T1839 - Revista de Seguros - jul/ago/set de 2007_2007

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REVISTA^SEGUROS

I W ' 35milpessoas morrem porano noPatsem addentesdetrdmito A malariaedejove'nsqueacabaram detirara habilitagdo^^^m As motoddetasid respondem porqua$e25%das mortes^HH^^ GOVERNOLAN^A ESSETRISTEQUADRO MINISTRO DAS CIDADES,MARCIO FORTES,DIZ QUE GARANTiR A SEGURANQA NO TRANSITO E DEVER DO ESTADO r

qualific^^a para ; 'sua emprie.sa

0 Amigo do Seguro e uma agao de responsabilidade social, criada para dar oportunidade de quallficagao profissional a jovens, entre 16 e 20 anos, que cursam o Ensino Medio em escolas publlcas.

0 Programa e desenvoivido pela parceria Funenseg / CIEE e conta com a participaqao das empresas do Mercado de Seguros. Muitos aiunos estio em fase final ou ja completaram o curso de qualifiagao do Programa Amigo do Seguro na Funenseg em Campinas, Curitiba, Distrito Federal, Goiania, Recife, Ribeirao Preto, Rio de Janeiro e Sao Paulo.

Eles estao capacitados paia estagiar em corretoras, seguradoras e prestadoras de services do mercado de seguros. Poresta razao estao no banco detalentos do Programa, a espera de um Estagio, que pode ser a grande chance de suas vjdas.

Ao contratar um estagiario, os unicos encargos que a empresa assumira serao a bolsa-auxflio e a Contribui^ao Institucional ao CIEE. Esta ultima incidira uma unica vez e sera paga no momento em que as organizagoes celebrarem os termos de Compromisso de estagio dos estudantes aprovados para participarem do Programa.

udantes do Amigo do Seguro sao: , ,,

•' Administragao dos processes relacionados a ; . contratacao do estagiario pe|p CIEE, de acordo com a , legislagao vigente;

* Estagiario com seguro contra aCidentes pessoais fornecido pelo CIEE v

'Projeqao da imagem da empresa per sua

a formagao de cidadaos brasileiros;

Contribuigao da empresa no processo educacional do jovem per meio do Programa de Estagio, auxiliando no seu desenvolvimento profissional.

Sumdrio 8 16

£WIB£1^/SJ 0escritor ejornalista

Jose Mindlin fata de sua receita para se chegar aos 93 anos com saude

IRANSJIO

As mortes em acidentes nao param de crescere agoes de seguranga ganham prioridade no Governo

CQKSEGUBCL

Evento debateu cendrio economico e apontou novas oportunidades de negdcios para o mercado de seguros

TECNQLOGIA

Sistema financeiro, incluindo as seguradoras, responde por20% dos gastos com Tl no Brasil

LONGEVIDADE

Aumento da expectativa de vida traz mais consumidores para 0 mercado e pode impulsionar pianos de previdencia

30

EEGURQS^CRISIS.

A crise no mercado imobilidrio norteamericano afeta a Bovespa,mas os segmentos voltados para a poupanga de longo prazo espacam da turbulencia

caritaliza<;acl^

Segmento cresceu 8,8% no primeiro semestre e novas regras podem representar possibilidades ilimitadas

SUS£P^.

Novo superintendente promete uma atuagdo firme,imparcial e equiiibrada e um didlogo franco com o setor privado

SAUDL

Estudo revela a incidencia de problemas cardiacos em criangas por causa da alimentagao e sedentarismo

EMAIS,,, 4A0LEIT0R

36 BIBLIOTECA

37FUNENSEG

38 OPINIAO

AI" ^ ^ M Federagao Nacional das Empresas de r©n3S6y Seguros Privados e de Capitalizagao

Adote um estagiario do Programa Amigo do Seguro. Entre em contato: Belo Horizonte|Angela Leopoldino ] angelarcdimes-mg.com.br ou (31) 3272-1700

Blumenau |Marizeli Boldo|nuclG0sc@funen5eg.org.br ou (47)3326-7105

Campinas ] Deborah Carlas|apolocampinas@funenseg.org.br ou (19)3272-6142

Curitiba Alzira Muller|nucleopr@funenseg.org.br ou (41) 3264-9614

Distrito Federal|Rosiane Rocha|nucteodf@funenseg.org.br ou (61) 3323-7032

pragrarna AMiGD do 5EGUR0

Goiania|Duaine de Almeida|apoiogoias@funenseg.org.br ou (62)3945-1210

Recife|Cristiana Noblat|nuclGope@funenseg.org.brou (81)3423-1134

Ribeirao Preto [ Sonia Bassi|apoiorbpreto@funenseg.org.br ou (16)3620-2200

Rio de Janeiro|Jiinia Pinto|junia@funensGg.org.br ou (21)3132-1043

Santos Andrea Justo 1 apoiosantos@funenseg.org.br ou (13)3289-9852

Sao Paulo ] Sonia Regina|nucelosp@funenseg.org.br ou(11)3105-3140

a•■RESIDENTE:

JoaoElisioFerrazdeCampos

VICE-PRESIDENTES; Casimiro Blanco Gomez, LuizTavares Pereira Filho, Nilton Molina, Olavo Egydio Setobal Junior, Oswaldo Mario Pego de AmorimAzevedo e Renato Campos Martins Filho.

DIRETORES; Aritonio Eduapdo Marquez de Figueiredo

Trindade.Federico Barogiio, Jose ismar AivesTorres, Jose Luiz Vaiente da Motta, Mauro Cesar Batista, Sidney Gongaives Munhoz eViison Ribeiro deAndrade.

CONSELHO FISCAL

Membros Efetivos: Jorge Carvalho,LucioAntonio Marquese Marivaldo Medeiros.

Supientes; Jose Maria Souza Teixeira Costa e Luiz

Pereira de Souza

CONSELHO CONSULTIOO

PRESIDENTE; Joao Elisio Ferraz de Campos

Membitis: Acacio Rosa de Queiroz Rlho, Antonio Cassio dos Santos, Carlos dos Santos, Francisco CaiubyVIdigai, Federico Barogiio, Jayme Brasil Gaifinket Joi'ge Estacio da Siiva, Jose Americo Peon de Sa, Jose CastroAraiijo Rudge, Jose IsmarAives Torres, Luis Emiiio Maurette, Luiz Carlos Trabuco Cappi, Mario Jose Gonzaga Petrelli, Jose Roberto Marmo Loureiro, Nilton Molina, Osvaldo Nascimento, Patrick Antonio Claude de LarragoitI Lucas, Pedro Pereira de Freltas, Pedro Purm Junior e Ryoji Fujil.

Membros Nates: Alberto Oswaldo ConSnenlino de Araiijo, Antonio Tavares Camara, Joao Gilberto Possiede, Luiz Tavares Pereira Filho,Miguel Junqueira Pereira, Mucio Novaes de Albuquerque Cavalcanti, Paulo Liickmann e Paulo Miguel Marraccini.

REVISTADESEG'JROS drgaoInformabvoda Federagao Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalizagao -

PUBLICAgAO INTEGRANTE 00

CONVENIO OEIMPRENSADO MERCOSUL - CCPREME, Em conjunto com SIDEMA (Servigo informativo do Mercado Segurador da flepiiblica Argentina), EL PRODUCTOR (Publicagao da Assoclagao de Agonies e Produtores de Seguro da Republica Oriental do Umguai) e Jomal dos Seguros (Publicagao do Sindicalo dos Corretores de Seguros e de Capilaiizagao do Estado de Sao Paulo).

CONSELHO EDITORiAL

Membros: Angela Cunha.Geraldo Bolda, Luiz Alberto Costa, Neival Rodrtgues Freltas, Solange Beatriz Palheiro

Mendes

Editor-chefe: Angela Cunba (MTb/RJt2.555)

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Escrttdrio Fenaseg/BrasfllaSCM'Ooadral/Bloco C - Ed. Brasilia -

Trade Center - sala 1607

Grafica: Wal Print

Distribolgao: Servigos Gerais/Fenaseg

Periodlcldade: Trimestral

CIrculagao: 5 mil exemplares

As ntalerias e art/gos assinados saoderesponsabilidadedosautows.As materiaspubiicadas nesta edigao podeni set reprododdas se ideoliticada a lonte.

Dlstribuigao Grabilta

ESCOLA NACIONAL de SEGUROS h Mao-de-t)bra •ii ^
y,-W"
'Ir'-
Centre de Integra^ao Empresa Escola
tbenefi'cios para as empresas que contraEarem . ^
iresponsabilidade social,ao contribuir com
AABBUE Julho ■ Agosto Setembro2007 -Revista de Seguros

Consegurogera edigao especial

I

Circula,com

esta edigao da Revista de Seguros, um

documento especial sobre a 4a Conseguro — Conferencia Brasileira de Seguros, Resseguros, Previdencia Privada, Saude Suplementar e Capitaliza^ao. O evento, realizado no Rio de Janeiro de 12 a 14 de setembro, superou as expectativas tanto em termos de participantes quanto na qualidade dos paineis, palestras e debates.

Sua abertura, que aconteceu na noite do dia 12 e recebeu um publico superior a 600 pessoas, foi prestigiada pelo governador do Estado do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, e pelo ministro do Planejamento, Orgamento e Gestao, Pau lo Bernardo, entre muitas outras autoridades.

A edigao extra caracterizada como documento especial procura retratar todas as discussoes que pautaram a 4^ Conseguro e traz tambem informes adicionais com o objetivo de ampliar a visao e aprofundar os temas abordados no evento.

Na edigao normal, pego sua atengao especial para a materia Pais quer frear mortes no transito", sobre um problema grave que todos nos, poder publico e sociedade, precisamos enfrentar com determinagao. Nao e mais possivel conviver com essa tragedia, que e cada dia maior e tem trazido tanta dor e prejui'zo para as famflias e para o Pals. A

Destaque

Escritore empresdrio

Viver mais e melhor

O evento superou as expectativas tanto em termos de participantes quanto na qualidade dos paineis, palestras e debates

AOS93anos,JoseMindlin

i'

w Esta edigao traz tambem uma materia especial sobre a conquista de maior expectativa de vida em varies paises do mundo,inclusive o Brasil, onde mulheres e homens deverao chegar a media de 73 anos,em 2025,segundo dados da Organizacao Mundiai da Saude(OMS).

^em de exigir mudangas de habitos alimentares e ffsicos para garantir um envelhecimento mais saudavel, este novo panorama-tambem impulsionado pela queda da mortalidade

nova Dos^iS°

®

^e consumidores e abre segmen?o de Pnd!!! fundamentalmente o segmento de rendas vitalicias. Nao deixe ler a reportagem a partir da pagina 22 A

■< Vsucesso da boa forma esta em simplesmente serfefize nao se levarmuito aserio"

e o hoinem das palavras. Um dos maiores bibliografos do Pais, dono de uma biblioteca particular que reune mais de 38 mil titulos, entre livros e documentos, recorda-se com nitidez e um brilho contagiante no olhar os acontecimentos que mais marcaram sua vida. A paixao pela leitura veio do bergo, mas ele adquiriu seu primeiro livro num sebo, aos 13 anos, e na decada de 40 comegou a formar sua biblioteca no quintal de casa, enJ Sao Paulo. Cada uma das suas historias t contada com paixao e simpJicidade. Escritor. jornalista, advogado e empresario bem-sucedido, Jose Mindlin nasceu na capital paulista, em 1914, e conviveu com a esposa Guita por quase

70 anos, a quem ele se refere como a mais importante conquista de sua vida. Guita faleceu no ano passado e, apesar, do baque emocional, ele continua sua trajetoria com a serenidade e a saiide de poucos. Seu medico aposta que ele chegara aos 100 anos. "E uma aposta muito interessante apenas para o medico. Se ele perder e eu morrer, nao recebo o premio, E se ele ganhar, terei de pagai. Por isso achei melhor nao apostar nada", conta, divertindo-se.

Alias, para ele, o segredo P^ra chegar aos 93 anos em toima e nao se levar tao a serio. Aqueles outros conselhos basicos, como nao fumar, nao beber e fazer excrcicios, foram seguidos duiante toda a vida. Entrelanto, o multifacetado Jose Mindlin acredita que o sucesso da boa forma esta em simplesmente ser feliz.

Ao Leitor
/
'Yi'T't " Entrevista ANTRANIKASARIAN , I- r T ' tf•^ V' ' I
Jose Mindlin
"Meuspapeis dizem que tenho essa idade,mas nao tamo conhecimento dela e continue minha vida"
Leticia Tavares I.
R«v/sta de Seguros•Julho ■ Agosto - Setembro2007
'V A" .lultio AgirsV Snffmliro 2007 - Rtfelsto 4e

Existe alguma receitapara chegar aos93 anos com tanto vigor?

Essa historia de 93 anos e um fato cronologico, meus papeis dizem que eu tenho essa idade, mas eu nao tome conhecimento dela e continue a minha vida normalmente. Isso nao e propriamente uma receita, mas eu acho que essa historia de nao me tomar a s&io, sempre arrumar tempo para fazer o que gostava — mesmo durante as atividades da Metal Leve — me fizeram chegar ate aqui. Tive, no ano passado, um baque emocional for te. Entretanto, virei a pagina. Eu procure nao criar jtuzo, porque nele ha muitas restri^oes.

Como 0 senhor cuida de sua saude?

Durante toda a minha vida, sempre fiz muito exerci'cio e ginastica. Nunca comi ou bebi em excesso. Ultimamente nao tenho me exercitado tanto, mas caminho pelo jardim de casa e continue seguindo as regras na aIimenta9ao. Acredito que o fato de nunca ter sido muito ambicioso ou deixar as coisas acontecerem naturaJmente me ajudou a chegar ate aqui com disposi^ao. A conquista de uma radeira na Academia Brasileira de Letras aconteceu naturalmente e nada na minha vida mudou depois disso. Imortalidade e iiusao.

Comofoi sua infdncia?

Eu cresci em um ambiente culmral. A preferencia dos meus pais era per artes plasticas, mas na minha casa existia uma boa biblioteca com livros de leitura corrente e ciassicos. Eles liam muito. Eu poderia dizer que nasci interessado nos livros, porque herdei a paixao de meu pai pela arte. Aos 13 anos, meu amor pela leitura me fez explorar os sebos. Eu morava na

rua Marqu& de Paranagua e ia para a cidade sozinho de bonde. Era ti'mido, mas arrojado quando crian9a. E meu interesse pelos sebos surgiu principalmente por que encontrei em um deles uma edi^ao portuguesa do Discurso sobre a historia universal de Jac ques Bossuet, publicado em Coimbra, em 1740.

De onde veio sua paixao por Brasiliana?

Muitas vezes nao somos nos quern procuramos o livro, mas ele e que nos procura

anos de forma^ao, em 2007, e nunca foi planejada.

Quantos tttulos a biblioteca tern hoje?

Trinta e oito mil ti'tulos, entre livros e documentos. Parece mui to, mas uma vez eu e a Guita estavamos no Vaticano visitando a biblioteca com um curador amigo e eu perguntei para ele quantos ti'tulos tinham all. Ele me disse que nao sabia, pois mediam por quilometros!

O senhor continua comprando livros?

Sim, mas bem menos. Hoje eu vou pouco aos sebos. Na maioria das vezes me oferecem um livro e eu aceito, claro. E uma compulsao meio patologica que da prazer e e incuravel. Temos problema de espa^o aqui. Nos instalamos nossa biblioteca quando viemos morar nesta casa em 1948. Ha 60 anos moramos na mesma casa e infelizmente minha mulher, a Guita, faleceu no ano passado.

Qualfoi0papelde sua esposa na construgao da biblioteca?

porque o comercio de livros e bem diferente dos outros.

Como conheceu a Guita?

Ela foi minha caloura na faculdade de direito. Um belo dia, vi uma mo9a loura, no patio, cercada de rapazes tentando convence-la a entrar em um dos partidos acadA micos. Eu olhei para ela, entrei na roda e disse. "Tudo Lsso e bobagem. Se voce quer um bom partido estou aqui". Ela me levou a sAio e ali come90u o namoro.

Editor, jomalista, advogado e empresdrio. De todas as atividades exercidas, qual delas Ihe deu mais prazer?

Todas elas. Aprendi muito com cada uma, mas nunca me deixei envolvcr demais em nenhuma dessas coisas para ter um tempo para a fami'lia e para a leitura, minhas grandes alegrias. Durante muitos anos, ate os 70 anos mais ou menos, eu lia uma mddia de ICQ livros por ano.

Essapaixaopelos livrosicompartilhada pelafamtlia?

no. Passamos por uma ditadura cruel no Estado Novo. Eu tinha muitos amigos mineiros que eram bons articuladores da oposi9ao e participei disso tambem. E quan do o Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial tornei-me um dos diretores da Congrega9ao Israelita Paulista (CIP), pois a lei nao permitia estrangeiros nas diretorias. Nessa epoca, nos recebemos oferecimento de muitos refugiados para colaborar, engenheiros, medi-

tando do teatro com, a Guita, encontrei duas pessoas do Departamento de Ordem Polftica e Social (DOPS) me esperando na porta de casa. Fui "convidado" a prestar declara9oes e fiquei no xadrez por 48 horas. Depois nos soltaram sem sequer um pedido de desculpas, uma palavra. Foi uma experiencia horn'vel.

Quais foram os grandes desafios na Metal Leve?

Quase ao mesmo tempo em que comecei a explorar os sebos, ganhei de presente de aniversario de uma tia a historia do Brasil do Frei Vicente do Salvador, um cronista do seculo 17. E a edigao era da Editora Melhoramentos, com uma otima bibliografia e floras. Essa leitura marcou o inieio da minha paixao por livros sobre o Brasil. Essa paixao e diferente de outras. E incuravel. Tan to que a biblioteca completa 80

Com ela, tive uma rela9ao de parceria e companheirismo total. Ela tambem gostava de let e eu nunca precisei entrar em casa com um livro escondido. Ela compartiIhava comigo as aventuras de garimpagem que sao muito curiosas e uns dos grandes prazeres da forma9ao da biblioteca. Muitas vezes nao somos nos quem procu ramos o livro, mas ele que nos pro cura. Entao, quando eu e Guita viajavamos para o exterior, a primeira coisa que fazi'amos era ver nas paginas amarelas quais eram os antiquarios e tratar de visita-los. Assim acabei fazendo boas amizades pessoais com os antiquarios.

Sim. Cada um dos meus netos esta formando sua biblioteca. Tenho duas bisneras com 6 anos que ja tem o seu conjunto de livros porque cresceram em meio a leitu ra, como eu cambAn cresci. Eu e a Guita tinhamos o hdbito de let depois do jantar. Sentavamos na sala e as duas filhas maiores,com 8 e 9 anos, ficavam lendo nunbem. A fam/lia toda elogiava o interesse delas e, um dia, nosso ca9ula protestou dizendo; "eu tambem gosto de let, so que eu ainda nao sei"!

Durante o Estado Novo o senhor defendeu os imigrantes. Quais as lembrangas dessa ipoca?

Eu sempre flii contra o gover-

Durante toda minha vida,fiz muito exercfcio egindstica.Nunca

comiou bebi em excesso

cos, mecanicos. E, entao, eu procurei um coronel, chefe do recrutamento,e transmiti o oferecimen to. Ele agradeceu e disse que se fos se preciso pediria ajuda. Nesse meio tempo, um jornal do Rio publicou uma noti'cia de que estava sendo formado um batalhao judeu em Sao Paulo O ministro da Guerra ligou, entao, para o comandante da regiao miliiar para saber que historia era aquela. E nao havia nada! Mas um dia, vol-

Eu me tornei um empresario por acaso, ajudando a organizar e formar a empresa com amigos e clientes meus. Na epoca, eles tinham a op9ao de um fabricante alemao para fornecer equipamento, assistcncia tecnica e o tempo de um ano para se organizarem. O grupo Klabin'ia financiar o empreendimento. O meu papel era simplesmente cuidar da parte jun'dica para que o negocio desse certo. Qua se um ano depois, o grupo Klabin Klabin desistiu do financiamento. Eu entao procurei um grande amigo, ex-diretor da biblioteca do Itamarati, que assumira a diretoria do Banco de Credito Real de Minas Gerais e conseguimos o credito. Nos crescemos com o Brasil e ajudamos o Brasil a crescer. Foi um periodo muito estimulante. Quando colocamos a Metal Leve >i venda, no governo Collor, foi uma decisao dificil do ponto de vista emocional, mas do ponto de vis ta racional era o que devia ser feito. Durante todo o pen'odo em que estive na Metal Leve, a minha vida nao mudou muito, a biblioteca no fundo era mais import-ante do que a empresa e eu nao deixei que as atividades empresariais roubassem o meu tempo dos livros e da fami'lia. A.

■■
Entrevista
Revlsta de Seguros - Julho Agosto Setembto 2007 f
ANTRANIK ASARIAN ANTRANKASARfAN
4('tA f Ailhc'Agosto iemnb>o 2007 - Revista de Seguros 7 I ri-"

Paisquerhearmcrtesno transito

^NaSemana do Transito,o Pafs parou para discutira adoqao de medidas de cardterpermanente e evitara perda de mais vidas

Marcia Alves

Entre2000e 2005,o mimero de acidentes de transito com vi'timas no Pai's subiu de 286.994 para 383.371, um aumento de 33,6%. Apenas em 2005, o Departamento Nacional de Transito (Denatran) registrou 35 mil mortes no asfalto. Seria como se a cada dois dias cai'sse um boeing com o mesmo mimero de passageiros que morreu no maior desastre aereo do Pafs, em Sao Paulo, no mes de julho. Esses dados tragicos foram reunidos no livro "Acidentes de Transito no Brasil - Um Atlas de sua disttibuigao" - organizado pelas pesquisadoras da Universidade de Sao Paulo (USP)

Eduardo

Biavatis:

"Ou todos nos protegemos,ou continuaremos acontarnossos monos no transito todos anos" a

Maria Helena de Mello Jorge e Maria Sumie, a pedido da Associa9ao Brasileira de Medicina de Trafego (Abramet)- que ganhou repercussao na mfdia durante a Semana Nacional de Transito, realizada em setembro em diversos locais do Pafs. O objetivo do livro e acabar com a desculpa de que no Brasil nao ha dados que justifiquem a^oes concretas para reduzir os indices da selvageria em que se transformou o ato de dirigir no Pafs. Os aci dentes de transito no Brasil tiram, em mddia, a vida de 98 pessoas a cada dia e causam um prejufzo anual de R$ 28 bilboes. Os dados sao da Associa-

Embora esse evento concentre os deba tes em torno do problema, a boa notfcia e que as agoes nao estao restritas a sete dias no ano. O governo, pot meio dos Ministerios da Saiide, das Cidades e do Transpor tes e tambem dos drgaos de transito ligados ao Conselho Nacional de Transito (Conttan), tem realizado iniimeras a^oes permanentes para educar e prevenir a popula^ao, especialmente os jovens, dos perigos do transito. O ministro das Cida

des, Marcio Fortes, afirmou que esse e um assunto prioritario de sua pasta. Por meio do Contran, 6rgao vinculado ao ministerio, ele informa que foram estabelecidas iniimeras diretrizes para a seguran^a veicular e preven^ao de acidentes.

A mais recente, a Resolu9ao Contran 219/07, ataca de frente o grave problema dos acidentes cnvolvendo motociclistas, que aumentaram quatro vezes mais que o volume da frota, que tambem nao para de crescer. A resolu^ao estabelece uma scrie de requisitos de segutan^a para o

O Trdgico recorder 6,1 mil vitimas de acidentes de moto atendidas em 2006, no Hospitalde Pronto-Socorro Jodo

XXIII.em Belo

Horizonte - 60% a mais do que o numero de feridos em colisoes de veiculos

m irabalho de motofrete, como a obrigatoriedade de faixas retrorefletivas para o capacete e bau, favorecendo a maior visibihdade desses vefculos no transito. O governo federal tambem demonstrou sua preocupa9ao com a continuidade das a^oes. O ptesidente Luiz Inacio Lula da Silva assinou um decreto instituindo o Comite Nacional pela Saiide, Seguranga e Pa?, no rransito, cuja atribui^ao setd formular e implantar polfticas piiblicas integradas e permanentes relacionadas a seguranga no transito.

Transito I' .' ij.'v;
t v:'; ' '' v.x, ' \
9ao Nacional de Transportes Publicos (ANTP).
Julho - Agosro Sctombm 2007- Hgvlsta diSeguros

0Detran do Rio deJaneiro assinou urn termopeiapaz no transito para unificar esforgos nas areas de educagao, comunicaqdo elogfstica

Oalvo dos programase a juventude

Na Camara dos Deputados, a Conferenda Nadonal dos Bispos do Brasil(CNBB)e a Frente Parlamentar em Defesa do Transito Seguro,lan9aram a cartilha"Os Dez Mandamentos do Transito Seguro",contendo orienta^oes sobre como se comportar no trdisito, que sera distribui'da por cerca de 10 mil paroquias da Igreja Catolica, em novembro.

Nao por acaso,"O Jovem e o Trdisito" foi o tema da Semana Nadonal de Transito. A diretriz partiu da Organiza9ao Mondial da Saude (OMS), segundo a qual os jovens representam quase metade dos mais de um

Mais motos,mais acidentes

^ Esta havendo uma explosao no consumo de motocicletas no Pais. De acordo com a Federagao Nacional da Distribuigao de Veiculos Automotores(Fenabrave), nos oito primelros meses deste ano, 1.068.161 novas motocicletas foram emplacadas, contra 820.695 registrados ate agosto de 2006.Apenas no mes de agosto,foram comerciallzadas 172.306 motos, contra 98.042 unidades vendldas em julho, o que representou um aumento de 75,7% nas vendas.0 probiema e que os acidentes superam em muito a proporgao de aumento da frota.0 Atlas dos aci dentes de transito mostra que,entre 1996 e 2005, enquanto a frota de motos cresceu 75%,a taxa de mortes para cada cem mil habitantes aumentou 540%.

Um levantamento feito pela Fundagao Hospitaler de Minas Gerais(Fhemig) revela um tragico recorde;6,1 mil VI imas de acidentes de moto foram atendidas no ano papado,no Hospital de Pronto-Socorro Joao XXIII, em Belo Horizonte, o que representa 60% a mais do que o numero de feridos em colisoes de veiculos. Para o medi co Sergio Franco, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Shot),"a moto e um campo abandonado pela fiscalizagao".a medica Julia Greve do Institute de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clinicas de Sao Paulo, relata sobre a rotina dos aciden tes."Quando cai, o motoqueiro e arrastado por 10,20 metros, rala o osso da perna,tem uma fratura exp'osta com lesao vascular e perda de pele e acaba tendo o membro amputado".

milhao de mortos no transito e dos cerca de 50 milhoes de feridos, em todo o mundo. Entre 18 e 25 de setembro,em diversos pontos do Pafs,foram desenvolvidas agoes educativas para conscientizar os jovens em rela^ao ao uso seguro das vias publicas. Em Sao Paulo, por onde trafega a maior frota de vetculos do Pars e onde tambem e maior o mdice de acidentes de transito, os estudantes de 40 faculdades foram o alvo da campanha"O Jovem e o Alcool - Guia para uma balada segura", promovida pela Companhia de Engenharia deTrafego(GET),na qual foram. distribufdos 150 mil folhetos com mensagens de alerta. Ainda durante a semana, foi lan^ado o "Documento de Compromisso das Empresas de Sao Paulo pelo Transito Seguro na Contrataqao de Servi90s de Motoffete".

No Rio de Janeiro, apesar de o periodo ter sido marcado pela ocorrencia de tragicos aci dentes, que deixaram um saldo de oito mor-

A jornalista deixa o carro na garagem,nos finals de semana,para passear com s ua motocideta de alta cilindrada

tos, o Departamento de Tr^sito (Detran) assinou o termo "Pacto Sem Fronteiras Pela Paz no Transito",com representantes do setor piiblico e privado, para unificar esforgos nas areas de educagao, comimicagao e logi'stica. As capitais de ambos os estados tambem participaram do "Dia Mundial Sem Carro", evento que surgiu na Franga para chamar a atengao da populagao quanto aos perigos do uso intensivo do automovel.

Aqoes permanentes

A maioria dos orgaos de transito do Pais mantem uma programagao permanente voltada a redugao de acidentes. O Detran de Sao Paulo, por exemplo,inaugurou no ano passado a Cidade Mirim para ensinar as criangas a importancia das leis de transito de forma diverdda. Constriu'da em uma area de mil metros quadrados, o local representa, em miniatura, as ruas e avenidas de uma cidade de verdade, por onde passaram, desde o inf-

cio do ano, mais de 2,5 mil criangas de 65 escolas.

A coordenadora de Educagao do Denatran, Juciara Rodrigues, considcra que para perpetuar as agoes de educagao de transito e necessario que as campanhas sejam perma nentes e constantes. "Os jovens, na idade de 18 anos, ou quando tiram a sua permissao para dirigir, se consideram extremamente onipotentes. Portanto, cometem agocs perigosas no transito,como a velocidade e a combinagao de alcool e diregao". Para atingir esse piiblico, ela informou que o Denatran produziu durante os primeiros meses do ano a serie de teve "Transito Consciente", composta por 20 programas exihidos de maigo a agosto pelos canais da TV Cultura em todo o Pais.

Para falar a linguagem dos jovens, o programa caprichou no visual e na fala dos apresentadores, Gabriel Pensador e Luciana Melo. Juciara disse que o sucesso do progra;jig,vvrv:.

O Detran de Sao Pauio inaugurou a Cidade Mirim para ensinar a importancia das leis de transito de forma divertida

A motocideta e um veiculo seguro, na opiniao do presidente daAssociagao Brasileira de Wlotociclistas(Abram), Lucas Pimentel.0 probiema, a seu ver,sao os motoqueiros, aqueles que, diferentemente dos motociclistas, desprezam as regras de seguranga. Mesmo os motoboys, ou motofretes, que trafegam em alta velocidade por conta da pressa exigida na atividade, nao sao os unicos cuipados, a seu ver. A imprudencia e a impericia dos motoristas, segundo ele, e que causam as colisoes,sobretudo, quan do OS condutores nao cumprem urna regra basica de transito, que e sinalizar ao mudar de pista."t um absurdo.0 motorista provoca a morte de um motociclista, presta depoimento na delegacia e.em seguida,e liberado . Pimentel defends uma punigao mais severa e sugere que todos os condutores de motos sejam obrigados a passar por um curso de diregao dcfensiva.

A jornalista Elaine Paganatto faz parte de um gnipo que representa o novo perfil de motociclistas e de oiitro que expoe o aumento da paiticipagao feminina nesse segmento. Nos finais de semana. ela deixa o carro na gara gem, para passear com sua motocideta de alta cilindrada. Mas, nao se descuida da seguranga -"evito sair a noite", diz-8 tratou de adquirir um seguro para seu novo bem, Mas, relata que teve dificuldades. Conseguiu pela Mapfre Seguradora, mas reclama do prego alto. A Mapfre e uma das ties imicas companhias que ofeiecem seguro para motocicletas, ainda assim,apenas para as de alta cilindra da. As outras duas sao a Maritima e a Porto Seguro.

Segundo Jabis de Mendonga, vice-presidente de Auto, a Mapfre opera no seguro desde junho e contabilizava ate setembro cerca mil apolices. Embora revele que esse seguro ainda seja uma experiencia para a compa nhia, disse que acredita no seu grande potencial. Mas, confirmuu que a sinistralidade e alta, cerca de 75%,com maior incidencia de roubo. Ja a Porto Seguro,segurido o gerente de produto Auto, Marcelo Sebastiao da Silva, des de julho passou a oferecer coberlura para motos de 250 cilindradas e segurados acima de 25 anos. Porem,ele disse que em outubro a companhia tambem aceitara cobrir motos de 100 cilindradas,sem restrigao para a ida de do segurado. Ele conta que a primeira estrat^gla sera conhecer melhor o nicho, para, pusteriormente, adequar a precificagao. A

< iLucas

Pimentel:

"E um absurdo. O motorista provocaa morte de um motociclista, ptesta depoimento no delegacia e, em seguida, e liberado"

Transito
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t)Elaine Paganatto:
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A mo Agosto Serembro JOO'- Revisto de Se. guros 11 '"I f'T"

Transito

Para alcangar essepublico dejovens epreciso uma

uma nova abordagem, que atinja a vaidade tipica das adolescentes

ma resultou num hot site, contendo a mtegra da serie, e na produ^ao de material educati ve, que sera distribtudo a 2,5 miUioes de alunos do ensino medio da rede de escolas piiblicas do Pats. O "Jovem e o Tr^sito" tambem sera tema de um seminario que o Denatran realizara em oumbro para discutir a^oes para a redu9a.o do niimero de acidentes e promover mais seguranga. No ano passado, o evento debateu os acidentes de motos, resultando, segundo a coordenadora, em diversas resolu^oes do Contran, que visam tornar esse meio de transporte mais seguro.

Nalinguagem dosjovens

Nada e mais diflcil do que falar ao jovem sobre seguran9a de transito. Eduardo Biavati,. mestre em sociologia e especialista em seguranga no transito, sabe disso. For mais de 10 anos, ele coordenou o Programa de Preven9ao a Acidentes de Transito da Rede Sarah de Hospitais, de Brasilia (DP), periodo no qual

Transito na sala de aula

S Os especiaiistas sao unanimes quanta a solugao para reduzir o numero de acidentes de transito: educagao e fiscalizagao. Entretanto, orientam que para formar futures condutores mais responsaveis a educagao deve comegar na infancia, transmitindo aos pequenos, desde cede, nogoes sobre comportamento e seguranga no transito. Embora a Poii'tica Nacional de Transito determine, desde a sua implantagao, que as escolas incluam o ensino do transito como materia especi'fica ou tema transversal dentro das disciplinas, nem todos estados aderiram ate 0 memento.

0 Rio de Janeiro e uma excegao. Em setembro,o estado langou 0 Projeto de Educagao de Transito nas Escolas. com o intuito de capacitar professores da rede publica para ensinar a materia 'Transito' a partir do proximo ano. Outre que esta um pouco mais adiantado nessa tarefa e o Mate Grosso do Sul, que ja concluiu algumas etapas de sua Politica Estadual de Educagao e Ensino para o transito. Durante a Semana do Transito,o Detran do estado langou quafro cartilhas com a tematica'Transito' para os alunos da educagao infantil, ensino fundamental e ensino medio.0 cartunista Ziraldo produziu os textos e as ilustragoes da cartilha. De acordo com o drgao,o escritor foi escolhido per seu comprometimento com a educagao, na qual dispoe de sua arte para tomar a linguagem acesstvel a todas as idades.

Presente no langamento,em Campo Grande,o cartunista comentou que e "na sala de aula onde se forma o cidadao". Nas cartilhas,Ziraldo usou o seu personagem mais famoso,o Menino Maluquinho, para estimular as criangas a orientarem os adultos para que dirijam sem cometer infragoes. Ele,que ja realizou tra-

apresentou palestras para mais cerca de 300 mil jovens,cuja experiencia no livro "Rota de Colisao". O sociologo acredita que o momento atual e de "desconstrugao", demarcado pelo fim da ascendencia dos pais sobre OS filhos. "Nao ha jovem que se paute pelas regras de educagao dos pais e nem pelas regras do Codigo de Tr^sito".

Para alcangar esse piiblico, Biavati sugere uma nova abordagem, que adnja a vaidade tipica dos adolescentes. Na pratica,ele procura mostrar aos jovens como, em fragao de segundos,o corpo deles pode perder a forga e a beleza da juventude. Mesmo admitindo que a violencia do transito tende a aumentar, por conta, inclusive, da invasao maciga das motocicletas que esta mudando a composigao da frota e o padrao de acidentes, ele acre dita que a educagao e a fiscalizagao sejam a solugao."Ou todos nos protegemos,ou continuaremos a contar nossos mortos no tran sito todos anos". ▲

Seguranga no trdnsito:dever do Estado e direito de todos

a vida-

<i> Ministro Marcio Fortes: "As autoridades competentes do trdnsito desejam oferecerao usudrio da via um transito seguro,coma um dever do Estado e direito de todos"

Transito e assunto prioritario na pasta no ministro das Cidades, Marcio Fortes, alem de ser um tema muito caro a ele, que perdeu um filho em um acidente de transito, em Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro."As autoridades com petentes do transito desejam oferecer ao usuario da via um transito seguro,como um dever do Estado e direito de todos .

A prova de que o ministro esta falando serio sao as iniimeras agoes desenvclvidas pelo Ministerio das Cidades, ao qual compete coordenar o Sistema Nacional de Transito e os drgaos a ele vinculados, Denatran e Contran.

! )Crianqa e trdnsito: Para especiaiistas,a educagao deve comegar na infancia, transmitindo aos pequenos, desde cedo,nogoes sobre comportamento e seguranga no transito

balhos semelhantes direcionados aos estudantes de outros esta dos, disse que este era "o mais bem bolado e complete" que ja fez. Com OS recursos doados pela Federagao Nacional das Seguradoras(Fenaseg),o Detran pretende produzir entre 70 e 100 mil exemplares das cartilhas. que entrarao na grade curricular em fevereiro. n

Para citar apenas algumas,a Resolugao 232/07 do Con tran, regulamenfa o servigo de inspegao veicular; a de numero 220/07 define I'equisitos para ensaios de resistencia dos bancos e apoios de cabega nos vei'culos; e a Resolugao 219/07, cuja vigencia foi adiada para 2008,estabelece requisites de seguranga para o transporte de cargas por motocicletas. Nesta, para confer a disparada no numero de acidentes envolvendo motociclistas, o Contran definiu as dimensoes de baus, obngando a ufilizagao de falxas rctrorefletivas e fluorescente, inclusive no capacete, para favorecer a visualizagao do motocidista.

"A sociedade esta preocupada com o numero de acidentes envolvendo motocicletas", disse o ministro Marcio Fortes a Revista de Seguros. Embora as novas normas tenham enfrenlado protestos da categoria, que reclama dos custos de adeqiia gao,0 ministro confia que nao havera dificuldades para implanta-las. Ele acredita que toda legislagao que estabelega novos procedirnentos de seguranga, relacionados aos veiculos ou a

formagao do condutor, "serao bem recebidas" pela sociedade. Na avaliagao do ministro Fortes, os resultados das normas serao imediatos e mediatos. Os primeiras,segundo ele, surgirao em fungao das exigencies da propria norma,que b'pifica a transgressao como infragao gravissima, passtvel de multa e apreensao do veiculo. Penalidades como essas,a seu ver, infiuenciam sobremaneira no compoitamento dos condutores melhorando a seguranga do transito. Entre os resultados mediatos, ele aponta a educagao e reciclagem gradual dos motoristas que atuam na modalidade de motofrete que se tornarao mais conscientes quanto a necessidade de adeouagao as normas de seguranga.

0 ministro Fortes informou, ainda. que foi criado no dmbi0 do Ministerio das Cidades um grupo de trabalho com a participagao de outros ministerios, para subsidiar a Camara dos inumeras propostas, atualmente xlstas e moSS?

rprnnh!;''!.'^^ ""eduzir 0 numero de acidentes de transito, e necessidade de aumentar volume de 'ecursos investidos em agoes preventivas. educativas e de maior siiiaizagao o trafego A questao e que os recursos existem, ape nas o seguro DPVAT repassou no ultimo ano mais de R$ 146 mi ces ao Denatran, que foram somados ao Fundo Nacional de beguranga e Educagao de Transito(Funset) Porem,grande parte desses recursos § contingenciada pelo governo.Algo que 0 ministro gostaria de mudar

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Transito

DPVATpara todos

EVOLUQAO DAS MORTES POR TIRO DE VI'TIMA

5 Em dezembro, Marialva Santana

Gomes do Carmo ficou sem chao. Empregada domestica, casada e mae de tres filhos pequenos, ela perdeu o marido num acidente de automdvel. Morando em Cocaia, na capital paulista, ela se viu sem condigdes de sustentar a fami'lia, pagar as contas e o aluguel, apenas com salario de R$ 450 que recebe, Nao fosse a orientagao da sua patroa, jamals saberia que teria direito a uma Indenizagao de R$ 13.500,00 do seguro DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veiculos Automotores de Vias Terrestres), pela morte do marido. Ela conta que recebeu a indenizagao um mes depois. "Com esse dinheiro vou dar um teto para meus filhos", diz alivlada.

Ha dols anos, o padre Gilson Oliveira e Silva, da Paroquia Bom Pastor, de Campo Grande no Rio de Janeiro, foi informado por telefone da morte da mae, de 61 anos, num acidente de transito em Natal (RN), onde ela morava. Desesperado, por sorte contou com a ajuda de um amigo corretor de seguros, que 0 instrulu a respeito da possibllldade de oportunlstas tentarem receber a Indenizagao do DPVAT em nome da familia. Imediatamente, ele telefonou para irma, pedindo que nao assinasse qualquer documento. Quando chegou a Natal, soube que, de fato, por pouco, a irma nao caiu no goipe que uma funeraria tentou Ihe aplicar. Cinco dias depois, com os documentos em ordem, ele deu entrada no Rio de Janeiro no pedido de indenizagao em nome de seu pai, recebendo um dia depois.

EVOLUQAO OAS MORTES POR TIRO DE VITIMA

Comparativo

Os dois casos ilustram bem o carater eminentemente social do seguro DPVAT, que e o unico no Brasil, e talvez, no mundo, a dar cobertura a uma totalldade da populagao de um Pals, sem que para isso seja precise comprovar o pagamento do seguro pelo proprietario do vei'culo. No ano passado foi registrado o pagamento de indenizagao para 63.776 casos de morte, totalizando R$ 728.733.242,17. Muitos dos beneflcios foram pagos para vi'timas ou beneficiarios do seguro, por acidentes ocorridos em outros anos.

Para tornar o seguro mais conhecido e diminuir o risco de fraudes, o diretor geral do Convenio DPVAT, Ricardo Xavier, disse que esta em aumentando a divul-

gagao. 0 que muita gents nao sabe e que 50% da arrecadagao do DPVAT sao destinadas ao governo, sendo 45% para o Ministerio da Saude, por meio do Fundo Nacional de Saude (FNS) que custeia o atendimento hospitalar as vitimas, e 5% para o Ministerio das Cidades, por meio do Denatran, para a realizagao de programas de redugao de acidentes. Dos 50% restantes, 35% sao utilizados pelas companhias para pagar indenizagoes e 3% para constituir reserva tecnica, a fim de garantir essas indenizagdes.

D diretor contabiliza que nos ultimos cinco anos (incluindo 2007), o FNS rece beu algo em torno de R$ 5,2 bilboes do DPVAT. Mas, lamenta que a totalldade do repasse ao Denatran nao esteja sendo utilizada como previslo em programas de redugao de acidentes. 0 prdprio brgao admitiu, segundo ele, que dos quase R$ 146 milhoes recebidos em 2006, utilizou apenas R$ 3 milhoes, o restante foi contingenciado pelo governo. Mas nao ha o que fazer. Mudar isso, ele reconhece, depende apenas do proprio governo. a

INDENIZAQOES DPVAT

Pou/o,o numero de mortes no transito aumentou neste ano,conforme apurou um levantamento da Secretaria Municipal de Transportes.Com base nos laudos de necropsia do Instituto Medico Legal e nos Boletins de Ocorrencia registrados pela Secretaria de Seguranga Publica, verificou-se que,entre 2004 e 2006 houve um decrescimo de 1,2% no numero de obitos.Porem,deJaneiro a maio deste ano,621 pessoas morreram,o que representa um aumento de 5,4% em comparagao ao mesmo periodo do 2006.Das 1.487 mortes em 2006,482foram de pessoas entre 18 e 29anos.a

DISTRIBUIQAG das mortes pgr FAIXA ETARIA -(1.487)

Mortes no Transito 2004 2005 2006 % 2005/2006 Pedestres 703 748 m.7%) 734 (49.4%1 - 1.9 Ocupantes de Veiculos 716 757 753 -0,5 Motociclistas 318 (22.4%! 345 (22.9%) 380 i25.6%1 + 10.1 Ocupantes auto, onibus e caminhao 347 f24.5%1 319 i21%l 289 n9.4%1 -9.4 CIclistas 51 f3.6%1 93 iB.2%1 84 f5.6%i - 9.7 Total 1419 1505 1487 -1.2 Fonte: DPVAT O Marialva Santana perdeu o marido num acidente e recebeu 0seguro orientada pela patroa: "Com esse dinheiro vou dar um teto para meus filhos"
Mortes no Transito Janelro/Malo 2006 Janelro/Malo 2007 % 2006/2007 Pedestres 293 (50 301 (48.5%1 + 2,7 Ocupantes de Veiculos 296 320 + 8 1 Motociclistas 160 (27 5%) 181 (29.1 %1 + 13,1 Ocupantes auto, nnibus e caminhao 107 OS,4%) 110 (17.7%1 + 2,8 Ciclistas 29 (5.0%( 29 (4.7%iTotal 589 621 + 5,4 Fonte: DPVAT
2006/2007 - Janeiro a Maio
Revista de Seguros - Julho ■ Agosto - Setembro 2007
Morte, Invalidez e L Ann Total / HiS 1° Semestre 2007 578.400.199.18 2GQ6 1 027 256 848.18 2005 707 615.339 28 2004 355,908,00.74
at^og ■ pedestres 10-12 13-17 18-29 condutores e passageiros total 45-59 60-75 Ju/ho - Agosto - Setembro 2007 - Revista de Seguros

4°Conseguro: impulsopara enfrentar

novosdesafios

w As discussoes do evento trouxeram a tana as atuais cendrios da economia brasileira e as novas oportunidades de negocios que representam para o mercado deseguros

Dirceu Pio

Com suas aten^oes voltadas

para as grandes transforma^oes no Mercado Segurador, mais de 700 pessoas, entre empresarios, executivos e liderangas empresariais, participaram de 12 a 14 de setembro, no Hotel Windsor Barra, no Rio de Janeiro, da 4a Conferencia Brasileira de Seguros, Resseguros, Previdencia Privada, Saude Suplementar e Capitaliza9ao(Conseguro). Foi um encontro de trabalho: nada menos de 11 paineis tematicos e quatro palestras ocuparam os participantes o tempo inteiro e geraram debates acalorados, analise e reflexao, algo indispensavel para que todos tomassem impulso para enfrentar OS desafios que vem pela frente.

A estrategia da organiza^o da 4' Conseguro levou em conta justamente a nova agenda estabelecida pelas mudan^as - tanto dentro do mercado (abertura do monopolio do resseguro, reestrutura9ao do sistema de representa^ao institucional), como fora dele (os novos cenarios da economia brasileira, o perfil demografico do Pals, as altera96es climaticas, o fenomeno da longevidade, o aumento da inse-

guran^a). Fortemente baseada em cases de sucesso, nacionais e internacionais, tambem na escolha de palestrantes com forte cabedal de conhecimento dos temas selecionados, a Conferencia foi prodiga em informa^oes sobre os assuntos que catalisam neste momento as atengdes das empresas do setor.

Mais que isso, a 4" Conseguro, na opiniao de varios de sens parti cipantes, conseguiu mostrar que os atuais cenarios tambem sao ricos em novas oportunidades de negocio. Um dos exemplos dessa caracten'stica do encontro surgiu no painel sobre rendas vitalfcias. Mary Sanson, da Limra Internacinal, mostrou durante palestra que a longevidade das pessoas, um feno meno que tem sido motivo de preocupagao para a indiistria mundial de seguros, deve alavancar no Brasil o segmento de rendas vitalf cias, especialmente depois da aber tura do resseguro.

Convidados especiais

Participaram da abertura da 4a Conseguro, como convidados especiais do Sistema de Representagao Institucional do Mercado Segurador, na noite do dia 12, o governador do Rio de Janeiro, Ser-

gio Cabral Filho, que falou com enmsiasmo dos novos investimentos em andamento no Estado; o Ministro do Planejamento, Or9amento e Gestao, Paulo Bernardo Silva, que ao discorrer sobre o Piano de Aceleragao do Crescimento (PAC) disse nao ter mais duvidas de que o Pais crescera os 5% previstos para este ano; o novo superintendente da Susep, Arman do Vergi'lio (palesrrante do segundo dia do evento); o diretor-substituto da Agencia Nacional de Saiide (ANS), Josd Leoncio de Andrade Feitosa; o presidente da Federa^ao Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), Roberto Barbosa; e dois secretaries (Fazenda e Desenvolvimento Economico)do Governo do Rio de Janeiro, respectivamente, Joaquim Levy e Jiilio Bueno.

Na abertura, os convidados foram recepcionados pelo presi dente da Federa^ao Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitaliza9ao (Fenaseg, a ser transformada em Confedera^ao), Joao Elisio Ferraz de Campos; pelo pre sidente da Federa^ao Nacional de Capitaliza^ao (Fenacap), Jose Ismar Alves Torres; pelo presidente da Federa^ao Nacional de Previ dencia Privada e Vida (Fenaprevi), Antonio Cassio dos Santos; pelo presidente da Federa^ao Nacional de Saude Suplementar (Fenasaiide), Luiz Carlos Trabuco (2appi; pelo presidente da Federa9ao Nacional de Seguros Gerais (Fenseg),Jayme Brasil Garfinkel; e pelo presidente da Comissao Organizadora, Nikon Molina.

O Ministro Paulo Bernardo Silva, 0 palestrante da abertura da Conferencia, mostrou que as medidas adotadas no im'cio do Governo do presidente Lula para corrigir os fimdamentos da economia torna-

^s(Fenacap)

ram possivel o desenvolvimento do PAC com seguran9a. O governa dor do Rio de Janeiro, Sergio Cabral Fdho, encerrou a abeitura da 4^ Conseguro com um discurso que demonstrou toda a sua expectativa no sucesso do PAC. "Este programa e o tema central do desenvolvimento humano, econo mico e social em todos os estados da federa9ao. O Rio de Janeiro esta sendo contemplado com ura mimero significativo de investimentos: dos R$ 500 bilboes, R$ 110 bilboes serao aplicados aqui".

T^ssio dos Santos

Antonioj-cs (Fenaptcw, o

Combate a violencia Os trabalbos da 4^ Conseguro come9aram com o painel sobre "Inseguran9a nas Grandes Cidades e sen impacto no Mercado Segura dor",com a palestra do ex-prefeito de Bogota, capital da Colombia, Antanas Mockus, que liderou o programa de combate a violencia na cidade. Ele explicou que o piano aplicado em Bogota foi baseado em ideias simples, voltadas para a recupera9ao de valores e da emo9ao dos babitantes da cidade. Em 1993, Bogota era uma das cidades mais violentas do mundo, com 80 bomicfdios para cada grupo de 100 mil babitantes. Dez anos depois, no fim do segundo mandate de Mockus, o tndice bavia baixado para 23 homici'dios por 100 mil babitantes. No mesmo pen'odo, as mortes em acidentes de transito cai'ram de 1.400 por 100 mil babi tantes para 630/100 mil. O Painel sobre lnseguran9a foi seguido pela palestra do novo supe rintendente da Susep, Armando Vergi'lio, que anunciou que vai estudar a concessao de mtiis prazos para calculo da solvencia das empresas apcnas depois de cumprida a primeira fase do programa

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prevista para Janeiro de 2008. O concorrido painel sobre Microsseguros, apos a palestra de Armando Vergilio, teve como palestrante o presidente da Federa^ao Nacional de Previdencia Privada e Vida (Fenaprevi), Antonio Cassio dos Santos. O debate girou em torno da necessidade de combater os mitos que cercam o seguro popular, segundo os quais nem os trabalhadores de batxa renda conseguiriam comptometer parte de sens or^amentos para compra de seguro e nem as empresas do setor conseguiriam produzir rentabilidade que justificasse a montagem de uma estrutura massificada para atender essa nova clientela. "Todos OS mitos caem quando ha conhecimento real desse piiblico sobre os beneficios do seguro."

Depois, chegou a vez do Painel sobre Seguro Rural. O palestrante Charles Studley, consultor do Banco Mundiai, mostrou-se hem informado sobre o desenvolvimento do segmento no Brasil e chegou a prever que, mantida a atual estrategia, baseada no aumento progressivo dos subsfdios governamentais, o Pafs podera atingir em pouco tempo o mesmo patamar de paises desenvolvidos nesse ramo de seguro.

Fonte definandamentos

Outro painel bastante concorri do foi o da Abertura de Capitais pelas empresas do Mercado Segurador, que contou com a palestra de Pedro Guimaraes, diretor da UBS PactLial. Os participantes da Conferencia foram informados que o mercado de capitais devera ser a principal fonte de financiamento das empresas de seguro. De cinco a 10 empresas devem realizar suas Ofertas Publicas Iniciais

(IPO) de afoes nos proximos meses,segmndo os passos da Porto Seguro, a primeira seguradora nao ligada a bancos a realizar oferta piiblica de a96es na Bolsa de Valores de Sao Paulo (Bovespa).

Pausa para que todos pudessem assistir a palestra do Ministro Hen rique Meirelles, presidente do Banco Central. Suas palavras foram de otimismo. Apresentou uma seqiiencia de planilhas que mostram que os indicadores da economia - taxas de inflagao, de credito, de consumo, de investimento etc. - apontam para uma so dire9ao: "O Brasil esta mesmo na rota do desenvolvimento sustentado".

E OS trabalhos continuaram com o painel sobre Mudan9as Demograficas, que teve como palestrantes o demografo Jose Eustaquio Diniz Alves, do Institute Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE), e Edward Johns, da Ame rican Association Retirement (AARP), uma entidade sem fins lucrativos com 39 milhSes de associados nos Estados Unidos.A grande revela9ao foi que o Brasil passa hoje pelo melhor momento de seu perfil demografico: nunca antes houve tantas pessoas em idade economicamente ativa com o Pals a ostentar as menores taxas de dependencia demografica.

Polo de Resseguro

Em seguida, houve mais uma pausa para a palestra do secretario da Fazenda do Governo do Rio de Janeiro, Joaquim Levy, que anunciou a cria9ao na capital do Estado de um Polo de Resseguros. Ele chegou a dizer que o ediflcio onde funcionava a antiga Bolsa de Valores do RJ, na regiao central da cidade, esta cotado para ser a sede do novo empreendimento.

Os trabalhos continuaram com o painel sobre Saiide Suplementar, que contou com tres palestrantes: Antonio Jorge Kropf, diretor tecnico da Amil; Maun'cio Ceschin, superintendente corporativo do Hospital Si'rio Libanes; e Alfredo Cardoso, diretor da ANS. Os debates foram muito baseados na recente obra de Michael Porter (em parceria com Elisabeth Teisberg) sob o titulo "Repensando a Saiide". Houve convergencia de palestiantes e debatedores em torno de um ponto: inversao do foco da Saiide Suplementar para priorizar a preven9ao em lugar do tratamento.

No painel sobre Servi9os Compartilhados, todos puderam conhecer melhor os detalhes operacionais da Visanet, a empresa nascida de uma parceria entre bancos e a Visa que, depois de 11 anos de atividades, transformouse num grande case de sucesso na irea. de compartilhamento de custos e servi90s. A Visanet, revelou o palestrante Antonio Luiz Rios da Silva, presidente da empresa, "vai fechar o ano com faturamento de R$ 2,3 bilboes".

No painel sobre Resseguros, todos foram informados das mudan9as em curso no IRB-Brasil Re(na poiitica operational, nas estrategias de subscri9ao de riscos e na area de recursos humanos) para fazer frente a contorrencia que surge com a abertura do mer cado a iniciativa privada. Como palestrante, o presidente do Conselho de Administra9ao do Instiruto, Otavio Ribciro Damaso, revelou que "um redesenho dos negocios sera fundamental para a empresa suportar a forte concortencia que se avizinha".

Swanson mostrou que a longevi dade fara impulsionar no Brasil o segmento de rendas vitalicias especialmente com a abertura no resseguro. Para ela, a maior expectativa de vida leva as pessoas a planejar melhor seu futuro financeiro, criando o desejo de dispor de uma renda extra para cobrir gastos pessoais.

No painel sobre Gestao, que teve como palestrante Theodoro Arthur da Costa Messa, da Ipanema Gestora de Recursos, os participantes puderam conhecer a importancia de se administrar, diante dos novos cenarios da economia brasileira, ativos e passi ves de modo integrado.

ineldeSaude

0fenomeno dalongevidade

Duas mulheres - Mary Swanson, da Limra Internacional e Maria Silvia Bastos Marques, presidente da Icatu Hartfordconduziram o painel Rendas Vitalicias, com foco voltado para a questao da longevidade, feno meno que se acentua no mundo inteiro. Como palestrante, Mary

A 4^ Conseguro foi concluida com um painel sobre os Riscos Ambientais trazidos pelo aquecimento global. Foram palestran tes: Tercio Ambrizzi, pesquisador da Universidade de Sao Paulo (USP); Marcos Sanches, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o ambientalista Fabio Feldmann. Os tres foram unanimes em apontar a gravidade do fenome no do aquecimento global e os riscos conseqiientes para o Bra sil. Marcos Sanches, cuja institui9ao que representa e a que se encontra mais adiantada nos p tudos da vulnerabilidade do ais, mostrou que a ciencia ja tem^ grande convic9ao de que os enomenos climaticos extremes, como as chtivas torrenciais, tiveram seu ciclo encurtado no Bra^ SI em conseqiiencia da eleva9ao da temperattira.

(A cobertura completa da 4" Conseguro esta na Edi9ao Extra circula junto com esta edi^ao da Revista de Seguros). <4.

Conseguro
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Revista de Seguros - Julho - Agosto Setembro 200/
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Julho - Agosto - Setembro 200/ - Revista de Seguros 19 1

O Partidpantes do evento:

Na tercdraedigao do ITInsurance Meeting,a certeza que ficou,ao finaldas 11 palestras tecnicas,parece ter side umaso:a de que o cresamento do setorpassa,impreterivelmente,pelo investimento em Tecnologia da Informagao

Sistemafinanceiroresponde por20%dosgastoscom Tl

O Bancos,seguradoras,instituigdes decredito,financeiras e corretoras de valores imobilidriosformam osetor que maisinveste em Tecnologia deInformagao no Brasil

Agnes Mikalsen

Cercade20%do totalgas-

to com TI no Brasil vem do sistema financeiro, que inclui seguradoras e empresas de previdencia privada, alem de bancos e outras institui^oes financeiras. £ o que revela um estudo recente da International Data Corporation (IDC) do Brasil, que reuniu entrevistas de CIOs (cargo dado a pessoa responsavel pela tecnologia de uma empresa) e principais tomadores de decisao de 31 bancos e 29 seguradoras de todos os portes, com rela^ao aos investimentos em TI para 2007- A previsao 6

que as cerca de 101 mil empresas do setor financeiro no Pals devem aumentar em 14% sens investimentos em TI este ano, chegando a quase R$ 8 bilhSes.

Projefoes da Federa^ao Nacional de Seguros Privados e de Capitaliza^ao (Fenaseg) dao conta de que, em 2007, as empresas do mercado segurador deverao aplicar R$ 1,12 bilhao em manuten^ao, desenvolvimento e investimentos em recursos de TI e de telecomunica^oes. Isso representa um aumento de 12% em compara9ao ao ano passado, quando este montante chegou a R$ 1 bilhao. Parte destes investimentos fara

Gestao de informagdes

Agilidade na subscrigao de riscos, emissao de apolice, pagamento de sinistros, maior eficiencia na detecgao de fraudes foram apenas alguns dos benefi'cios trazidos com a presenga mais forte da TI no mercado. A gestao de informagoes e vital para um setor que administra 144,1 milhoes de contratos e e respons.avel por R$ 49,4 trilhoes de riqueza segurada. "Nao ha como gerir isso sem a tecnologia. Ao mesmo tempo e preciso conliecer a regra do negocio e ter seriedade, pois estamos lidando com a expectariva das pessoas. E a TI esta inserida no negocio", diz Wady Cury, presidente da Comissao de Seguro Rural, da Federagao Nacio nal de Seguros Gerais (Fenseg).

financeiro, com a queda da taxa de juros e a saturagao de segmentos tradicionais como o de Automovel, por exemplo.

Para administrar tudo isso e preciso definir muito bem as diretrizes a se adorar."Estamos passando por modificagoes em varias areas. Por isso, e preciso um olhar mais amplo tamo para dentro de casa, quanto para o mercado", diz o presidente da Comissao de Processos e Tecnologia da Informagao, Sidney Dias da Silva, da Fenaseg.

Solugoes direclonadas

de aplicativos para auto-atendimento e call centers. "Esta e a primeira vez que eu participo do et^ento. Fiquei surpreso com a quantidade de solugoes existentes dirigidas ao mercado segurador", diz Adelson ^\lmeida Cunha, pre sidente da Comissao de Riscos Patrimoniais, da Fenses.

frente aos inumeros desafios e mudan^as que o setor vai enfrentar com a abertura do Resseguro e as novas regras de solvencia, que devem entrar em vigor em 2008.

Para discutir como gerenciar estas mudan9as, a Fenaseg promoveu, de 24 a 26 de agosto deste ano, o III IT Insurance Mee ting. O Hotel Portobello, em Mangaratiba, no Rio de Janeiro, foi palco de intenso debate, que durou dois dias e reuniu cerca de 200 pessoas em torno do tema "Gerenciando Mudangas: Os Desafios da Transformagao das Companhias do Mercado Segu rador Brasileiro".

Encarar a TI como aliada do negocio i o grande salto que o mercado vem tentando dar. Principalmente neste momenro de ebuligao para o setor. As mudangas acontecem por toda parte. Seja no ambito operacional, com os reflexos causados pela abermra do Resseguro, novas regras de solvencia, mudangas demograficas e no meio ambiente. Seja no ambito

Atentas a esta grande demanda, as empresas de informatica correm para oferecer solugoes direcionadas ao setor. Prova disso foram os inumeros programas apresentados durante o evento, voltados para a area de infra-estrutura, como SOA,para ahordagens de flexibilidade; de sistemas de suporte a gestao direcionados para controles internes, conteudo cor porative (ECM), desempenho, processes; de ferramemas . para suporte de relacionamento com a forga de vendas e com clientes, como BI (Business Intelligence);

ITMeetingJa e uma referenda nosetor

~ Este ano o encontro contou com a participagao de varios executives e presldentes de comissoes nao ligados a area de TI, mas cujo negocio dela depends para atlngir sens objeti/os. '0 events e um forum onde 6 possivel ter acesso as novidades e permits que as pessoas se conhegam, por isso, ja se tornou uma referencia para os profissionais do mercado segurador", avalia Horacio Cata Preta, diretor de Projelos e Servigos da Fenaseg.

0 evento foi patrocinado peias empresas: Accenture, Hyland, Gtefanini, BMG, Equifax. Borland, Quality, Columbus, SAP, CI&T, Audatex, DIS, MCN, Crivo, Ktman, Serasa, 14 Pro, Oelphos, Compuletia, DEX, Infor, G&P, IT6, e Provider (C&V).

Veja na foto os presidentes de comissao que particlparam. fe

A tecnologia tambem da fblego a inovagao de produtos. Entre OS vdrios casos de sucesso apre sentados, um dos que mais chamou a atengao do publico foi o da companhia inglesa Norwich Union, relatado pelo palestrante Marino Aguiar, Senior Executive da Accenturc.

A companhia utilizou recur sos tecnologicos para criar um seguro de automovel p6s-pago, cujo premio varia em fiingao da utilizagao (regiao, distancia, horario). Para isso, um CPS e instalado no veiculo e ao final do mes o segurado paga o segu ro de acordo com o uso do seu automovel. A fatura vem no final do mes. Neste caso, a tec nologia foi utilizada com sofisticagao para a precificagao e, ao mesmo tempo, para fidelizar o clienre". explicou. A

Ppfn/t^r" (Seguro Rural),Armando c Tdpiesentando o presidente da Comissao ^ie SeauroHnhitririnr,,-,!! c.,, u U "presidente da Comissao ^le ^t/ro a itacional),AsslzioApareddode Oliveira(ContrPtes emo^ circus Clernentino(Resseguro),Adelson Cuiiha

I rttrirnoniais),Sergio Narciso Teixeiro Vieira(Resp.Civil), ^^'^carvalheiraiTransportesle Sidney Dips(TI)

Tecnologia da Informagao DIVULGACAO
H20
Revlsta de Seguros- Julho Agosto - Setembro 2007
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^ Itf inwiiy <1 ,1 Julho- Agosto Settirihro 1007■ Ittvista de Seguros

Vivermaisemelhorexige mudan^asde hdbitos

expecfc7f/Va de vida-o que representa ainsergao dosidosos na cadeia ativa eprodutiva do Pats,fazendosurgir uma novafaixa deconsumidor

Com o crescimento da eco-

nomia brasileira respaldado per varies indices oficiais-exibidos na quarta edi9ao da Conferencia Nacional de Seguros (Conseguro) pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles — alguns setores industriais estao recorrendo aos aposenrados para atender a demanda de consu me. A indiistria automobilistica, que deve barer recorde historico de vendas este ano, e um exemplo: recrutou ex-funcionarios com mais de 60 anos de idade para ajudar a alcan^ar a produ^ao necessaria. A experiencia deve ser ampliada para outros setores, se o Pais se mantiver na rota do crescimento sustentado — o que abre a possibilidade de tornar a longevidade um processo mais saudavel para uma ampla faixa de sua popula^ao.

O Brasil vem ampliando a expectativa de vida: era de 48 anos, em 1955, de 65 anos, em 1995, e devera ser de 73 anos, em 2025, segundo dados da Organiza^ao Muridial da Saiide (QMS). No Brasil, o Censo de 2000 mostrou que a esperan^a de vida e de 64 anos para homens e 72 para mulheres, trazendo para o mercado de consume de bens e servi^os uma nova gama de pessoas. Este novo panorama abre novas possibilidades para varies

setores. De acordo com a Federa9ao Nacional da Previdencia Privada e Vida (Fenaprevi), o setor

captou R$ 10,323 bilboes nos cinco primeiros meses deste ano, crescendo 26,08% na compara-

9ao com o mesmo pen'odo de 2006, quando a arrecadagao

somou R$ 8,187 bilboes. Com a estabilidade economica cada vez mais sustentavel, a taxa de juros em queda e um mercado de capitais em plena expansao, a busca por alternativas de longo prazo desemboca com for^a total nos pianos de previdencia aberta.

Forga produtiva mal-aproveitada

JEm desenvolvimento, o Pais pouco aproveita a forga produtiva dos mais velhos, subjugados atualmente em muitos extratos sociaisdiferentemente do que acontece nos paises mais evoluidos. A companhia aerea internacional, como a American Air Lines, por exemplo,reune na sua tripulagao pessoas com mais de 60 anos. Acostumados a que estamos com simpaticas mo^as nas companhias nacionais, vemos que as tripulantes da aerea norte-americana sao senhoras, a maioria sexagenaria. Nao e incomum que sejam tratadas por "aeroveIhas por passageiros que usam o trocadilho malicioso em referencia as "aeromo^as".

A sociedade brasileira tera de se adaptar a um novo panorama, pois comega a experimentar uma nova realidade ja conhecida dos paises industrializados, como os Estados Unidos, Alemanha e Japao. No Brasil, as pessoas ja estao vivendo mais, enquanto ao mesmo tempo, ocorre uma queda acentuada da natalidade. As mulheres, na decada de 70, tinham em media 6 filhos.

hoje. tem 2 filhos. Com menos crian^as e mais pessoas chegando a terceira idade, o envelhecimento e rapido. "Pode parecer estranho para os brasileiros, pois ainda existe aquela ideia de que o Brasil e um pais jovem e que devemos nos preocupar so com as crian^as. Mas na verdade estamos expcrimentando um processo de enve lhecimento muito rapido", afirma o medico Alexandre Kalache,chefe do Programa de Ens'elhecimento e Saude da Organizagao Mon dial de Saiide. De acordo com estimativas da OMS, o Brasil tera ate 2025 30 milhoes de pessoas com mais de 60 anos. Atualmente, convive no Pais metade deste contingente. Existem hoje no planeta 600 milhoes de sexagenarios. Em

O Alexandre Kalache,medico:

"Na verdade,estamos experimentando um processo de envelhecimento muito mpido"

Altosindices de cura na oncologia

2020, a ciffa atingira um Bilbao e du7£ntos milhoes. Estimativas da OMS apontam que tres quartos desse total viverao nos paises cm desenvoivimento.

Fim do ocio na aposentadoria

A convivencia maior com o envelhecimento no Brasil exigira mudan^as de habitos. Per aqui predomina, entre a maioria da populafao, o conceito do ocio na aposentadoria. Este e o processo mais rapido para a perda da qualidade de vida na terceira idade, explica Kalache. Estratos sociais beneficiados pela medicina preventiva ja colhem os avan^os da modernidade com o acesso a informa9ao e recursos de ponta. No im'cio do seculo 20, a

? Lideranga regional, o Brasil tem atualmente uma medi cina cada vez mais evolulda no continente sul-ainericano. Fonte de Intercambio com estudantes e profissionais em nivel global,0 Pals consegue altos Indices de cura em diversas especlalizagoes. Um dos exemplos esta na area de oncologia. Atualmente, 70% das criangas com cattcer ja sao curadas no Palo, se diagnosticadas precocemente, de acoido com o Ir.stltuto Nacional do Cancer(INCA), Ate a decada de 70, a grande maioria morria."0 tratamento da doenga evoluiu ao tongo de 70 anos. A doenga nao e mais sinonimc de morte no Brasil'", diz 0 diretor-geral do INCA, Luiz Antonio Santini.

OLuizAntonio Santini, dolNCA:

"O tratamento do cdnccr evoJuiu ao ionigo de 70anos. A d&enga nao e mais sindnimo de morte no Brasil"

Os resultados obtidos ito Brasil equiparam-se aos dos melbores institutos de oncologia do mundo."Em 39 anos de atividade como diretor do Departamento de Pediatria do Hos pital do Cancer, eu vi a vida veneer a doenga", conta Alois Bianchi, que criou o dirige o Departamento de Pediatria Oncoiogica do Hospital do Cancer de Sao Paulo.

Mas ha muitos desatios, principalmente em razao das condigoes soclo-economicas e sanitarias oa maior parte da populagao brasileira. Oe acordo com estatisticas da ONU,o cancer e responsavel por mais de 12% de todas as causas de obito no mundo: mais de 7 milhoes de pessoas morrem anualmente da doenga. Como a esperanga de vida no planeta tem melhorado gradativamente, a incldencia de cancer, estimada em 2002 em 11 milhoes de casos novos, alcangarS mais de 15 milhoes, em 2020. Esta previsao,feita em 2005 e da International Union Against Cancer (UlCC). i '

'I*

"Um d9 anas de atividade '' ^omo diretor do l^^pattameino de B^diatria do Hospitaldo i Cancer,eu vi u vida veneer , a doenpa" .

M Longevidade
'M 22 Revista de Seguros - Julho - Agosto Setembro 2007
Alois Bianchi,do^fosp.Cancer:
Mho- Agosiu soembro2,->Q7- de Stguros

Longevidade

expectativa de vida ao nascimento era de 33,7 anos no Brasil. Em 1950, passou a ser de 43,2. No decorrer da decada posterior, a expectativa de vida havia aumentado para em quase oito anos (55,9 anos em I960). Em 1980, a esperanga de vida atingiu 63,5 anos. Atualmente, chega aos 68,5 anos. Politicas piiblicas de saiide tentam fazer com que a diferenqa entre a expectativa de vida de brasileiros ricos e pobres possa ser diminui'da. Em termos atuais a diferen9a e elevada, cerca de 15 anos, refletindo a profunda divisao social e economica. A OMS propoe um programa global de envelhecimento ativo do ponto de vista flsico, social e men tal. Para que as rhetas sejam alcan9adas, o investimento na saiide e fundamental.

O programa da OMS busca orientar as poli'ticas piiblicas de saiide para o foco no envelheci mento. O programa de saiide mental tem de pensar no idoso, assim como o da saiide da mulher,

o de adolescentes e de outros devem ter a percep^ao de que o envelhecimento vira. Por outro lado, estimula pesquisas para responder quais os determinantes importantes para o envelhecimen to com saiide.

Piano Nacional do Idoso

O Governo Federal ja elaborou o Piano Nacional do Idoso, onde reconhece e orienta as poli' ticas para ampliar os beneficios a uma faka maior da popula9ao. Varias etapas ja estao em a9ao, como o que preve atendimento em casa para pessoas sem capacidade de locomo9ao. Doen9as nao-transmissfveis, como diabe tes, cancer e pressao alta, tem de ser cada vez mais combatidas, pois elas e que atualmente mais contribuem para diminuir a expectativa de vida, cada vez mais pelo mundo.

Todas as metas dependem de uma skie de variaveis, ainda diflVida longa com exerdcios ffsicos

- A geneticista Mayana Zatz, coordenadora do Centre de Estudos do Genoma Humano do Institute de Blociencias da LISP, diz que ainda nao existe uma data para que ocorra uma revolugao na area medica e na saiide das pessoas com resultados das pesquisas com celulas-tronco e celulas-tronco embrionarias. Ela diz que os avangos virao, mas ainda estao numa fase preliminar."Um conselho que dou para quem viver muito e buscar qualidade de vida: exercicios ffsicos, alimentagao adequada e baixo estresse", afirmou a professora, de sua sala na Universidade de Sao Paulo.

Essas pesquisas representam hoje uma grande esperanga de cura para doengas geneticas. A professora considera que, em dez anos, doengas degenerativas, como Mai de Alzheimer, ja terao cura relativa com base na evolugao da ciencia que estuda a genetica. Mas ate la sugere que as pessoas desconfiem das falsas promessas de profissionais desqualiflcados. Segundo a geneticista, existem charlatoes oferecendo falsos "tratamentos" com celulas-tronco embrionarias. "E preciso ter muito cuidado. Nao se pode encurtar caminhos. Eu sugiro que as pessoas pesquisem o nome desses medicos na Internet e saibam a que instituigoes estao ligadas." A

ceis de serem atingidas num par's como o Brasil. preciso envolver a sociedade civil, conversar com entidades nao-governamentais, com a mi'dia, a escola. Nao e uma atitude isolada. E tem de sensibilizar os poh'ticos. Nao adianta as pessoas estarem convencidas dos riscos do sedentarismo, se elas vivem numa cidade violenta, com ilumina9ao inadequada, com pessimo transporte piiblico", aflrma Kalache.

Nos pai'ses desenvolvidos, segundo dados da Organiza9ao das Na9oes Unidas (ONU), a expectativa de vida, na media, e de 72,3 anos para homens e 79,7 para mulheres. Ate o ano de 2025, a expectativa de vida ultrapassara os 80 anos, na media, em pai'ses como o Japao, Australia, da America do Norte e Europa Ocidental.

Personalidades brasileiros compietam cem anos

a

ODercyConvolves:

"Nao vi a vidapassar,eu vivia vida,eu saina banda. A vidapassa, tudoacaba. Vivoa hoje.Seamanhd nao estiveraqui, tudo bem, fuicomo os outros"

V > Dona Cand:

"Nao viver se martirizando, nao sezangarpor tudo emeu conselho para uma vida longa"

y MayanaZatz, daUSP: "Um conselho que dou para quem viver muito e buscar qualidade de vida: exercicios fisicos, aiimenta(;ao adequada e baixo estresse"

A diminui9ao da mortalidade infantil tambem ajuda a ampliar a expectativa de vida da populagao. Em Sao Paulo, tomando 1995 como base, a morta^ lidade caiu praticamente a metade. Era 24 em cada mil nascidos vivos, hoje e de 13,3. Sao quase 9 mil crian9as que vivem hoje, e nao viveriam sob as condigoes de 1995. O Governo do Estado melhorou o atendimento hospitalar, ampliou a UTI pos-natal; a assistencia aos munici'pios, a capacitagao de recursos humanos para a area e a disseminagao do programa de saiide da fami'lia. A

X A atriz Dercy Gongalves, o arquiteto Oscar Niemeyer e Dona Cano, mae do cantor Caetano Veloso, chegam a seculo de vida em 2007. Lucidos, nenhum deles sabe a formula da longevidade, mas tem habitos saudaveis de vida Alem disso, o avango da medicina ajuda a esticar a vida de brasileiros de biografia conhecidas ate no exterior. Em entrevista publicada em margo deste ano, no Correio Braziliense, o arquiteto Oscar Niemeyer, que completa cem anoe em dezembro, diz que "cada um na vida vem conta sua historinha e vai embora. Eu deixo a minha historinha

primeiro filme "Samba em Berlim em 20 filmes e novelas em sen curriculo, a atnz do teatro de revista trabalha desde 1929. Ela diz qsabe por que viveu tanto. "Nao vi a vida passar, eu vi vida. eu sai na banda. A vida passa, tudo acaba. Vivo hoje. Se amanha nao estiver aqui, tudo bem, fui como os outros", diz Dercy, que superou um cancer de estomago em 1991. quando estava com 83 anos.

Vaidosa, ja perdeu as contas das cirurgias plasticas que fez e nao sai de casa sem estar maquiada- cilios pos- tigos, oombra preta e batom vermelho, que contrastam com a pel'e branca e o cabelo ioiro, sempre arrumado.As unhas sao compridas e pintadas tambem de vermelho, e as rounasquase semprechamam a atengao. "Quando eracrianga, naotinhadlnheiropara nada.Entao, pegava umcarvao eointavaosolhos", !embra.

Dercv diz que nJio espera viver muito tempo mais. Ha atgimsanos, preparou-se paraa morte:mandou construir

um tiimulo em forma de piramide, todo de marmore, na cidade onde nasceu. "Nao tenho medo de morrer. Fiz tudo que tive vontade na vida e me considero uma vencedora!".

Aos 16 anos, Dercy fugiu de casa, na pequena Santa Maria Madalena. no interior do Rio de Janeiro.

Claudionor Vianna Telles Veloso tambem tem uma ionga "historinha" de vida. Conhecida como Dona Cand, a mae de Caetano Veloso e Maria Bethania teve oitos filhos e com pleta um seculo de vida tambem este ano. A mais famosa mae do reconcavo baiano diz que sempre buscou uma vida sem aborrecimentos. Tres anos atras fez pilates, uma tecnica para corrigir a postura e a respiragao. "Nao viver se martirizando, nao se zangar por tudo e meu conselho para uma vida longa."

X: OscarNiemeyer:

"Cada um na vida vem, conta sua historinha e vai embora. Eu deixo a minha historinha tambem"

^•■1 24 Revista deSeguros- Julho - /k/o.g^o
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Seguros e Crises

Blindagem contra turbulenciasnaeconomia

Correa de Lacerda

f)Octavio de Barros(Bradesco):

O

Mercado desegurosseprotege da crisefinanceira internacional,deflagrada pelo sistemo imobilidrio americano,e pede rapidezna aprovagao dereformas

Aturbulencia nos mercados financeiros, deflagra da com a crise no merca do imobiliario norte-americano - devido aos problemas no segmento de maior risco, conhecido como subprime" — acabou chegando ao Brasil. A Bolsa de Valores de Sao Paulo teve queda de ate 9%, no auge da crise, mas conseguiu zerar toda as perdas ate meados de setembro, diante do amincio do Banco Central americano (Federal Reserve), de cottar 0,5 ponto percentual nos juros. Mas experientes economistas e especialistas do mercado de seguros, previdencia e capitaliza^ao explicam que a economia brasileira, no todo, nao foi afetada da mesma forma.

O presidente da Federa9ao Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), Jayme Garfinkel, destacou que, como o perfil das carteiras de seguradoras e empresas de previdencia e capitaliza^ao e de medio a longo prazo, foi possiVel calibrar as aplica^oes. Com horizonte maior de investimentos e sem precipita^ao, a crise acaba ficando dilufda." Tambem o presi dente da Federa^ao Nacional de Saude Suplementar (Fenasaiide), Luiz Carlos Trabuco Cappi, fez avalia^ao na mesma linha.

"O mercado esta muito bem protegido. Esta foi uma turbulencia como algumas outras vividas, que tambem come^ou com reagao nas bolsas."

No segmento de previdencia privada, ate pot exigencia legal, a maior parte das aplica9oes concentra-se em ativos de renda fixa. Ainda assim, o presidente da Federa9ao Nacional da Previden cia Privada e Vida (Fenaprevi), Antonio Cassio dos Santos, entende que, numa visao macroeconomica, o efeito para as fman9as nacionais ainda deve set analisado. A

trabalho de "formiguinha no inverno", com a acumula9ao de reservas. "Os fundamentos da economia brasileira estao solidos e o governo tem feito os ajustes necessarios." Ele frisou que as empresas de capitaliza9ao tambem estao voltadas para a forma9ao de poupan9a de longo prazo e "passaram ao largo" desta turbulencia.

Mantendo o superdvit

"Sera preciso ainda manter uma posigao externa boa,nao so assegurando reservas elevadas, , mas tambem mantendo um superdvit comercialadequado"

um relativo consenso de que.a economia brasileira tem hoje uma condiqdo de defesa muito melhor do que por ocasido das crises do final dos anos 1990"

"Este e um mal brasileiro (a falta de urgencia).Falta muita coisa para se aum.entar a produtividade e a fluidez dos negocios privados"

"Sera preciso avaliar se a economia americana entrara ou nao em recessao. Isso ainda nao esta clato."

O presidente da Federa9ao Na cional das Empresas de Capitaliza9ao (Fenacap), Josd Ismar Alves Torres,lembrou o que o proprio presidente Lula disse quando a turbulencia come9ou, ao frisar o

Mas a economia nacional esta mesmo blindada a uma cri se global? Sergio Werlang, diretor-executivo do Banco Itau, diz que e realmente essencial manter o superavit primario e advertiu que, se nao for aprovada a prorroga9ao da CPMF, serao necessarios cortes de gastos no curto e medio prazos. "Sera pre ciso ainda manter uma posi9ao externa boa, nao so assegurando reservas elevadas, mas tambem mantendo um superavit comercial adequado. Com isso, e diflcil o Brasil set muito afetado no evento de uma crise externa."

o economista Antonio Cottea de Lacerda, professot da Pontiflcia Universidade Catdlica, a PUC-SP, ressaltou que o momento trouxe boa oportunidade do Brasil refletir sobre as escolhas feitas e reorientar a estrategia das politicas economi-

cas. "Ha um relative consenso de que a economia brasileira tem hoje condi96es de defesa melhores do que nas crises do final dos anos 90." As reservas cambiais brasileiras cresceram de USS 16 bilboes no final de 2002 para cerca de US$ 160 bilboes, em agosto - e, apesar do questionamento sobre o custo do carregam.enro das reservas, ficou evidente, segundo Lacer da, o beneficio de refor9a-las. O trabalbo de "formiguinba no inverno" do Governq foi reconhecido por outto econo mista, Luiz Fernando de Paula, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), que considera a combina9ao de um cambio flutuante com um bom volume de reser vas um bom anti'doto contra volatilidades no mercado fmanceiro internacional. Mas ele nao afirma que o Brasil esta' blindado para enfrentar o contagio de uma crise de maiores propor9oes. "E possivel que renbamos ido longe demais no processo de liberaliza9ao financeira."

C/c/o de novos investimentos

Pelo cenatio do economistacbefe do Bradesco, Octavio de Barros, um forte ciclo de novos investimentos devera puxar a previsao de crescimetito do Pro-

duto Interno Bruto (PIB) para cerca de 5% ao ano. Mas advertiu que falta sencido de urgencia. "Este e um mal brasileiro. Falta muita coisa para se aumentar a produtividade e a fluidez dos negocios privados."

Barros lamentou ainda que a queda mais acentuada dos juros tenba sido novamente adiada, uma vez que a infla9ao poderia ficar pressionada pelos alimentos e servi9os. fi consenso entre especialistas o peso para a economia brasilei ra da demora da aprova9ao das

As reservas cambiais brasileiras cresceram deUS$ 16 bilboes, registrados no final de 2002,para cerca deUS$ 160 bilboes, apurados em agosto deste ano

reformas - tributaria, previdencidria e trabalbista. Os presidentes das quatro novas federa96es do mercado acbam que o custo da nao-aprova9ao tem sido alto demais. "O Brasil como um todo perde compctitividade em uma disputa que i global disse Antonio Cassio, da Fenaprevi.

Garfinkel, da Fenseg, acrescentou que "empresas, entidades e cidadaos devem se organizar, nao para defender apenas interesses diretos, mas para repensar o Brasil como um projeto futuro.' No caso da saude, citou Luiz Trabuco, da Fenasaude, as microrreformas - em cursosao mais relevantes. E Jose Ismar Torres, da Fenacapi, avaliou que algumas reformas sao mais complicadas, como a trabalbistas, e as outras deverao avan9ar. Osvaldo do Nascimento, diretor-executivo do Itad responsavel pelas opera96es de seguros, previdencia e capitaliza9ao, diz que o segmento de seguros tem grande expectativa quanto a aprova9ao, ainda este ano da regulamenta9ao da quebra do monopolio do IRB-Brasil Re. O mercado boje, avaliou, esta muito preocupado com a regulamenta9ao pata estimular ainda mais o desenvolvimento. Quanto as de mais relormas, acrescentou Nascimento, em espe cial a da previdenciaria, o setor tem atuado de forma cooperativa com propostas formuladas atraves do Grupo de Mer cado de Capital. "Mas nao acreditamos na viabilidade pob'tica de sua aprova9ao at^ meados do proximo ano, dada k complexidade de discussao do tema junto ao Congtesso Nacional." A.

DIVULGAgAO DIVULGAgAO aODOIR DE OUVEIRA
126
ate
desetembro
Bolsa de Valores de Sao Paulo teve queda de ate 9%, no auge da crise americana,mas conseguiuzerar as perdas
meados
Revista de Seguros- Julho Agosto - Setembro 2007
O Sergio Werlang(Itau): (PUC-SP):"Hd
JiMtro Agosto ■ Sttembrp201/7 ■ Reyfste de Sefluro

NovasregrasdaSusep impulsionamsegmento

m/ Ostftulosdecapitalizagaoexibemhojeamaiortaxadecrescimentodosultimos temposeexperimentam umapossibilidadededesenvolvimentosemprecedentes

Omercadodecapitaliza-

gao brasileiro devera conhecer em breve uma nova modalidade de ti'tulo: o de habita^ao. Amplamente comercializados no Pai's ate a decada de 50, OS ti'tulos voltados para o investimento na construgao de moradias populates poderao set relangados assim que entrar em vigor a nova reguIamenta9ao para o segmento. A informa9ao e do presidente da Federa9ao Nacional de Capitaliza9ao (Fenacap), Jose Ismar Alves Torres, que preve para o proxi mo ano o Ian9amento de uma serie de modalidades de tftulos de capitaliza9ao.

Ele explica que, com a aplica9ao das novas normas contratuais e de classifica9ao dos tftu los de capitaliza9ao pot modali dades, as possibilidades de desenvolvimento do mercado sao ilimitadas. O segmento apresenta hoje a maior taxa de crescimento dos ultimos tem pos — 8,8% no primeiro semestre deste ano (em rela9ao ao mesmo perfodo de 2006) com a movimenta9ao de R$ 3,7 bilhoes e reservas de R$ 11,5 bilhoes. O presidente da Fena cap estima que esse fndice devera chegar a 10% a partir de 2008. Levando-se em conside-

ra9ao que nos ultimos anos o mercado "cresceu de lado", ou seja, as taxas apenas acompanharam os Indices de infla9ao, a proje9ao de crescimento e audaciosa.

Desinformagao prejudica imagem

Ismar Torres argumenta que com as aplica96es das novas regras, as empresas poderao dar mais aten9ao ao desenvolvi mento de novos produtos, alem de consolidar a venda dos ja existentes no mercado hoje. O

Tftulos diferendados

Depto de Imprensa/Prefeitura de Cubatao

diretor da Fenacap, Neival Freitas Rodrigues, diz que a classifica9ao dos tftulos por modalida de - classico, de compra programada, popular e promocional - permitira uma melhor comunica9ao com o piiblico consumidor, possibilitando assim o pleno desenvolvimento deste segmento. "Atualmente essa comunica9ao tem sido prejudicada pela confusao que existe no mercado sobre os pro dutos", afirma Rodrigues.

Ele argumenta que como nao havia distin9ao entre as modali-

NeivalRodriguesFreitas

"Ospoupadoresnao conhecemosprodutos,nem os orgdos de defesa do consumidor,os formadores de opiniao e ate os corretores de seguros"

dades de tftulos, as empresas acabarani se retraindo e evitando investir em publicidade, o que contribuiu para a maior desinformagao do consumidor.

"Os poupadores nao conhecem os produtos. Os orgaos de defe sa do consumidor, os formado res de opiniao e ate os corretores de seguros tambem nao conhe cem OS produtos". O diretor da Fenacap lembra que a desinfor magao resultou ainda no prejufzo da imagem do segmento de capitalizagao.

- A ideia geral e que os tftu

S A nova regulamentagao da Susep divide os produ tos de capitalizagao em quatro grandes grupos - tradicional, de compra programada, popular e promocional. Sao ciassificados no segmento classico os titulos em que 0 ciiente faz aportes mensais, e no final tem direito ao ressarcimento integral dos vaiores pagos, com corregao monetaria. Comercializados pelos bancos, essa modalidade de tftulos responds por cerca de dois tergos do mercado.

0 segmento popular Inclul os titulos de menor valor (a partir de R$ 30,00), que respondem por cerca de 10% do mercado. Nesse caso, os sortelos sao 0 principal atratlvo. Neles, 0 ciiente nao recede necessarlamente 0 valor Investldo corrlgldo. Com a nova regulamentagao, as empresas terao que Informar ao consumidor, de forma transparente, 0 percentual dos recursos apllcados que sera devolvldo no venclmento do titulo.

Os titulos de compra programada sao distrlbuldos pelas seguradoras e respondem por algo como um quinto do mercado e referem-se a aqulslgao de bens no final do contrato. A partir da nova regulamentagao as seguradoras passam a se responsablllzar pela entrega do bem caso a promessa esteja expllclta na propaganda — hoje nem todos OS contratos contem clausula que protegem contra

"A capitalizagao torna-se uma opgao interessanteparaa disciplina dopoupador, funcionando ainda como um planejamentoda aquisigao de bens eservigos"

los de capitalizagao nao devolvem 100% do capital investido. Mas isso nao e verdade. Os tftu los tradicionais devolvem o valor aplicado corrigido pela taxa referencial (TR). Mas como OS produtos eram muito misturados, na maioria das vezes o consumidor nao sabia exatamente o que estava comprando.

Sendo assim, qual a explicagao para o atual fndice de cres cimento na venda de tftulos de capitalizagao? O aquecimento economico (a evolugao do Pro-

aalta dos pregos dos bens. Outra novldade nessa modali dade sao OS titulos que oferecem vlagens no final do prazo de acumulagao. 0 diretor da Fenacap, Neival Freitas Rodrigues, Informa que tambem estao em estudo produ tos para compra de bens duravels, como computadores e motocicletas.

0 quarto grupo de produtos de capitalizagao, com menos de 10% do mercado, sao os vinculados a promogoes. Esse titulo nao e comprado diretamente pelo consu midor, mas por outra empresa que pretende promover pro dutos por melo de sortelos -- sao muito utillzados por supermercados, por exemplo. A quinta modalidade (0 habltacionai) nao consta ainda da nova regulamentagao, mas devera ser Inclulda tao logo as regras entiem em vigor, diz 0 presidente da Fenacap, Jose Ismar Alves Torres.

Ele conta que a contiatagao de financlamentos habltaclonals, tendo como premio a quitagao do saldo devedor. foi um do? grandes Instrumentos de financlamento de moradias populares no Brasll na decada de 50, No Rio de Janeiro, um dos grandes exemplos e 0 conjunto habitaclonal Sulacap, em Vila Cosmo, no suburblo carioca. Ismar Torres acredita que 0 produto podera sei relangado no mercado atraves de uma Parceria Publico Prlvada (PPP) ■entre seguradoras, governo e construtoras. ^

duto Interno Bruto - FIB - foi de 4,3% no primeiro trimestre deste ano) e o aumento da economia informal, garante Torres. Ele ressalta que para uma camada da populagao o investimento em tftulos de capitalizagao se constitui na linica forma de poupanga. "Sao pessoas que nao tem acesso a bancos, financiamentos e credito. E a capitaliza gao torna-se uma opgao interes sante para a disciplina do pou pador, funcionando ainda como um planejamento da aquisigao de bens e servigos". A

■I Capitalizacao
J.H
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O Jose IsmarAlves Torres
Revlsta de Seguros - Julho - Agosto Setembro 2007 Ag^m'Sefp/nhraJOOT- Sisnixn 29 .V

Sob0comando de um 'homem de mercado'

O Recem-empossado,Armando Vergflio promete didlogo aberto com osetor privado,incentivo a auto-regulamentagao e proteqdo dos direitos do consumidor

Pela primeira vez, em 41 anos, a

Superintendencia de Seguros Privados (Susep) tern no comando um corretor de seguros. Desde 21 de agosto, o novo superintendente da Susep e Armando Vergflio dos Santos Junior, que se autodenomina um "homem de merca do" e diz que entende de uma maneira bem clara e consciente as necessidades, carencias e gargalos do setor. Mas garante que nao vai privilegiar nenhum segmento e promete uma

As principals diretrizes da nova gestdo incluem reestruturagao interna e investimento em tecnologia da informagao

atua9ao "imparcial, firme e equilibrada" - inclusi ve, teria suspendido seu registro de corretor.

Entre as prioridades da sua gestao estao: defesa dos direitos dos consumidores; polftica de desenvolvimento de mercados fiscalizados; dialogo aberto com os segmentos e intera9ao com outros orgaos do Governo Fede ral, a fim de estimular a propaga9ao de instrumentos financeiros e de prote9ao patrimonial, como implementa9ao da Supervisao Baseada em Risco e incentivo a polftica de auto-regula9ao.

"A Susep tera um dialogo franco, aberto e direto com o setor privado. A auto-regula9ao sera incentivada, desde que pautada por princfpios que resguardem a responsabilidade, a transparencia e a etica. O consumidor tera assegurado o pleno e inalienavel direito a informa-

9oes claras sobre as condi9oes contratuais, coberturas e beneffcios", diz Armando Vergilio, que alem da ampla experiencia no mercado de seguros, atuou na administra9ao piiblica. Ate assumir a superintendencia da Susep, ele era secretario de Governo e Assuntos Institucionais do Estado de Goias. E ainda, em Goias, foi secretario de Previdencia e de Trabalho.

Atua^ao preventive

Outra preocupa9ao de Armando Ver gflio — que iniciou sua carreira no merca do em 1984, como inspetor na Bradesco Seguros - e fortalecer a Susep e torna-la conhecida da sociedade civil com pro-atividade. "Hoje a Susep tem uma atua9ao mais 'repressiva', e o objetivo e que ela atue mais na preven9ao", completa. Na sua visao, so existe mercado forte se o orgao regulador for forte. E, para que a autarquia atinja este patamar, o novo superintendente deixa claro, em todos os sens pronunciamentos, que a participa9ao do corpo de funcionarios e imprescindfvel. "Nos proximos meses, vamos buscar reestruturar e reaparelhar a autar quia, dando um significativo salto de qualidade", promete.

A reestrutura9ao interna da Susep, com a valoriza9ao do quadro funcional, qualifica9ao gerencial do corpo tecnico e investimentos em Tecnologia da Informa9ao, esta entre as principais diretrizes da gestao de Armando Vergflio, que incluem ainda o desenvolvimento do mercado de resseguros; administra9ao de forma cole-

giada (diretoria) e participativa (corpo funcional) e transparencia nos procedimentos internos e tomadas de decisao.

dade, a Susep nao poderia, na opiniao de Armando Vergflio, encontrar cenario mais favoravel. Para ele, o setor tem condi96es de elevar sua participa9ao no PIB brasileiro para mais de 6% ate 2011, por meio da ado9ao de a96es que estimulem o crescimento do mercado segurador e maior inrera9ao com os demais serores da economia. "O merca do de seguro, previdencia e capitaliza9ao precisa resgatar seu papel como investidor insrirucional. Iremos cons truir uma agenda positiva, corn plena sinergia entre orgao regulador e o setor privado", afirma.

O Armando Vergilio: "tremos construir uma agenda positiva,com plena iinergia entre orgao regulador e o setor privado"

Neste contexro de dissemina9ao da cultura de seguros, ganha desraque o seguro popular, que Armando Vergflio aponta como uma rendencia mundial. Durante a 4® Conferencia Braslleira de Seguros, Resseguros, Previdencia Privada, Saude Suplementar e Capitaliza9ao (Conseguro), realizada no Rio de Janei ro entre 12 e 14 de setembro, ele disse que a International Association of Insu rance Supervisors (lAlS), entidade que reiine 180 orgaos supervisores do mer cado de seguros dc todo o mundo, convidou o Brasil para presidir a comissao que estuda as perspectivas do microsse guro no mercado internacional, grupo formado por varios representantes de pafses como Alenianha, Fran9a e EGA.

Cenario favordvei

No paptl dc orgao responsavel pelo foinento da cultura de seguros ent diversos segmentos da socie-

Na lista de a9oes para tornar realidade cssas metas, ele ja destacou as prioridades, baseadas na implanta9ao da Supervisao Baseada em Risco, regulamenta9ao do mercado de resseguros e adopo do microsseguro (scguro popular). A nova gestao mantera o foco na supetvisao baseada em risco, na defesa intransigente dos direitos do consumidor e na oferta dc diferentes lipos de seguros para camadas menos favoiecidas da popula9ao", o novo superinten dente, qtie considera a regulanienta9ao do resseguro um dos fios condurores de todos esse processo.

mantera um didlogo franco, aberto e direto com o setor privado e incentivard a autregulagdo,

"Mesmo em paises mais avan9ados existe a preocupa9ao de se usar o seguro como prote9ao as classes menos favorecidas e, assim, aliviar o governo de tarefas que podem set melhor exercidas pelo setor pnvado. Precisamos inserir as clas ses C,D e E no mercado e vamos buscar formas de viabilizai este projeto com o apoio do setor privado e com uma regula9ao mais flexfvel, moderna e almhada com o ambiente interuacionar, afirma Armando Vergflio,'que tern ao seu lado, neste desafio, a nova diretoria da Susep; Alexandre Pennet; Murilo Matos Chaim; Carlos Alberto de Paula e Waldemit Bargieri, A

Susep
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Revlsta de Seguros- Julho - Agosto ■ Setembro 2007
pautada pela etica e transparencia
Jvtbo flSfato ■^f^'^»ro^^U-R^kt<,deSegurbs 31 "V'lTlrfgilMM

Alimentagaoerradaesedentarismo causam problemasnocoraqdo

O Um estudo do cardiologisto CarlosSherrrevelou que estudantes da rede privada tern mais colesterolalto que os da rede publica,porcausa dos hdbitos alimentares

Os problemas do cora^ao sao a principal causa de obito no Brasil -

porem, sua prevengao nao recebe a mesma aten^ao que as autoridades de saude dispensam a outras enfermidades. A opiniao e do cardiologista Carlos Scherr, que ha tres anos constatou em pesquisa com estudantes cariocas que o mimero de criangas com altas taxas de colesterol e maior entre alunos da rede par ticular do que da rede publica. O motivo: uma alimenta^ao rica em gorduras e pobre em nutrientes. O estudo de Scherr pretende chamar a atengao para a importancia da prevengao das doengas coronarianas.

"Temos campanhas nacionais de prevengao a cancer, tuberculose e hansem'ase, mas a preven gao de problemas cardi'acos, que sao a principal causa mortis da populagao, fica de lado. Estamos criando geragoes de adultos com problemas graves de coragao", diz Carlos Scherr, diretor do Institute de Cardiologia

Aloisio de Castro, um orgao do Estado do Rio de Janeiro.

Problemas congenltos

Nem todos os pais sabem que 6 cada vez maior o mimero de

O CarlosSherr: j r

"O prefeito Cesar Mala proibiu as cantinas doscolegios de venderem tritums e alimentos gordutosos.Essa medida e excelente edeveria seracompanhada por uma ampla campqnha de conscientizagao"

:Alunos da rede privada: O estudo mostrou que 23% dos alunos de colegios particuiares tinhorn colesterol acima do nivel aceitdvel.Alem da alimentagao,o sedentarismo seria um dos fatores para as altas taxas de colesterol

jovens com altas taxas de coles terol, porque a imensa maioria nao tem qualquer propensao genetica. Os altos indices sao causados por fatores externos. A pesquisa de Carlos Scherr envolveu 342 criangas de 6 a 16 anos, em oito instituigoes do Rio, e mostrou que 23% dos alunos de colegios particuiares tinham colesterol acima do mvel aceitdvel. Nas escolas piiblicas, apenas 4% apresentavam altas taxas de

Umproblema de hdbitos da vida moderna

S' A nutricionista Maria Silvia Purlta Borestein, do Hospital Pedro Ernesto da Unlversldade do Estado do Rio de Janei ro, diz que hoje e mais comum receber jovens com altos Indices de colesterol do que desnutrldos."Estamos lldando com criangas e jovens que tem pesslmos habltos alimentares. Os pals nao controlam nem orlentam sua allmentagao. Isso e um problema de saude publica, que pode ser resolvldo sem utilizagao de medlcamentos. Esses meninos so preclsam parar de comer biscoitos recheados, doces, salgadlnhos em geral e hamburgueres. As taxas voltam a normalldade rapldamente".

Maria Silvia constatou que boa parte dos paclentes desconhece as doengas de seus pais e avos e que a compulsao alimentar e uma das doengas da

modernldade, atlnglndo criangas a jovens."Nao adianta apontar a comlda da lanchonete como vlla. Pratlcamente tudo hoje tem gordura trans e fara mal a saude se consumldo em excesso. Ja tratamos um menino de sete anos com colesterol altlsslmo que tomava reme dies desde pequenlno.0 Indice balxou apenas com mudanga de estllo de vIda. t um problema serio e social. As famlllas preclsam modlflcar sua allmentagao, porque essas doengas sao sllenciosas. Quando apresentam sintomas, o caso e muito serlo", aflrma a nutricio nista. A obesldade, diz ela, ja e conslderada fator de risco e doenga pre-exlstente em pianos de saude nos Estados Unidos."DaquI a pouco, os pianos vao rejeltar criangas obesas, aflrmando que elas tem doengas pre-existentes. E na

verdade existe uma doenga,sIm".

A esludante Cecilia Tostes, de 13 anos, aprendeu o que era Indice g!lc§mlco e taxa de colesterol antes que esses assuntos fossem enfocados nas aulas de Biologia Com diveraos casos de diabetes na famllia, ela e o irmao Joao, de 11 anos, fazem controle Jes ses Indices pela alimentagao, alem de se submeterem a check ups freqiientes, "A melhor forma de evitar problemas graves no futuro era ensinar os menlnos desde cedo que alguns alimentos estao fora das refeigoes do dia a-dia", acha a mae de Cecilia e Joao.Tereza, que llbera uma quantidade llniltada de doces e salgadlnhos cm festas. Eles fazem parts de uma minoria da popula gao,a que tem propensao genetica a problemas de colesterol. i

colesterol e estariam dentro do percentual normal, de criangas com problemas congenitos.

Alem da alimentagao, o sedenta rismo das criangas de escolas particuiares seria um dos fatores importantes para as altas taxas de colesterol.

"As criangas menos favorecidas economicamente caminham

mais, porque nao sao levadas de carro para o colegio. Pelo menos ate o ponto de onibus eias tem que caminhar. Ja as criangas de escolas particuiares se exercitam bem menos, mesmo quando tem uma carga de atividades ffsicas dirigidas, geralmente tres vezes por semana, como aulas de bale e futebol. As criangas da rede publica tambem comem alimentos gordutosos. No entanto, como a alimentagao basica deles e a merenda escolar, balanceada por nutricioni.stas, levam vantagem quanto ao colesterol"', diz Carlos Scherr.

Situagao alarmante

Nenhum alimento precisaria ser proibido para a maioria das pessoas, se houvesse conscientizagao sobre o mal que o excesso de gordura traz ao organismo, diz o cardiologista."O resultado da pesquisa foi uma surpresa para mim. Eu nao imaginava que a situagao fosse tao alar-

■gcfiCausa de morte lidernomundo

As estatlsticas da Organlzagao Munolal de Saude (QMS) mostram qus a aterosclerose coronariana, um tipo de arterlosclerose, e a causa de moitalidade ilder no mundo. No Brasil, representa 34% de todos OS dbltos. Sao 300 mil viflmas por ano ou 820 por dia. Nos EUA, 25% das criangas e 30% dos adultos sao obesos. No BrasH, a proporgao pode ser a mesma. Atualmente, a obesldade infanti! e problema qua aparece indepemJentemente da camaaa social. >

Prevengao
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Revista de Seguros- Mho - Agosto - Setembro 2007 1 iXJu
« Maria Silvia Borestein: "Estamos lldando com cilancas e jovens que tem pessimos hdbitos alimentares.isso e um problema de saude pCibiico, que pode set resolvldo sem utillzaqao de medlcamentos"
lurOS .13 m
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Prevengao

Estudantes cariocas correm riscos

O Alunos da rede publica: Alem de fazer mais exercicios,porquecaminham ate a escola,esses estudantes tern como alimentacdo bdsica a merenda escolar,balanceada par nutridonistas,e levam vantagem quanta ao colesterol

Embora a pesquisa do cardiologista Carlos Schenr aponte vantagens na saude das criangas de escolas publicas, urn estudo da Secretaria Municipal de Saude do Rio de Janeiro, em parceria com a Prefeitura e com instituigoes academicas, constatou que os estudantes cariocas correm riscos. Em 2003, mesmo ano da pesquisa de Scherr,foi montada uma estrutura de monitoramento para os fatores de risco de saude de jovens estudantes do Municipio. A pesquisa, que esta sendo retomada este ano, pretende saber nao apenas sobre os habitos aiimentares, mas tambem sobre consume de aicool, cigarro e drogas, alem de investigar as causas de sedentarismo.

Ate agora, o estudo registrou que os estudantes cariocas da rede publica consomem muitas balas, doces e refrigerantes, mas poucas frutas e hortaligas. Dos jovens que participaram da pesquisa,83,1% costumavam comer feijao; 55% bebiam leite; 45,8% disseram ter o habito de consumir frutas; 20%,

saladas; e 16,5%,legumes cozidosexceto batata. Foi observado que os meninos consumiam mais feijao que as meninas, que, per sua vez,tem costume de comer mais salada crua.

0estudo registrou que OS estudantes cariocas da rede publica consomem muitas balas,doces e refrigerantes,mas poucas frutas e hortaligas

Em relagao a alimentos nao saudaveis, os 46,7% dos estudantes dis seram ter habito de consumir doces e balas; 36,7% bebem refrigerantes habitualmente; enquanto 13% comem salgados; 12,7%

• mante. A cada momento um alimento e considerado o grande vilao da alimentagao. As vezes e o ovo, outras vezes, a manteiga ou a gordura sacurada. A verdade e que a comida ti'pica do Brasil e gordurosa e pesada. As pcssoas se alimentam mal, conso mem poucas frutas e se excedem em iaticmios", afirma o medico, que se espanta com o m'vel de desinformagao, comum em todas as classes sociais. Ele diz que, teoricamente, a comida mais saudavel e mais batata, porem o tipo de vida urbana atual impede que as pessoas se sentem com calma para desfriitar uma refeigao. "No mundo inteiro, a dieta reflete o estilo de vida. O norte-americano consome mais calorias, os Franceses tem uma alimentagao

consomem hamburguer e cachorro quente; e 10%, batata frita. Tambem se observou que esses alunos passam muito tempo em frente a televisao, computador ou video, e fazem poucos exercicios fisicos."Os resultados oferecem subsidios para deiinear agoes de promogao da saiide", diz Jorginette de Jesus Damiao, vice-diretora do Institute Annes Dias, orgao normative do Municipio do Rio de Janeiro sobre questoes aiimentares.

A merenda escolar no Municipio do Rio de Janeiro segue recomendagoes nutricionais para as faixas etarias, levando em conta o tempo de permanencia do aluno na escola e seus habitos de vida. 0 cardapio obedece a safra de hortaligas e frutas, sendo composto, geralmente, per arroz, feijao, um tipo de carne, uma hortaliga e uma fruta como sobremesa,seguindo as diretrizes do Piano Nacionai de Alimentagao Escolar. a

O Dieta errada: Os habitos de vida e aiimentares sdo responsaveis pelo surgimento dos mesmos problemas em 60a 70% dos pacientes

variada, mas, apesar do alto consume de queijos, tem menos problemas de obesidade ou colesterol alto. A resposta esta na variedade de alimentos e no tempo que eles dedicam ^s refeigoes."

Segundo o cardiologista, de 30 a 40?'6 das pessoas que apre.sentam problemas de coragao tem predisposigao genetica. Os habitos de vida sao responsaveis peio surgimento dos mesmos problemas em 60 a 70% dos pacientes, afirma Scherr. "A unica proibigao radi cal que quaiquer pessoa deve obedecer e quanto ao cigar ro, que vai fazer mal as artdrias e ao organismo em geral. Nao negocio este ha

bito com meus pacientes. Mas OS alimentos, desde que dosados, podem set consumidos".

Apesar da pouca repercussao da pesquisa entre os pais dos meni nos que foram examinados, Carlos Scherr encaminhou o estudo a prefeitura do Rio. "Independente de minha pes quisa, o prefeito Cesar Maia proibiu as cantinas dos colegios de venderem frituras e alimen tos gordurosos. Essa medida e excelente e deveria ser acompanhada por uma ampla campanha de conscientizagao", acha Carlos Scherr.

Cardapio balanceada

O Coiegio Liessen decidiu abolir frituras, alimentos gordu rosos e refrigerantes de seu car dapio ha quatro anos, por consi derar que alimentagao e parte da educagao. Os alunos estudam em horario integral, de 8 15h30m, almogando na escola. "Alem de um cardapio balanceado, nos temos um projeto que inclui a discussao da alimenta gao em sala de aula', explica a diretora Edith Napcham. Segundo a nutricion»sta Patrfcia Mendes, embora os alunos tenham uma variada opgao de sucos e agua de coco para acompanhar os alimentos, seir.pre hi pedidos para que os refrigeran tes integrem o cardapio. "La fora eles podem romar os lefrigerantes que quiserem. Aqui, fles tem educagao nutricional", diz Patricia. A

O Colegio Liessen aboliu frituras e refrigerantes de seu cardapio ha quatro anas, par considerar que alimentagao e parte da educagao
134 Revista de Seguros - Jutho - Agosto Setembro 2007
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Jussara de Freitas

Leite Baron

iBacharel em

Economia pela UFF, Formanda em Direito pela Universidade

Estdcio de Sd de BFI.

Trabaiha como

Servidora do Tribunal

RegionalFederal l°Regldo

A longevidade do cerebro

U...A mente do sec. XXIsabe regenerarse..I\ Este e outros conceitos revolucionarios sobre o funcionamento, preven^ao, retardamento e erradicagao de doen^as, que levam a degenera^ao das fun^oes cerebrals, sao apresentados de forma objetiva, pratica e de facil compreensao no livro "Longevidade do Cerebro", de Dhar ma Singh Khalsa. Medico,socio-fundador e secretario da American Academy ofAntiAging Medicine e membro da Gerontological Society ofAmerica, Khalsa fez de sua obra um programa terapeutico mnltifuncional, que se propoe a tratar doengas, como a debilita9ao de memoria associada a idade e o Mai de Alzheimer.

O autor trata o tema de forma objetiva e apresenta importantes registros tecnicocienti'ficos, relato de casos, tabelas, graficos e figuras ilustrativas. Nao se presta a propostas miraculosas, mas sugere interven96es nos estagios iniciais do dech'nio cognitivo, minimizando o avan9o da doen9a, que pode levar ate 20 anos para atingir o estagio mais avan9ado.

estaticas. Como a memoria esta presente em uma rede de neuronios interligados, se um neuronio morre, podera ser restabelecida a conexao com outro neuronio, num processo que os especialistas chamam de "circuitos redundantes".

Em sua terapia de longevidade cerebral, o autor chama a aten9ao para a importancia do hormonio cortizol, produzido pelas glandulas supra-renais e secretado em resposta ao estresse, causando a degenera9ao das cdulas cerebrais - pois retira a glicose e destroi os neurotransmissores, gerando dificuldade de concentra9ao e recorda9ao.

Inova ao afirmar que o funcionamento deficiente das glandulas endocrinas, a baixa energia no estado de humor, impulso sexual e fun9ao imunologica nao sao problemas naturals da velhice, mas sim da era atual de muito estresse e da smdrome da mega-informa9ao.

Funenseg 'Amiga doSeguro' gem oportunldades

O Langadoem 2002,em Pernambuco,o programajo beneficiou cerca de600jovensde baixa renda

Agnes Mikalsen

Esau Davis Antonio dos

Participaqao

S LONGEVIDADE DO CEREBRO

Autor; Dharma Singh

Khalsa

Editora: Objetiva, Rio de Janeiro - Ano:2005

Paginas: 371 paginas

O autor acredita que as pessoas que estao na faixa dos 40, 50,60 anos ou mais podem manter a memoria quase perfeita e tambem adquirir mentes jovens, caracterizadas pelo potencial dinamico do cere bro, capacidade de aprendizado e criatividade.

A simplicidade de seu programa e surpreendente! Cada paciente e responsavel por sua cura. Dharma Khalsa sugere um novo estilo de vida e nao uma "solu9ao magica".

egligenciado,a cerebro pode

representar a morte de20% de suas celulas durante a vida e uma diminuigao do seu tamanho

Afirma que cerebro e mente sao duas entidades diferentes-a mente d o "softwa re" e o cerebro, um orgao que precisa de cuidados fisicos e de estfmulo, assim como o cora9ao e os miisculos. Se negligenciado, pode representar a morte de 20% das celulas cerebrais durante a vida e uma diminui9ao do tamanho do cerebro.

Com base nas pesquisas e praticas medicas registradas no livro, o cientista afirma que o cdrebro possui uma plasticidade que permite a regenera9ao das partes

O programa detalhado no livro e baseado em quatro areas: terapia nutricional; terapia do controle do estresse; terapia dos exerci'cios para o corpo e mentem (em conjunto com a farmacologia); e a terapia de reposi9ao hormonal.

O leitores que seguir o programa de longevidade do cerebro" podera obter um perfeito funcionamento da saiide em geral, o equilfbrio de corpo e cerebro e, principalmente, a mente jovem, dinamica, e a descoberta do poder de auto-cura. A

Santos tem 18 anos, cursa o ensino medio, e comemora a conquisca do seu primeiro estagio na corretora Negrini & Negrini, de Campinas. "Foi uma oportunidade linica para mim",conta o jovem. Esta e apenas uma das muitas historias de sucesso do Programa Amigo do Seguro', a9ao de responsabilidade social da Escola Nacional de Seguros (Funenseg), que ja significou uma chance de qualificavao e inscr9ao no mercado de trabaIho para cerca de 600 jovens brasileiros de baixa renda.

Atualmente, o Amigo do Seguro' e promovido em quase todas as unidades da Funen.seg no Brasil. "Ele devera ser lan93^' do cm breve na Bahia. Apenas no Rio Grande do Sul e no Espirito Santo ainda nao conseguimos viabiliza-Io , conta jiinia Maria de Souza Pinto, coordenadora do Programa e consultora da diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da Escola.

A alternativa tem se mostrado valiosa tambem na forma9ao pessoal dos jovens. "Esta experiencia de trabalho e importante, nao ape nas porque podenios adquirir conhecimento. Ajuda a tetmos responsabilidadc e a formar o nosso carater", avalia Esau dos Santos.

O Programa

Desenvolvido pela Escola em convenio com o CIEE (Centro de Integra9ao Empresa-Escola), o Amigo do Seguro' conta com a participagao das empresas do mercado de seguros. Esta em estudo ainda a amplia9ao da parceria com duas novas institui96es: a Funda9ao Movimento Universifario de Desenvolvimento Economico e Social (Mudes)e a Cruz Vermelha Brasileira (CVB)."A Cruz Vermelha faz um trabalho social intenso nas comunidades de Nova Iguacu e Belford Roxo (RJ). A parceria deve ser fechada em breve", diz Junia.

As empresas podem contribuir "adotando um jovem". Assim, ao mesmo tempo em que invesrem em uma a9ao social, sao beneficiadas. Chamadas de "Amigas do Seguro", estas empresas tem, por exemplo, a reserva de 10% de vagas dos cursos da Escola. Ou seja, cada aluno "adotado" da direito a inscri9ao de um funcionario da empresa, gratuitamente, em um dos cursos de ate 15h/aula. Os participantes tambem recebem um selo de Certifica9ao Anual das Empresas Amigas do Seguro, apos um ano. "O que fazemos t dar o input neste processo de Responsabilidade Social, mas o trabalho continua nas empresas que vac ajudar a formar este profissional", diz Juma Maria.

O Amigo do Seguro' engloba tres etapas. Primeiro, alunos de escolas piiblicas que cursa m o ensino mAho sao recrutados c selecionados pelas parceiras. Depois de aprovados, sao encaminhados i Escola e passam para a fase de capatita9ao acad^mica na area de Seguros. Apds a cxmclusao, os alunos aprovados sao encaniinhados a programas de estagio em empresas do mer cado de seguros.

□rogram

Na opiniao do diretor de Pesquisa e DcsenvoJvimento da Escola, Claudio Contador, o programa e bom para todos os envolvidos. "Para o jovem, que ocupa seu tem po e passa a ter uma oportuni dade que talvez nunca tivesse na vida. Para o mercado porque representa oxigena9ao, sangue novo — o setor carece de renova9ao em seus quadros. E para a sociedade, pois, ainda que pequcna se compamda a dimensao dos problemas socials que o Pafs tem, 6 uma contr*bui9ao valiosa. E uma lenlariva de o setor fazer jaarte", avaiia. A a Sua

Biblioteca
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Se n
Revistade Seguros- Julho - Agosto - Setembro 2007 JLi. JuIlK:-Ago-:to Sereoiwo2007.RmhtadeSei iguros 3?1
a AMIGO da' SEGURDi

Uma moeda,dois lados e

vdrios desafios

outro, a obriga9ao de custear a saude piiblica, com muito mais gente no rol dos atendimentos, amea^am concretamente as formulas em vigor para o financiamento do bem-estar social em todos os pai'ses.

ARBITRAGEM

A MANEIRA INTELIGENTE DE SOLUCIONAR CONFLITOS

A Arbitragem e um processo pratico e rapido para resolver confiitos, utilizado hoje peias empresas em todos os pai'ses de economia desenvoivida.

otc

uando Jesus morreu, aos 33 anos de idade, ele caminhava para ser um velho. E espantoso, mas ate o im'cio da Segunda Guerra ■a expectativa media de vida na Europa nao chegava a 50 anos. DeJa para ca esta realidade mudou e, com ela, mudou o mundo. Os europeus ja estao deixando para tras os 80 anos, enquanto o Japao caminha rapidamente para os 90 anos, como expectativa de vida media para sua populagao.

Mesmo no Brasil, o quadro, sob o ponto de vista da vida mais longa, e altamente positivo. Se lembrarmos que, quando a GET entrou em vigor, avida m^dia do brasileiro mal chegava aos 40 anos e que, atualmente, ja ultrapassa os 70, nao ha como nao reconhecer a evolugao, pelo menos em numero de anos.

Mas sera que aqui e no mundo a qualidade de VI a acompanhou o progresso da medicina que tornouo serhumano quase imortal? Em principio, Sim, muito embora tenhamos paradoxos dramaticos que evantam serias questoes morais, religiosas e de pohticas piiblicas.

Para o gestor publico, o aumento vertiginoso da expectanva de v.da e um drama. Com a seguridade social desenhada para uma determinada fealidade muito menos custosa, a atual longevidade do ser humano se transformou num 6nus diflcil de ser suportado. De um lado, aobriga^aodepagarasapo- sentadorias por um tempo bastante mais longo e de

Ja para a iniciativa privada, alem do risco, ha o desafio. As dificuldades decorrentes da maior lon gevidade do homem devem ser vistas como a mola indispensavel para a discussao das novas medidas destinadas a modificar os paradigmas atuais, criando novas filosofias de .negocio, capazes de suportar este cenario sem inviabilizar a prote^ao social e o lucro das empresas.

As dificuldades decorrentes da maior longevidade do homem devem ser vistas como a mola indispensavel para a discussao das novas medidas destinadas a modificar OS paradigmas atuais w9

Os tres campos do setor de seguros diretamente atingidos, e onde as mudan^as devem se dar, sao os seguros de vida, os pianos de previdencia privada e OS pianos de saiide privados. A maior expectativa de vida de seus participantes significa, para qualquer um deles, a necessidade da revisao dos produtos, voltada para o seu equilibrio, levando em contas as novas variaveis de custo que OS impactam.

Palavras como prevengao, co-gestao, participae comprometimento se somam aos novos conceitos, como repartifao de custos, participagao nas despesas e alongamento dos prazos de contribui9ao e para a concessao dos beneffcios. E isto e so o come90, inclusive porque, alem da obriga9ao de suportar os custos permanentemente crescentes da imortalidade humana, e imprescindiVel, porque e mais importante, que se melhore a qualidade de vida das popula96es idosas. A

O Centro Brasileiro de Mediagao e ArbitragemCBMA coloca a disposi9ao da sua empresa os meios para solucionarde,forma agifeconomica e eficiente qualquer tipo de divergencia entre as partes envolvidas.

Para sua tranqui!idade,a senten9a arbitral e plenamente reconhecida pelo Judiciario e tem validade plena para todos os fins de direito, conforme estabelece a Lei n°. 9.307/96, sendo o Arbitro de livre escoiha das partes.

A FENASEG - Federa^ao Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitaliza^ao,a ACRJ - Associa^ao Comercial do Rio de Janeiro e a FIRJAN - Federagao das Industrias do Estado do Rio de Janeiro sao as fundadoras do CBMA, que, desde 2003,vem facilitando a solu^ao de ampio espectro de confiitos para as suas afiliadas, objetivo hoje expandido para diversas outras Associa^oes que aderiram ao CBMA.

Todas as grandes empresas brasileiras e multinacionais, bancos e seguradoras ja 3deriram a Arbitragem pelas vantagens que agregam as suas atividades. 'ndua em seus contratos a Ciausula Compromissoria de Arbitragem para solu(;ao de divergencias e confiitos pelo CBMA.

Opiniao ANTONIO PENTEADO MENDONCA
38 Revlsta de Seguros - Juiho - Agosto Setembro 2007
CBMA CENTRO BRASILEIRO DE MEDIAQAO E ARBITRAGEM 25tn-i20re7!;i4-121t www.cbma-com.br
^^AntonioPenieadoMendoncaJomolistaeEspecialistaemseguros e previdencia A
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A empresa tider na SSHBSffi"- ■ "KSIET^^' servigos do Brasil. www.abnote.com.br F^brica Sao Paulo Estrada do Ingai, 200 - Barueri CEP 064228-000- Sao Paulo - SP Tel.:(11)4772-7800 - Fax:(11)4789-5408 ^ Trust Impressores de Seguran^a Ltda Rua Jandaia do Sul, 1073 Vila E. Perneta - Pinhais CEP 83324-440 - Parana - PR Tel.: (55 41)3668-1174 Fax:(55 41)3668-2125 Matriz e Fibrica Rio ^ Rua Peter Lund, 146 - Sao Cristdvao il CEP 20930-390 - Rio de Janeiro - RJ Tel.:(21)2585-9118 - Fax;(21)2580-309^g^IIM m -7-' ■sweM F^brica Erechirrt " Rua Lenira Galli, 450 - Distrito Industrial CEP 99700-000 - Erechim - RS Tel.: (54) 519-1377 Fax: (54) 519-1377 - 522-2045 Fabrics Sorocaba Rua Laura Maiello Kook, 511! Ipanema das Pedras ■ CEP 18052-445 - Sorocaba - SP Tel.: (15) 3222-8000 - Fax: (15) 3222-8044 ABnote, a grafica que oferece uma gama de impressos de segurar
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