T1848 - Revista de Seguros - jul/ago/set de 2009_2009

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REVISTA oc SEGUROS

ROUtSU Ut L/iRGi

VOLTA A DESAFIAR

País registrou mais de 12 mil casos no ano passado, com perdas que chegaram a R$ 1 bilhão

ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO DD MERCADO SEGURADOR ANO88 N**870 JÜLHO/AGOSTO/SETEMBRODE20O9 ys'X
MICROSSEGURO ESTÁ MAIS PERTO DE VIRAR REALIDADE NO BRASIL. ESPECIALISTA DA OIT FALA SOBRE O ASSUNTO EM ENTREVISTA EXCLUSIVA .1.

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SUMARIO 5 8

ENTREVISTA

Craig Churchill,especialista em Microsseguro,ficou convencido de que o País pode contribuir para o avanço do setor e ajudar a reduzir a vulnerabilidade dos mais pobres

CAPA

20 PREVIDÊNCIA E VIDA

Seminário revela que a crise reforçou a necessidade de planejamento financeiro, tornando osegmento de pessoas um dos mais promissores do Brasil

MEICLAMBIEMIE.

Roubo de carga nas estradas e depósitos levou o segmento de transporte a amargar perdas de quase R$ 1 bilhão, no ano passado 12

balân.çq_sqcjal

22 30

Estudo da WWFconstata que o País tem condições de expandirsua fronteiro agrícola sem avançarsobre terras da Amazônia ou infringir a legislação

lECJlflLDGIA

DA INFORMflÇlQ r—

Na busca porsoluções tecnológicas para seus negócios,executivos do , mercadoreúnem-sede13a15de k novembro,no VInsuranceITMeeting, que acontece em Angra dos Reis

LELSEÇA

Üm ano após da entrada em vigor da lei, estudos mostram que a fiscalização não é mais a mesma e que osjovens pegam carona com pessoas que beberam

COPA 2014

Documento demonstra o comprometimento do j mercado segurador com as questões sociais e ambientais do País 14 18

As obras necessárias para atender ao mundial de futebol aumentam a demanda porseguros e resseguros e mobilizam desde pequenas empresas às gigantes do setor

36

CAPITALIZAÇÃO

Empresas procuram atrair novos perfis de consumidores com produtos inovadores, de fácil compreensão,e uma comunicação transparente

38

MERCAJ)(L|M0B|UÁRI0_^__

Mudança nas regras dosistema habitacionalexige que o financiador ofereça mais de uma apólice de seguro e analise ainda a proposta do comprador

E MAIS...• 4 - AO LEITOR 24 - MUDANÇAS CLIMÁTICAS ® 26 - ATUÁRIOS•32 - LONGEVIDADE

* 40 - BIBLIOTECA'41 - FUNENSEG ^ 42 - OPINIÃO

OCNSeg

Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vfda. Saúde Suplementar e Caplializaçío

pnESIDENTE:

Joáu Qlsio Ferraz de Campos

inCE-PRESIOEirTES:

Anttnio Cássio doa Santos, Ger^ Soctra Meüo,Jaymo Srasil Gailinkei, Kntor Moilna, Osvaldo do Nasamerdo, Patilck Antonlo Claude 3e Larragoiti lucas e Ricardo José da Costa Rores

OIRETOflES;

Antonio íiindade, Fsdenco Barogru, Ji^

Francisco florgas da Costa, Mário José Pstielii, Múcio Novaes de AidiAiuerque Cavalcanti, Paulo Miguel Manaceíni e Pedro

Pereira de Fiíltas

CONSELHO HSCAL

Efetivos:

Hairtewaido Roberto Chamtierlain

fla Costa, UènioPeraia dos Santos eLj^toflntonioMarçues

^Fwando Romano Fumê,José Mana Souza Teixeira Costa e Ijjtz Sadao SWbutanl

CONSBJiO SUPERIOR PRESIDENTE; João Ellsio l^rraz de Campos Membros; Acado Rosa de Queiroz Rlho,Mbeito Oswaido Cfflidnentino de Araújo, Antonlo Câs^ dos Sarrtos,Carios dos Santos, Eduardo Baptísia Vianna,Federico Barogllo. Francisco Cauby Vidigal, Jayme BrasÜ Garfinkel. João Gilberto Posslede,Jorge Estácio da Silva, Jorge Hil^ Gouvéa Vieira.Jo^ Am^co Peón de Sá. José Castro Araújo Rudge, José Roberto Mamio loureiro, Luis Emílio ffeurette. Manuel Sebastião Soares Povoas, José Gonzaga Petrelll, Miguel JunQuâira Pereira, Nliton Mdina, Osv^ do Nascimento,Patrick Antonio Ciaude do Larragoiti i.iicas, Pedro Pereira de Freitas,Pedro Purm Junicr, Rir^do

José da Costa Flores e Tblerry Mare Cfaude

Ctaudon Conselho de representantes:

Antonio Tavares da Crúnara,João Giibeito Posslede, Luclano Macodo de Uma.Luiz Tavare Pereira Rlho, Mauro César Batista, Miguel Junqueira Pereira, Múcio Novaes de Abuquergue Cavalcanti,Pauk)LQckmann

ItttRSTA DE SEGUROS Órgão de divulgatão

PimAÇA)INTEGRANTE DO CONVÊNIO DE IMPR0ISADO MERCOSUL-COPflSyiE. Em conjunto com SIDEMA(Serviço informativo do Mercado Segurador da Reqút)ficaA^na,\ a PRODUCTOR(PubBcaçáo da Associaç&deAqentBS 8 Produtoros de Segunr da República Onemai do Uruguai) e Jornal dos Seguros(Nbãcsgão do Sindicato dos Corretores de Seguros e de Capitalização do Estado de São Paiío).

GDNSEUtOEEHTDRiAL

Memliros:

Angela Cunha, Geraldo Bolda,Hélio Portocarrero de Castro, Luiz Peregrino Fernandes Vletra oa(Xnha. Nelval Rodrigues Freitas,Solange Beatriz Palheirr) Mendes

3 Joiho Agosto - Sizínmòro 'õoí' - Revista de Seguros idünhen

Erfitur-chefe:

Ang^ Cunha(MTb/WI2.5551 Coordenação

VIATEaOAG.OECOMUNlCAÇÍO vtale*to©viatexto.combr 21-2262-5215

VaniaMezzota?o-MTB14.B50

Assislente de produção:

Colaboradores:

Adriana Agullar, Cristlane Collich Sampaio,Denise Gueno, Fernanda Good,Fernanda Thuiler, Francisco Atves Filho, Francisco Luiz Moel, Urissa Morais, Márcia «ves, Olga de Mello, Nelson

Moreira e Sônia Afaripe

FotograBa:

Dantóa Meireles, Ferrando Sote^ves e Marcelo Casa)JrJABr

Projeto BtâBco:Jo Aes/Moz» Ais

0TP:M0RE-A1

RHUÇAOECORRESPOND&ICIA: Assessorta de ComutdcacãoSoci!d~CN^ Adriara Beibão.Claudia Mara e Vagner Ricardo. Ria Senador Dantas,74-1? andar Centro

• FDo de iíiafD,RJ -

CEP 20031-201

Tel0JC(02n 345(e-KNES

<^(21)2510.7839Tel. 121) 2510.7777 www.viverseguro.orq br l^icnsegècnseaofBbi EscittárteCNS^I^^. SCN/Quadtal/BlocoC-Ed Brasto])^Center-síal607 ®™flca:1Nalpfint I^^^Serviços GeraisiCNSegrahrilcidade:Trimesbai Circu|^;5nriiBxemplaies As rrtaíerfas e artigos assmsdnssão de As matérias A publicadas nesta edição ^rnserreproduàdasse CKstribuIçio &atult8 ABB2JE

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INFORMAÇÕES

Roubo de carga avança e exige ações enérgicas

Oroubo de carga no País volta a preocupar as autoridades de segurança,a

sociedade e o mercado de seguros brasileiro. Só no Estado de São Paulo, a ação das quadrilhas provocou perdas de mais de R$ 60 milhões no primeiro trimestre do ano, 10% a mais que no mesmo período de 2008. Por ser o mais importante mercado de movimentação de cargas do País, o agravamento do crime exige ações enérgicas.

Nesse sentido, vale jogar luzes para o encontro que reuniu, recentemente, entidades ligadas à área de transporte para, em um grande fórum, discutir o atual quadro e esquadrinhar medidas eficazes de combate à escalada do crime dé roubo de mercadorias.

É verdade que nada se compara à situação vivida em meados da década de 90. O que ficou claro no fórum, como mostra nossa reportagem de capa, é que o combate ao roubo de carga exige medidas multissetoriais. Ou seja, só com a união de esforços será possível lutar contra dois fortes aliados do crime: a impunidade e a organização. E o mercado de seguros já começou a reagir, con forme vocês podem conferir na matéria desta edição.

Em outra reportagem, sobre um balanço de um ano da implantação da Lei Seca, vemos que ainda é alto o índice de mortes no trânsito decorrentes de aci dentes, outra grande preocupação do mercado segurador, embora tenha sofrido uma redução pontual. Este problema grave não é uma exclusividade do País, mas se repete em várias nações, a ponto de levar a Organização Mundial de Saúde a considerar as mortes no trânsito um dos mais sérios problemas da atualidade.

Esta edição traz também notícias bastante animadoras para o mercado segu rador,como as que se referem às mudanças das regras do sistema habitacional,com reflexos positivos para o seguro. Ou os preparativos para a Copa do Mundo de 2014, que irão demandar do setor muitos tipos de proteção, e o desempenho do segmen to de capitalização, que fechou o primeiro semestre com números alvissareiros.•

DESTAQUE

ANS adia anúncio das novas regras

O A Agência Nacional de Saúde Suplementar(ANS)adiou para outubro o anúncio da nova regulamentação dos pianos de saúde coletivos, prevista anteriormente para agosto, que vai atingir 75,2% dos brasileiros que contam com seguros de saúde privados, O adiamento,segundo a Agência, vai permitir que as empresas se adéquem às mudanças. Uma das principais alterações prevê obrigatoriedade de vínculo empregatício para os beneficiários de pianos empresariais, o que impede a extensão do benefício aos prestadores de serviços. Os pianos coletivos de grupos sem vincuiação a emprego também sofreram mudanças: os grupos deverão estar ligados a pessoas jurídicas de caráter classista, profissional ou setorial. Em setembro, a ANS vai promover encontro com representantes de seguradoras para discutir as alterações. A principal preocupação do marcado é quanto à determinação de que o repasse de aumentos seja feito em parcela única anual.(Pág.34)•

ENTREVISTA I GRAIG CHURCHILL

"O MICROSSEGURO UNE O SERVIÇO FINANCEIRO A PROTEÇÃO SOCIAL"

Durante sua visita ao Brasil,o especialista em microsseguro Cratg Churchill disse que espera que o País, assim como a Colômbia e o Quênia,tenha sucesso na criação de uma cultura de seguro para os mais pobres e sirva de exemplo para outras nações

Especialista de microsseguro da Organização

Internacional do Trabalho (OIT), Craig Churchill repete há quase duas décadas o mantra em prol da criação de mais proteção para a população de baixa renda, incluindo, portanto, o seguro no tripé de microfinanças. Significa dizer que, no comando do Programa Financeiro Social da OIT, ele está atento, principalmente, no papel dos serviços financeiros que a população de menor renda pode utilizar para gerir riscos e reduzir sua vulnerabilidade, incluindo poupança, seguro e empréstimos emergenciais. Craig Churchill é autor e editor de mais de 40 artigos, documentos, monografias e manuais de treinamento sobre diversos tópicos de microfinanças, incluindo microsseguro,fidelidade do cliente, desenvolvimento organizacional, metodologias de

empréstimo, regulação e supervisão e serviços financeiros para o mais pobre dos pobres. Em agosto, ele visitou o Brasil, especificamente a sede da CNSeg, para comandar uma série de encontros com seguradores e representantes da Superintendência de Seguros Privados(Susep) tendo em vista a proximidade da regulamentação do microsseguro, prometida para este ano. Após quatro dias de encontros, saiu convencido de que o Brasil poderá dar uma grande contribuição para o avanço do microsseguro no mundo, unindo-se a outros países emergentes, como China ou índia que utilizam as coberturas do seguro para reduzir as vuinerabiiidades da população de baixa renda No seu receituario, os produtos que vão estar dis poníveis no mercado não podem prescindir de coberturas combinadas de vida e saúde,•

AO LEITOR
r
4 Julho A:jrr.!o Seiemlro 2009 Revista de Seguros o'F,/'.)
VAGNER Ricardo
5 hilho Agosin Setpnihio 2009 Revista de Seguros

"O seguro é um dos vários serviços financeiros aos quais a população pobre não tem acesso, como acontece, inclusive,com os produtos bancários"

Revista de Seguros ~ No plano mundial, tendo em vista os milhões de pessoas excluídos dos serviços bancários, sobretudo nos países emergentes, pode-se dizer que os serviços financetos para a população pobre são uma franca promessa. E, no Brasil, como o senhor imagina que se dará a implementação do microsseguro?

Graig Churchill - O microsseguro é interessante porque cruza o limite entre serviços financeiros e proteção social. Porém, o seguro é um dos vários serviços financeiros aos quais a população pobre não tem acesso, como acontece, inclusive, com os produtos bancários. Sua classificação como "microsseguro" nos possibilita incentivar seguradores e canais de venda a considerar, com cautela, as características do mercado de baixa renda, e dar um enfoque inovador no desenho dos produtos e nos mecanismos de venda para atingir este segmento de mercado. Por outro lado, para a dimensão da proteção social do microsseguro, faz-se necessário estender proteção aos trabalhadores da economia informal, que normalmente estão fora do alcance da maioria dos sistemas de seguridade social. Sistemas de venda inovadores e parcerias dos setores públicoprivados também podem ser oportunidades para atingir este objetivo.

Ainda sobre o Brasil, o senhor acredita que o microsseguro terá um avanço bastante expressivo e quais as precondições para sua expansão?

Z/ A entidade supervisora de seguro no Brasil assumiu um papel de liderança nas discussões globais sobre a responsabilidade dos seguradores e legisladores na promoção do seguro inclusivo. Devido ao porte potencial do mercado, a capacidade do mercado segurador de inovar e a liderança das autoridades de seguro, eu estou bastante otimista em relação ao potencial de inovação e expansão do microsseguro no Brasil.

Os níveis de pobreza no mundo aumentaram após o aprofundamento da crise financeira mundial. Quais os efeitos da crise para o avanço ou retrocesso do

microsseguro em escala global?

O Acho que a crise financeira exacerba a necessidade de uma nova atitude voltada para seguro, em particular, em relação ao mercado de baixa renda. Para companhias de seguro que estejam lutando para ampliar sua participação no mercado neste momento financeiro difícil, talvez o microsseguro represente uma oportunidade viável. Para serem bem-sucedidas na base da pirâmide, entretanto, as companhias de seguro precisam ser criativas e ter disposição para experimentar novas abordagens e desenhos de produtosprodutos simples que sejam fáceis de compreender, que atendam as necessidades da população pobre, e que sejam fáceis de reclamar benefícios no caso do evento segurado ocorrer.

O principal propósito do microsseguro é reduzir a vulnerabilidade das pessoas pobres.

O senhor concorda ou discorda da tese de que a atuação das seguradoras nesse nicho exige cautela, dada a perspectiva de sinistros vultosos,já que as populações de baixa renda moram em locais inadequados sujeitos a intempéries, como favelas e morros, têm menos saúde (e, conseqüentemente, há mais óbitos nessa faixa da população)e estão mais propensas à violência?

■S) Uma das coisas que tenho observado com

O senhor é um especialista em microfinanças. Fale um pouco dos trabalhos realizados à frente do Programa Financeiro Social da OIT?

Z) Com apoio financeiro da Fundação Bill & Melinda Gates, o Programa Financeiro Social da OIT lançou no ano passado a Facility Inovadora de Microsseguro (www.ilo.org/microinsurance). Oferecemos pequenas doações para organizações que tiveram idéias inovadoras para garantir uma cobertura de seguro melhor para a população de babca renda em países emergentes. Também oferecemos assessoria técnica para construir a capacidade de seguradores, e realizamos pesquisa para compreender o quanto a população de baixa renda, os seguradores e os canais de venda podem se beneficiar do microsseguro.

algtms produtos de microsseguro é a sinistralidade surpreendentemente babca, talvez devido ao desenho do produto, como hipóteses supercautelosas, ou talvez pelo fato de muitos dos produtos serem obrigatórios, de modo que os segurados muitas vezes não estão cientes de que têm cobertura. Por conseguinte, fica difícil generalizar. Pelo contrário, nós precisamos avançar sobre uma base-piloto e obter experiência com este mercado, para melhor entender a freqüência e os custos de eventos segurados, e então fazer os ajustes necessários. Com importâncias seguradas pequenas, é provável que não haja necessidade de a maioria dos seguradores serem extremamente cautelosa durante o piloto.

Qual o propósito dos encontros realizados no Brasil em agosto?

Z) Patrocinamos um pequeno workshop para associações de seguro da Colômbia, do Quênia e do Brasil. Todas essas associações têm expressado um interesse na promoção do seguro entre famílias de baixa renda, e em como avaliar a eficiência de campanhas de educação do consumidor. Esperamos que esses países obtenham sucesso na criação de uma cultura de seguro entre a população pobre, e sirvam de modelo para que associações de outros países sigam seu exemplo.

Fáe umpouco do tripépoupança, seguros e empréstimos emergenciais como alternativas para reduzir a vulnerabilidade. Como se dá esta equação na prática?

Z) Embora a Facility Invoadora de Microsseguro da OIT se concentre especificamente em seguro, é importante reconhecer que seguro é apenas uma ferramenta no arsenal da família pobre para gerir riscos. Talvez o mais importante é que eles precisam de orientação para minimizar sua exposição ao risco e evitar que riscos ocorram. Normalmente, em se tratando de sinistros pequenos, as famílias podem confiar na poupança ou nos empréstimos emergenciais para ajudá-las a lidar com a situação - caso tenham acesso a serviços apropriados - embora seguro seja mais apropriado para sinistros grandes. Consequentemente, organizações envolvidas era oferecer serviços financeiros para o pobre devem considerar a oferta do pacote completo de serviços financeiros. No mundo de microfinanças, muita atenção é dispensada à concessão de empréstimospara pequenos e médios empresários, o lado produtivo de microfinanças. Entretanto, gostaríamos de ver a mesma atenção dispensada ao lado protetor das microfinanças, que inclui poupança, empréstimos emergenciais e seguro. •

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ENTREVISTA
"Para serem bem-sucedidas na base da pirâmide, entretanto, as companhias de seguro precisam ser criativas e ter disposição para experimentar novas abordagens e desenhos de produtos"
6 fiilho Agr)',ro^i;ieriibfo :í009 -Revista de Seguros 7 Julhc Agoiir. > Revista de Seguros
"NÓS precisamos avançar sobre uma basepiloto e obter experiência com
mercado, para melhor entender a freqüência e os custos de eventos segurados, e então fazer os ajustes necessários"

Impunidade estimula o crime organizado

o segmento de transporte amargou perdas de qiase R$ 1 bilhão com roubJ; ^ depósitos,no ano passado,e promete reagir

Depoisdequatro mesesdeinvestigação,a

Polícia Civil de São Paulo prendeu no final de julho uma das mais ativas qua drilhas de roubo de carga no Estado, à qual se atribui cerca de 30 ocorrências somente neste ano. Esta seria apenas mais uma bem-sucedida ação da polícia, não fosse todo o aparato utiliza do na operação,bem como o que ela apurou em relação a essa modalidade de crime. A opera ção, que envolveu a interceptação de conversas telefônicas, gravação em vídeo de encontros entre os bandidos e até o uso de rastreadores em veículos utilizados em assaltos pela quadrilha, trouxe à tona alguns meandros da criminalida de, revelando seu alto nível de organização.

Em telefonemas gravados, cujos trechos foram divulgados à imprensa, um dos crimino sos pergunta se o "alicate" está de prontidão, se

haverá "carrapatos" e se já estava tudo acertado com o "charada". De acordo com a polícia, no jargão da bandidagem, "alicate" é o elemento especializado em inutilizar o rastreador, os "car rapatos" são a escolta armada e "charada" é o elemento que se encarrega de conseguir carros para o assalto. Nesta e em outras quadrilhas investigadas, a polícia identificou ainda a exis tência de uma rígida hierarquia, com funções bem definidas, como a do "facilitador", que consegue notas frias; e a dos "pilotos", que se revezam no transporte da mercadoria e que, geralmente, não se conhecem para evitar a iden tificação do bando num eventual flagrante da polícia. Além do receptador, há também uma pessoa ou empresa cliente da quadrilha, que encomenda o roubo.

Esse tipo de crime, que se manteve estável entre 2005 e 2007, registra em média 11 mil ocorrências por ano e prejuízos em torno de R$

700 milhões. Mas em 2008 foram registrados 12.400 roubos de carga em todo País, com per das na casa de R$ 1 bilhão, segundo dados da Associação Nacional dos Transportes de Cargas e Logística (NTC). Em 2009, têm-se apenas os ntímeros do primeiro trimestre referentes a São Paulo, onde 1.849 casos resultaram em prejuí zos superiores a R$ 60 milhões, um aumento de 10% em relação a 2008.

O assessor de Segurança da NTC, coronel Paulo Roberto de Souza, considera os índices atuais de roubo de carga alarmantes, atribuindo o aumento à impunidade em relação ao crime de receptação. "As penas são muito brandas, no máximo três anos de detenção, que ainda podem ser reduzidos em um sexto pelo benefí cio da progressão. Ninguém fica preso", lamen ta. Para frear a escalada do roubo de carga, ele defende a aprovação de uma legislação mais severa, que inclua a possibilidade de perdimen-

to (perda de bens em favor da fazenda pública| da mercadoria. "Na Argentina, onde uma lei semelhante vigora desde 2003, o crime de receptação caiu 60%",compara.

lUotorisfa baudnlo

A Secretaria Estadual de Segurança Públi ca de São Paulo (Setcesp) traçou um retrato do roubo de carga no Estado. Na Região Sudeste, onde se registram quase 80% de todas as ocor rências, São Paulo lidera com 53%, seguido pelo Rio de Janeiro com 22%. A capital paulis ta e região metropolitana concentram 98% das ocorrências, das quais 57% correspondem a valores entre R$ 3 mil e R$ 30 mil. As cargas preferidas são eletroeletrônicos, pneus, remé dios e alimentos.

Porém, os bandidos descobriram uma maneira mais fácil de lucrar com o roubo de carga. Em vez de das estradas, eles estão indo

ROUBO DE CARGA
EVOLUÇÃO ANUAL DE ROUBO E FURTO DE CARGAS NO BRASIL NÚMERO DE OCORRÊNCIAS VALORES SUBTRAÍDOS(EM MILHÕES) 12.400 11.850 11.400 11.500 12.200 J. 11.900
wmmm ü
Fonte: assessoria de segurança/ntc(dados e^mados - rodovias e areas urbanas) márcia Alves
8 Julho /Igosío ieiembio 2009 Revista de Seguros - /v 8'-'0 Julho Atjmro Setemínc 3009 - Revista de Seguros tru/o

3:Arquivo NTC

• Cel. Paulo Roberto de Souza: "As penassáo muito brandas e ainda podem ser reduzidas pelo benefício da progressão. Ninguém fica preso"

direto à fonte, ou seja, aos depósitos. Os dados oficiais dão conta de que em 2005, em 103 ocorrências foram subtraídos desses locais o equivalente a mais de R$ 45 milhões. O pre juízo foi um pouco menor nos anos seguintes, mas neste ano deve atingir novo pico, pois, desde o primeiro trimestre, já foram registra dos 15 roubos, com perdas da ordem de R$ 3 milhões. Francisco Gabriel, diretor da Advan ce, empresa especializada em gerenciamento de riscos, desconfia que o número de ocorrên cias seja bem maior. "Muitos casos não entram para a estatística de roubo de carga, porque são considerados como invasão ao patrimônio", explica.

Grupo de Estudo de Gerenciamento de Riscos da Comissão de Transportes da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), não esconde o seu desencanto. "Apenas um em cada cinco veículos rastreados escapa da ten tativa de roubo".

salador, mas não é, porque em algum momen to os bandidos precisarão desligá-lo para se comunicar, e o segundo rastreador entrará em ação", analisa Centoducato.

Reação da FenSeg

3:Arquivo Advance deS

Francisco Gabriel vê com preocupação os investimentos em segurança das transportado ras minguarem ao mesmo tempo em que o cri me se organiza cada vez mais."Em logística, os bandidos dão de dez a zero nos transportado res", afirma. A crise econômica encareceu o custo da proteção, que representa cerca 15% do faturamento bruto das empresas, e fez crescer também o crime de receptação. Mas, na sua avaliação, o motivo pelo qual o roubo de carga está aumentando é o aliciamento de motoristas e de funcionários de transportadoras.

O diretor da Pamcary, Darcio Centoduca to, fez as contas e concluiu que de cada cem assaltos, os criminosos levam a melhor em 76. Antes os bandidos inutilizavam os rastreadores cobrindo-os com papel alumínio, agora, segundo ele, usam os jammers, equipamentos vendidos legalmente, até pela Internet, para bloquear o uso de celular. Contra essa situa ção, empresas como a Pamcary recomendam às transportadoras o uso da redundância tec nologia, isto é, a colocação de mais um ras treador no caminhão."O jammer parece avas-

O perigo que ronda a

Durante a EXPOGPS, as empresas do setor de rastreamento se mostraram esperanço sas com o uso da telemetria, tecnologia que pode ser acoplada ao rastreador, ampliando suas funções."Sensores medem desde a tempe ratura da carga fria até quantas vezes o motoris ta freou. Sabemos tudo o que acontece dentro do caminhão. É como um videogame", compa ra Francisco Gabriel. "As empresas deveriam desenvolver suas tecnologias atuais em vez de oferecerem equipamentos adicionais para suprir a fragilidade do sistema", sugere Cleber Cuzziol, também do Grupo de Fitudo de Gerenciamento de Riscos da CT da FenSeg.

estradas

Entre as conseqüências diretas do aumento do roubo de carga estão o encarecimento do seguro de transportes, o aumento de exigências para aceitação do seguro e a saída de algumas seguradoras desse merca do. Atualmente, 58% do ramo estão concen trados em cinco companhias e 84% em dez. "Como admitir um número maior de segura doras num cenário tão ruim?", questiona Artur Santos. Conforme dados do setor, a sinistralidade do seguro de RCF-DC (Seguro Facultativo de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário por Desapareci mento de Carga) atingiu 86% no primeiro semestre deste ano, representando um cres cimento de 56% em relação ao mesmo perío do do ano passado.

"Nosso objetivo é propor melhorias, correções e adaptações que possam ser úteis no combate ao roubo de carga"

• Francisco Gabriel: "Muitos casos náo entram para a estatística de roubo de carga,porque são considerados como invasão ao patrimônio"

"Não adianta colocar rastreador no cami nhão se o bandido se faz passar por motorista", diz o diretor da Pamcary, Darcio Centoducato, que considera a "validação de pessoas" envol vidas no transporte como o item mais impor tante do gerenciamento de riscos. Segundo ele, o Telerisco, uma espécie de cadastro positivo de 1,4 milhão motoristas, mantido e atualizado pela Pamcary há mais de 25 anos,foi o respon sável pela redução de 40% dos sinistros de uma determinada transportadora.

Tclemetria, a esperança

"No Brasil, as tecnologias utilizadas na prevenção ao roubo de carga não perdem em nada para os outros países", concluiu Marcelo Nescho, da Zatix, empresa que integra as maiores marcas de rastreamento, durante par ticipação na EXPOGPS, feira e congresso que reuniu na capital paulista, no final de julho, os players do segmento. Mas, mesmo com toda evolução que trouxe para o mercado os rastreadores dotados de tecnologia por satélite ou rádiofrequência ou sistemas híbridos, o roubo de carga continuou a crescer. Artur Santos, do

^ Em pouco mais de um ano na profissão de caminhoneiro autônomo, o capixaba Tiago Coelho Pratti já se deparou com o perigo que ronda as estradas, Dois meses atrás, ele foi seqüestrado por bandidos num posto de rodovia de Belo Horizonte (MG), permanecendo quatro horas sob a mira de um revólver, enquanto outros eiementos da quadrilha ievavam o seu caminhão. Por sorte, eie saiu ileso do assaito e ainda recuperou o veículo. Os assaltantes não conseguiram retirar o rastreador, abandonando o caminhão em uma cidade próxima.

O caso dele, que felizmente terminou bem,é um dos muitos que não entram para as estatísticas. Entretanto, reflete o quanto a categoria, estimada em mais de 2 milhões de motoristas no País. é vulnerável à ação das quadrilhas. Entre 1998 e 2007,201 motoristas perderam a vida nesse tipo de ocorrência."Somos presas fáceis dos marginais", afirma Diumar Bueno, presidente da Federação interestadual dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens(Fenacam), entidade que representa

mais de 1 milhão de profissionais. Desse contingente, a maioria está entregue à própria sorte. Segundo o dirigente,85% não têm recursos para arcar com rastreador ou seguro. Tal situação abriu espaço à venda irregular de seguros por oportunistas associações."0 seguro de um caminhão avaliado entre R$ 120 mil e R$ 150 mil, cujo prêmio anual estaria em tomo de R$ 12 mil, é oferecido por essas associações em valores entre R$ 2 mil e R$ 3 mil", revela o assessor juridico do Sindicato dos Corretores de São Paulo (SincorSP), Jean Felipe Oliveira. Entretanto, diferentemente das seguradoras,essas associações limitam a indenização em cerca de R$ 50 mil, condição que os caminhoneiros descobrem apenas quando ocorre o sinistro. De acordo com Jean Oliveira, o Sincor-SP conseguiu reunir provas contra algumas das 70 associações existentes entre São Paulo e Minas Gerais, oferecendo denúncia ao Ministério Público estadual. A entidade comemora a abertura de três inquéritos investigaüvos até o momento. ®

Para mudar esse quadro, a Federação Nacional de Seguros Gerais(FenSeg) criou um Grupo de Trabalho de Gerenciamento de Ris cos que já iniciou o mapeamento das prestado ras de serviços do setor, gerenciadoras de ris cos e empresas de rastreamento."O objetivo é propor melhorias, correções e adaptações que possam ser úteis no combate ao roubo de car ga", diz Artur Santos. Outra iniciativa, segun do ele, será a criação do Registro Nacional de Sinistros de Transportes, com os dados do RCF-DC de todos os sinistros da carteira.

A redução do roubo de carga não passa por uma única solução. Além do uso de novas tecnologias, da padronização do geren ciamento de riscos e da aprovação de leis mais punitivas aos receptadores, uma pro posta sensata é a pulverização do transporte de cargas entre os demais modais. Guilher me Brochmann, da empresa de logística DHL, que defendeu essa proposta durante a EXPOGPS, ressaltou a necessidade de inves timentos nos modais ferroviário, hidroviário e de cabotagem para reduzir o custo do frete e viabilizar o uso. Atualmente, mais de 60% do transporte no País são feitos por rodovias, chegando a 93% em São Paulo. O executivo aponta como vantagens do uso de outros modais a redução do roubo de carga e o con seqüente retorna das seguradoras à carteira de transporte. E adverte quanto à saturação do meio rodoviário. "Se não tomarmos uma atitude agora, em breve poderemos ter um apagão logístico", alerta.*

"As empresas deveriam desenvolver suas tecnologias atuais ao invés de oferecerem equipamentos adicionais para suprir a fragilidade do sistema"

ROUBO DE CARGA
10 .''ilho Acin^.ií- 2009 ■ Revista de Seguros n 870
3:Arqufvo pessoal •Artur Santos: a:Arquivo pessoal • Cleber Cuzziol:
11 Julho-Agosto-Setembro 2009 -Revista de Seguros n 8.-t'

"Ainda é possível contribuir mais,sempre buscando resultados efetivos e a participação dos funcionários e colaboradores das empresas"

Joyme Brasil

Garfinkel

Boasações para garantir u

Através de centenas de programas de ação

cenário onde desenvolve atividades educativas que as crianças aprendam noções corretas do trâns'' to e se tornem motoristas mais conscientes no futufi^

futuro mais seguro

de capitalização receberam R$ 57 milhões de investimentos em 2008

com a área social. "Sua divulgação é um exemplo que deverá estimular todos os setores da economia a assumir posicionamento semelhante".

"É uma forma de mostrarmos à sociedade que temos consciência da nossa responsabilidade como desenvolvimento econômico e social do Brasil"

Antônio Cassio dos Santos

social, no atendimento a carências estruturais de populações marginalizadas ou de comuni dades de baixa renda,o mercado segurador tem con tribuído para a melhoria da gestão sociai e ambientai de nosso País. Em 2008, de acordo com a edição de Baianço Sociai do Mercado Segurador Brasileiro, publicado em setembro, empresas de seguros, capi talização e previdência complementar aberta investi ram um montante superior a R$ 57 milhões em diver sos programas. São ações voltadas ao atendimento à criança carente, alfabetização de adultos, reintegra ção sociai de moradores de rua, promoção de valores familiares, capacitação profissional e reeducação de menores infratores, APAEs (Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais), apoio a crianças portado ras de câncer, programas de inclusão cultural e defe sa do meio ambiente.

O Balanço Sociai traz um painel sobre as ativida des desenvolvidas pelas empresas do setor. Cada seguradora tem procurado encontrar o seu foco de atuação. A Porto Seguro, por exemplo, desenvolve na Casa Campos Elíseos Melhor, em São Paulo, progra mas de capacitação profissional, geração de renda e educação para a comunidade daquela região carente, desde 2005. Com a inauguração, em 2008, das Pra ças de Paz SulAmérica, a seguradora desenvolveu diversas atividades de conscientização ambientai. Já

Resultados efetivos

Os quatro presidentes das Federações que inl^ gram a Confederação Nacional de Empresas de Segui^ Gerais,Previdência Privada e Vida,Saúde Suplementaf' Capitalização (CNSeg) destacaram a importância atuação socioamblentai. "As ações abordadas baianço social mostram o amadurecimento das segdi^ doras e a consolidação do envolvimento das iideranÇ^ das companhias. Ainda é possível contribuir mais, pre buscando resultados efetivos e a participação funcionários e colaboradores das empresas", afirm^' presidente da Federação Nacional de Seguros Ger^ (FenSeg), Jayme Brasil Garfinkel.

Ele acrescenta que, desta forma, as segurado!^ estão contribuindo para um futuro melhor e não ^ somente com ações social e ambientaimente responS^ veis. "Além ser um segmento em constante evolução crescimento, movimentando a economia e representai^'' do uma parcela cada vez maior do Produto Intemo BhJ^ (PIB),a instituição do seguro é um importante instruriioi^ to de proteção sociai.Quando pessoas,famíliase empf^^i sas recebem indenizações, evita-se empobrecimento quebra de empresas",lembra Jayme Brasil Garfinkel. '

Na avaliação do presidente da Federação Nac'"^^ nai de Capitalização (FenaCap), Ricardo Flores, Balanço Sociai do Mercado Segurador é

Caniinúü m vüIíü

Há alguns anos,consultores perceberam que res ponsabilidade socioambiental deixou de ser um assun to periférico para fazer parte dos negócios."É um cami nho sem volta. Ou a companhia pratica a sustentabilidade ou, simplesmente, corre o sério risco de ficar de fora do competitivo mercado global", adverte Carlos Rossin, sócio da PricewaterhouseCoopers, especialista no assunto. Ele lembra que além do dom retomo em termos de imagem e reputação,uma empresa transpa rente e sustentável tem um grande ativo.

O crescimento do número de empresas e setores que investem em ações sociais é um ótimo indicador, na avaliação do presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), Antonio Cássio dos Santos. Essas iniciativas,juntamente com o cres cimento econômico que o Brasil vem experimentando nos últimos anos,segundo ele,têm contribuído de for ma decisiva para a minimizaçâo dos sérios problemas sociais que afligem a sociedade."A publicação deste documento é uma forma de mostrarmos à sociedade que temos plena consciência da nossa responsabilida de com o desenvolvimento econômico e social do Bra sil", afirma.

Para o presidente da Federação Nacional de Saú de Suplementar (FenaSaúde), Geraldo Rocha Mello, é muito importante divulgar as ações de responsabilidade

social já realizadas para estimular outras empresas a seguir o exemplo."Das mais diversas formas,cada um de nós sempre pode colaborar para garantir oportunida des e melhor qualidade de vida para comunidades carentes", diz ele.

Sr.jfje e' vn.i: .'árijc''

Na área de saúde, por exemplo,a Bradesco Previ dência apoiou ações do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer:fruto dessa parceria, e com mais de 184 mil unidades comercializadas, o título de capitalização Pé Quente Bradesco O Câncer de Mama no Alvo da Moda tem parte do valor arrecadado revertida para projetos de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento do câncer no Brasil. Já a Media!tem atuando,desde 2001, através do Instituto Mediai Saúde,atendendo de forma gratuita crianças e jovens do Lar Infantil Alian Kardec, instituição de ensino particular filantrópica.

Funcionários de seguradores também têm atuado como voluntários em vários projetos. Uma vez por ano, securitários da Paidential do Brasil se unem à ação glo bal da corporação em 12 diferentes países e se enga jam em trabalhos voluntários. O Programa Jovens Urba nos é um dos exemplos do trabalho realizado pela Fun dação ttaú Social. 0 programa oferece formação a jovens por meio de organizações não-govemamentais íONGs)situadas nas regiões onde residem. No caso da Aplub, as atenções têm sido voltadas para a Amazônia: Projeto Amazônia Viva Sempre preserva milhares de árvores, permitindo a sobrevivência das mais diversas espécies de fauna e flora.#

"Das mais diversas formas, cada um de nós pode colaborar para garantir oportunidades e melhor qualidade de vida para comunidades carentes"

Geraldo Rocha

"A divulgação do Balanço Social é um exemplo que deverá estimular todos os setores da economia a assumir posicionamento semelhante"

BALANÇO SOCIAL
^ FLnil3C30
Os programas sociais das seguradoras,entidades de previdência e empres^
SõniaAraripe
é

Um ano depois,morte nJtrânsito continua alarmante

Pesquisa mostra 39% dosjovens andam de carona com quem bebeT ^ nunca usam o cinto de segurança no banco de trás

Um ano após Lei Seca entrar em vigor,

•iosé Mauro Lima:

"Houve uma redução pontual das mortes no trânsito nos meses após a aprovação da Lei, mas os números ainda são de epidemia"

uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) comprovou a impressão corrente de que os jovens brasileiros estão mais cuidadosos com a bebida, quando vão dirigir. Por receio de sofrer acidentes ou simplesmente para evitar punição, o número de jovens que não bebe quando está ao volante saltou de 36%, antes de a legislação entrar em vigor, para 50%, em maio deste ano. Por outro lado, um conjunto de dados desta e de outras pesquisas sugere que os ganhos obtidos não devem ser vistos com excessivo otimismo.

"Houve uma redução pontual das mortes no trânsito nos meses após a aprovação da Lei, mas os números ainda são de epidemia. São 40 mil óbitos por ano, o que corresponde a 20 mortes para cada 100 mil habitantes. O Brasil ainda é um dos cinco países onde mais se morre no trânsito", alerta José Mauro Lima, diretor geral do Hospital Escola São Francisco de Assis, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e ex-presidente da Sociedade Brasilei ra de Alcoologia.

A própria pesquisa da SBOT, apresentada em julho durante o Fórum Nacional de Trânsi to, no Rio de Janeiro, mostra alguns dados preo cupantes. Por exemplo: 39% dos jovens entre vistados declararam que andam de carona com alguém que bebeu e 70% nunca usam o cinto de segurança quando estão no banco de trás.

Sem a proteçíio do tiiilo

Recomendações para reduzir as mortes no trânsito

C Os organizadores do Fórum Nacional de Trânsito entregaram aos representantes dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário um conjunto de recomendações para reduzir os acidentes de trânsito no País. O documento foi batizado de "Carta do Rio" e, em resumo, pede:

• Reavaliação da Política Nacional de Trânsito.

*A pesquisa da SBOT foi apresentada em julho durante o Fórum Nacional de Trânsito, no Rio de Janeiro

Gabriel Padilha:

"Às vezes me perguntam que coriselho eu daria para outros pais de adolescentes. Sinceramente, não sei. Mais do que eu falei com a Ana Clara é impossível"

A jovem Ana Clara Rocha Padilha, de 17 anos, foi uma das milhares de vítimas dessas circunstâncias. Em setembro de 2006, aceitou a carona de um colega alcoolizado para ir de uma boate para sua casa. Estava no banco de trás, sem cinto, quando o motorista perdeu a direção e bateu numa árvore na Lagoa Rodrigo de Frei tas, no Rio de Janeiro, matando os cinco jovens que estavam no carro.

Dados da pesquisa do SBOT

39%dosjovens declaram que andam de carona com alguém que bebeu

• Padronização no processo de investigação e indiciamento dos crimes de trânsito por meio da criação de delegacias especializadas; maior agilidade nos julgamento desses crimes; e aplicação de penas compatíveis à gravidade dos atos cometidos.

Estabelecimento de um Programa de Prevenção da Violência e de Promoção da Segurança no Trânsito, sob coordenação da Presidência da República,com dez diferentes frentes de ação:

1) promoção da educação'de' e 'para' o trânsito:

2) melhora das condições das vias;

3) maior fiscalização e policiamento;

4) integração dos sistemas de dados dos motoristas e dos veículos;

5)criação de bancos de dados com estatísticas sobre acidentes;

6) melhora dos procedimentos de socorro e salvamento de vítimas;

7)fiscalização do consumo de álcool e outras drogas'

8} promoção de ações de orientação e fiscalização do transporte escolar;

9) racionalização e modernização do Sistema Nacional de Trânsito;

10} engajamento na "Década de ações de segurança no trânsito", que tem o apoio da Organização Mundial da Saúde.#

70% nunca usam o cinto de segurança quando estão no banco de trás

84% dos entrevistados spmvam a nova lei

87% acreditam que a lei contribuiu para reduzir o número de jovens que dirigem após beber

LEI SECA
CB :Fotos Arquivo CNSeg
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14 Julho Agosto - Setembro 2009 Revista de Seguros n'870 15 Jaíha Agoíto - Setembro 2009 Revista de Seguros f H^o

• Marcos Musafir: A OMS recomenda leis amplas e ativas para coibir os fatores de risco dos acidentes: velocidade, bebida e direção e a falta de uso dos equipamentos de segurança

"Às vezes me perguntam que conselho eu daria para outros pais de adolescentes. Sincera mente, não sei. Mais do que eu falei com a Ana Clara é impossível", desabafou o pai da jovem, Gabriel Padilha, em depoimento no Fórum Nacional de Trânsito. Dosjovens que morreram, ela era a única que não tinha bebido. No dia do acidente, chegou a ligar para um taxi, mas desis tiu na última hora. "Acho que porque estava a apenas dois quilômetros de casa", disse o pai. O violento acidente chocou a opiiüão pública e acabou contribuindo para a criação e aprovação da Lei 11.705, que ficou conhecida como Lei Seca."O principal benefício da lei foi alertar a sociedade, trazer para a ordem do dia o debate sobre os riscos de dirigir após ter inge rido bebida alcoólica", afirmou o deputado Hugo Leal, autor da legislação.

de medidas que ajudem a reduzir as mortes no trânsito. O casal defende, por exemplo, a maior agilidade nosjulgamento de crimes de trânsito e a aplicação de penas compatíveis à gravidade dos atos cometidos nessas situações.

Economia para os cofres públicos

De acordo com dados do Mmistério da Saúde, houve uma redução de 23% no número de internações pelo SUS de vítimas de acidentes no trânsito, no segundo semestre de 2008, na comparação com igual período de 2007."Foram 24.545 internações a menos, o que representou para os cofres públicos uma economia de R$ 23,5 milhões", detalhou Marta Silva, do Progra ma de Prevenção de Violências do ministério.

com o \rigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), o SIH (Sistema de Informações Hospitalares do SUS) e o SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade).

De acordo com a OMS, acontecem no mundo 1,27 milhão de óbitos por ano em função de acidentes de trânsito, a maior parte nos países de média e baixa renda. A quantidade de feridos ultrapassa 50 milhões ao ano

'O presidente da SBOT, Sérgio Franco, sustenta que os jovens estão mais cautelosos depois da Lei Seca. "As campanhas e a fiscali zação estão funcionando, mas ainda há muito a avançar", afirmou o médico, ao apresentar a pesquisa sobre o primeiro ano de vigência da nova lei. As entrevistas colhidas para o traba lho foram realizadas com 1.033 jovens de 13 universidades do Rio de Janeiro e de São Pau lo, em maio de 2009 - portanto, um mês antes de a Lei Seca completar um ano. As informa ções foram comparadas com resultados dos anos de 2008 e de 2007. A mesma pesquisa mostra que a lei tem a aprovação de 84% dos entrevistados e que 67% acreditam que a lei contribuiu bastante para reduzir o número de jovens que dirigem após beber.

Gilmar R£Úael Souza Yared, de 26 anos, também era a favor da nova legislação. Mas isso não o impediu de se tornar uma vítima da com binação do álcool com a direção. Como Ana Clara Padilha, estava sóbrio e bem próximo de sua casa, em Curitiba, quando teve o carro atin gido pelo automóvel do ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho, que, segundo a perícia, dirigia alcoolizado a 190 quilômetros por hora. Gilmar e o amigo Carlos Murilo de Almeida, de 20 anos, que estava com ele, mor reram na hora.

Os pais de Gilmar Rafael, Cristiane e Gil mar Yared, fizeram do luto o motor da luta por justiça e, ao mesmo tempo, pela implementação

Uma análise cuidadosa de outros dados que a médica divulgou no Fórum Nacional de Trânsito deka dúvidas se tais ganhos se mante rão. Isso porque a redução do percentual de pessoas que dirigem após o consumo abusivo de bebidas alcoólicas, registrado nos meses seguintes à implementação da Lei Seca, voltou a mveis iguais ou até superiores aos de antes, depois de novembro do ano passado. O levanta mento foi feito a partir de informações colhidas

Na comparação de julho de 2008 com julho de 2007, o percentual caiu de 2,2% para 1,3%. Em agosto, a queda foi amda maior, de 1,9% para 0,9%, no mesmo tipo de compara ção. Em setembro e outubro, o dado também foi positivo, mas em novembro o percentual atingiu 2,1% - acima, portanto, dos 1,8% regis trados no ano anterior. Em dezembro, houve um novo salto, 2,6%,em 2008, contra 2,1% em 2007. Até o fechamento dessa edição, o Minis tério da Saúde não havia divulf^ado dados do primeiro semestre deste ano, na comparação com igual período dos anos anteriores. O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), por sua vez, não havia fechado suas estatísticas de acidentes do primeiro ano da Lei Seca.

Problema imiiidial

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 1,27 milhão de óbitos acon tecem por ano no mundo, decorrentes de aci dentes de trânsito - a maior parte nos países

SegundoO Ministério da Saúde,houve uma redução de 23% no número de intemações pelo SUS de vítimas de acidentes no trânsito,no segundo semestre de 2008,na comparação com igual período de 2007

de média e baixa renda. A quantidade de feri dos ultrapassa 50 milhões ao ano. Números tão impactantes que levaram o diretor do organis mo,Ethienne Krug, a afirmar que os acidentes constituem "o mais importante problema de saúde pública deste século".

Para combater o mal, uma das recomen dações da OMS é a implementação de leis amplas e ativas para coibir os chamados fato res de risco dos acidentes, como velocidade excessiva, bebida e direção, uso de capacetes e acessórios, cintos de segurança. "Apenas 15% dos países têm esse tipo de legislação" afirmou Marcos Musafir, gerente do organis mo internacional que esteve no Brasil para o Fórum Nacional de Trânsito. Com a Lei Seca, o País passou a fazer parte desse grupo restrito de nações.

"Agora, para uma redução significativa do número de mortos no Brasil há outros passos a serem dados. A França, que conseguiu uma redução drástica desses números, tratou da questão como política de estado e'implemen tou um conjunto de ações em cinco frentes: informação, educação, conscientização, fiscali zação e punição", opinou José Mauro Lima,do Hospital Escola São Francisco de Assis.•'

O trânsito brasileiro está melhor hoje do que há cerca de 20 anos, quando foi iniciada a pesquisa?

A principal conquista foi o despertar da sociedade brasileira para o tema, Hoje, nosso povo está bem mais atento aos riscos do trânsito e, assim,toma mais cuidado. O interesse dos meios de comunicação foi essencial para cristalizar esse Interesse da sociedade.

Quais são os principais problemas do trânsito brasileiro, hoje?

Apesar das conquistas recentes, em pai^culara Lei Seca, o Brasil ainda é um dos países com mais mortes no trânsito. A que o senhor atribui esse quadro?

S Autor de "20 anos de lições de trânsito", iivro recém-lançado que é fruto de extensa pesquisa sobre o trânsito no Brasil entre os anos de 1987 e 2007, o jornalista J. Pedro Corrêa vê um grande risco de se perderem os ganhos obtidos nos primeiros meses após a implementação da Lei Seca,"No começo,o pessoal ficou com medo, mas depois as idéias de contar com um amigo que ficaria sem beber para dirigir, de os bares providenciarem transporte para casa para quem bebeu e outras saídas deste tipo, simplesmente foram esquecidas,Agora, quando quiserem retomar a Lei Seca para valer vão precisar redobraro esforço", avalia.

Pedro Corréo; 'Uma nação que pretende ocupar ^fjgar de desfoque no ^conom/o mundial "do pode aceitar ^rn trânsito de ^^rceiro mundo"

O Ainda não temos informação suficiente, não temos um programa intenso de educação, nossa engenharia de tráfego precisa se desenvolver mais. Nossa legislação já é boa, mas falta fiscalização, Um dos maiores males é o jeitinho brasileiro e a quase certeza da impunidade. Assim, o que se pode dizer com clareza é que segurança no trânsito não é prioridade no Brasil nem para o Governo, nem para a sociedade, O Brasil não possui cultura de segurança de segurança no trânsito. Gomo em muitos outros países, aqui o trânsito é valorizado (e avaliado} muito mais pelo fluxo do que pela segurança.Se a pessoa chega atrasada a um compromisso, a culpa quase sempre é "do trânsito". Pouco ou nada se comenta que, para chegar mais rápido a qualquer ponto, enfrentamos riscos de acidentes.

^ Precisamente à falta de cultura de segurança e ao comportamento inseguro do usuário.Também sabemos que a certeza da punição reduz o número de infrações, Como a fiscalização é frágil, o Infrator se ^roverta. Foi assim com a Lei Seca: no começo,o pessoal ficou com medo, mas depois viu que não precisava de todo aquele temor. E as boas Idéias simplesmente foram esquecidas, Agora, quando quiserem retomar a Lei Spoa para valer vão ter o dobro do esforço.

O que pode ser feito para melhorar a situação'?

^ Determinação para cumprir o que a sociedariP aprovou no Wdigo de Trânsto Brasileiro, Precisamos de um sistema forte, um piano claro rie arãn l 7 bem definidos e aiguns recursos.Sinto que aoestrnão ver indícios disso tudo num horizonte impdiotn n d

LEI SECA
"Segurança no trânsito não é prioridade no Brasil"
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Cü:Arauivo
16 Julho Agoítü íetembro 2009 - Revista de Seguros - iv 870 17 Julho Agosto-Setembro 200'} -Revista deSeguros n'87Q

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Ascifras que prometem embalaro mercado

A estimativa de gastos do Governo em obras de infraestrutura para a realização da Copa do Mundo de 2014 fica em torno de R$ 80 milhões

Váriossetoresdaeconomianacionalcome

espectadores e jogadores. Como as cbras ainda não foram definidas, nesse estágio todas as aten ções deveriam estar voltadas para o gerencia mento de risco. Mas o comitê organizador ainda não fez nenhum aceno.

CB:Arauivo oessoal

moraram o anúncio da realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil como um golaço. Nessa torcida, as seguradoras têm especiais motivos de alegria: num evento monu mental como esse, com tantas obras por fazer e serviços por prestar, a demanda por seguros e resseguros mobiliza desde pequenas empresas às gigantes do ramo. As cifras envolvidas são estratosfe'ricas. Segundo algumas estimativas, o Governo terá que gastar entre R$60 bilhões a R$ 100 bilhões em obras de infraestrutura.

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'Rodrigo Protásio:

"As empresas estarão cofaborar)do para a formação de um patrimônio que depois ficará como legado permanente para o Brasil"

"Pelo menos 10% desse valor deverão ser destinados ao mercado de seguros", calcula Rodrigo Protásio, membro da Associação Brasi leira das Empresas Corretoras de Resseguros (Abecor) e vice-presidente da JLT Re-Brasil, empresa broker de risco de contingência das copas de 2010 e 2014. Isso sem falar na garan tia aos riscos de cancelamento do torneio ou adiamento dos jogos, que também vão gerar negócios polpudos. A expectativa nas segurado ras é grande, mas o ritmo dos organizadores segue na contramão. Não se pode falar em atra so, mas as decisões que deveriam viabilizar os preparativos do evento estão sendo tomadas em ritmo bem mais lento do que o esperado. "O comitê organizador ainda não fez nada em

termos de seguro", diz Rodrigo Protásio. No momento, as atenções estão voltadas para a negociação das cidades-sede com o Ban co Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a fim de obter os recursos necessários para a reforma dos estádios. Como anunciou o próprio presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, pelo menos oito dos 12 locais dejogos necessita rão de recursos públicos para ficar em condições de receber os torcedores na Copa. Somente para modernizar o Estádio do Morurabi, em São Pau lo, por exemplo, seus administradores reivindi cam recursos da ordem de R$ 300 milhões. Ter minada essa fase de discussões com o banco de fomento, que deve se estender pelo menos até fins de setembro, a expectativa é de que os pre parativos deverão ganhar em agilidade. O plano é que os estádios estejamtodos prontos em 2012, para a utilização durante a Copa das Confedera ções, programada para meados do ano seguinte, uma espécie de teste para os organizadores.

Gerenciamento de risco

Normalmente, as coberturas solicitadas num evento como esse são: responsabilidade civil, no sbow, property, directors & ofãcers

(D&O) e terrorismo. A mais ampla é a primeira, que garante possíveis gastos com danos físicos ou materiais sofridos por pessoas físicas, como

"Orisco começadesde que o evento é anun ciado", explica Dulce Thompson, diretora de Entretenimento e Mídia da AON, uma das maio res seguradoras do mundo, com lar^a experiên cia nessa modalidade de trabalho. "E preciso ter garantia frente a eventuais dificuldades no cum primento do cronograma de obras ou mudança na legislação para viabilizar as obras de mfraestrutura". Para ela, o consultor de risco deve par ticipardo trabalhodesde o imcio daorganização, já que esse levantamento é peculiar para cada país-sede. Apesar de ter a mesma estrutura, a preparaçãodeumaCopamudabastantedeacor do cora as condições de cada nação.

Membro do Conselho de Representantes da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg), João Gilberto Possiede, que é presidente do Sin dicato das Seguradoras do Paraná e do Mato Grosso do Sul, trabalha há 15 anos com seguro-garantia, modalidade que na Copa será utili zada principalmente nas obras de infraestrutu ra. Nessa área, diz ele, as atenções estão volta das para o Governo. "Estamos aguardando a definição do Programade Aceleração de Cresci mento (PAC| que será focado especialmente nas obras necessárias ao evento", diz ele.

' No campo internacional, a mobilização para organização do torneiojá começou há tem pos. Paraa Copa do Mundo do ano quevem, na

África do Sul, e a de 2014, a JLT foi escolhida para fazer o resseguro em caso de do sbow, ou seja, o cancelamento do torneio. Um negócio da ordem de US$ 750 milhões, feito no exterior através da Fiía. Aqui, o vice-presidente da empresa, Rodrigo Protásio, sugere que o comitê brasileiro acelere as suas decisões. "Com o pas sardotempo, orisco aumenta. Éa mesma lógi ca do comprador de um carro novo que sai diri gindo sem seguro: depois que acontecer algum acidente, tudo fica mais caro", compara.

Legado permanente

Os especialistas não têm dúvidas de que todo o mercado será beneficiado com a reali^ção da Copa no País. "Todo mundo vai poder ganhar um pouco, vai ser bom tanto para as grandes quanto para as médias e pequenas empresas", acreditaDulce Thompson. Elaprevê demanda para váriostipos de seguros. João Gil berto Possiede concorda e vai além: para ele, mesmo as seguradoras que não participarem diretamente da Copa serão beneficiadas. "Um evento como esse divulga o conceito do seguro, mostra o quanto é importante na vida pessoal e profissional, estimula a procura", diz.

Para ele, o mercado segurador brasileiro é bastante ativo e está perfeitamente preparado para dar conta de um torneio dessa magnitude. Já Rodrigo Protásio destaca que o evento será benéficonão apenasparaomercadode seguros, maspara todo o País, já que as empresas estarão colaborando paraaformação de umpatrimônio (seja no caso dos estádios ou quanto à infraes trutura) que depois ficará como legado perma nente para o Brasil. *

'Segundo a CBF, pelo menos oito dos 12 estádios, onde haverájogos, entre eles os de Curitiba e de BrasUia {fotos acima), necessitarão de recursos públicos para ficar em condições de receber os torcedores na Copa

C5:Arquivo CNSèg

'João G/fberto Possiede; "Um evento como esse divulga o conceito do seguro, mostra o quanto é importante na vida pessoal e profissional, estimula a procura"

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Segmentossão OS-» mais promissores do País

Em queda nos países industrializados, as vendas de coberturas de pessoas (seguros e planos de previdência privada) estão em expansão nos mercados emergentes,inclusive no Brasil

Arrefecida a crise financeira mundial, a lição gravada na memória das pessoas é a necessidade do planeja mento financeiro para vivenciar os diversos ciclos, sejam eles da vida ou da economia. Esta consciência é o que toma o segmento de coberturas de pessoas ura dos mais pro missores no Brasil daqui para frente, segundo relato dos exe cutivos que participaram do 11 Seminário Internacional de Marketing e Vendas de Vida e Previdência, realizado no dia 30 de julho, em São Paulo, patrocinado pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi).

Enquanto a maioria dos países do mundo amarga queda nas vendas de seguros de pessoas e de planos de previdência privada, o Brasil apresenta crescimento. Segundo estudo da Swiss Re, os aportes (prêmios e contribuições) ao segmento, registraram recuo em 2008 após vários anos de crescimento em todo o mundo. Menos nos mercados emergentes, onde o Brasil se insere. A venda de produtos vinculados a cotas e a mercados acionários foi gravemente afetada pela volatilidade dos mercados de ações, levando a uma retração de 5,3% na arrecadação, para US$ 2,219 trilhões, no ano passado, nos países industrializados. Nos mercados emergentes, o cresci mento nesse item foi da ordem de 14,6%.

No Brasil, os aportes a planos de caráter previdenciário evoluíram 9,7%, no primeiro semestre deste ano, com capta ção de R$ 16,7 bilhões, segundo dados da FenaPrevi. Neste mesmo período, o Chile, que até há pouco tempo era consi derado um modelo de sistema previdenciário, amargou per das de 12% em "annuity", semelhante aos planos PGBL (Pla no Gerador de Benefício Livre) e VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), e de 16,5% nos prêmios de seguro de vida.

Entre as justificativas para a blindagem dos poupadores brasileiros diante da crise estão a regulamentação mais rígi da, que limita as aplicações em renda variável em até 49% do

'A população está mais consciente do declínio dos modelos governamentais e da necessidade de se ter reservas financeiras suficientes para viver com qualidade no futuro

valor das provisões representativas dos seus direitos e as atraentes taxas de juros pagas pelo Governo. "O ritmo de crescimento esperado é menor do que o registrado nos últi mos anos, em razão da redução de capacidade de poupança da população diante dos efeitos da crise mundial. Mas mes mo diante deste cenário, a expectativa é de manter o cresci mento na casa dos dois dígitos", disse Renato Russo, vice-pre sidente da FenaPrevi na abertura do evento.

Fe.sc|iiisa niiiitclíal

O diretor do HSBC, Edson Lara, concorda. "A cada ano, a população está mais consciente do declínio dos modelos gover namentais e da necessidade de se ter reservas financeiras sufi cientes para viver com qualidade no futuro, que depende do esforço de cada um", definiu, durante a apresentação da quin ta edição da pesquisa mundial sobre previdência "O Futuro da Aposentadoria, Tempo de se Planejar", realizada pelo HSBC.

O estudo relata o que pensam 14 mil pessoas de 15 paí ses, de 30 a 70 anos, que contou com a participação de mil brasileiros. O estudo explorou quatro temas: a mega tendên cia populacional,como enfrentar este desafio, o futuro da apo sentadoria e como apoiar o hábito da população em poupar.

Segundo a pesquisa, 94%o dos entrevistados dizem não estar preparados para o futuro - e, no Brasil, apenas6% acre

Lima Filho, da Diretoria da FenaPrevi, responsável pela abertura do evento, e Samy Hazan.da Marítima

ditam estar bem preparados para a aposentadoria, contra lima média mundial de 13%."Isso deixa claro que o momen to de poupar é agora, principalmente no Brasil, ura país com aumento de renda trazido pelo crescimento econômico e que ao mesmo tempo deixa de ser jovem e começa a envelhecer", comentou Edson Lara.

O estudo do HSBC revela que as pessoas querem incen tivos que as estimulem a fazer a poupança individual: 40% dos brasileiros são favoráveis ao encorajamento da poupança privada por meio de isenções fiscais, contra o dado global de 31%. "As negociações com o Governo para os novos planos voltados para saúde e educação, com incentivos fiscais dife renciados, estão avançadas e acreditamos que ainda neste ano o projeto estará aprovado", disse Renato Russo.

ÍipiiííírLir''

Um importante aliado do hábito de poupar da população vem da educação financeira: 63% dos brasileiros nunca tive ram nenhuma forma de consultoria financeira profissional, ura dado maior que a média mundial de 47%."Cora a redução da taxa de juros básica da economia, a Selic, que saiu de 13,75% om janeiro deste ano para os atuais 8,75% ao ano, o grande desafio das empresas está em orientar e educar os participan tes a buscarem novas alternativas de investimentos, com diver

•Da esq. para à dir.: Penato Russa (SulAmérica), Silas Kasahaya (Porto Seguro),o corretor de seguros Boris Ser (mediador),Jose fioberfo Loureiro (MetLife Brasil)e Nilton Moiina(Mongeral) participaram do taik show

sificação do portfólio", afiurmou Renato Russo.

Principalmente com a abertura do resseguro, que possibilitará que as seguradoras lancem um leque maior de produtos de seguros de pessoas e de previdência privada a um preço mais acessível. "Diante de tantas opções de produtos e com a percepção de risco mais acentuada depois desta crise mundial, os corretores serão alvos de dedicação de investimento das seguradoras", disse Ronald Kauffman, country manager ScorRe Life Brasil, durante sua palestra "Cresci mento do mercado de Vida - desafios e oportunidades".

"O brasileiro confia mais no corretor do que na seguradora'

A pesquisa "O consumidor do futuro", feita pela IBM com foco 110 setor de seguros, comprova a importância do corretor na área de coberturas de pessoas. Cerca de 4,4 mil consumidores em 11 países foram entrevistados para saber como eles agem,avaliam e se comportam em relação a esse tipo de serviço. No BrasU, cerca de 40% dos entrevistados demonstraram insatisfação em relação às companhias principalmente no tratamento dado no momento do sinis tro "O brasüeiro confia mais no corretor do que na semradora -j"Jou Roberto Ciccone, responsável pela área de seguros da IBM Brasil.

"Mo este cenário mostra uma grande oportunidade para os conetores de seguros", disse Samy Ham executivo da Mantima Seguros e coordenador do evento, O BrasU ocu pa amda a 20 posição no ranking mundial, estando entre as dez maioreseconomias do mundo.E,em resseguro,tem ape nas R$ 100 milhões em prêmios.Como definiu Ronald Kauff man, e um admirável mundo novo a ser descoberto pelas seguradoras, pelos corretores e pelos consumidores".•

Vr PREVIDÊNCIA E VIDA
Oriovaldo Pereira Seguros Edson Lara: • Roberto Ciccone:
y 20 Iiiilio A,-)!)'.:'., ieíctnhfo .?íioo Revista de Seguros " .R/o 21 kilhn Agosto 200"-Revista de Seguros n"P/O

Brasil,celeiro agrícola do mundo

o País pode até duplicar sua fronteira agrícola sem avançar sobre a Amazônia, infringir a legislação florestal ou aumentar o desmatamento

Num cenário de aumento da demanda mundial

tanto por alimentos como por combustíveis lim pos gerados a partir de produtos agrícolas, boa parte do mundo se pergunta se o Brasil terá capacidade de uma expansão sustentável de sua agricultura. Existe por parte de organismos internacionais ligados à preser vação do meio ambiente - e da própria sociedade - a preocupação de que, no esforço para se manter como grande player agrícola, o País amplie de forma desen freada o desmatamento e, como conseqüência, a emissão de gases causadores do efeito estufa.

Um estudo recém-realizado pela WWF Brasil, orga nização não governamental criada em 1996, constata que é possível fugir dessa armadilha. O País teria condições de até duplicar sua fronteira agrícola sem avançar sobre terras da Amazônia, infringir o Código Florestal ou aumentar o desmatamento. Mas, para isso, precisa con centrar os novos plantios em áreas já abertas, usadas hoje principalmente para a atividade pecuária.

"Não é uma solução fácil, pois em torno de 30% dessa área de pastagens já aberta estão degradados. É preciso que haja investimentos e incentivos para recupe rá-la", explica o coordenador do programa Agricultura e Meio Ambiente da WWF Brasil, Cássio Franco Moreira, autor do estudo.

O material, intitulado "O impacto do mercado mun dial de biocombustíveis na expan são da agricultura brasileira r V. ^ . e suas conseqüências para as mudanças cli máticas", foi apre sentado pela pri meira vez du rante o Fórum Internacional de Seguros para Jornalistas, pro movido pela AUianz Seguros, em julho, em São Paulo.

Raio X da terra no Brasil

"Cerca de 30% da área de pastagens já aberta estão degradados. É preciso que haja investimentos e incentivos para recuperá-la"

De acordo com o pesqui sador, a expansão sustentável da agricultura brasileira passa pela concessão de incentivos e premiações para o plantio nessas áreas. "Um sistema de certificação de commodities oriundas de áreas recuperadas permitirá colocar o produto nacional em mercados dife renciados - o que resultará em melhores condições eco nômicas para o produtor rural. A facilitação do acesso às terras degradadas pelos produtores é outro ponto fun damental", acrescenta.

Um benefício importante dessa estratégia de expansãocapaz de duplicar de 70 milhões de hectares para 140 milhões de hectares a área agrícola brasileira - seria o desenvolvimento econômico e social dos terrenos que receberem investimentos. É esperada a geração de empregos, renda, industrialização e infraestrutura logís tica, além de ganhos na educação e cultura dessas áreas.

Preocuparão com o cerrado

O estudo mostra também que, se não houver uma mudança significativa na estratégia de expansão agrícola nacional, o cerrado brasileiro corre o risco de perder mais e mais áreas nativas para as plantações. Esse tipo de vegetação, presente em oito estados da região central do País, tem sido fortemente atingida pelo desmatamen to nos últimos anos. Segundo Cássio Franco Moreira, a importância ecológica dessa vegetação tem sido menos prezada. "O desmatamento do cerrado também contri bui para a emissão de gases causadores do aquecimento global. No entanto, pouco tem sido feito para preserválo. Sua participação no sistema nacional de áreas prote gidas é de apenas 3%", alerta. Se tudo continuar como hoje, tende a haver um desmatamento de aproximada mente 10 milhões de hectares no cerrado, nos próximos

o Área atual destinada à agricultura: ■7/1 milhões / U de hectares

O Área degradada da pastagens que pode ser convertida à expansão agrícola até 2020:

milhões de hectares

o Área total de pastagens: 200 milhões de hectares

10 anos - principalmente para a produção de grãos e cana-de-açúcar.

De acordo com o estudo, os estados do Mato Grosso, Bahia, Piauí, Maranhão e Tocantins deverão concentrar a maior par te da expansão agrícola, nos próximos 12 anos. Foram oito os critérios utilizados para se chegar ao resultado. Entre eles, os que mais pesaram na ponderação foram disponibilidade de área e preços das terras. Os outros critérios foram presença de reserva legal, histórico de precipitação (chuvas), infraestrutura disponível e pre sença da indústriaprocessadora - além dos anunciados investimentos em infraestrutu ra e das indústrias.

Os menores preços de terras estão no Tocantins, Piauí e Maranhão - abaixo de R$ 2 mil o metro por hectare em certas localidades. A disponibilidade de terras é maior em Tocantins, Goiás e Mato Grosso. "Já os maiores investimentos em infraes-

O Estados onde deverá se concentrar a expansão agrícola até 2020: Tocantins Mato Grosso, Goiás, Bahia,^ Maranhão e Piauí

0 principal ponto forte do Mato Grosso, o Estado onde está prevista a maior expansão, é o pesado investimento que tem sido feito no processamento de carnes e grãos

trutura logística foram anunciados em Minas Gerais, São Paulo e Bahia, estados em que as terras são mais caras", detalha Cássio Franco Moreira.

O principal ponto forte do Mato Gros so, o Estado onde está prevista a maior expansão, é o pesado investimento quetem sido feito no processamento de carnes e grãos. O ponto fraco é a distância dos prin cipais portos e a logística deficiente. Os estados do Norte e do Nordeste têm uma localização quefacilita a logística de expor tação e bons preços de terras. Por outro lado, não concentram grandes investimen tos agroindustriais.

No Sul, o mais interessante é a exce lente logística, além da presença de polos agroindustriais. Porém, é pequena a quan tidade de terras disponíveis e os altos pre ços tem desmotivado novos investimentos agncolas. Naregião, a expansão será próxi ma de zero. «

MEIO AMBIENTE
cs: Rafael Hupsel • Cássio Franco Moreira:
22 Julho ■ Agosto•Setembro 2009 - Revista de Seguros - n°870 «3^ àir «-a-
23 Julho-Agosto-Setembro 2009 -RevistadeSeguros-n"870 ...« -

'IPCCbrasileiro reúne cientistasdoclima

O Painel Brasil sobre Mudanças Climáticas terá até 2012 para produzir um relatório com atualização completa sobre a situação do Brasil

OPainel Brasilsobre Mudanças Climáti

♦ A secretária de Mudanças

Climáticas do MMA, Suzana Kahn, observada pelos ministros Carlos Mine(Meio Ambiente)e Sérgio Resende(Ciência e Tecnologia), apresenta o plano nacional para a redução das emissões de gases poluentes

cas (PBMC), iniciativa inspirada no Painel Intergovernamental sobre Mu danças Climáticas da ONU,terá até 2012 para produzir um relatório com a atualização com pleta das bases técnicas e científicas sobre a situação do Brasil frente às mudanças climáti cas, os riscos, efeitos e impactos sobre o desen volvimento do País. Pesquisadores de institui ções públicas e privadas brasileiras serão incen tivados a organizar e ampliar a produção cientí fica sobre os impactos das mudanças do clima no território nacional.

A notícia é bem recebida pelo mercado segurador brasileiro, que, no ano passado, intensificou seus trabalhos e estudos volta dos para minimizar os efeitos das mudanças climáticas, com a criação de uma Comissão de Estudos sobre Efeitos Climáticos.

Lançado em abril, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, o Painel criado pelo Minis-

cs: Marcello Casal Jr./ ABr

tério da Ciência e Tecnologia (MCT), em parceria com o Ministério do Meio Ambien te (MMA), será responsável pela análise da produção científica, técnica e socioeconômica sobre mudanças climáticas, em todos os seus aspectos, e terá ainda a tarefa de organizar o conhecimento em forma de rela tórios, que ficarão à disposição da Conven ção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), dos governos e de todas as instituições e pessoas interessadas no assunto.

Segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Mine, o PBMC será um instrumento importante para que o País assuma uma posição de "protagonismo" no debate sobre o aquecimento global. Ele explicou que, dife rentemente do já existente Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, que reúne acadê micos, representantes da sociedade civil e empresários, o novo grupo será de acesso restrito à comunidade científica. "Os crité rios para ingresso no Painel serão rígidos. O objetivo é ter uma inteligência organizada em torno do assunto, um IPCC brasileiro", explicou Carlos Mine, acrescentando que isso será importante para que o País possa ter estudos pormenorizados sobre suas vulnerabilidades frente ao aquecimento global e para definir medidas de mitigação e adapta ção necessárias para enfrentar o problema.

O PBMC disponibilizará aos tomadores de decisão e à sociedade em geral informa ções técnico-científicas sobre mudanças cli máticas, por meio do uso de conhecimento produzido no Brasil ou no exterior, sobre causas, efeitos e projeções relacionadas às mudanças climáticas que tenha foco ou rele vância para o País.

Uma das primeiras aplicações do Painel será a revisão do Plano Nacional de Mudan ças Climáticas, prevista para maio de 2010. A

grande lacuna é a ausência de um diagnósti co preciso sobre a situação real das ações de políticas públicas de mitigação e adaptação realizadas pelos municípios e estados, além dos dados atualizados sobre as emissões de poluentes no País. O mais recente inventário de que o Brasil dispõe é sobre 1994.

Inventário atualizado

O desafio é estabelecer ura inventário atualizado sobre a emissão dos gases de efeito estufa e promover a comunicação de informa ções entre municípios e estados com o Gover no Federal, para que haja um efetivo cruza mento dos dados entre as três esferas de poder. A expectativa é que o Ministério da Ciência e Tecnologia conclua um novo inven tário, que deverá ter como parâmetro 2002 a 2005, até dezembro, quando acontecerá a Convençâo-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COB 15), em Copenhague, na Dinamarca.

"Os Estados começam a fazer seus inven tários, mas como há metodologias diferentes, não é possível somar dados", explica a secretá ria de Mudanças Climáticas e Qualidade Am biental do Ministério do Meio Ambiente (MMA),Suzana Kahn Ribeiro. "É preciso saber

"Os critérios para ingresso no Painel serão rígidos. O objetivo é ter uma inteligência organizada em torno do assunto, um IPCC brasileiro"

Carlos Mine "É preciso saber quais as atividades mais vulneráveis e como fazer o enfrentamento, porque já estamos vivenciando o aumento da temperatura"

Suzana Kahn

Ribeiro

quais as atividades mais vulneráveis e como fazer o enfrentamento, porque já estamos viven ciando o aumento da temperatura", acrescenta. Segundo dados do inventário sobre 1994, o uso da terra e florestas foi responsável pela maior parcela das emissões de C02 (75%). Segundo a secretária do MMA,a meta é redu zir em 70% o desmatamento até 2020 - o limi te previsto anteriormente era até 2017, mas foi ampliado."Precisamos verificar como isso rebate em cada estado. Não dá para ter uma meta linear", diz.

Papel do consiniiidor

Embora o documento não tenha medidas dirigidas especificamente ao consumo, o con sumidor terá um papel fundamental para que o País atinja seus objetivos. A importância das ações do consumidor em relação ao aqueci mento global foi demonstrada por um estudo feito pela consultoria McKinsey, sob enco menda da Confederação das Indústrias Britâ nicas (CBI, na sigla em inglês).

O relatório "Mudanças climáticas; um assunta de todos" mostrou que, na Inglaterra, 60% das emissões de gases de efeito estufa sàó controladas ou influenciadas pelos consumido res. Apesar de não haver levantamento seme lhante no Brasil, há uma clara relação entre consumo e desmatamento ilegal de florestasmais de 80% da madeira vendida no Brasil, por exemplo, saem de áreas de desmatamento.

O Painel Intergovernamental de Mudan ças Climáticas(IPCC, na sigla em inglês) que inspirou a criação do PBMC, é formado por j cientistas de todo o mundo. O trabalho deles não é produzir pesquisas, mas analisar e reunir os melhores dados disponí veis sobre mudanças climáticas. Em 2007, em reconhecimento a seu trabalho de conscienti zação sobre o aquecimento global, o IPCC ganhou o Prêmio Nobel da Paz.•

MUDANÇAS CLIMÁTICAS
24 Julho Agosto Setembro 2009 - R»fista de Seguros n 670 25 Mho Aqosto Setemlm 200^' ReWsfa de Seguros

O futuro da e agora

I Encontro Nacional de Atuários mostra que esses profissionais ampliarão sua participação na gestão das empresas

Diante da globalização, das mudanças

climáticas e do terrorismo, entre outros elementos, as formas tradicionais de cálculo do risco, especialmente nas empresas de seguros, se mostram inadequadas. Como decorrência, protocolos mais precisos do ponto de vista técnico e regulatdrio estão sendo adota dos por diversos países, tendendo a padronizar internacionalmente os procedimentos. O novo contexto impôs não apenas novos instrumentos contábeis e gerenciais, como também alterou o papel dos profissionais do setor de seguros, que já começam a assumir novas responsabilidades na gestão das empresas.

Essa nova realidade mundial é acompa nhada de perto pelo Brasil, pois, graças à esta bilidade econômica, os ganhos obtidos na ciranda financeira de outrora tiveram de ser substituídosj)or aqueles gerados pela eficiência da gestão. E nesse contexto geral que reside, hoje, o grande desafio para as ciências atuariais e também uma grande oportunidade para os profissionais da área.

O I Encontro Nacional de Atuários (I ENA),que reuniu mais de 300 participantes no Hotel Renaissance, em São Paulo (SP}, nos dias 12 e 13 de agosto, aprofundou as discussões

Martins Ribeiro: "O atuário tem de sair da sua mesa e passara atuar em oufros processos, participando ativamente da gestão das empresas"

sobre os diferentes aspectos envolvidos no cenário atual. Promovido pela Escola Nacional de Seguros(Funenseg) e a Confederação Nacio nal das Empresas de Seguros Gerais, Previdên cia Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg), o evento contou com o apoio do Instituto Brasileiro de Atuária (IBA) e da Superintendência de Seguros Privados (Susep), e o patrocínio da Ernest&Young, IRBBrasil Re, Deloitte, Milliman, EMB, PriceWaterhouseCoopers e Scor Global Life.

Na abertura, Almir Martins Ribeiro, presi dente da comissão Técnica Atuarial da CNSeg, explicou que o tema geral escolhido - "A importância do atuário no novo cenário" - pro curou sintetizar os assuntos abordados nas 16 palestras técnicas do encontro.

Regulação e bons progiiòslko.s

Na palestra sobre aspectos regulatõrios que impactam a atividade profissional dos atuá rios, o diretor da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Alexandre Penner, avaliou que há perspectivas tanto para a expansão do setor quanto para a atuação dos atuários.

Segundo Penner, a Susep está atuando em várias frentes regulatórias que terão grande impacto sobre o mercado, destacando as altera-

ÇÕes referentes à constituição de provisões téc nicas e a padronização de dados estatísticos. Destacou também a criação de uma tábua biométrica brasileira e a instituição dos modelos internos para cálculo do capital econômico das empresas por ocasião da regulamentação das regras de capital baseada em risco paracálculo da margem de solvência das seguradoras.

Segundo ele, em todos esses campos os conhecimentos atuariais serão imprescindíveis. O atuário passa agora a atuar diretamente na gestão das empresas, junto à direção, e deve 3lenções para as seguradoras e os ner FIp afirmou Alexandre Penriscn dp ^ regulamentação do rifl TI f "^as etapas de Solvên cia 11 foi a primeira a ser realizada pela Susep e os demais riscos (mercado, crédito, operado nal e legal) estão sendo analisados pelos técni cos da Susep e,assim que os estudosforem con cluídos, haverá ampla discussão com o merca do antes da efetiva normatizaçào.

O Brasil é signatário do acordo que prevê a implantação integral do IFRS - íntemational Financial Reporting Standards (padrões inter nacionais para as demonstrações financeiras), o que possibilitará novas oportunidades para o atuário demonstrar seus amplos conhecimen tos, de acordo com o diretor da Susep.

'Os mais de 300 participantes do evento, que <C. aconteceu em " São Paulo, aprofundáramos 'discussões sobre os dfferenfes aspectos envolvidos no cenário atual

^1 Saiícle siipleiiK'iitar e regulação

• Alexandre

Penner:

"O atuário passa agora a atuar diretamente na gestão das empresas,junto à direção,e deve voltar suas atenções para as seguradoras e os órgãos de regulação"

O coordenador Atuarial da Diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras da Agên cia Nacional de Saúde Suplementar(ANS), Was hington Oliveira Alves, ao falar sobre o tema "Saúde Suplementar: efeitos da regulação econômico-financeira no campo atuarial", destacou que as seguradoras especializadas em saúde (SES)são reguladas por normas distintas daque las que regem as seguradoras em geral. Porém, como afirmou, "as regras referentes a provisões técnicas e margem de solvência tendem a se aproximar nos dois tipos de instituição".

No curto prazo, as mudanças previstas na legislação referem-se às regras contábeis e de capital, provisões e ativos garantidores, que deverão ter como efeitos maior confiabilidade dos dados, reforço da governança corporativa, facilidade na identificação e administração de riscos, possibilitando o desenvolvimento de modelos próprios em cada operadora.

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Em sua explanação, a presidente do IRA, Natalie Haanvíinckel Hurtado, discorreu sobre a trajetória do instituto, criado em 1944, e suas atuais propostas de atuação.

"Com a estabilidade da moeda, em 1994, o

ATUARIOS 'íf.
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Fotos: Arquivo CNSeg *Almir
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26 lülhc Agosio Setembro 2009 - Revista de Seguros H'-() 27 lulhu Agosio - Setembro y&P -Revista de Seguros n-9/0

ATUÁRIOS

número de cursos de graduação saltou de cinco para os atuais 13 e o número de atuários formados por ano cresceu, em média, entre 50% e 60%. E a tendência é de continuidade", informou.

precisão, o montante de capital necessário para fazer frente a essas exigências", avaliou.

Entre as últimas exposições técnicas do encontro, a que abor dou "Visão do Regulador sobre o Teste de Adequação do Passivo"

Alves:

Desde 2005, por meio de exame que eqüivale a uma certi ficação, o IBA valida a formação do atuário diplomado, mas a intenção da instituição é partici par, juntamente com os coorde nadores dos cursos de graduação em Ciências Atuariais, da elabo ração de diretrizes curriculares nacionais, visando uniformizar o ensino. No momento está em dis cussão o desenvolvimento de uma certificação, baseada em pontos obtidos em eventos de edu cação continuada, e a abertura do debate sobre a transformação do instituto em conselho.

"As regras referentes a provisões técnicas e margem de solvência tendem a se aproximamos dois tipos de instituição"

(LAT) suscitou especial mteresse nos presentes. A apresentação, divi dida entre César Neves e Eduardo Fraga Lima de Melo, coordenado res da Susep, explorou aspectos positivos e negativos de diferentes metodologias adotadas na avaliação do passivo e as tendências de regu lação da superintendência, à luz das novas ferramentas contábeis e de cálculo de risco disponíveis.

Tendências internacionais

Solvência 11 e prudência

Em uma das palestras concomitantes rea lizadas no dia 13, Roberto Westenberger, sócio da PriceWaterhouseCoopers, abordou a tema "O que todo atuário deve saber sobre Solvên cia H". Esse marco regulatório, já parcialmente seguido pelo País, prevê a fiscalização da capa cidade das seguradoras de gerir seus riscos, de forma prudente, tendo como garantia reservas de capital. "Se Solvência II já estivesse implan tado na União Européia e nos EUA,poderia ter evitado o que ocorreu com as seguradoras daqueles países no auge da crise, uma vez que essa nova filosofia regulatória, por ser baseada na gestão do risco e não somente na obediên cia às regras, contribui para garantir que essas empresas pratiquem uma gestão mais eficaz e segura".

Outro aspecto relacionado com a prudên cia na gestão foi discutido por Paulo Hirai, da Milliman, Na palestra sobre "Economic Capi tal: elaboração de modelos internos conside rando todos os riscos", Hirai afirmou que o modelo de capital econômico é constituído pelas reservas necessárias para garantir a segu rança financeira da empresa, mesmo diante dos chamados grandes riscos. "Hoje, por conta do desenvolvimento dos modelos internos, previs tos na legislação, é possível estimar, com maior

Ao fim dos debates, Alexandre Paraskevopoulos, do IFRS4A11, que integrou a mesa, ava liou que o encontro serviu para equÜibrar o conhecimento do mercado sobre os novos crité rios e filosofias apÜcados ao cálculo de risco. "Além disso, apontou as tendências internacio nais, que mostram diferentes posturas frente à obrigatoriedade do IFRS e como essas se expressam no Brasil".

Também Almir Martins Ribeiro, da CNSeg, um dos responsáveis pela organização do even to, comentou os objetivos e resultados do í ENA, que teve como pontos de partida a valori zação profissional e a promoção de debate dos atuários que trabalham na área de seguros, inclusive de saúde. Para ele, o evento permitiu o diálogo desses especiaHstas com o mercado de seguros. "O atuário tem de sair da sua mesa e passar a atuar em outros processos, participan do ativamente da gestão das empresas", suge riu. "Esta também foi uma oportuiúdade para que o atuário detectasse as novas necessidades do mercado e buscasse os caminhos para se qualificar para isso", acrescentou.

O I ENA foi arrematado pela descontraída palestra sobre antropologia empresarial, professor Luiz Marins, da Anthropos Consulting, que cha mou a atenção dos presentes sobre os novos valo res de mercado que estarão vigorando dentro de 5 ou 10 anos e enfatizou a necessidade da "união na diversidade para vencer no século XXI". #

i.:Patroc

"asil
João Batsta da Costa Pinto, Deloítte ^rto Michaelis. diretor da ™WatettiouseCoopers Casar Serra, gerente de acompanhamento de mercado da ANS IDavid Benjamin Sommer, sócio-diretor E.M.B. Mtliiman Natalie Haanwinckel Hurtado, presidente IBA Nabli Ahmad Mourad e Alexandre Paraskevopoulos, ÍFRS4AIÍ Sérgio Ramos Bezerra, ÍRB Brasii-Re Çcííwto Westenberger,sócio tfa PrteeWaterhouseCoopers Pauio Hirai, Miliiman Ronald Kaiifmann, SCOR Ricardo Pacheco, Emst&Young Wady José Mourão Cuiy, diretor-técnico da Comp^hia' Seguros Ailança do Brasii ^^hsfessor iuiz Marins Renato Campos, diretor-executívo daFunenseg
28 Julho Agosto • Setembro 2009 •Revista de Seguros n- 870 29 Ago5(o Setembro RevistotfeSeguros
César Neves e Eduardo Fraga, Susep

Soluções tecnológicas para responder à crise

Promovido pela CNSeg,o evento que vai discutir os desafios dos novos cenários deve reunir cerca de 200 pessoas em Angra dos Reis

Neste cyma econômico extremamente rigoroso,saímos a procura de abngo, Mas e se isso significa perder novas oportunidades? Nossa posição na Swiss Re é bem ciara. Os dias de hoje realmenMsão caracterizados por incertezas Mas temos enfrentado incertezas tiá mais de 145 anos.Estamos dispoltos a assumir.dpffios e fazer com que os nossos clientes e corretores tenham uma visão bem mais ampla do que apenas os «alioSttnediatoS: Pois na Swiss Re.o risco é nossa matéria-pnma: o que criamos sàoopbrtunidades. . ' *• .„

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CB: Arquivo pessoal

• Glória

Guimarães:

"A tendência é trabalhar mais e mais dessa forma, com cada vez menos papei"

Em tempos de crise global e incertezas quanto ao ritmo de recuperação da eco nomia, a tecnologia da informação ganha importância redobrada no dia-a-dia das empre sas do mercado segurador brasileiro, como fer ramenta para o aumento das vendas, a raciona lização de processos e a redução de custos. Na busça de novas soluções tecnológicas para o avanço dos negócios em meio à nova realidade, executivos do setor voltam a se reunir com representantes de empresas de sistemas de informática de 13 a 15 de novembro, em Angra dos Reis (RJ), no V Insurance IT Meeting.

"Gestão Inovadora e Competitiva - Os desafios dos novos cenários" é o tema do encon tro, promovido pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Priva da e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg). Incorporado definitivamente ao calen dário do setor, o Insurance IT Meeting deverá mobilizar este ano, no Hotel do Frade, em torno de 200 participantes. Como nas edições anterio res, organizadas desde 2005, o evento apresenta rá aos executivos das várias áreas de negócio e de TI das seguradoras o que os parceiros tec nológicos estão desenvolvendo de mais avançado em recursos de informatização.

Ffii iriiik) operacloriíxl

O encontro vai apontar caminhos de convergência ainda maior entre inovação e aumento da competi tividade, com eficiência opera cional. O imperativo de ofere cer mais serviços via internet estará no centro do foco, em meio à mostra de novas soluções para atividades como promoção de negócios, controles internos e gestão de riscos. O setor, seguindo o caminho

trilhado pelos bancos desde os anos 1990, avan ça em ritmo acelerado no mundo digital, atento às múltiplas possibilidades abertas pelo chama do banking insurance, sobretudo para atender ao público 'bancarizado'. "A tendência é traba lhar mais e mais dessa forma, com cada vez menos papel", destaca a presidente da Comis são de Processos e Tecnologia da Informação (CPTI) da CNSeg, Glória Guimarães.

A realização do V Insurance IT Meeting cria oportunidade privilegiada também para que executivos de negócios e TI entrem em con tato com a última palavra em sistemas de infor mática sob medida para os novos padrões dos relatórios contábeis e financeiros das empresas seguradoras. A partir de 2010, conforme normas da Superintendência de Seguros Privados (Susep), esses documentos passarão a atender aos critérios da International Financial Reporting Standards (IFRS), como resultado da equi paração de processos e sistemas das empresas nacionais aos padrões das resseguradoras do exterior que vêm chegando ao Brasil desde abril de 2008, quando o mercado de resseguros pas sou a ser livre no País. #

Swiss Re

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
- 30 hilho Atjcmo - ^iptemhro .7009 Revistada Seguros
Quando o vento sopra mais forte, temos que usá-lo a nosso favor.
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Como envelhecer de forma saudável?

Estudo comprova que exercícios físicos e novos desafios cerebrais aumentam a longevidade

Osavançosobtidospela medicinano des-

'Suzana

Herculano-HouzeI:

"As melhores opções para amenizar a atividade cerebral que provoca o estresse são o exercício físico e a prática de coisas que façam bem a si mesmo"

bravamento dos mistérios da mente e do corpo tomaram possível a realização do desejo secular da humanidade pela eterna ju ventude. Não aquela prometida nos contos de fada, mas uma juventude factível, representada pela elasticidade da vida. Ou seja, uma maior longevidade. Pessoas com 80 anos de idade ou mais forma a parcela da população que mais cresce em diversos países, atesta pesquisa recente divulgada pelo Instituto Nacional do Envelhecimento dos Estados Unidos. A expecta tiva é que globalmente essa população de idosos deve crescer 233% até 2040.0 relatório destaca ainda que em igual período, 14% da população mundial deverão ter mais de 65 anos de idade (1,3 bilhão de pessoas). Mais que o dobro do contingente registrado em 2008: 506 milhões.

No Brasil não será diferente. De acordo com as projeções do Instituto Brasileiro de Geo grafia e Estatística (IBGE), em 2020 o percen tual de pessoas com 60 anos ou mais chegará a aproximadamente 30,9 milhões - no Censo Demográfico realizado em 2000, a parcela de idosos representava 8,6%, com uma população absoluta de 14,5 milhões de pessoas. Com rela ção à expectativa de vida, a previsão é de mobi lidade de um patamar de 73,4 anos para 76,1 anos em 2020.

Isto posto, fica a pergunta: como manter o vigor físico e a lucidez a despeito da contagem cronológica do tempo? A neurocientista e pro fessora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Suzana Herculano-HouzeI, nos revela a respos ta:"O cérebro deve ser o maior aliado na longe vidade". Segundo ela, assim como o corpo, o envelhecimento do cérebro também pode ser atenuado e até mesmo prevenido.

Eslrc.sse sob coiilrole

No estudo intitulado "Maneiras de enve lhecer mantendo o cérebro jovem", a neuro cientista discorre sobre a importância dos exercícios físicos e dos desafios a que devemos submeter nosso cérebro. "Isto pode se tradu zir em aprender uma nova língua, tocar um instrumento musical, controlar o estresse, fazer o bem e, especialmente, manter uma expectativa positiva frente ao futuro", enfatiza, ressaltando ainda serem estas umas das for mas de debelar um dos maiores temores que acometem o ser humano, que é a perda de memória e da capacidade de cognição decor rentes do envelhecimento.

Neste contexto, manter o estresse sob controle pode ser determinante para atingir o bem-estar tanto do ponto de vista físico como psicológico, diz ela. Suzana Herculano-HouzeI

^hama a atenção para a palavra controle, que uào significa o combate ao estresse - que a e nível chega a ser benéfico. "Para a maiodas pessoas, a palavra estresse tem um ^^^0 somente negativo, mas ele também tem lado bom. O estresse é uma resposta do ^^§anismo que nos ajuda a lidar com os pro e afirma. . ^

A médica divide o estresse em níveis, u primeiro é classificado como "resposta curta , uma reação que tende a ser rápida e não deoa seqüelas no organismo por muito tempo. Ja o segundo é a "resposta crônica" que, embora uecessária, provoca sofrimento.Como exemplo, a especialista cita os fatores ruins enfrentados uo longo da vida e que as pessoas costumam atribuir ao estresse."Um caso no qual o proble ma já fugiu ao nosso controle e tende a se ins lalar na nossa vida, aumentando inclusive a fre-

quência cardíaca e a pressão arterial".

"O terceiro nível é o da exaustão, quando o corpo, além da adrenalina, libera em excesso o hormônio cortisol, potencializando os proble mas relacionados à saúde." Suzana HerculanoHouzeI lembra que o cortisol, por si só, é bené fico e é liberado quando praticamos exercícios físicos. Segundo ela, o organismo entende os exercícios físicos como estresse e produz corti sol, o que promove a queima da reserva de gor dura indesejável. "Mas, em excesso, o cortisol traz problemas ao organismo, pois mantém ele vados os níveis de pressão arterial e a freqüên cia cardíaca e tende a estocar gordura, mas não como energia. Sua ação leva à perda de neurô nios, de raciocínio e dificuldade de memória".

Cérebro jovem

Trabalhar a ansiedade também é uma forma de envelhecer mantendo o cérebro jovem. Isso porque, de acordo com a neuro cientista, a ansiedade é uma variante do estresse, uma resposta do organismo para uma situação que ainda não existe. Neste caso, a dica é simples: manter um hobby, divertir-se e relaxar. E fazer exercício físico prazeroso, pois ele atua no sistema parassimpático e pro voca sensação de analgesia, diminui a pressão arterial, a freqüência cardíaca e controla o humor. "Assim, melhoramos a capacidade cognitiva e o bem-estar", completa.

A expectativa éque globalmente essa população de idosos deve crescer

233% até 2040

Esse processo que pode ser intensificado se, além de puramente enfrentar o estresse, o indivíduo der atenção a uma questão simples como cultivar o amor e o carirdiQ. "O cérebro de crianças que recebem atenção cresce de maneira tal que fica mais resistente às situações de estresse", explica Suzana Herculano-HouzeI, acrescentando que o fato se deve ã liberação dó hormônio ocitocina provocada pelo carinho e que promove motivação e inibe as fobias.

"As melhores opções para amenizar a ativi dade cerebral que provoca o estresse são o exer cício físico e a prática de coisas que façam bem a SI mesmo. Por isso é tão importante para o nosso cerebro ter propósitos na vida. Isso nos faz chegar a sensação de felicidade." Agora dem da pratica de exercícios físicos e do cuida do com as relações afetivas, é preciso manter o cerebro ativo através de ações como ler e fazer palavras cruzadas, entre outras atividades.•

LONGEVIDADE
CD: Rogério Luvizzirtto
^^1
,32 Julho - Agosto - Setembro 2009 - Revista de Seguros n"870 33 jaiho-Agouo-Seiembtü ?.009-RevlstadeSeguro5 o éi.-r;

Novas regras da ANS causam apreensão no mercado

Operadoras pretendem sensibilizar a Agência a alterar algumas das medidas previstas na nova regulamentação

a :Arquivo ANS OlGA DE MeíXO

da vigênciadanova

prejudica as partes, tanto do empregador, quan to dà operadora. Isso vale também para a nova forma de rescisão contratual, que exige notifica ção prévia, restringindo a liberdade do contra tante", afirma a diretora-executiva da Fenasaúde, Solange Beatriz Mendes.

Outro ponto que necessitaria revisão, para 3s empresas, seria a manutenção de trabalhado res sem vínculo com os empregadores, mas

beneficiários. "Muitas dúvidas ainda vão sur gir, porque essas novas regras tocam em pon tos operacionais, como reajustes. Depois de passada a etapa inicial, de implementação, o detalhamento das normas será visto com bons olhos", acredita Maria Stella Gregori, especia lista em defesa do consumidor, que foi direto ra da ANS de 1999 a 2005.

dos Santos:

"As novas medidas eliminam os gatilhos de sinistralidade, definindo a periodicidade dos reajustes a cada 12 meses"

regulamentação dos planos de saúde trouxe alento ao setor de seguros. As operadoras pretendem aproveitar o prazo para sensibilizar a Agência Nacional de Saúde Suple mentar(ANS)a alterar algumas das novas medi das, que entram em vigor a partir da segunda quinzena de outubro. Segundo o presidente da ANS, Fausto Pereira dos Santos, a regulamenta ção foi decorrente da identificação, pela agên cia, da "necessidade de adequação dos norma tivos que regulam a atuação do mercado em relação aos planos coletivos, de forma a tomar mais transparentes as relações contratuais, coi bir a seleção de risco e a falsa coletivização".

Dos 52,6 milhões de brasileiros com pla nos ou seguros de saúde, 75,2% (39,5 milhões) são beneficiários de planos coletivos. Os 10,5 milhões que têm planos individuais contam com regras mais claras, entre elas, a fixação de índices máximos de reajuste pela ANS. A pre visão inicial era que a nova regulamentação entrasse em vigor em agosto, porém a própria agência decidiu adiar a data, permitindo às empresas que se adequassem às mudançasalém de dar mais tempo para discussões e até retificações nos textos das resoluções normati vas 195 e 196.

Vínculo einpregatício

rar como um coletivo um grupo de pessoas cujo vínculo não oferece garantia da devida representação junto à operadora em discus sões fundamentais como rede e reajuste", esclarece Fausto Pereira dos Santos.

A inesperada regulamentação das admi nistradoras de benefícios, que já atuavam no mercado sem reconhecimento formal de seu papel, é uma das medidas que tem reunido elogios do setor. "Não há alteração de nossas funções. Continuamos como um canal entre o consumidor e a operadora, acatando as deter minações, que não afetam nossas atividades", diz José Seripieri Júnior, presidente da Qualicorp Corretora de Seguros.

"Muitos dos remédios receitados pela ANS são amargos. Eles devem ser tomados, porém, as doses não precisam ser ministradas com tanta velocidade"

"Depois de passada a etapa inicial, de implementação, o detalhamento das normas será visto com bons olhos"

Uma das principais inovações é a que estabelece a obrigatoriedade de vínculo empregatício para os beneficiários de planos empresariais, o que impede a extensão do benefício a prestadores de serviço. Os planos coletivos de grupos sem vinculação a empre go também mudam. Os grupos terão de estar ligados a pessoas jurídicas de caráter classista, profissional ou setorial."Em alguns casos, eles representavam burla à legislação, por conside

Ao longo de setembro, a ANS deverá se encontrar com as seguradoras, que vêm contra balançando suas críticas com o reconhecimento pela própria categoria da necessidade de disci plinar alguns aspectos, como o caso da forma ção dos contratos de adesão, mesmo que as novas regras possam causar um impacto negati vo no mercado. "Muitos dos remédios receita dos pela ANS são amargos. Eles devem ser tomados, porém, as doses não precisam ser ministradas com tanta velocidade", observa o diretor da Federação Nacional de Saúde Suple mentar (FenaSaúde), Newton José Eugênio Pizzotti, que admite a apreensão com as novas regras. "Elas mexem com a maior parcela do mercado e podem provocar,como efeito imedia to, um aumento dos preços".

O principal temor do mercado é quanto à determinação de que o repasse de aumentos seja feito em parcela única anual. "Disciplinar a anualidade do reajuste é uma interferência que

exercendo prestação de serviços, nos contratos coletivos. "Isso vai atingir diretamente algumas categorias, como boa parte dos que trabalham com informática, uma área em que a terceiriza ção é freqüente. Prestadores de serviço tradicio nalmente eram beneficiários de planos empre sariais", acrescenta Solange Beatriz. A adaptação às novas regras, acredita Newton José Eugênio Pizzotti, demanda um período longo antes da implantação. O setor está abalado, o que sempre acontece quando surgem novas regras. Mas, no geral, as medi das são boas, principalmente ao reestrutur^ cs grupos de adesão, que eram planos indivi duais camuflados".

cia carência

Para a advogada e ex-diretora de Fiscali zação da ANS Maria Stella Gregori, a delimi tação de regras é positiva, mesmo quando restringe a amplitude de acesso de muitos bene ficiários, que, eram levados a formar grupos sem qualquer respaldo jurídico. Outro ponto que ela destaca é o fim da carência para con tratos coletivos com mais de 30 integrantesc que antes só existia para grupos acima de 50

Para a ANS,no entanto, a mudança exigi rá um comportamento diferente das adminis tradoras. "A proposta traz para a regulação um agente que já atua no mercado de planos cole tivos, ordenando as atividades que lhe são pri vativas, outras que lhe serão facultadas e um conjunto de vedações que garantam o cumpri mento da legislação e a clara delimitação de sua intervenção como um contratado da pes soa jurídica contratante e, portanto, de seus associados, sem desenvolver qualquer atuação típica da operação de planos", afirma Fausto Pereira dos Santos.

As novas regras não atingem os contratos que estão em vigor, porém não será permitida a adesão de novos beneficiários. "É provável que alguns desses grupos, formados em torno de associações religiosas, por exemplo, sejam extintos. A regulamentação, sem dúvida, disci plina o setor, mas causa impactos operacionais consideráveis", diz Solange Beatriz Mendes.

Para Fausto Pereira dos Santos, no entanto, as resoluções favorecem operadoras e beneficiá rios. "As novas medidas eliminam os gatilhos de sinistralidade, definindo a periodicidade dos reajustes a cada 12 meses. Restringindo as pes soasjurídicas que podem contratar planos cole tivos, enfrenta a falsa coletivização. As regras de carência estão mais adequadas para prevenir o comportamento oportunista. A pessoa jurídica contratante passa a assumir mais responsabili dade ao contratar o plano, uma vez que ela res ponderá pelo pagamento à operadora", m

grupos sejam extintos.A

SAÚDE
•Fausto Pereira 3:Arquivo pessoal •Maria Stella Gregorh
Oadiamentodoimcio
C5:Arquivo pessoal •Newton Pizzotti:
"É provável que alguns
regulamentação, sem dúvida, disciplina o setor, causa impactos operacionais consideráveis"
34 Julho Agosto Setembro 2009 -RevIstadeSeguros -1-'S'0 3S Jtilho Agosto icremoio -ur' Revista de Seguros
^ngeBeatriz Mendes

• Rita Batista:

"Se considerarmos a população informal,que poderia adquirir títulos de capitalização de até R$5,00 por mês,o potencial aumenta muito"

Empresas buscam diferentes públicos para os produtos

Maior potencial de consumo está nas classes C e D,que já são as principais responsáveis pelas compras de títulos

preensão e comunicação transparente, as empresas de capitalização buscam novos perfis de consumidores. A grande novi dade do mercado é o título de capitalização que prevê aplicação em ações de uma peque na parte do aporte mensal, recebido do clien te."O mercado tem sobrevivido com inovação e muito cuidado na comunicação. Os produtos podem atrair desde aqueles que gostam de jogos e loterias, até investidores", afirma Rita Batista, presidente da Comissão de Produtos e Coordenadora da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap).

Segundo a FenaCap, entidade que con grega as 12 empresas atuantes do setor, as classes C e D são as principais responsáveis pela compra de títulos de capitalização. Ainda nestas faixas, há um maior potencial de explo ração. Rita Batista conta que, há um ano e meio, uma troca de informações entre as empresas do setor revelou que havia 24 milhões de consumidores de títulos no Brasil, correntistas das instituições financeiras. "Se considerarmos a população informal, que poderia adquirir títulos de capitalização com depósitos inferiores a R$ 5,00 por mês, con correndo a sorteios de prêmios, o potencial aumenta muito", diz.

No primeiro semestre deste ano, a recei ta de prêmios acumulada somou R$ 4,65 bilhões contra R$ 4,26 bilhões no mesmo período de 2008. Em junho do ano passado, a provisão total era de R$ 12,6 bilhões, alcan çando R$ 13,9 bilhões em junho de 2009, aumento de 10% nas reservas acumuladas. A elevação consistente das reservas sinaliza a longa permanência dos clientes nos títulos

que, em alguns produtos, podem ter o prazo de vigência de até 84 meses.

Alternativas atraentes

Até o momento, prevalece o discurso de que o título de capitalização é apenas uma maneira de ensinar a pessoa a juntar dinheiro, estimulada pelo sorteio de prêmios. Mas,com a engenharia de produtos de capitalização, isso começou a mudar. "A redução da taxa básica de juro na economia local, associada ao menor ganho financeiro das companhias que atuam no setor, levou as empresas a criarem alternativas atraentes para aquele que tam bém sabe poupar e investir, sem deixar de lado a graça do sorteio de prêmios dos títulos de capitalização", explica Ma Batista.

No passado, era difícil perceber os títu los de capitalização com propostas diferen ciadas. A partir da regulamentação trazida para o setor por meio da Circular Susep 365, de 27 de maio de 2008, houve a criação de quatro novas modalidades de títulos: tradi cional, compra programada, popular e incentivo. Ficou mais fácil o entendimento da proposta de cada um dos títulos.

Dentro da nova regulamentação, o título na modalidade tradicional, responsável pela fatia de 89% do mercado, tem de devolver ao consumidor 100% do dinheiro pago mensal mente, atualizado pela Taxa Referencial (TR] durante o período de vigência do título. E importante ressaltar que o consumidor que permanecer até o encerramento do prazo do título tem direito a receber todo o dinheiro de volta, corrigido pela TR.

Uma importante inovação, no final do ano passado, foi o lançamento de títulos de capitalização tradicional que preveem que uma parte do aporte mensal do consumidor

seja aplicada em ações pagadoras de divi dendos (parcela dos lucros das empresas, distribuída aos acionistas). Mesmo com esse atrativo, que pode trazer rendimentos adicio nais, o cliente ainda conta com a garantia do recebimento de 100% do valor pago, com correção monetária.

No final do prazo, há chance do valor acumulado até superar a rentabilidade de outros produtos do mercado. "É uma oportu nidade criada neste cenário de queda consis tente da taxa básica de juro no Brasil. Pode ser que este tipo de produto tenha um grande des taque, constituindo-se num meio de investi mento", analisa Rita Batista.

O vice-presidente da Fenacap, Natanael Aparecido de Castro, conta que, no ano passa do foi pleiteada junto à Superintendência de Serros Privados (Susep) a constituição da categoria de renda variável para os títulos de capitalização. "Até o momento, o pleito não foi renovado, mas vamos voltar ao assunto com a Susep, pois todo o setor seria beneficiado", diz.

prazo de vigência

Os títulos de capitalização na modalidade tradicional costumam ter pagamentos mensais, com autorização para o desconto da conta corrente da pessoa física até completar o tempo de vigência do contrato. Este prazo médio de vigência nas instituições varia de 24 a 60 meses. Mas há títulos com até 84 meses. Terminado o prazo de vigência do título, é o momento do resgate do dinheiro.

Para cada aporte feito pelo consumi dor, a maior parcela corresponde ã cota de capitalização (reserva do cliente), outra par te é destinada à cota do sorteio (custeio dos sorteios) e o restante refere-se à cota de car regamento, para a cobertura de despesas de corretagem, de seguro, pecúlio e reservas de contingência. #

• Natanael de Castro: Pleitojunto à Susep para a constituição da categoria de renda variávelpara os títulos de capitalização

CAPITALIZAÇÃO
C5 : Revista Seaurador Brasil
Com produtos inovadores,de fácil com
36 Julho -Agouo- Setembro 2009 ■ Revista de Seguros n"870 /• -VG/i M 332 % .í f"
37 Mhú - Agonc SeteotoTo 2HC-9 Revista deSeguros ••
CB : Atiuivo CNSe

MPdo Governo muda regras doseguro habitadonal

O objetivo é alavancar o setor de financiamentos e dar novas alternativas de contratação do seguro pelo comprador,eliminando o sistema vigente que prevê a escolha de seguradora diretamente pelo agente financeiro,o que o Judiciário considera como venda casada

Ovice-presidente José Alencar, no exercí

cio da Presidência, sancionou em 7 de julho a Lei 11.977, conversão da Medida Provisória 459, que muda regras do sistema habitacional. Entre elas, uma afeta o mercado de seguros. O artigo 79 traz a exigência de o finan ciador oferecer mais de uma apóhce e de anali sar a que o comprador apresentar, condicionan do sua aceitação ao cumprimento das condições mínimas exigidas pela legislação aplicável.

e sistema de amortização), da idade do segurado e da forma de aplicação da alíquota do seguro (por faixa etária, com ou sem reenquadramento da taxa do seguro à medida do envelhecimento do adquirente, ou por taxa única mensal).

do à.definição do interesse quanto à participa ção neste ramo.

Armando Grasso estima que num primei ro momento os preços do seguro possam até mudar pela competição que está sendo incenti vada, mas certamente se ajustarão à medida que as coberturas e as regras operacionais sejam assimiladas e os produtos das seguradoras se adequem à nova realidade e à demanda dos consumidores. Assim, considera prematuro adiantar qualquer tendência, pois tudo é novi dade para os agentes financeiros, pretendentes a financiamento e seguradoras.

Estrutura de custo complexa

Carlos Alberto Trindade, vice-presidente da FenSeg, também acredita na multiplicação das ofertas, com novo cenário positivo para o financiado, mas acha difícil redução dos preços já. Ele alega que o segmento tem estrutura de custo complexa, que não será alterada.

Já José Roberto Loureiro, também inte grante de comissão técnica da FenaPrevi, espe ra que o exemplo da Caixa Econômica seja seguido. Ele prevê também a ampliação do número de operadores do seguro habitacional, principalmente com o mgresso no segmento das empresas ligadas ao seguro de vida.

como em outros países. E não apenas por um fator, como a idade. "O comprador terá como pesquisar, e as seguradoras terão que se adaptar à demanda".

Alexandre Penner, diretor da Superinten dência de Seguros Privados (Susep), também crê que a competição, além de reduzir preços, trará aumento da oferta de produtos. Ele cita, por exemplo, a possibilidade de a apólice incluir, além da cobertura por morte, invalidez ou danos ao imóvel, uma indenização. "Mas essa alternativa sempre será mais cara", avisa.

Avaliação <Ic danos nos imóveis

Uma das principais dificuldades apontadas por especialistas para a entrada de novas empre sas no segmento é contar com profissionais aptos a avaliar danos nos imóveis. Alexandre Penner afirma, no entanto, que não vê isso como grande empecilho, já que as empresas poderão contratar pessoal ou terceirizar servi ços. "A própria Susep opera com técnicos espe cialistas contratados por meio de convênios com a Caixa Econômica Federal".

•Armando Crasso, da FenSeg, considera que a nova regra proporcionará mudanças importantes no segmento do . seguro habitacional

cs ; Are pessoal

Sérgio Sender, advogado especializado no setor habitacional, afirma que o custo final do seguro para o mutuário pode cair à metade

Tal condição decorreu da necessidade de adequação da oferta do seguro devido aos questionamentos do Ministério Público - jul gados procedentes pelos ministros da 3® Tur ma do ST]- de que deve ser colocada à dispo sição do pretendente a financiamento mais de uma opção de indicação de seguradora garantidora dos riscos inerentes ao financiamento.

Além do mais, ao disciplinar esta matéria, a intenção do Governo é a de buscar a amplia ção do conjunto de seguradoras que atualmente operam o seguro habitacional, incentivando a competição e a conseqüente redução do preço do seguro, que varia com base nas condições do financiamento habitacional (prazo, taxa de juros

Um primeiro reflexo dessa medida foi o anúncio feito pela Caixa Econômica Federal, principal agente financeiro do setor, de que a Caixa Seguros irá reduzir em até 40% o preço do seguro para contratos novos firmados por aquela instituição financeira. A medida terá impacto imediato no custo do financiamento, esperando a direção da Caixa que tal decisão incentive uma maior procura por imóveis.

Armando Grasso, presidente da Comissão de Seguro Habitacional da Federação Nacional de Seguros Gerais(FenSeg), disse que atualmen te operam no seguro habitacional cerca de 15 seguradoras, número reduzido em virtude da exigida especialização, mas que provavelmente será alterado com a nova regulamentação deste ramo de seguro. Ele admite, inclusive, que as seguradoras que hoje não operam neste segmen to estão aguardando a regulamentação da Lei N° 11.977, o que ocorrerá com a edição de reso luções do Conselho Monetário Nacional e do Conselho Nacional de Seguros Privados, visan

O advogado Sérgio Sender, especializado no setor habitacional, aprova a medida e é outro que prevê que o mutuário será beneficiado. Ele diz que, no sistema anterior, o comprador do imóvel não tinha alternativa. "O seguro habita cional era uma adesão imposta", diz. O especia lista afirma que o custo final do seguro pode cair à metade. Para ele, além do aumento da oferta, haverá mudança no perfil dos seguros, com a análise de risco sendo feita caso a caso.

O mercado atual

Outra dificuldade é o acesso ao mutuário por quem decidir operar no segmento. Hoje, o seguro é oferecido pelo agente financeiro no processo de concessão do crédito. E, mesmo com a obrigatoriedade de apresentar mais de uma opção de apólice, vai continuar a fazê-lo.

Além disso, a aceitação do seguro precisa rá da aprovação do agente financeiro, que será ainda o responsável pelo recolhimento da men salidade, incluída na prestação do imóvel. Por isso, a direção da Susep tem discutido com o Governo Federal e operadores privados e deve divulgar em breve norma específica. O objetivo é consolidar todas as regras.#

C O mercado de seguro habitacional hoje no Brasil _é considerado um mercado concentrado, pois uma seguradora detem cerca 72% do volume total de prêmios, Nas operações vinculadas aos órgãos ligados a governos estaduais e municipais, que t habitações para as classes de menor poder aquisitivo, o ^ seguradoras atuantes é limitado a duas ou três representando cerca de 8% do volume de prêmios.^ Lgrgs restante dos prêmios(20%)é distribuída pelas demais seg que operam o seguro habitacional. r.Aê,nria dn

José Roberto Loureiro, da FenaPrevi, afirma que a tendência

• Alexandre Penner, diretor da Susep, cre que a competição, além de reduzir preços, trará aumento da oferta de produtos

mercado é de expansão,já que ainda é grande o déficit habitacional no Brasil. Para ele, a redução no custo que o seguro tem no financiamento tinal pode acelerar o crescimento E,com as novas regras, a previsão é que ele seja acompanhado da pulverização das opçoes de seguro."Em um primeiro momento deve prevalecer uma grande concentração nos bancos aue são os principais agentes financeiros, mas não descarto a possibilidade de outias companhias se especializarem no segmento e, por meio de investimentos em marketing,capturarem uma importanteS db José Roberto Loureiro.# in.guudnie ratia . diz

MERCADO IMOBILIÁRIO
CB:Arquivo pessoal
38 Revista de Seguros 39 Julho - ieietnuio jnO'> - Revista deSeguros

Para onde o mundo caminha?

Escola expande suas fronteiras para a África

P3rc6rÍ9 com empres3 d6 AngolB ampiis os convênios

desde 2004 ocorrem em países europeus e nos Estados Unidos

Fernanda Good

"AlAgenda Internacional do Brasil; A política externa brasileira de FHC a .Lula" foi escrita por Amaury de Sou za, doutor em Ciência Política pelo Massachusetts Institute of Technology e coordenador de duas pesquisas de opinião - uma de 2001 e outra de 2008 - realizadas com as principais personalidades que integram a comunidade brasileira de política externa.

São apresentadas as convicções nacionais sobre poÜtica externa, política de comércio exte rior e poHtica de segurança e defesa, proporcio nando ao leitor identificar o posicionamento e direcionamento estratégico do Brasil em tomo da política externa. Amaury de Souza revela observa ções curiosas como,por exemplo,a constatação de que os govemos FHC e Lula são marcados mais pelas semelhanças do que pelas divergências.

Estes dois presidentes terão na sua lista de realizações a forte orientação de política externa acompanhada pelo abandono de uma idéia de soberania fundada no isolamento. Divergiram, porém,na ênfase da condução das linhas do pro cesso de globalização. Um imprimiu caráter liberalizante, preconizando que os sistemas multilaterais asseguram relações mais equilibradas entre os países desenvolvidos e os emergentes, mesmo que algumas das normas globais terminem por favorecer os primeiros. Outro deu forte ênfase na autonomia nacional, concentrando-se em consi derações de natureza geopolítica e uma inserção soberana do Brasil no mundo.

Neste crescente processo de globalização, o Brasil e outros emergentes difundiram ampliação da influência e liderança nos foros mundiais. O espaço conquistado por países como o Brasil é proporcionado pelas intensas mudanças que a

-

globalização traz nas relações e no jogo de poder mundial, permitindo a intensificação dos fluxos financeiros, a reorganização da estrutura produti va mundial, a criação da Organização Mundial do Comércio(OMC), novos arranjos regionais de comércio como o Tratado Norte Americano de Livre Comércio (NAFTA, sigla em inglês), o MERCOSUL,a Cooperação Econômica da Ásia e do pacífico (APEC, sigla em inglês), a expansão da União Européia e a emergência dos BRlCs (Brasil, Rússia, índia e China). Na esteira deste processo de transformação, imensas parcelas da população foram incorporadas ao mercado con sumidor em todo o mundo.

191 P.

Autor

Amaury de Souza

Editora:

Campus/Elsevier2009

Mas a globalização tem outra face menos benigna, revelada por proliferação de armas nucleares, químicas e biológicas, a emissão de gases associados ao efeito estufa e à mudança cli mática, a propagação de epidemias globais como a Aids, e enormes levas de imigrantes e refugia dos que se têm formado na esteira de guerras que foram impelidos por situações de miséria ou vio lações de direitos humanos.

Opiniões à parte sobre qual rumo o Brasil deva tomar era relação à globalização, não há como ficar alheio a este processo. A certeza que todos parecem ter em torno do tema globalização é a incerteza que este fenômeno traz, e diante da incerteza o conhecimento é a melhor estratégia.

E este um dos grandes valores desta leitura, a de entender melhor o processo em que o mundo apenas se inicia. Após a leitura desta obra, fica registrada e compilada, por um estudioso e conhecedor do assunto, de forma clara, um período de Üderança. Desta forma, o leitor terá uma idéia para onde o mundo caminha, e para onde o Brasil está indo.•

da Escola Nacional de Segu ros (Funenseg) embarcarão para Angola com a missão de mi nistrar um curso desenvolvido em parceria com uma empresa daquele pais. Desta vez, o treinamento será sobre fundos de pensão, para fun cionários da Sonangol E.P., Socie dade Nacional de Petróleos de Angola - uma companhia que tra balha com pesquisa e prospecção de hidrocarbonetos em campos offshore. O curso abrangerá temas co mo atuária, gestão de reservas e administração financeira.

De acordo com o economista Gustavo Cunha Mello, responsável pela estruturação do curso, ocasiões como essa trazem muitos desafios à Escola, prmcipalmente porque ela precisa selecionar um time de pro fessores altamente comprometidos com o sucesso dessa parceria, de for ma a viabilizar outros acordos futu ros. "Os cursos em Angola devem incorporar a realidade daquele país, tanto cultural como financeira. A abordagem dos alunos, o interesse, as diferenças na legislação de segu ros de cada país e até o preço do cur so devem estar de acordo com o que se pratica no país africano. Não po demos simplesmente replicar práti cas bem sucedidas no Brasil, sob pena de errar e perder parcerias", diz o economista.

Avanços importantes

Os convênios internacionais, que ocorrem desde 2004 em países

europeus e nos Estados Unidos, tive ram avanços importantes este ano em dois aspectos; passaram a difun dir atecnologiabrasileira de seguros e vêm consolidando a parceria fir mada com Angola, que tem uma das economias mais fortes da África, baseada em petróleo e diamantes. O país também passa por importantes reformas nas áreas pohtica, econô mica e de infi-aestrutura. "Angola parece um grande canteiro de obras, em qualquer direção que se olha", conta o economista.

.Cláudio Contador: "Pretendemos expandir nossa atuação para outros mercados de língua portuguesa e, depois, vamos tentar parcerias com poises da América Latina"

Para o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Escola, Cláu dio Contador, a instituição entrou no mercado de Angola pela porta certa, quando firmou convênio com a Global Companhia Angola na de Seguros paratreinar um gru po de 30 corretores, em março deste ano. "O resultado foi exce lente e gerou novas demandas", diz Cláudio Contador. Segundo ele, quatro diretores-executivos da seguradora angolana estiveram no Brasil para um curso de duas semanas, que incluiu uma visita à Bovespa, a Bolsa de Valores de São Paulo, que é a maior da América Latina e quarta do mundo.

.Gustavo Mello: ■Vs cursos emAngola de^em.ncorporcr arealidadedaquelepais, tantocultural fir^nr^reira. Não podemos

Para Cláudio Contador, estas novas parcerias demonstraram a capacidade que a Escola tem de trabalhar em vários nichos. "Pretendemos expandir nossa atuação para outros mercados de língua portuguesa e, depois, vamos tentar parcerias com países da América Latina. Além, é claro, de cultivar a semente plantada em Angola", conclui o diretor. •

BIBLIOTECA 1 GUILHERME DE FREITAS LEITE
"A obra nos leva à constatação de que os governos FHC e Lula são marcados mais pelas semelhanças do que pelas divergências"
A AGENDA INTERNACIONAL DO BRASIL li|H( «lila
RESENHA:
"A AGENDA INTERNACIONAL DO BRASIL; A POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA DE FHC A LULA".
GUILHERME DE FREITAS LEITE -
de Projetos na Volvo Financial Services e
Escoia Nacional de Seguros(Funenseg) ^40 Julho - Agosto Setembro 2009 - lievista de Seguros n''870 I FUNENSEG
gerente
professor da
intBrnacionais,qu6
Ainda este ano, profissionais
cs Danlela Meireles mrurrjiiTi CB Fernando Gonçalves
41 Julho-Agosto-Setembro 2009 - RevistadeSeguros iv870

Roubo e seguro de transporte de carga

Sem a estreita colaboração do Estado,é utópico imaginar qualquer resultado positivo

Há 30 anos, o seguro de transporte rodoviário de carga era um dos 'filés' do mercado. Os corretores especializados eram tratados com todo carinho pelas seguradoras e as comissões de corretagem, de 15%, então previstas na tarifa única da carteira, eram, invaria velmente, complementadas com comissões adicionais.

Com o tempo este cenário mudou. Durante vários anos apenas algumas poucas seguradoras se interessaram pelo risco, sendo que, com o aumento constante da sinistralidade, estas companhias passaram a exigir de seus segurados uma série de medidas de proteção, visan do diminuir os roubos e furtos qualificados que one ravam brutalmente o resul tado do negócio.

Num primeiro momen to, estas medidas tiveram impacto positivo no resulta do final dos seguros de transporte rodoviário de carga. Como conseqüência, várias seguradoras que haviam se afastado do risco decidiram voltar a operar na carteira, que passou a ser rentável outra vez.

Mas a alegria durou pouco. As quadrilhas se sofisticaram e o roubo de carga voltou a ganhar intensidade, crescendo solidamente ao longo dos anos.

Com a sofisticação e maior agressividade dos ban didos, seguradoras, transportadores e donos de carga voltaram a inovar, adotando medidas mais severas para garantir a operação. Todavia, ainda que com o uso intenso de rastreadores, escolta armada, fiscais, pontos

Você em sintonia com bons negócios.

de passagem e outras medidas no sentido de reduzir o risco de roubo, este tipo de delito cresceu em níveis alarmantes nos últimos 12 meses. E não há nada que indique uma diminuição no futuro próximo. É um quadro preocupante e que já custou mais de R$ 1 bilhão de reais ao mercado. O que pode ser feito para reduzir estes números para patamares razoáveis e, mais que isso, suportáveis para as seguradoras, de manei ra a não onerar o preço final dos produtos transportados?

Sem a estreita colabora- ção do Estado, em todos seus níveis, mas especialmente na esfera policial, é utópico ima ginar qualquer resultado positivo. A ação policial é monopólio do Estado e só ele pode agir nesta esfera. Assim, para que as medidas a serem implementadas surtam efeito, é necessária a colabo ração das Secretarias de Segurança Pública, além das Receitas Estaduais e Federal.

O roubo de carga onera o Governo e a iniciativa pri vada, mas o grosso da conta é pago pela sociedade, embuti do no preço final dos produ tos. A se manter o quadro, é previsível uma redução do número de seguradoras inte ressadas em operar na carteira e o endurecimento daque las que permanecerem. As autoridades, pelo menos dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, precisam se sensi bilizar para o problema. Afinal, mais de 70% dos roubos de carga acontecem em seus territórios. Se eles não derem o exemplo, o brasileiro, logo, logo, estará pagando ainda mais caro por aquilo que consome. •

ANTONIO PENTEADO MENDONÇA - Jornalista e especialista em seguros e previdência

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