T1844 - Revista de Seguros - jul/ago/set de 2008_2008

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BMAIS:j ENTREVISTACOM DESEMBARGADORANTÔNIO CÉSARSIQUEIRA

SOBREAATUAÇÃO DO JUDICIÁRIO NAATIVIDADE SEGURADORA

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ESCOLA NACIONAL de SEGUROS

Curso Superior de Administração com Ênfase em Seguros e Previdência

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SUMÁRIO 8 10 12

ENTREVISTA

O desembargador Antônio César Siqueira avaiia a relação do mercado segurador com o PoderJudiciário e sugere mais atenção aossinistros da saúde

SAÚDE

A cobertura de seguro para aposentados e ex-funcionários continua gerando discussão IQanos após a instituição da iei que garante sua manutenção

PROTEÇÃO AO SEGURO

Mecanismos de controle de sinistros suspeitos e pesquisa que quantifica este tipo de crime são passos importantes para garantir a proteção do seguro

A tolerância zero à mistura álcoole volante,aliada a uma fiscalização mais rigorosa,freou o número de acidentes e mortes nas vias e rodovias do País

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54 58

CLIMA

O ciclo vicioso da degradação ambientalpõe o Brasil em uma das mais delicadas situações ante os esforços contra os gases de efeito estufa

Mais transparência é a tônica do trabalho que setor fazpara adaptar-se às novas regras lançadas pela Susep

IHTERNAninNAI

informações pelo telefone(21)3380-1532 ou através do e-mail graduacao@funenseg.org.br

Rua Senador Dantas, 74 - 2° andar Centro - Rio de Janeiro-RJ - 20031-205

QuantiricaçAe da Fraude

Delegação brasileira visitou países europeus e asiáticos para mostrar tendências do setor no Brasil e conhecer experiências de outras economias

64 FIANÇA inCATÍniA

Estatísticas do mercado revelam crescimento anual médio de 50% entre os contratos de locação de imóvelpor esta modalidade

IV FÓRUM^NÀCÍONAL DE SEGURO DÈ VIDA E PREVIDÊNCIA PRIVADA'

Momento é ideal para o lançamento de novos seguros de pessoas e previdência privada

Estabilidade econômico leva mercado de seguros a discutir tendências para sustentar crescimento nos próximos anos

Especialista aconselha a adoção de uma nova estratégia para cada geração de consumidor

Produtos podem contribuir para o crescimento sustentávele redução da desigualdade social

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E MAIS... •4- AO LEITOR •16- FUNENSEG •17- ENCARTE• 53- OPINIÃO •66- BIBLIOTECA

niESIOENTE: Bteio Fflrraz ds Campos

VK6-PBESI0ENTK:

JníMio Cásslo dos Santos,Jayme Brasil

Miflnkel^ Luiz CarlosTrabuco Cappf, Kllton Molina,Osvaldo do Nascimento, Patrtck Antonio «aude de LarragolB Lucas e Ricardo José da

Costa Home

DIRETORES:

Antonio Trindade,Fedaiico Barogllo, Mário José «nzaga Petralll, Múclo Novaes da Albuquerque Mvaicana,Paulo Miguel Manacclnl e Pedro

COHSEUn RSCAL

Efetivos: Haydewaido Roberto Ctiamberiain da Costa, LaÊnIo Pareira dos Santos a üiclo Antonio Marques

Suplentes: José Fernando Romano FurnÔ,José Maria Souza Teixeira Costa e Luiz Safeo aiibutani

Fenaseg

CONSEUIO SUPERIOR

PRESIDENTE: João EItslo Ferraz de Campos Membros; Acacio Rosa de Queiroz Rho,Ameríu Oswaido Continentino ds Araújo,Antonio Céssio dos Santos, Carlos dos Santos,Eduardo Bapdsta Vianna,Federico Barogito, F^ncisco Caluby VIdígal. Jayme Brasil Garfinkei, João GAberto Possiede, Jorge Estácio da Silva, Jorge Hilário Gouvéa VMra,José Américo Peón ds Sé, José Castro Araújo Rutige,José Roberto Marmo Loureiro, Luis Emílio Maurette, Luiz Carlos Trabuco Cappi, Manuel Sebastião Soares Povoas, Mário José Gonzaga Pelielil, Miguel Junqueira Pereira, Nllton Molina,Osvaldo do Nascimento,Patrick Antonio Ciaude de larragoi Lucas, Pedro Pereira de Freitas,Pedro Purm Júnior, Ricardo José da Costa Rores e Thierry Marc Ciaude Cíaudon ConseRn do i^resentantes: Antonk)Tavares da Câmara,João Gilberto Possiede,Luciano Macedo de uma,Luiz Tavares Pereira Riho. Mauro César Batista, Miguel Junqueira Pereira. Múclo Novaes de Albuquerque Cavalcanll, Paulo Lückmann

Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização

REVISTA DE SEGUROS

Órgão InforTTuttro da Pedengão

Nacional das Empresas de Segiaos Privados e de CapH^tzaçâo-Fenaseg. PUBUCAÇAO INTEGRANTE DO CONVÊNIO DE IMPRBiSAOO MERCOSUL-COPREItó.

Em conjunto com SICOéA(Setvi;ti informaUvo do Mercado Segurador da República Argentina}, aPflODUCTOR{Pitoicacãoda Associação de Agentes e Produtores de Seguro da República Oriental do Uroguai) e Jomal dos Segiaos(Publicação do Sincteato dos Corretores de Seguros e de Capttalizaçáo do Estado de São Paulo).

CONfflJIO EDITORIAL

Membros: Angela Cunha, Geraldo Bolúa, Luiz Peregrino, Nelval Rodrigues Freitas,Solange Beatriz l^hebo

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EtOtor-chefe: Angela Curtoa (MTb/RJI2.555)

Coordenação Editorial:

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Jk 3 Julho - Agosto Setembro 2008 - Revista de Seguros - M 866

Com ofoco voltado para vida e previdência

Oimercado de seguros e previdência acaba de participar de um dos mais Iimportantes fóruns de debates sobre o assunto realizados no País - o IV Fórum de Seguro de Vida e Previdência Privada, promovido pela FenaPrevi, no final de agosto. Foram dois dias de palestras e debates sobre temas de ordem prática, experiências de mercados internacionais e tendências para o setor no Brasil, que geraram uma gama de informações aqui reproduzidas em 36 pági nas desta edição da Revista de Seguros. Além de uma cobertura completa, o leitor vai encontrar ainda matérias complementares aos assuntos tratados no evento. Como não poderia deixar de ser, o tema acidentes de trânsito continua na pauta desta publicação. Nosso compromisso com a redução do número de vítimas nas estradas e vias urbanas vai além da reposição de bens e do bene fício repassado a beneficiários, em decorrência de perdas materiais e de vidas. Quanto mais tocarmos nesse assunto, maiores se tornam as chances de sensibilizarmos nossos leitores para a necessidade imperiosa de nos envolver em ações que contribuam para baixar, a níveis aceitáveis, os números de aci dentes no trânsito. Desta vez, nossa reportagem aborda os reflexos da implan tação da Lei Seca, mostrando, por exemplo, o que as empresas do setor de seguros têm feito para colaborar com a campanha de combate à mistura irre sponsável de álcool e direção.

Mudanças climáticas igualmente tem sido um assunto recorrente na Revista de Seguros, haja vista os seus impactos para o mercado de seguros e para a sociedade. Desta vez, o foco da matéria aqui publicada é a redução da emissão de gases de efeito estufa (CO^j. Esta edição traz ainda, entre outras pautas, a proteção ao seguro, tema que tanto preocupa o mercado e que também depende da união de todos para a obtenção de resultados mais eficazes. Boa leitura! A

ENTREVISTA I ANTÔNIO CÉSAR SIQUEIRA

DESTAQUE

Preparando-se para o futuro

O Quais são os fatores que poderão ajudar uma companhia seguradora a se manter competitiva no mercado brasileiro? Como melhorar a eficiência, fidetizar clientes e reduzir custos administrativos? Estas e outras perguntas encontram respostas no artigo assinado por Sidney Dias da Silva, presidente da Comissão de Processos e Tecnologia da Informação da Fenaseg, embasado numa apresentação feita pela Diretoria da Central de Serviços na reunião da CPTI,em julho passado. Na avaliação do autor do texto, os processos bem definidos, e com indicadores de desempenho claramente estabelecidos, são necessários para que as companhias possam evoluir em ambientes competitivos e aproveitar as oportunidades de crescimento que o mercado oferece. Quanto aos sistemas de informação, ele profetiza; nenhuma companhia pode existir sem esse suporte aos seus processos (pág, 60). A

O desembargador avalia que nos processos do seguro saúde há um excesso de atuação do Judiciário que atua de forma paternalista em relação ao segurado im '1

OPoderJudiciário tem dificuldade em entender alguns aspectos do negócio do

seguro - mas o mercado também tem dificuldade em aceitar procedimentos já estratificados do Poder Judiciário. A interpretação é do desembargador da S'' Câmara Civil, Antônio César Siqueira, que preside a Mutua dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro, um plano de saúde de auto-gestão. A solução, acredita ele, está em promover com mais freqüência seminários e fóruns que reúnam as partes interessadas (consumidor, segurador e juizes) para discutir e analisar a jurisprudência de alguns casos, inclusive de outros Estados. "Isso representa um avanço, porque ali se faz um julgamento coletivo, com a análise das razões de cada um", diz ele. O desembargador também sugere que as seguradoras invistam na prevenção de fraudes do seguro saúde, assim como já o fazem em outros ramos do mercado. A

O senhor acha que há uma dífículdade do Judiciário em entender o negócio do seguro?

^ Desembargador - Há dificuldade dos dois lados. O mercado de seguros tem dificuldade de aceitar determinados procedimentos estratificados do Poder Judiciário, como se preferisse ficar sempre negando aquilo que o Judiciário, reiteradamente, reconhece como direito do segurado. Quando o Poder Judiciário interpreta um texto legal ou determina uma estipulação contratual, está na verdade regulamentando aquela atividade - esta lei tem que ser interpretada desta maneira, esta cláusula não

pode impor determinadas limitações. E os agentes seguradores resistem em compreender e aceitar a realidade. Mas é verdade que o Judiciário também tem dificuldade de entender o seguro, os cálculos atuariais etc..

O mercado impõe cláusulas que não seriam aplicáveis ou que ferem a legislação... Éisso?

Ò No seguro DPVAT, por exemplo, há uma atividade de cobranças muito preocupante. A normalização do DPVAT permite que o segurado cobre a indenização da seguradora que ele escolher. Quando o sinistro foi regulado por uma

AO LEITOR
A
"O Judiciário tem o poder de interpretar os contratos'.//
4 Julho- Agosto ■ Setembro 2008 - Revista de Seguros - n"866 S Julho-Agosto-Setembro 2008 - Revista de Seguros r\°866

ENTREVISTA

"Quando o Poder Judiciário interpreta um texto legal ou determina uma estipulação contratual, está na verdade regulamen tando aquela atividade"

seguradora e o segurado vai a outra cobrar a diferença, a segunda costuma negar o pagamento. A lei não obriga a isso, porque, no fundo, o papel da seguradora é de mera reguladora, porque quem vai pagar,é o fundoe a recusa traz o segurado ao Judiciário e o juiz vai dizer que aquela seguradora também é obrigada a pagar, ou melhor, a repassar o pagamento. Há uma outra resistência com respeito ao valor da indenização do DPVAT, que era de 40 salários mínimos e que foi rebaixado por resolução da Susep. Lógico que o Judiciário não vai aceitar isso, 100% dos julgamentos vão determinar o pagamento no valor previsto anteriormente.

Como o senhor vê, na questão do segurosaúde, a obrigação de cumprt cláusulas não previstas em contratos?

Há algumas companhias que até hoje se negam a cobrir homecare. Eu como gestor de um plano de saúde, posso afirmar que é mais barato pagar o homecare do que os custos de uma internação. E a vedação a este direito é juridicamente insustentável; o Judiciário não vai mudar o ponto de vista dele. Essas ações sempre vêm um pedido de dano moral junto, que o Judiciário vai reconhecer - porque é um momento em que a família está fragili^da.

E quando este atendimento não estáprevisto em contrato?

que o mero atraso da prestação do prêmio não justifica o rompimento do contrato. É como se um locatário deixasse de pagar o aluguel: ele não perde o direito de morar no imóvel por isso. A lei permite que ele restabeleça a integralidade das contraprestações do contrato. O mercado segurador me parece um pouco míope, neste caso, porque ele enxerga o contrato como se este tivesse uma duração mensal, quando é anual. O conceito de preservação do contrato e da boa-fé foi introduzido pelo Novo Código Civil e eu acho que o mercado de seguros ainda não o assimilou.

Estes entendimentos valem para os contratos assinados após o Novo Código Civil ou para todos, sem distinção?

portanto, não são levadas em consideração no momento da fixação do prêmio.

De queforma isso pode serfeito?

O Nós temos organizados eventos junto à FenaSaúdejFederação de Saúde Suplementar), em que estes temas são discutidos por meio da análise da jurisprudência de alguns casos, inclusive de outros Estados. O que acontece nestes eventos, alguns organizados pela Escola de Magistratura do Rio de Janeiro, é a reunião da visão do operador do mercado, que conhece seu negócio; com a visão do consumidor, que expõe as dificuldades que ele enfrenta; e a visão dos juristas, que analisam as questões com muita liberdade. Isso representa um avanço, porque ali se faz um julgamento coletivo, com a análise das razões de cada um.

técnica para isso, Eu sei que há efetivamente abusos, praticados por uma máfia ligada a laboratórios e fabricantes de equipamentos.

E como separar ojoio do trigo?

Z> Esse é o problema. Quando a gente chegar lá na frente, na pohcia, vai ver que afirmação não era verdadeira, que a urgência não se justificava ou que a indicação de determinado equipamento não procedia. Mas aí a cirurgia já terá sido feita. Eu acho que as seguradoras e os planos de saúde deveriam tomar medidas mais efetivas com relação a estas indicações, a estes profissionais que atuam desta maneira: via lista de credenciados, CRM e até, em último caso, uma investigação criminal. O segurador tem de começar a atuar nesta área da mesma maneira que atua em outros ramos no combate a fraudes.

conceito de

do contrato e da boa-fé foi introduzido pelo Novo Código Civil e eu acho que o mercado de seguros ainda não o assimilou"

"Se em 100% dos casos, há anos, julgamento vem afirmando que aquela cláusula não pode impor aquela limitação, não adianta ficar lutando contra"

O Pois é, mas o Judiciário tem o poder de interpretar este contrato. Se há uma dúvida por parte do Judiciário, a negativa é justificada. Mas se em 100% dos casos, há anos e anos, o julgamento vem afirmando que aquela cláusula não pode impor aquela limitação, não adianta ficar lutando contra. Isso gera uma certa irritabilidade nas pessoas com o mercado segurador, uma relação de desconforto.

Há casos de ações em que o segurado estava inadimplente, mas pleiteou o pagamento do sinistro e ganhou a causa. É uma questão de interpretação?

É interpretação sim. Em todo o contrato, desde que o não-cumprimento da obrigação seja temporário e não o inviabilize, o princípio da preservação contratual deve ser observado. São as regras do Novo Código Civil. O Supremo Tribunal de Justiça está entendendo é

O Essa é uma outra discussão que o mercado segurador insiste em promover: distinguir contratos anteriores à lei e posteriores à lei. Não existe nenhum contrato de seguro anterior à lei. Quando muito, esses contratos têm duração de um ano e, quando renovados, o são na vigência da nova lei. É também a grande discussão dos planos de saúde. Neste caso, também não existe nenhum julgamento dizendo que o segurado deve observar o momento em que o seguro foi contratado lá atrás. O Judiciário está tranqüilo quanto a isso: a lei que vale é aquela que está em vigor. Não vejo nenhum sucesso nesta discussão.

E quando o segurado não contrata uma determinada cobertura no seguro saúde, mas pleiteia esta cobertura posteriormente?

O Reconheço que há um excesso de atuação do Poder Judiciário que, neste caso, está sendo paternalista em relação ao segurado. Está tentando resolver um problema de deficiência do sistema de saúde do País, público e privado, e está imputando esta responsabilidade às empresas de planos e de seguro-saúde. O Judiciário neste caso está passando dos limites. Neste ponto é que eu considero o entrosamento entre o mercado e o Poder Judiciário extremamente importante. O mercado segurador precisa mostrar ao Judiciário quais são as dificuldades que ele tem de atender determinadas demandas que não são previamente previstas em contrato e que,

OJudiciário tende a ser mais condescendente com a parte mais fraca do processo?

Eu não diria isso. Eu gostaria que o mercado segurador - para evitar determinadas conseqüências econômicas graves de intervenção do Judiciário - separasse os casos em que houve negativa de pagamento injustificado e aqueles de condenação reiteradas dos Tribunais. Faço esse pedido sempre. Se estes dois casos forem separados, os casos de condenação do segurador em relação ao segurado serão esporádicos, vão cair nos casos patológicos que podem acontecer em qualquer ramo de atividade.

Os processos que garantem cobertura a itens nãO'Contratados acabam elevando o preço do seguro saúde, o senhor não acha?

^ Em parte, sim. Nas questões do segurosaúde, o Judiciário tende a ser paternalista, porque o juiz está lidando com um bem jurídico que não é material. E o Judiciário ainda não descobriu uma maneira de se proteger de determinados abusos. Estas questões são trazidas ao Judiciário como urgências, o que exige que se trabalhe com liminares, que estão embasadas obrigatoriamente, em 99,9% dos casos, por indicações médicas que pregam não só a necessidade do tratamento, como a urgência de sua aplicação. Para um juiz, na hora do exame de uma Imimar, é impossível dizer que o médico está errado, ele não tem capacidade

O excesso de regulação dos planos e segurosaúde não difíciilta isso?

O Eu acho que não, acho que é falta de cultura. A saúde ainda não está organizada da mesma maneira que outros ramos. Se o mercado fizer um levantamento no segmento de próteses, por exemplo, de todas as ações em andamento no Poder Judiciário, quais são as empresas que fornecem estes materiais e quais são os médicos que indicam seu uso, vai observar uma coincidência sensacional.

O GEAP, que é uma empresa de plano de saúde de auto-gestão, fez um levantamento de 50 processos em andamento no Rio e descobriu que havia apenas duas empresas fornecedoras de equipamentos e três médicos envolvidos em todos eles.

O que muda com a Lei Seca no tânsito para as questõesjudiciais?

O Toda atividade que é voluntária e que é incompatível com a boa-fé do contratante rompe o contrato. Um segurado que dirige alcoolizado rompe com a sua boa-fé no contrato. Depois da lei seca a cultura está mudando, mas este entendimento é anterior à lei. Se o segurado que ingeriu álcool causar um acidente, ele é responsável. Mas se está parado num sinal e seu carro é abalroado, aí o fato de ele estar bêbado ou não deixa de ser relevante. É preciso ver se o consumo do álcool foi o responsável pelo sinistro. Â.

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preservação
6 Julho Agosto Setembro 2008 Revista de Seguros - n-'866 7 Julho-Agosto-Setembro 2008 - Revista de Seguros ■ 866
"Reconheço que há um excesso de atuação do Poder Judiciário que, neste caso(do seguro saúde),está sendo paternalista em relação ao segurado"

Manutenção de contrato após demissão ainda gera polêmica

A cobertura de seguro para aposentados e ex-funcionário continua gerando discussão dez anos após a instituição da lei

"A sinistralidade vai para a conta da empresa.E na hora do reajuste técnico os custos sáo repassados e aumentam o preço do plano"

Artigos têm aspectos positivos para os funcionários, mas o custo é significativo para a empresa contratante"

Passados

10

anos

da instituição da Lei 9656/98, que rege os aspectos institu cionais, assistenciais e econômicofinanceiros do sistema de saúde suplemen tar, os Artigos 30 e 31 continuam no centro da polêmica. Os dois artigos garantem o direito de manutenção do contrato de segu ro médico-hospitalar por aposentados e exfuncionários (demitidos sem justa causa) nas mesmas condições de cobertura assistencial quando da vigência do vínculo empregatício.

Embora por força da lei os encargos devam ser integralmente assumidos pelos beneficiários, os referidos contratos são tidos como de impacto negativo para as empresas empregadoras, uma vez que elas são obrigadas a manter apólice própria com este objetivo. Além disso, as empresas tam bém vêm afetada a taxa da sinistralidade, com reflexos nada positivos nas negociações futuras com as operadoras de planos de saúde, garantem especialistas do mercado segu rador. "A sinistralidade vai para a conta da empresa. E na hora do reajuste técnico os custos são repassados para a empresa empregadora, o que aumenta o preço do plano", explica André Coutinho, diretor-geral da Omint e diretor da Federação Nacional de Saúde Suplementar

André Coutinho lembra ainda que o direito é extensivo a todo o grupo familiar inscrito quando da vigência do contrato de trabalho (mesmo em caso de morte do titu lar), o que obriga a contratante a manter uma população vinculada, onerando ainda mais os seus custos. A extinção do benefí cio está prevista apenas no caso de o fun cionário demitido sem justa causa ser admitido em novo emprego - não sendo assim a sua permanência no plano é asse gurada por um período de seis meses a dois anos. Já para o aposentado com contribui ção mínima de 10 anos, o direito está garantido por toda a vida. Para tempo de contribuição inferior, o direito de manu tenção como beneficiário é de um ano para cada ano de contribuição.

Para evitar o impacto financeiro em suas contas, algumas compa nhias vêm optando por arcar totalmente com os encargos financeiros e oferecer o seguro saúde sem custos para seus fun cionários, afirma André Couti nho. Isso porque, de acordo com a Lei 9656/98, os direitos garantidos nos Artigos 30 e 31 são válidos apenas para aqueles que contribuíram de alguma forma para o pagamento da mensalidade do plano. Segundo ele, a medida vem sendo adota da principalmente pelas empre sas estrangeiras, que invariavel mente estão sujeitas a um maior rigor na projeção dos seus gastos.

Em uma primeira análise, o benefício do seguro saúde sem a contrapartida financeira do fun cionário pode até parecer positi vo. Mas, na avaliação do executi vo, o risco é haver uma espécie de down trading no segmento do mercado de planos corporativos. Na avaliação de André Coutinho, como o benefício é o item de maior peso nos custos de uma empresa, depois da folha de paga mento, na eventualidade de se ver obrigada a reduzir gastos, a primeira opção da companhia será adotar um plano de saúde de qualidade inferior. "Do ponto de vista do consumidor, essa situa ção é muito pior".

O executivo ressalta que os Artigos 30 e 31 são socialmente corretos, mas não deve riam estar inseridos na lei que rege o sistema de saúde suplementar e sim na Lei do Traba lho. A opinião é compartilhada pela vice-pre sidente de Recursos Humanos, Administrati vos e Jurídico da SulAmérica Seguros e presi dente da Comissão de RH da Fenaseg, Maria Helena Monteiro. "Os Artigos têm aspectos positivos para os funcionários, mas o custo é significativo para a empresa contratante", diz ela, reconhecendo que a aplicação da lei não implica em maior custo para as operadoras.

O atuário Roberto Westenberg, responsá vel pela área de seguros da empresa de consul toria PricewaterhouseCoopers, entende que a manutenção dos contratos não tem impacto financeiro direto nas contas da seguradora desde que os preços estejam adequados.

"Todo risco tem um custo e, uma vez aferido, esse custo é cobrado num prêmio. Nesse caso são dois riscos específicos, o da pessoa demitida sem justa causa e o do funcionário que se aposenta. Mas como a lei tam bém determina que os encargos sejam assumidos pelos benefi ciários, não existe ônus para a seguradora se o produto estiver precificado de forma correta", ratifica ele.

Além da maior harmonia entre equilíbrio empresarial e justiça social, os referidos artigos também carecem de consenso jurídico quanto à sua aplicação. Principalmente no que diz respeito à retroatividade, afirma a advogada e ex-diretora da Agência Nacio nal de Saúde Suplementar (ANS), Maria Stella Gregori. "Não existe unanimidade sobre a aplicação da lei no que se refere aos contratos anteriores à sua publicação", diz ela, lembrando que a decisão depende de parecer judicial.

Segundo a advogada, em razão de regras imprecisas ou de dificuldades de interpretação, mesmo os contratos posterio res à instituição da lei vêm sendo alvo de processos na Justiça e nos órgãos de defesa do consumidor. "É importante ressaltar que as operadoras não têm nada a ver com essa relação, que é trabalhista". Maria Stella defende ainda o aprimoramento da regula ção, de modo a favorecer o melhor funcio namento do mercado. ▲

SAÚDE
CD Arquivo Pessoal CD Aro Omint Fernanda Thurler • André Coutinho: CD Arquivo SulAmérica • Maria Helena Monteiro:"Os
(FenaSaúde).
A extinção do benefício está prevista apenas no caso de o funcionário demitido sem justa causa ser admitido em novo emprego
Em razão de regras imprecisas ou de interpretação, mesmo os contratos posteriores à da lei vêm sendo alvo de processos na Justiça
'Roberto Westenberg:"Se os encargossão assumidos pelos benefíciários, não há ônus para a seguradora,se o produto estiver precificado de forma correta"
8 Julha-Agosto-Setembro 2008 - Revista de Seguros n"866
ca Arquivo Pessoal
9 Julho Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - n» 866
'Maria Stella Gregori;"É importante ressaltar que as operadoras não têm nado a ver com essa relação, que é trabalhista"

Os sinistros suspeitos chegam a R$ 1,55 Bi

Conscientes dos estragos que as fraudes representam para sua atividade,94% das seguradoras aderem à pesquisa para quantificar este tipo de crime

Afraudesemprefoi um dos maioresvilões

dos preços dos seguros. Ao aumentar os sinistros, peça básica na formação de preços, a esperteza cria obstáculos à redução da demanda reprimida por seguros no Brasil. O mês de julho de 2008 foi marcado por dois importantes avanços no cerco à fraude no País. Foi quando entrou em vigor a circular 344/2007, da Superintendência de Seguros Pri vados (Susep), encerrando o prazo para que as seguradoras criassem mecanismos de controle para denunciar os eventos aos órgãos de repres são e avaliar os "riscos na contratação de funcio nários e no desenvolvimento de produtos". No mesmo mês, a Federação Nacional das Empre sas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg) publicou os resultados do 5° Ciclo do SQF(Sistema de Quantificação da Fraude), com as estimativas do ano de 2007 em todos os ramos de seguros, à exceção de saúde e previ dência complementar aberta.

O relatório do SQF estima em R$ 1,55 bilhão os sinistros suspeitos de fraude no ano passado, 9,9% do valor total dos sinistros pes quisados ou 5,9% do prêmio pago às segurado ras. As fraudes comprovadas chegaram a R$ 220 milhões, 14% do valor dos sinistros suspeitos. A maior incidência se manteve nos ramos de auto móveis (R$ 91 milhões), vida (R$ 85 milhões) e transportes(R$ 27 milhões).

Iiulice de adesão

O diretor da Proteção ao Seguro da Fena seg, Sérgio Duque Estrada, ressalta o alto índi ce de adesão das seguradoras à iniciativa de quantificar a fraude contra o seguro; 94%. Não há dúvida, segundo ele, de que o mercado

do valor total dos sinistros pesquisados são suspeitos de fraudes

segurador tem plena consciência do estrago das fraudes em sua atividade. Além de estabelecer parâmetros para medir esses prejuízos, a gran de contribuição da circular, na avaliação do diretor, será "disseminar a matéria para todos os agentes que gravitam em tomo da atividade, como vistoriadores, peritos e engenheiros, todos os atores tanto da contratação como do compromisso de indemzar".

A circular determina que as seguradoras mantenham controles intemos específicos para prevenção à fraude, tenham um diretor dispom'vel para o assunto e treinem pessoal. "Nosso campo é extremamente fértil para a fraude. Quanto mais nossos profissionais forem capacita dos para preveni-la e combatê-la, menores serão os prejuízos e o preço ao consumidor", destaca o diretor da Fenaseg. A diretoria de Sérgio Duque Estrada foi criada em 2003 para auxiliar as segu radoras a montarem seus planos de combate aos sinistros in^egulares. E a gestora do Plano Integra do de Pievenção e Redução da Fraude em Segu ros, desenvolvido pela consultoria A.T. Keamey. O plano distribui 33 ações pelas áreas de preven ção, comunicação e educação,gestão da informa ção, investigação e repressão.

"Temos feito diversas palestras técnicas e junto às seguradoras, em articulação com a Funenseg", diz o diretor. O programa atua em sintonia com a Escola Nacional de Seguros (Funenseg), em âmbito nacional. Com apenas oito profissionais, a diretoria desenvolve ativida des intensas. Só este anojá foram feitas palestras e eventos para mais de 3 mil pessoas. Sérgio Duque Estrada divide as fraudes em duas gran des frentes: as corriqueiras, oportunistas, de "segurados desavisados", e as premeditadas, de grupos que se organizam para a prática do cri me, cora o intuito de fraudar. Os dois tipos são igualmente prejudiciais ao mercado e aos consu midores. O primeiro, por ocorrer em grande quantidade; o segundo, pelos altos valores envol vidos nos golpes praticados.

A sociedade paga a conta

Aqueles que fraudam por inadvertência, para tirar alguma vantagem na relação com o seguro, geralmente exageram nos orçamentos para reparar danos, reclamam perdas que não tiveram ou assumem responsabilidades que não são de sua alçada - como nos acidentes de car ro em que a culpa é de um terceiro que não con

ta com a proteção do seguro. "São pequenos delitos, mas em grande quantidade. A população precisa ter a consciência de que a fraude é ruim para todos porque quem paga a conta é, sempre, a própria sociedade", diz Sérgio Duque Estrada.

Ele destaca que o combate aos fraudadores tem ensejado o desbaratamento de quadri lhas organizadas pelo País, especialmente no Rio de Janeiro e no interior de São Paulo. Um terreno fértil é o ramo de automóveis, que envolve seguro majorado, roubo/furto e des manche. O transporte de cargas também é mui to vulnerável aos roubos simulados. Em relação à pesquisa anterior, houve acréscimo na comu nicação de suspeitas de fraude, na fraude detec tada e na fraude comprovada. Não significa, segundo Sérgio Duque Estrada, que as fraudes tenham aumentado, mas que os mecanismos de verificação se tomaram mais eficazes. Os dados coletados tendem a se tornar mais realis tas e, com o avanço da consciência das empre sas sobre a necessidade de combater o mal, aumenta a disposição em revelar os dados. As armações contra as seguradoras estão longe de ser um fenômeno nacional. No mundo todo,segundo o diretor de Proteção ao Seguro da Fenaseg, a fraude costuma variar entre 10% e até 25% dos sinistros pagos. O Brasil não foge à regra. "Estamos dentro da média, mas há países com mecanismos mais rigorosos de prevenção, repressão e fiscalização por parte do poder público, além de autoridades mais atuantes, no que respeita a este item da criminalidade. Vamos melhorar na identificação desses delitos", acre dita o diretor. No Brasil a fraude contra o seguro é crime de estelionato, com punição que Sérgio Duque Estrada considera branda: 1 a 5 anos de reclusão e multa. Muitas vezes, no entanto, o gol pe é associado a várias outras práticas criminais, como formação de quadrilha, o que agrava a condenação dos infratores.

Em Blumenau (SC), um juiz condenou em 2003 um comerciante a 28 anos e quatro meses em regime fechado por sua atuação em uma quadrilha que simulava roubo de veículos, pos teriormente vendidos no Paraguai. Na sentença, o juiz ressaltou que os bandidos causavam pre juízo não só às seguradoras, mas igualmente aos consumidores, por pressionarem o aumento dos sinistros e, conseqüentemente, dos preços dos seguros. "A fraude é uma praga", concorda Sér gio Duque Estrada. A

R$220 milhões

Foi o total comprovado das fraudes praticadas no ano passado

Quantificação da Fraude ,

PROTEÇÃO AO SEGURO
m
10 Julho-Agosto-Setembro 2008 Revista de Seguros n'866 k 11 Julho ■ Agosto- Setembro 2008 - Revista de Seguros - n'866

Mortes nas rodovias:queda de

15%

Seguradoras oferecem serviços para clientes que consumirem álcool

O Rio de Janeiro registrou queda de 13% no número de pessoas socorridas nas vias municipais em julho, em relação ao mês anterior

Se for dirigir, não beba. A frase, que por vezes passava despercebida nos comerciais de bebidas alcoólicas na TV, passou a ser levada ao pé da letra por motoristas pela força de um outro texto, o da Lei 11.705, a popular Lei Seca, em vigor desde 20 de junho deste ano. A tolerância zero ao áicool ao volante, aliada a uma fis calização por enquanto rigorosa, freou o número de acidentes e mortes nas vias e rodovias Brasil afora, além de mudar os hábitos da população e levar empresas a criar serviços para atender às novas deman das geradas pela legislação.

Um dos termômetros da eficácia do novo texto foi o estudo divulgado em agosto pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), que pela primeira vez em quatro anos registrou o menor número de mortes em rodovias fede rais durante o mês de julho, período de férias escolares. A quantidade de mortos caiu 14,5% em relação à mesma época de 2007. Já o número de feridos teve redução de 6,6%. Segundo a PRF, a Lei Seca teve for te influência nos resultados.

No Rio de Janeiro, a Secretaria Munici pal de Transportes registrou queda de 13% no número de pessoas socorridas nas vias municipais em julho, em relação ao mês anterior. Já em São Paulo, de acordo com laudos emitidos pelo Instituto Médico Legal (1ML|, após a entrada em vigor da nova lei, as mortes ligadas aos acidentes de trânsito caíram 63% na capital. Sem falar no impac to positivo nas emergências dos hospitais. Segundo levantamento do Ministério da Saú de divulgado em julho, a nova lei reduziu as

operações de resgate em boa parte do País: o número de atendimentos diários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu| caiu, em média, 24% em 14 municípios.

FÉRIAS DE JULHO 2008* (01/07/2008 A 31/07/2008)

Medo da fiscalização

O efeito do bafômetro, usado para medir a quantidade de álcool consumida pelo motoris ta, causou ainda outra queda, que atingiu em cheio os bolsos de proprietários de bares e res taurantes. Segundo Percival Maricato, diretor jurídico da Associação Brasileira de Restauran tes e Empresas de Entretenimento (Abrasel), a queda de faturamento nos dois primeiros meses de vigência da lei chegou a 40% em bares e 20% em restaurantes. "As pessoas estão com medo de beber e cruzar com a fiscalização", diz Percival Maricato.

A Abrasel ajuizou, em 4 de julho, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin)no Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que a lei ultrapassa os limites do Estado democráti co de Direito e fere princípios constitucionais.

Segundo o STF, a ação deve ser julgada até o fim do ano. No Rio de Janairo, um motorista já conseguiu na Justiça uma liminar que lhe garote o direito de não ter que passar pelo bafômetro, sob o fundamento de que a Consti tuição assegura o princípio de que ninguém

•Efeito do bafômetro: nos dois primeiros meses de vigência da lei,a queda no faturamento chegou a 40% nos bares e 20% nos restaurantes

pode ser obrigado a fazer prova contra si mes mo. Segundo o Tribunal de Justiça do Estado, a Seção Criminal já recebeu dez pedidos de habeas corpus e um mandado de segurança com o mesmo pedido.

Batalhas jurídicas à parte, o fato é que a população está, de fato, bebendo menos para se adequar à legislação e bares e restaurantes pas saram a oferecer serviços para minimizar o pre juízo no caixa. Para que seus clientes possam beber e voltar para casa, sãos e salvos, os esta belecimentos disponibilizam de descontos em táxis a motoristas particulares.

Motorista amigo

E não é só nesse segmento que a nova lei trouxe mudanças. Na SulAmérica, vem cres cendo a demanda pelo Motorista Amigo, ser viço oferecido em planos de seguros de auto móveis que disponibiliza um motorista para levar o cliente e seu veículo para casa em segurança. Apenas na primeira quinzena do mes de julho, o serviço foi acionado sete vezes mais do que no mesmo período em 2007. Já a

na capital

TRANSITO
OD Gervasio BaptIsta/ABr
2007 2008 Acidentes 10.531 10.500 Feridos 6.433 6.005 Mortos 620 530 Acidentes sem vítimas 6.277 6.513 Acidentes com morto 482 408 Veículos fiscalizados 546.876 516.781 Autuações 97.688 103.725 Crimes de Trânsito 477 895 Multas por radar 59.149 60.023
*Fonte:Polícia Rodoviáría Federal
12 lulho Agosto Setembro 200B ■ Revista de Seguros n"866 13 Julho Agosto-Setembro 2008 -Revista de Seguros n"866
Em São Paulo, segundo laudos do IML,após a entrada em vigor da nova lei, as mortes por acidentes de trânsito caíram 63%

Porto Seguro oferece, além de descontos em determinadas empresas de táxi, a possibilida de de o segurado solicitar o serviço de guincho caso tenha ingerido bebida alcoólica e precise voltar para casa.

Para o presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg),Jayme Garfinkel, a chave para a eficácia da lei está na fiscalização e na mudança de comportamento da popula ção. Ele lembra que o novo Código de Trânsito Brasileiro, quando entrou em vigor, em 1997, também trouxe queda no número de colisões. Números que voltaram a crescer com a queda da vigilância. Segundo ele, a Fenseg estuda ofe recer prêmios às polícias estaduais que mais aplicarem testes de bafômetro. "Precisamos estimular as ações de fiscalização. Se as pessoas acreditarem, não vão beber", disse Jayme Gar finkel, citando como exemplo o cinto de segu

Embriaguez invalida seguro

rança, hoje amplamente usado após a mudança de cultura da população.

Segundo a Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, da Câmara dos Deputados, o Governo Federal investirá, até o fim do ano, R$ 30 milhões em uma campanha publicitária de educação de motoristas e pedestres.Já novas medidas em estudo pelo Governo tornarão ain da mais rigorosas as leis de trânsito. Além do reajuste das multas em 63%, o que fará com que uma infração gravíssima cometida por um motorista alcoolizado chegue a R$ 1.575, um projeto de lei que deve ser enviado ao Congres so ainda em 2008 prevê aumento do regime probatório, de um para dois anos, para a obten ção da primeira carteira de habilitação, perío do em que o motorista não pode cometer infra ções. Pelo pacote que está a caminho, a Lei Seca foi só o começo. ▲

Pensar para inovar... inovar para crescer.

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•Serviço de guincho: A

Porto Seguro oferece o serviço para os motoristas que tenham ingerido bebida alcoólica e precisem voltar para casa

O As conseqüências de se misturar álcool e volante podem ir além da reprovação no teste do bafômetro e da suspensão da habilitação. Aos olhos do Superior Tribunal de Justiça {STJ), motoristas que dirigirem sob o efeito de bebidas alcoólicas não têm direito a utilizar o seguro de vida, em caso de acidentes. O entendimento é da Terceira Turma do tribunal, que interpretou que a embriaguez passa a ser um agravante no risco do seguro. No julgamento, os magistrados analisaram um recurso especial contra uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, que negou o seguro à viúva de um motorista morto em acidente, por ele estar embriagado.A decisão pode ser usada para decidir casos semelhantes, mas

ainda cabe recurso. De acordo com o STJ,a lógica da agravante do risco se respalda no antigo Código Civil, que fixa que segurado e segurador são obrigados a guardar no contrato a mais estreita boa-fé e veracidade:"A seguradora não pode suportar riscos de fato ou situações que agravam o seguro, ainda mais quando o segurado não cumpriu com o dever de lealdade". Segundo especialistas, o mesmo entendimento pode ser aplicado a comportamentos que levem à morte em acidentes de trânsito, como andar na contramão ou falar ao celular, desde que comprovados.A lei, no entanto, não detalha quais seriam esses comportamentos:caberá à Justiça, assim, avaliar cada caso. •

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TRANSITO
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14 Julho Agoito Setembro 2008 ■ Revista de Seguros n"866 ® 2008 Swiss Re Expertise you can build on. SwíSS RG III

Cursos adaptados às exigências atuais

Parcerias com entidades do setor garantem o desenho de cursos mais sintonizados com as necessidades do mercado

Uma nova linha de cursos mais estrutura dos está sendo incorporada à grade curri cular da Escola Nacional de SegurosFunenseg, a fim de acompanhar as tendências e exigências do mercado de seguros, previdência privada aberta e capitalização. De acordo com o diretor de Ensino e Produtos, Nelson Le Cocq, a intenção é oferecer ao mercado o atendimento necessário para a capacitação e qualificação pro fissional de forma a enfi^entar, com êxito, os novos desafios que se apresentam. "É essencial perceber as imensas oportunidades de cresci mento abertas para o mercado e se preparar para atendê-las", explica o executivo.

Este novo posicionamento da Escola levou à busca de parcerias com as comissões técni cas da Federação Nacio nal das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg) e das demais federações (FenSeg, FenaPrevi, FenaSaúde e FenaCap). Segundo a gerente de Conteúdo e Planejamento da Escola, Angela Lauand, essas comissões reúnem profissionais com profunda experiência no mercado, que têm ciência das carências de cada setor. "Este diálogo tem proporcionado à Escola um dese nho de cursos mais sintonizados com as neces sidades do dia-a-dia", pontua.

Na avaliação de Angela Lauand, as parce rias representam o somatório do conhecimento técnico que as comissões detêm com a capaci dade de planejamento didático-pedagógico da Escola. "A partir desta união, foi possível con ceber um- conjunto de cursos e produtos de qualidade elevada", explica.

Pré-requisitos

Frutos destas parcerias, dois cursos já estão sendo ministrados no Rio de Janeiro:'Práticas de Resseguro' e 'Programa de Formação Técnica na Área de Seguros de Transportes'. O pré-requisito para os candidatos é ter experiência de dois anòs nas áreas - em resseguro, para a primeira moda lidade, e em seguros, para a segunda - ou ter fei to os cursos 'Princípios Básicos de Resseguro' ou 'Básico de Seguros', respectivamente.

A aceitação desses novos cursos no merca do tem sido tão boa que, segundo Nelson Le Cocq, em alguns casos, foi preciso ampliar o número de classes previstas. "No Programa de Formação Técnica na Área de Seguros de Transportes, em São Paulo, foi prevista uma turma de 40 alunos. Mas a procura foi tanta que tivemos que ampliar a oferta para duas clas ses", exemplifica.

IOutros três cursos estão prestes a sair do for no, entre eles'Programa de Formação em Riscos Patri moniais', 'Responsabilida de Civil' e 'Sindicância em Seguros' - este últi mo,em parceria com a Diretoria de Proteção do Seguro da Fenaseg, visa a capacitar e aprimorar os conhecimentos já adquiridos neste segmento.

Além de cursos, a Escola desenvolveu, junto à Comissão de Controles Internos da Fenaseg, um DVD de prevenção à fraude. "Este produto foi criado por força da necessidade de treinamento de uma grande quantidade de pro fissionais", explica o diretor de Ensino e Produ tos. Ele acrescenta que as parcerias firmadas pela Escola com as entidades representativas do mercado têm dado excelentes resultados e estão sendo ampliadas para garantir a formação profissional do setor. ▲

• Angela

"A partir desta união (com parceiros),foi possível conceber um conjunto de cursos e produtos de qualidade elevada"

• Nelson Le Coqc: "É essencialperceber as imensas oportunidades de crescimento abertas para o mercado e se preparar para atendê-las"

Foco no futuro do mercado, das pessoas, do Brasil

Evento discutiu as macrotendências do mercado, de oltio no desenvolvimento sustentável do País

o gostinho de vitória de ver unificado dois segmentos que durante muitas décadas tive ram vidas próprias.

Cenárioeconômicofavorável,mer

cado segurador em crescimento, temas alinhados às novas tendên cias do seguro de vida e previdên cia privada, palestrantes de alto nível, público seleto e motivado, foco no futuro do setor e do Pais. Além disso.

Poucos eventos, até agora, conseguiram reunir um conjunto de características dessa amplitude e qualidade, como foi o caso do TV Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previ dência Privada. Realizado nos dias 27 e 28 de agosto, no Caesar Hotel, em Sào Paulo, sob a assinatura, pela primeira vez, da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), o fórum foi, antes de tudo, um exercício de cidadania e responsabilidade social, de co-participaçâo com o desenvolvi mento sustentável do País.

FUNENSEG
cs R)tos: Daniela Meireles Lauand:
F IV Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada ABERTURA cs Jefferson F^ncieri
Í6 Julfio - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros n"866 17- Mo - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especial E

IV Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada

Antes mesmo de o público tomar assento nas cadeiras do salão onde se realizaria a solenidade de abertura,já se podia notar um clima diferente no ambiente. Paredes revesti das de fibras naturais e a simplicidade nos materiais utilizados na montagem do fórum indicavam que o evento seria um divisor de águas na trajetória do setor e do próprio mer cado segurador.

A impressão foi confirmada pela decoração intema do auditório,que fazia parte de uma ceno grafia muito bem idealizada e elaborada - e reconfirmada, durante a solenidade de abertura, por dois momentos solenes: a exibição de um vídeo, traduzindo em som e imagens o compro misso assumido com valores como inclusão social,sustentabilidade e responsabilidade social; e a apresentação do coral do Projeto Zachinarchi de meninos cantando o Hino Nacional.

O presidente da FenaPrevi, Antonio Cássio dos Santos, visivelmente emocionado, fez questão de sublinhar essa vocação em seu dis curso. "Assumir as responsabilidades nos âmbito ambiental e social, ademais àquelas intrínsecas à atividade de seguros, é o nosso negócio", afirmou para uma platéia de mais de 400 pessoas, entre elas, autoridades do Gover no de São Paulo e do setor de seguros e execu tivos de seguradoras.

Segmentos unífícados

Mas o IV Fórum, como pontuou Antonio Cássio,teve um sabor especial. Além de já ser a quarta edição da série, foi também o primei ro realizado pela FenaPrevi após a nova con figuração do sistema de representação institu cional do mercado segurador, que criou qua tro federações (FenSeg, FenaPrevi, FenaSaúde e FenaCap),e lançou o desafio de unificar os segmentos de vida e de previdência priva da aberta.

"Como conseqüência, o mercado brasilei ro passou a ser comparado aos mais desenvol vidos do mundo, em que o segmento de vida e previdência pode ser analisado em seu con junto. Com isso, os seguros sob o guarda-chu va da representação da FenaPrevi já represen-

tam 1,5% do PIB brasileiro", afirmou.

Integrante também da mesa de abertura, o Chefe da Casa Civil de São Paulo, Aloísio Nimes Ferreira, que estava representando o govemador José Serra, disse ter grande estima pela atividade seguradora, pelo papel que ela representa na vida das pessoas. "Meu apreço não é só porque o estado de São Paulo repre senta quase a metade do mercado segurador brasileiro privado, mas pela importância que tem esse segmento de negócios para a vida econômica do nosso estado", afirmou.

Em sua primeira aparição pública após ser eleito presidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais,Previdência

Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capita lização (CNSeg), João Elisio Ferraz de Cam pos lembrou que o mercado responde por 3,5% do PIB. Uma participação ainda peque na, segundo ele, diante da densidade da eco nomia brasileira, que está entre as oito maio res do mundo. Na sua avaliação, essa discre pância tem estreita relação com a falta de atenção do Govemo.

"Não há país desenvolvido que não tenha também uma indústria de seguros sólida", disse João Elisio, garantindo que a indústria de seguros nacional atingirá níveis de expan são equivalentes aos dos países desenvolvi dos nos próximos anos. Ele prometeu conti nuar seu trabalho junto à área governamental para chamar a atenção da importância da ati vidade e da necessidade de ser estimulada.

O superintendente da Susep, Armando Vergílio dos Santos Júnior, encerrou os dis cursos, com uma breve saudação aos mem bros da mesa e aos participantes em geral. Depois de desejar aos presidentes da Fena Previ e da CNSeg sucesso na realização do fórum e na gestão da confederação, tomou posição ao lado do diretor da Susep, Ale xandre Penner, para dar início à primeira palestra do IV Fórum Nacional de Seguros de Vida e Previdência Privada. A seguir a cobertura completa do evento e ainda infor mações complementares sobre os temas abordados no Fórum.

mmnmatmmrnaaser

DISCURSOS

ANTONIO CÁSSIO DOS SANTOS > Presidente da Fenaprevi ti

Antes de iniciar esse breve discurso, eu gostaria de pedir que todos ficassein de pé para fazer um minuto de silêncio pela passagem, a poucos minutos atrás, de um grande segurador, um grande ban queiro, uma pessoa cuja história de São Paulo passa por ele: o doutor Olavo Setúbal acabou de fazer sua passagem a alguns momentos atrás. Ele, que é uma lenda nesse mercado, principal mente no mercado financeiro. Que Deus o tenha, que a família tenha um conforto adequa do nessa fase de ambigüidade. Vamos fazer um minuto de silêncio, em memória do Dr. Olavo. Muito obrigado.

É um prazer contar com a presença de todos nessa especial edição do Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada. Agradeço as autoridades, seguradores, corretores de seguros e, especialmente, o nosso querido Roberto {Barbosa, presidente da Fenacor) e Leôncio (Arruda, presidente do Sincor-SP), representando aqui a categoria dos corretores e também aqueles que se fazem presentes e a todos que vão nos acompanhar nessa manhã, o público em geral.

Esse evento é especial, porque, apesar de ser esta a sua 4® edição, trata-se da primeira após um grande marco, ou seja, a reestrutura ção do sistema de representação institucional do aiercado segurador, criando-se federações especializadas para cada um dos grandes seg"tientos do mercado: Saúde Suplementar, Capi-

"Esse fórum tem como linhasmestras estabelecidas para sua estruturação, a sustentabilidade, a responsabilidade social e a cidadania"

talização, Seguros Gerais e o setor que repre sentamos, Previdência Privada e Vida.

No caso particular da FenaPrevi,foi unificada a representação institucional das entidades de previdência privada e das seguradoras que ope ram no segmento de vida, acidentes e rendas aleatórias. Como conseqüência, o mercado

mercado segurador brasileiro passou a ser comparado aos mais desenvolvidos do mundo,onde o segmento de vida e previdência pode ser analisado em seu conjunto"

segurador brasileiro passou a ser comparado aos mais desenvolvidos do mundo, onde o seg mento de vida e previdência, que tradicional mente em economias mais avançadas tem um maior aporte de recursos e de acumulação da poupanças domésticas, pode ser analisado em seu conjunto."

"A FenaPrevi quer cuidar do futuro do planeta e de seus habitantes"
18 - Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especial
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- Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especial

IV Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada

Neste sentido, podemos hoje afirmar que o nosso setor já apresenta 1,5% do PIB brasilei ro. Tudo isso visando a proteger pessoas contra infortúnios ou viabilizando a realização de seus projetos. Verificando a atuação institucional e dando cursos a projetos que visam à sustentabilidade socioeconômica dos indivíduos e de suas famílias, atingindo necessidades que abrangem todas as classes sociais, desde aquelas com condições de poupar para consu mir no futuro a aquelas cuja vulnerabilidade econômica presente carece de proteção de maneira urgente e premente.

Nacional de Seguros de Vida e Previdência Priva da tem como linhas-mestras estabelecidas para sua estruturação, a sustentabilidade, a responsa bilidade social e a cidadania. O desafio se mate rializou, graças ao apoio do grupo de trabalho composto por dois diretores e os vice-presidentes da FenaPrevi, o presidente da comissão de Marketing e sua equipe, e devido à imaginação da organizadora do evento, Leila Pontes, criando uma cenografia elaborada em materiais recicla dos, cujos componentes serão doados a Institui ções Beneficentes como a Creche Estadual Maria Peralta, na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, e o Projeto Incentivo à Vida, sediado em São Paulo, com vistas à transformação em mesas, cadeiras, estantes e material recreativo.

As bolsas distribuídas aos senhores são de juta e foram confeccionadas com o intuito de serem utilizadas, ainda que temporariamente, em substituição a bolsas de material não-reciclável.

esperadas e inesperadas, atuariais ou não atua riais, positivas e aquelas que faríamos tudo,tudo para evitar.

Neste momento, presto meus estimados agradecimentos aos componentes da comissão organizadora (Guerra, Rossi, Renato, Ariovaido, Tarcísio, Bia, Peregrino e Henrique) pelo trabalho realizado. O objetivo foi trazer para o debate temas desafiadores, que têm como pano de fun do a vocação básica do mercado segurador de ser uma importante e indispensável rede de pro teção social, que zela pela garantia de um cres cimento econômico sustentável.

Temas da mais alta relevância e pales-rantes do mais alto nível compõem cada um dos pai néis deste evento, inclusive, a pedido das asso ciadas, trouxemos praticamente para todos os painéis, que dizem respeito ao setor, palestran tes internacionais para que suas opiniões pudessem ser contrastadas com as dos líderes do setor no Brasil.

funcional pelo apoio incondicional nesses 18 meses de vida da Federação. Na pessoa do Dr. João Elisio, agradeço à Fenaseg, agora GNSeg, pelo apoio incondicional também nas atividades do setor e, em especial, inclusive economica mente, no que diz respeito aos quatro fóruns que se realizaram até aqui. Sem este apoio, este evento provavelmente não seria realizado, assim como os anteriores.

Por fim, agradeço a todas as lideranças que me antecederam neste trabalho e em especial aqueles com quem convivo e tive a oportunida de de conviver ao longo destes anos de merca do: Dr. Povoas, Dr. Trabuco, Dr. Cristóvam, que não está mais no mercado, Dr. Amauri, que Deus o tenha, Dr. Vagner, que com certeza está no lugar do Lúcio, Dr. Fuad, Dr. Rossi, Dr. Nascimen to, que teve que se ausentar por motivos que há pouco mencionei.

Neste contexto, considerando-se estar lidan do essencial e profundamente com a vida huma na, é que em pesquisa realizada no âmbito do planejamento estratégico da federação junto à sociedade, inclusive em eventos como este, assumir as responsabilidades nos âmbitos ambiental e social, ademais àquelas Intrínsecas à atividade de seguros e das rendas cuja essência é eminentemente social, é o nosso negócio.

Isso porque a conjugação de todos esses fatores, vida, inclusão social, preservação ambiental, refletidos nos conceitos de bem-estar e sustentabilidade indicam que é preciso, sobre tudo e fundamentalmente, pensar e planejar ações para enfrentar, de maneira inteligente, o que vem na frente a curto, médio e a longo pra zos, transpassando gerações.

Dentro desta ordem de Idéias, o IV Fórum

A emissão de carbono provocada pela realização deste evento será medida de modo a serem doa dos recursos à ONG SOS Mata Atlântica, para o plantio de mudas de árvores. Assim, o IV Fórum fará jus ao selo qualificando-o como ecologica mente sustentável.

Contamos também com a participação de entidades que lutam pela integração social por meio da arte e da cultura, como é o caso do Coral que acabamos de ver cantar, de forma maravi lhosa, magnífica, o Hino Nacional.

Durante o momento do recital, recordei de uma frase que eu costumava falar para minha filha quando eu ensinei a ela o Hino Nacional, aos 7 anos -"gigante pela própria natureza" diz res peito ao nosso mercado, diz respeito àquilo que temos dentro de nós e diz respeito ao nosso País.

É como a FenaPrevi pensa em agir para cui dar do futuro do nosso planeta e de seus habitan tes, pois é agora que se deve tomar as decisões determinantes de como queremos estar prepara dos para o futuro, com todas as suas surpresas,

Agradeço especialmente às companhias Met Life, Principal e Zurich, por terem permiti do que executivos de sua área internacional pudessem se deslocar para o Brasil, para nos ajudar neste evento. Esperamos que possam tais palestras, debates e reflexões, que aconte cerão ao longo destes dois dias, contribuir para o desenvolvimento e engrandecimento de nos so segmento.

Há de se registrar a ilustre presença do superintendente da Susep, Armando Virgílio dos Santos Júnior, que amavelmente nos concederá uma palestra e discorrerá sobre a importância do mercado de seguros de pessoas e previdên cia privada. Após sua palestra, eminentes lide ranças do mercado segurador debaterão, inclu sive com a participação dos senhores,as macrotendências do setor.

Antes de terminar, agradeço a toda a direto ria da FenaPrevi, aos membros das 11 comis sões de trabalho que dispomos e a nossa equipe

Entre os ícones do mercado, do nosso setor de Vida e Previdência, nós não podemos deixar de mencionar duas pessoas ilustres que fazem parte desta história, que Iniciaram o trabalho neste mercado,o qual fez muita diferença desde a década de 60. Neste sentido, eu agradeço os trabalhos ao mercado do Dr. Petrelii e do Dr. Molina. O trabalho que os senhores têm presta do e prestaram ao longo de suas vidas é salutar e relevante. Um excelente evento a todos, lem brando que nosso foco é o futuro. E o futuro é agora. Sinceramente, muito obrigado."

HiiiiMiMM"r~l'

"A emissão de carbono provocada pela realização deste evento será transformada na doação de recursos à ONG SOS Mata Atlântica, para o plantio de mudas de árvores"
20 - Ju/ho - Agosto - Setembro 2006 - fíevista de Seguros - Encarte Especial
! "É agora que se deve tomar as decisões determinantes de como queremos estar preparados para o futuro, com todas as suas surpresas, esperadas e Inesperadas"
21 - Julho - Agosto - Setembro 2008- Revista de Seguros - Encarte Especial

íí É uma alegria muito grande estar aqui. Quero cumprimentar o Antonio Cássio e a FenaPrevi pelo desempe nho que, tenho certeza, ocorrerá nestes dias, nesse seminário. Ao mesmo tempo fico feliz com a presença do Dr. Aloísío Ferreira (secre tário do Governo do Estado de São Paulo), porque é uma demonstração daquilo que a gente sempre vem falando, que é a necessi dade de marcarmos presença perante a sociedade, perante o Governo, falando-lhes da importância do nosso mercado de seguros. Quando falo em seguros, estou abrangen do todas as modalidades. Hoje, Dr. Aloísio, representamos 3,5% do Produto Interno Bru to brasileiro. Ainda é muito pouco, se consi derarmos o Brasil a 8' ou a 9^ potência do mundo. Em seguro, creio que ocupamos o 30° lugar, justamente porque nunca tivemos uma atenção muito grande por parte dos nos sos governantes, para mostrar a eles, sr. secretário, que o mercado de seguros, nos países desenvolvidos, são os grandes aplicadores na atividade econômica. Não existe nenhum país desenvolvido que não tenha uma indústria de seguros desenvolvida. E o Brasil vai chegar lá.

Durante esses anos todos de convivência nesse mercado, vocês têm acompanhado o meu trabalho de discutir e comentar sobre a nossa atividade junto às autoridades governa

mentais. Ainda hoje, eu vou sair daqui para o aeroporto. Como representante do mercado no Conselho do Presidente Lula, vou estar em Brasília hoje e amanhã, ocasião em que apro veito para falar do nosso mercado, das nos sas preocupações, de onde queremos chegar.

Então, eu fico satisfeito de estarem aqui essas pessoas que representam muito para o Brasil. O Estado de São Paulo, depois da República, é o maior orçamento do País.

A cidade de São Paulo é a 3^ da Federa ção. Nós temos aqui representantes tanto do Governo Municipal quanto do Estadual, que significam muito para a economia deste país.

E estar aqui com vocês é uma honra. Tenho certeza do que vocês ouvirão palestras importantíssimas para todos nós. E eu disse no Início que estava muito satisfeito e alegre. Hoje é a primeira reunião da qual participo como presidente eleito da nossa Confedera ção Nacional de Seguros, um sonho do qual todos participamos, lutando para alcançar esta unidade a que o Cássio se referiu, ao mencionar os fórum realizados no passado pela ANAP e pela Fenaseg.

Hoje, nós somos uma coisa só e eu tenho a impressão que esta nossa solidez e união vão fazer com que, no futuro, alcancemos tudo que nós imaginamos no passado.

Então, os senhores estão de parabéns pelo encontro. Obrigado."

"Hoje é a primeira reunião da qual participo como presidente eleito da nossa Confederação Nacional de Seguros, um sonho do qual todos participamos"

ALOÍSIO NUNES FERREIRA

> Secretário do Estado de São Paulo

Chefe da Casa Civil, representando o Governador José Serra

Estou aqui, meus amigos e minhas amigas, para repre sentar o Governador José Ser ra, que pede desculpas por não poder estar presente, em razão de atribulações de sua agenda. Ele chegou ontem de uma longa viagem ao exterior, quando esteve nos Estados Unidos, no Japão e na Inglaterra,tratando de financiamentos de projetos para o Estado de São Paulo. Por isso não pôde estar presente hoje. Mas recomendou que eu estivesse aqui para transmitir a todos os presentes o seu apreço por essa atividade. Não só porque o nosso Estado de São Paulo representa quase a metade do mercado de seguros privado brasileiro - uma pro porção maior ainda do que a participação do Estado de São Paulo no Produto Inter no Bruto mas pela importância que tem esse segmento de negócios e ativi dades para a vida econômica do nosso Estado. O Governador Serra atribui a ele também a justa importância para a vida brasileira de uma maneira geral.

A exigência de qualificação profissio nal cada vez maior, por exercício de pro fissões, de modo que os senhores traba lham nesta atividade que visa atender à necessidade muito fundamental de nos proteger contra as incertezas. O meu querido Stangarlini (deputado estadual

é o seguidor muito sincero e devoto da Igreja Católica, não me censuraria se eu disses se, para alguns praticantes das religião, que religião é uma busca de seguro con tra as incertezas do além tumulo.

O mercado segurador vive um momento privilegiado, que tem profundas conexões com o que se passa na vida brasileira. Vejam os senhores e senhoras: pela primeira vez um homem da minha geração-e olha que eu já estou na entra da dos 60 anos - vive um momento de inflação baixa, de um crescimento razoá vel. Há quanto tempo não se via isto? Isso tem,evidentemente,repercussão imedia ta sobre as atividades a que os senhores se dedicam, porque passa a haver hoje, digamos, mais confiança no presente, de modo a liberar recursos e energias para cuidar do futuro.

Essa estabilidade que conquistamos passou por uma profunda reestruturação, masfoi Gostosíssima no plano político, por envolver a reforma da previdência pública. Vejam os senhores que apenas ontem foi completada a estruturação da previdência dos funcionários públicos do Estado de São Paulo,com a criação dos cargos des ta agência prevista numa Lei Complemen tar de 2001. Eu fui Deputado Federal por três legislaturas. Duas do Governo Feman-

Ferreira: "São Paulo representa quase a metade do mercado de seguros privado brasileiro, uma proporção maior ainda do que a participação l no PIB" do Henrique e uma no Governo Lula. Foram dedicadas ao esforço, ora exitoso, ora frustrado, de se fazer uma reforma da Previdência,especialmente aquela voltada para o funcionalismo público, A reforma da Previdência Pública não é contraditória com a expansão do mer cado privado. Pelo contrário. O corte de privilégios e aposentadorias privilegia das de alguns setores do funcionalismo público libera um mercado importante para a previdência privada. Que o governo se concentre em trabalhar para a Previdência dos menos favorecidos que não têm excesso de renda para suá própria previdência. Além do que, esta reforma é um componente indispensá vel da saúde financeira do setor públi co,que, por sua vez,é um requisito fun damental para estabilidade econômica que estamos vivendo. Além do mais, é preciso valorizar cada vez mais a enor me capacidade de poupança, disponí vel para investimento de longo prazo, promovida por este setor. Por tudo isto, é que transmito o abraço do Governador Serra, a certeza de seu interesse por esta atividade, a sua disposição no presente e, oxalá, no futuro. E desejo a todos um Fórum Nacional ainda mais exitoso que os pre cedentes. Obrigado!"

IV Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada
"Não há país desenvolvido sem uma indústria de seguro desenvolvida"
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JOÃO ELISIO FERRAZ DE CAMPOS > Presidente eleito da CNSeg
"O mercado segurador vive um momento privilegiado"
22- Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especial
José Carlos Stangarlini/PSDB-SP),que
23- Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especiai

Armando Vergilio:

"A mobilidade social fez surgir novos consumidores que representam oportunidades fantásticas para os segmentos de seguros de pessoas e previdência privada"

Momento e ideal para seguro de pessoas e previdência

A Susep acolheu e encaminhou à Receita Federai a solicitação da FenaPrevi para lançar dois novos produtos de previdência

No momento, ele aposta todas as suas fichas no mícrosseguro. "Sei que muitos duvidam, mas o nosso Pais tem todos os ingredientes para que o mícrosseguro seja um sucesso".

Afase atual é tão propícia ao

desenvolvimento do seguro de pessoas e da previdência priva da que nem mesmo o aumento da expectativa de vida da popu lação - uma questão que preo cupa o setor-seria uma ameaça. A avaliação do titular da Superintendência de Seguros Privados (Susep),Armando Vergilio, foi fei ta na apresentação de sua palestra no painel "Seguros de Pessoas e Previdência Privada: importância para o Pais na visão do Governo - Desafios", durante o fórum.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que projetam um contin gente de cerca de 64 milhões de sexagenários em 2050, aproximadamente 12,3% da popula ção, são vistos pelo superintendente apenas como desafios. "Esse é o momento. O cenário

MERCADO DE SEGUROS

TRADICIONAIS E POTENCIAIS

Acesso a serviços financeiros de alto nível Clientes de seguros tradicionais

Púbiteo alvo do mícro-crédito e do mícrosseguro Ri

Extremamente pobres -sem condições de acesso ao micro-crédíto e do mícrosseguro

atual estimulará o mercado a criar e desenvol ver novos produtos e a buscar soluções", disse.

Tamanho otimismo está relacionado à perspectiva de manutenção do crescimento econômico somada ao aumento da renda da população. De acordo com um estudo divul gado recentemente pela Fundação Getúlio Vargas(FGV), nos últimos seis anos, o per centual de famílias pobres caiu de 35% para 24,1% da população nas maiores regiões metropolitanas do Pais.

O fenômeno reduziu a desigualdade social e encorpou a classe média, que aumentou de 42% para 51,89%, nesse período."A mobili dade social fez surgir no Pais uma massa de novos consumidores que representam 'oportu nidades fantásticas' para os segmentos de seguros de pessoas e previdência privada", afirmou Armando Vergilio.

Modelo de solvência

Há um ano à fi-ente da Susep,o superinten dente disse que a autarquia tem se dedicado a fomentar o desenvolvimento do setor. Em razão da abertura do resseguro,a adequação da atividade aos padrões internacionais teve de ser acelerada, segundo ele,com a implantação do novo modelo de solvência. O requerimento de capital, um dos principais pilares do novo modelo inspirado no 'Solvência If foi rediscutido e revisado sob sua gestão, resultando na dilatação do prazo de adequação."As empre sas estão se ajustando, ao contrário do que muitos previam", disse. Para o futuro, o supe rintendente tem um propósito ousado: revisar o marco regulatório, principalmente, o Decre-

to-Lei 73/66."Quem sabe, poderemos produ zir em conjunto com o setor uma nova lei de seguros mais moderna?",ponderou.

Ele também apontou os benefícios da mudança na política de supervisão da Susep, que ao deixar de ser baseada em regras \ira se fixar mais em riscos, tomou-se mais "orienta dora do que punitiva". Tanto que o montante de multas aplicadas às companhias supervisio nadas, que em 2007 atingiu cerca de R$ 25,5 milhões, neste ano, de acordo com sua previ são, não ultrapassará os R$ 10 milhões,resul tado do que denominou de uma "política de supervisão mais preventiva e continua".

Armando Vergilio observou que o mercado está melhorando sua imagem e conquistando maior credibilidade perante a sociedade, haja vista a queda no número de reclamações con tra companhias. Esse saldo positivo, ele atri bui, em parte, às mudanças promovidas em sua gestão, que contemplam desde normativos ntais claros e transparentes à ampliação do diá logo com o setor.

Tábua biométrica

Na avaliação do superintendente, uma das significativas mudanças envolvendo o segmento de vida e previdência se refere à atualização da tábua biométrica, prevista para ser apresentada ao setor nos próximos meses. "O Brasil será um dos cinco ou seis países que terá sua própria tábua", disse. A popularização do seguro de vida foi apontada por ele como outro avanço.

"Conseguimos aumentar a base de consu010, antes restrita às classes A e B", afirmou.

Para direcionar as ações na expansão desse seguro, ele informou que uma comissão criada no âmbito do Conselho Nacional de Seguros de Seguros Privados(CNSP)se encarregou de identificar o seu público-alvo, apontando para os brasileiros com renda mensal de até três salários mínimos.

O atuário da Susep,Alexandre Penner, que prosseguiu com a apresentação de Armando Vergilio, acredita que ainda há muito espaço para o crescimento do seguro de pessoas e da previdência privada. Além do mícrosseguro para as classes mais baixas, ele identificou oportunidades entre os consumidores de faixas de renda de mais alta. Aqueles que ganham de três a 10 salários mínimos,poderiam consumir seguros vida temporários ou dotais com for mação de reserva. Acima desse patamar, a oferta poderia se concentrar em produtos de acumulação de receita e rendas temporárias ou vitalícias. Ele também apontou a construção da nova tábua de mortalidade como o maior avanço do setor na atualidade, prevendo que será possível chegar a um tamanho nível de detalhamento, capaz de acrescentar aos planos descontos ou agravos de acordo com estilo de vida da pessoa.

Por fim, Alexandre Penner contou que a Susep acolheu e encaminhou para avaliação da Receita Federal a solicitação da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida(Fena Previ) em relação à aprovação de dois novos produtos de previdência - o PreviSaúde, que isenta de tributos os resgates utilizados para pagamento de despesas médicas; e PreviEducação,que isenta de tributos os recursos gastos em educação. Apesar da boa acolhida em Bra sília (DF), ele disse que ambos os produtos dependem do aval da Receita Federal porque interferem na política fiscal."Mas temos gran des chances", previu.

IV Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada
DESAFIOS - PAINEL 1
Mercado de Seguro Tradicional cos Não pobre Não pobres vulneráveis a pobreza Unha da pobreza Itodeiãdãmefltopõ^ Muito pobres Indigentes Mercado de Seguro Potencial
24 - Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especial
V"
25 - Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especial

Vigor econômico gera mobilidade social

Geração de empregos, distribuição de renda, faciiidade de acesso ao crédito e aumento da capacidade de consumo da população: reflexos da estabilidade

Desde o Plano Real, o País vive numa relativa estabilidade econômi ca. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro aumentou 25,5%, entre 2000 e 2007, registrando um cresci mento de 5,4% apenas no último ano, com a marca de R$ 2,559 tri lhões. A renda per capita dos brasi leiros também aumentou em 13,5% desde então. Mas o lado mais visível do vigor econômico brasileiro é a mobilidade social. A classe média cresceu 10% nos últimos quatro anos, saltando de 42,3% da popula ção, em 2004, para 51,9% em 2008,de acordo com dados da Fun dação Getúlio Vargas FGV). O topo da pirâmide se alargou mais com o aumento da classe alta, que era for mada por 11,6% da população em 2004 e agorajá responde por 15,5%.

As oportunidades para o seguro de pessoas e a previdência privada refletidas no aumento do poder de consumo e de poupança da popula ção se ampliaram com a expansão do crédito no País. Em 2002, havia 40 milhões de cartões de crédito em circulação. No ano passado, foram 117 milhões de cartões. Também cresceram as operações de crédito.

de 22% do PIB,em 2002,para 36%, em 2008."O percentual ainda é bai xo em relação ao tamanho do mer cado, mas significa condições de colocação de produtos de previdên cia por esse meio",diz o diretor-presidente da Bradesco Vida e Previ dência, Marco Antonio Rossi.

Os brasileiros também estão vivendo mais. A esperança de vida de uma pessoa de 50 anos, que era de pouco mais de 23 anos em 1980, passou para mais de 28 anos, em 2006, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geogi-afia e Estatística (IBGE). A faixa da população que tem hoje 55 anos, cerca de 13,5%, dobrará em 2050, chegando a 30,4%. Até os mais longevos, aque-.

les que atingiram os 100 anos de idade, já formam atualmente um contingente de mais de 12 mil pes soas. Mas, se por um lado, a maior expectativa de vida da população se apresenta como uma chance de expansão da previdência privada, por outro, também se traduz num desafio. Por isso, uma das primeiras providências do setor foi encami nhar à Superintendência de Seguros Privados (Susep) uma atualização da tábua de mortalidade,já que ain da existem no mercado seguros de vida com limite de 60 anos.

Reforma silenciosa

Com mais dinheiro no bolso para planejar o futuro e descrente na

capacidade do Governo de refor mular a Previdência Social, a sociedade decidiu apostar na previ dência privada. Entretanto, o gran de impulso veio do próprio Gover no, que também resolveu colabo rar, adotando uma política de incentivo à poupança de longo pra zo. A previdência privada foi dire tamente beneficiada pelo tratamen to fiscal diferenciado, possibilitan do aos participantes o desconto no Imposto de Renda até o limite de 12% da receita bruta tributável. O empenho do setor na aprovação dos modelos de tabela progressiva e regressiva do IR transformou a previdência.

Entre 2001 e 2007, os prêmios

sua contribuição por meio do Incentivo à formação de poupança.Agora, depende do setor enxergar as transformações na sociedade e se adaptar a essa nova realidade"

do seguro de vida aumentaram 103,4% e os fundos fechados de previdência cresceram 512,5%. Já a previdência privada alcançou o impressionante crescimento de 2.642,2%. Para Marco Antonio Rossi, esses números revelam que as pessoas deixaram de acreditar na reforma da Previdência Social, tratando de fazer sua própria reforma. "Uma reforma silencio sa", analisa.

Embora o seguro de pessoas e a previdência privada tenham crescido acima da média no Brasil, esse desempenho ainda é pequeno, se comparado a paises mais desenvol vidos. Na relação prêmios de segu ros versus PIB,a Irlanda está no topo da lista com 19,4% de participação, seguida pela Inglaterra com 12,6%. O Brasil aparece no ranking com 0,5% (desconsiderando o VGBL), atrás do Chile e um pouco à firente da Argentina, Colômbia e Pem.

Mercado atento

Mas em termos de oportunida des pode-se dizer que o mercado está atento. No momento, a Fede ração Nacional de Previdência Pri vada e Vida (FenaPrevi) aguarda

aprovação do Governo para dois produtos que agregam a previdên cia à saúde e à educação, o PrevSaúde e o PrevEducação, que ofe recem isenção de tributos sobre o resgate quando utilizados para cus tear despesas médicas ou de educa ção. O argumento é que, além de vantajoso para a população,os pro dutos beneficiariam o Estado, especialmente o dirigido à saúde, porque aliviaria os custos do Siste ma Único de Saúde(SUS).

Na opinião de Marco Antonio Rossi, para crescer ainda mais a previdência precisa chegar onde o seguro não chega hoje, como nas favelas. A saída, a seu ver, será investir na criação de novos canais de distribuição, mudança essa que depende do que ele chama de"desburocratização do seguro". Esse é o momento também de o setor se preparar para uma futura queda na taxa de juros, nas próximas déca das, buscando alternativas para garantir a rentabilidade dos inves tidores no longo prazo. Por isso, um dos pleitos das gestoras de fun dos de pensão e de previdência pri vada é obter do Governo a flexibi lização de regras na alocação de recursos, permitindo aumentar os investimentos em ações e no mer cado exterior.

Marco Antonio Rossi conside ra como quase "infinito" o núme ro de produtos que o setor pode criar para atender as necessida des da população e, com isso, crescer mais. "O Estado tem dado sua contribuição por meio do incentivo à fonnação de pou pança. Agora, depende do setor enxergar as transformações na sociedade e se adaptar a essa nova realidade", conclui.

IV Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada
DESAFIOS - COMPLEMENTO
MERCADO Evolução dos prêmios de Seguro-VIda RS Bilhões ^03.4% r 8.2 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Fonte: Marco Antonio fíossi 26'Julho'Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especial
CRESCIMENTO DO
Marco Antonio RossI:
"O Estado tem dado
crescimento do mercado Evolução da carteira de Investlmento-Prevldência R$ Bilhões ■ Ativos das EFPCs Carteira de investimentos EAPCs/Seguradoras 457,a 512,5% 239,7 188J m tZM i 2.642,2%i 2i7 ^ ^ ^6,3 Pb,4 Bi2,7 Bi7,1 fcdBa! 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 ^ 127 377,5 H ■ H ■ ■ I L ,2
27- Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especial

IV Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada

MACROTENDÊNCIAS - PAINEL 2

Reflexões sobre o setor de vida e previdência privada

O bom momento da economia brasileira leva o mercado a discutir as tendências que vão sustentar seu crescimento nos próximos anos

Odebatesobrelongevidadefoio

DENISEBUENO

tema colocado em questão por Luiz Carlos Trabuco Cappi,pre sidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde)e presidente da Bradesco Seguros e Previdência, como um dos princi pais sustentâculos do desenvolvimento do Brasil e da indústria de seguros e previdência nos próximos anos. Ele foi o primeiro dos quatro executivos a expor suas idéias no pai nel ^'Reflexões sobre as macrotendências do setor de vida e de previdência privada, na visão do segurador", realizado no primeiro dia do IV Fórum Nacional de Seguros de Vida e Previdência Privada.

"O mundo tem vocabulários e a sustentabilidade é a palavra do momento para os seg mentos de saúde, vida e previdência, criando uma convergência temática entre FenaSaúde e FenaPrevi", disse. Segundo ele, é impossí vel olhar para um Brasil que dará certo quan do o déficit da previdência oficial é maior do que o orçamento destinado pelo govemo à saúde."O benefício-alvo é muito superior à renda média. Não tem idade mínima. Essa equação não é sustentável atuarialmente. Por isso, é urgente a necessidade da reforma da Previdência Social, de forma progressiva e incrementada. Temos um bônus demográfi co. E como um bilhete premiado, pois pode mos amadurecer antes de envelhecer, mas é preciso planejar enquanto somos um pais jovem",argumentou.

Pensando no futuro, o setor se esforça para lançar um produto de previdência volta do para a educação e para a saúde. São pla nos de acumulação de renda,que quando uti lizados para custear a educação e a saúde teriam incentivo fiscal do Govemo. A nego ciação entre o setor e a Receita Federal está em andamento e a expectativa é de que em 2009 as seguradoras possam lançar os novos planos. "Saúde não tem preço, mas a medici na tem um custo muito alto", acrescenta Luiz Carlos Trabuco Cappi.

Segundo pesquisas, o desembolso com saúde nos últimos anos de vida eqüivale a 50% de tudo o que a pessoa gastou com saú de em toda a sua vida. Ao se aposentar, o funcionário perde o plano de saúde da empresa e este produto seria uma oferta para este nicho de pessoas.

O bom momento do Brasil foi destacado por Patrick Larragoiti, primeiro vice-presi dente da Federação Nacional de Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg) e presidente da SulAmérica. Ele disse nunca ter visto um momento tão otimista para o setor. Primeiro citou fatores macroe conômicos favoráveis: a inflação controlada, aumento na renda dos brasileiros, principal mente nas classes mais desfavorecidas. E, por fim, a redução da economia informal. "Tudo isso gerando demanda, o motor do crescimento para a nossa indústria que não tivemos na última década", acrescentou.

Patrick Larragoiti acredita ser este um momento de grande desafio para o setor, em que as seguradoras devem usar a criatividade

responsável para conquistar esses novos con sumidores criados com o crescimento econô mico. "Tenho visto muitos novos produtos, especialmente em vida e previdência", disse. Para ele, ao criar produtos de poupança de médio e longo prazos, o mercado assume importância no oenário brasileiro. "Como investidores institucionais, somos um alicer ce importante para o desenvolvimento sus tentável do País".

Ele também citou a necessidade da mas sificação, do desenvolvimento do microsseguros como inclusão social, da ampliação do seguro prestamista para acompanhar a evolu ção do crédito e novos produtos para atender a demanda do boom imobiliário no País. "Todos esses desafios trazem aprendizado, como se adequar aos padrões contábeis inter nacionais, atuar em um ambiente com resse guro livre e treinar intensamente os canais de distribuição."

Jayme Brasil Garfmkel, presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais(Fene presidente da Porto Seguro, citou o seguro habitacional e o seguro rural como potenciais nichos para os próximos anos. "Temos apenas 1 milhão de contratos habita cionais ativos. É pouco se comparado com o crescimento do crédito imobiliário no País", disse. Quanto ao seguro rural, Jayme Brasil Garfínkel citou o apoio do govemo, que aumentou o subsídio rural para a safra 2009, o que deverá elevar a insignificante partici pação do segmento de 1,6% do total do setor para um percentual mais robusto.

A necessidade de uma mudança na legis

lação trabalhista para que as seguradoras possam pulverizar a distribuição de produtos foi outro tema levantado por Jayme Garfm kel. O executivo, que também preside a Comissão de Ética da Fenaseg, aproveitou o momento para pedir apoio dos presentes no encaminhamento de questões para o gmpo de trabalho.

Nilton Molina, vice-presidente da Fena seg e presidente do Conselho de Administra ção da Mongeral Seguros e Previdência, foi o último a expor suas idéias como forma de contribuir com o futuro do setor de vida e previdência. Ele relatou aos presentes dados de um estudo feito por ele, que mostravam o fraco desempenho das vendas de seguro de vida."Sou um otimista incorrigível. O cená rio para o setor não poderia ser melhor. Me refiro aos dados macroeconômicos e tam bém setoriais. E por isso quero dar a minha contribuição", disse, revelando o resultado de seu estudo. Excluindo o VGBL,as vendas de seguro de vida entre 2004 e 2007 acumu laram crescimento nominal de 20%.

"Ou seja, o segmento não cresceu. E por que não cresceu se a renda da população melhorou e as empresas contrataram mais funcionários neste período?", indagou."Será que os produtos estão adequados à popula ção? Será que tem pouca gente oferecendo seguro de vida? Será que a comissão para a venda está alta tomando o produto caro?

Temos de pensar neste assunto para aprovei tarmos este momento tão oportuno da econo mia para crescermos juntamente com o País", finalizou Nilton Molina.

Da esq./ dir.: Nilton Molina, Patrick Larragoiti, Jayme Brasil e Luiz Trabuco participam do painel que discutiu os reflexos das macrotendências do setor, mediados por Renata Vianello

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Iv Fórum IMacional de Seguro de Vida e Pí^Hvidência
Privada
28 - Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especial 29- Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especial

MACROTENDÊNCIAS - COMPLEMENTO

Setor registra crescimento com sustentabiiidade

Esta década promete ser a catapulta para a indústria de seguros brasileira entrar para o ranking das 15 maiores do mundo em volume de prêmios

DENISEBUENO

A indústria de seguros prepa ra-se para o terceiro grande salto em três décadas. Nos anos 80^ o desafio foi atuar em um mercado Sem as amarras de controle de preço de produtos. A década de 90 foi marcada pela estabilização política e econômica, que trouxe um novo cenário para o setor, estimulando seguros de vida e previdência, até então quase ine xistentes no País. Trouxe, tam bém,concorrentes estrangeiros ao permitir a eles o controle acioná rio de seguradoras.

nacionais definidos pela Associa ção Internacional de Supervisão de Seguradoras (conhecida como lAIS na sigla em inglês), o fim do monopólio do resseguro e a con quista do tão esperado grau de investimento do Brasil prometem tomar esta década a catapulta para a indústria de seguros brasileira entrar para o ranking das 15 maio res do mundo em volume de prê mios. Em 2007, ocupou a 19^ colocação.

A economia do Brasil desponta como a mais importante da América Latina, região cujo PIB é de quase US$3trilhões

A modernização do arcabouço regulatório, buscando a adequa ção das normas aos padrões inter

Enquanto os países ricos amar gam perdas com a crise mundial,que já tirou US$ 6,4 trilhões das bolsas de valores mundiais entre janeiro e agosto deste ano, segundo estudo da Standard & Poor's, a econo mia do Brasil desponta como a mais importante da América Lati na, região que registrou cresci mento do Produto Interno Bmto (PIB) superior a 45% nos últimos cinco anos, para quase US$ 3 trilhões.

Esperança brasileira

O Brasil também traz a espe rança de crescimento de fatura mento e de rentabilidade para os balanços mundiais, compensando perdas com catástrofes naturais e com a volatilidade do mercado acionário. Ambos têm corroído o lucro com investimentos e o capi tal das empresas listadas em bolsa.

O País tem 13% da população mundial, 5,2% do PIB e 1,5% da venda de seguros no planeta. Ou seja, a indústria de seguros tem um enorme mercado a conquistar e vem se esforçando para ampliar o consumo per capita. Os indicado res econômicos apontam cresci mento do PIB,da renda per capita, da frota de veículos, da construção civil, do número de empresas, da oferta de benefícios pelas empre sas e há clara recuperação da con fiança no País refletida no maior volume de investimentos.

Esses dados mostram porque a

indústria de seguros brasileira tem atraído tantos estrangeiros ao País. Em menos de cinco meses(de maio a setembro), a Superintendência de Seguros Privados(Susep)deu auto rização para quase 50 resseguradoras e corretoras de seguros estran geiras. A entrada de novos concor rentes acirra a competição, ao mes mo tempo em que traz novos pro dutos para garantir o crescimento sustentável de setores até então desprotegidos ou com fraca deman da, como vida e previdência, infraestrutura, crédito, responsabilidade civil e agricultura.

O perfil de consumo começa a espelhar os mercados desenvolvi dos, onde o segmento "Ufe" detém uma fatia maior das vendas. Entre 1998 e 2007, a arrecadação do setor de vida e previdência cresceu ^^6%, passando de US$ 6,2 bilhões para US$ 19,8 bilhões. "Non Ufe", ou seguro de bens iproperty), registrou evolução de

50%, passando de US$ 9,5 bilhões para US$ 14,2 bilhões no mesmo período. Seguro saúde evolui 38%, para US$ 5,1 bilhões, e títu los de capitalização 31%, para US$ 4 bilhões.

Entre as vedetes de crescimento no Brasil, alguns nichos têm maior destaque nos próximos anos. O segmento de responsabilidade civil deu um salto considerável entre 1998 e 2007: 198%. Os prêmios passaram de US$ 92 milhões para US$ 273 milhões. A compra de proteção para indenizar danos cau sados a terceiros tem sido estimulada por uma legislação mais punitiva aos executi vos de empresas e pro fissionais liberais que forem legalmente res ponsabilizados por causar prejuízo às pes soas, aos investidores, aos acionistas e ao meio ambiente.

Riscos Financeiros

A retomada de investimentos em infra-estrutura e a inadimplên cia de empresas causada pela cri se mundial têm estimulado a linha de seguros financeiros, principal mente o seguro de garantias, de crédito interno e de crédito à exportação, que apenas engati nham do Brasil. Em 1998, os prê mios na carteira de riscos finan ceiros somavam apenas US$ 67 milhões. Em 2007, US$ 229 milhões. Um crescimento de 238%. B muito ainda esta por vir. Os investimentos necessários em infra-estrutura para suportar o crescimento da economia do País deverão estimular a evolução dos

seguros de garantia e de riscos de engenharia. Só o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê investimentos de R$ 275 bilhões em energia. A adoção de subsídio ao prê mio de seguro, a redução do endi vidamento dos agricultores e investimentos em tecnologia para aprimorar técnicas de plantio, colheita, armazenamento e trans porte das safras estavam entre os gargalos para o seguro rural cres cer. A melhora desses fatores, alia da ao interesse de resseguradoras

estrangeiras, fez com que o volu me de prêmios do seguro rural sal tasse 564% de 1998 a 2007, pas sando de US$ 35 milhões' para US$ 231 milhões, segundo dados da Susep.

O volume, no entanto, ainda está aquém da capacidade de um dos maiores países do mundo quando o assunto é agribusiness. O governo a cada ano aumenta a subvenção ao seguro rural. No pri meiro semestre de 2008,o Progra ma de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSPR) cresceu 157%, para R$ 13 milhões. O governo também aprovou, a partir de 2009, a elevação nos percen tuais de subvenção de algumas culturas e a inclusão de novas.

IV Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada
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30- Julho - Agosto - Setembro 2008- Revista de Seguros - Encarte Especial
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Luiz Paulo Rosemberg;

"Se os EUA resolverem a crise em até dois anos, podemos dizer que ela saiu de graça. Mas o mais provável é que todos saiam mais tortos desse processo"

CENÁRIO ECONÔMICO - PAINEL 3

O Brasil está mais forte, mas não deve se descuidar

Novos empregos, avanço da classe média e queda do risco-país mostram que a economia deu um salto qualitativo desde o Plano Real

OfatodeoBrasilexperimentaro

momento de maior consistência econômica em sua história, seguindo em direção contrária à conjuntura mundial adversa, é uma boa blindagem para o cresci mento dos mercados de vida e previdência pri vada do País nos próximos anos. Mas o quadro extemo não pode ser ignorado, dado o poten cial de provocar efeitos negativos, como uma desaceleração no ritmo de crescimento da eco nomia brasileira. Nada, contudo, que afete a continuidade da expansão anual — na faixa de dois dígitos nos últimos anos — dos planos de Previdência e seguro de Vida até 2009.

Mesmo porque, uma baixa do PIB brasi leiro, da casa de 5,1% previsto este ano para 3,6% em 2009, não chega a ser o pior do mundo,considerando-se que os Estados Uni dos e a União Européia correm o risco de apresentar um crescimento pífio ou expansão alguma no próximo ano. "Não estamos no nirvana, mas não há mais risco de o País que brar, a exemplo do que ocorria nos choques externos anteriores", destacou o economista

Luiz Paulo Rosemberg, sócio da consultoria Rosemberg & Associados e apresentador do painel "Novo cenário econômico brasileiro", ocorrido no IV Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência.

O Brasil está mais forte, mas não deve ser descuidado, assinala o economista. Olhando diversos indicadores,como o nível de formali zação do emprego, avanço da classe média,

queda do risco-país, performance da Bolsa de Valores na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, redução do endividamento extemo, aumento da taxa de investimento, entre outros indicadores "nunca visto antes na história desse País", a conclusão é de que hou ve um salto qualitativo da economia brasileira do Plano Real para cá.

Conílança do empresariado

Mesmo em um período de abertura econô mica efetiva, a taxa de investimento avança de forma contínua. Saiu de 15,3% do PIB em 2003, ano de estréia do primeiro govemo do presidente Lula, para 17,6% no ano passado. Este indicador é importante porque revela a confiança do empresariado.

Nas contas públicas, o déficit nominal do Govemo decresce nos últimos anos.Após atin gir uma taxa negativa de 7% do PIB em 98, hoje o déficit situa-se em 2,2%, média que, entre países europeus, é suficiente para classi ficá-los de austeros, destaca o economista.

Apesar das boas indicações, o economista assinalou que existem gargalos a longo prazo que precisam ser eliminados, como mudar o viés de alta da carga tributária, já na faixa de 40% do PIB este ano, e executar as reformas trabalhista, para reduzir o peso dos encargos e ampliar a competitividade das empresas;e a da Previdência Social,tendo em vista a perspecti va de aumento da expectativa de vida.

No próximo ano, aliás, alguns dos indica dores macroeconômicos devem apresentar alguma deterioração. Fora o PIB menor, Luiz Paulo Rosemberg prevê que a trajetória da

taxa básica de juros, a Selic, permanecerá ascendente. Pelas suas projeções, depois de fechar o ano em 14,75%, a Selic chí-gará a 15,25% em 2009,para que possa trazer a infla ção mais para o centro da meta. A inflação, medida pelo IPCA (índice de Preços ao Con sumidor Amplo), deverá recuar da casa de 6,7% estimados este ano para 5% em 2009.

Expansão do crédito

Em meio ao vaivém dos juros básicos na gestão Lula, o economista destaca que a expansão do crédito é uma notícia positiva, ainda mais porque a oferta maior segue des casada da inadimplência, o que é bom. Hoje, a oferta de crédito, já na casa de 36,5% do PIB, é um instrumento importante para man ter a atividade econômica aquecida, explica o economista.

Outro indicador relevante citado por Luiz Paulo Rosemberg são as transações correntes. Para ele, o saldo em transações correntes (todas as operações do País com o exterior) deve aprofundar o déficit. Praticamente inex pressivo em 2007(US$ 3,6 bilhões), o déficit deve fechar este ano em US$ 31,3 bilhões, avançando para US$ 46,1 bilhões, em 2009.

O economista está convicto de que o ápice tia crise americana e o risco de crise sistêmica sstão superados, mas a conta a pagar será alta, Já que os passos para a recuperação da econo^a dos Estados Unidos serão graduais e vão exigir sacrifícios do govemo e da sociedade

americana para reduzir seu elevado endivida mento. "Se os Estados Unidos resolverem no prazo de um ano e meio ou dois anos equacio nar toda essa crise, podemos dizer que ela saiu de graça. Mas o mais provável é que todos vão sair mais tortos ao término desse processo de ajustes, que tem relação direta com leviandade de taxas dejuros negativas por vários anos na economia americana, adotadas pelo FED, o Banco Central americano, a partir de 11 de setembro de 2001, para fazer a economia rea gir após os atentados terroristas", destacou.

Hipoteca de imóveis

Luiz Paulo Rosemberg lembrou que a principal conseqüência de juros reais negati vos é transformar "o covarde em herói", ao levá-lo a ser mais arrojado no campo das finanças pessoais. Ou seja, no caso america no, motivou-o a hipotecar o imóvel e ir às compras, provocando assim a valorização de todos os ativos reais, em virtude da generali zação dos empréstimos.

A certa altura, uma guinada nas taxas dos juros pelo FED para controlar a inflação pro veniente do consumo aquecido, aos poucos, faz a sociedade constatar que gasta mais do que deveria e não tem dinlieiro para saldar os empréstimos. Fim do sonho e início do pesa delo para as instituições fmanceiras,obrigadas a registrar crescentes prejuízos nos balanços trimestrais a assistir ao encolhimento de seu patrimônio líquido.

A pouca saúde das instituições financeiras americanas faz com que a mera calibragem dos juros pelo FED para controlar a inflação este ano tome-se agora uma missão espinhosa, já que existe o risco de quebra de bancos ame ricanos. "Afinal, foi com juros baixos que os BCs salvaram o sistema financeiro americano e europeu e evitaram uma crise sistêmica no ano passado", lembrou Luiz Paulo Rosem berg. A rigor, a única verdade sobre a crise gerada pelas hipotecas de alto risco(subprime) é de que não há saída de curto prazo.

IV Fórum Nacional de Seguro de Vida
Previdência
e
Privada
U'V
i
32- Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especial 33- Julho - Agosto - Setembro 2008- Revista de Seguros - Encarte Especial

ALOCAÇÃO DE RECURSOS - PAINEL 4

Gestores externos podem contribuir com expertise

Para atrair investidores, com juros em queda, as aiternativas devem inciuir aiocação de recursos em renda variável e mercado externo

Oque Madonna,Sean Connery e

Mick Jagger têm em comum?

MÁRCIA ALVES US$ 311,1 bilhões de ativos e atende cerca de 18,6 milhões de clientes no mundo, Roberto Walker acompanhou de perto o desempenho do setor em outros países, como Chile e Méxi co, observando que ambos tiveram redução na taxa de juros logo após a conquista do grau de investimento.

Além de astros consagrados, todos já passaram dos 50 anos, estão em plena forma e não dão mostras de que pretendem se apo sentar. Não por acaso, Roberto Walker, diretor de gestão de^ fundos na América Latina da Principal Intemacional,abriu sua apresentação com as fotos desses ícones estampadas no telão, no painel''Melhores Práticas Para Alo cação de Recursos Frente ao Novo Cenário Econômico Brasileiro". Ele disse que a ima gem do idoso nos dias atuais não é mais aque la da vovozinha bordando em sua cadeira de balanço."O mundo está mudando, as pessoas estão envelhecendo", reiterou. Sua intenção foi mostrar que em todo o mundo a expectati va de vida aumentou e a qualidade de vida melhorou e que essas mudanças não podem passar despercebidas dos gestores de fundos de pensão e de previdência privada.

Para Roberto Walker, o Brasil não foge à regra. Com a taxa de natalidade em queda e a expectativa de vida em alta, ele considera que o grande desafio futuro para o setor será ofere cer rentabilidade para essa faixa de brasileiros mais longevos e ativos. A estabilidade econô mica, o grau de investimento conquistado e a tendência de queda dejuros no futuro tomam o momento atual, a seu ver, oportuno para a tomada de decisão dos gestores de fundos e previdência visando o longo prazo. Como dire tor da Principal, empresa que detém a gestão de

Diversificação de atívos

Embora acredite que no Brasil os juros demorem um pouco mais a cair, Roberto Wal ker avalia que essa redução fatalmente ocorre rá. Por isso, com base em sua experiência, ele sugeriu ao mercado binsileiro que aumente a alocação de recursos em fundos de renda variá vel para obter maior retomo para os investido res no longo prazo. Até porque, considerandose um universo de tempo maior, os planos com renda variável tendem a superar os ganhos dos de renda fixa, mesmo com as oscilações na bol sa de valores. Roberto Walker também orien tou os gestores a diversificar as aplicações,não apenas em classes de ativos de renda variável e de renda fixa, mas também em mercados estrangeiros, como meio de mitigar eventuais riscos da economia brasileira. No Chile, gran de parte dos recursos dos fiindos de pensão está investida no exterior. Já o México, que tem economia indexada e preços altos, também adota a diversificação como estratégia para diminuir os riscos da carteira.

Marcelo Rabbat,da Risk Office,identificou um novo cenário de taxas de juros mais realis tas e alinhadas aos padrões intemacionais, o qual exigirá dos gestores de previdência ajustes nos portfólios de investimentos. Prova disso.

Roberto Walker; desafio futuro será oferecer rentabilidade aos brasileiros mais longevos e ativos

segundo ele, é que a disponibilidade de títulos públicos vem caindo (cerca 45% entre 2006 e 2007), devido a menor necessidade de finan ciamento do setor público. Com isso, acredita que a diversificação de ativos é o melhor cami nho para os investidores. Entretanto, observa que muitos ainda resistem em buscar alternati vas no mercado extemo. Para Marcelo Rabbat, a questão da portabilidade, que possibilita mudar de perfil de investimento por meio da troca de um plano para outro,é um desafio que precisa ser resolvido o quanto antes. "O ônus fiscal protege em parte os regastes, mas a por tabilidade abre saídas de caixa", disse.

Volatilidade econômica

Rodrigo Telles da Rocha Azevedo,sócio da JGP e ex-diretor de política monetária do Ban co Central, focou sua apresentação nas melho res taxas para alocação de recursos. Marcado pela menor volatilidade econômica, o cenário atual está consolidado, segundo ele, em pilares como a solidez das contas extemas, solvência fiscal e responsabilidade monetária que teve efeitos sobre queda da inflação e redução da faxa de riscos.A tendência de queda dejuros no País no longo prazo é o principal elemento na alocação de recursos,a seu ver, porque descar ta a proteção exagerada da aplicação dos ativos rie previdência em renda fixa.

Para Rodrigo Telles da Rocha Azevedo, os gestores extemos podem contribuir com sua expertise na alocação de recursos, a princípio como um processo de treinamento para o mer cado brasileiro na absorção de tecnologia e de melhores práticas de gestão. Ele observou que o momento é propicio porque a legislação bra sileira criou um canal para que os investidores ampliem suas aplicações no exterior. Rodrigo Telles da Rocha Azevedo se referiu à Resolu ção 3456, publicada no final do ano passado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que introduziu uma série de modificações nas obrigações de investimento dos fundos de pen são,entre as quais a permissão para que as fun dações apliquem até 3% do patrimônio em fun dos multimercado, operações de day-trade, long/short e ainda investimentos no exterior.

O coordenador da mesa de debates, Tarcísio Godoy,diretor da Federação Nacional de Previ dência Privada e Vida(FenaPrevi), acredita que a experiência internacional pode trazer ensina mentos ao País. A primeira lição,segimdo ele, é que a crença nosfundamentos da economia bra sileira e na estabilidade monetária indicam a necessidade de alongar os ativos. A segunda, disse, é que deve haver diversificação em clas ses de ativos e também operações mais sofisti cadas, que incluem investimentos no exterior, conforme permite a legislação brasileira.

Tarcísio Godoy: a crença na economia e na estabilidade monetária indicam a necessidade de alongar os ativos

IV Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada
Rodrigo Telles da Rocha: apresentação facada nas melhores taxas para alocação de recursos
34 - Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista de
- Encarte Especial
Seguros
35- Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especial

Novo investidor exige mudanças na previdência

Para garantir rentabilidade, setor pleiteia mais liberdade na alocação de recursos

Mais do que garantir uma aposentadoria digna, os brasileiros que atualmente investem na previdência pri vada também estão preocupados com a manutenção do equilíbrio financeiro e da qualidade de vida no longo prazo.Tanto que o número de participantes jovens está aumentando significativamente. No último ano, a pro porção foi de mais de 70% em relação ao mesmo perío do anterior, conforme dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida(FenaPrevi).

Com a gradativa mudança no perfil do investidor em previdência, que combina uma massa de brasileiros cada vez mais longevos com um público mais jovem,o setor precisará adequar seus produtos,considera Luciano Snel, diretor de produtos da Icatu Hartford e membro da Comissão de Investimentos da FenaPrevi."Vejo que há demanda por produtos que apliquem um maior percen tual em ações,já que o horizonte de investimentos dos participantes está se alongando", avalia.

"Precisamos enxergar as transformações da socieda-

Juvêncio Braga:"Os fundos poderiam ter 100% de ações, e os prazos de carência deveriam ser alongados, Inclusive para portabilidade"

de e nos adaptar a essa nova realidade, na constmção de produtos e de regras", diz Marco Antonio Rossi, diretorpresidente da Bradesco Vida e Previdência e primeiro vice-presidente da FenaPrev. Para Juvêncio Braga, dire tor da Caixa Vida & Previdência e mentor de investimen tos da FenaPrevi, esses novos clientes precisam de alter nativas e possibilidades de retomos mais interessantes. "A alocação de recursos em ativos de longo prazo pode beneficiar significativamente algumas dessas altemativas, com tempo suficiente para recuperar eventuais pro blemas", afirma.

Limites da legislação

Atualmente, dados os limites impostos pela legisla ção, os planos de Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL)

podem ter, no máximo,49% do total da aplicação em renda variável e o restante, em renda fixa. Também é vedado às entidades de previdência, ao contrário dos ÚQmais players, fazer aplicações no mercado de derivati vos, o que limita a diversificação de produtos. Por isso, tanto Luciano Snel e Juvêncio Braga concordam que^ para oferecer opções de produtos mais rentáveis aos par ticipantes, é necessário que o setor obtenha mais liberda de na alocação de recursos."Seria importante aumentar o percentual máximo que pode ser alocado em ações, além de flexibilizar um pouco mais o uso de derivativos", diz Luciano Snel."Os fundos poderiam ter 100% de açõU,e os prazos de carência deveriam ser alongados, inclusive para portabilidade", sugere Juvêncio Braga. Por enquanto, o pleito do setor está sendo avaliado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) segundo o seu titular, Armando Vergílio."Concordo que é preciso flexibilizar, mas precisamos mensurar de que forma isso será feito", disse ele, acrescentando que, no menor tempo possível,o setor será convocado para apro fundar essa discussão.

Limite de aplicações afasta grandes investidores

Não há dúvidas de que existe flexibilidade na car teira de investimento dos planos de previdência pri vada. Os produtos podem ter 100% alocados em ren da fixa, somente aplicações em títulos federais e, por fim, até 49% dos recursos em renda variável. Mas a grande maioria dos planos fica abaixo do teto autori zado para ações, ainda que as entidades de previdên cia já tenham solicitado à Susep aumento dos limites de alocação em renda variável, a fim de atingir um nicho de público mais sofisticado, ou seja, aquele que tem apetite por correr mais risco desde que os ganhos sejam maiores.

Hoje, por causa dos limites, esse investidor qualifi cado e de alta renda prefere outras aplicações disponí veis na indústria de fundo de investimento. Isso por que, no jargão do mercado financeiro, alguns dos pla nos de previdência, mesmo cora alguma exposição em renda variável, são classificados de conseivadores, por ter parcela pequena aplicada em ações, tendo em vista que, no mercado, há fundos com 100% dos recursos em títulos, mais que o dobro do autorizado de exposi ção para o mercado de previdência.

Na média, os produtos de previdência têm algo

entre 15% e 40% aplicados em renda variável, manten do-se o restante em renda fixa. O percentual a mais ou a menos é que faz a diferença entre os planos com par cela aplicada em ações, dependendo do viés da Bolsa Em momentos de euforia, os planos mais fortemente alocados em ações superam os atrelados ao mercado de juros; em momentos de turbulência, a tendência é de que os planos alocados apenas em renda fixa lide rem em termos de ganhos. De qualquer forma,nenhum plano reflete 100% os ganhos ou perdas do mercado de ações, por causa do limite de 49%.

Segundo especialistas, a escolha do perfil do plano ocorre na hora da contratação e deve levar em conta os objetivos de curto, médio e longo prazos Os mais jovens e com planos de resgate a longo prazo podem suportar o vaivém do mercado e, portanto, aumentar a exposição em bolsa. Mas quem planeja aposentar-se em breve o ideal é ter uma aplicação conservadora ou seja, aplicada 100% em renda fixa ou em títulos fede rais. Vale lembrar que o consumidor pode mudar o per fil do investimento, solicitando à entidade de previ dência privada que altere para mais ou para menos a exposição em renda variável.

IV Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada fj/. MUtl-MK, ALOCAÇÃO DE RECURSOS - COMPLEMENTO
Com a gradativa mudança no perfil do investidor em previdência, o setor precisará adequar seus produtos
Luciano Snel; "Seria
importante aumentar o percentual máximo que pode ser alocado em ações, além
de
flexibilizar um pouco mais o uso de derivativos"
É vedado às entidades de Previdência fazer aplicações no mercado de derivativos, o que limita a diversificação de produtos
36 - Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especial VíiM 37- Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especial

Joseph Jordan:"É preciso usar a psicologia na venda, destacando que o produto se destina à segurança de dependentes, sejam eles familiares ou empregados. Trata-se de um apelo emocional, mas é verdadeiro"

- PAINEL 5

Venda de seguro impacta o significado da vida

Para quem trabalha com seguro de pessoas e previdência, a sensibilidade deve nortear a orientação sobre produto mais adequado

Atualmenteasempresastêm

Uma vida de significado

sido

dominadas por uma visão geren cial estritamente analitica. Porém, apesar da importância de dados estatísticos e de argumentos lógi cos, estes não são suficientes quando se trata de estimular uma equipe ou de vender seguros.Esse foi o ponto de partida usa do por Joseph Willian Jordan, vice-presidente da MetLife, na exposição que fez no painel ^'Distribuição de Seguros de Pessoas e de Pre vidência Privada - Aspectos Motivacionais". Esse domínio,segundo sua análise,tem pri vilegiado o lado esquerdo do cérebro, a razão, em detrimento do direito, onde se encontra a capacidade de criar e sentir do homem,ou seja, sua emoção. "Precisamos usar menos as esta tísticas, pois elas não motivam ninguém", dis se. Esta iniciativa é ainda mais importante quando se trata da venda de seguros de vida, pois o ser humano não é receptivo a esse tipo de produto naturalmente, segundo observou. "E preciso usar a psicologia na venda, desta-

cando que o produto se destina à segurança de dependentes, sejam eles familiares ou empre gados. Trata-se de um apelo emocional, mas é verdadeiro", ensinou.

Uma pesquisa realizada pela MetLife mos trou que hoje as pessoas vivem mais tempo e erUfrentam preços mais altos: mesmo diante de inflações baixas, os preços praticamente dobra ram entre 1984 e 2004, nos Estados Unidos. Como observou o executivo, esses dois ele mentos têm impactos na capacidade das provi sões das pessoas, de garantirem seu padrão de vida futuro e de seus familiares.

O papel do consultor

Joseph Willian Jordan apontou a fé no futuro (já que a expectativa de vida acompa nhou o avanço tecnológico), a paciência e a disciplina quanto aos aportes, como princí pios que direcionam os clientes. Segundo ele, as empresas geralmente aplicam os prê mios da previdência em dois tipos de ativos: produtos bancários e mercado de açõesque, apesar de poder proporcionar ganlios maiores, é muito instável. No curto prazo o investimento nesta última opção foi conside rado como arriscado, pois a data da aposen tadoria pode coincidir com uma fase de que da nas bolsas, prejudicando o segurado.

Deve-se considerar ainda que, enquanto a alocação de ativos é equilibrada quando sejun ta dinheiro, o mesmo não acontece quando se retira valores das provisões,já que estas sofrem influência do mercado, da cotação dos papéis. Além disso, uma mesma quantia acumiilada em dólares pode gerar ganhos diferenciados.

dependendo do tipo de aplicação, de retiradas flexíveis ou de valor fixo ou de retirada única do total acumulado.

Dentro desse tema, Joseph Willian Jor dan comentou ainda aspectos do chamado pool de mortalidade, pelo qual é possível garantir aos clientes rendas parceladas maiores,já que os integrantes do grupo rece bem 50% do valor aplicado antes de chegar à idade-limite da expectativa de vida e o res tante, após. Por meio do pool, os que mor rem antes financiam a renda dos que supe ram essa expectativa.

A importância dos consultores de seguros foi enfatizada pelo expositor. A seu ver, estes devem orientar os clientes quanto às melhores opções para cada caso específico, levando em consideração a diversificação na aplicação das contribuições."O importante na nossa profis são é orientar os clientes para não se concentra rem numa única opção, de forma a reduzir ris cos", assinalou.

Alocação de ativos em diferentes áreas, diversificação de ações e o rebalanceamento do portfólio foram citados. Sobre os seguros multilinhas, Joseph Jordan comentou que os Agentes enfrentam dificuldades para traba lhar com produtos aos quais não estejam ^costumados. Para que aceitem esses desa^os, estes devem ser apresentados de forma ^ que os profissionais visualizem conexões com itens conhecidos. Como exemplo, men cionou que, na Califórnia(EUA),seguros de propriedade e de vida, embora com caracte rísticas distintas, figuram dentro de um mes mo sistema, facilitando sua comercialização.

De acordo com dados divulgados no even to, nos Estados Unidos,hoje, uma mulher com 65 anos tem 50% de probabilidade de chegar aos 88 anos e 25% de alcançar os 94 anos, enquanto que, para um homem da mesma ida de, as probabilidades são de 85 e 92 anos, res pectivamente. Essa condição repercute, de for ma negativa,no relacionamento familiar envol vendo filhos e seus companheiros, especial mente mulheres, que se dedicam a cuidar dos parentes idosos. Isso porque essa dependência gera desconforto também para os mais velhos.

Para o vice-presidente da MetLife, o setor de seguros pode minimizar esse tipo de proble ma, pois a tendência é que, cada vez mais, os idosos garantam sua auto-suficiência, evitando esse mal-estar para si e seus familiares.

Para Joseph Jordan, se os profissionais acreditarem na sua responsabilidade quanto

rOs profissionais

que acreditam na sua responsabiiidade quanto aos que os cercam, tomarão a iniciativa de vender seguros de vida

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IV
Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada DISTRIBUIÇÃO
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Apesar da importância das estatísticas e de argumentos iógicos, estes não são suficientes quando se trata de estimuiar uma equipe ou de vender seguros
aos que os cercam,tomarão a iniciativa de ven der seguros de vida. Após mostrar um vídeo, em que uma corretora se emocionava após haver recebido uma mensagem de gratidão de uma cliente, que havia adquirido um seguro de vida e que o usou para custear seu tratamento e com isso não endividou parentes, ele constatou que"não poderemos viver uma vida de signifi cado se nossas atitudes não tiverem impacto sobre os outros". Segundo ele, assimilar esse conceito está relacionado ao caráter do indiví duo e não a sua competência profissional: 'Viver uma vida de significado é uma questão de escolha". 38 - Mo - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especial 39'Mo - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especial 'h-

Jay Olshansky:

"Não há como prolongara vida muito mais. FomosI criados para uso em curto prazo"

Expectativa de vida: um sucesso da ciência

A medicina, a sociedade e o Estado devem se preparar para cuidar da geração que poderá chegar aos 100 anos, no próximo sécuio

Aocontráriodoqueseimagina,a

fica em tomo de 29 mil dias,o que corresponde a quase 80 anos. Mas,embora sejam poucas as exceções, há quem supere essa expectativa, como é o caso de Maria Olívia da Silva, que tem 128 anos e, segundo o hvro dos recordes brasileiro, é a mulher mais velha do País."Não há possibihdade de prolongar a vida muito mais do que acontece atualmente. Fomos criados para uso em curto prazo. Portanto, para viver mais seria preciso ter uma outra estrutura de corpo, preparada para o desgaste ao longo dos anos",contou o pesquisador.

sos. Isso significa que diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares também aumentarão e, conseqüentemente,o impacto para o sistema de saúde e de previdência social será grande, pois as doenças crônicas têm tratamento pro longado. Quanto maior a expectativa de vida, maior o tempo de tratamento.

Grau de incerteza

V/l

Paul Sweeting; >

"Quanto mais fatores de risco forem utilizados, maior o sucesso das p estimativas"'

expectativa de vida não está aumentando. Essa foi a conclusão das pesquisas de Jay Olshansky, professor da Escola de Saúde Pública da Universidade de Illinois e pesquisador associado do Centro de Envelhe cimento da Universidade de Chicago. Junto a Paul Sweeting, estrategista de longevidade do Grupo Munich Re,Jay Olshansky apresentou o painel ''Longevidade", que discutiu o tema sob duas óticas - a cientifica e a financeira.

Sob a ótica científica, a longevidade é um sucesso da medicina e da ciência. O que faz com que as pessoas ultrapassem os 80 anos é a possibilidade de viver com mais qualidade.

"Nós estamos chegando a um estágio da vida em que é possível observar as conseqüências dos desgastes, como a doença de Alzheimer. Antes, as pessoas não viviam tempo suficiente

para passar por esse tipo de problema", expli cou Jay Olshansky. Quanto mais as pessoas vivem,mais a ciência desenvolve conhecimen to para combater os problemas que se desen volvem na idade avançada.

Já do ponto de vista financeiro,quanto mais longa a vida da população, maiores tomam-se os desafios para o Estado e a sociedade. Os obstáculos para estimar a longevidade trazem incertezas, o que, muitas vezes, é visto de for ma negativa. Entretanto, é preciso que o setor financeiro - especialmente os mercados de seguros e previdência - estejam preparados para encarar o desafio e enxergar a maior expectativa de vida como oportunidade.

Desafios da idade

Há cientistas que estimam que o ser humano chegará aos 150 anos daqui há duas décadas.

Para Jay Olshansky, a possibilidade de atingir um século e meio é improvável.Segundo o pes quisador, a estimativa de vida do ser humano

Jay Olshansky acredita que os avanços da medicina não possibilitarão um aumento acen tuado da expectativa de vida para este século. De acordo com pesquisas realizadas a partir de dados demográficos dos Estados Unidos,Japão e França entre 1985 e 1995,ele observou que a expectativa de vida aumentou nos três países. A estimativa é de que os franceses cheguem aos 85 anos em 2033, os japoneses dois anos mais tarde,e os americanos só em 2182.E para que a população ultrapasse um século de vida, será preciso eliminar todos os riscos de morte.

Segundo Jay Olshansky,estamos chegando ao limite máximo de longevidade e cada ano a mais significará décadas.

Como as estimativas se referem a países desenvolvidos, que têm grande parte dos pro blemas sociais solucionados, não é adequado aplicá-las à realidade brasileira.Por aqui,ainda há problemas sérios que impedem a equipara ção de dados.A expectativa de vida do brasilei ro cresceu 30 anos nas últimas seis décadas e hoje está em 72,3 anos.

Embora a medicina e a tecnologia avan cem a passos largos, a busca de soluções para os problemas que se apresentam nas idades avançadas ainda deixa a desejar, mais: há fatores que dificultam o aumento da expectativa de vida. O principal deles e a obesidade, que já é uma epidemia mundial, inclusive entre as crianças.

O pesquisador estima que em 2025 o rasi terá 35% da sua população composta de obe

Para Paul Sweeting, estrategista de longevi dade do Grupo Munich Re, a longevidade é mais que um risco único. Fatores como as mudanças climáticas, doenças fatais e crônicas, as catástrofes naturais, as guerras e as pandemias-que historicamente acontecem três vezes por século - influenciam a duração da vida e devem ser consideradas para fazer estimativas no setor de seguro e previdência."Os riscos são avaliados a partir das experiências passadas e quanto mais fatores de risco forem utilizados, maior o sucesso das estimativas", explicou.

O estrategista afirmou que há um grande grau de incerteza referente a longevidade para o setor financeiro. "Novas descobertas da medicina levam muitos anos para se tomar tra tamentos viáveis, então não podemos nos basear nesse tipo de avanço", concluiu. Entre os vários componentes de risco que circundam a longevidade, Paul Sweeting exemplificou fatores como os agravantes, os suavizantes e os tratamentos, que devem ser considerados nas estimativas. No caso dos agravantes,podese considerar a obesidade, o diabetes e o sedentarismo. Já os suavizantes seriam a ces sação do tabagismo, o controle dos níveis de colesterol e a prática de atividade física. Entre os tratamentos, a prevenção secundária para evitar novas manifestações da mesma doença, como a angina.

Que os avanços da medicina e o planeja mento do setor financeiro garantam a essa gera ção,que chegará aos 80 anos,uma longevidade tranqüila e prazerosa. E que em algumas déca das os netos, bisnetos e até tataranetos possam ouvir as histórias do início do século XXI.

IV Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada 'Iw '6 k
LONGEVIDADE - PAINEL 6
rtuiSymhng JayOlshan»Vv RENATA ROSSI
40 - Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especial 41 - Julho - Agosto - Setembro 2008- Revista de Seguros - Encarte Especial

IV Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada

LONGEVIDADE- COMPLEMENTO

l//c/a longa:impactos sociais e financeiros

Quem não quer viver muitos anos e com prosperidade? O 'sim'unânime pede transformações urgentes nas finanças e no comportamento da sociedade

Já se fala em quarta idade, que começa depois dos 80 anos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís tica(IBGE)calcula que,em 2050,haverá no País mais de 15 milhões de pessoas nessa faixa etária. Hoje, esti ma-se menos de 3 milhões. Esse aumento traz impac tos-positivos e negativos- para o Estado e a socieda de. O economista Eduardo Gianetti em seu livro O Valor do Amanhã faz um questionamento importante:

Impactos da longevidade

Desafios e oportunidades

preciso que cada trabalhador, logo ao Ingressar no mercado,já comece a planejar suas reservas para a aposentadoria"

melhora da expectativa de vida foi contundente e não há consenso de como a longevidade se comportará no futuro"

O principal desafio que a longevidade impõe para o setor de seguros e previdência é mensurar até que ida de os brasileiros irão chegar em média. Sem esse dado, toma-se difícil estimar custos e até mermo desenvolver produtos."Este conhecimento é fundamental quando as taxas de juros diminuem, pois os altos rendimentos obtidos pelo mercado de seguros sobre seus ativos pos suem uma alta capacidade de neutralizar o risco de lon gevidade", explica Fernanda Chaves Pereira.

o principal d

"Se há toda uma preocupação, legítima, em equipar os jovens para ingressar no mundo do trabalho e vencer no mercado profissional, por que não prepará-los para a arte de envelhecer bem?".

Essa preparação é o exer cício da escolha inlertemporal que, segundo Eduardo Gianetti, é a faculdade de agir no presente tendo em vista o futuro. "Se as esco lhas do presente determinam em larga medida o nosso futuro, o futuro sonhado determina, ao menos em par te, as escolhas que fazemos no presente", conclui.

No Brasil já existe a conscientização de que é pre ciso preparar-se com uma previdência complementar, por exemplo, para garantir mais qualidade de vida no futuro. Entretanto, na prática, ainda não é costume se fazer esse tipo de investimento. "Como não vamos sobreviver com a previdência estatal, é preciso que cada trabalhador, logo ao ingressar no mercado, já comece a planejar suas reservas para a aposentadoria", explica Ricardo Humberto Rocha, professor de finan ças do Ibmec São Paulo e autor do livro Como Esticar Seu Dinheiro.

Viver mais pressupõe vários desafios. A conse qüência imediata para o País é o aumento da popu lação. Ao levar em conta a taxa de natalidade atual, de 1,8 por mulher - contra 3,6 na década de 60fica claro que nas próximas décadas haverá um envelhecimento da população. "Do ponto de vista social, o envelhecimento traz responsabilidades importantes de como cuidar dos idosos, principal mente sob dois aspectos: aposentadoria e saúde, já que muitas vezes a longevidade não é acompanhada de boa qualidade de vida", explica Fernanda ChaPereira, professora do Instituto de Gestão de Riscos Financeiros e Atua das da Pontifícia Universidade Cató lica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

E se a longevi dade não for consi derada em paralelo com uma reserva financeira pode trazer problemas. Nessa fase da vida, o organismo está superando limites e aí começam a se manifestar problemas de saúde. Em geral, os tratamentos são caros e prolon gados, o que gera custos tanto para o idoso ou seu familiares quanto para o Estado. Se não houver investimento dos dois lados, os que chegarem à quarta idade não terão qualidade de vida. "Não temos a experiência de viver em um País com mais velhos que jovens. E não queremos viver em um País onde os velhos sejam excluídos, portanto, é preciso se preparar desde já", salienta Ricardo Humberto Rocha.

O setor de seguros e previdência mundial está mui to conservador. Talvez porque tenha, no passado, subestimado o impacto da melhoria de vida - propor cionada pelos avanços da medicina - utilizando proje ções que se demonstraram aquém da realidade. "O momento atual é singular pois a melhora da expectati va de vida foi contundente tios últimos 50 anos e ainda não existe um consenso de como a longevidade se com portará no futuro", avalia Fernanda Chaves Pereira.

o consumidorj

poderão pensar em um plano de previdência para o filho adolescente, por exemplo", salienta o professor do Ibmec São Paulo.

Estabilidade no futuro

Do ponto de vista do consumidor, já existe a cons cientização de que é necessário investir em um plano de previdência privada ou poupar para garantir estabilidade fmanceira no futuro. Mas há também um descompasso entre a consciência e a adesão na prática. E mais um agravante: nem sempre os produtos para este fim são economicamente atrativos.Por outro lado, há fatores que tomam esses investimeii-

Para ela, um estudo abrangente de mortalidade da população segurada brasileira pode ser o primeiro pas so para que as estimativas do setor de seguios e previ^ dência sejam mais próximas da realidade. Com isso, e possível estimar melhor a longevidade do brasileiro e desenvolver produtos mais adequados.

Com o crescimento da classe C, as opeiadoras e seguro precisam estar preparadas para oferecer produ tos como o PGBL ou o VGBL de forma mais competi tiva."É preciso pensar no consumidor final e promo ver maior pulverização dos serviços. Dessa forma,pais

tos mais motivantes. "Uma ótima notícia é que o governo está oferecendo incentivos fiscais aos pro dutos de acumulação de fiindo como os da família V e P", conta Femanda Chaves Pereira. Outro detalhe impor tante diz respeito à educa ção fmanceira - funda mental para garantir que,quando se resgatar o capital pou pado para a longevidade,este realmente dure até o fim da vida. Caso contráiio,a dependência financeira transfere-se para a família ou mais provavelmente para o Estado. É preciso ter em mente que poupar para a longevi dade não signifca guardar dinheiro para cuidar de doenças. Se essa fase da vida for planejada logo na juventude pode ser prazerosa e ativa, com viagens, passeios e realização de antigos sonhos, que não têm espaço na agenda de jovens executivos. É uma fase delicada para a saúde, mas que pode ser vivida em plenitude.

Fernanda Chaves Pereira:
"A
esafio que a longevidade impõe para o setor de seguros e previdência é mensurar até que idade os brasileiros irão chegar em média
42- Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista (te Seguros - Encarte Especial
á tem consciência de que é necessário investir em previdência privada ou poupar para garantir estabilidade financeira no futuro
43- Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especial

Uma nova estratégia para cada geração

Ao se caracterizar cada perfil, é possível desenvolver produtos e campanhas mais adequados e com mais chance de sucesso

Os chamados baby boomers, uma geração mais numerosa, Influenciam as demais e têm a Internet como Importante canal de comunicação e compras

teriza como "silenciosa", pois de acordo com Ann Fishmann,"seu objetivo é ajudar". Geral mente são eles que cuidam dos netos, o que abre grandes oportunidades de vendas de pro dutos para crianças, por seu intermédio.

Umanova geração não é apenas

ceira,porém não se preocupam em fazer provisões para a velhice. Tanto que, de acordo com Ann Fishmann, algumas companhias de seguros estenderam até os 30 anos o limite para que um filho permaneça como dependente dos pais em planos de saúde e o governo vem esti mulando o desenvolvimento de produtos espe cíficos para essa geração,dadas suas limitações em fornecer assistência no futuro.

uma versão renovada daquela que a antecedeu. Grupos de pessoas nascidas em épocas distintas, em diferentes países, foram moldados por eventos mundiais, que deter minam seus comportamentos e expectativas ao longo de toda a vida. Com base nesse conheci mento, é possível delinear, com mais precisão, as estratégias de marketing mais eficientes para o público que uma empresa - inclusive uma companhia de seguros-pretende atingir.

Essa foi a tônica do painel ""Marketingpara Diferentes Gerações", apresentado pela espe cialista Ann Fishmann, presidente da Generational Targeted Marketing Corporation. Profes sora da Universidade de Nova York, a conferencista começou a estudar as características das gerações quando trabalhava para o Senado norte-americano. Com base na literatura dispo nível, pesquisas e entrevistas, ela elaborou o perfil das seis gerações que convivem hoje nos Estados Unidos,suas preferências e hábitos de compra. O estudo passou a ser uma ferramenta adicional de análise de mercado que, segundo ela, tem orientado cada vez mais empresas da determinação de suas estratégias no país.

Em sua exposição, Ann Fishmann mostrou as características dessas gerações, cada qual abrangendo período médio de 22 anos,que são marcadas por fatos históricos e conjunto de valores, com estilo de vida e comportamento próprios. Ela deteve-se especialmente sobre a geração dos chamados baby boomers, mais

iiAnn Fishmann:

"Quem quiser atingir cada uma dessas gerações, especialmente os nascidos pós 11 de setembro, deverá se comunicar na linguagem deias, para obter êxito"

numerosa e as mais recentes, que influenciam as demais e têm a Internet como importante canal de comunicação e compras.

A primeira envolve os nascidos entre 1901 e 1924, que têm hoje pelo menos 84 anos,ten do vivenciado uma fase de grandes feitos. Ati vos e habituados à leitura, os prospectos impressos são os principais veículos para atin gi-los. Em contraste, a geração seguinte, que abrange o período entre 1925 e 1942,se carac-

Globalização e multimídia Já a geração dos baby boomers, que soma cerca de 78 milhões de pessoas nos Estados Unidos, tem hoje entre 48 e 65 anos. Corno traços comuns, a especialista aponta: são consumistas, respeitam os valores morais, desejam atenções especiais e manter o contro le sobre o que os cercam,e se preocupam com o meio ambiente, levando isso em considera ção nas decisões de compra". Segundo ela, eles acreditam que o governo vai ajudá-los na velhice e, portanto, estão despreparados para enfirentar a aposentadoria.Na propaganda vol tada tanto a eles quanto à geração silenciosa, o fator idade deve ceder lugar a promessas de satisfação de aspirações.

Para efeito de vendas, a especialista consi derou o grupo etário subseqüente como um dos principais mercados, já que influencia os demais. Hoje com idades entre 27 e 47 anos, foram criados sem a presença dos pais,que tra balhavam fora, e por isso são fortemente ape gados à família. Simples, práticos e descoimados, convivem com a Internet e respondem melhor ao marketing que utiliza esse meio e comunicação, com criatividade, com ape o visual e textos curtos que tragam novida es e novas formas de abordagem. Quanto às reser vas para o futuro, essa parcela, embora com idade bem inferior, economiza um montante semelhante a dos baby boomers.

O grupo sucessivo, nascido entre ^ 2000,representa o segundo maior contmgente de adolescentes da história norte-amencana, e possui traços nitidamente diferentes dos prece dentes: têm maior autonomia, inclusive tman-

São multimídia, globalizados, fiéis a mar cas, buscam mudanças e valorizam o marke ting boca-a-boca. E a Intemet é peça-chave nesse processo, dado que estão conectados em tempo integral. Quanto aos nascidos após os atentados de 11 de setembro de 2001, pelas pj-gyjgQgs de Ann Fishmann, tenderão a ser superprotegidos. "Em decorrência disso, essa geração tentará evitar riscos, de um modo geral, e adotar postura conformista com o pas sar do tempo".

Diferentes demandas

"Quem quiser atingir cada uma dessas gerações, especialmente esta última, deverá se comunicar na linguagem delas, para obter êxito", recomenda a conferencista. Porém, ao responder questão levantada pelo coorde nador do painel, Renato Russo, vice-presi dente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), Ann Fishmann sugeriu aos empresários e executivos presen tes que, conhecendo a história e a malha social do Brasil, fizessem uso da análise local das gerações para melhor conhecer seus clientes, adaptando seus produtos e o marketing a essas diferentes demandas.

Para concluir suas considerações, a norteamericana declarou ser necessário também pre parar as empresas para as mudanças que virão com as novas gerações de dirigentes e funcio nários. "A começar pelos estandes de treina mento e as formas de comunicação interna, agregando novas tecnologias e aceitando e res peitando as diferenças".

IV Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada
MARKETING - PAINEL 7
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44- - Sêtembro 2008- Revista de Segif^s - En^l^Eàpecial «to. 45 - Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especial

Brandon Mathews:"É necessário sair da zona de conforto e pensar em formas de acessar esse público, de quebrar a resistência das pessoas em adquirir proteção"

Uma arma contra a desigualdade social

o microsseguro pode contribuir para o crescimento sustentávei de uma sociedade e, de quebra, dirimira desiguaidade

dade social de um país) do Brasil ainda é muito elevado. E o microsseguro pode ser uma arma contra esse fenômeno", aponta Brandon Mathews.

Custos mais baixos

Por fim, outro desafio elencado durante o painel para o sucesso do microsseguro referese à adaptação das seguradoras no oferecimen to de produtos e serviços. "E isso é muito importante. As empresas precisam encontrar formas de oferecer este serviço com o custo mais baixo possível, de modo a não onerar o novo público consumidor".

índice Gini

Paí^

Estados Unidos

Reino Unido

Alemanha

^gentina

Chile

Uruguai

México

Brasil

Colombia

China

Paraguai

Boíivia

África do Sul

índia

uando expressou a um executi vo brasileiro o desejo de vender microsseguros no Brasil, Brandon Mathews, atual diretor do Departamento de Microssegu ros da Zurich, ouviu uma res posta apáfentemente desanimadora; pobre, no Brasil, sóscomprava cigarro, cachaça e Jogo do bicho. Dos três produtos, ele disse que descartaria o cigarro, porque realmente não dá para viver com ele."A cachaça é boa, mas o que mais me animou foi o jogo do bicho. Quando alguém aposta o pouco que tem no jogo ou na loteria, demonstra esperança e é um potencial compra dor de produtos financeiros de bai xo valor agregado. E só não adquire esses produtos, porque não os encontra à dispo sição no mercado. Portanto, há um grande mercado para o microsse guro e produtos similares".

Gambia

Foi contando essa pequena ane dota que o execu tivo abriu o painel

de encerramento do IV Fórum Microsse guros - Regulação e Distribiiição'\ ocorri do no final de agosto, em São Paulo, que teve a intermediação de Antonio Cássio dos Santos, presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPreví).

Durante o encontro, Brandon Mathews partiu da premissa de que a comercialização de microsseguros é uma necessidade e envolve uma grande responsabilidade para o mercado segurador. "Os segui-os facilitam a troca financeira, permitem que os segurados tomem empréstimos e que direcionem os recursos que gastariam com proteção pessoal e patrimonial para outros investimentos, alavancando a pou-

pança nacional", analisa.

Usufruto justo

Para atingir a esse público, Brandon Mat hews adverte que há um grande trabalho das seguradoras."O acesso das pessoas das clas ses D e E ao mercado segurador é muito limitado e esse universo ainda é desconliecido para a maioria das seguradoras. E neces sário sair da zona de conforto e pensar em formas de acessar esse público, de quebrar a resistência das pessoas em adquirir prote ção", afirma. "É preciso perguntar o que os pobres querem,ir a campo,pesquisar as suas principais necessidades e, desse ponto, ofe recer produtos e serviços que possam ser usuftuídos pela população de forma mais justa", acrescentou.

Para isso, Brandon Mathew acredita que a estrutura tradicional de funciona mento para um seguro normal precisa ser repensada. "O microsseguro exigirá uma estrutura mais enxuta, mais ágil e menos exigente por parte da seguradora, se com parada à estrutura existente para os tipos de seguro-padrão, tanto no que se refere à seleção do risco - que não poderá ser tão rigorosa, como a existente hoje - quanto à adoção de apólices menos complexas e personalizadas".

Ano índice

2000" " 40^8

- 1999 36" "

20Ò0 28,3

2004 ""51,3

2003 54,9 "

2003 44;9

2004 " "46,1""" " "'""2004 57 '

2003 58,6 "

2004 46,9

2003 58,4

2002 60,1

2000 57,8

2Ò04-05 36,8

1998 "50,2

* Relatório de Desenvolvimento Humano, Banco Mundial, 2007/08

"O índice Gini. vai de O a 100. Quanto mais próximo a 100. mais desigual é a estrutura social do Pais. Quanto mais o número tender a zero, o País será menos desigual.

Em outras pa lavras, o executivo argumerita que o microsseguro pode contribuir para o crescimento sus tentável de uma so ciedade e, de que bra, dirimir a desi gualdade. "O Bra sil é um país que avançou muito no combate à desi gualdade, mas ain da é injusto social mente. O índice Gini (que mede o nível de desigual

O executivo citou uma pesquisa realizada na Etiópia, onde se detectou que 95% dos respondentes de uma região rural do Pais afirmaram como principais preocupações com o futuro: a seca, a fome e a perda do Hder da família. "Considerando igualmente que sinistros, como incêndio, contribuem com 1/3 da pobreza da Etiópia,deve-se levar em consideração essas respostas para o ofe recimento de produtos e serviços adequa dos", aponta Brandon Mathews.

Apesar dessas constatações, Brandon Mathews adverte que pouco foi feito para se atingir esse público."O mercado ainda aten óe apenas aos mais favorecidos. Não esta mos penetrando em 90% do mercado em desenvolvimento, e cada 0,01% de neste estrato eqüivale a uma geração de 1,5 bilhão em prêmios".

Um caminho a ser trilhado -e com bas tante sucesso em outros países do mundo - são os canais alternativos de distribui ção. Associações de bairro, igrejas, sindi catos são formas de distribuição do microsseguro que precisam ser utilizados, na opinião de Brandon Mathew. "Neste trabalho de convencimento, é fundamental formar alianças com líderes comunitários para que eles possam explicar com a sua autoridade os benefícios do microsseguro para a população".

O diretor da Zurich destacou também o papel do corretor de seguro neste processo. "O corretor não terá apenas que ser treina do para oferecer corretamente o produto, mas também terá que buscar meios alterna tivos de venda". Porém, o mais determi nante para o sucesso do microsseguro, na sua opinião, é a rapidez em atender à demanda. "Justamente por ser um público muito mais carente, não é admissível a demora na reposição do bem ou na presta ção do serviço", afirma.

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de Seguro de Vida e Previdência Privada
- PAINEL 8
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1 46- Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especial 47- Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especial

As macro-oportunidades de um microproduto

O microsseguros é uma faceta do mercado que tem potencial promissor e uma imensa oportunidade de transformação e inclusão social

A partícula "micro", usada em geral para designar pequenos fenômenos, quando aliada ao radical "segu ro", mostra não só um grande potencial de mercado, mas uma imensa oportunidade de transformação social. Em busca desse potencial, que pode chegar a US$ 180 bilhões, segundo o presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), Antonio Cassio dos Santos, o setor já começou a se movimentar.

Os sinais já começaram a surgir no começo deste ano, quando o titular da Superintendência Nacional de Seguros Privados (Susep), Armando Vergilio, levou a proposta de criação de um grupo de estudos para regu lamentar o produto ao Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP). "O mercado está empenhando em alavancar o microsseguro no Brasil. Vemos nesta modalidade de produto um importante instrumento de proteção social, principalmente aos mais necessita dos", afirma Armando Vergilio.

Essa visão vai ao encontro do que afirma Bernar do Weaver, advogado brasileiro, que trabalha com seguros desde 1996 e atualmente presta consultoria ao Banco Mundial."O governo Lula tem a oportuni dade histórica de se utilizar do microsseguro como forma de ação social, sendo coerente com a sua tra jetória de esquerda e de se preocupar com um desen volvimento igualitário da população. O que o 'Bol sa Familia' fez para o povo brasileiro nos últimos anos, tirando milhões de pessoas da miséria para o universo das três refeições diárias, o microsegüro pode fazer, aumentando a chance de mobilidade social dos mais pobres".

Pirâmide social

Em relação a essa mobilidade, atestada pela recen te pesquisa da Fundação Getulio Vargas que aponta o avanço da classe média do Pais nos últimos anos, Weaver é enfático na defesa do microsseguro como forma de proteção patrimonial dos menos favoreci dos. "O microsseguro é o instrumento mais eficaz de garantia das conquistas patrimoniais de uma grande faixa da população que agora está conseguindo esca lar a pirâmide social e que antes não era contemplada pelo mercado de seguros. E isso é importante, pois todos - independente de classe social - são ameaçados por riscos, que atingem mais severamente Justamente os que possuem menos recursos".

Onde o microsseguro já deu resultados

Se no Brasil os debates sobre os impactos sociais do micros seguro começam a despertar o interesse de autoridades e execu tivos,em outros países do mundojá existe uma discussão consis tente sobre os benefícios da adoção de um programa de micros seguro que atenda às expectativas sociais.

Segundo dados de uma pesquisa feita nos 100 países mais pobres do mundo, chamada "The Landscape of Microinsurance in the world's 100 poorest countries, Microinsurance Centre, 2007", em algumas regiões da Ásia, há 67 milhões de pessoas cobertas com microsseguros. Em parte da América Latina, oS microsseguros alcançam cerca de 7,8 milhões de pessoas e, noS países africanos,o produto chega a cobrir 3,5 milhões de pessoas-

Na América Latina, a pesquisa foi realizada na Guatemala, Nicarágua, Panamá, Republica Dominicana, Colômbia, Vene zuela, Equador,Peru, Bolívia, Paraguai. O mercado potencial da população que poderia ter um microsseguro nessas localidades

Bernardo Weaver:"O microsseguro é o instrumento mais eficaz de garantia das conquistas patrimoniais desta faixa da população que está conseguindo escalar a pirâmide social"

A comissão criada para analisar o mercado de microsseguros brasileiro já tem como primeira mis são a definição exata de microsseguro. O Banco Mundial define o microsseguro como um produto a que têm acesso as pessoas de baixa renda, provido por diferentes tipos de instituições, as quais devem tuncionar de acordo com as práticas de seguros geral mente aceitas.

Antonio Cássio assinala que é importante delimi tar a definição de classes inferiores. "Em outros paí ses, o microsseguro é toda a apólice destinada às pes soas que ganham entre 3 e 5 vezes a renda per capita nacional. Talvez, no Brasil, também poderiam ser chamado de 'microsseguro' os seguros vendidos para as pessoas que ganham até 5 vezes a renda per capi ta nacional", explica o executivo.

A SUPREMACIA DA CLASSE C

Segundo a FGV,a pobreza despencou desde 2002. Com isso o miolo da pirâmide engordou e agora é a maioria absoluta

Elite

(Classes A e B)

Classe média (Classes C)

Remediados (Classes D)

Pobres (Classes E)

Fonte:FGV

a 113 milhões. No entanto, somente 6,8% do total sao ®°ertospelo produto. . fiemard Weaver, do Banco Mundial, aponta a Colonibia um pais onde o microsseguro já começa a dar resu ta os. ^gundo o especialista, no pais andino, pelo menos metade das ^gtiradoras oferece algum produto de microseguros.

dos exemplos é um microsseguro voltado para a saúde consiste, basicamente, de uma central de telemarketing que um valor anual de US$ 20 para cobrir uma fami la de afô pessoas.Ao pagar este prêmio, os membros da família o e ^certura de um ano e podem ir a qualquer médico de Bogotá, ^gatido metade do valor da consulta, explica o consultor, ssa (4^^'ca é benéfica tanto para o consumidor quanto para a soci a efl tuesmo tempo em que reduz o custo da saúde e garan e 'cacia na prestação dos serviços". ,. Jndagado se experiências bem-sucedidas, como a Poderiam dar certo no Brasil, Weaver é comedido: Elas sao exemplos para evitar que o Brasil cometa os mesmos erros iscados no inicio. Porém, o Brasil terá que cnar um inodeto ^°Prio para gerir o seu sistema de microsseguros. E temos um conhecimento para isso".

Renda familiar acima

de R$ 4.591,00

de R$1.064,00

até R$4.591,00

de R$ 768,00

até R$1.064,00

Renda abaixo

de R$ 768,00

COBERTURA DE MICROSSEGURO - AMÉRICAS

GuatemataflOS^lié — ^RébúblkaPomhilcanaiffigH), 2;^8feé9ua.{2a035), Raramá(6zooõr CriôfnblaMWyy .. . (2^.00^ ^ ^lador,

IV Fórum Nacional de Seguro de Vida
Previdência Privada MICROSSEGUROS - COMPLEMENTO
e
48 - Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Bncarte Especial
%da população pobrecom mlcnissegun^^l 38% 6-10% 2-6% <2% Unttado a sem MonnaQão sobre segurados RaragiÉI 49 - Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especial

Expectativa correspondida, resultado alcançado!

Encontro estabelece nova agenda de trabalho para cumprir metas e manter o crescimento do setor

OrVFórumdeVidaePrevidência

Privada correspondeu às expectati vas de seus organizadores, ao apre sentar, em oito painéis, nos dois dias do encontro, as macrotendências deste mercado. Os temas debatidos, como longevidade, marketing para

diferentes gerações, gestão dos recursos e microsseguros - com o contraponto e conside rações de especialistas de países em que a indústria de vida e previdência é mais maduraampliaram a relevância do encontro. Também estabeleceram uma nova agenda de trabalho para os executivos do mercado e apontaram os desafios que se avizinham para atingir as metas e manter o contínuo crescimento do setor.

O presidente da Federação Nacional de Pre vidência Privada e Vida (FenaPrevi), Antonio Cássio dos Santos (da Mapfre), destacou qua tro pontos que exigirão atenção do mercado na elaboração de suas estratégias a partir deste

fórum: a revisão do conceito tradi cional de longevidade, com a ino vadora abordagem de que seu avanço é finito e ameaçado por problemas como obesidade; novas práticas de alocação de recursos, incluindo acesso ao mercado externo; o uso de marketing para diferentes gerações, opção ainda incomum no niercado brasileiro; e as perspectivas de avanço do microsseguro."Temos um grande dever de casa para fazer e, no plano institucional, total aderência ao projeto da Susep de expansão do mercado de vida e previdência, por meio de ações como a regulamentação dos planos voltados para as áreas de educação e saúde ou do microsseguro", destacou ele.

O também vice-presidente da FenaPrevi Marco Antonio Rossi(da Bradesco)entende que o IV Fórum teve duas grandes virtudes: uma foi reunir as principais lideranças do mercado para uma reflexão sobre o pre sente e o futuro da atividade; a outra foi atrair especia listas internacionais e trocar experiências sobre as áreas de previdência e vida em mercados maduros. "Essa troca de informações com o mercado mtemacional é muito bem-vinda,já que os palptrantes estran geiros trazem conhecimento e experiência de merca dos mais maduros, o que pode ser transformado em inovação e conhecimento por nós. Além sso, o Fórum é importante, por si só, por reunir ^an es players da indústria de previdência e vida, aju an o a projetar o futuro de nosso setor", afumou ele.

Práticas externas c.~ d in n Ao avaliar o encontro do mercado em Sao m , vice-presidente da FenaPrevi Carlos André Gueim Barreiros (da Itaú) classificou o IV Fórum como u marco adequado ao novo momento do sua opinião, um dos principais méritos do 1 f foi apresentar várias novidades existentes de previdência, algo possível com a presença de diver sos palestrantes estrangeiros. A vinda ^ listas agregou valor à reunião,porque o mou-se a respeito de práticas externas que p incorporadas à rotina local.

Entre alguns procedimentos que podem ser avaliados pelo merado-sobretudo após o País obter o cer-

ao encontro

tificado de investment grade e ingressar de vez no seleto time de economias que po dem receber recursos externos - Carlos Barreiro chama a atenção, em espe cial, para uma delas: a perspectiva de empresas de pre vidência privada também aplicar parte das reservas no mercado extemo, usando o câmbio como um dos atra tivos para alocação e em linha com a política de pulve rização dos investimentos.

Processo finito

Na avaliação que fez do IV Fórum, o diretor da FenaPrevi Oriovaldo Pereira Lima(da Previmil)lem brou que o encontro ganhou um plus com a troca de experiência com o mercado internacional e,em conse qüência, perspectiva de convergência do setor brasilei ro às práticas mundiais a mais longo prazo. Nesse sen tido, destacou que, com base na palestra sobre a descontinuidade da longevidade,o mercado brasileiro terá de rever preços dos seguros de vida e dos planos de previdência no futuro.

No primeiro caso,tendo em vista a constatação de que a longevidade tem limites, pode significar redu ção de prêmios entre as diferentes faixas etárias; para os planos de previdência,contribuições maiores para haver recursos futuros para custear as despesas dos futuros inativos. "Vivemos uma fase de crescimento da longevidade, mas a constatação de que este pro cesso não é infinito é relevante para estabelecer estratégias. Ou seja, a longevidade tem um ponto que começa a retroagir".

Por tudo isso, o também diretor da FenaPrevi Tar císio Godoy (BrasilPrev) está convencido de que o IV Fórum transfoimou-se em lun evento extremamente bem-sucedido, ao responder aos anseios do segmento.

"Como se trata de uma indústria ainda jovem, com altas taxas de crescimento, é preciso olhar para o lado e para frente, para decidir seus próximos passos. Nes se sentido,olhar a experiência dos pares de outros mer cados também é proveitosa para o mercado local", assinalou, destacando que os cenários apresentados no evento garantem uma expansão na casa de dois dígitos para o segmento. Oxalá!

IV Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada r^T i»*,
VAGNER aiCARDO
50 - Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Segums - Encarte Especial :
Os temas longevidade, marketing para diferentes gerações,gestão de recursos e microsseguros deram relevância
MM dl 51 - Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especial

IV Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada

De olho no futuro!

As considerações finais de especialistas do setor, com base nas discussões promovidas pelo IV Fórum de Vida e Previdência, que devem ser vistas como um 'dever de casa'pelas empresas do mercado

Antonío Cássio dos Santos

• Revisão do conceito tradicional de longevidade! seu avanço é finito e ameaçado por problemas de saúde, como a obesidade.

•Adoção de novas práticas de alocação de recursos, incluindo acesso ao mercado externo.

• Uso de marketing com foco nas diferentes gerações, opção ainda não aplicada no mercado brasileiro.

• As perspectivas de avanço do microsseguro: as possíveis contribuições ao crescimento sustentável e à redução da desigualdade social.

Marco Antonío Rossi

• Reflexão sobre o presente e o futuro da atividade, por meio de discussões que envolveram as principais lideranças do mercado.

• Conhecimento e experiência de mercados mais maduros, com a participação de especialistas internacionais, que podem ser traduzido em inovação.

• Riqueza da troca de experiências sobre como são as áreas de previdência e vida em mercados maduros.

Carlos André Guerra Barreiros

• O rV Fórum foi um marco adequado ao novo momento do mercado.

• O conhecimento das novidades existentes na indústria de previdência, de acordo com as experiências mostradas de outros países.

•As palestras de especialistas agregaram valor à reunião, porque o mer cado informou-se a respeito de práticas externas que podem ser incorpo radas à rotina local.

Oriovaldo Pereira Lima

• O mercado brasileiro terá de rever preços dos seguros de vida e dos planos de previdência no futuro, em função da descontinuidade da longevidade.

• A constatação de que a longevidade tem limites, pode significar redução de prêmios entre as diferentes faixas etárias

• Os planos de previdência devem considerar contribuições maiores para haver recursos que custeiem as despesas dos futuros inativos.

Tarcísio Godoy

• O evento foi extremamente bem-sucedido, ao responder aos anseios do segmento. Trata-se de uma indústria ainda jovem,com altas taxas de crescimento,e é preciso olhar para o lado e para frente, para decidir seus próximos passos.

•A experiência dos pares de outros mercados também é proveitosa para o mercado local.

• Os cenários apresentados sugerem uma expansão na casa de dois dígitos para o segmento.

OPINIÃO antonío penteado MENDONÇA A importância dos produtos de vida e previdência

Entre as alternativas de poupança dos brasileiros, a previdência privada tem um dos melhores custo/benefício

Ecurioso, mas no Brasil, quando alguém fala de seguro, fala mais dos seguros patrimoniais do que dos seguros de pessoas. Há vários anos, escutei numa palestra sobre o mercado que o brasileiro se preo cupava mais em segurar seu automóvel, do que sua vida.

'O duro é que ainda é verdade. Até hoje o primeiro pro duto que vem à mente quando se fala em seguro é o e veículos. Depois o plano de saúde privado e, só ~ então, o seguro de vida.

É uma situação que começa a mudar. Mas a mudança não acontecerá do dia para noite. É um proces so mais ou menos lento, que passa por uma nova visão das prioridades por parte da população.

O brasileiro de classe média pensa em seguro escolar, em seguro prestamista, em seguro para garantir financiamentos, mas não faz a ligação des tas apólices com o seguro de vida. Apesar de o serem, inclusive boa parte dos seguros desemprego, cAnmpara o cidadão comum não fica claro que ^ rindo seguros de vida, ainda que comerc outros nomes. , . pnmn

Já o operário pensa em seguro de vida um componente de seu salário, dado ^ ^ mente pela empresa. Ele sabe que e ura e tante, mas como faz muitos anos nessoais empresas têm o seguro de vida e como parte de sua bém não fica clara a importância do e

Já com a previdência privada aberta é uma outra história. Desde o surgimento dos planos chamados PGBL e depois os VGBL, que estes produtos se transfor maram em importantes canais de investimento, canali zando parte significativa da poupança da classe média, o que faz com que as reservas destes planos, atualmente, já superem bastante a casa dos R$ 100 bilhões.

Em termos nacionais, é número para não se colocar defeito, ainda mais quando ele foi alcançado em pouco mais de uma década, que é o tempo ao longo do qual a previdência privada moder na vem se consolidando.

Todavia, se o parâme tro for a economia ameri cana, a ordem de grandeza muda de patamar. Lá a maior parte dos mais de US$ 10 trilhões de pou pança interna de longo prazo está aplicada em pla nos de previdência priva da e em seguros de vida.

A boa notícia para o setor, no Brasil, vem da soma destes dois dados. O primeiro aponta para a demanda crescente pelos planos de previdência. E o segundo mostra o potencial, em relação ao PIB, deste mercado. A renda do brasileiro tem aumentado e, entre as alternativas de poupança a previdência privada tem um dos melhores custo/benefí cio. Então, o segmento deve continuar aquecido. Como previdência privada e seguro de vida são pro dutos complementares, nos próximos anos temos tudo para atingir um novo patamar, bem mais alto e mais afi nado com a realidade social da nação. A

Mi.
52 - Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - Encarte Especial
53 Julho ■ Agosto ■ Setembro 20Ú8 -ftevista de Seguros - n°866
^ínÍoní^PENtÍad^nSonça - jornalista e especialista em seguros e previdência

O mercado de segQros e o mais ■exposto entre os setores ame< mo mundo dos negócios pèlaS Wüdanças climáticas ^

Acadavezqueumaempresadesperdiça

papel em Porto Alegre, que um carioca tira o carro da garagem ou que um pau lista aumenta sua criação de gado, o clima esquenta, o êxodo rural se amplia no Nordeste, a Amazônia se expõe mais a incêndios e as plantações de café minguam em Minas Gerais.

O ciclo vicioso da degradação põe o Brasil em uma das mais delicadas situações diante dos esforços contra o efeito estufa. O estudo G8 Climate Scorecards, encomendado pelo Grupo

Allianz e pelo WWF (Fundo Mundial para a Natureza) à Consultoria Ecofys, aponta tendên cia de aumento das emissões nacionais, deriva das do desmatamento e desperdício de energia. O Brasil é o quarto maior emissor de efeito estufa, atrás dos Estados Unidos, China e Rús sia. Entre os setores ameaçados no mundo dos negócios, o mais exposto é o de seguros.

"A probabilidade de eventos climáticos extremos aumenta o risco dos negócios. Se um furacão pegar uma plataforma de petró leo a cada dois anos, de quanto será a perda

das seguradoras?", exemplifica Karen Suassu na, analista do Programa de Mudanças Cli máticas e Energia da WWF-Brasil. Ela coor denou o estudo "Agenda elétrica sustentável 2020", apresentado no Fórum Internacional de Seguros para Jornalistas, que foi promovi do pela Allianz Seguros, em julho, em São Paulo. O evento analisou os reflexos do aque cimento na indústria do seguro. As perdas estimadas são de US$ 41 bilhões anuais nos próximos 15 anos.

O estudo deka evidente que o mundo, em vez de correr para salvar seu futuro, arras ta-se lentamente. Lutz Cleemann, chairman de Desenvolvimento Sustentável Corporativo do Grupo Allianz, exibiu o ranking dos oito países mais ricos na corrida para inverter a curva do aquecimento sob as metas do Protocolo de Kyoto. O pior desempenho continua com os Estados Unidos, dependentes da energia de óleo e carvão. Na outra ponta, o Reino Unido se destaca como único que deverá atingir a meta de Kyoto, embora tenha um percentual pequeno de fontes renováveis de energia. Os britânicos têm substituído suas fontes de extra

ção de carvão por gás. O segundo lugar é da França, com emissões menores em função de sua matriz nuclear, mas com tendência de aumento. "Eles não estão ampliando a deman da nuclear, mas a de energia fóssil, óleo cru e carvão", lamenta Suassuna Karen.

Emissão acima da meta Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão têm médias de emissão bem acima das metas de Kyoto, com o agravante de não terem introduzido políticas firmes de redu ção. Estão na faixa que a WWF classifica como "performance mediana". Nenhum deles apresentou alta performance no ranking, que leva em conta três critérios básicos: melhora desde 1990 em relação às metas de Kyoto, emissão per capita e por quilowatt-hora e eletricidade e, finalmente, políticas de trans porte e energia renovável.

Pior aindaé asituação de Rússia, Ga^aa e Estados Unidos, que apresentaram perfor mancebaixa. Orankingnãoincluiospaísesem desenvolvimentoporque não seriajustousaros mesmos critérios e metas para analisar o com-

portamento de ricos e não-ricos. Mesmo assim, o estudo aponta uma lentidão preocupante em China, índia. Brasil, México e África do Sul, todos com emissões per capita abaixo da média dos ricos. Os chineses têm investido em gás, energias renováveis e eficiência energética, mas deforma insuficientepara compensar o estrago de sua superpopulação e de seu crescimento, ainda dependente do carvão. O mesmo ocorre na índia. "Eles estabilizaram a retirada de coberturavegetal e não sepode esperarque um país cora fome reduza a produção de alimen tos", ressalta Karen Suassuna. O caminho, nes se caso, é investir em eficiência energética.

Efeitos do desmatamento

Por conta da matriz energética, o Brasil temuma dasmenorestaxas de emissão por qui lowatt-hora, mas a tendência é de crescimento das emissões de gases graças ao desmatamento. É imenso o potencial brasileiro de fontes reno váveis, mas os investimentos têm sido feitos de forma desproporcional em carvão e gás. "A expansão é muito tímida em eólica. Nosso potencial de biomassa melhorou, mas não é usado e os esforços por mais eficiência energé tica são muito tímidos", afirma Karen Suassuna.

Os brasileiros conhecem pouco as vulnerabilidades do País e tendem a minimizar as conseqüências da poluição global Não deve riam. Relatórios do IPPC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática) de 2007, combinados com análises do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apontam cená rios comcidentes. Um deles é o da redução do volume de água no Nordeste entre 50% e 70% a partir de 2050. O semi-árido tende à desertificação, estimulando o êxodo e a favelização.

Karen Suassuna: "Nossopotencialde biomassa melhorou, mas não é usado e os esforços por mais eficiência energética são muito tímidos"

Os efeitos do desmatamento na Amazônia, que assusta o mundo ao ponto de suscitar deba tesbélicos,jáse fazem sentirnaprópriaregião, onde é visível a interação entre causa e efeito'. Os dias estão mais secos, o que aumenta a cobertura de gramíneas e expõe a floresta a queimadas. O fogoleva a mais perda de água e o clima fica mais seco, o que provoca a dimi nuição do bioma, estimada em 40% em 30 anos. Mesmo em países ainda não desenvolvi dos, como o Brasil, passou da hora de enterrar a idéia de que progresso é incompatível com a proteção do ambiente. O futuro dos negócios depende, visceralmente, da sustentabilidade.A

3 Aziz Filho • Lutz C/eeman: o chairman do Grupo Allianz exibiu o ranking dos oito países mais ricos na corrida para inverter a curva do aquecimento
54 Julho ■ Agosto - Setembro 2008 - Revista d» Segures - n"866 55 Julho Agosto ■ Setembro2008 - Revista de Seguros - n"866

Projetos em defesa do meio ambiente

o Ainda há multo o que fazer, mas as seguradoras já começaram a adotar medidas para estimular a redução das emissões de gases no Brasil. Conheça algumas iniciativas:

Allianz-A companhia tem seguro para créditos de carbono, protegendo o dono da floresta de eventuais acidentes ou prejuízos. Rrmou parceria com a WWF para estudar o impacto da emissão de gases no mundo. Já começou a substituir os contratos de papel por um banco de dados online acessado por corretores e clientes. A economia de papel chegou a 13 toneladas em um ano e três meses.

Bradesco-A colossal árvore de natal que a Bradesco Seguros e Previdência monta na Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro,também contribui para o efeitoestufa. É grande a circulação de veículos de funcionários e turistas durante a montagem,exibição e desmontagem.Para neutralizar as emissões,a empresa plantará árvores em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica. Um consultor estrangeiro foi contratado para calcular o número de árvores necessário à compensação.A Bradesco já viabilizou o plantio de mais de 21,5 milhões de mudas nativas em menos de duas décadas.

Brasiiprev- Uma das primeiras companhias do setor de Previdência Privada a empreender ações compensatórias de compra de créditos de carbono.A neutralização das emissões de gases do efeito estufa é feita com o Programa Caitono Neutro, implementado em maio de 2007, por intermédio da SOS Mata Atlântica.

Caixa Seguros- Detentora do selo Carbon Free (livre de gás carbônico) da ONG Iniciativa Verde,a empresa compensa,com o plantio de árvores da Mata Atlântica, 100% das emissões de gases do efeito estufa de sua matriz, incluindo os carros dos empregados que estacionam na garagem.

HSBC-A iniciativa é inédita e criativa. O Seguro Carbono Neutro,lançado em outubro de 2007, atrai o consumidor com uma atitude politicamente cometa: a cada cliente que comprar ou renovar o seu seguro de carro ou residencial no HSBC,o banco se compromete a adotar, por 5 anos, uma área de 88(carro) ou 44(casa) metros quadrados da Mata Atlântica, no Paraná.A ação tem parceria da ONG SPVS.

Mapfre- O pioneiro Programa de Segurança Viária, lançado em 2002,inclui um check-up em até 42 itens dos automóveis. Um dos principais itens analisados é a emissão de gases poluentes,já que cerca de 23% dos veículos em circulação emitem mais poluentes do que o aceitável. O serviço promove uma regulagem técnica para adequar os veículos às normas. O programa já analisou mais de 12 mil veículos em mais de 70 municípios.

Porto Seguro-Lançou em São Paulo o UseBike, emprestando bicicletas com capacetes e franqueando seus estacionamentos. Lançou o Bike Socorro,com ciclistas resolvendo casos como troca de pneu,falta de combustível, carga de bateria ou pane simples. Com o Bike Vistoria, visitas domiciliares passaram a ser feitas de bicicleta. Faz a inspeção gratuita de emissão de poluentes em seus nos Centros Automotivos,Indicando soluções, regulagens e pequenos reparos.

Sindíseg N/NE - O sindicato se uniu ao Instituto Terra Verde e mantém um lote de mil árvores na Reserva Ecológica Carnijó, em Pernambuco- uma Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN), um dos poucos territórios cobertos por Mata Atlântica nativa no Estado.

SulAmérica - Investiu R$ 10 milhões em um programa que prevê a revitalização e duplicação dos bicicletários no Rio de Janeiro e a criação de terminais de bicicletas Integrados ao sistema público de transportes. Este ano, distribui prêmios a funcionários para estimular a economia de água e luz.

Unimed - Realizou o Inventário das Emissões de Gases do Efeito Estufa tanto pela empresa e por terceiros. Os dados servirão de base para campanhas e outras ações de responsabilidade social. Em 2009,a empresa distribuirá cartilhas.A

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56 Jtilho Agosto - Setembro 2008 -fíevista de Seguros n°866 % V- • STOCKHOLM ZURICH SHAN6HAI PARIS L panama RIO DE JANEIRO

Novas regras trazem mais transparência

Segmento desenha plano de comunicação bem estruturado para explicar mudanças e vantagens para o consumidor

Transparência. Esta é a palavra-chave

que resume o trabalho que o mercado de capitalização está tendo para adap tar-se às novas regras lançadas no fim de maio por meio da Circular da Superintendência de Seguros Privados (Susep) n° 365, de 28 de maio último. O próprio mercado, em conjun to com a Susep, ajudou a definir o que, na prática, já estava em vigência. A Circular, neste sentido, não trouxe grandes mudanças, mas organizou melhor o que já existia há cer ca de dois anos, ajudando a esclarecer termos técnicos em uma linguagem simples e objeti va, além de criar modalidades.

Assim, o segmento foi dividido em quatro modalidades: tradicional, compra-programada, popular e incentivo. Cada uma delas é voltada para um público específico, com características bem definidas e diferenciadas. Este é um seg mento que não pára de crescer e se modernizar na direção do melhor atendimento do público: até maio já eram quase 100 milhões de títulos, com 24 milhões de clientes. De janeiro a maio o mercado faturou R$ 3,5 bilhões, 13% a mais do que a performance do mesmo período de 2007, que foi de R$ 3,1 bilhões.

- Natanael

Aparecido de Castro:"As novas regras vão ajudar ainda mais a organizar e dar fôlego para nossa area

Plano de comunicação

"Nosso grande desafio é desenvolver um plano de comunicação institucional muito bem preparado para conseguir dar ainda mais transparência para os atuais clientes e tam bém atrair novos", explica Natanael Apareci do de Castro, vice-presidente da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap), e tam bém dirigente da Brasilcap.

O produto tradicional (ou clássico) tem como objetivo restituir, ao fim do prazo de vigência do plano, o valor total do pagamento feito pelo investidor, com correção monetária. O segundo é a compra programada: funciona como uma espécie de consórcio, no qual a pessoa entra em uma carteira para a aquisi ção de um produto específico, como um car ro, por exemplo. O terceiro produto é o popu lar, que oferece prêmios e sorteios e, o últi mo,é indicado a empresas como atrativo para suas vendas e, também, como forma de evitar a inadimplência de sua carteira.

O trabalho está apenas começando. Rita Batista, presidente da Comissão de Produtos e Coordenação da FenaCap, e executiva da Bradesco Capitalização, está entusiasmada com o novo desafio. "O cliente é o nosso maior bem. Queremos atendê-lo cada vez melhor", explica. O plano de comunicação prevê, por exemplo, criar um guia de melho res práticas do setor de capitalização no site e também procurar formatar todo o material de venda de forma a evitar a padronização que, em alguns casos, acabava acontecendo. "Teremos todas as especificidades de cada produto muito bem explicado e claro para o cliente", diz Rita Batista.

A capitalização surgiu na França, em

1850. O objetivo, na época, era criar um fundo para ajudar os associados de uma cooperativa de mineradores. No Brasil, este mercado nas ceu em 1929, conquistando muitos consumido res. Na década de 50, no entanto, com a infla çào desvalorizando as quantias resgatadas, a capitalização perdeu sua força. Com o surgi mento da correção monetária em 1964, o mer cado voltou a ganhar força. A estabilidade eco nômica a partir de 1994 ajudou a dar am a mais fôlego ao negócio.

Queixas em queda

Se, por um lado, florescia, por alguns órgãos de defesa do consumidor e ri bunais de Justiça levantavam dúvidp so re a transparência do produto. Esta polêmica nao chegou a ser tão expressiva em ""elaçao ao tamanho geral do mercado, na avaliaçao e Rita Batista. "Em 2007 foram registradas 2 mii queixas em um universo de 100 milhões títulos. E as queixas estão caindo.

Isso não significa 9"^ o mercado nao reconheça um importante traba.ho a ser com este público e com os formadores de op -

niâo de uma forma geral. A Circular n® 365 pode, na opinião dos dois especialistas, ajudar a tornar ainda mais claras e fáceis de serem compreendidas as regras da capitalização. "Queremos mostrar que nosso produto é bom para os clientes e para as empresas. Temos tudo muito claro e aberto para todos", afirma Natanael de Castro.

As expectativas de crescimento da capita lização nos próximos anos são as melhores pos síveis. Os dois dirigentes observam que o bra sileiro sempre gostou do atrativo dos sorteios, sonhando, quem sabe, em ficar rico da noite para o dia. Aliado a isso, as diferentes modali dades de produtos conseguem atender às demandas diferenciadas. Sem falar que a esta bilidade econômica trouxe a melhoria de ren da, engrossando as estatísticas com novos clientes de classes populares.

Mais fôlego

"Este é um mercado que já vem de um forte crescimento. As novas regras vão ajudar ainda mais a organizar e dar fôlego para nos sa área", acredita Natanael. O vice-presiden te da FenaCap cita a linguagem popular e reforça que "a bola está conosco." Para Rita Batista esse é um desafio que vai além da comunicação, pois a necessidade clara de estar cada vez mais próximo dos clientes. "Temos quatro modalidades, mas podemos descobrir a necessidade da clientela de for matarmos ainda outras novas. A Circular n? 365 foi muito importante, mas podemos tra balhar com a Susep no constante aperfeiçoa mento destas regras", completa.

Rita Batista: "Teremos todas as especificidades de cada produto muito bem explicado e claro para o cliente"

Este trabalho muito próximo do merca do com as autoridades tem ajudado a impul sionar um negócio que atende diferentes per fis de consumidores. Há desde o poupador tradicional até aquele que compra para pre sentear alguém. "Tem acontecido uma comu nhão de pensamentos entre o mercado e a Susep , explica a presidente da Comissão de Produtos da FenaCap.

Os três estados de maior participação conso lidada até o mês de abril são São Paulo(com R$ 759 milhões de receita e 37% de representatividacie no segmento), seguido do Rio de Janeiro (que registrou R$ 231 milhões e U% de participa ção) e Minas Gerais (com ganhos de R$ 185 milhões e 9% de mercado).

CAPITALIZAÇÃO
SÔNIA ARARIPE
58 Julho ■ Agosto - Setembro 2008 - fíevista de Seguros - n"866 P 59 Julho Agosto -Setembro2008 - Revista de Seguros - 866

O futuro dos processos nas organizações

Os custos administrativos das companhias vêm declinando nos últimos anos

SiDNEY Dias da Silva (*)

Oque garantká um lugar de destaque

para uma companhia no mercado segurador brasileiro do futuro? Certa mente, a resposta não apontará um único fator, mas um conjunto deles; foco no cliente, capa cidade de perceber as necessidades do merca do, inovação, bons produtos, boa política de subscrição, boas práticas de governança, boa gestão de pessoas, boa gestão de investimentos, boa infra-estrutura tecnológica etc..

Como manter (ou melhorar) a qualidade e a eficiência dos processos na criação e reformu lação de produtos e na evolução dos requisitos de governança? Como fidelizar clientes? Como reduzir os custos administrativos? Como redu zir os custos de distribuição? Como gerenciar o conhecimento organizacional? As respostas cer tamente remetem aos processos organizacionais - tanto aqueles voltados para os clientes exter nos e que dizem respeito à própria finalidade da companhia quanto os processos voltados para os clientes internos (apoio e gestão).

Os executivos do mercado lembram ime diatamente, quando abordam questões rela cionadas com o crescimento e a eficiência das empresas, dos processos primários das orga nizações - como o desenvolvimento de produ tos, a distribuição, o serviço de atendimento ao cliente e a regulação de sinistros, por exemplo. Mas suas atividades dependem de muitos outros processos - os processos de suporte e de gestão - que também requerem atenção e investimentos. São exemplos os pro cessos de gestão de ações judiciais, de gestão de provisões técnicas, de gestão da força de vendas, de resseguro, de controles internos e de informações gerenciais.

Os indicadores de mercado mostram que

os custos administrativos das companhias vêm declinando nos últimos anos: eles representa vam 27% dos prêmios emitidos hquidos em junho de 2005 e, em junho de 2008, representa ram 18%,aproximadamente. Ao mesmo tempo, os números do mercado apontam para um cres cimento consistente das despesas com comer cialização - de um pouco menos de 23% em junho de 2005 para 23,6% em junho de 2008, segundo dados da Fenaseg, apresentados pela Diretoria da Central de Serviços, na reunião da Comissão de Processos e Tecnologia da infor mação (CPTI) de julho de 2008.

Como interpretar as variações desses indi cadores e como antecipar os seus limites? Cada companhia deve olhar e analisar os seus pró prios indicadores e buscar os subsídios para o seu processo de decisão. Revisar e aprimorar um processo específico pode resultar em bene fícios significativos para uma companhia, mas que serão naturalmente limitados pelo próprio escopo dos trabalhos. As ações devem fazer par te de uma estratégia maior, de longo prazo, con templando todos os processos das companhias, em um processo contínuo de evolução e ajustes.

A dependência entre os processos das orgaiuza ções existe, ainda que não esteja sendo considera da nos planos de ação. ^

Processos bem definidos e com indicadores de desempenho claramente estabelecidos sao necessários para que as companhias possam evo luir em ambientes competitivos e aproveitar as oportunidades de crescimento que o mercado oferece. São também essenciais para que sejam desenvolvidos e mantidos os seus sistemas e informação de suporte.

Os sistemas de informação de uma com panhia refletem o grau de maturidade ^ processos que, por sua vez, refleteni o con mento que as pessoas possuem sobre negócios e as diferentes atividades relaciona das. O círculo se fecha quando ' por outro lado, que nenhuma existir sem o suporte de sistemas e ção aos seus processos. e Como acelerar os ajustes nos P , nos sistemas de informação jjjjgcp Como estimular o compartilhamento do c jci mento entre gestores das suas difer n.aó.in P n.Lpcialistas que devem buscar solu

ções para seus sistemas de infor mação? Como estimular a inova ção nas abordagens que os gesto res e os especialistas em sistemas de informação utilizam?

Para ajudar nas respostas a essas perguntas, a Fenaseg reali zará neste ano o quarto encontro voltado para os executivos com foco em gestão, processos e siste mas de informação do mercado segurador brasileiro - o IV Insurance IT Meeting.

O evento foi estruturado para essa finalidade: uma arqui tetura de referência dos proces sos organizacionais orientará a apresentação de palestras, as quais serão organizadas em pai néis, coordenados por executivos do próprio mercado. Essas pales tras serão realizadas por especia listas de empresas que oferecem soluções ao mercado segurador para suporte a vários processos. Outra mudança muito rele vante no formato do evento deste ano é quanto aos próprios participantes convida dos para o evento: em cada companhia, o gestor da área que mais tem apresentado demandas por sistemas de informação será convidado a partici par do evento - convite que será feito pelo repre sentante da sua companhia na Comissão de Tec nologia da Federação. Será uma oportunidade para estimular a proximidade, o compartilha mento de idéias e a cooperação - tanto entre representantes de uma companhia quanto com os seus pares do mercado.

O local do evento também foi escolhido para ajudar na interação entre os participantes: ele será realizado no Hotel do Frade, em Angra dos Reis (RJ), nos dias 7 a 9 de novembro de 2008. É uma oportunidade para que as companhias se preparem para o futuro: boas idéias devem ser sustentadas por bons processos, em todas as áreas das organizações.

(*j O autor do artigo é presidente da Comissão de Processos e Tecnologia da Informação da Fenaseg (**1 Fonte: Fenaseg, apresentação feita pela Dire toria da Central de Serviços na reunião da CPTI de jidho de 2008.A

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
As ações devem fazer parte de uma estratégia de longo prazo contemplando todos os processos das
companhias
Julho-Agosto-Setembro 2008 -Revista deSeguros n'866 60 Julho Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - n"866

Brasil troca experiência com países asiáticos

A missão de divulgar o País para o mundo ganhou mais relevância na indústria de seguros neste ano, após a abertura do resseguro

No início de julho,

uma delegação brasi leira (*) esteve em Paris (França), Tóquio (Japão), Seoul (Coréia do Sul), Taipe (Taiwan) e Hong Kong (China), para mostrar dados macroeconômi cos e setoriais do Brasil e conhecer melhor a realidade das economias e da indústria de seguros desses países. O objetivo do encontro foi estreitar o relacionamento entre executivos, empresas, órgãos reguladores e corpo diplo mático. Entre as entidades setoriais, os executi vos visitaram a Fédération Française des Sociétés d'Assurance; a General Insurance Association of Japan (GIAJ); a Life Insurance Association of Japan (LIAJ); e a Korea Life Insurance Assciation (KLIA).

A indústria de seguros na Ásia tem se tomado mais forte, após a crise asiática em 1997, a pior depois da II Guerra Mundial. O mercado japonês, por exemplo,foi o primeiro no ranking mundial por muitas décadas, perdendo a liderança para os Estados Unidos, em 1996. Uma das razões que fez com que houvesse queda nas vendas de seguros foi o desin teresse da população pelo principal produto; vida com acu mulação. O preço do seguro subiu e as taxas de retornos financeiros caíram, uma combinação que tomou os fundos de investimentos mais atrativos naquela época. Para compli car ainda mais, uma das mais importantes seguradoras do país, a Nissan Mutual, foi à falência.

Onze anos depois, o que se vê é uma indústria forte, com mudanças regulatórias e que exibe crescimento anual acima de 6%,em seguros de ramos elementares, e de 8%,em vida e previdência. A mola propulsora da indústria de seguros na Ásia é a mesma do Brasil: dados macroeconômicos positivos, atrelados à liberalização, e uma regulamentação fundamenta da em práticas de governança corporativa.

Participação no PIB

Entre os países visitados, o mercado de seguros de Tai wan lidera o percentual de participação no Produto Interno Bruto (PIB), com 15,7%. A Coréia do Sul vem em segundo neste indicador, com 11,8%; e Japão, com 9,6%. O Brasil está bem atrás, com 3%, o que desperta ainda mais o inte resse dos estrangeiros pelo grande potencial de crescimen to da indústria de seguros no País.

A delegação pode conhecer de perto as maiores segu radoras da Ásia, uma região que concentra 20,7% do total de US$ 4trilhões dos prêmios mundiais em 2007. Os prin cipais executivos da Mitsui Sumitomo, da Tokio Marine, da Sompo Japan (Yasuda), e da Korean Re falaram das seme-

lhanças e diferenças da indústria de seguros. Os números mostram que os asiáticos se preocupam mais em ter proteção de vida do que de bens patrimoniais. No Japão, por exemplo, dos US$ 424 bilhões em prêmios totais, US$ 330 milhões vieram do seguro de vida em 2007, segundo estudo dá Swiss Re. Na Coréia do Sul, dos US$ 116,9 bilhões, US$ 81,2 bilhões são vida e US$ 35,6 bilhões para proteger

natureza são praticamente inexistentes, lá esse risco é o prin cipal. No primeiro semestre deste ano, por exemplo, o ciclo ne Myanmar e o terremoto na Schuan, na China, trouxeram grandes perdas econômicas e de vidas. Tanto que os gover nos negociam comprar seguro para garantir financiamentos emergenciais em caso de catástrofes. A apólice ajudaria a facüitar a liberação dos recursos em tais situações. Apesar do risco,fica claro que poucos têm acesso ao segu ro para se proteger de catástrofe ao comparar as perdas eco nômicas geradas e o valor indeni zado pelas seguradoras. No Japão, maior economia do continente e com grande incidência de terremotos, calculase que apenas 20% dos proprietários ' possuem seguro contra abalos. Ao contrário dos Esta dos Unidos,onde as perdas econômicas causadas por furacões têm mais proximidade aos valores indenizados, projetan do um cálculo de que 80% dos proprie tários na Flórida têm cobertura contra furações e ventos fortes.

bens. Em Taiwan, dos US$ 60,4 bilhões totms, quase US$ 50 bilhões são vida. No Brasü, a penetração do seguro de vida amda e superada por ramos elementares. Dos US$ 38,7 bilhões em prêmios em 2007, US$ 20,5 bilhões vieram de benseUSS 18,2 bilhões devida.

Risco de calíistrofes

Para as seguradoras, uma das diferenças entre o Brasü e os países

- asiáticos está no risco de catástrofes.

Ennuanto aqui as perdas com eventos da

Em razão das mudanças climáticas estarem castigando esta região do pla neta, um dos temas que mais despertou a atenção dos anfitriões foi a recente abertura de resseguros no Brasü. Os ^eguradores e resseguradores visitados „ pela comitiva brasüeira demonstraram grande interesse em entender detalhes da abertura do resseguro no Brasü. Eles queriam saber sobre os desafios que a mudança regulatória estava impondo ao dia-a-dia das empresas e também sobre o potencial de cres cimento do mercado, uma vez que muitas delas têm forte atuação em resseguros e buscam amenizar perdas em um País até agora poupado dos riscos climáticos.

{*) A delegação brasüeira foi coní^5r^oF2^^as~emre presidentes e diretores da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg); da Escola Nacional de Seguros (Funenseg); da Federação Nacional dos Conetores de Seguros Privados, de Capitalização, de Previdência Privada e das Empresas Corretoras de Seguros (Fenacor), de sindicatos e de

INTERNACIONAL
Denise Bueno IHpngtKojig
62 Julho - Agosto - Setembro 2008 - Revista de Seguros - n"866
™^ *s.,.™ 63 Julho Agosto - Setembio 2008 •Revista de Seguros - ri"566

Modalidade alcança 30% dos contratos de aluguel

Comodidade para o locatário e segurança para o locador são os fatores que mais impulsionam esse tipo de seguro no mercado brasileiro

Oseguro defiança locaticia,que garante

fiança neste ano na maior capital do país: 24,18%, em janeiro, para 30%, em julho. "O seguro fiança como garantia de locação vem crescendo de forma extraordinária, porque os corretores de imóveis têm plena confiança no produto", afirma.

Ele destaca que até há pouco tempo os profissionais do mercado imobiliário eram reticentes ao uso dessa modalidade de garan-

tia, em razão da total falta de informação. O problema, afirma, foi resolvido com uma série de palestras sobre as características do produto realizadas em todo o estado de São Paulo por um período de dois anos.

•Adilson Nerí:

"O inquilino evita o constrangimento de pedir favor a fiadores e os proprietários ficam seguros do recebimento dos aluguéis"

o pagamento do aluguel no caso de o locatário se ver impossibilitado de cumprir suas obrigações, vem se destacando na preferência de proprietários e imobiliárias como garantia de locação. Dados estatísticos do mercado segurador indicam um cresci mento médio anual da ordem de 50% nos últimos dois anos, sendo que já em 2008 a tendência é de superar esse patamar. Levanta mento feito pelo Conselho Regional de Corre tores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP) ates ta que em julho passado (último mês de aferi ção dos dados) o seguro fiança foi adotado como garantia em 30% dos contratos de alu guel firmados na capital paulista - em 2005, esse número era inferior a 8%.

Aspectos como comodidade para o loca tário e maior segurança para o locador são apontados por especialistas como principais fatores a impulsionar o aumento da contrata ção desse tipo de seguro. "O produto é vanta joso para todas as partes. O inquilino evita o constrangimento de pedir para outras pessoas que sejam suas fiadoras e os proprietários e imobiliárias ficam seguros de que receberão o valor dos aluguéis", analisa o diretor de Ramos Elementares da Porto Seguro e tam bém membro da Comissão de Crédito, Segu ro e Garantia da Federação Nacional de Segu ros Gerais (FenSeg), Adilson Neri Pereira.

Para o proprietário do imóvel, as vanta gens do seguro fiança são: garantia da locação até a extinção do contrato (mediante renova ções sucessivas); certeza do recebimento do aluguel e encargos, em caso de não pagamen to pelo inquilino; possibilidade de assistência jurídica gratuita; eliminação do risco de acei tação de fiadores ou inquilinos profissionais; coberturas opcionais de danos ao imóvel e

multas contratuais. Já para o inquilino, os benefícios são: fim da procura por um fiador; descontos progressivos nas renovações; e pagamento parcelado do seguro.

Questão cultural Segundo Adilson Neri Pereira, o volume de contratação do seguro fiança poderia ser maior não fosse a questão cultural. "Há pou co mais de 20 anos, ser fiador de alguém era uma questão de status", argumenta, ressaltan do ainda que a procura pelo seguro fiança é maior por parte das imobiliárias. Mas a resis tência em sua aceitação por parte dos pro prietários de imóveis tende a mudar com a maior consolidação do produto, acredita o diretor da Porto Seguro.

Os números mostram que a aceitação do produto no mercado imobiliário parece incontestável, sinalizando excelentes possibi lidades de crescimento nos próximos anos. A avaliação é do presidente do Conselho Regio nal de Corretores de Imóveis, seção São Pau lo (Creci-SP), José Augusto Viana Neto, e tem por base a evolução das vendas do seguro

Também foi definitiva a contribuição das seguradoras, que adequaram o produto às necessidades do mercado. Entre outros itens, José Augusto Viana Neto cita a compatibilização do prazo de vigência da apólice do segu ro (12 meses) com o do contrato de locação (30 meses), estendendo a garantia por todo o período de aluguel do imóvel. "O contrato do seguro vencia antes do de aluguel e não tinha renovação automática, deixando o proprietá rio sem garantia", argumenta.

Maturidade do produto

ALUGUEIS DIVIDIDOS POR TIPOS DE CONTRATOS:

Garantias adotadas em contratos de aluguei ua cidade de São Paulo

Adilson Neri Pereira acha que o cresci mento das vendas se deve também à maturi dade atingida pelo produto e reconhece que hoje o maior entrave ao seu desenvolvimento ainda é o desconhecimento, por parte de uma boa parcela dos clientes, dos benefícios do seguro. Quando estes se tornam conhecidos, proprietários, imobiliárias e inquilinos pas sam a aderir à modalidade de cobertura. O diretor da Porto Seguro lembra que o índice de sinistralidade varia entre 50% e 60%.

Para o presidente da Creci-SP, o custo é o principal aspecto observado pelo locatário na escolha do modelo de garantia. Mas acre dita que atendência é de redução dospreços na medida em que o produto se consolide no mercado. "Já tivemos um grande avanço. Atualmente, o valor da apólice deste tipo de garantia, na média, é o equivalente a 1,2 alu guéis por ano, que pode ser parcelado em até 12 vezes."

Sua expectativa é de que, no médio e longo prazos, ocorrerá a total substituição das modalidades de garantia hoje praticadas no mercado imobiliário pelo seguro fiança. O que já vem se comprovando, com o uso cada vez menor do depósito fiança, que é vinculado à caderneta de poupança, e a redução do índice de utilização do fiador pessoa física. De acordo com os números da Creci-SP, o uso dessa última modalidade de garantia na capital de São Paulo caiu de 49,83%, em novembro de 2005, para 45,57%, em julho deste ano. ▲

•José Augusto Viana: "O seguro fíança vem crescendo de forma extraordinária, porque os corretores de fmóveís fém plena confiança no produto"

FIANÇA LOCATÍCIA
cs Arquivo Porto Seguro
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Julho de 2008 R$ Bilhões Depósito Seguro Rança Rador Novembro de 2005 R$ Bilhões Depósito
Seguro
42,56
Rança Rador Fonte: Creci-SP
"1 (
CB Arquivo Pessoal
64 Julho Agosto ■ Setembro 2008 ■ Revista de Seguros - n" 866 65 Julho ■Agosto Setembro2008 -RevistadeSeguros n"S66

"O Seguro através dos tempos"

O percurso histórico da atividade seguradora

Olivro AHistóriadosSegurosdoBrasil,de

Alexis Cavichini,com osjornalistas Denise Bueno, Jorge Clapp, Paulo Amador, Ubiratan Solino e o economista Fernando de Mello, representa um marco para o mercado segurador brasileiro. Bem escrito, revela uma pesquisa séria e detalhada, que com certeza vai render bons frutos. A precisão de dados estatísti cos, numéricos e contábeis vem contribuir com subsídios sólidos aos estudos da área. Traça todo o percurso da atividade seguradora, desde o Código de Hamurábi, que reinou na Babilônia em tomo de 1700 a.C. e procurou proteger as caravanas dos riscos; desde os mercadores gregos e romanos, que se precaviam de perdas através do princípio de mutualização; até a modernida de. Relata também a implantação da Companhia de Seguros Boa Fé, em 1808, assim que D. João VI aportou nesta terra.

O IRB - Instituto de Resseguros do Brasil nasceu na era Vargas com o intuito de naciona lizar a atividade. Hoje, conhecido como IRBBrasil Re, é uma sociedade de economia mista sob controle da União e se responsabiliza por atividades de alto risco como exploração de petróleo, lançamento de satélites, grandes pro jetos industriais. Lembrem-se o afundamento da plataforma da Petrobrás P-36, em 2001, o acidente de um alto forno da CSN, em 2006, a queda do avião da TAM,em 2007. As ações das três empresas despencariam, não mantivesse o seguro a sua valorização.

Regulamentada em 1964, a profissão de cor retor de seguros se solidificou. Em 1975, foi fun dada a Fenacor (Federação Nacional dos Correto-

res de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das Empresas Corretoras de Seguros e Resseguros).

Em 2007, pela primeira vez, um corretor de segu ros assumiu o comando de um órgão regulador do mercado, a Superintendência de Seguros Pri vados (Susep): Armando Virgüio dos Santos Júnior. Entre os executivos que se destacam no mercado figuram Antônio Carlos de Almeida Braga, João Régis, Jorge Hilário Gouveia Vieira e muitos outros nomes, cujos retratos e breves bio grafias humanizam o relato de Alexis Cavichini.

Autor

Editora:

Suma Econômica

Rio de Janeiro:

COP, 2008

Em 1969, a Federação Nacional de Empre sas de Seguros Privados e Capitalização passa a ser conhecida como Fenaseg, com o fito de reordenar a instituição seguradora. Em 1971, por ini ciativa de José Lopes de Oliveira, então presiden te do IRB, é criada a Fundação Escola Nacional de Seguros (Funensegj, a fim de qualificar profis sionais para o mercado. Apartir de 2006, foi cria do um curso de nível superior em Administra ção, com ênfase em seguros e previdência, res ponsável por programas de incentivo à pesquisa e à produção de literatura específica.

De leitura agradável, além das belas ilustra ções, a obra informa era caixas bem equaciona das a respeito de filósofos, cientistas, pintores, vultos históricos e fatos curiosos. Ao aprofundar a abordagem do seguro saúde, de vida e de auto móveis, inscreve-se como referência entre quem valoriza nosso merecido conforto. "

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SulAmérica associadaao INGAí)

BIBLIOTECA
LÚCIA MARIA MÜUTINHO RIBEIRO
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- A HISTÓRIA DOS SEGUROS NO BRASIL
LÚCIA MARIA MOUTINHO RIBEIRO - é doutora em Letras Vernáculas pela Faculdade de Letras-UFRJ (1989). Professora de Língua Portuguesa da UNIRIO, de 1999 até a presente data. Coordenadora de Língua Portuguesa Instrumental do Curso a Distância de Licenciatura em Pedagogia do Consórcio CEDERJ/CCH/UNiRIO, de 2007 até a presente data. Professora e pesquisadora de Literatura Portuguesa da Faculdade de Letras da UFRJ (1980-1998).
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66 Agosio - Setembro 2008 - Revista de Seguros - 866
5 EXCÊLENOIA,QUALIDADE E SEGUmNÇA ABnote SfUSM. VAt DA e M TOPOO TgflBlT QftQ W AL NEIRO i^APÚaUCA CiO&ViL : 4:r-. V «twATamòéiiiéwii t£i W7 mceanao ISENTO LIDERANÇA EM SERVIÇOS 6RAFIG0S www.abnote.com.br Matriz e Fábrica Rio Fábrica São Paulo Fábrica Sorocaba Rua Peter Lund, 146 São Cristóvão CEP.: 20930-390 Rio dc Janeiro - RJ Tc].:(21)3479-9100 Fax.:(21)3479-9109 Estrada do Ingaí,200 Barucri CEP:06428-000 São Paulo - SP Te].:(ll)4772-7800 Fax.:(l 1)4789-5408 Rua Laura Maiello Kook,551 Ipanema das Pedras CEP: 18052-580 Sorocaba - SP Tel.:(15)3412-61Ü0 Fax.:(l5)3412-6342 Fábrica Erechim Rua Lenira Galli, 450 Distrito Industrial CEP:99700-000 Erechim - RS Tel.:(54)2107-2600 Fax.:(54)2107-2687 Trust Impressores de Segurança Ltda Rua Jandaia do Sul, 1073 Vila E. Perneta - Pinhas Paraná - PR CÍLP: 83324-440 Tel.:(41)3525-2700 Fax.:(41)3525-2782
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