos Não identificado Total Motorista O O 0 10.204 30.676 17.313 13.762 2.418 1 74.374 VÍnMA TOTAL % Pedestre Transportado Não Ident 732 580 3 1.315 0,94 1.676 1.014 3 2.693 1,92 1.768 1.452 6. 3.226 2,30 3.209 5.080 6 18.499 ' 13,17 6.982 8.517 12 46.187 32.88 6.190 4.941 16 28.460 20,26 9.760 5.674 17 29.213 20,80 6.337 2.113 6 10.874 7,74 3 4 0 8 0,01 36.657 29.375 69 140.475 100,00
Dí BRA' 26 OtHubro- Novembro Dezembro ?009 ■ Revista de Seguros iVSYi
Prêmios arrecadados e sua distribuição
27 Outubro Novembro Dezembro 30V'J Revista de Seguros mS/i

ABRAVITA:ONU propõe a criação de entidade

Especialistas em trânsito, Kderes empresa riais e de organizações de classe aprovaram por unanimidade, durante o Fórum Global de Trau mas, realizado pela Organização Mundial de Saú de no Rio de Janeiro em outubro passado, a pro posta de criação da Aliança Brasileira para a Redução das Vítimas no Trânsito, a ABRAVITA. A nova entidade surge em resposta à recomendação da OMS de criação de um organismo coordenador na administração pública para orientar as ativida des nacionais sobre segurança viária nos países com altos índices de acidentes.

Na avaliação dos fundadores da ABRAVITA, é clara a percepção de que, mesmo diante das esta tísticas sempre crescentes e das trágicas conse qüências decorrentes da violência no trânsito, a prevenção e a segurança nas ruas e estradas não recebem a devida atenção das autoridades.

Doença social

Dia Mundial em Memória às Vítimas do Trânsito

•7. Pedro Corrêa, especialista no assunto e autor do livro "20 anos de lições de trânsito", critica a inexistência de consciência coletiva sobre prevenção e a carência de informações sobre a magnitude do problema

"Trata-se de uma iniciativa audaciosa, mas perfeitamente legítima da sociedade brasüeira, no sentido de tomar para si a solução de um proble ma extremamente grave e para o qual o estado não tem apresentado respostas, que é a violência do trânsito", define o coordenador científico da Asso ciação de Amigos, Parentes e Vítimas de Trânsito (TrânsitoAmigo), Fernando Moreira. A atuação da ABRAVITA será nacional e, segundo Fernando Moreira, centrada basicamente na busca intransi gente da redução de fatalidades no trânsito. "Atra vés de vasta e profunda documentação e de argu mentos técnicos e sócio-econômicos, seu papel será o de porta-voz da sociedade no que diz res peito à segurança no trânsito", completou o presidente da ONG TrânsitoAmigo, Fernan do Diniz.

Ele explica que, no caso do Brasil, apesar dos expressivos avanços na questão do trânsito a partir da edição, em 1997, do novo Código de Trânsito Brasileiro, inexistia, até hoje, uma entidade oficial nos moldes sugeridos pela OMS, que se responsa bilizasse integralmente e com competência pela coordenação de todas as atividades ligadas à segurança da circulação viária e à prevenção da violência no trânsito.

Entre as muitas razões, o consultor em Pro gramas de Trânsito, J. Pedro Conea destaca a fal ta de vontade política; a inexistência de consciên cia coletiva sobre prevenção; a carência de infor mações sobre a magnitude do problema; a desatenção quanto aos elevados custos médicos, sociais, econômicos e emocionais das oconências.

"E, principalmente, a não adoção de iniciativas eficazes e permanentes capazes de enfrentar, impedir e reduzir sensivelmente esse fenômeno, já caracterizado pela OMS como uma doença social de proporções epidêmicas", conclui.

Para o subsecretário de estado de Governo e coordenador da Operação 'Lei Seca' no Rio, Car los Alberto Lopes, a iniciativa representa mais um marco no combate à violência no trânsito. Ele res salta que, em outubro, a Operação 'Lei Seca' teve resultado positivo pelo oitavo mês consecutivo. Foram contabilizadas 1.082 vítimas de acidentes, contra 1.476 era outubro do ano passado, segun do dados do Grupamento de Socorro de Emergên cia(GSE)do Corpo de Bombeiros. De acordo com a secretaria de estado de Governo, desde que foi lançada, em 19 de março de 2009, a iniciativa evi tou que pelo menos 2.871 pessoas morressem ou se ferissem no trânsito.

Concebida na forma jurídica de uma Orga nização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), a nova entidade será criada oficialmen te em assembléia a ser realizada em janeiro. Na ocasião também será divulgado o seu plano de metas, elaborado pelos grupos de trabalho já constituídos: Institucional, responsável pela redação dos estatutos; Captação de entidades e recursos, responsável pela cooptação de entida des expressivas de caráter nacional para adesão ao movimento e destinação de recursos; Comu nicação e divulgação, responsável pelo contato com a mídia na divulgação e na interlocuçào com todos as entidades e/ou personalidades integrantes da ABRAVITA. *

< Fernando Diniz, presidente da ONG:assinaturas colhidas em defesa de um projeto de lei que prevê o cumprimento de penas alternativas para os responsáveis por danos e mortes em acidentes de trânsito

JÔNIA SCHMAEDECKE

O Familiares e amigos de vítimas de acidentes de trânsito de todo o Brasil estiveram reunidos no Parque Barigüi, em Curitiba, em 15 de novembro, para celebrar o Dia Mundial em Memória às Vítimas do Trânsito, O objetivo da Organização das Nações Unidas(ONU) - que, em 2005, elegeu o terceiro domingo do mês de novembro para as ações mundiais em lembrança as vítimas - é chamar a atençao da sociedade para que medidas urgentes e efetivas sejam adotadas, a fim oe reduzir a violência praticada nas vias urbanas e estradas de todo o Pais. No Brasil, o evento foi coordenado pela ONG TrânsitoAmigo, com o apoio do mercado brasileiro de seguros. Na ocasião, com o tema "Resgate ao respeito eà dignidade da vítima foram colhidas milhares de assinaturas em ^ defesa de um projeto de lei que preve o cumprimento de penas alternativas para os responsáveis por danos e

•Em meio às comemorações no Paraná,a apresentação da Camerata Antigua de Curitiba chamou a atenção do público e das autoridades presentes

mortes em acidentes de trânsito. Peio projeto, o motorista Infrator, em vez de pagar cestas básicas, deverá atuar durante os finais de semana no atendimento aos acidentados.

Segundo o presidente da ONG, o engenheiro Fernando Dlnlz, esse motorista seria privado da bebida e da diversão, para agir nos segmentos que prestam socorro e reabilitação às vítimas."O objetivo é que ele acompanhe o sofrimento das famílias que são surpreendidas por estas fatalidades, conheçam o estado em que as vítimas chegam aos hospitais, e ainda vejam o trabalho de recuperação de paraplégicos e tetraplégicos, para entender que aquelas pessoas não precisariam estar ali e que um dia elas foram tão saudáveis quanto ele".

O projeto já foi aprovado pela Câmara Federal e pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado e aguarda a assinatura dos senadores para ser sancionado pelo presidente da República.

Coleta de assinaturas

Em 2008 a celebração também aconteceu no Rio de Janeiro, mas envolveu a participação de mais de 40 cidades, com a coleta de milhares de assinaturas em favor da manutenção da chamada lei Seca', A partir de 2009,a data passa a ser celebrada a cada ano em cidades diferentes, segundo DinIz, "para que todo o Brasil fique contagiado pelo movimento". A luta pela redução das mortes no trânsito ganha, assim, mais um Importante aliado.

Durante o evento, o público pôde assistir à apresentação da Camerata Antíqua de Curitiba e do grupo Gospel Samuel Barboza e Banda. Entre os convidados, o prefeito Beto Richa, o diretor geral do Detran do Paraná, Coronel David Pancotti, o presidente nacional da OAB, Cezar Britto, o deputado federal Marcelo Almeida, o presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros, Robert BIttar, e outras autoridades locais. A cerimônia foi encerrada com um culto ecumênico.•

TRÂNSITO
p, ... '.m
28 Outubro Novembro üesembro 2009 - Revista de
n''8/' 29
Seguros
Oiitubío Novembro Dezembro ?.üü9 Revista de Seguros na;')

A criatividade a serviço de novas soluções

Osfornecedores de soluções deli estão colocando a mão na massa para gerar aplicativos exclusivos para o mercado segurador

Vagner Ricardo s Os

e depender da oferta de produtos e serviços, o mercado .segurador não terá grandes preocupações para dispor de Soluções de Tecnologia da Informação capazes de elevar a produtividade combinada com custos menores, um dos principais desafios das seguradoras para suportar um ambien te de concorrência mais acirrada, aliada à queda de resultados financeiros, tendo em vista o ciclo de baixa da taxa Selic pelo menos até o primeiro semestre de 2010 e, em conseqüência, menor ganho das aplicações financeiras em renda fbía.

O fato é que, seguindo o rastro do entusiasmo das segu radoras em investir mais recursos em Tecnologia da Informa ção, os fornecedores estão colocando a mão na massa para gerar aplicativos exclusivos para o mercado segurador. E se as gôndolas de TI para seguradoras eram diminutas lá atrás, agora as ofertas multiplicam-se. Foi o que mostrou o "V IT Insurance Meeting", o encontro anual que reúne executivos de seguradoras e CIOs para avaliar as necessidades do mer cado, as soluções existentes e os sistemas em construção. O IT Meeting, realizado de 13 a 15 de novembro, ocorreu em Angra dos Reis, reunindo cerca de 250 participantes.

•No encontro anual, Glória Maria Guimarães e Horácio Catapreta acompanham as novidades apresentadas como soluções para o mercado

Fora os aplicativos voltados para a gestão de negó cios, o encontro, desta vez, mostrou soluções inovadoras para a distribuição de seguros: a venda e cobrança de seguros por celulares ou tevês digitais são algumas das novidades que poderão estar entre os produtos oferecidos imediatamente às seguradoras, efetivando o desejo recor rente de que a área de TI aproxime-se cada vez mais da área de negócios das empresas.

"Cada vez mais a TI faz o caminho para chegarmos às pessoas", reconheceu Marco Antonio Rossi, vice-presiden te da FenaPrevi e diretor-presidente do Grupo Bradesco de Seguros e Previdência, para quem a Tecnologia da Infor mação (TI) assume caráter cada vez mais estratégico para o mercado segurador.

Cobníiiça por celular

Olhando as gôndolas, a frase tem um tom quase proféti co e bastam dois exemplos pelo lado dos fornecedores. Dis posta a solucionar alguns problemas identificados pelos segu radores para iniciar a venda do microsseguro, como custos operacionais elevados e risco de descontinuidade na arreca dação de prêmios, a Vayon Insurance Solution Provider, espe-

.Marco Antonio Rossi está de acordo que o uso do arsenal tecnológico será fundamentai para a incursão do mercado em nichos ainda malexplorados

"No caso do microsseguro, a captação se dará pelo apa relho celular do segurado. Isto é, o usuário de um aparelho celular envia uma mensagem de texto para a seguradora, que previamente precisa ter fechado um acordo com a empresa de telefonia celular para ter acesso a informações do usuário. Depois disso, inicia-se o processo de aceitação do microsse guro que poderá ser aceito automaticamente ou poderá ser desviado ao call-center da seguradora para se obter, se neces sário, informações adicionais do segurado ou prestar-lhe esclarecimento sobre o produto", informa o diretor de Opera ções da Vayon, Wladimir Chinchio.

A cobrança, no caso de linha pós-paga, se dará via con ta telefônica do proprietário da linha ou pelo débito de crédi tos para usuários de pré-pago. Se o futuro segurado preferir, a cobrança do microsseguro poderá ser feita junto com a con ta de luz ou de água. "Trata-se de uma tecnologia que tem como objetivo reduzir os custos para viabilizar o microssegu ro, utilizando canais de distribuição e cobrança de baixo cus to", acrescenta ele.

Compra pelo controle remoto

E a criatividade parece sem fim. Um aplicativo da TQ TVD - aliança das empresas Totvs e a Quality Software para criação de componentes para TV Digital - acena com a pos sibilidade de compra pelo controle remoto da tevê. Na telinha da TV digital, o consumidor poderá escolher seguro de vida e, após prestar informações,como a idade, ver o valor do prê mio cobrado. Este sistema também está preparado para efe tuar simulações e a compra de outras apólices como os segu ros residencial e de automóvel.

IO diretor do departamento Comercial e de Marketing da Quality Software, Júlio Britto Júnior, imagina que esta ferra menta poderá estar disponível para as seguradoras no primei ro semestre de 2010, lembrando que o modelo de venda fica rá a cargo da empresa. Ele está convicto, tomando como base as vendas aquecidas de TV digital e os prazos maiores de financiamento, de que este canal será também o caminho para atingir as classes D e E, futuramente.

cializada no fornecimento de soluções de tecnologia às empresas seguradoras, desenvolveu uma solução para capta ção e cobrança nessa modaüdade por celular. Ou seja, por meio de um simples torpedo, a compra de microsseguro poderá ser concretizada e, ainda melhor, a solução pode ser adaptada para vender outros produtos massificados.

No caso do ramo de veículos, outro importante anúncio foi feito pela Central de Serviços da CNSeg. Ou seja, a Base Integrada de Veículos (BIV), que reunirá informações de 13 bancos de dados diferentes, como roubo e furto de carros, dados do DPVAT, por exemplo, permitindo uma nova forma de se enxergar a carteira de automóvel, assegura o diretor da Central de Serviços, Horácio Cata Preta, para quem o novo serviço, que estará disponível no próximo ano, será uma fer ramenta que vai revolucionar os processos internos das segu radoras. Para ele, o compartilhamento de dados, sobretudo em seguros massificados, continua a ser o caminho mais efi ciente para mitigar riscos a custos mais competitivos.

Aliás, o consenso dos especialistas é de que custos ope racionais cada vez menores serão fundamentais para ampliar

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Mmieo ef
N/ I X
>eloitte.
30 Oiiiiilnn hiovenitno- üe/ijirihro .1000 - Revista de Seguros 'VS.'"' 31 'ii:ul>i'i' Revista de Seguros

• Mais de 250 participantes lotam o auditório do evento, que aconteceu em novembro,em Angra dos Reis, para conhecer as ofertas que se mulppiicam

a demanda de seguros, particularmente nas classes de menor poder de compra."No microsseguro, os prêmios individuais são necessariamente pequenos. Esses prêmios pequenos são compensados pela ampliação de clientes da carteira. Só que, com isto, aumenta-se o custo operacional, já que é preciso gerenciar contratos de uma grande quantidade de segurados. Então, a saída é recorrer a canais alternativos de distribui ção", explica Wladimir Chinchio.

Arsenal tecnológico

Principal liderança do mercado segurador presente ao V Insurance IT Meeting, Marco Antonio Rossi, que em dezembro foi eleito presidente da FenaPrevi para o biênio 2010/2012, está de acordo que o uso do arsenal tecnológico será fundamental para a incursão do merca do em nichos ainda mal explorados. E o acesso a estes segurados terá relação direta com avanço de novos canais de distribuição, como web, rede de varejo e call-center, por exemplo. Em conseqüência, a área de TI das segura doras precisa se envolver mais no negócio da empresa, disse ele, lembrando aos CIOs que a tecnologia tem de estar à disposição do negócio. "Isso porque as novas gera ções não vão comprar seguros da forma que ocorre hoje", disse ele, exigindo uma reinvenção do mercado para atender um novo mundo que se avizinha.

O executivo afirmou que hoje os CEOs sentem-se frágeis ao tentar estabelecer estratégias quando envolve a área de TI, algo que tem relação com a dificuldade de os CIOs transmi tirem suas idéias com clareza. Mas TI e as companhias esta rão de mãos dadas para os desafios e oportunidades à esprei ta do mercado segurador.

Pelas projeções da presidente da Comissão de Proces sos e Tecnologia da Informação (CPTI) da CNSeg, Glória

Maria Guimarães dos Santos, os investimentos em TI devem fechar o ano em R$ 1,4 bilhão, mantendo a trajetória de expansão dos últimos exercícios, e a perspectiva é de que se acelerem a partir de 2010, devendo superar a faixa média de 2% a 2,5% dos prêmios anuais do mercado e atingir 2,7%.

Ela considera a TI um instrumento estratégico para fazer frente às profundas mudanças que se avizinham do setor, como a adoção de regulamentações mais severas, modifica ções nas regras de solvência, IFRS, início da venda do microsseguro em 2010 e avanço das operações de resseguro. A expectativa do mercado é de que a TI contribua para aumentar a eficiência operacional nos negócios de seguros, cumprindo a promessa de ter papel de transformação e ino vação no negócio de seguros.

Entre os fornecedores de tecnologia, a percepção é de que as seguradoras, entidades de previdência privada e vida, operadoras de saúde e empresas de capitalização (ou seja, o mercado segurador consolidado) ampliem os gastos no setor.

"Tradicionalmente as seguradoras são mais conservadoras em investimentos em TI, comparando-se aos bancos, mas agora terão de alocar mais recursos em nome da competitivi dade", prevê Marcos Monteiro Freixo Pereira, gerente de Seguros da Stefanini.

Segundo Glória Guimarães, os investimentos das segu radoras em novas tecnologias estão voltados para atender especialmente ao Gerenciamento Eletrônico de documentos e à prestação de serviços aos cUentes por canais alternativos. Faz sentido, estão de acordo especialistas, lembrando que os novos desafios à espera do mercado, como consolidação via fusões e aquisições, acirramento da guerra de preços, queda de juros, e seus efeitos nos resultados finais dos grupos, implicam um setor de TI cada vez mais afinado com a área de negócios das seguradoras.•

Ac0l6T6 0 fic[U.0 com 3. cont3 c1n0Í3.

Programa Premium SulAmérica Auto.

'MéltiOT progrania de ComissionameTito Adicional poT Lv Resultado

. de obter comissões adicionais com o seguro SulAmérica Auto e agora,

Aumente suas cnaTiLe:> uc v./ também com o Residencial.Quanto mais vendas e melhores resultados,mais voce pode ganhar, Este ano,o programa está ainda melhor e apresenta novidades:

Não há mais diferença de produção mínima por sucursal;

O corretor também poderá aumentar sua comissão adicional com a venda do produto SulAmérica Residencial;

Agora,pequenos corretores poderão participar do programa.

Não perca essa chance de aumentar seufaturamento com comissões extras.

Consulte o regulamento em www»sulameTÍca.com.br/pTemium

Mais de R$ 30 milhões distribuídos desde a edição.

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO w
w
SulAmérica associada ao INGJtet' 32 OiJtiil)to - Novembro - Opzombro 2000 - Revista de Seguros

"O melhor antídoto para essas práticas é o médico da família,aquele profíssional de saúde em quem a família confia"

Doentessão alvosdefalsas promessasdecura

Tratamentos que prometem soluções milagrosas prejudicam pacientes e sobrecarregam o sistema de saúde

Resultadosimediatos e curas milagrosas.

Essas são as principais promessas usa das para disseminar produtos e trata mentos que carecem de comprovação científi ca e têm como alvo os consumidores que, na busca por soluções rápidas e mágicas para seus problemas de saúde, são atraídos por todo tipo de novidades. Seja para promover pequenas correções de ordem estética ou até mesmo para tratar diversos tipos de câncer, tal prática expõe os pacientes a uma série de ris cos, incentiva a automedicaçâo e causa prejuí zo ao sistema de saúde.

Ao oferecer uma verdadeira panacéia, os responsáveis por práticas cujo único objetivo é auferir lucro beiram o charlatanismo. O pro blema não é recente e já motivou a reação de entidades representativas da classe médica, como a Associação Médica Brasileira(AMB|e o Conselho Federal de Medicina (CFM|, que através do 'Projeto Diretrizes' buscam, desde 1999, qualificar a assistência prestada à saúde, organizando as informações, padronizando as condutas e disseminando, por meio dos proto colos clínicos, as boas práticas da medicina baseada em evidências, que orientam a toma da de decisões pelos profissionais de saúde.

Confiíiisí^íi, líicliiiáír ireiMédiO

Na avaliação do membro da Comissão de Saúde da Federação Nacional de Saúde Suple mentar (FenaSaúde), Antonio Jorge Kropf, para se defender dessas armadilhas e ajudar a combater este tipo de fraude, o melhor remé dio é o médico da famüia, aquele profissional que acompanha o paciente há vários anos e no qual a família deposita toda a confiança. "O médico da família pode dizer se este ou aque le procedimento é correto ou não, e a melhor

maneira de evitar problemas futuros é consul tá-lo em caso de dúvida", diz.

Segundo Antonio Kropf, que é diretor téc nico da Amil para todo o Brasil, essa preocupa ção cresce tanto entre os profissionais das insti tuições ligadas à saúde suplementar quanto da rede pública, e já resultou numa sinergia no combate a adoção de ações sem amparo cientí fico. "Nós, da saúde suplementar, temos o cui dado de não invadir as áreas que são de atribui ção dos Conselhos de Meicina, e fazemos questão de debcar claro nosso apoio às iniciati vas criadas para coibir o uso de práticas não aprovadas cientificamente",destaca o executivo.

Uma das mais importantes iniciativas nessa área, para o médico, é o 'Projeto Dire trizes', da Associação Médica Brasileira (AMB), que define e estimula a adoção de protocolos médicos - práticas cientificamente comprovadas e homologadas pelas sociedades médicas. "Para se proteger é importante pro curar sempre um médico de confiança e informar-se se essa ou aquela novidade que vem despertando interesse tem respaldo cien tífico", alerta Antonio Kropf.

Crença em soluções milagrosas

O oncologista Otávio Clark, diretor da Evidencias (empresa sediada em Campinas/SP, especializada em avaliações de tecnologias em saúde), lembra que essa práti ca não é nova, e aponta os motivos de seu avanço: a crença em soluções milagrosas e a quantidade de pessoas que acreditam nessas promessas. "Não há um dia da semana, sequer, em que não apareça uma corrente milagrosa para a cura do câncer; folha de graviola, cartilagem de tubarão, babosa, co^melo, vacinas milagrosas e até urinoterapia (ou seja, a ingestão de urina)são anunciadas como capazes de curar o câncer , alerta. Ao abordar outro lado do problema, Otá vio Clark toca numa ferida tão polêmica quan to a adoção de tratamentos de eficácia nao comprovada: casos em que um procedimento é adotado por interesse econômico. A socie dade acredita que a decisão médica e isenta de interesses financeiros, mas infelizmente isto não é verdade. Existem dados na literatura médica que mostram que os médicos respon dem a estímulos financeiros. No Brasil nao ha investigações sobre isso, mas é um fato conhe cido no mercado que comissões sao pagas a médicos para que usem determinados mate riais, próteses etc.", diz Clark. , f ,, Sobre como o paciente pode se defender, o médico de Campinas prescreve atençao ao receituário. "Muitas vezes o consumidor acha

o'Projeto Diretrizes'

que está sendo bem atendido quando chega a um lugar bonito, encontra gente simpática que inspira confiança, e onde se faz um mon te de exames. Nada poderia estar mais errado. As decisões devem ser baseadas em fatos reais, não em impressões", aconselha Clark.

Feira de milagres na web

A Internet tem um papel importante nes sa questão e é apontada pelos dois médicos como uma faca de dois gumes. Segundo Anto nio Kropt, durante o 26° Congresso Interna cional de Hospitais, realizado em novembro, no Rio de Janeiro, um dos temas que mais atraiu a atenção foi a disseminação de informa ções de produtos e práticas médicas duvidosas pela rede mundial de computadores. "Aconse lhamos as pessoas a buscarem informações em sites de universidades e de instituições de pes quisa respeitadas por trabalhos já realizados, e não se deixem levar por promessas de trata mentos milagrosos", diz o médico.

Otávio Clark concorda com o colega de medicina e também ressalva que existem sites que podem orientar adequadamente pacientes e profissionais de saúde. "Produzimos proto colos de alta qualidade para as operadoras de planos de saúde. Existem em nosso site (www.pareceres.evidencias.com.br) mais de 150 protocolos com pareceres, diretrizes, fil tros e algoritmos montados dentro das melho res técnicas de medicina e da mais recente literatura científica disponível.»

S o 'Projeto Diretrizes' é Me^ e Medica Brasileira(AMB)e do(^nse no foi criado em 1999 para cone ar e® tomada de decisões padronizar condutas 9"^ au*!!^^^^ sociedades Médicas pelos profissionais de saúde, Caaa d . . g,g fiiladas à_AMB é ''^sponsáve pe^ especifica, eiaboraçao e atua açao dos^ ji^g^nzes

Visando de 2009,um convênio entre a clínicas foi estabet^ido.em jane^^ ^^ Associação Médica

Agência Nacional de elaborar diretrizes clinicas num Brasileira sua utilização pelo sistema de formato mais detalhado e com toco em &ua u v» k saúde,esse convênio WW^oramento das boas práticas médicas

• Otávio Clark: "A sociedade acredita que a decisão médica é isenta de interesses financeiros, mas infelizmente isto não é verdade"

destas novas diretrizes, além de priorizarem temas relevantes para o setor suplementar, é o seu caráter diretivo, traduzido em recomendações claras e implementávels, mas ao mesmo tempo flexíveis o bastante para prever o diferente e o pouco usual, O 'Projeto Diretrizes' contou com a participação de 47 Sociedades de Especialidade, De 2002 a 2005,foram editadas 120 diretrizes; de 2006 a 2007. mais 120; e de 2008 até agora, outras 120. Até 2010 mais 80 diretrizes serão concluídas e implementadas no formato de perguntas e respostas para facilitar sua aplicabilidade, A AMB promove, gratuitamente, oficinas com objetivo de capacitar médicos interessados em elaborar diretrizes. As entidades escolhem os temas que serão abordados e são orientadas a estruturar questões clínicas relevantes. Entre os desfechos clinicos levantados também são levados em consideração o desenho dos estudos e a qualidade dos resultados obtidos.»

SAÚDE
C5 Fotos; Arquivo pessoal * Antonio Jorge Kropf: ViCTOR ABRAMO
SarSeSupiementar, O d.erenCa,
34 Outubro Novembro -Dezembro 2009 -fíevista de Seguros-ir'8'/' 35 outuòto-Novembiu-Dezembiü ?M0'/ - Rêvista d»Stguros n H.n

O Armando Vergíilo (superintendente da Susep) informou que o mercado de seguros, previdência privada, pianos de capitalização e resseguros vai fechar o ano com um crescimento da ordem de 12%,na casa de R$ 100 bilhões, Previu ainda para o próximo ano a expansão entre 16% e 20%,aproveitando a reação firme da economia brasileira em 2010,que deverá crescer pelo menos 5%. As empresas de resseguros, disse, vão acirrar a disputa no setor no próximo ano,em virtude de uma crescente normalização do quadro mundial, gerando assim a esperada concorrência de preços e de criação de novas coberturas, fatores essenciais tanto para a expansão de alguns nichos de mercados quanto para a exploração de novos. Acredita também que o ritmo de incursão do seguro no segmento de baixa renda vai se acelerar no próximo ano, sobretudo com a estreia do microsseguro, provavelmente em abril. Apesar do mercado potencial de negócios, de 80 milhões a 100 milhões como púbiico-alvo, é a perspectiva de reduzir as vuinerabiiidades da população de baixa renda o que mais é destacado pelo superintendente

Tudo bem no ano que vem

O encontro do mercado segurador, realizado pela CNSeg para a confraternização de final de ano,no dia 16 de dezembro, no Centro do Rio de Janeiro, reuniu 260 pessoas,entre executivos e líderes do setor,que prestaram uma homenagem especial a Armando Vergílio dos Santos Júnior,superintendente da Susep, pelo conjunto de iniciativas em prol do fortalecimento do mercado.O evento deixou um saldo de boas notícias:2009foi bom,mas 2010 promete ser ainda melhor.Confira,a seguir: V

? I^usto Pereira dos Santos r^ldente da Agência Nacional r Saúde-ANS)

gj^oveitou o encontro para i ^^hciar sua saída do cargo, hdo em vista que seu mandato f^'^cerra-se em abril. Também fez ^Jl^stao de elogiar a participação da FenaSaúde na discussão hiarco regulatório de saúde rj 1^'emeníar,Ao fazer um balanço P? Setor, admitiu que o ano de .^09 foi repleto de dificuldades, ?9ue,além dos efeitos da crise H^^hceira mundial, houve avanço sinistralidade e adoção da Imobilidade para os pianos J^iduais, por exemplo,com nos custos operacionais. Q ^hio assim,reconheceu,as jj^radoras Já superaram o pior Jhiento e há claros sinais de 9?^fhada dos negócios, o que perspectiva ainda mais "^^hiissora para 2010.

Z João BIslo Ferraz de Campos

(preslderrte da CNSeg)

Lembrou que o mercado começou 2009 com a expectativa de ser um ano difícil, em razão da crise econômica mundial, tendência que não se confirmou, graças às características do mercado brasileiro, bem diferentes das de outros mercados internacionais. Entre os motivos que levaram o setor a homenagear Armando Vergílio, citou a abertura do resseguro.

CONFRATERNIZAÇÃO DO MERCADO
'1 íi'////
{/■ Ví
36 Outubro Novembro Dezembro P.OO'J RevistadeSeguros n"87i 37 Outuoiv '■lcivcp>b:o Revista de Seguros

CONFRATERNIZAÇÃO DO MERCADO

Acredita que o cenário econômico previsto para 2010 é positivo para as vendas de seguros patrimoniais, mas advertiu que o mercado precisa permanecer unido contra ameaças que podem minar a perspectiva de forte expansão.

RESPONSABILIDADE

CIVIL OSVALDO HARUO NAKIRI

RC- uma porta aberta a problemasfuturos?

o hábito do brasileiro de não preencher formulários ou fazê-lo de forma incorreta pode causar dor de cabeça na hora do sinistro

O Ricardo Hores (presidente da FenaCap)

Apesar da crise, disse que 2009 foi um ano positivo. No acumulado até outubro, informou, o faturamento totaiizou

R$ 8,1 biihões, representando crescimento de 12% em relação ao mesmo periodo do ano passado. Para ele, 2010 deverá ser ainda mais proveitoso para o mercado. Entre os projetos para o próximo ano, estão um estudo para o aperfeiçoamento do marco regulatório e apoio ao microsseguro.

usualmente utilizados para colher informações e precificar riscos. É um modo prático e economico de se conhecer riscos, não dispensando, porem, em casos pontuais uma inspeção "in loco quando surgirem dúvidas, É o que manda o bom senso.

No Brasil, mesmo com a abertura do mercado de resseguros, as seguradoras continuam a utilizar os ques tionários padronizados

O Gabriel Portela (vice-presidente da FenaSaúde) Representando o presidente da entidade, Heráciito de Brito Gomes, na solenidade, afirmou que o cenário econômico será mais favorável para as operadoras de saúde em 2010, sobretudo pela perspectiva da criação de mais empregos. Lembrou que, em 2009,o mercado de saúde suplementar foi afetado pelo aumento das demissões no Brasil e maior utilização dos planos (via consultas e intemações), o que elevou os custos das operadoras, ainda mais com a adoção do novo rol de procedimentos e da portabilidade para os planos de pessoas físicas.

pelo IRB Brasil Re para obter informações para análise dos seguros de Responsabilidade Civil.

Aparentemente os novos resseguradores em ativi dade no mercado brasilei ro não trouxeram questio nários próprios para uso das seguradoras com os quais celebraram contra tos diferenciados.

O brasileiro não é muito afeto a preencher questionários e, se o faz, não é incomum, não o faz

tes a doenças I indenização. Isto de ser razao direito a informação comple-

ta, nao tez vaie quando do sinistro, de Civil sofre de uma doença crônica. Nao e assinado

nem datado. E quando está assinado não há a identifica ção do nome de quem o assinou (nome por extenso) nem o seu cargo. Resumindo: não tem valor legal. Além dis so, não sendo datado, não há segurança temporal quanto à atualidade das respostas. Seguradoras devem tomar cui dado. Tais lapsos podem causar problemas no momento de recuperação de sinistro junto ao ressegurador. Por outro lado aconselha-se que o corretor não assi ne o questionário. Isto é

atribuição exclusiva do segurado. Se o fizer estará se responsabili zando pelas informações e então, eventualmente, é interessante que o pró prio corretor tenha um seguro de RC Profissio nal em vigor.

Outro detalhe é a , citação de artigo do Código Civil, referente à obri gação de prestar infor mações verdadeiras. Mui tos questionários ainda utilizados mantiveram a menção do artigo 1.444, que é do antigo Código de 1.916. O correspondente do Código atual é o artigo 766. Por que da necessidade de atualizar o número do artigo? Ora, no Código Civil atual, o artigo 766 se refere a penhor pecuário. Como se defen der em um processo civil, argumentando que o segurado deixou de atender tal artigo? Fica complicado, não?

Em questionários utilizados no exterior é comum o primeiro parágrafo se referir a como preencher o ques tionário e da necessidade de se apresentar respostas que reflitam a realidade, citando as penalidades (pelo menos os artigos) previstas em lei, para ninguém entrar engana do no negócio. •

O Jayme Brasil Garfinkel (presidente da Fen^) O Antonio Cássio dos Santos (presidente da FenaPrevI) Ressattou o apoio recebido pela CNSeg,sem o quai, na sua opinião, a FenaPrevi não teria executado grandes projetos. Aliás, todos prestaram homenagem ao presidente da CNSeg, João Elisio,
f I 1?
Nomundo inteiro,questionárioseformuláriossao
39 Outubro - Novembro - Dezembro 2009 - Ptvista t/t Stguros • 39 Oinubro -f^ovembm-Dezembro 20DU Pevhta de Seguros -vByi ^íi^tíiàÊllsÊÊÉ
OSVALDO HARUO NAKIRI - Analista de Facultativos-Responsabilidade Civil Geral

O impacto do consumo no meio ambiente

A leitura deste livro ratifica a necessidade de acordarmos da mentira do bem-estar proporcionado pelo consumo e produção desenfreados

remédio para uma mentira vital é enâentar a verdade que ela ocul ta." Esta frase de Daniel Goleman dá o tom da provocação à qual o leitor é desa fiado nos 16 capítulos desta obra. Certamente a leitura deste livro do Goleman ratifica a neces sidade de acordarmos da mentira do bem-estar proporcionado pelo consumo e produção desenfreados. Contudo, a verdade revelada é a mudança comportamental a ser desencadeada se o conhecimento confinado a especialistas ambientais for disponibilizado a todos, transmi tido para as crianças nas escolas, viabilizando acesso na internet. Além desses pontos, apre sentar as avaliações condizentes das mercado rias e dos hábitos de consumo, tudo isso infor mado no momento que antecede a compra.

Profundo conhecedor do comportamento humano,Daniel Goleman ajuda a guiar essas ques tões no complexo caminho das emoções humanas. i.jutor pela Harvard University, Goleman é um renomado autor de sucessos como "Inteligência social, Inteligência emocional" e "Trabalhando com a inteligência emocional", e é também coautor de "O poder da inteligência emocioná".

Esse caminho sem atalhos começa, confor me defende o autor, pela Transparência Radi cal. Na hipótese de conhecermos verdadeira mente os impactos de nossas opções de com pra, poderemos usar esta informação para ace lerar as mudanças incrementais. Com os dados adequados, uma cascata contínua de mudanças iniciadas pelo consumidor se disseminará pelo mundo empresarial - da fábrica mais distante à usina elétrica, abrindo um novo front na bata lha pela fatia de mercado. Este processo se dará por ondas, de forma que a mobilização social

Experiência dos EUA é transmitida por certificação

Programa permite que o interessado nos exames da LOMA faça as provas online

DANIEL GOLEMAN

O

do

INTELIGÊNCIA ECOLÓGICA

fará com que as empresas sejam forçadas a mudarem seus métodos de produção para outros menos impactantes.

Se a transparência radical é a meta, o método é a ACV - Análise do Ciclo de Vida. Esta análise considera todo tipo de componen te, tais como mão de obra, transporte, matériaprima e outros itens manufaturados, e propor ciona uma idéia exata dos materiais usados, energia gasta, tipo de poluição e toxinas geradas em cada unidade básica da cadeia de produção.

Autor:

Surpreendentes e contraditórias conclu sões são reveladas pela ACV. Análise da Agên cia de Proteção Ambiental dos Estados Unidos calcula que a produção de sacos de papel utili ze mais energia e polua mais que a dos sacos plásticos. Existem prós e contras em ambos os lados no debate sobre o uso de sacolas de papel versus sacolas de plástico, e quando a análise debca de focar unicamente no meio ambiente e analisa-se também o impacto sobre a saúde humana, percepção do que é "verde" pode-se alterar. Não se pretende certamente atenuar o impacto das sacolas plásticas ao meio ambien te, porém classificar superficialmente produtos como "verde" ou "não verde" certamente é uma miopia do marketing corporativo. Sem esta miopia, a conclusão é que pouquíssimos produtos hoje considerados "verdes" passariam numa avaliação matematicamente criteriosa.

A transparência radical propõe que conside remos a distinção entre curar e remendar. Tere mos que aprender a deixar a tentação de soluções fáceis que nada resolvem em definitivo e buscar nas causas básicas a cura definitiva. "Teremos que parar de falar que é preciso curar a terra. A terra não precisa de cura, nós sim."•

Escola Nacional de Seguros(FunensegI oferece aos profissionais do mercado _ —.de seguros o "caminho das pedras", em português, para obtenção da certificação internacional LOMA, que tem como objeti vo trazer ao público conhecimentos sobre a indústria de seguros no ramo vida, saúde e previdência dos Estados Unidos. Apesar e ser referência em outra cultura e realidade, esses conhecimentos podem trazer insigbts às companhias brasileiras que queiram diversificar e inovar. Neste ano, cerca de 350 profissionais, entre particulares e gru pos fechados por seguradora, procuraram a instituição para se inscrever no programa. "A meta é oferecer um programa de certiticação em seguro de Pessoas, além de acesso a inúmeras pesquisas, banco de dados, publicações e eventos", diz a coodernadora de Parcerias Internacionais da Escola, Maria Luiza Martins.

O sistema de exames da LOMA, segun do Maria Luiza, é muito prático. As provas são realizadas online e, por isso, ressalta, não há limitações de horário ou data, desde que seja obedecido o período de três meses pré-determinado como prazo. O estudante pode fazer o exame na empresa, sob inspe ção de um supervisor, ou nos laboratórios de informática da Escola, sob a supervisão de alguém da equipe da instituição de ensino.

A certificação internacional está aberta a todos os profissionais da área de seguros, sem restrições, e a Escola disponibiliza o material educacional da LOMA, que é formatado de maneira a facilitar o estudo independente. "O interessado compra o material, estuda e reali za o exame quando se sentir preparado. E pode testar antes seu aprendizado através de um exame simulado no próprio livro. Uma vez se sentindo seguro, basta se inscrever por

da área de seguros, sem restrições

"A meta é oferecer um programa de certificação em seguro de Pessoas, além de acesso a inúmeras pesquisas, banco de dados, publicações eeventos"

intermédio da Escola ou de sua empresa e fazer o exame na data mais conveniente" explica a coordenadora. O Programa de For mação LOMA em Português (PFLP) tem nove módulos e dois tipos de certificação (intermediária e plena).

Para as empresas, a Escola oferece um curso preparatório a distância. Esta prepa ração, de acordo com Maria Luiza Mar tins, é elaborada conforme a demanda da empresa, assim como o valor do curso. "Não existe preço fixo e nem período fixo. Tudo depende da proposta. Geralmente, a preparação leva quatro meses de estudo, em média", diz.

É possível ainda associar-se à LOMA e, assim, ter acesso a inúmeras facilidades e fontes de conhecimento, como relatórios, bancos de dados, pesquisas e seminários sobre temas de interesse do segmento de seguros de Pessoas.®

BIBLIOTECA < GUILHERME DE FREITAS LEITE
o pHtWD
impacto
qu6 consumimos «a niMangat qw pocam in««<v
C RESENHA: INTELIGÊNCIA ECOLÓGICA - O IMPACTO DO QUE CONSUMIMOS E AS MUDANÇAS QUE PODEM MELHORAR O PLANETA.245 P.
Editora: Campus/Elsevier 2009
Daniel Goleman
GUILHERME DE FREITAS LEITE -gerente de Projetos na Volvo Financial Services e professor universitário. TI' FUNENSEG
A certificação internacional está aberta a todos os profissionais
•Maria Luiza Martins:
40 Outubro ■ Novembro•Dezembro 2009 fíev/sta de Seguros - 371 41 Outubro - Ncwemb'0 üe.:>''''bro 2009 - Revista de Seguros 'vnr'

Seguro e meio ambiente

A natureza a cada dia aumenta o preço da conta a ser paga pela humanidade por suas agressões ao meio ambiente.E quanto mais degradação, mais sinistros a serem indenizados.

Há várias décadas a atividade seguradora se preo cupa com o meio ambiente. Não é por outra razão que na década de 1970 foi desenvolvida uma apó lice para desmontagera de usina nuclear; e na mesma época as apólices de responsabilidade civil empresariais - emitidas primeiro para os conglomerados multinacio nais e depois para as empresas em geral - começaram a dar cobertura para sinistros de danos ao meio ambiente, decorrentes de acidentes súbitos e imprevistos.

A atividade fim de uma seguradora é preservar a socieda de, através do pagamento das inde nizações devidas em função de sinistros cobertos que atinjam seus segurados. E sua área de abrangên cia pode ser enorme. Den tro desta defi nição não há como iso lar o meio ambiente. Não é possível excluí-lo da realidade humana, mesmo porque dependemos dele em todas suas tipicidades e situações, sejam nos momentos positivos para o nosso desenvolvi mento, sejam naqueles em que a ação das forças naturais causa morte e destruição.

E não se diga que o seguro só é importante quando os fenômenos negativos se abatem sobre o ser humano. Ao contrário, a atividade seguradora é importante também quando os sinistros não ocorrem. Nesta situação sua rele vância se dá pela garantia da cobertura em caso de sinis tro, que permite que as decisões de investimento sejam tomadas, utilizando para isto recursos que, se não houves se o seguro, não poderiam ser usados em novos projetos, sob risco de comprometer a própria sobrevivência, na

eventualidade da ocorrência de um sinistro.

Com o aquecimento global e as recentes mudanças climáticas houve um aumento significativo do número de eventos de origem natural com forte poder destruti vo. Parte destes prejuízos, como não poderia deixar de ser, vem sendo suportado pela atividade seguradora, que,também em função deles, nos últimos anos viu seus resultados minguarem.

Vendavais, furacões, tufões, tornados, tempestades tropicais, chuvas fortes, tsunamis, inundações e alagamen tos cobram a cada dia que passa um pre ço mais caro - em vidas, pa trimônios e capacidades de atuação afetadas.

Isto para não falar em outra conseqüên cia do desenvolvi mento humano, agressiva para o meio ambiente.

As mudanças nos ecossistemas têm contribuído para o surgimento e a pro liferação de doenças e pragas que atingem pessoas e animais de for ma avassaladora, aumentando o preço da conta a ser paga.

Neste cenário, não há como as seguradoras ficarem de fora. Seu engajamento na luta pela recuperação do planeta e pelo aperfeiçoamento de medidas destinadas a preservarem a natureza é questão de sobrevivência para elas. Quanto mais degradação, mais sinistros a serem indenizados. Quanto mais aquecimento global, mais pro blemas a serem enfrentados. Então, quanto antes elas se engajarem na luta, melhor para todos. E várias delas já começaram.•

. nnnrnqo saímos à procufa de abrigo. Mas e se isso significa perder novas oportunidades? Neste clfina economico realmerrte são caracterizados por incertezas, Mas temos enfrentado Nossa posição na Swiss e e _ di5PO*stos a assumir «pcos e fazer com que os nossos clientes e corretores tenham incertezas ha mais de ano . ^afioS'ímediatos.Pois na Sv;iss Re.o risco é nossa matéria-prima; o que criamos uma visão bem mais ampla do que apendb us.v são oportunidades. '

Venha rapidamente para www.swissre.com

OPINIÃO ANTONIO PENTEADO
MENDONÇA
Quando o vento sopra mais forte, temos que usá-lo a nosso favor.
PENTEADO MENDONÇA - Jornalista
especialista
42 Outubro Novembro - Dezembro 20C9 - Revista de Seguros n"871
ANTONIO
e
em seguros e previdência

Matriz e Fábrica Rio

Rua Peter Lund, 146

São Cristóvão

CEP: 20930-390

Rio de Janeiro - RJ

Tel.:(21)3479-9100

Fax.:(21)3479-9109

Trust Impressores de Segurança Ltda

Rua Jandaia do Sul, 1073

Vila E. Perneta - Pinhas ^

Paraná - PR

CEP: 83324-440

Tel.:(41)3525-2700

Fax.:(41)3525-2782

Fábrica São Paulo

Estrada do Ingaí, 200

Barueri

CEP:06428-000

São Paulo - SP

T0l.:(11)4772-78OO

Fax.:(11)4789-5408

Fábrica Sorocaba

Rua Laura Maiello Kook, 551

Ipanema das Pedras

CEP: 18052-580

Sorocaba - SP

T0l.:(15)3412-61DO

Fax.:(15)3412-6342

Fábrica Erechim

Rua Lenira Qalli, 450

Distrito Industrial

CEP: 99700-000

Erechim - RS

Tel.:(54)2107-2600

Fax.:(54)2107-2687

CARTÕES

Telefonia Pública* Pré-Pagos*

Crédito / Débito*

Private Labei*

Smart Cards*

Contaciess Cards* Sim Card*

SERVIÇ€ÍS GRÁFICOS

Gráfica Geral* Impressão Eletrônica* Impressos de Segurança* Scratch Off*

SiSTEMA DE IDENTIFICAÇÃO

Carteira Nacional de Habilitação*

Carteiras de Identidade*

Documentos de Veículo*

Selos Notariais* Impressão Digitai*

Visite nosso site: www.abnQte.com.bt

tÜDpnjia BOMQEinn a..:.!' Cetido 00 Pérè Pod»f Judie^arto S$lo de Segurança ulanlICBçao S«r 6 B ■ímOOOOOOOO r'««'muin T * í .icíiisü"!

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.