T1832 - Revista de Seguros - out/nov/dez de 2005_2005

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REVISTA^eSEGUROS

Wy^z coberturas paratudo elodosno mundo do entrelenimento.

Mas e nos bastidores do Mercado onde os Profissionais de Seguros participam de um outro espetaeulo: o de se preparar para o future/

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Back Office para o Mercado de Seguros

UM DIA SEM SEGURO

criada em 1993, a ATP S/A e uma empresa especializada na prestagao de servigos de tecnologiS' Ifder em processamento de documentos. Esta presents nas phncipais capitais do pafs, onde mantem centros regionais de processamento especialmente estruturados para oferecer solugoes diferenciadas a seus clienteS; possibilitando redugao de custos e ganhos em qualidads-

8CAPA Emboraalegislagaobrasileiranaoobrigue

a contratagao de apolices, cadavezmais produtores e diretores da area de entretenimento se conscientizam daimportanciadefazerseguros,paraprotegerseustrabalhos, evitarprejuizos egarantira continuidade do show.

14

A publicagao do texto de Carlos Pinheiro, vencedor do Premio Urn Dia sem Seguro.

16 INTERNACIONAL

As perdas provocadas pelo furacao Katrina foram o tenia principal da Reuniao Internacional das Associagoes de Seguradoras.

55 FUNENSEG

Homenagem a Jose Lopes de Oliveira, que trabalhou na criagao e instalagao da Fundagao.

ais de 100 instituigoes do mercado de seguros, do sistema financeiro, do setor de telecomunicagoes e concessionarias de servigos publicos utilizam o conjunto de solugoes desenvolvidas pela empresa.

ENTREVISTA 5

Titular da Susep, Rene Garcia faz balango positive de 2005, anuncia novas regras sobie a adequagao do capital das seguradoras aos riscos assumidos 6 fala da opgao preferencial porpessoas de baixa renda.

Principais servigios:

^■^icrofilmagem de apolices e contratbs; ^igitalizagao de documentos, com disponibilizagao via Wet??

■ Formalistica e processamento de documentos;

■ CuStddia de contratos.

r / CIDADANIA 30apopulagaodeOuro Preto

escolheu dois personagens comuns, que se dedicam a cidade, para receber o Preniio Gentileza Urbana, patrocinado pelo Sesmig, o Sindicato das Seguradoras de Minas Gerais.

CONSEGURO

A terceira edigao da Conferencia Brasileira de Seguros, Resseguros, Previdencia Privada e Capitalizagao trouxe 35 palestras que colocaram no centre das di.scussoes uma gama de temas considerados cruciais j)ara o future da atividade seguradora.

REGURO

'^ASILEIRA DE SEGUROS .,^IA PRIVADA E CAPITALIZAQAO PRE

I' f-v '■c < »■ » *. / / t,, „ *t J. IT
Sede propria em Brasilia
Banking Technology VlaL2Norte SCAN 601 Modulo "L" Brasilia DF Cep: 70830-010 Telefone (61) 2108-8976 www.atp,com.br
Servigos de Bacf<
E FAAIS... 4 EDITORIAL 52 GALERIADEFOTOS 58 OPINIAO "inUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO 2005 f
SUMARIO
• • # COA|S|GURQl REVISTA DE SEGUROS 3

Talento protegido

A materia de capa desta edigao —"0Show nao pode parar" — focaliza o entendimento e a utilizagao do seguro por agentes da industria artistica e cultural como fator de protegao a seus trabalhos, de forma a preservar e garantir os eventos do setor. Trata-se de modalidade nova de seguro, que se direciona a industria cultural. 0 cinema, a televisao, o teatro, e, sobretudo,a grande musica popular dos espetaculos vem apresentando uma vitalidade tao surpreendente, que transformaram o Pais numa gigantesca sementeira de produgoes,cujos orgamentos ja abrem espago para a protegao que e dada pelo seguro. 0 Brasil vive e exporta cultura em escala industrial. E descobre que OS grandes eventos nao podem estar submetidos as mudangas bruscas dos humores e da sorte e do azar.

Seguros de responsabilidade civil, incendio,lucro cessante,e ate contra fi'aude praticada por funcionarios ou tumultos provocados por brigoes,tudo comega a fazer parte da planilha de custos dos grandes espetaeulos.

Entre 8 e 10 de novembro, mais de 700 profissionais de seguros estiveram reunidos em Sao Paulo, durante a S'' Conferencia Brasileira

AFenaseg

Federagao Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalizagao

Presidente: Joao Elisio Ferraz de Campos

Vice-Presidentes: Casimiro Bianco Gomez, Luiz Tavares Pereira Filho. Nilton Molina. Olavo Egydio Setubal Junior. Oswaldo M^rio Pego de Amorim Azevedo e Renato Campos Martins Filho.

Diretores: Federico Baroglio, Flavio Bauer, Jos6 IsmarAlves Torres. Luiz Eduardo Loureiro Veloso, Mauricio Accioly Neves. Mauro C^sar Batista e Vilson Ribeiro de Andrade.

Conselho Fiscal

Membros Efetlvos: Jorge Carvalho.Lucio Antdnio Marques e Marivaldo Medeiros.

Suplentes: Jose Maria Souza Teixeira Costa.Luiz Pereira de Souza e Thomas Kelly Batt.

Conseiho Consultivo

de Seguros,Resseguros,Previdencia

Privada e Capitalizagao(Conseguro), para debater a atualidade e o futuro do setor. No eardapio de 35 palestras em torno do tema comum -"0 mercado brasileiro em ambiente de transformagao" -, foi colocado em mesa desde o susto planetario em face das mudangas climaticas ate as conseqiiencias da sombra negra dos atentados terroristas, projetada como ameaga a seguranga pessoal, patrimonial e institucional,passando ainda por diversos temas tecnicos. Os principals momentos da 3"Conseguro sao mostrados nesta edigao da.Revista de Seguros.

Tambem e destaque nesta edigao a entrevista concedida pelo superintendente da Susep,Rene Garcia,que comenta os bons resultados do merca do em 2005,e antecipa as mudangas no quadro regulamentar prometidas para 2006. Fala sobre as novas regras para o capital das seguradoras e a qualidade dos riscos.

E tem tambem o resultado do Premio Fenaseg Um dia sem Seguro, vencido por Carlos Roberto de Sousa Pinheiro,da cidade de Caruaru,com materia escolhida entre 60 concorrentes. Boa leitura.

Presidente: Joao Elisio Ferrazde Campos Membros Efelivos: Acacio Rosa de Oueiroz Filho, Antonio Cassio dos Santos, Carlos dos Santos. Francisco Caiuby VIdigal. Federico Baroglio, Jayme Brasii Garfinkel. Jos§ Amdrico Pedn de S^, Jose Castro Araujo Rudge. Luis Emilio Maurette. Luiz Carlos Trabuco Cappi. Luiz de Campos Salles, M^rio Josd Gonzaga Petrelli, Mauricio Accioly Neves, Nilton Molina. Patrick Antonio Claude de Larragoiti Lucas. Pedro Pereira de Freitas e Pedro Purm Junior. Membros Natos: Alberto Oswaldo Continentino de Araujo, Anton'^ Tavares Camara.Joao Gilberto Possiede, Luiz Tavares Pereira Filho.Miguel Junqueira Pereira, Mucio Novaes de Albuquerque Cavalcanti,Paulo Luckmann e Paulo Miguel Marraccini.

REVISTA DE SEGUROS

Orgao Informative da Federagao Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalizagao- Fenaseg.

PUBLICAgAO INTEGRANTE DO CONVENIO DE IMPRENSA

DO MERCOSUL -COPREME.Em conjunto com SIDEMA(Servi?®

Informativo do Mercado Segurador da Republica Argentina), EL PRODUCTOR (Publlcagao da Associagao de Agentes e Produtores de Seguro da Republica Oriental do Uruguai) e Jomal dos Seguros(Publicagao do Sindicato dos Corretores de Seguros e de Capitalizagao do Estado de Sao Paulo).

Conselho Editorial

Presidente: Salvador Cicero

Membros: Geraido Boida, Mauro C6sar Batista, Nilton Molina, Paulo Amador,Paulo Marracini, Rene Garcia. Ricardo Xavier, Rita de Cassia Batista e Suzana Munhoz.

Editor-chefe: Angela Cunha(MTb/RJ12.555)

Coordenagao Edrtorlal: Editora Prosa (seguros@editoraprosa-Corh-'''^

Jornalista Rasp.: Marcia de Souza(MTb/RJ 16.305)

Arte: Marli Bibas

Capa: Larissa Medeiros Ferreira

Colaboradores: Cristiane Collich Sampaio,Cristina Borges Guimaraes, Denise Bueno. M^rcia Alves. Neila Baldi, Nice de Samantha Lima.Solange Guimaraes,Valeria Maciel e Val^rio Fabh®'

Fotografia: Fernando Cavalcanti. Julio Fernandes, Rosane Bekierman e Obritonews

Equipe ASCOM: Adnana Beltrao e Valeria Maciel

Escritdrlo Fenaseg/Brasilia -SCN/Ouadral/Bloco C- Ed. Brasf"^

-Trade Center-saia 1607

Fotolltos: TextMaster

GrSflca: Wal Print

Distrlbuicao: Servigos Gerais/Fenaseg

Redapao e Correspond§ncla: Assessoria de Comunicagao SoC'^'

- Fenaseg - Rua Senador Dantas,74/12° andar, Centre

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Perlodlcldade: Trimestral

Clrcutagao: 5 mil exemplares

As mat^fids e artigos assinados sao de responsabilidade dos autores- As malarias publicadas nesta edicSo podem ser reproduzidas se identificada a fonte. V

Distrlbuipao Gratulta

Grandes mudangas, sem pressa

Titular do Susep foz baion^o positivo de 2005, onuncia novas regras sobre a adequa^Oo do capital dos seguradoras aos riscos ossumidos, para 2006,e folo do op^ao preferencio! por pessoos de boixo rendo

nice de PAULA

Uma nova resolu§ao da Superintendencia de Seguros Privados,prevista para 2006,vai alterar as regras de formasao de capital das seguradoras."Quanto mais agressiva for uma empresa,em termos de tomada de nscos, maior deve ser seu capital. Ou seja, a qualidade do nsco passa a ser considerada",explica Rene Garcia,titular da Susep. 0 programa,segundo ele, trara grandes mudangas, mas as empresas terao cinco anos para se adaptar.

Xerife de um mercado qua movimenta cifras bilionarias, o economista e grande defensoi Ac, biioca pe os consumidores de renda mais baixa."A opgao preferencia do governo e da Susep e pelos mecanisinos de seguio que passam pela ampliagao da base de clientes ,diz. Depois do empenho pela criagao de seguros populares, Garcia se entusiasma com o crescimento de seguios vendidos a R$ 2 ou R$ 3, por mes - como os prestamistas e de

garantia estendida — e com o novo projeto de seguro para carros usados.

Na visao de Rene Garcia, o pais precisa de uma mudanga de cultura que crie nas pessoas-sobretudo nas mais pobres-o habito de fazer seguros e, nas empresas, maior interesse pela inclusao desses consumidores num mercado muito focado nas classes media e alta. "Men trabalho e quase de evangelizagao: falar,falar, falar".

Ele reconhece que essa e uma tarefa que leva tempo e nao esta preocupado com efeitos imediatos. Ao contiario. E no longo prazo que espera os resultados de medidas ja adotadas e daquelas que ainda pretende desengavetar. "Ninguem esta preocupado com o curto prazo". Otimista, diz que o mercado entrou numa fase dc crescimento sustentavel. E aposta que as mudangas nas regras de tiibiitagao e a blindagem dos fundos de previdencia privada vao fazer com que as reservas do setor dobrem ate 2008. ;>

"'1^ EDITORIAL
da Fenaseg
7/ / /
4 REVISTA DE SEGUROS OUTUBRO • NOVEMBRO • OEZEMBRO 2005 i\ RENE GARCIA
ENTREVISTA A
OUTUBRO • NOVEMBRO • OEZEMBRO 2005 REVISTA DE SEGUROS 5

A Qual a sua avalia^ao do ano de 2005 para o mercado?

Rene - Ainda sem os numeros fechados,da para perceber que o setor entrou numa trajetoria de crescimento, este ano.0ramo de automoveis projeta uma alta nominal de 15%.No segmento de vida e previdencia, a expansao foi um pouco prejudicada no comego do ano pelas indefinigoes de ordem tributaria, mas, a partir de junho, comegou a haver uma recuperagao bastante expressiva. Minha previsao e de um crescimento real entre 4% e 5%. Um resultado modesto, digamos assim, mas,quando coniparado com a trajetoria dos anos anteriores, consolida que o crescimento e sustentavel. A abertura das contas mostra o mercado caminhando numa diregao muilo interessante. As empresas estao reduzindo OS custos administrativos e a base de produgao esta mais estavel. Havia ciclos, um mes aumentava, no outro caia, a sinistralidade estava sempre ascendente, mas isso esta se normalizando, o mercado esta ganhando uma certa consistencia. E uma coisa muito importante,este ano,foi o programa de certificagao profissional.

A As metas de certificagao foram olcan^adas?

Rene - Conseguimos fazer uma grande mobilizagao dos funcionarios

das seguradoras,com otimo resultado. As pessoas tem procurado e estao acreditando que a certificagao e um instrumento nao so de valorizagao profissional, mas tambem de insergao no mercado de trabalho. A quantidade de empresas com algum programa de treinamento e certificagao e impressionante. Em dois anos, vamos conseguir treinar 100% das pessoas.A meta era fazer isso em cinco anos.

A Quais OS projetos da Susep para 2006?

Rene - A opgao preferencial do governo e da Susep e pelos mecanismos de seguro que passam pela ampliagao da base de clientes, seja na area de vida e seguros populares, que estao tendo um crescimento muito expressivo, seja na. area de seguros prestamistas-aqueles envolvidos com politicas de credito, adquiridos pelas pessoas que tomam um financiamento,um emprestimo consignado, e fazem seguro para cobrir as prestagoes em caso de perda de renda ou de morte de alguem dafamilia.Isso esta gerando cerca de 1 milhao e 800 mil novos contratos de seguro a cada mes. Outro segmento que vem ganhando forte dimensao e o dos chamados seguros de garantia estendida.

A Esses seguros sao distribuidos pelas redes de varejo e tern tiquete muito baixo. Do ponto de vista das empresas,sao rentdveis?

Rene — Ha algo mais importante do que ser rentavel. A primeira ideia nao e que de resultados. A experiencia internacional mostra — e o Japao e o maior exemplo — que o fundamental quando se amplia a base de clientes e desenvolver a cultura de seguros. A primeii'O geragao de produtos nao e rentavel,mas a medida que a pessoa passa a cultivai" uma cultura de seguros, ela comega a ampliar o leque de produtos. Quern nao fazia um seguro de vida vai fazer. quern nao tinha nenhum tipo de segui'O patrimonial vai ten Trabalhamos ha uni ano na ideia de um seguro popular do automoveis, para atingir proprietarios de veiculos usados. Para carros de seis a dez anos,o seguro convencional e proibitivo.0 Banco do Brasil ja tern esse produto de forma experimental e esta dando certo.

A 0 que muda nesse modelo?

Rene-A circular torna facultativo as empresas oferecerem essa modo' lidade de seguro para automoveis usados,define as regras e deixa rnenos brechas para potenciais contestagoeS na Justiga, maior entrave ao produtoPelos dados preliminares,os alvos sa" carros a partir de oito anos de uso, de pessoas que tem entre 35 e 45 anos> ganham,em media, ate R$ 3 mil po' mes e vao pagar um seguro de R® 600 por ano. Cerca 30% delas nuncr" fizeram seguro de seu automovel.

A As seguradoras sao simpaticas a essas propostas?

Rene — Tenho tido por parte de algumas empresas uma aceitagSe muito grande. Aquelas com visao de longo prazo tem a percepgao de qu'^

precisamos desenvolver e ampliar nosso leque de produtos. Mas a maioria do niercado ainda esta muito preocupada com seguros de resultado imediato. Meu trabalho e quase de evangelizagao: falar, falar, falar.

A Alem da cultura,temos um problema de tenda.0 que pesa mais?

Rene — Um seguro de vida de R$ 20 por ano equivale a cinco garrafas de cerveja. Nao e possivel que a pessoa nao possa trocar uma coisa pela outra. As pessoas de baixa renda precisam Se conscientizar de que a perda de Um ente familiar pode ter uni efeito destrutivo sobrc a familia. Ja temos Seguros a pregos acessiveis, mas todos passam pelo canal bancario. Nao conseguimos ainda, no Brasil, desenvolver um produto com um canal de distribuigao que seja pulverizado, de acesso facil para as pessoas e que Uao passe por um banco,para eliminai n custo da cobranga bancaria.

A Seguros distribuidos pela rede de varejo Udo tem esse canal?

Rene-Tem,mas sao produtos que de alguma forma estao vinculados a compra de um hem ou servigo. Gostariumos defazer isso deforma individual e seletiva. Outra grande opgao do goveino d pelo fortalecimento da area de pie\idencia privada. Ao longo dos ultimos l8 meses, colocamos um novo codigo genetico na previdencia, que hoje tem Um regime tributario decrescente.

4 A conseqiiencia desse regime sera

Qmpliar a base de segurados ou mudar o Perfil do investimento?

Rene-0 mercado cresce e as pes-

soas mudam seu perfil de investimento. Isso e muito importante porque, ao desenvolver a cultura do investimento de longo prazo, a demanda por titulos de longo prazo aumenta e ajuda no financiamento do proprio governo. Na Espanha,a mudanga no regime tributa rio dos fundos de pensao proporcionou uma redugao da taxa de juros real de longo prazo de 1,5%. Demorou oito anos, mas reduzir a taxa em 1,5% significa, capitalizado em 20 anos, uma queda de 20% na divida publica. Outra mudanga importante foi que a MP 255 criou a blindagem nas reservas dos ativos garantidores dos fundos de previdencia. Com a separagao desses ativos, esses pianos que ficam blindados podem ser dados como garantia para emprestimos imobiliarios.

A Sua expectativa e por um impacto muito grande?

Rene - Pode ter certeza, a pj-evidencia privada aberta no Brasil vai praticamente dobrar nos proximos dois anos. Hoje,sao R$ 70 bilboes de reser vas, vai alcangar R$ 120 bilboes.

A Ha alguma regra na gaveta para sair no ano que vem?

Rene - 0 ano de 2006 sera de consolidagao do que foi feito. Mas ha duas coisas com as quais temos de nos preocupar. A primeira e a consolidagao

do processo normativo de adequagao das normas brasileiras aos padroes internacionais. E um salto de qualidade e vai permitir que a Susep tenha um upgrade em sua avaliagao pelos organismos internacionais. A segunda e uma nova resolugao que vamos baixar em 2006 sobre a adequagao do capital das seguradoras em relagao aos riscos, chamada Projeto Solvencia 2.

A 0 que muda com essa resolugdo?

Rene - Hoje, as seguradoras bra sileiras tem uma base de capital que e fixa e o que assumem de risco adicional e uma proporgao daquele capital. Esta se discutindo no mundo que a adequa gao do capital deve ser proporcional as fontes de riscos que assumem. Quanto mais agressiva for uma empresa em termos de tomada de riscos, maior deve ser seu capital. Ou seja, passa a se considerar a qualidade do risco. E um programa de mudangas grandes no mercado e atende a demandas dos organismos iirternacionais, do FMI, do Banco Mondial. A resolugao sai em 2006,mas nao vai ter impacto iirrediato. As empresas terao cinco anos para se adaptar. 0 mais iirrportante e que nao estamos criando regras de curto prazo. Ninguem esta preocupado com o curto prazo.0 essencial e aperfeigoar as instituigoes, porque instituigoes fortes nao depeirdem de pessoas.

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"A maioria estd preocupada com seguros de resultado imediato.Meu trabalho e quase de evangelizajdo:falar,falar,falar".
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'Tode ter certeza,a previdencia privada aberta no Brasil vai praticamente dobrar nos proximos dois anos^
OUTUBRO • NOVEMBRO • DEZEMBRO 2005 REVISTA DE SEGUROS 7

Cada vez mais, produtores e diretores de espetdculos musicais e longas-metragens se conscientizam da importdncio de fazer seguros, para proteger seus trabalhos, evitar prejuizos e garantir a continuidade do shov^'

SAMANTHA LIMA

0brilho de um grande espetaculo musical e a magia de um longa-metragem sao resultados de um meticuloso trabalho, envolvendo profissionais e estrelas do mundo artistico. Mas o planejamento detalhado e o orgamento muitas vezes apertado correm serio risco quando os principais envolvidos na produgao ignoram a importancia do seguro. Embora a legislagao brasileira nao obrigue a contratagao de apolices para se rodar um filme ou realizar um show, cresce a conscientizagao dos empresarios de que suas obras tambem podem ser vftimas do acaso e,por isso, merecem ser protegidas. Assim, em produgoes artisticas de porte maior, publico, artista e produgao nao rare, estao segurados. 0 niercado, porem,

A Mais Uma Vez, Amor, da produtora Raccord: valor segurado de quase

R$ 1 milhao

ainda e ti'mido, mas acalenta grandes expectativas com o segmento.

ISegundo a Superintendencia de Seguros Privados(Susep),nao ha ap6lices obrigatorias no mundo aitistico. Mas seguradoras como Chubb do Brasil, Generali do Brasil e Cia.Excelsior de Seguros atuam no nicho que,embora nao gere receitas significativas,sinaliza grande potencial. A Chubb importou em 2001 seu modelo inteniacional e o adaptou as necessidades brasileiras, explica Ana Carolina Mello,gerente da area de seguros empresariais.

"A grande maioria da classe aitfstica ainda nao sabe que esta disponivel. Qualquer evento tern uma probabilidade de ocorrer um problema fora do controle dos produtores, como um temporal ou a ausencia de um artista, por exemplo", alerta.

Em premios, por ano, a Chubb movimenta R$ 2 milhbes no segmento de enlretenimento -0,004% do faturamento da seguradora,mas demonstra um potencial cinco vezes maior.

0 produto mais comum e o que preve cobertura para cancelamento de _ o 710 show. Trata-se de uma apoiice que pode ser adquirida pelo produlor do evento,o organizador ou o patrocinador.Se o eventofor cancelado, a seguradora reembolsa as despesas.

"Recebeinos o orgamento do evento detalhado e, a partir dai, calculamos o piemio,algo em torno de2%a 3,5% do valor total", diz,sem revelar valores.

/}. Ana Carolina WIello, da Chubb, que tern uma llnha de seguros para eventos artisticos, acredita na expansao do niercado:"0 potencial e cinco vezes maior"

Ana Carolina explica, ainda, que sao disponiveis os seguros de responsabilidade civil — no qual normalmente tem sido incluida a protegao para artistas - seguros de equipamentos e incendio. A Chubb atua,ainda,no seg mento cinematografico,garantindo a[>

8 REVISTA DE SEGUROS
jr'V •'* •
OUTUBRO • NOVEMBRO • DEZEMBRO 2005
de Casa de Areia, produzido pela Conspira^ao Filmes: apoiice customizada
OUTUBRO • NOVEMBRO • DEZEMBRO 2005

protegao dos sets de filmagem.

"E possivel proteger seu trabalho desde a pre-produgao ate a entrega da primeira copia do filme", explica Ana Carolina, contabilizando mais de 30 produgSes seguradas, entre longametragens e comerciais. Segundo ela, o premio fica entre 1,5% e 3% do orgamento.

PROTEGAO CONTRA FRAUDES — A tradicional casa de shows Canecao, na Zona Sul do Rio de Janeiro, se resguarda de eventualidades com uma serie de seguros. Ha 25 anos, o corretor Llaer de Souza Nogueira, socio da LM Seguros e amigo pessoal de Ma

rio Priolli (dono da casa), cuida das apobces de incendio, roubo, lucros cessantes, fidelidade (para ressarcir a casa em casos de fraudes, como de funcionarios, por exemplo), tumultos (para preservar a casa dos brigoes)-, tiansporte de valores,protegao a vidros e danos morais. Alem disso, existem tres apolices de responsabilidade ci vil, que protegem contra acidentes na operagao, fornecimento de produtos e causas trabalhistas.A casa abre quatro vezes por semana e tern capacidade de 3,5 mil expectadores.

Se a casa for culpada em um acidente pessoal, entramos em acordo com o segurado e o ressarcimento e imediato, sem precisar ir a Justiga", explica Nogueira,sem revelar os custos das apolices."Ha sete anos, no dia de uma apresentagao do Tim Maia, um temporal desabou sobre a cidade e 0 publico nao compareeeu. Ja o Tim surpreendeu a todos e veio. A apolice cobriu o prejuizo provocado pela bilheteria zerada."

Por tras do sucesso dos shows exibidos nos tres palcos do TIM Festival, realizado no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro no fim de ontubro, tambem existiam apolices. Segundo o empresario Carlos Martins, socio da Dueto ProdugSes, foi contratado o no show, alem de seguros para equipamentos, responsabilidade civil para artistas e publico ate mesmo para despesas hospitalares e acidentes pessoais da equipe de produgao.

Certa vez, quando o evento ainda se chaihava Free Jazz, uma das atragoes cancelou a apresentagao.

Maria Bethania, no paico do Canecao: a casa de espetaculos tern seguro atd contra tumultos 1

Em substituigao, contratamos Sandra Wilson, que estava se apresentando na Alemanha. Nao havia escalas d® voo que pudessem traze-la a tempoA solugao foi fretar um para busca-la» pago pela seguradora",conta Martins, que tambem nao fala em valores. DiZ' apenas, que fica em ate 3% do orga mento total do evento.

E quem imaginaria que a ausencia de seguros tornaria inviavel, noS moldes atuais, o famosissimo carnaval de Salvador,simbolizado pelas banda® que animam trios eletricos? Isso poi' que,ha dois anos,a Delegacia Regional do Trabalho na Bahia determinou ci^® OS cordeiros — homens que segurain a

corda que delimita o espago destinado aos centenas de milhai'es de folioes pagantes dos trios eletricos — nao podem trabalhar sem um seguro. A apolice e emitida pela Excelsior.

"A indenizagao prevista e de R$5 rtiil por morte ou invalidez do cordeiio durante o evento, alem de cobertuia de R|10 como diaria de indisponibilidade de trabalho, ate o limite de 30 dias. E uma gai'antia aqueles homens que se zelam pela integridade do foliao baiano. Em dois anos, nunca tivemos ! Om sinistro.0 custo para os blocos e de centavos por trabalhador ,explica ; Nelson Uzeda, superintendente da Excelsior na Bahia, sem revelar o Custo do premio.

Segundo o executivo,a segurado: ra costuma fazer apolices para eventos da banda Chiclete com Banana e a cantora Ivete Sangalo.0 produto ba®ico oferecido e um Responsabilidade Civil de eventos, desenhado especifiCamente para proteger o publico.

"Ha algumas semanas, na apre

sentagao de um de nossos clientes baianos, um expectador foi agredido por outro. Disponibilizamos imediatamente a indenizagao de gastos medicos e, se a Justiga condenar a organizagao do evento a algum outro ressarcimento, o RC eventos sera acionado", explica Uzeda.

No segmento musical, porem, ainda nao existe a cultura de contratar apolices para cantores e bandas com sens equipamentos, que se pro tegem. basicamente, por meio dos seguros dos produtores de eventos ou

das casas de shows.

"Nao estamos livres de uma eventualidade. 0 ideal e ter seguro. Acho que OS artistas poderiam adotar esta como uma causa da classe", avalia a empresaria Memeca Moschkovich, empresaria do cantor Ze Renato, ele mesmo um artista que viaja todo o pais apenas com sua apolice de vida.

Nas artes plasticas,o elevado valor de algumas preciosidades da cultura brasileira lorna o seguro indispensavel. Que o diga a curadora Denise Mattar, com 20 anos de experiencia na orga nizagao de exposigoes em todo o pais.

Atualmente, ela esta com duas em cartaz, uma em Brasilia, com obras de nomes como Rugendas,Debret e Pedro Americo, e outra em Sao Paulo, com preciosidades de Pancetli, Portinari e Ligia Pape. Atualmente, ela produz >

Dulce Thompson,consuitora de risco da Aon: avaliagoes para tongas-metragens badalados, como Estaqao Carandiru, Cidade Baixa e 2 Filhos de Francisco

A cultura de fazer seguros para produces arti'sticas,segundo especialistas,tende a crescer no mercado
10 REVISTA DE SEGUROS OUTUBRO-NOVEMBRO-DEZEMBR0 2005 ^ OUTUBRO • NOVEMBRO • DEZEMBRO 2005 i
REVISTA DE SEGUROS 11

uma exposigao que sera inaugurada em Belo Horizonte em margo,reproduzindo uma exposigao montada por Juscelino Kubitschek em 1944,quando era presidente da capital mineira,com 140 obras de nomes como Volpi, Pancelti, Anita Malfatti.

"Para esta exposigao, que tem um valor segurado de R$ 10 milhoes, gastarei R|38 mil em premio.0custo ja barateou muito em relagao ao passado, quando se cobrava em torno de 1% do valor. Nao fago uma exposigao sem seguro de jeito nenhum", conta Denise, explicando que as obras sao protegidas do momento que saem das maos do colecionador ate o momento em que sao devolvidas.

MERCADO EM EXPANSAO - Com 11 anos de experiencia no segmento, Dulce Thompson, da Aon, atua como consultora de risco. Ela concorda que o mercado ainda tem muito espago para ereseer.

"0 Brasil ainda nao tem essa cultura tao disseminada. Este segmento e responsavel por 15% do faturamento da Aon, respondendo por R$ 5 mi lhoes em comissao por ano."

Passaram pelas maos de Dulce, entre outras, as avaliagoes do TIM Festival, Coca-Cola Vibezone e o Claro que e Rock (realizado no Rio de Janeiro e em Sao Paulo, no fim de novembro), alem das filmagens de Cidade Baixa, Estagdo Carandiru e 2Filhos de Francisco.

"Em uma filmagem, se quebra um equipamenlo, a seguradora pode pagar os custos de conserto e o aluguel

EMPRESAS VAO AS FEIRAS COM NOVA PROTEGAO

As empresas que participam deeventosacabam deganharuma protegaosob medida.AUniaoBrasileirade Feiras (Ubrafe)-emparceriacomaseguradoraRoyal&SunAlliance eacorretoraAon-desenvolveuoSeguroEstande,especifico paracompanhias que costumam estarpresentes em exposigdes. "Estesegurovai protegeroexpositordesdeomomento em que inicia a montagem do estande ate a desmontagem. Nossosegmentoprecisavadeumprodutoassim",dizodiretorsuperintendentedaUbrafe,ArmandoCampos Melo.

A apolice preve indenizagbes por responsabilidade civil, danos a tercelros, danos a equipamentos e acidentes pessoais - tendo, ou nao, a vitima vinculo empregatlcio com a expositora. Foram necessarios tres anos para desenvolver um produto que atendesse especifica-

mente as necessidades desse publico. "0 publico-alvo sao50mil empresas. Entreelas, as36 mil presentes regularmente em feiras eoutrastantas que participam esporadicamente. Nenhumacompanhlaestaiivredeveruinconvidadotropegandoem algum material eseferindo.Semfalarnosriscosdedanosaequi pamentos utillzadosem apresentagoes, comotelasde plasma. E muito mais seguranga para as 5,5 milhoes de pesso as que freqiientam as 130 feiras realizadas anualmente em todo o pais", avalia Melo. Sua expectativa e que, em dols anos, o produto esteja totalmente difundido no setorde feiras.

0 custo basico do Seguro Estande e de R$ 400 por uma media de 12 dias de evento, incluindo os periodos de montagem e desmontagem da exposigao.

de um equipamento substitute."

0 produtor de cinema Hilton Kauffmann, socio da diretora Rosane Svartman na Raccord, gasla cerca de R$ 40 mil do orgamento em apolices que preveem protegao para quase 100 pessoas envolvidas na filmagem, veiculos, locagSes, objetos cenograficos, equipamentos e negatives. 0 valor segurado chega a R$ 1 milhao, pelo periodo de dois me.ses. Foi assim, per exemplo, com o fihne Mais uma vez, amor,estreladoperJulianaPaes eDan Stulbach, oitavo lugar nas bilheterias este ano. E o esquema se repetira em Virgens, longa que sera filmado no inicio de 2006.

Tern um custoelevado,mas evita

0 produtor Hilton Kauffmann, socio da Raccord, reserva cerca de R$ 40 mil do orgamento dos filmes para seguros: ^ custo e elevado, mas evita problemas"

problemas. Certa vez,enquanto filnia' va em Ubatuba, um cari'o usado na® filmagens atropelou uma crianga e a feriu. Aindenizagao de RS 200 milfo' garantida pelo seguro", lembra.

REFILMAGEM GARANTIDA— Outra badala' da produtora de filmes e comerciais, a Conspiragaotambem nao daum passf

sem suas apolices. Assim ocorreu nos sets de2 Filhos de Francisco, dirigido por Breno Silveira e com Angelo An tonio e Dira Paes no elenco, e Casa de Areia, dirigido porAndrucha Waddington e estrelado por Fernanda Montenegro e Fernanda Torres. Sem falar nos mais de 100 comerciais gravados anualmente. Nos dois casos, Os basicos sao seguros paraacidentes pessoais, equipamentos e locagoe Paraoscomerciais,6feitaumaapblice anualcomumamediaderiscos.Janas produgbes em pelicula, e contratada Uma apolice customizada, com avaliagao mais detalhada dos equi pamentos e das locagoes.

"Nos longas, temos grande preucupagao com o elenco. Se um im portante ator for impedido de filmar Uo melo da produgao, o seguio area com 0 custo da refilmagem corn outro ator", explica Alberto Elias, diretor

financeiro da Conspiragao.

Sem falar em cifras, ele lembra apenas que "2 Filhos" teve um orga mento de R| 6,5 milhbes-oquedaria um custo de Rl 200 mil em ajiolices, considerando-se a media do setor.

"0 seguro e uma preocupagao do produtor.Sealgodderradonoprojeto, e ele quem vai arcarcom os custos de honrar o contrato", explica Flias. que teve apenas pequenos sinislros como um refletor de RS 15 mil quebrado e

prontamente ressarcido.

No pais da maior industria cinematografica mondial, nao se filma sem seguro. Nos Estados Unidos, sem apolices, nao se obtem autorizagao sequer para alugar equipamento ou filmar nas ruas.

"Protegemos elenco, locals de filmagem e negatives do filme. Aqui, ate curta-metragem de estudante tem apolice", conta Fabiana Lutli, brasi leira socia da Produtora Belladona, que tem na bagagem longas como Transamerica (DuncanTucker,2005) e L.I.F. (Michael Cuesta, 2001). 0 trabalho da seguradora e extremamente importante. Gastamos muito em um dia de filmagem. Qualquer coisa pode acontecer, desde um acidente com camera de 35mm como a perda de um rolo de um dia de filmagem que valeu meio milhao de dblares."

12 REVISTA DE SEGUROS
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A Set da produtora Belladonna: nos Estados Unidos, sem seguro, nao se fllma nas ruas
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OtlTUBRO NOVEMBRO • DEZEMBRO 2005
Nos Estados Unidos, sem apolices, ndo e possivei alugar equipamentos e ndo se obtem autorizagdo para filmar nas ruas
REVISTA DE SEGUROS 13
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0 ex-securitario Carlos Pinheiro, de Coruaru (Pernambuco), venceu o "Premie Fenoseg — Um Die sem Seguro, com o trobolho A sogra nao era culpada"

Hd 32 anos no mercodo, Carlos, de 56 ones, trobalhou no SulAmerica Seguros e atualmente trabolho no Sueli Pinheiro Corretoro de Seguros."Espero que a iniciativo do Fenoseg seja repetido, pois a educo^do cultural dos segurados e muito importante", acredita Carlos, que gonhou umo viogem com direito a acomponhante para Buenos Aires. A seguir, a criotiva bistd'riu de Carlos-

A sogra nao era culpada

"Empresario cuidadoso, mas, centralizador.

Empresa de porte medio, bem sucedida com dedicadosfuncionarios protegidos per seguros bem elaborados.

- "Seo" Manuel tera a paiavra final, -diziam todos.

0 Senhor Manuel era assim mesmo. Ele sabia de tudo e sobre todos os seus funcionarios, fornecedores e prestadores de servigos. Combinara com o seu corretor a tratar de seguros sempre na primeira quarta-feira do mes de dezembro, quando renovaria todos os contratos da empresa. E assim foi por varios anos.

Ate 0 dia que sua filha predileta chegou antes do esperado dos States. Ele, a mulher^e a sograforam ao aeroporto. Havia um cllma de suspense no ar.

Pal, to gravidal - disse Cristiane assim que desembarcou.

Entre desmaiar e ficar com aquele ar abobaihado que todo pai fica quando toma conhecimento do obvio, o senhor Manuel optou por pedir um copo d'agua a uma aeromoga que passava ao lado, no saguao do aeroporto.

-So atendo no ar!-disse a comissaria e seguiu seu caminho sem pressa.

-Pai,to gravida.-Voitou a dizersua linda filha, tentando desperta-lo do choque...

0 Sr. Manuel cancelou toda a sua

agenda daquela primeira quarta-feira de dezembro. E ainda teve de amargar o olhar da sogra como a Ihe dizer:"Eu nao disse!"

Asecretaria nao sabia Informarao cor retor de seguros quando seria atendido.

-E OSseguros? Estao vencendo,temos apenas dois dias. — pensava o corretor Em vao. So o chefe daria a paiavra final.

Tres dias sem conseguir falar com o empresario, o corretor estava apavorado.

0 gerente ate Ihe ligara estranhando a nao renovagao dos seguros.0 Sr. Manuel passou uma semana hospltalizado. Comego de infarto e um neto em gestagao. Ao sair do trauma,teve que deixar um cheque na tesouraria como garantia dos servigos prestados pelo nosocomio,ja que o seguro saude estava atrasado. Faiha da secretaria Sempre ela, coitada.

A volta a casa,foi cercado de carinho, mas a sogra alfinetou: "Eu bem que disse que nao era certo deixar a Cristiane estudar nos Estados Unidos. Lugar de racista, roqueiroetarado.Quando um maluco naoj'oga aviao sobre predio e mata todo mundo Se meu genro nao fosse tao teimoso..."0 motorista, pelo retrovisor,viu a cara de desdem do patrao.Foi af queocarro bateu na traseira de uma Van-Bau carregada de copos que ia prestar servigo em um cerimonial de casamento.Um desastre.AVantomba,oscopos

funcionarios. Bebida,comida, muita musica e ate rojoes que ensurdeciam a todos. Um festao. De lamentavel, so a ausencia do todo-poderoso chefe."Mas,com a graga de Deus,logo,logo ele estara entre nos",disse, chorosa,sua querida sogra.

0 vigia fechou a ultima porta, todos foram embora e, sozinho. Natal, nao era demais tomar uns golinhos e comer um Pedago de bolo. E a ronda? Faria amanha. Afinai, era Natal.

se espatifam pela calgada e as pessoas que por ela passavam comegam a escorregaf nos cacos de vidros. Cortes, arranhoes, sangue. Hospital para todos, inclusive para 0 Sr. Manuel que teve a pressao alteradaMas, antes de ser removldo, orientou o motorista para ligar para a Assistencia 24 horas e chamar um guincho.0guincho ate que veio, por gentileza da seguradora, mas 0seguro naofora renovado naquela primeira quarta-feira de dezembro. A oficina ate que recebeu os veiculos, mas os servigos sb seriam autorizados se alguem assumisse ^ responsabilidade, pois seguro nao havia.

- Pai,fiz a ultra-sonografia. 0senhor vai ser avo de gemeos.-Cristiane era assihi mesma. Desligada...Quase insenslvei.

Mais uma semana sem o empresario ir a empresa. "Dona Ivete resolve tudo^' Coitadinha da secretaria. No acidente, o sogra perdera o dedo Indicador."Bem feito pra aquela desgragada nao falar mais com'' go apontando aquele dedo sujo na minha cara. - pensou "Seo" Manuel,ja que na" tivera coragem de dizer. Nem podia, com OS dentes quebrados...

Natal e o homem hospltalizado. AteO' dera a secretaria, autorizara alguns pagO' mentos, mas as renovagoes dos seguro® ele veria depois. Nada urgente. Do lei^'' hospitalar, ditou uma carta de confraternizagao natalina que foi lida na testa do®

dido.0seguro estava atrasado e o vigia nao tinha cheque para garantir o internamento.

0 Sr. Manuel recebera alta hospita lar dias depois. Outro cheque. Pediu ao motorista para ligar o radio do carro, pois precisava saber noticias do mundo,de sua cidade, de sua gente. Ele nao acreditou no que ouvia. Devia ser alucinagao,efeito dos remedios que tomava. Um incendio de grandes proporgbes, perda total, atingira suafabrica.

0fogo comegou lentamente.Resto do rojao que incendiara um pedago de madeira Ip no almoxarifado.0 vigia dormia bebado Pnquanto o fogo se alastrava por toda a ornpresa. As labaredas iluminavam aquela linda noite natalina...

Socorrido, o vigia jurava que nunca bebera na vida. Ate crente era. Indicou o hospital.0 mesmo do patrao. Nao foi aten

SEU MANUEL INFARTOU.Caiu no colo da sogra, babando o vestido novo da velha.

Nao viu OS netos nascerem.Tambem se livrou dos credores, fornecedores. A apolice de Lucro Cessante tambem nao foi renovada. "Ah, Manuel! Ah, Manuel!", gemla de raiva sua querida sogra.

0corretor de seguros que, por sua vez, ficou sem a comissao. Tragedia. Tragedia

maior e corretor sem comissao. Um Natal triste! Nao pagaria a escola de seus filhos no ano seguinte. Nem o IPTU poderia pagar, muito menos o imposto de renda. Sr. Ma nuel era o seu maior e melhor cliente. Um final infeliz para todos. Ou para quase todos. Cristiane se embeigava com Jack que chegara dos States. Mas a avo dizia: "Aquele tatuado so veio casar na esperanga de herdar o seguro de vida que 0 Manuel teria deixado para minha Neta. Nao sabe o vigarista que o seguro nao foi pago".

Missa de Setimo Dia, precisava saber quais OS verdadeiros amigos de Manuel. Da empresa,apenas o vigia apareceu. Nao em solidariedade, mas para saber se e quando receberia seus direitos trabalhistas. A sogra ligou para o corretor de segu ros. Outro dia sem seguros nunca mais." a

PROCRAMA DE CERTIFICAQAO TECNICA

Cumprindo a missao!

Credenciada pela Susep como entidade apta afornecer certificagao tecnica,a Funenseg vem trabaihando desde ^ assado para qualificar funcionarios e assemelhados de seguradoras, sociedades de capitallzagao e rndLde"abertas de previdencia complementar, nas areas de controles internes, atendimento ao publico, ^""drdiretae regulagaoe liquidagao de sinistros. ven

Ate o memento,os curses presenciais - abertos e fechados e exames oferecidos pela Escolaja atenderam a mais de 1 600 profissionais, de estados como Rio de Janeiro, Sao Paulo, Minas Gerais, Espfrito Santo, Rio Grande do Sul,Santa Catarina,Parana, Distrito Federal,Goiania, Bahiae Pernambuco.

2006 sera um ano ainda mais intense para o Programa de Certificagao Tecnica. E a Funenseg continuara se aorimorando para disponibilizar produtos cada vez melhores. Dentro em breve, temos a certeza de que os resultados serao verificados no dia-a-dia, com a melhoria dos servigos prestados e, consequentemente, uma repercussao positiva do mercado seguradorJunto aopiniao publica.

Vamos continuar cumprindo nossa missao. Porque somos a Escola de Seguros do Brasil!

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A Carlos Pinheiro, de Caruaru: estilo e criatividade
14 REVISTA DE SEGUROS OUTUBRO • NOVEMBRO • DEZEMBRO 2005
i 0800 25 3322 Das8h30 as 17h30 www.funenseg-org.br ^funenseg II FUNDAgAO ESCOLA nacional de seguros

Katrina e solvencia

TEMAS MUNDIAIS

Os temas centrais de tres eventos internacionais nos ultimos meses de 2005 foram as perdas provocadas pelo furacao Katrina, que devastou cidades nos Estados Unidos em agosto, especialmente Nova Orleans,a solvencia das companhias do setor e a governanga corporativa. As catastrofes foram o foco da Reuniao Internacional das Associagoes de Seguradoras (IMIA — International Meeting of Insurance Associations), realizada, em Viena. na Austria, de 17 _a 21jle_£2utubro. Dia^depois, na XII Conferencia Anualda Associagao In ternacional de Supervisores de Seguros — lAIS,a palavra mais citada foi solven cia. A XXX Conferencia Hemisferica de Seguros Fides 2005(Federagao Interamericana de Empresas de Seguros),em novembro, em Caracas, tambem teve como lema central a governanga nos goveimos e nas empresas.

Ricardo Xavier,diretor da Fenaseg presente ao evento de Viena, conta que os executivos estavam muito preocupados com a imagem do setor de seguros em razao da discussao sobre o que eslaria coberto nas apolices dos segurados que sofreram pejdas c;om o Katrina, com indenizagoes estimadasem

US$60 bilboes.A maioria dos contratos da cobertura para danos causados por encbente e exclui perdas causadas por furacao/ventos fortes. "Eicon evidente a necessidade de se tornar o contrato de seguro mais claro para evitar esse tipo de problema", diz Xavier.

0 outro grande tema do encontro e que tem preocupado as seguradoras de todo o mundo e o aspecto regulalorio, tema mais conbecido como Overregulation. "Constatou-se a forte tendencia de sobre-regulagao em todos os continentes. A sobre-regulagao e percebida por produzir prescrigoes regulatorias desnecessarias, extremamente detalbadas, com eno de foco e muita inflexibilidade. Isso promove mnafalsa impressao de segmanga ao regulador",comenta Xavier.

Na XII Conferencia Anual da Asso ciagao Internacional de Supeivisores de Seguros — lAIS,o grande tema foi "Sol vencia, Governanga e Condula de Mer-

DAS ESTIMADAS DO KATRINA

RMS; $40-$60B

vanos paises discutem em Vienfl as indenizG^oes provocadas pelo fumcao nos Estodos Unidos

cado".0interesse pelo assunto pode sei' medido pela participagao.Estiveram pi'®' sentes423participantes de86paises.D® acordo com Xavier,durante a Assemblein foram aprovados inumeros documentos que envolvem aspectos regulatorios. ^ pi'oxima conferencia sera realizada ein outubro de 2006,em Beijing na CbinaFoi tambem aprovado que a conferencia de 2007 sera realizada em Miami, nos Estados Unidos; de 2008 em Budapest® (Hungria) e de 2009 no Rio de Janeiro? sempre no mes de outubro.

Mais de 30 pessoas, entre ela® o presidente da Fenaseg, Joao Elis'" Ferraz de Campos, integraram a D®' legagao Brasileira que compareceu ^ Fides 2005.

Eqecat: $14-$228

A primeira palestra foi de Feb' pe Gonzalez Marquez, ex-Primeii'O Ministro da Espanba. Ele abordou principals diferengas entre a Governaf' ga nas empresas e no Governo, com ^ propriedade de quem ocupou por anos o cargo de Primeiro Ministi'O0 presidente do Grupo Mapfre, Jo®^ Manuel Martinez Martinez, proferin ^ palestra"0 bom Governo nas empreso® - e a experiencia do Grupo Mapfr®' Segundo ele,o Governo deve limitar-s^ as Leis,e as estrategias de negocios d® vem ficar a cargo das empresas e dirigentes,cabendo ao Governo iiu'®'^ tivar a adogao da Auto-Regulagao. ^

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PER 16 REVISTA DE SEGUROS
Eqecat AIR RMS
FontesiAIR, Eqecat, RMS,I
OUTUBRO • NOVEMBRO • DEZEMBRO i • ^ i ' .k Experiencia Agilidade®,Confianca® e Responsabilidade Social®. Mas voce tambem
chamar de SulAmerlca. t SulAmerica faz parte da vida de mais 'e 6 milhoes de clientes, porque so a UlAmerica tem a experiencia, a agilidade, » confianca e a responsabilidade social ^ecessarias para oferecer sempre o melbor. ^br isso, quando voce for vender Seguros ou bevidencia, conte com a SulAmerica. SulAmerica associada ao blamerica.com.br
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VENCENDO OS DESAFIOS

• A previsao se confirmou. A terceira edigao da Conferencia Brasileira de Seguros, Resseguros, Previdencia Privada e Capitalizagao, promovida pela Fenaseg, mexeu com o mercado segurador. Realizada pela primeira vez em Sao Paulo, a reuniao colocou no centro das discussoes e reflexoes do setor, de uma so vez, uma gama de temas considerados cruciais para o futuro da atividade seguradora diante dos desafios trazidos pelo ambiente de transformagao no Brasil e no mundo.

Mais de 800 pessoas participaram de uma verdadeira maratona durante os dias 8,9 e 10 de novembro, no Grand Hyatt Hotel, quando foram apresentadas 35 palestras. 0 ponto alto do evento foi, sem diivida, a qualidade dos debates. Renomados especialistas abordaram desde assuntos gerais, como a situagao socio-economica e a politica de combate ao crime organizado no Pals, a

cos,aqui incluidos,novas tecnologias e produtos, comercializagao, oportunidades, fraude, solvencia, saude, go^-nanga co^orativa. marketing, entre outros.

Na cerimonia de abertura,o presidente da Fenaseg,Joao Elisio Ferraz de Campos, destacou a expressividade e a abrangencia da Conseguro no mercado segurador brasileiro, lembrando que o evento significou uma grande oportunidade para o setor fazer uma ampla reflexao sobre as mudangas que ocorrem no mundo e afetam diretamente o setor.

Exemplificando, ele citou as mudangas climaticas que tern causado inumeras catastrofes e perdas para a populagao mundial, como os furacoes Katrina e Wilma, e, mais recentemente, os atentados terroristas que atormentam o Governo e a populagao na Franga."E nessas bo ras que me lembro da frase Quando ndo resta mais nada,resta a seguro^', enfatizou.

regulagao do setor e a aberturajlo—^ Joao Elisio comentou que a esr^seguro,ate aqueles mais especffi- colba do tema central do evento - >

••Destaco o esforjo dos palestrantes no preporo de seus trobolhos e ogradei" 00 mercado pelo opoio e suporte dodos d reolizojdo desse grondioso evento, pelo primeiro vez,em Sdo Poulo Antonio Cdssio dos Sontos (Comissdo Orgonizodoro)

A volto do debate do oberturo do resseguro e boo poro o mercodo e tombem poro todo o Pois Morcos Lisboo (IRB)

Sou testemunho do traboihd reoiizodo pelos dirigentes do setor de seguros poro o fortoiecimento do seguro no Pois

Deputodo Arnoido Forio de So

w A previdencio privodo complementer vem seguindo um ritmo de melhorio continuo, este ono, morcado por mudonjos expressivos, e e disso que vomos folor no evento Osvoldo Noscimento(Anopp)

ANGELA CUNHA
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DE S ^ E CAP
▲ 0 presidente da Fenaseg, Joao Elisio Ferraz de Campos, na abertura da conferencia, citou a frase "Quando nao resta mais nada, resta o seguro" para ressaltar a importancia da atividade no mundo
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18 REViSTA DE SEGUROS OUTUBRO • NOVEMBRO • OEZEMBRO 2005
OUTUBRO • NOVEMBRO • OEZEMBRO 2005 REVISTA DE SEGUROS 19 A

»Um setor que movimenta 3,4% do PIB,gera milhores de empregos . diretos e estd exposto a tantos mudon^as,tern que monter um forum permonente de debates Armando Vergilio (Fengcor}_

o mercado de seguros em um ambiente de transformagao — o levou a refletir bastanle sobre os diversos cenarios que afetara os seguradores e OS cidadaos em geral. E a conclusao a que chegou foi que a melhor contribuigao que o mercado segurador pode dar coletivamente ao setor e ao Pais e resgatar os princfpios fundamentais da atividade seguradora,quais sejam nratrratidad^

"E preciso reafirmar esses valores em cada oportunidade para que a opiniao publica, as autoridades e ate mesmo os nossos segurados se apercebam da sua existencia e sua importancia nao so nos contratos de seguros como tambem no dia-adia de cada um de nos", afirmou o

Os desafios da economia

Delfim Netto diz que participotoo dos empresdrios e itoportanfe para ojudar no desenvolviniento do Pois

CRlSTINABORGi^

Serao tres dies discutindo questoes de grande relevdncio para 0 setor e 0 Pals Deputado Jose Stangarlini

presidente da Fenaseg."A boa fe e a maior salvaguarda contra as praticas escusas e a mutualidade e o exerci'cio da solidariedade", acrescentou.

Paia Joao Elisio, o respeito a esses princfpios e a sua permeagao no comportamento da sociedade sao condigoes fundamentais para que nao haja espago para a fraude e a corrupgao. Assim como a boa fe e a' solidariedade sao tambem indispensaveis para uma sociedade combater as desigualdades e a promogao da justiga social. "So com boa fe e so lidariedade conseguiremos fazer um Brasil melhor", concluiu.

Aiem do presidente da Fenaseg, prestigiaram a mesa de abertura do evento 0 Secretario de Fazenda

0 setor de seguros e importonte para a vida do Pois, quer como fotor de protegao d sociedade, quer como formador de poupanja e investimentos

Secretdrio Eduordo Guardia

do Estado de Sao Paulo, Eduardo Guardia, representando o governa' dor Geraldo Alckmin, que nao pode comparecer por estar em Brasfliai o deputado federal Arnaldo Faria de Sa, representando a Camara dos Deputados; o deputado estadual,Jos® Carlos Stangarlini; o presidente Fenacor, Armando Vergflio dos Sair tos; o presidente da Anapp, Osvald" Nascimento, o presidente do Brasil Re, Marcos de Barros Lisboa» e o presidente da Mapfre Seguros ^ tambem da Comissao Organizadoi'^ da 3" Conseguro, Antonio Cassie dos Santos. A abertura tambem f''' marcada pela exibigao da banda d'^ Policia Militar do Estado de Sao Pa^'' lo, que tocou o'Hino Nacional.

0 ex-minis.ro da Faxenda, depuiado An.onio Delf™ Nelto, conclamou os empresdrios do setor e seguros a aju darem ogovernofede.ala.eneerosobstdculosdue.mpedem

1 ;q no fazer uma exposigao sobre o 0 crescimento da economia, nmrrinvpr o tema "0 selor privado .em que ler o esp.n.o de promo,er o deseuvolvimento enquaulo o se.or publico quees.eespiri.0se mandeste;aOrmou.Oecouc™^2

como dois pontos a seici ereseimenloeco^

eauuica forma ma„.e„do-se um superdvi. primano de cerea de 5% do P (Produto Intemo Bru.o)em dois anos o go-erno consegmr

- mhial Segundoele,a valonzasaodorealresult a api«msaoeambial.^ ^ ,,,„,a5oeseorrentes,ma.

nao so do superavit com

DI'VIDA U'QUIDA DO SETOjl & CARGA TRIBUTARIA BRUTA

principalmente de uma especulagao de juros feita na BM&F com con tratos a termos de cambio. "Quando voce compra reais, ha valorizagao.Por isso foi possfvel o Tesouro brasileiro vender no mes passado RS 3,4 bilboes, em Nova York, em Iroca de US$ 1,5 bilhao.

A Delfim Netto defendeu o superavit primario para "reengoiir" a divida publica e o indice de 5% do PiB para acabar com o deficit nominal

Gragas ao diferencial de juros interno e externo,transformamos o real na commodity mais rentavel do mundo em 2005. Isso explica boa parte da valorizagao e e por isso que essa valorizagao nao termina antes desse diferencial diminuir."

Entretanto,o economista ainda considera uma incognita a trajetoria da Selic e, mesmo havendo consenso em relagao as provaveis altas da taxa de juros norte-americana, ainda e incerto o fim dos estimulos as especulagbes e conseqiientemente do perfodo de apreciagao do real."Estamos correndo o risco de repetir mais uma vez o mesmo erro: o congelamento do cambio que acaba produzindo deficits em transagoes eor rentes",afirmou Delfim Netto,se referindo aos congelamentos de cambio observados ao longo dos pianos de estabilizagao do cruzado,no governo Collor e no de FHC,que desarticularam OS expoitadores brasileiros.Ele considera a recente valorizagao do real o grande risco para a economia brasileira.

Alem disso, Delfim Netto enfatizou que o crescimento das exportagoes biasileiras nao e definitivo, pois resulta da conjuntura internacional favoravel associada a alual polftica eambial, que ate o rnomento eram bastante razoaveis."Nao sao as expoitagSes que produzem crescimento. Elas apenas permitem ao pais se apropriar dos beiieffcios do crescimento da teciiologia no mundo.Uma sandalia Havaiana pode compraro mais sofisticado equipamento medico existente no mundo. A relagao imitorlagao-cresciineuto e que enriquece,pois indica que 0 Pals esta adquirindo tecnologia", concluiu.

ONSEGUBM
Vfejo,n seguit a(obcrturg completo das paleslras e dos paineis tecnkos.
eo„Det;Ne..o,ponde,andoquep.^usi.,^v^^^^^
Esltmativa Fontes; IBGE, Banco Central ao Brasil Eiaboiagao: Id6ias Consuitoria 58,7% 51,6% 50,8% superior Divida Benchmark CTBe dlsp/pib DesvalorliaG®,® carga
20 REVISTA DE SEGUROS OUTUBRO • NOVEMBRO •OEZEMBRO 2015^ OUTUBRO • NOVEMBRO - OEZEMBRO 2005 REViSTA DE SEGUROS 21

Ambiente socio-economico

Para Eliana Cardoso, seguro e a industrio do future

A economista Eliana Cardoso, professora visitante da Fundagao Getulio Vargas(FGV-SP),apontou a industria de seguros como a industria do futuro e aposta em urn crescimento acelerado do setor no Brasil. Segundo a palestrante, a agenda do setor coincide com a agenda nacional, desde a revisao tributaria ate a precificagao correta dos produtos.

Fliana Cardoso disse que um dos principais itens da agenda nacional e a redugao dos impostos, que demanda corte de custos governamentais."E precise fazer uma nova reforma da Previdencia.Sao medidas dificeis, mas sern cortar OS gastos nao ha como reduzir os impostos",acrescentou. Fla tambem defendeu a redugao da aliquota da CPMF, contribuigao definida por ela como uma distorgao. A professora destacou o fraco crescimento da renda per capita brasileira em dolares em relagao a outras regioes nos ultimos 30 anos.

Fnquanto a renda per capita da Coreia do Sul aumentou 40 vezes, a brasileira cresceu seis. "Nossa renda per capita so cresceu mais que a dos pafses da Africa, onde a renda TAXA

A A economista

Eliana Cardoso defende o corte dos custos governamentais para reduzir os impostos

tnplicou nos ultimos 30 anos, enquanto no Brasil foi multiplicada por seis."

Para ela,parte do problema da fragilidade do equih'brio da economia brasileira deriva das taxas dejuros elevadas que reforgam a apreciagao do real, advinda do cheque positive dos termos de intercambio do Brasil e da redugao do risco Pars."Fsse cheque precisa ser hem aproveitado", afirmou.

A economista ressaltou que, apesar dos indicadores economicos positives,o Brasil continuara com um equilfbrio economico precario enquanto nao forern realizadas reformas de base. A inflagao alta passada,o jure alto do presente,o cambio volatil alem da inseguranga jun'dica e da corrupgao sao fatores que fazem o desempenho economico brasileiro estar aquem do apresentado por outros pafses."

A professora lembrou que existem varias explicagoes paia o desempenho diferente dos pafses em termos de ciescimento. Se a tecnologia utilizada por todos os pafses fosse igual e o crescimento da produtividade fosse igual, o que voce deveria observar seria a aproximagao da renda dos pafses pobres para os mesmo nfveis de renda dos pafses mais ncos. Isso nao tem acontecido. A diferenga do crescimento dos paises nem sempre se explica pela acumulagao de capital e sim pelo crescimento da produtividade", esclareceu. A estabihdade,a inovagao,a educagao enquanto ampliagao de capital humano,e as instituigSes que criam segurangaforam apontadas pela economista como a principal explicagao para 0 maior crescimento dos pafses. "Nesse sentido, o setor de seguros tem um importante papel para garantir o aumento da seguranga e da produtividade."

Abertura do Resseguro no Brasil l^preparaporoCT^

TlENiSEBUENO

"Queremos surpreender os nossos clientes. para que eles oontinuen, nos escolhendo como porcerros quando o mercado de ressogums for aberto. Por isso. eu e nr.nha equipe estamos trabalhando muito para deixar a empjesa clpcitiva desde jd". Neste ,om otinrisra Marcos Lrsboa presidenle doIRB Brasil Re,dnico "J a operar no Brasil ate que seja aprovado o roje o ® esta no Congresso Nacional,iniciou asua palestra Abertu do Resseguro no Brasil .

"Os objctivos do projeto de Lei sao propotconar uma transisao sua.e par.um modelo aberto de moraras atribuisoea regulattirias,que hoje a.nd.estao sen conduzidas pelo IRB,e permi.ir novo, J transferenoia de mcnrsos para o extertor ,lembrou Ltsboa, que parlioipou ativamente da elaborasSo das normas no - j fniSecretariodePolllicaEcoiiomicadoMi- periodo em que toi sec mprjidas nistto Antonio Palocot.Quanlo ao prase para que as med da entrem em vigor, Lisboa dis que isso depende untcamenle da yonlade polllica do _ q

de resseguros enfrenta mudangas em todo o mundo.

Fntre os desafios impostos pelas catastrofes naturais e feitas pelo homem estao as novas tecnologias de gestao de risco e as mudangas nas normas que regem o setor para garantir a solvencia das

empresas. So o furacao Katrina devera custar mais de US$ 60 bilboes ao mercado de seguros.

"No Brasil, os desafios sao ainda maiores", ressaltou Lisboa. 0 processo de abertura no Brasil tem sido muito mais lento do que nos demais pafses emergentes."A aber tura e necessaria para se ter um mercado mais sustentavel, competitivo e de longo prazo",disse,lembrando os desafios que a concorrencia trara."Os criterios de subscrigao terao de ser melhorados e para isso a transparencia nas diversas etapas do processo e vital", alertou.

Para tornar o IRB competitivo, Lisboa citou uma serie de medidas necessarias para recuperar quase 10 anos em que o ressegurador nao recebeu investimentos a espera da quebra de mais de 66 anos de monopolio. Ele citou as diversas medidas ja tomadas para aumentar a eficiencia do IRB."0 organograma foi significativamente alterado, com as areas de negocios subordinadas as diretorias instilucional e tecnica; criamos uma gerencia de ouvidoria;implantamos uma coordenagao de pesquisa,que tem por objetivo sistematizar as informagoes tecnicas relevantes para o nosso negocio; alem da gerencia de compliance e diversos outros itens para aprimorar os processos internos e garantir a transparencia das decisbes tomadas pelo ressegurador".

A regulagao de sinistro e um ponto no qual o IRB tem investido."E nesse memento que nossos clientes vao testar o nosso servigo", ponderou. Segundo ele, uma equipe esta reformulando os procedimento internos para dar agilidade e transparencia no pagamento das indenizagoes."0 prazo medio de regulagao foi reduzido. Ele chegou a mais de 400 dias e atualmente esta proximo a 100 dias", disse. Outro item que devera comegar a valer em 2006 e a diferenciagao nas taxas para bons e mans clientes."Se nao praticarmos um prego justo de nossos clientes estaremos fora do jogo. Mas a nossa meta e ter a lideranga na America Latina",finalizou.

Marcos Lisboa; preocupagao em tornar o IRB Brasil Re mais competitivo

DE CRESIMENTO DO PIB NO BRASIL E NO RESTO DO MUNDO 4 f ! f f f ^ i i i i i i i ? ? PIB MundialA/A • PIB Brasll A/A Fonte: OECD e IBGE ® •
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K DE SEC t CAPITA' REVISTADE SEGUROS 23

Seguradoras europeias ainda discutem modelo de regula^ao

Depois de mais de cinco anos de estudos e de intense trabalho,pode ser que daqui a outros cinco anos a Comissao Europeia consiga implantar um novo modelo de solvencia para o mercado de seguros europeu, o Solvencia II. For enquanto,segundo o chefe do escritorio europeu da Confederagao Alema de Seguradoras, Bernhard Gaqse,o projeto esta passando por um "intervalo regulatorio", a pedido das cornpanhias, para realizagao de uma avaliagao de impacto das medidas propostas. Ele infonnou que a situagao atual e de total disparidade entre os paises: enquanto alguns estao mais avangados no processo,como Gra-Bretanha e Alemanha,outros,como os do Leste Europeu,nao possuem "nada" em termos de garantia de solvencia em seguros.

•uperpolicia para combater o crime on

marciaal^.

dejRS 4 milhoes ja foram investidos na oferta de cursos a distancia de especializagao na area de seguranga.

/POLICIA EM REDE - Mais do que juntar forgas, o objetivo do SUSP e tambem integral- todas agoes da policia no Pais, Essa rede de seguranga contara com a integragao dos bancos de dados estaduais e da Policia Federal do Sistema Automatizado de Impressoes Digitals (AFIS) e, futuramente,de um laboratorio de DNA nacional. Por enquanto, o SUSP ja investiu na estruturagao de 16 laboratorios regionais de referenda. Tambem esta reforgando o SUSP a Rede Infoseg, que agrega em um unico banco de dados as informagSes de todos os estados sobre inqueritos, pro cesses, mandados de prisao, dados cadastrais e imagens de pessoas,dados de veiculos, alem dos dados do Sistema Alerta e Projeto Fronteiras - Sinivem. Sobre estes dois ultimos, Correa comentou que essa parceria entre a forga nacional de seguranga e o mercado de seguros devera re-

^0alemao Bernhard Gause e o presidente da Susep Rene Garcia: debate sobre o melhor camlnho para supervisionar as seguradoras

ciitica isso: Normas do setor bancario nao podem ser transpoitadas uma a uma as seguradoras". Segundo ele, esse e um dos impasses que a industria de seguros europeia tem em lelagao ao Solvencia II, o que explica em parte a falta de consenso em torno do projeto.

A sociedade se queixa,e com razao,da falla de combate eficas ao crime orgaoiaado.0 aumento da ,.oleoe,a dcixa a impressao de que os bandidos estao sernpre um passo a frente da polfcia. Ciente das suas def.eienc.as. as autoridades que cuidam da seguransa publica do Pa.s decidiram juutar forqas para combater um iu.migo comum * ' Yd de Esta em curso um projeto da Secietana a crimmati a e. r,'Ki;csa tSpoasnl que cria o sultarnaredugaodacriminalidadeedonumerodefraudes. Nacional de Seguranga Publica (Senasp), q ^ Sistema Unico de Seguranga Publica . (SUSP),reunindo sob uma unica sigla I UlliCO de Seguran^O as policias militares, civis e unida- I jqJ, ym (JnlCO des periciais, inclumdo o corpo e I j j pollcials

Estamos criando, sem alarde e com o comprometimento de todos os agentes,uma base para a seguranga publica nacional que pernianecera, mesmo que outro governante assuma o Pais", concluiu.

ASVISOES DO

Gause explicou que o Solvencia II esta amparado em tres pilares. No primeiro, que exige requisites minimos de capital,acredita que acentuara a importancia de uma gestao interna ativa de riscos. No segundo pilar, que define o pro cesso de controle pela autoridade de supervisao,implicara, a seu ver, maior gerenciamento de risco pelas seguradoras. E,no ultimo pilar, que estabelece a disciplina do mercado, Gause preve que as companhias terao de ser mais transparentes e prestar informagoes mais claras. Para ele, esta havendo uma "mudanga de paradigma", que "direciona a compreensao qualitativa e global do perfil de risco de cada empresa".

Nao por acaso o Solvencia IIfoi inspirado no sistema projetado para os bancos, o Basileia II, tambem amparado em tres pilares identicos. Por isso,a ideia e que os produtos semelhantes dos dois setores se sujeitem a uma supervisao equivalente a as mesmas delerminagoes de adequagao de capitals ou de solvencia. Mas, Gause

SOLVENCIA II

DeterminaQao das exigencias de recursos proprios baseada em risco

Consideragao de fatores gualltatlvos,| alem dos quantltativos, no processo de supervisao

Incentive a um

a gestao interna ativa de risco atrav6s do sistema de supervisao

Do ponto de vista filosofico, o modelo de supervisao conjunta,entre seguros e bancos,permite ao regulador ter a visao nao apenas da floresta, mas tambem de cada arvore") disse o superintendente da Susep,Rene Garcia,ao encerrar a palestra.Para ele,o modelo ideal de regulagao nao deve ser conservador e nem liberal, mas um meio termo,que resulte numa supervisao diferenciada para empresas de diferentes portes. No Brasil, a tendencia,a seu ver,sera a adogao de urn modelo de regulagao unico de monitoramento de apreciagao de riscos por partes, compartilhado com o Estado. Sobre o future da regulagao no Pals,Rene Garcia adianta que,"aquela Susep onipresente, onisciente, onipotente nao fara sentido dentro de um modelo liberal".

Na opiniao do secretario da Senasp, Luis Fernando Correa,"o SUSP d um resume do bom sense". Na 3"Conseguro,ele explicou que o objetivo do sistema c ampliar a eficidncia da segurai.,a, per mem de uma reforma nas instituiqoes polieiais; minalidade; e bloquear o crime organizado e o tia co d armas e drogas. Com a nosdc cxata de quo nao esta nos " Q forca policial que lida due gabinetes, mas nas ruas ,a to g P • 1 j" rorrea disse que o primeiio tamente com a sociedade , Uoiie alvo do projeto foram os capitaes e os pragas, paia^ dentro da instituigao",afirmou. Ele contou que,ate o final de 2005,cerca de 4,5 mil polieiais recebeiao tieinamen o pelo SUSP,e que em 2006esse contingente atmgira mi homens. A ideia e oferecer tambem raeios de e formagao educacional para esses polieiais,ja qn®

^ A Luiz Fernando,da Secretaria Nacional de Seguranga Publica; de todo o efetivo sequer concluiram o segundo grau. Mais sistema unico6 uma aposta no bom senso no combate h violencia

rONSEGVJB
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A solu^ao para OS conflitos

SOLANGE GUIMARAES

0 mercado segurador brasileiro tern andado a passos largos no caminho da auto-regulagao. As Ouvidoriasja sao realidade na maioria das seguradoras, os novos produtos (principalmente os de Previdencia) apresentam um grau de transparencia nunca visto anteriormente, mas as companhias ainda relutam era buscar a resolugao de conflitos fora do sisteraa Judiciario tradicional. A proposta de criagao de Caraaras de Arbitragera vera sendo debatida ha alguns anos pelo setor, mas esbarra era questoes tecnicas, eticas e burocraticas.

E consenso que a Justiga bra^iieira e raorosa e que pendencias se arrastara por anos a fio nas diversas instancias do sisteraa e que rauitas vezes a decisao judicial tende a ficar do "lado do raais fraco", desconsiderando quera de fato esta com a razao naquele caso especifico. E quando o "raais fraco" ganha uraa batalha judicial contra uraa seguradora, o assunto vira noticia prejudicando ainda raais o norae da erapresa no mercado."E preciso encontrar alternativas para fugir do Judiciario porque os processos judiciais gastara energia, dinheiro, deraorara rauitos anos e desgastara a iraagera da erapresa", avaliou a advogada Vera Carvalho Pinto, do escritorio Neumann, Salusse, Marangoni Advogados ao abordar o teraa no evento.

ejudiciais,corao o Juizado Especial de Pequenas Causas. A via extrajudicial passaria por Caraaras de Conciliagao, Mediagao e Arbitragera e teria corao vantagens a celeridade do processo, a econoraia de recursos e a raanutengao de relagoes continuadas com o cliente. Sera contar a discrigao e o raaior controle da adversidade, visto que a atuagao na base da confianga e boa-fe facilita o consenso e evita o acirraraento dos aniraos entre as partes.

0 probleraa e que nada impede, na legislagao atual, que a parte que se sentir prejudicada com a decisao de um forura extrajudicial recorra a Justiga tradicional para fazer valer os sens direitos. De fato, o Novo Codigo Civil e o C6digo de Defesa do Consuraidor garantera esta possibilidade. Isso porque o seguro tera a caracteristica de ura contrato de adesao, ou seja, o cliente nao tera espago para discutir e raodificar as clausulas. Esta vulnerabilidade de uraa das partes do contrato seria corapensada com o ajuizaraento de agao pelo Ministerio Publico, solicitada pelo consuraidor ou seu orgao de defesa, para estabelecer o "justo equilibrio entre direitos e obrigagoes das partes"(CDC art.51).

E ate na legislagao futura o assunto inspira cuidados.

0

clausula arbitral, ou seja, n,ais uu, papel alto do coulrato do seguro,pode vir a ser um desesllmulo.Porto ev,dencm

. _ 1 1 - 1 Urai-VQI- a clausula arbitral rauito a predisposigao da lei de deixai 1 • 1 i;«,.rpmt;inesemtomarconheciraento clara,evitando que o cliente assure sera dela", ponderou Vera.

No resseguro, o IRB estabeleceu na clausula 507 da Circular Presi 18/2002 que todas as controversias serao resolvidas de forma definitiva por arbitragera e elegeu a Caraara de Mediagao e Arbitragera do Rio de Janeiro corao o foro apropriado. Ura raodelo seraelhante ao ingles, cuja decisao e raarcada pela iinparcialidade do arbitro, charaado de "neutral". Nos Estados Unidos existe a figura do "abstrator" que funciona corao uraa especie de "advocacy". Ele colhe os dados sobre o assunto e passa para outro arbitro, independente, avaliar. Este arbitro independente e charaado "umpire".

Atualmente, a solugao de con flitos ocorre basicaraente na esfera , c r* j • """""no Pinto: em defesa d adrainistraliva-Susep e Uuvidorias use cada vez maior dac ^

de Arbitragem

0Projeto de Lei 3.55.5/2004 que trata de disciplinar o mercado se gurador-de autoria do deputado Jose Eduardo Cardozo (PT/SP)> era discussao no Congresso — nao perraite a inclusao,nas condigoes do contrato de seguro, do coiuproraisso e da clausula arbitral; sob pena de nulidade (art. 66)0 recurso aos raeios alternativos para solugao de litigios soraente e perraitido quando pactuado eiu instruraentos apartados e desde que nao forraados corao contrato de adesao (art. 67). "Acho interessante ter no Projeto de Lei a previsao para que ura possfvel litfgio possa ser resolvido extrajudicialinente, mas a exigencia de ura instruraento separado para ^

Uma frase do secretdricgeral da ONU,Kof. Aunau, durante o Forum Economico Mondial,e,„ Davos- relembrada pelo desembargador do Tribunal de JusUga de Sao Paulo, Jose Roberto Nalim - ilustra bem o atual eslagio da discussao das Camaras de Arbitragera no mercado e Seguros;"A expansao dos mercados e muito mats raptt a do que a capaicidade das sociedades e de seus sisteraas pollticos de se adaptor a cles,quanto mais de ditar o rumo que eles tornam

DESAFIO - Segundo Vera Carvalho Pinto, o memado rams indieado para atuar com Cdmatas de Arbtagem e seguros porque « especialista cm risco e nao ex.sm rt^o . , . 1 • oran Tiidiciario. Paraela,aboidareste raaior hoje do que ir para ojuaiciai teraa ainda e falar era termos de hipoteses porque pouco se utilizou de Arbitragera no Brasil."0 sisteraa existe. Temos pessoas respeitaveis que poderiara atuar corao arbitros,se nao praticaraos ainda e porque estamos um pouco acoraodados com queja se tern-que e este Judiciario que esta ai. De fato, esta faltando um pouco de coragera no mercado brasileiro", afirmou.

"Nao ha receita unica para a auto-regulagao. Cada solugao devera ser elaborada a partir da realidade de cada erapresa",considerou o desembargador Jose Roberto Nalini em sua exposigao. Ele considera que o estabeleciraento de Camaras de Arbitragera deve ser o ponto de chegada e nao de partida de ura processo de busca de autonoraia das segu radoras era relagao ao Judiciario. "Iniciabnente deve haver a raaturagao dentro de cada corapanhia para verificar o que serve para todo o setor e o que e especificidade", disse.

E consenso que a Justiga brasileira e morosa e que muitas vezes a decisao final tende a ficar

Este debate interne e fundamental e o raoraento e oportuno porque existe uraa sede de etica na sociedade. A erapresa etica, segundo ele, e aquela que pretende ser raoralraente inatacavel, sintonizada com a raais respeitavel moral de seu tempo e afinada com os costumes vigentes raais consensuais. E aquela que subordina suas atividades e estrategias a uraa previa reflexao etica e age de forma socialraente responsavel.E altruista ao respeitar e promover OS interesses dos stakeholders, corapreendidos aqui corao clientes, parceiros, acionistas e ate a opiniao publica. Neste sentido,as Ouvidorias e Caraaras de Arbitragera estao era sintonia com os anseios da sociedade."A utilizagao de raeios extrajudiciais para a resolugao de conflitos nao e apenas recoinendavel, raas reflete uraa necessidade do raundo raodemo em razao da tao prejudicial raorosidade do Judiciario,trazendo raais seguranga,prestigio e credibilidade ao mercado de seguros", concluiu Vera Carvalho Pinto. "A solugao negociada, diseutida e eticainente rauito superior", encerrou Jose Roberto Nalini.

PAINEL
v.amaras
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A advogada Vdra Cawlho Plato, on,delesa do
26 REVISTA DE SEGUROS onsegubibrasiueiradesegu^ roCMCIA I OUTUBRO • NOVEMBRO • DEZEMBRO 2005
A desembargador Jose Roberto Nalini: a sociedade brasileira tern sede de etica
do''lado do mais fraco"
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Os novos desafios para crescer

conjunto de seguros individuais. Tamos de desenvolver produtos adequados a esse segmento,como o de reposigao de veiculos e gerenciamento de riscos, entre outros", afirmou. E ainda citou como segmentos com grande potencial 0 de seguro para motos e para clientes com algum tipo de restrigao. Segundo o palestrante, as vezes,o lucro esta eni "operar nos nichos que a maioria refuta, onde os premios costumam ser hem maiores".

Diferenciagao de riscos e tarifas, exploragao de nichos de mercado e combate a fraude sao algumas das diretrizes que deverao orientar o crescimento do mercado de seguro

Ele declarou nao ter "& menor duvida de que este e o caminbo para garantir maior penetragao no merca do". A todos esses desafios, o consultor agrega o de mudar a imagem do seguro no Brasil: "Nao ba varinha de condao que faga issoAs pessoas nao passarao a entender de seguros se nos, operadores, nao fizermos a nossa parte".

A formagao de aliangas tambem foi abordada como uma estrategia a ser considerada pelas seguradoras,porque reduz a competigao por clientes, elevando a rentabilidade automotive nos proximos anos, conforme avaliou em sua de uma forma geral. Avellar disse que,apesar de avangos conferencia o consultor Julio Avellar,do Consorcio Cervera. em outros campos,o setor nao evoluiu no quesito da difeSegundo ele, ha muito espago para novos negocios, mas as renciagao de riscos para a definigao de tarifas condizentes. oportunidades estao sendo subaproveitadas. Avellar disse que o RC obrigatorio — que no Brasil mostra tendencia de aquecimento da demanda e de elevagao das indenizagoes — cria mercado para corretores e companhias tambem por abrir caminbo para outros produtos. Entre eles, o se guro popular. Mas, para o consultor, e precise "mostrar que o seguro para um 'carro velho' nao e igual a um produto convencional, para que o clienle nao se frustre".

Outra oportunidade, classificada como "gigantesca" e que sera cada vez maior, e a de seguro de frotas. "Hoje, nao ha no Brasil nenhum produto nem companhia que trate a frota como tab 0 mercado ve a frota como se fosse um ulio Avellar, do Consdrcio Cervera, aponta caminhos pafa a expansao do setor: seguro de frotas e alianga entre as seguradoras

A Fabian Rons, do Cesvi da Argentina, apresentando o Sistema Sofia: a poderosa arma da Informagao na luta contra as fraudes para a administragao de um patio destmado a veiculos recuperados e para tornar mais agil a comunicagao com os proprietaries. De acordo com o palestrante,isso repercute sobre as indenizagoes, evitando, tambem, a deteiioragao dos veiculos pela guarda inapropriada.

de pessoal, foi formado um banco comum, alimentado pelas associadas, com dados sobre roubos de automoveis, posteriormente ampliado para outros tipos de sinistros. Segundo o palestrante, apos 18 meses de trabalho - que contou com pesquisas junto a outras empresas, alem das associadas — foi possivel chegar a algumas conclusoes sobre as principals causas desse tipo de delito."A falta de inspegao previa e o seguro realizado em multiplas segu radoras concomitantemente, com aviso de sinistro emitido por um mesmo segurado para cada uma delas,respondem por grande parte das fraudes",afirmou,acrescentando que a ma subscrigao colabora para isso.

Embora afirme que o combate ao roubo e ao furio necessite de uma agao mais incisiva do Poder Publico, ele ve na recuperagao dos veiculos roubados uma possibilidade de minorar as perdas da sociedade e das seguradoras. Foi informado, na ocasiao, que esta em vigor um convenio entre a Secretaria Estadual de Seguranga Publica de Sao Paulo e a iniciativa privada

EXEMPLO ARGENTINO - A necessidade de lutar contra as fraudes foi outro ponto destacado nesta apresentagao. Na visao de Jiilio Avellar, a prevengao sistematica e essencial, por trazer resultados mais rapidos e por ter reflexes na tarifagao. Ele sublinha que a fraude eleva o prego das apolices."0 nao combate a fraude faz com que o cliente pague por essa ineficiencia",mas,ao mesmo tempo,"afasta o bom cliente do seguro .

Ao abordar esse tema em sua exposigao,Fabian Pons, gerente-geral do Centro de Seguranga Viaiia (Ces\i) da Argentina, procurou demonstrar que o compartilhaniento de informagoes entre companhias de seguros pode ser um instrumento eficaz no combate a fraudes. Pons relatou que o Cesvi Argentina iniciou suas atividades em 1996,mas foi em 1999 que,integrado por sete empresas de diferentes portes e abrangencia, ampliou seu trabalho. Ao lado do desenvolvimento de sistemas de informatica especificos e da capacitagao

Hoje,esse sistema integrado,denominado Sofia-que detem informagoes nao apenas dos sinistros, mas tambem das apolices -, e composto por seis diferentes bancos de dados, especificos para cada tipo de sinistro: roubo de automovel e e\'entual recuperagao,ocorrencias com lesoes e morte,perda total,danos materials,carteiras de apolices e seguros gerais. Pons assegura que por meio da sobreposigao dessas informagoes e possivel detectar a presenga de algum tipo de ardil, o que evita o pagamento indevido de indenizagSes."0 envio do resultado da pesquisa para uma companhia obedece a prioridades. Cerca de 5% des se trabalho corresponde a solicitagSes de alta prioridade, com 3% resultando em fraudes comprovadas", revelou o representante do Cesvi Argentina.

0 mercado de seguros de automoveis

avan^a no triiha

do futuro, de olho

em novos negocios

e no combate

ds fraudes

Na explicagao sobre o funcionamento do Sofia, Pons enfatizou o fato de o cadaslro nao ter use comercial e seu carater sigiloso, alem de dcstacar que o cruzamento dos dados e efetuado por apenas cinco pessoas. Para ele, o sucesso obtido, especialmente a partir de 2001, esta no expressivo volume de informagoes armazenado, gragas a adesao de um grande numero de segu radoras: hoje, 26 empresas contribuem com o sistema. 0 expositor acrescentou, ainda, que essa participagao gerou beneficios adicionais para o setor como um todo, pois estimulou a implantagao de piogiainas de informatica mais seguros e de departamentos antifraudes na maior parte das empresas.

ML
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A dois passos da era digital

Em um mundo onde e possfvel trocar informagoes com pessoas em outras cidades ou parses, sem a necessidade de envio de papeis e, muito menos,de perda de tempo com conexao,o que mais pode facilitar o trabalho das empresas?

Para o consultor Carlos Leonardo dos Santos,a certificagao e assinatura digitais sao hoje as promessas para o setor de seguro.0tema foi abordado no painel "Novas Tecnologias e Canais de Distribuigao de Produtos de Seguro".

Santos diz que alguns obstaculos do setor ja foram superados, como a capacidade de armazehamento e processamento de informagoes. Alem disso, hoje existem muitas ferramentas disponfveis que conferem rapidez a transferencia dos dados. Segundo ele, atualmente, todo o processo para a contratagao de um seguro pode ser feito on line e, mesmo ao vivo,o corretor tern disponivel um kit que possibilita fazer cotagoes e simulagSes instantaneamente para o usuario."Houve um investimento macigo em tecnologia, mas o processo poderia ser ainda mais rapido. Ainda precisamos da assinatura e ela e feita no papel",lembrou

o consultor.

A solugao, segunclo ele, e a certificagao e a assinatura digilais.0certificado e o produto, com criptografia e identificador, enquanto a assinatura se da quando este produto e utilizado. Alem de niinimizar fraudes, a certificagao digital visa a assegurar um pro cesso mais agil a

com custq menor. Por issb,foi regulamentada pela Medida Provisoria 2.200, de 2002. 0 documento eletronico e valido desde que nasga digitalmente, seja arquivado e assinado da mesma forma.

No entanto, de acordo com Santos, ainda e uma tecnologia cara. Mas ja existem organs govei-namentais que a utilizam e,para o consultor,o setor de seguros poderia usaJ" esse know-how para vir a usar um sistema semelhante. A Associagao Nacional da Previdencia Privada (Anapp) e ^ Federagao Nacional das Empresas de Seguros Privados ^ de Capitalizagao (Fenaseg)ja tem um trabalho de estudo e divulgagao da certificagao digital e de definigoes de pa' drSes para o uso da tecnologia. A ideia e ter um modelo d® certificagao digital comum a todas as empresas. A propri'^ Anappjautiliza,atualmente, um sistema para intercanibi^ de informagoes entre os associados,com troca de dados de forma padronizadas e assinados digitalmente,que reduzi^^ em 40% seu custo operacional. A Federagao Nacional doS

Corretores de Seguros Privados,de Capitalizagao, de Pre' videncia Privada e das Empresas Corretoras de SeguroS (Fenacoij regulamentou, em outubro passado, o uso certificagao digital. Outro exemplo no setor, citado p®'" Santos,e o da Seguradora Indiana, que emitiu a primeir^ apolice certificada digitalmente no Pais. "Nao existe eiH' pecilho tecnologico para o uso", afirmou.

PAINEL I'
&
Publicagao da Comissao de Capitaliza?ao do Federagao Nadonol das Empresas de Seguros Privados e de CapitalizaQao...Fenaseg ▲ 0 consultor Carlos Leonardo dos Santos: obst^culos para uso da certificagao digital ja foram superados
MERCADO PATRIMONIAL NO
MERCADO SEGUROS PATRIMONIAL PART.% 2003 51,162 3.457 6,8% 2004 59.848 3.563 6,0% 2005* 65.000 4.476 6,9% 2006* 74.000 5.422 7,3%
miltioes *Projegao Fonte: Fenaseg
BRASH ANO
R$
Comiss6o de Capitaiizagao apresenta dois importantes projetos para fortalecer o relacionamento consumidor,durante a S" Conseguro com
Conhe^a a proposta de classlfica^ao dos titulos por modalidqdes
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ISaiba quais sac as principals mudanqas nas condi^oes gerais dos produtos

CAPITALIZA^AO SE CONSOLIDA COMO OP^O PARA POUPAR TRANSPARENCIA E A PALAVRA-CHAVE PARA

Fecharemos o ano de 2005 com uma otima noticia para o mercado: as reservas de capitalizagao atingiram a casa dos dois dfgitos com R$ 10 bi lboes. Esse e um marco do setor que demonstra o resultado de todo o esforgo realizado pelas empresas, que atuam no segmenlo,em reforgar ainda mais a transparencia ao consumidor e comprova que ele vem respondendo afirmativamente a essa dedicagao. A diretoria de capitalizagao, criada pela Fenaseg, tambem e um exemplo de quanto o mercado se expandiu nos ultimos tempos. Neste ano, o segmento se consolida como uma opgao interessante na bo ra de poupar e que pode fazer uma

pessoa mudar de vida, seja atraves da fomiagao de recursos, utilizando o dinheiro empregado na compra de um bem, ou sendo sorteado e ganbando uma quantia para realizar os seus sonbos. Como 2006 e um ano de transigao, devido as eleigoes presidenciais, existe um clima de expectativa. For isso,a capitalizagao espera o aumento de 10% tanto no faturainento quanto nas reservas. Trata-se de um periodo importante, no qual o mercado concentrara os seus esforgos na implantagao da segmentagao para que, em 2007, tenbamos condigoes de alavancar um crescimento extremamente significativo.

CLASSIFICA^AO POR MODALIDADES FACILITA O ENTENDIAAENTO DO CONSUMIDOR

^ historia da capitalizagao e as pioPostas para garantir o desenvolvimento pinda inaior do mercado foram os teinas centrals apresentados pela Comissao de Capitalizagao da Fenaseg, Jurante a 3'* Coiiseguro (Conferencia '^acional das Empresas de Seguios, ' Ilesseguros, Previdencia e Capitali zagao),evento realizado em novembro, Sao Paulo.0 painel tecnico Capij'alizagao -Transformando para Cresper" foi apresentado pelo escritoi e iornalista Paulo Amador,especializado

Pa area de seguros, com coordenagao

1^0 diretor de capitalizagao da insti'uigao, Neival Rodrigues Freitas. ''t>urante a palestra,Amador tragou uma

^^erdadeira linba do tempo,desde o sur|< Simento do conceilo de capitalizagao

' P do tftulo na Franga, sua cbegada ao ^rasil e, principalmente, a aplicagao ^0 produto no territorio nacional,semPre com o objetivo de incentivar o babito de poupar. Tambmn comentmi os flesafios que enfrentou na produgao do 'livro "Capitalizagao: uma bistona de Prosperidade'.

Em 1929,foi a vez do Brasil conbecer 0 que ja era muito comentado. Atraves de Antonio Sancbez de Larragoiti Jr., a capitalizagao cbegou ao pafs como um instrumento simples de fonnagao de poupanga. 0 desenvolvimento foi tamanbo que, em apenas seis anos, o segmento superou o volume movimentado com a produgao de cafe,atingindo 2,36 bilboes de contos, o que significava 70% da economia brasileira. "Para se ter uma ideia do que o setor representava,durante a Segunda Guen-a Mimdial a capitalizagao doou um caga P40 para a Forga Aerea Brasileira",cita o jornalista.

Presente em todo o pafs

1 T ~ j 1 j i j j n I - ^ 11 sendo examinada pela Suseo ea ciassijicagao dos titulos por modalidades. U objetivo e melhornr n - i c u. ^ ^ do consumidor, que poderdescolhero

Uma das propostas da Comissdo de Capitalizagao da Fenase gdo dos tUulos por modalidades.0objetivo e melhorar a produto de acordo com as suas preferencias. Confim rr,rr,^ n'"^""Viracomojicaraagrganizagdoaposamudanga:

Classico: o objetivo deste tftulo e poupar, por isso o consumidor recebe 100% do dinbeiro empregado de volta ao final do periodo, conigido monetariamente.

Compra programada: semelbante ao classico, porem,ao final do periodo, a pessoa pode optar entre receber o dinbeiro ou comprar um bem. E uma opgao ao consorcio, ideal para quem nao tern como comprovar renda, como profissionais liberals.

Popular: tem como intuito nao a formagao de poupanga, mas o aspecto ludico dos sorteios.

Empresarial: para agregar valor a um produto ou servigo, empresas podem oferecer sorteios de premios para quem pagar em dia. Ao mesmo tempo em que serve como atrativo a venda, evita a inadimplencia e e um estimulo para evitar a desistencia.

transparencia nos sorteios

K capitalizagao foi criada em 1850 poi taul Verger,que teve a ideia de reunii ; Perca de 250 pessoas interessadas em ; Pontribuir com 10 centavos por seinana

Para um posterior sorteio,que normalPiente acontecia na Pascoa,Dia de Sao Joao e Natal. Para o sorteio do premio loi escolbido um fonnato bastante simPles: uma crianga o realizava dentro

! Pie um cbapeu, na frente de todos, o \ lue demonstrava transparencia no proI Pesso de operagao da capitalizagao, Pina caracteifstica mantida ate boje.

Para Amador, a capitalizagao sempre teve boa aceitagao no mercado brasileiro, mas nunca em um patamar como o dos dias atuais: sao 483,5 milboes de tftulos ativos. "Hoje o setor esta presente de norte a sul do pais, acompanbando os indices de economia gerais brasileiros. E com o trabalbo da Comissao de Capitalizagao, alem da criagao este ano de uma diretoria tecnica na Fenaseg, estamos caminbando

Paulo Amador e escritor e jornalista, especializado na area de seguros para o reforgo da cultura de capita lizagao no Brasil", afirma Amador. Durante o painel tecnico,foi distriluifdo um material com as condigoes gerais em vigor e a proposta do mercado de capitalizagao para mudanga dos tftulos (confira na pagina 4). Freitas explicou como essas novas regras e a divisao dos produtos por modalidades(veja na pagina 2) podem ajudar a dinamizar a tiansparencia no relacionamenlo do setor com o consumidor.

Para que o segmento se desenvolva nesse sentido, o diretor de capitalizagao ressalta que a transparencia e a palavra-cbave para o proximo ano."E necessario promover o encontro do consu midor com as formulas simples, para que ele nao tenba duvidas do que esta adquiiindo ,finalizou Freitas. Atraves de um debate,o publico pode sanar as suas duvidas com os participantes da mesa e o tradicional sorteio de premios enceiTou o evento.

!-EDITORIAL CONSEGURO
Rita Batista e presidente da Comiss®" de Capitalizagao da Fenas®®
PUBLICAgAO DA COMISSAO DE CAPITALIZAgAO DA FENASEG
r roMI HlNi.'A
Neival Rodrigues Freitas e diretor de capitalizagao da Fenaseg
CONSEGURO
PUBLICAQAO DA COMISSAO DE CAPITALIZAQAO DA FENASEG

CONSEGURO NOVA LINGUAGEM DOS CONTRATOS VISA MELHORAR O RELACiONAMENTO ENTRE EMPRESAS E CLIENTES

Quern participou do painel tecnico "Capitalizagao — Transformando para Crescer", na S'' Conseguro, recebeu material informative (ao lado) com a proposta da Comissao de Capitalizagao da Fenaseg para mudanga na linguagem dos contratos dos tftulos. Segundo o diretor de capitalizagao da instituigao, Neival Rodrigues Freitas, o objetivo deste trabalbo e melborar o dialogo entre as empresas e os consumidores, per meio de um facil entendimento dos produtos.

Veja a seguir quais sao as principais mudangas:

Modificagoes:

Linguagem simples e direta.

Uniao de alguns dados em apenas um item, como vigencia, pagamento, cancelamento e carencia, que estao reunidos na segao "Informagoes".

Novo formate do aspecto "Obrigagoes das empresas de capitalizagao".

0 item "Cancelamento" cita agora as tres maneiras que o titular tem para cancelar o titulo.

A tabela de resgate da proposta inolui uma expiicagao didatica sobre o que ela considera para a realizagao dos calculos.

Proieto Gr6ti'cTR^So°etd§o:Tran''pr^

Objetivo:

Facilitar a compreensao de como funcionam os titulos.

Proporcionar um texto mais enxuto e claro.

Informar ao consumidor sobre quais sao os principais pontos de responsabilidade das companhias.

Simplificar a linguagem.

Facilitar o entendimento da origem dos dados.

Para o consultor a certificagao digital vai melborar cipagao do seguro na economia, mais riscos podem estar operagao dos progrmnas ja implementados e simplificar sujeitos a esses fenomenos. procedimentos de corretores que trabalham com mais Mas,diferente do mercado mundial,o Pais podera ter de uma seguradora. Alem de recomendar o uso de um sistema padrao para todas as empresas, Santos tambem diz que o investimento na certificagao digital podera ser

redugoes de pregos em um futuro proximo,em sua analise. Segundo Aymericb, depois de perdas monumentais no inicio dos anos 2000, com catastrofes como a do World Trade Center,e de grandes furacoes no ano passado e neste, alem de outros desastres naturais, o mercado de seguros informagoes. . . . . . j • i • • i i

Empresas de Seguros Privodos e de Capitalizosao - FENASEG

Paulo / SP Tel.: (1 1) 3064-4575 franpress@franprrss com.br ° ^ 01419-002

GerSncia de Atendimento: Frank Rogerio

fr^rTgfsr ^ (^ib 39.161, Tiragem: 5.000 exemplares / Distribuigao: O Jornal Leia Cap 6 um encarte da Revista de Seguros da FENASEG

Em case de duv,das a,icas ou sugestoes, entre em contato pelos e-mails relacionados oboixo

Frank Kogeno - trank@tronpress.com.br

Andre Rafael Furtodo - andre@franpress.com.br

Empresas participantes da Comissao de Capitalizagao da FENASEGBrasilcap Capitalizagao S.A., Caixa Capitalizagao S.A., HSBC Capitalizagao S.A., Ha^ord Cap,tal,zagao S^. tau Copdakzagao S.A. Lideranga Capitalizagao S.A., Real Capitalizagao S.A., Santander Capitalizagao S.A

Am6nca Capitalizagao S.A., Unibanco Companhia de Capitalizagao, Valor Capitalizagao S.A..

usado em outms fins e dara segnransa a qnem presla as moiliais, seg......" -• - ,g„mento nao oferece do Inslituto Brasileiio de Resseguios (IRB) possibililara disse em sua palestra que nj 5 ^ i - u j iapenas o segum do palrimonio, mastambem unta gam.d- ., bosea de eot.eoes o„ e„e.-.o.- e „„„ „

^ , I,, ««triiros sao OS servigos patri- patrimoniais no mundo vive hoje um ciclo de aumento Outra fdao no setoi cie seguius oa r ,, r. -i ■ . R' on Aymericb, da Mapfre Re. Ele de pregos. No Brasil, no entanto, a quebra do monopolio T.-1 oft r,il,-» Tii'o t.il tl T? R\ r, jT

de as companbias a busca de cotagoes no exterior e, com a concorrencia entre elas servisos adieionais, como pintores. chaveiros,serv.go de assislcnda24boms,enlm oubos."Houveuma mudans.de

conceito de sinislro(despesa)para prestapao de set vigos , afirmou.Com isso,de aoordo com ele. bon.e agregapao de valor no produto e a fidelizasiio do Em 2004,0 segmenlo represenlava o o sa or i os seguros no Pals.Para oano que vem,a pre.rsao e de 7,3%.

E o Bmsil,seguudo ele. apesar de nao ler grandes calastrofes naturais, concentra uma parte significativa dos grandes riscos da America Latina. Aymericb cita como exemplos os problemas em plataformas de petioleo da Petrobras. Apenas o sinistio daP36,equivalenteacerca de USI500 milboes,e metade do prejuizo calculado pela passagem do furacao Wilma no complexo turistico de Cancun.

JAlem disso, podem ocorrer eventos de grande impacto como inundagoes, tempestades,seca e geadas.

Ele acredita que, com o desenvolvimento de novos produtos, crescimento economico e maior parti-

▲.Ramon

da

d mudanga de conceito nos servigos patrimoniais no Pais

, as condigoes e os pregos serao diferentes para o segurado. "A logica e que a abertura diminua os pregos, mas nao podemos esquecer de que o mercado internacional esta em alta", lembrou Aymericb. Ele nao acredita que a abertura do resseguro possa vir a afetar o mercado nacional em teruios de concentragao de empresas. Por outro lado, Aymericb lembra que o acesso ao mercado internacional trara implicagoes para as compa nhias e demandara conhecimento soiire essas empresas do exterior, incluindo sens riscos quanto a solvencia e capacidade tecnica. Por isso, na sua avaliagao, e importante que as empre sas contem com a ajuda de especialistas tecnicamente capacitados em analise e inspegao de riscos. Assim como no Brasil, a competigao no exterior tem sido acirrada e,por isso,segundo Aymericb, as empresas devem se ater a temas como o uso de canais de venda on acesso direto ao cliente, a contengao de gastos e o conlrole das condigoes do produto.

CONDIQOES GERAIS PROPOSTA UTTUUH.<AtWn«lK«^iD
sa" Icb"! 5ul PUBLICACAO DA COMISSAO DE CAPITALIZAgAO DA FENASEG CONSEGUB! BRASILEIRAOESEGOW^ DCMrttA.E a OS
OUTUBRO • NOVEMBRO • DEZEMBRO 2005
REVISTA DE SEGUROS 31
Aymerich, Mapfre Re: atento 3« CONFERENCIA BRASILEIRA DE SEGUROS, RESSEGUROS, PREVIDENCIA PRIVADA E CAPITAU2AQA0

Os caminhos que levam ao sucesso ^

Entre as seguradoras norte-americanas, uma pesquisa realizada pela Loma, para identificar as transformagoes na qualificagao profissional no setor, concluiu que nao e o capital e nem a informagao que definem o sucesso de uma empresa.0terceiro e mais importante fatorresponsavel pela ascensao das mais bem-sucedidas companhias de seguros e o ser humano.Segundo afirmou o vice-presidente da Loma, Jeffrey Hasty,em sua apresentagao,"pessoas sao o que diferenciam as empresas uma das outras". Mas acrescenta que "tern de ser as pessoas certas nas posigoes certas".

0 estudo da Loma tambem identificou o perfil dos Ifderes,ou CEOs,dessas empresas,revelando que a maioria possui,entre outras competencias,espirito de equipe,curiosidade e persuasao. "Respeitar os colaboradores, ouvi-los, motiva-los, participar do seu crescimento e aprender com eles, sao caracteristicas presentes nos grandes lideres", afirmou Hasty. Ele explicou que a produtividade de uma empresa esta relacionada ao estilo de administragao do lider, que pode ser o democratico, o participative, o autoritario e, o mais moderno, afiliativo, pelo qual as pessoas sao consideradas tao importantes quanto suas tarefas e sao estimuladas a desenvolver o seu proprio estilo. Mas, o que Hasty considera melhor e o estilo coaching, ou de treinamento, pelo qual"uns aprendem com os erros dos outros".

Entre as empresas de seguros, a pesquisa da Loma apontou que tambem

e capital suficientes para garantir os riscos assumidos.Sua tese e a de que aformagao do capital baseado em risco trara mais equilibrio ao mercado europeu,corrigindo drstorgoes como, por exemplo, a que obriga grandes e pequenas em presas a seguirem regras identicas.

Ele contou que as seguradoras europeiastambem estao preocupadas com o modelo de supervisiio a ser adotado, Algumas delas ligadas a grandes conglomerados fmanceims, querem,segundo ele, saber se o risco assumido pode ser diluido enue as empresas do grupo.Por bom,drsse que ainda nao ha resposta para essa questao.

certas influenciam o sucesso o uso da tecnologia e o conhecimento e a confianga na marca por parte dos clientes,alem do bom atendimento e cumprimento das regras. Para o mercado de seguros brasileiro ele deixou uma mensagem."Entre prego, qualidade do produto e servigos, optem por ser excelente apenas em um e bom nos demais".

POSI^AO ESTRATEGICA — Na Europa,o bom desempenho futuro das companbias de seguros esta relacionado a definigao de um novo modelo de solvencia. Mas, o que nenhum dos 25 parses que adotarao o Solvencia II acredita e que essas novas regras entrem em vigor antes de 2010. Alem da falta de consenso,o atuario holandes da KPMG,Ron Hermis,que abordou o tema no evento, considera que nem todos os par ses estao no mesmo nrvel da Inglaterra,Surga e Holanda, bastante adiantadas nesse processo. Para agravar, no Leste Europeu algumas seguradoras sequer estao adaptadas ao Solvencia I.

0 consultor tambem considera um avango a determinaqao da realizaijao de gereiiciamento de riscos pelas empresas de seguros."0 setor de gerencamento de riscos saira de um canlinho denlro da seguradora, pom assumir posisao eslrategica", acredita, Hermis.ai aldm ao afirmm. que,por con,a disso,i.ntos os acionisCas terao melhor v,sao para invesiir,eomo as prdprias companhias temo melhores meios de se posicionar frenle i. coneorrenca.

PRESSAO REGUIATORIA-Assim como em quase lodo o mundo,"o mercado de seguros brasileiro ,em enfrentado uma forte pressao regulatoria",na opiniSo do sdcio da Delloite ConsuUoria, Ives Pereir. Huller,"ma,que nao pode ser tralada de forma pragma,ica", complementa. Case isso aeontesa,ele acredita que astnudansas"apenasatender.o

As exigPncias regulatdrias, mas nao atingmao seus rea.s objetivos". Muller acedita que se as etnpresas adotarem OS conceitos da govern.nsa corporahva, que eriglobanr a gestao de riscos,compliance e auditor,a mterna.terao vantagens competitivas.

riscos,adotando o sistema Enterprise-Wide Risk Manage ment(EWRM),cujo conceito alinha estrategia, processes, pessoal, tecnologia e conhecirnentos. Ele explicou que, entre os benefrcios desse sisterna,estao a linguagem comum para identificagao de riscos; o fortalecimento do conheci mento das atividades, a melhor alocagao de recursos para gestao dos principals riscos e a rnelhoria da estrutura de controles internos.

Muller observa que, felizmente, as companhias estao mais conscientes de que risco nao e urn acoirtecimento do acaso,mas resultado de decisoes diarias. Conseqiiencia disso e que o conceito de risco mudou,deixando de ser evitado no passado,para ser enfrentado no presente pelas companhias, por rneio do gerenciarnento de riscos."0 risco e dinamico e as companhias tern de estar preparadas para ltdar com essa mudanga de perfil. Por isso,a gestao de riscos e uma Jornada que coinega e niinca termina", admitiu.

0consuttor holand§s Ron Hermis, da KPMG:a formagao do capital baseado em risco trard mais equilibrio ao mercado europeu

Um dos maiores ganhos que o Solvencia II trara ao mercado, na avaliagao do especialista, sera a conscientizagao das companhias em relagao a importancia de constituir provisoes tecnicas

Ele informou, em sua exp 5 ' i • lizado entre 1994 e 2003 ''^"^'^^peZi^O* do mundo identificou que mars ^ fntoi-ps valor de mercado por conta da exposigao a de riscos. Por outro lado, uma pesquisa com os res investidores do planeta revelou que 75% consrderam as praticas da alta administragao tao impoitantes quan per-formance firianceira das companhias avaliadas.

Segundo Muller, para preservar o valor, inurtas corn panbias estao investindo no gerencrarnento Integra o

PAINEL nr i
A Jeffrey Hasty, da Loma: o segredo do sucesso de uma empresa esta em colocar as pessoas certas nas poslgdes
ONSEGUB! ,BRASrvElRA
32 REVKTA DE SEGUROS OUTUBRO • NOVEMBRO • DEZEMBRO 2005 OUTUBRO • NOVEMBRO • DEZEMBRO 2005 REVISTA DE SEGUROS 33
▲ Ives Pereira Muller, da Delloite Consulloria: as empresas estao conscientes de que risco nao 6 um acontecimento do acaso

Mercado de portas abertas

Ja virou lugar-comum afirmar que o consumidor brasileiro esta mais consciente e mais exigente. Avangar nessa questao seria nao apenas entender como se processou essa mudanga de comportamento, mas tambem distinguir OS seus efeitos na atualidade e, principalmente, os rumos que tomara no futuro. No ambito do mercado de seguros, a analise desse tema durante a 3^ Conseguro resultou na identificagao de algumas tendencias. Uma diz respeito ao aumento da demanda por seguros de Responsabilidade Civil, em fungao da maior consciencia do consumidor. E, outra, aponta ao mercado a oportunidade de desenvolver novos produtos para um grupo potencial de consumidores, formado pelo publico da terceira idade e pelos informais.

Se fosse indicarna linba do tempo o periodo aproximado em que o consumidor brasileiro passou a ter mais cons ciencia dos seus direitos, o diretor da Munich Re, Walter Antonio Polido, apontaria para 1988, ano da promulgagao da Constituigao Federal, cujas determinagSes nesse campo foram cristalizadas pelo Codigo de Defesa do Consumidor (CDC), em 1990. Alem de promovero equilibrio ao instituir um "tratamento diferenciado para os desiguais", o CDC tambem reforgou os direitos do consumidore aumentou sua protegao por meio de outras legislagdes. Esse e caso, por exemplo, da Lei 7.347/85, da agao civil publica, ampliada pelo codigo, que permite a grupos organizados recorrerem a Justiga, por meio de agoes coletivas, caso se sintam atin-

^ O {diretor da Munich Re, Walter Antonio Polldo, preve um aumento da procura por seguros de Responsabllldade Civil no Brasll

de RC Polido considerou que aindafalta melhorprepare emprestimos,cartoesdecreditoeseguro.Essecontingente

rOMSEGURO

.....ircDCKiriA RRASILEIRA de SEGUROS, gidos em seus direitos.

Embora reconhega que "o brasileiro ainda nao possui tradigao associativa" para reclamar seus direitos, como ocorre, por exemplo, nos Estados Unidos, Polido acredita que essa seja uma tendencia. Ele preve maior interesse por produtos de seguros que garantam a reparagao de danos e a protegao de patrimonio, motivando a demanda por seguros de Responsabilidade Civil. Mas, teme que o RC tradicional seja "pequeno" para garantir tamanha gama de riscos, sobretudo os ambientais. "Eu mesmo ja fui procurado por empresas de certificagao ambiental em busca de seguro para comercialziagao de creditos de carbono, como preve o Protocolo de Kyoto", disse o palestrante.

Emborareconhega que o merca do esteja atento a essa questao, pois a Fenaseg incluiu em seu Piano Setorial um incremento para os produtos

essedeum seguro complexo, tendesse o credito consignado para toda a populagao de de riscos ambientais, pois tiat & » j a ,• a- -a 1 ■ rermer underwriting minucioso", baixa renda. A partir disso, entao, considera que seria de alta tecnologia, que 1C4L. r. , rP ele "especializagao" e a chave que abrira suficiente um upgrade no cartao, para transiorma-lo num avahou. ara e e, esp mpj-cado. cartao de credito, por exemplo, on de seguro". todas essas portas do futuio 1 - l a t^a*^ Por meio de um simulador, que esta disponivel no

pL-aalenderaessademanda,

ECONOMIASUBTERRANEA-0 futuro do mercado de seguros site da FGV, Neri conseguiu apresentaras possibilidades Jgg Jg ,-^ovos negocios. Assim de consumo da populagao, nao por faixa etaria ou renda, esta repleto de opoituni a^^ GetulioVargas,Marcelo masporciclodevida. Nesseexerci'cio, ele descobriu que pensaopesquisadoi a u g 1jg^u que e precise umapessoacom graduagao completatem 90% amais de N&i. Mas, para enxerga-las, de expl chances de colocasao no

apurar a visao e olhar pata a "escuridao" ou para 0 "subterraneo", porque € la que estao os informais, cerca 40% da populagao brasileira que nao sao vistos" nas estatisticas economicas. Com base no censo demografico, Neri tragou inumeras variaveis entre a renda disponivel desse segmento e a necessidade de protegao de familial, identificando tambem que o publico da terceira idade e um potencial consumidor de produtos de seguros populares.

FundapaoGetulioVargas: publico daterceira Idadetemgrandepotencial parasegurospopulares

Programas de ajudafibnlsa-escola e 0 bolsa-familia, nanceira do governo, como ;Anaos j AA\in r'onsisnado pHia os idosos Men, da concessao de c. Segundo rene.i.a,u no au.nento da ren P Neri, OS calculos apontam que a taixa aa i„cr:n,en.ode .-endadaocdemdeR* 102.00. ApesU-a tambem revelou que os idosos "cuidani me or capital,atrasammenosnopagamentodeprestagoes e en e servigos e tendem amorarem casapropiia. ® ^ atengao para esses dados, concluindo que ^ id

osose maisvivoqueosdasdemaisfaixasetaiias eq isso representa

mercado do que outra que tenha apenas o segundo grau. Entre as profissoes, conforme o simulador, a de medico e a que tem melbor probabilidade de ocupagao, 84% a mais em relagao as demais. Neri tambem comparou a taxa de acesso a automovel de uma mesma geragao - os nascidos na decada de 40 —, observando que, entre 1970 e 2000, esse publico aumentou em 38% suas possibilidades de adquirir um veiculo.

Segundo o pesquisador da FGV, o Brasil nao e dos piores paises que figuram no mapa da informalidade. Contudo, reconhece que e 0 proprio governo que incentiva essa condigao, por "cobrar as mesmas taxas de um pais rico e oferecer servigos de pais pobre". Para fugir dos altos impostos, a populagao acaba partindo para a informalidade. Mas, o Pais poderia reverter esse quadro numa boa oportunidade se, na sua opiniao, "ampliasse a oferta de credito aos informais". De toda a forma, ele ainda enxerga nesse publico, o da ecoiiomia subterranea, um grande potencial de consumo, desde que Ihe sejam

I, „■ I'i
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De um lado, as legislates mais modemas possibilitaram a demanda por diversos seguros de Responsabilidade Civil.
34 REVISTA De SEGUROS
Deoutro,a concessdo de credito para a populate de baixa renda fez emergirdo subterrdneo os potenciais consumidores de seguros da faixa dos informais e dos idosos.
BRASltElRADESEGUR^^
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OUTUBRO NOVEMBRO • DEZEMBRO 2005 OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO 2005 REVISTA DE SEGUROS 35
AMarcelo Neri, pesqulsadorda
como oferecidos produtos diterenciados. ftunidade de acesso a piouu

Um reflexo da situa^ao nacional

A soma de eventos ou fatores negativos, de origem humana, que aumentam os custos dos produtos e servigos brasileiros,diminuindo-lhes a competitividade intemacional, ganhou o nome de Custo Brasil. Entram nesta lista custos que vao desde os encargos sociais e o excesso de impostos cobrados sobre os produtos ate a falta de estradas para transportar as mercadorias, por exemplo. Com a intrmseca relagao entre a atividade seguradora e as demais atividades realizadas na sociedade, e natural que o Custo Brasil tambem tenha impacto no custo do seguro praticado no Pais em relagao ao resto do mundo.

A 0jornalista Antonio Penteado Mendonga:o custo Brasil interfere nos pregos praticados pela atividade seguradora no Pais

Um exemplo disso e o que ocorre com o seguro de transportes; com o passar dos anos,os seguros de transporte rodoviario comegaram a se deteriorar por causa do aumento dos roubos. Houve mesmo um momento em que praticamente nenhum segurador queria ouvir falar em trabalhar carteira. De alvo cobigado por todos, esses riscos passaram a ser execrados, na medida que significavam prejuizos de vulto para quase todas as seguradoras que trabalhavam coiO eles. Ainda agora, depois de uma serie de medidas terein sido tomadas para melhorar o desempenho da carteiia o mmimizar a exposigao ao risco de roubo da carga, ainda sao poucas as companhias que atuam nela. A maioria,corno

gatos,.escaldados, prefere distancia do negdcio,quer porque nao esta disposta a investir para gerenciar a sintoniafina do produto,quer porque nao quer nem aprender como isso deve serfeito. Quem paga a conta e a sociedade brasileira que tem um custo a mais para onerar o prego final de cada um dos produtos transportados por terra nesse Pais. Como os donos das cargas e os transportadores nem sempre conseguem seguro para as mercadorias que devem ser transportadas, simplesmente adicionam os prejuizos consequentes dos sinis trossem cobertura ao prego do produtofinal,dividindo o total das perdas entre todos os consumidores,que nao tem como escapar dessa solugao perversa, masinexoravel",explicou Antonio Penteado Mendonga,ressaltando que o mesmo raciocinio vale paia o seguro de autoiuoveis, o seguio de vida e assini por diante.

volume de credito aqueceria a demanda e a pressao sobre OS pregos seria inevitavel."0 ideal seria trocar os titulos p6s-fixados por pre-fixados, mas a incerteza em relagao ao future dificulta o aumento da participagao dos titulos pre. Mesmo com o aumento recente da participagao dos pre, podemos observar que os prazos ainda sao curtos", disse o professor Luiz Roberto Cunha,do Inslituto de Gestao de Riscos Financeiros e Atuariais da PUC-Rio(lAPUC),que abordou a questao da precificagao em seguros.

VICIO

Analisando o Custo Brasil na atividade seguradora, o jornalista Antonio Penteado Mendonga identificou que a falta de agoes sociais de valorizagao do individuo, a falta de planejamento familiar, a saude publica insatisfatoria, a alimentagao deficiente e o sistema escolar ineficiente e insuficiente estao entre os componentes basicos do tal custo. Soma-se a isso a excessiva carga tributaria; a estrutura de impostos ultrapassada; a situagao de inseguranga juridica, judiciaria e regulatoria; a ma conservagao das malbas de transporte;afalta de integragao logistica; a violencia urbana; o planejamento urbano inadequado; a inseguranga no campo e o servigo ptiblico ineficiente e burocratico.

Este quadro, que beira o caotico, e o responsavel pelo encarecimento das apolices, o aumento da sinistialidade, o aumento dos custos administrativos, a demora na regulagao e liquidagao de sinistros, a dificuldades na contratagao de resseguro e a restrigao na oferta de pianos de seguros.

0 fato e que o mercado de seguros em tudo espelha o contexto nacional em que esta inserido, inclusive em materia de pregos. E por isso que, alem dos problemas estruturais que compoem o chamado Custo Brasil,outro fator determinante para a composigao do prego do seguro e andamento da economia nacional.

0 Brasil e um Pais com uma longa historia dejuros leais elevados.0juro alto e o prego da vulnerabilidade,e a taxa de risco que o Brasil paga para atrair o capital estrangeiro em razao do elevado nivel do risco-pais. Mesmo com supeiavil pi imario alto e uma elevada taxa de juros, o endividamento CO tem crescido. Mais da metade da divida mobiliaiia, principal item da divida publica, esta indexada a taxa Selic.0 restante tem como indexadores o cambio e outios indicadores. Com uma Selic menor, o custo da divida di minuiria e o PIB poderia crescer no curto prazo. Poiem a redugao tem efeito negative direto na inflagao.0 maioi

D

0 economista defendeu como solugao temporaria o aumento da participagao dos titulos indexados aos indices de pregos, mais precisamente o IPC (Indice de Pregos ao Con sumidor). Cunha considera que a composigao do IPC e mais adequada que a do IGP (Indice Geral de Pregos),indice de indexagao em pregos administrados, pela distorgao que o IPA (Indice de Pregos no Atacado) provoca no IGP.0 IPA representa 60% do resultado total do IPG. "0 IPA e um pessimo indexador. Ele superestima periodos de crise e subestima periodos de estabilidade. Ele nao reflete corretamente a inflagao e e diretamente influenciado pelos periodos de desvalorizagao cambial,por isso, nao poderia ser ulilizado como indexador", afirmou.

Iniciado o ciclo de baixas na taxa de juros, a expectativa e que no pioximo ano ocorra um aumento lento e gradual da aversao ao risco. Ja comega a ser percebida uma pressao por parte da sociedade e de setores do proprio governo por mais gastos que possibilitem o desenvolvimenlo. A retomada da discussao do crescimento sustentado interessa diretamente ao mercado segurador porque este crescimento depende de poupanga de longo prazo,o que significa estimulo a contra tagao de seguros de vida e pianos de previdencia.

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DA ECONOWIIA
TITULOSINDEXADOS A SELIC DLSP/PIB Saida de K
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▲ Luiz Roberto Cunha, da lAPUC:defesa da apllcagao do I'ndlce de Pregos ao Consumidor
36 REVISTA DC SEGUROS OUTUBRO • NOVEMBRO • DEZEMBRO 2005 OUTUBRO • NOVEMBRO • DEZEMBRO 2005 REVISTA DE SEGUROS 37

O consumidor como aliado

A fraude oportunista tern um peso significative no total de fraudes cometidas contra o mcrcado scgurador.0 alcrta foi dado pclo professor Eduardo de Olivcira Nobrega, da Univcrsidade Federal Fluminense,que abordou a questao da fraude oportunista.Segundo estimou,cerca de60% dos tipos de fraudes ocorridas no ramo de automovel,per exemplo,sao cometidas per fraudadores ocasionais ou oportunistas.

0 especialista explicou que este tipo de fraudador e aquele que age sozinho, aproveitando brechas, e cujas fraudes praticadas ja foram mapeadas pelas companhias. Nesse case, ao contrario do fraudador de carreira, nao ha premeditagao, e em geral, o oportunista desiste diante de um fracasso ou repressao.

Nobrega afirmou que um dos grandes aliados dos fraudadores oportunistas e o baixo risco da atividade no que se refere a conseqiiencias legais. Para ele, a solugao, no curto prazo,e explorar caminhos que nao passem,obrigatoriamente, pela revisao das leis e punigoes aplicaveis, mas, pela conscientizagao da sociedade dos preceitos que regem o seguro. "Nao adianta proper uma legislagao mais severa se nao houver a certeza da punigao", afirmou.

COMUNICA^AO - Um dos pontos fundamentais do problema, na opiniao do palestrante, passa pela comunicagao. Fie acredita que a abordagem das campanhas feitas atualmente nao consegue atingir o publico-alvo. Sen conselho e que as empresas avaliem a estrategia de segmentagao dos

publicos. "Ha o fraudador de carreira, o oportunista, o segurado honesto,o intermediario,que e o facilitador, mas tambem e eriminoso. Fnfim,as campanhas devem ser segmentadas. Um segurado honesto, per exemplo, pode servir de parceiro nas denuncias e ser o agente que concreliza", esclareceu Nobrega.

Para ele, mensagens como "Flesfraudam,voce paga" ou "Fraude em seguros e crime" sao generalistas. "Fsse tipo de mensagem e um incentive a fraude", afirmou. Investir na agao preventiva incentivando a populagao a conhecer as regras do mercado scgurador pode ser um caminho eficaz para minimizar a agao dos fraudadores oportunistas."E preciso definir como proposito de cornbate a fraude o aumento a protegao do consumidor e a garantia dos seus direitos", analisou.

Nobrega disse ainda que,particularmente no case dos fraudadores oportunistas,6 mercado deveria especificar as atitudes que sao consideradas fraudes em seguros e explo" rar as conseqiiencias financeiras de se fraudar,ressaltaiido que, case ele seja descoberto, tera investido dinheiro e nao estara coberto. "E preciso levar em consideragao as caracterfsticas do fraudador oportunista e nao trata-lo como um eriminoso", ressaltou.

Eduardo Nobrega tambem comentou que a tolerancia a fraude tern relagao direta com a experiencia que o segurado tem com a seguradora e o mercado em geral."0consumidor com opiniao positiva sobre o mercado scgurador tem meiior tolerancia a fraude", avaliou.

Agoes de aproximagao com o segurado,como sugeriu, podem ser uma saida para a prevengao mais eficaz d® problema que, segundo dadoS da Fenaseg, consomem cerca de 9% dos sinistros pagos anualmente. Ele citou como exemplos investir em agoes no pos-venda e experiencias com as seguradoras em outros momentos, que nao quando acontecem os sinistros.

Sob o efeito dos

furacoes

SOLANGE GUIMARAES

Os furacoes Katrina, Rita e Wilma, que devastaram o sul dos Estados Unidos, podem custar quase US$ 40 bilboes as seguradoras. A forga dos ventos castigou areas urbanas, onde muilos bens e propriedades estavam segurados. Entrelanto,os custos materials nao formam o unico recorde trisle da temporada. Os mais de mil mortos e o fato de terem ocorrido taiitos furacoes no mesmo ano preocupam as companhias de seguros,sobretudo se 2006 tambem for um ano de desastres naturals.

Mas apesar dos prejuizos milionarios que estas tempestades causarani a induslria seguradora, James H. Veghte, presidente da XL RE Latin America, acredita que as empresas do selor estao preparadas para absorver os cus tos. Muitas seguradoras tem contratos com companhias de resseguros,que sao as que mais sofreram com os desastres naturals. Alem disso, o palestrante avaliou que a industria de seguros dos EUA passava por um bom momento. Assim, muitas grandes companhias serao perfeitamente capazes de absorver o golpe.

0 efeito mais imediato dos recentes desastres natu rals foi o aumento das taxas. 0 segiuo ficou mais caro.

"Muitos dos nossos clientes internacionais perguntam se e justo que o mercado internacional pague pelo piejuizo norte-americano. E eu digo que paia um piejuizo deste tamanho,sim'",afirmou Veghte,lembrando o piincipio do mutualismo que e a base da industria seguiadoia-

Analisando o que aconteceu com o meicado nas ultimas decadas, Veghte previu que os furacoes de 2005 tambem devem alterar a atual configuragao do ranking do setor.0aumento dos riscos e dos pregos dos seguros deve endurecer o mercado e existe uma tendencia de realizagao de fusoes nos ciclos de baixa."As empresas que nao conseguem crescer organicamente compram outras empresas

para erescer", afirmou Veghte. Mas ele nao acredita que este seja o melhor metodo."Quando a fusao ocorre no ciclo de alta, o resultado das companhias e melhor".

Na decada passada, por exemplo, a industria passou por remodelagao. Muitas companhias que existiam ha dez anos, hoje foram fundidas a outras companhias, num processo que comegou a partir das enormes perdas provocadas por eventos como o furacao Andrew (1992)e os atentados ao Word Trade Center (2001). Os ultimos dez anos foram turbulentos. A virada do seculo 21 foi mareada por catastrofes mundiais. Naturals ou provocadas pelo homem,estas tragedias espalharam o clima de inseguranga pelos continentes e contribuiram para uma verdadeira reviravolta no mercado scgurador internacional.

0 Andrew e o 11 de Setembro trouxeram capital novo,juntamente com a percepgao de que as grandes perdas endureceriam o mer cado — o que de fato aconteceu - e, como conseqiiencia, novos players aparecerani. mesma coisa no p6s-Katrina/Rita/Wilma?

A James Veghte, da XLRE, analisou OS custos dos furacoes no mercado: "as empresas estao preparadas para absorver os custos"

Ocoirrera a

Veghte acredita que os processes de fusoes e aquisigoes crescerao mais lentamente a partir de agora.0 ritmo deve acelerar em 2008 e 2009se novas calaslrofes nao ocorrerem. Para as empresas com apetite para comprar,ele aconselhou uma dxie diligence para avaliar nao so se a empresa esta em boas condigoes, mas em quanto ela ira contribuir com a companhia que esta comprando. Retornos melhores sao necessarios, ou melhor,sao indispensaveis."

0executivo disse que o Brasil tera destaque nesta nova fase. As companhias estao prociu'ando outros mercados e o Brasil e interessante porque o risco de catastrofe e baixo e 0 processo de abertura do resseguro no Pais deve melliorar ainda mais o mercado", estimou.

PAINEL ii X - ' i BRASlUmADES^ r-r-oCMP.l/V
A Eduardo Ndbrega, da Aurea Seguradora, aposta na comunicagao para diminuir fraudes
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A procura do torn perfeito

Estorias de um case bem-sucedido de marketing de seguro e uma conversa desconlraida, mas muito, muito seria e indispensavel para organizagoes e pessoas,sobre construir e preservar imagem, deixaram mais atentos e reflexives OS participantes dos paineis "Marketing de Seguros" e "Imagem -o maior patrimonio, ambiente de organizagoes e individuos. Como construir e preservar".

0relate do ex-publicitario Pedro Bulcao sobre a trajetoria da Sinaf,empresa que dirige ha 19 anos, desde a sua fundagao,empolgou a plateia. Afinal,a empresa venceu um desafio e tanto: falar de morte e funeral e para camadas da populagao ainda distantes do mundo do seguro, como as classes C e D.

Aos 14 anos de vida,contou Pedro,a Sinafresolveu massificar sens produtos,adotando,para isso,uma nova politica comercial, que teve na propaganda um grande aliado.

Pode parecer um contra-senso, mas foi justamente atraves do humor que a empresa encontrou o tom certo para conversar e convencer seus clientes de que aqueles dois assuntos poderiam ser resolvidos com antecedencia. "0 humor ajuda a abordar de forma mais tranqiiila um produto do qual ninguem quer ouvir falar, que dira comprar", argumentou o executive.

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A Pedro Bulcao, da Sinaf: "o humor ajuda a abordar um produto que ninguem quer ouvir faiar"

nao fosse a amadurecida visao de negocio da sua diregaoComoplanejara morte da sua sogra; De duroja bastavoce no velorio; Como arrumar uma coroa; Cremagao. Uma novidade quentinha da Sinaf; e Sujeira e voce ir para o ceu e sua mulher para o SPC sao algumas das pegas veiculadas em filmes e outdoors na cidade do Rio de Janeiro, unica regiao em que a empresa atua.

Ousados na forma de comunicar, mas conservadores na gestao do negocio, Pedro Bulcao creditou a manutengao da marca Sinaf ao fate de ja ter conquistado respeito no mercado, parte do sucesso obtido pela Sinaf Providencial Cia. de Seguros nos seus primeiros tres anos de funcionamento. A companhia comegou a operar no ramo vida eif 2003, apos um longo periodo de preparagao.

A

mesmo.

0 grito da Sinaf veio em forma de uma criativa e corajosa campanha publicitaria pautada em frases que poderiam por tudo a perder,

A GENTE SABE QUE VOCE NAO MORRE. MAS VAI QUE ACONTECE? 702 99 10 SEOUftOS PARA UHA VlOA HEIKOR v<SSINAF SEGUROS

VALORESEATITUDESFAZEWlDIFEREN^A-Nagaleriadeimagens deumapesquisadeimagem. 0jogoresumiu-seemVergilio dajornalistaeescritoraOlgaCurado,exibidasemsuapales- escolher uma dentre cinco fotos de animals - peixe, pastra aSinafcertamenteteria umlugargarantido. Mas Olga saro, tigre, gate e cachorro, e a plateia adivinharqual foi. pre'feriurecorrerapersonalidadesfaniosas,paradiscorrer Amaioriavotounotigreeganhou. "Eassimqueelequer sobreumassuntoquedizrespeitoatodocidadao: odesafio servisto", conclui ajornalista, referindo-se as caracterisde construir uma imagem e preservar a confianga. tieas atribuidas a esse animal, como agilidade, argucia, Olga deixou claro que a imagem tanto pode levar deferminagao e giande senso de competitividade. pessoas e organizagoes ao topo como aofundo do pogo. 0 Umdilemahojeparaexecutivosnasempresascompejrimeiro explicou, leva tempo. 0 segundo pode ocorrer titivas, na opiniao de Olga Curado, e temer ser visto como elm avelocidade de um raio, alertou ajornalista, do alto demoniooudiabo.Parasaberemquecasoseestaenquada sua vasla experiencia no campo da comunicagao, com drado,ajornalistasugeriuquesebuscasserespostaparaas pls'sagempelosprincipalsjornaiseemissoradetelevisaodo perguntas:comosouvistoeporque? Edeuareceita.ImaPaisevarioslivrospublicados."Noventaeseisporcentodo gemseconstroiepreserva,fundamentalmente,comvalores pZhnQnidasempresasseconstituememimagem",disse, eatitude;gestao:comoobterresultados;erelacionamentos; recorrendoadadosdeumapesquisafeitaporumaauditoria aformaeaqualidadedovmculocompessoas,comunidades , 1 T 1 e com o meio ambiente. independente da Inglatena.

ria. scu filho dc oito anos passar o fim de semana com Michael Jackson, ou largariaoempregoporBill Gates, ou ainda, indicaria Marilyn Monroe para ocuparavagade secretariado proprio marido?

As respostas, expli cou, tem tudo a ver com o encadeamento das seguintes variaveis: o que sabemos, o que pensamos saber, o que imaginamos, o que sentimos. Apartirdai, complemenlou, forma-se a opiniao. Uma brincadeira ajudou a plateia a compre-

AAjornalista eescritora Olga Curadofez at6 umjogo com a plat6ia durante sua palestra para mostrar que imagem 6 fundamental

•es

estabelecendo vinculos; com estabilidade, alcangada pela solidez dos ne gocios, pelo cumpiimento do acordo", complemenlou a exposilora, lembrando que estabilidade e o prin cipal negocio do seguro, por sua fungao de oferecer seguranga e tranquilidade para as pessoas.

40 REVISTA DE SEGUROS CUTUBRO • NOVEMBRO DEZEMBRO 2005 OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO 2005 REVISTA DE SEGUROS

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lui ;
Segundo ele,basicamente,propaganda se faz com impacto e freqiiencia. Mas quando os recursos sao escassos, ponderou,ojeito e aumentar o volume do impacto,berrar itt-'
Anuncio
Sinaf: um jeito novo e bem-humorado para atingir os consumidores das classes C e D no Rio
Eficiencia na prestagao de servigos e pagamento imediato do sinistro sao nossas principals ferramentas do trabalho assegurou opresidente da Sinaf. Faz parte ainda dessa estrutura um call center devidamente treinado pai'a nao deixar o cliente sem resposta positiva. Somente pelo
da
0800,-informouPedroBulcao,aseguradorafechaumtergo endermellioroque Olga estava querendo dizer. , ^ 0 eoordenador do painel, Armando Verailio, presiden- dos seus negocios. t- ■> o ^ f te da Fenacor, ofereceu-se como voluntario para participar
Ninguemescapadeserjulgadopelasaparencias."Quer 'Imagemsefazcomeficacta,utdizando-setodoopover'"apostouajornalistaexibindoparaaplateiaimagens tencialetalentoparaseatingiroobjetivo;comvirtude,ex- seguidasdeperguntas.Quem,porexemplo,pediriaaMadre pressanocompromissoenapralicadeagSesvoltadaspara Teresa de Calculta para assinar um contrato, ou deixa- obemcomum;comflexibilidade,adaptando-searealidade.
Como nao existe se guro de imagem, mas sim da forma como se faz se guro, Olga Curado recomendou: "gastem tudo em imagem e um pouco em publicidade".

Desafios para o crescimento

Quern poderia supor qua urn dia as empresas teriam de se ocupar em descobrir quais os habitos, preferencias, comportamentos e atitudes dos consumidores? Pois e assim, por meio da segmentagao, qua as empresas tentam, na atualidade, atrair e conquistar os clientes. Por definigao, segundo Aurelio Lopes, presidente da Datamidia FCBI, empresa especializada em marketing de relacionamento, a segmentagao e uma tecnica qua visa orientar o desenvolvimento de piodutos ou agoes de marketing para grupos ou classes de consumidores. Na pratica, ale traduz como "entender e respeitar as diferengas entre os clientes".

Mas,orienta qua nao adianta buscar essas informagoes nos dados demograficos, pois estes nao sao capazes de definir "os da dos atitudinais" dos clientes, qua representam, segundo ale,"nao o qua as pessoas dizem qua gostam de fazer, mas o qua realmente fazem". Lopes esclareceu em sua palestra qua esse tipo de inforrfiagao explica "porque clientes parecidos tem comportamentos diferentes". Ele citou o exemjdo de tres pessoas que compraram camisas identicas. "Nao posso segrnentar esses clientes em um mesmo grupo, baseado apenas na preferencia deles. Conhecendo-os melhor, posso descobrir que cada um foi motivado por algo diferente - prego, cor, conforto etc. e,entao, desenvolver produtos e servigos espef:ificos para cada grupo".

Lopes definiu que um dos criterios da segmentagao e promover o equilibrio entre valor e potencial dos clientes. Dai porque, diante da evolugao do consumidor, considera que o conceito de market share foi superado pelo share of customer, que significa a fatia de consumidores de determinada categoria."Um corretor que tenha feito o seguro de um clieiite que possui apenas um carro, podera dizer que tem 100% do share of customer", explicou. Outro conceito que precisa mudar, na opiniao de Lopes, e o de fidelizagao do cliente. "Fidelidade nao e obrigagao, mas preferencia", ensinou.

CRESCIIVIENTO Efl/IPERRADO — No setor agricola,a preocupagao e superar a estagnagao. Desde 1999,o resultado de carteira de seguro agricola permanece estavel na casa dos R$ 39 milhoes,apesar da entrada de diversas companhias nesse ramo, que antes era operado apenas pela Cosesp. "A impressao que tenho e que houve apenas uma transferencia dessa fatia da Cosesp para as demais companhias", disse o presidente da Converium Resseguros do Brasil, Cid Car los Andrade Junior durante a sua palestra. Por isso, conclni que "o seguro agricola nao e vendido, mas comprado". Disposto a desvendar o porque dessa estagnagao, Cid realizou um levantamento minucioso da carteira,identificando inumeros fatores que impedem a sua expansao. Um desses e o risco climatico, especialmente a seca que castig^ uma vasta regiao agricola do Mato Grosso,em determinadas epocas do ano. Outros fatores sao a volatilidade regional,o alto custo do seguro e a complexidade do produto.

A Aurelio Lopes, da Datamidia FCBI:6 precise respeitar as diferengas entre os clientes

A dificuldade de penetragao do seguro em algumas localidades do Pais e visivel quando Cid apresenta um mapeamento das area® mais atingidas pela seca. No Mato Grosso, por exemplo, as fotos d®

lume de produtos comercializados na earteira de garant

satelite registraram a incidencia da seca no mesmo local e nas mesmas proporgoes, por dois anos seguidos. Segundo Cid,como o agricultor conhece esse risco,entao,dispense o seguro."Nunca conseguimos vender uma unica apolice baixou para 15%,e aumento de 30% do setor privado. no Parana",lamentou. Mesmo assim, mantem a esperanga

ia. Em 2000,ele observou que houve uma total inversao,com a queda acentuada de participagao do setor piiblico, que numa melhora.

0 problema pode estar relacionado a um "erro" de operacionalizagao da carteira, no qual o ressegurador apenas acompanha a atuagao da companhia. A necessidade de inverter esse processo, segundo Cid,foi o grande aprendizado que a Converium obteve nesses cinco anos em que lida com a carteira."As companhias devem atuar na

Entre os paises da America Latina, o Mexico lider

ou o ranking de premios no garantia, em 2000, seguido pela Argentina e Colombia.0Brasil,que nessa epoca era quarto colocado, dez anos antes sequer figurava na lista. Segundo informagoes de Krieger, atualmente o Brasil supera a Co lombia em participagao de mercado,sendo que a Argentina esta em curva decrescente. Ja os corretores de segiiros, que nos anos 90 eram o principal canal de venda desse seguro. venda e distribuigao do seguro agricola e transferir o risco reduziram sua participagao em 2000 para 70%,ao contrario a resseguradora", ponderou. ^a venda direta,que aumentou 15% nesse periodo. Krieger apresentou na Conseguro a experiencia hem-

EXPERIENCIA LATINO-AMERICANA — A onda de privatizagoes, sucedida da Afianzadoia na emissao elelronica de apoiices que ocorreu em praticamente toda a America Latina,no pe- doseguio de ciedito e garantia.Desde o inicio das operagoes, riodo de 1990 a 2000,mudou o perfil do seguro de credito em agosto deste ano, a companhia conseguiu reduzir sens e garantia,conforme os dados apresentados pelo presidente custos em aproximadamente 20% e tambem ganhou agilida seguradora argentina

Afianzadora, Carlos Gus tavo Krieger. Por meio de graficos, ele demonstrou que no inicio dos anos 90, as obras e servigos publicos e as garantias aduaneiras concentravam 35% do vo-

0 com portamento de compra do consumidor,o desempenho do seguro

agricola no Brasil e a experiencia de paises

latino-americanos no seguro de credito e garantia representam,em comum,novas

(rentes de trabalho para o setor de seguros.

dade.0processo de emissao de uma garantia hoje, se gundo ele, nao demora mais do que cinco minutos, sem qualquer manuseio de papeis."Tambem eliminamos a possibilidade de fraudes e adulteragSes", comentou.

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▲ Cid Carlos Andrade Junior, presidente da Converium Resseguros do Brasil; preocupagao com a estagnagao no seguro agricola A Carlos Krieger, da argentina Afianzadora,falou sobre a emissao eletrdnica de apoiices do seguro de credito e garantia
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Abertura vai agitar o mercado

Ha mais pros do que contras no processo de abertura do mercado brasileiro de resseguros. Foi esse o resumo da palestra "Impactos da abertura de resseguro no Brasil", proferida por Beat Strebel, diretor de marketing da Swiss Re para a America Latina. "Quando a abertura se tornar uma realidade, a concorrencia entre os corretores ficara ainda mais acirrada, pois a boa colocagao do resseguro tem impacto direto no programa de seguro do cliente", acrescentou Vinicio Fonseca, da OCS Odebrecbt Adm. e Corretora de Seguros, durante a palestra "Os desafios do Corretor num Mercado Aberto de Resseguros".

"Depois de muito pensar,encontrei um argumento que pode ser visto como desfavoravel", disse Strebel. Por ser o Brasil o linico pais do planeta onde o mercado de seguros encontra-se aberto, desde 1996, enquanto o de resseguro ainda permanece nas maos de um unico ressegurador estatal, o IRB Brasil Re, algumas companhias ineficientes, independentemente de seu tamanho, poderao desaparecer. "A

Beat

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resseguradoras tem registrado uma media de 6% nos ultimos anos em razao das catastrofes naturais e as feitas pelo homem,como os atentados terroristas.0IRB,em fungao do monopolio, registrou media de 22%. Uma competigao real conduzira a pregos mais baixos ,pondeiou.

A volatilidade e outro ponto amenizado por Strebel.0 seguro de pessoas, que responde por 75% das vendas de seguros no Brasil, nao depende de resseguro. Com isso, apenas uma pequena parcela dos riscos ficaria exposta ao sobe e desce dos pregos no mercado internacional em razao dos prejuizos com catastrofes naturais, inexistente no Brasil atb agora."A possibilidade de algum acrescimo de volatilidade nos pregos seria limitada ,retrucou.

lojas de varejo e ate mesmo com o correio", observou. O maior vendedor de seguro de vida na Franga e o Correio e na Espanha a loja varejista El Corte Ingles.

Ele ilustrou sua palestra com uma serie de dados estatisticos. Uma grande conquista dos corretores nos ultimos anos foi ganhar a confianga dos clientes. Segundo dados da revista Reactions,49% dos clientes entrevistados disseram que o corretor e "muito importante"; 24% disseram que o profissional e "essencial" e 21% alegaram que o corretor e importante "em alguns casos". Apenas 6% registraram outras respostas.

mudanga da estrutura do mercado nao beneficiara a todos da mesma maneira e algumas empresas podem ter problemas. Mas mesmo isso pode ser visto como positive, pois vai tornar o mercado mais maduro e eficiente", analisou Strebel.

Ele citou parses que promoveram a abertura e podem ajudar os executives do Brasil a avaliar os impactos mudanga do setor. A Coreia do Sul,por exemplo,e um bom exemplo a ser estudado, enquanto a Argentina ilustra um processo problematico."0 sucesso da Korean Re resulta da tradigao de solidariedade e da sua habilidade em elevar o seu volume de retrocessao para obter tratados com termos mais competitivos para suas clientes. Isso demonstra que um ressegurador estatal pode continuar a dominar o mercado", disse.

Entre os pontos positives da abertura do setor de res seguro,0 executive ressaltou duas preocupagbes que encabegam a lista de prioridades dos clientes: prego e garanti^ de solvencia."A maior oferta de produtos e a demanda irao determinar os pregos adequados aos riscos. As seguradoras e grandes companhias terao acesso direto a resseguradores com rating de alto grau de investimento", avaliou.

Strebel citou indicadores de rentabilidade pai'^ demonstrar o interesse dos resseguradores pelo Brasil e quanto o monopolio pode distorcer o prego final. As resseguradoras precisam retomar o nivel de rentabilidad® exigido pelos acionistas. Um numero padrao,segundo ele? e obter retorno entre 12% a 13% sobre o patrimonio. "A®

A remessa de divisas, um tema sempre levantado por quem quer evitar a abertura,e descartada pelo executive da Swiss Re."Mais da metade dos premios doIRBja sao atualmente cedidos ao exterior.0 premio que vai para o exterior volta em pagamento de indenizagao. Alem desse ponto, ha outro que ajuda se o assunto e divisas. Um mercado aberto aumenta a atratividade do Pais em termos de investimentos estrangeiros diretos. A abertura pode ate mesmo gerar um efeito positive na balanga de pagamentos",explicou.

CONCORRENCIA ACIRRADA-Vinicio Eonseca reforgou o aspecto da concorrencia."Os corretores terao um papel funda mental para auxiliar os clientes na escolha correta do melhor instrumento de pulverizagao de risco e este e um excelente me mento de mostrarmos a eficiencia e a necessidade da consultoiia que podemos oferecer em resse guros", disse o executive que ha anos trabalha na corretora cativa do grupo Odebrecbt.

Mas nao e so o setor de res seguros que merece a atengao do corretor. "Em seguros, ba muito o que fazer e a competigao e ainda maior, pois o corretor concorre com cativas, bancos.

Ainda entre as conquistas do corretor, Fonseca citou o crescimento significativo nas receitas. Entre 1992 e 2002, apenas em 1997 as corretoras registraram queda de rentabilidade e receita. 0 crescimento medio deste periodo foi de 10%.

Os slides sobre "desafios" superaram os de "con quistas". Alem da concorrencia com canais alternatives de vendas, os corretores tambem estao sendo obrigados a se adaptar a uma nova forma de remuneragao. "Poucos clientes hoje querem pagar um percentual de comissao sobre o contrato negociado. A maioria hoje tem optado por pagar um valor fixo (/ee)", disse.

"Ha uma forte demanda por servigos mais sofisticados", acrescentou Fonseca, reforgando a necessidade de qualificagao."Hoje ha uma ofer ta enorme de cursos que podem auxiliar o corretor. E o principal investimento e o tempo que ele pode dedicar a sua especializagao,pois com uma simples busca na internet e possivel ter acesso a muitas informagoes interessantes para agregar valor e justificar ao cliente a importancia de ter um corretor no contrato", informou.

A Vinicio Fonseca, da OCS Odebrecbt:"os corretores terao um papel fundamental para auxiliar os clientes"

PROPOR^AO DE CESSOES DE RESSEGURO
-AMERICA LATINA 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% Argentina Colombia Mexico Total ■ Nao-vlda B Vida
EM 2004
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44 REVISTADE SEGUROS
Strebel, diretor de marketing da Swiss Re para America Latina: o mercado vai ficar mais maduro
OUTUBRO • NOVEMBRO • DEZEMBRO 2005 ONSEGUB! k BRASILEIBA SEGWO^
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REVISTA DE SEGUROS 45

Preven^ao e o melhor negocio

Da mesma forma que se avalia a retragao ou o crescimento do chamado Risco Brasil, podem ser calculados antecipadamente outros riscos, desde que para isso sejam utilizados os instrumentos adequados. A maior ou manor freqiiencia e intensidade dos fenomenos climaticos e a probabilidade da ocorrencia de falbas de avaliagao e de controle operacional numa empresa de seguros sao exemplos disso, de acordo com o que foi mostrado nas conferencias sobre riscos na atividade de seguros.

A sucessao de furacoes de grande inlensidade no Atlantico Norte, como o que devastou New Orleans (Louisiana/Estados Unidos), a seca deste ano na Amazonia, a ocorrencia de tempestades e chuvas de granizo no Sul e Sudeste e o surgimento do furacao Catarina,que se abateu sobre o litoral Sul,em setembro passado,sao apenas uma amostra do que pode ocorrer no mundo e no Brasil nos proximos anos, afirmou o diretor do departamento de Riscos Climaticos da Munich Re.,Eberhard Faust. Segundo ele,o levantamento de dados dos liltimos 25 anos mostra que os principais desastres naturais no Pais tern sido inundagoes e deslizamentos de terra — especialmente no Sul —, seca em diferentes regioes e tempestades tropicals(que podem se transformar em furacoes).

Faust relatou que,desde 1970,observa-se forte aquecimento da temperatura global e essa tendencia devera continuar. Nove dos 10 anos mais quentes desde 1861 encontram-se entre 1995 e 2004.0 palestrante informou que uma simulagao por computador corroborou observagoes que constataram que as mudangas climaticas nessas proporgoes-que,com base na temperatura terrestre atual, apontam para uma elevagao media de ate 5°C ao termino do seculo XXI-so podem eslar sendo produto da uniao de causas naturais,como a mudanga na inclinagao terrestre.

climaticos podem gerar em diversos setores com a atividade humana.

Para o Brasil, a previsao e de elevagao superior a 6" C na temperatura da regiao central amazonica ate, aproximadamente, 2080, redugao da taxa pluviometrica nas regioes Norte e Nordeste e substancial aumento de chuvas no Sul do pals, com alteragSes significativas tambem no clima da Bacia do Rio Parana. Segundo o conferencista, esses dois fatores podem afetar drasticamente as safras agricolas, o que deve levar "a procura de especies mais adaptadas".

Eberhard Faust informou que o furacao Catarina, que devastou o litoral catarinense, era de pouca intensidade, mas causou perdas da ordem de US$ 350 milhoes. Isso pode ser tornado como um pequeno exemplo dos prejuizos materials e humanos que as alteragoes do clima sao capazes de provocar, bem como de sua abrangencia, atingindo os mais diversos setores: agricultura, construgao civil, energia,turismo,transporte publico e privado, bens imoveis, saiide e previdencia.

Portanto-, as empresas de seguro nao devem menosprezar esses efeitos, que provavelmente se intensificaiao nos proximos anos.

0especialista da Munich Re.recomenda a adequagao dos pregos das apolices, por meio do uso de tecnologia adequada (CIS); adogao de medidas de prevengao baseadas em diferentes niveis de exposigao; aperfeigoamento de produtos e do controle de acumulagao; e prevengao de perdas, com a realizagao de campanhas de informagao para os assegurados.

FALHAS OPERACIONAIS - Alem dos riscos naturais, como OS apresentados por Faust, ha outro.s, de ordem interna, sobre os quais a falta de controle pode gerar substanciais prejuizos. Trata-se dos riscos operacionais,assunto que foi explorado na 3"Conseguro pelo auditor Assizio de Ohveira, do Instituto dos Auditores Internos do Brasil (Audibra). Oliveira se concentrou no controle interne e na gestao de riscos,que,segundo ele,integram os aspectos tecnicos e a atitude dos envolvidos e convergem para garantir o efetivo gerenciamento dos riscos internos e externos.

Para o auditor, nenhuma atividade economica pode sobreviver sem a definigao de normas, regras e controles sobre o funcionamento, bem como sem o efetivo engaja-

A Oliveirat do Audibra palestra enfatlzando a importancia do envolvimento dos funcionarios no controle interne

mento individual dos participantes, de forma a garantir o adequado gerenciamento dos riscos. Segundo ele, no Brasil, o controle inlerno foi sendo aperfeigoado em fungao das exigencias internacionais impostas pela globalizagao. E a adogao dos novos procedimentos - descritos na Circular 249/04 da Superintendencia de Seguros Privados(Susep), que se baseia nos padroes internacionais estabelecidos pelo The Committee of Sponsoring Organizations (Coso) — elevou o grau de governanga das empre- A falta de controle sas e fez com que sobre os riscos,tanto a margem de lucro noturois qUOOtO subisse 21,7% acima • ■ j , operacionais, pode gerar da media do setor. ' , ,

A fim de exem- prejuizos para plificar a aplicagao aS seguradoras pratica dos 12 passos

indicados na circular da Susep para a implantagao de um sistema de controle inlerno, Oliveira apresentou uma situagao hipotetica, protagonizada pelo ficticio Grupo Segurador Florae,emprestando um torn divertido a })alestra. 0 conferencista enfatizou a necessidade da avaliagao contmua dos riscos, da promogao dessa nova cultura interna e do envolvimento de todos os funcionarios no processo de controle.

Um ano apos a implantagao dos quesitos tecnicos, a Florae,empresa inventada por Oliveira, teve grande prejuizo financeiro e de imagem, com repercussao na economia nacional. Isso porque, segundo ele, embora do ponto de vista tecnico nao hoLivesse nada de errado com o sistema", o nsco nao foi monitorado corretamente, porque os envolvidos nao haviam seguido as normas, por nao estar comprometidos com o controle. Faltou atitude", sintetizou o auditor em sua palestra, concluindo que somente um controle interno tecnicamente perfeito e um sistema de gestao caro e sofisticado nao garantem a adequada administragao dos riscos".

CONSEGUB!
A- A Eberhard Faust, da Munich Re.: aierta para os prejui'zos que OS fenomenos
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DE SEGUROS
COMUBO REVISTA DE SEGUROS 47 3" CONFER

Longevidade mexe

muito com o setor

A tendencia mundial de aumento da longevidade da populagaofaz com que tambem o mercado brasileiro de seguros reveja sens parametros. Nao se trata apenas de criar novos produtos para um segmento em expansao, composto por pessoas com mais de60 anos de idade que,segundo estudos do Institute Brasileiro de Geografia e Estatistica(IBGE),em 2000representava apenas8,6% da populagao,mas que tem perspectivas de saltar para 15% em 2025e chegar a 18%em 2050.Essa questaofoi constante nos paineis que trataram de previdencia e seguro de vida, ainda que abordada de forma distinta pelos diferentes conferencistas.

"E essencial para a reforma previdenciaria e para o setor de previdencia privada o adequado conhecimento da tabua de mortalidade, pois o aumento da longevidade acarreta custos previdenciarios maiores",declarou Fernan da Chaves Pereira, docente da PUC-Rio e coordenadora academica do Institute de Gestao de Riscos Einanceiros e Atuariais da instituigao (lapuc). Ela explicou que trata-se de um modelo estatistico que fornece um indice da probabilidade de morte numa determinada idade. E um instrumento importante para determinar o tempo de contribuigao e o tempo de recebimento dos beneficios dos segurados. Para a palestrante a tabua deve ser aplicado o improvement, um

A Fernanda Chaves, da PUCRio: esperangas numa reforma previdenciaria profunda no futuro

contribuigao - que hoje e de 31%- pode minimizar esse equilibrio. Cechin propoe separar na contribuigao pre videnciaria o valor refefente a aposentadoiia — de 24 -do aplicado a riscos-que envolvem invalidez,gravidez, doenga etc. e que passaria a ter um percentual fixo de 7% adotando para cada um deles um tratamento especifico: mutualismo para riscos e capitalizagao, em contas individuais, para aposentadoria.

A 0 ex-ministro da Previdencia Social Jose Cechin; "maior longevidade exigira maior tempo de contribuigao do segurado"

redutor do indice de mortalidade que incorpora a elevagao da expectativa de vida. Mas revelou que o Brasil ainda nao tem dado a devida importancia a esses mecanismos.

Fernanda Chaves sugeriu que as seguradoras se atenham ao comportamento das taxas de juros, que pode vir a ter impactos no pagamento de beneficios. Falou tambern sobre a tendencia de expansao da demanda nacional po^' previdencia privada, o que pode ser constatado pelas seis milhSes de pessoas, aproximadamente, que ja possuern pianos dos tipos VGBL e PGBL no Pais.

Ela mostrou ter esperangas numa reforma prevideH' ciaria profunda que encontre meios de financiar adequadamente os beneficios, cenario no qual preve participagao maior do setor privado.

MODELOS DE REFORMA PREVIDENCIARIA - Estas e outras preocupagSes tambem estiverarH presentes na exposigao do consultor ® ex-ministro da Previdencia Social Jos® Cechin sobre reforma previdenciaria"A principal razao do deficit atual da previdencia, para o qual contribuern fraudes e evasao,e o fato de que os se' gurados retiram mais do que pagain' comentou.."Maior longevidade exigb'^ maior tempo de contribuigao do segf' rado para o equilibrio das contas".

A seu ver, a revisao do fator d®

Uma outra proposta de reforma passa pela elevagao para65anos da idade minima exigida para a aposentadoria ' ou 35 anos de contribuigao, criterios a serem aplicados a todos OS contribuintes indistinlamente,com aliquotas mais altas para os mais jovens a ingressar no sistema, pois em tese estes terao maior tempo para usufruir os beneficios, pois se aposentariam com idade menoi.

0 ex-ministro, no entanto, deu enfase especial a uma reforma de modelo, que determina um subteto de contri buigao para o INSS.Pela proposta,o sistema de repartigao hoje em vigor seria mantido somente ate esse subteto."Ate determinado limite, o sistema de contribuigao permanece como esta e,a partir desse ponto, para quem ganlia acima desse patamar, as contribuigoes vao para um fundo de pensao, uma conta individual de capitalizagao, obrigatoriamente", explicou. Para Cechin,este modelo abriria um ' mercado potencial para a expansao do seguro privado.

ELEMENTOS DE IMPACTO - Paulo Cesar Tourinho, presidente da comissao tecnica da Fenaseg sobre Medicina do Seguro, apresentou uma abordagem multifatorial das tendencias

em seguros coletivos de vida, em que tambem as mudangas do perfil demografico da populagao brasileira foram lembradas. "0 setor deve procurar adequar seus produtos a essa nova demanda, mas para isso deve conhecer suas expectativas", ponderou.

Para ele, tambem as alteragoes de carater normative e culturais tem repercussoes acentuadas na configuragao dos seguros de vida em grupo. Entre os recentes fatores de impacto, Tourinho citou especialmente os representados pelo novo Codigo Civil, pela Resolugao 117/2004 do CNSP e as Circulares 301, 302 e 303/05 da Susep.

0 novo Codigo Civil determinou carencia de dois anos para efeito de indenizagao em caso de suicidio, enquanto que morte acidental dispensa tal carencia. "Isso abriu uma brecha e vai fazer com que pensemos em novos tipos de seguros, que possam abranger morte por causas naturais ou acidentais e por outras", avaliou.

Tourinho considerou uma vitoria a exclusao das lesoes funcionais - como LER, Dort etc. - do conceito de acidente pessoal na Resolugao 117/2004 do CNSP, passando a figurar na cobertura de invalidez por acidente. Um outro fato positivo citado foi a desvinculagao do reconhecimento previdenciario de invalidez, causada por doenga ou por acidente, do reconhecimento securitario do fato.

0 palestrante abordou, ainda, a necessidade de campanhas que garantam a percepgao da importancia do seguro e a agregagao de valor, perante clientes, na oferta de produtos e servigos agrujiados. E, ao concluirsua apresentagao, relacionou fatores preventivos de fraudes e outros, que facilitam praticas pouco eticas no mercado.

PAINEL
50 REVISTA DE SEGUROS # © ONSEGUR!
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OUTUBRO • NOVEMBRO DEZEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO • DEZEMBRO 2005
POPULA^O DE 60 E MAIS ANOS DE IDADE Milhoes
'■ Pin-i' ,v r r 7 r'jj'"
A Paulo Cesar Tourinho defendeu a necessldade de campanhas sobre a importancia do seguro
REVISTA DE SEGUROS 51

ELES TAMBEM MARCARAM PRESEN^A NA 3" CONSEGURO

II Da esquerda para direita: Delfim Netto, Mario Petrelli (Icatu Hartford), Antonio Mazurek (Fenaseg), Niiton Molina (Mongeral Seguros)e Joao Elisio (Fenaseg)

Q Acacio Rosa de Queiroz Filho (Chubb Seguros do Brasil)

B Renato Campos (Funenseg)

D Da esquerda para a direitaAlberto Oswaldo Continentino de Araujo (Sind. Seguradoras MG), Roberto Barbosa (Sind. Corretores de Seguros MG), Federico Baroglio (Generali do Brasil) e Leopoldo Braco (Funenseg)

B Rene Garcia, a direita, e Joao Marcelo dos Santos (Susep), d esquerda, com o jornalista Danilo Farieilo, do jornal Valor Econdmico

B Pedro Purn (Zurich)

D Marcos Aurelio Couto (ACE Seguradora)

B Integrantes da delega^iS" angolana

Publicb circula na ^rea dos estandes da Itau, Funenseg Cesvi Brasil, America Bank Note, Lo Jack e Fenaseg

iQ Paulo Miguel Marracini (Sind. Seguradoras SP)

Dl Jose Americo Peon de Sa (Aurea Seguradora)

IQ Marco Antonio Rossi (Bradesco Previdencia)

ID LuizTavares (Sind. Seguradoras RJ)

m Jayme Garfinkel (Porto Seguro)

m Luiz Trabuco Cappi (Bradesco Seguros)

m Willian Alan Yates(Prudential)

m Luiz Roberto Paes Foz (UBF Garantias)

m Luis Emilio Maurette (Liberty Seguros)

ID Miguel Junqueira Pereira (Sind. Seguradoras RS)

ce^SHi-
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52 REVISTA DE SEGUROS OUTUBRO • NOVEMBRO • DE2EMBR0 2 OUTUBRO • NOVEMBRO • DEZEMBRO 2005 REVISTA DE SEGUROS 53

^ Luiz Alberto Pomarole (Porto Seguro)

m Luiz Campos Salles

(Itau Seguros)

vk Patrick Larragoiti

(SulAmerica Seguros)

Her^cllto de Brito Gomes

Jr. (Bradesco Saude)

m Mucio Novaes

(Bind. Seguradoras PE)

m Pedro Pereira de Freltas

(America Life)

m Luis Carlos del Boni Magalhaes (XL Insurance)

m Mauro Batista

(Seguradora Roma)

m Joao Gilberto Possiede

(Bind. Seguradoras PR)

Jose Lopes de Oliveira, que faleeeu no Rio de Janeiro no dia 19 de setembro passado,eonsagrou os 78 anos de sua vida ao exercicio diario das melhores virtudes da eidadania. E pode-se dizer que foi um brasileiro de virtudes superlativas, com quern o mercado segurador, particularmente, assumiu uma divida perene de graiidao.

Advogado, ecoiiomisla, funcionario de carreira do Banco do Brasil,desde sua mais remotajuventudefoi distinguido pelo desafio do eumprimenlo de niissoes publieas de grande relevancia. Aos 25 anos,em 1952,assessorou o ministro da Fazenda,Oswaldo Aranha.

E pelo reconliecimento de seus meritos pessoais,foi manlido no caigo nas gestSes dos ministros Caivalho Pinto, Sebastiao Paes de Almeida e Ney Galvao. Durante o governo desenvolvimentista de Juscelino Kubitscheck,participou ativamente da elaboragao e implantagao do Piano de Diretrizes e Metas,que permitiu ao pais avangar50anos em cinco no rumo da modernidade.

Por sua habilidade na condugao de assuntos de interesse nacional,Jose Lopes de Oliveira foi chaniado a participar no desfecho da cliamada Gueiia Lagosta,ineidente diplomatico de natuieza geopoKtica, en que o Brasil e a Franga se viram envolvidos, poi questao de limites no mar territorial. Superada afase mais ciitica desse ineidente,foi enviado a Paris, com a missao de entiegai ao presidente franees Charles De Gaulle uma carta em que os dois pafses se reconciliavam.

Enlre 1967 e 1970exerceu o cargo de diretorfinaneeiio da Superintendencia Nacional da Marinha Mercante(Suna-

mam), em uma fase marcada pelo erescimento da frota de navios brasileiros, e pela expansao dos estaleiros nacionais. Em Janeiro de 1970 assumiu a presidencia do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), para o mais longo niandato da historia da instituigao (1970-1979). Nesse pen'odo, o incansavel Jose Loiies conlribuiu para que se registrasse uma verdadeira revolugao modernizadora no mercado de seguros. Ao niesmo tempo em que orieiilava a reformulagao da estrutura de comercializagao do seguro e o enxugamento do mercado por meio de fusoes e incorporagoes de eompanbias, estimulou a ampliagao dos negocios atraves da internalizagao de grandes apolices, que ate entao eram contratadas no exterior.

Mas a maior contribuigao de Jose Lopes de Oliveira ao mercado segurador foi,sem duvida,seu trabaliio voltado a criagao e instalagao da Fundagao Escola Nacional de Seguros (Eunenseg). Inspirada no niodelo fiances de escola de seguros, a instituigao foi a resposta a necessidade de se dar ao Brasil as condigoes de surgimento de uma nova cultura para o mercado de seguros.Desde 1971 a Eunenseg tern promovido a forniagao de quadros profissionais para as companhias de seguros e corretores.

Ao encerrar seu mandate a frente do IRB,foi chamado para presidir o Banco Nacional de Habitagao(BNH),onde permaneceu durante quatro anos. Nesse cargo,uma vez mais prestou relevantes servigos ao Pals,ao comandar a instituigao que vinha implantando o mais vasto programa liabitacional de que se tem noticia no Pais. Uma vez mais o Brasil pode conlar com o cidadao Jose Lopes de Oliveira. A

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0 presidente Robert Bittar
REVISTA DE SEGUROS 55

Trofeu oara

Com 0 apoio do Sindiccto das Segurodoros de Minos, premio do lAB valorizo

o^oes de morodores em prol de Ouro Preto, Potrimonio do Humonidade

VALERIO FABRIS

E por iniciativa propria que, nas madrugadas de todos os dias, o aposentado Antonio Hermes Dias, 50 anos, pega a vassoura e varre as ruasde sua cidade, a historica Ouro Preto, em Minas Gerais. Tonico Zelador, como e conhecido, repete a Jornada diaria ha mais de duas decadas. Em agradecimento a tamanha dedicagao, a populagao de Ouro Preto eseolheuo para receber, em setembro passado, o Premio Gentileza Urbana, criado pelo departamento mineiro do Instittito dos Arquitetos do Brasil (lABMG), com patrocinio do Sesmig, o Sindicato das Seguradoras de Minas Gerais, filiado a Fenaseg.

Se Tonico diariamente puxa, com sua vassoura, os primeiros fios de sol, outro cidadao de Ouro Preto incumbe-se de convocar o veu da noite, tocando seu acordeom, junto a murada da Igreja do Pilar. E ele Damiao Amaro Lopes, 71 anos, quimico aposentado que - tambem ha mais de 20 anos - concede as tardes

Cartaz do Gentileza Urbana: premio para gestos de amor d cidade histdrica de Ouro Preto da cidade a cortesia de um concerto, cujo repertorio se desdobra em classicos do cancioneiro nacional, como A Deusa da, Minha Rua e Luar do Sertdo. Damiao foi tambem escolhido, pela populagao de Ouro Preto, para receber o Premio Gentileza Urbana, que contemplou um total de 10 "gentilezas", em 2005.

Anteriormente, foram realizadas, em Belo Horizonte, nove edigSes consecutivas da premiagao, no periodo de 1993 a 2001. 0 premio ficou fora do ar por dois anos seguidos: em 2002 e 2003. Quando, em meados de 2004, o presidentedoSesmig,AlbertoOswaldo Continentino de Araujo, soube que ele estava paralisado, decidiu patrocinai" sua retomada, em uma parceria com OS Associados Minas, liderados pelo jornal Estado de Minas. Em dezembro de 2004, promovia-se, entao, a decima edigao belo-horizontina do Premio lAB-MG de Gentileza Urbana.

Diante do sucesso alcangado pela parceria, o presidente do Sindicato daS Seguradoras de Minas Gerais acatoU a proposta do lAB-MG para apoiar a realizagao do Gentileza Ouro Preto, n'' ano de 2005. Embora tenha sido, em 1980, o primeii'o sitio brasileiro eleito pela Unesco (Organizagao das Nagoe® Unidas para a educagao, a ciencia ® a cultura) como Patrimonio da Ho' manidade, a historica cidade mineim vinha apresentando, nos ultimos anoS» recorrentes sinais de deterioragao.

RESGATEDAAUTO-ESTIMA-A indesejavel evidencia da fragilidade do patrimo nio arquitetonico de Ouro Preto for o incendio, em abril de 2003, de um grande casarao do seculo XVII, situado no coragao da cidade, na Praga Tiradentes. 0 local, todos os anos, e palco das solenidades do 21 de abril, com a tradicional entrega da Medalha da Inconfidencia a personalidades de Minas e de todo o pals. A rede de hidrantes do municipio foi insuficiente para controlar as labaredas.

0 langamento do Gentileza Ur bana encaixou-se em uma serie de movimentospelarecuperagaodaautoestima dos ouro-pi'etanos. A forma como o premio e concedido lequei, necessariamente, o envolvimento da populagao. Por meio de uma campanha, promovida pelojornal Estado de Minas, pelaTV Alterosa e pelo Portal Uai, que fazem parte dos Associados Minas, os moradores da cidade foram convidados a apontar iniciativas consideradas "gentis", por parte de pessoas ou de instituigoes.

0 lAB-MG recebeu 600 indica-

privadas; o Projeto Timbale, que propicia esportes e aulas de informatica e de Ihiguas a adolescentes pobres; o Projeto Sorria, ONG que se dedica a dar assistencia odontologica a criangas e jovens; e a Fundagao de Arte de Ouro Preto (FAQP), cujo principal trabalho tem sido o resgate cultural do artesanato mineiro.

goes. Depoisdeumatriagem,60foram pre-selecionadasesensnomeslevados

a uma comissao julgadora, integrada por liderangas comunitarias. Do processo, resultaram, como determina o regulamentodapremiagao, 10escolhidos. Alem do varredorTonico Zelador e doacordeonistaDamiaoLopes,foiam

0 evento recebeu, nas pegas de divulgagao, nos diplomas e nos trofeus, o titulo de Premio lAB Gentileza Urbana Ouro Preto - Arquiteto Eolo Maia. Um dos nomes da vanguarda brasileira na arquitetura contemporanea, Eolo Maia, nascido em Ouro Preto, faleceu aos 60 anos de idade, em 16 de setembro de 2002. Sua viiiva, a tambem renomada arquiteta Jo Vasconcellos, compareceu a solenidade de premiagao, em companhia das filhas Isadora, Nina e Silvia. A entrega do premio Gentileza Urbana ocorreu na noite de 28 de setembro, no auditorio do Museu da Inconfidencia, com a presenga de 300 convidados. 0 prefeito da ci-

OS seguintes os vencedores do premio, conformeasjustificativasrelacionadas pelolAB-MG: oConegoJose Feliciano Simoes,permanentemobilizadordacomunidade,emdefesadapreseivagaodo patrimoniohistorico,cultural,religiose e humane; o Gremio Literario Tristao deAthaide,porsenscursesdemusica, dade, Angelo Osvaldo, lembrou, na teatro, literatura e artes plasticas; a ocasiao, que, em meados de dezemAssociagao das Bandas de Musica de bro de 2004, portanto pouco antes Ouro Preto, por difundir a tradigao de sua posse, encontrou-se com os local das bandas de musica; o Museu presidentes da Fenaseg e do Sesmig, da Casa Guignard, por manter viva a respectivamente, Joao Elisio Ferraz presenga do pintor Alberto da Veiga de Campos e Alberto Continentino Guignard, que retratou a cidade em de Araujo. "Solicitei-lhes, entao, que, muitas de suas importantes obras. de algum modo, o setor segurador se Forampremiados,ainda,oCentre fizesse presente nessa retomada de de Artes da Universidade Federal de OuroPreto. Arespostaaomen pedido, Ouro Preto (UFOP), construido com dada nesta noite, foi danielhor qualiaparticipagaode empresas estataise dade", agradeceu o prefeito. ^

CIDADANIA n'ihiiy ■^nf"f
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Isabela Teixeira da Costa, do jornal Estado de Minas, entrega o trofeu a Tonico Zelador
OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO 200^ OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO 20D5
REVISTA DE SEGUROS 57

Jornalista e especialista em Seguros e Previdencia

A Terceira Conseguro

A realizagao da terceira Consegu ro em Sao Paulo foi um sucesso. Sucesso de publico,de interesse pelos temas e de participagao do mercado. As palestras masters absorveram a atengao de grande niimero de executivos de primeiro escalao das seguradoras instaladas no Pais, abordando temas ^ atuais e importantes para a definigao dos cenarios possiveis para o setor durante os proximos anos.

Quern participou destas pales tras recebeu informagoes relevantes para o planejamento estrategico de sua companhia,ja que temas como o monopolio do resseguro e as novas regras para a solvencia das seguradoras, entre outros, foram debatidos pelos principais responsaveis e especialistas brasileiros,em paineis com renomados tecnicos internacionais, que trouxeram em suas apresentagSes a visao destes assuntos e das tendencias mais modernas sobre eles, sob a otica do mercado segurador mundial.

So isto ja justificaria o sucesso da Conseguro paulista, mas os outros trinta paineis tematicos tambem tiveram forte participagao de publico,

com expressivos nomes do setor participando ativamente das discussSes com OS expositores de cada assunto, que variaram de seguro agrfcola ao custo Brasil, passando pelos principais temas que afetam o negocio do seguro no Pats.

Vale dizer,sob qualquer ponto de vista, a realizagao do grande evento das seguradoras, pela primeira vez fora do Rio de Janeiro, mostrou o acerto da visao dos organizadores encarregados pela Fenaseg de desenvolver e dar forma ao congresso.

Escolhendo Sao Paulo,onde e gerada e negociada praticamente metade dos premios de seguros e contribuigoes de previdencia privada aberta do Pais, a organizagao da Conseguro nao fez mais que trazer para o local onde

acontecem os negocios uma discussao que precisa ser feita proxima de seus participantes e beneficiarios, sob risco de,deixando-a distante da realidade, criar uma enorme e bela visao teorica, descasada das necessidades pragmaticas do setor.

0 objetivo da Fenaseg, das seguradoras e empresas de capitalizagao e previdencia privada aberta e atender da forma mais exata possivel as demandas da sociedade brasileira,oferecendo piodutos que se encaixem em suas necessidades e possibilidades, com abrangencia de garantias e por um prego suportavel para uma sociedade onde se encontram grandes desigualdades economicas. Fica imprescindivel o desenho de diferentes produtos para diferentes realidades.

Com certeza a Conseguro, pela variedade e competencia das opinioes expostas,contribuiu e continuara contribuindo para o aprimoramento das bases teoricas sobre as quais o mercado desenvolvera produtos cada vez mais afinados com as efetivas demandas da sociedade brasileira.

Proteger pessoas Preservar patrimonio

Garantir conquistas

ANTONIO PENTEADO MENDON^A
A Conseguro foi um sucesso de publico,de interesse pelos temas e de participagao do mercado
I ♦ * f i • 58 REVISTA DE SEGUROS OUTUBRO • NOVEMBRO • DEZEMBRO 2005 J

G R A F I C A

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Se^furanfUy Rapidez e A^ilidade

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Para isso, a American BankNote disponibiliza os seguintes servigos:

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