T1815 - Revista de Seguros - jul/ago/set de 2001_2001

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4 EDITORIAL /João Elisio Ferraz de Campos

Disposição para o diálogo

5 ENTREVISTA/José Carneiro de Araújo

Uma testemunha ocular da história do seguro

8 FENASEG — 50 anos

Uma festa inesquecível para destacar o valor do trabalho

12 DISCURSO

Otimismo e confiança no crescimento do seguro, do Brasil

14 ESPECIAL

Trabalhando pelo desenvolvimento e contra a pobreza

20 POLÍTICA

Presença de FCH foi um marco para o setor

24 PERSONALIDADES

Os homenageados especiais

26 GALERIA

Eles fizeram a história da Fenaseg

28 ANTIGOS DO MERCADO

Uma lição de vitalidade

30 SEGURADORA MAIS ANTIGA

Criação da Argos foi uma novidade na Corte Imperial do Brasil

32 REPERCUSSÃO

Mercado tem projeção e reconhecimento merecidos

34 HISTÓRIA

Edifício das seguradoras, uma revolução de modernidade

36 MÚSICA

Fenaseg lança CD com canções da época

38 ARHGO / Antônio Penteado Mendonça

Temos o que comemorar

39 vídeo

Luz, Càmera, Ação. A Fenaseg na tela

40 NOMES E NOTAS

O que os famosos,autoridades e executivos do metcado dissetam da festa

42 BIBLIOTECA

Um olhar sobre a História

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Seguros
ísun/iÁmoLi
JULHO/AGOSTO/SETEMBRO DE 2001
REVISTA DE SEGUROS 3 A

FENASEG

Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização

Diretoria

Presidente:João Elisio Ferraz de Campos

Vice-Presidentes:Júlio de Souza Aveilar Neto, Luiz Tavares Pereira Filho, Niíton Moiina,Olavo Egydio Setúbal Júnior, Renato Campos Martins Filho. Rubens dos Santos Dias.

Direlores:Brian John Guest.César Jorge Saad, Maurício Accioly Neves. Mauro César Batista. Paulo Miguel Marraccini. Santi Cianci e Sérgio Ricardo Miranda Nazaré,

Consellio Rscal

MembrosEfetivos:Aparecida Lopes,Jorge Carvalho e Lúcio

Antônio Marques.Suptenles:José Maria Souza Teixeira Costa, Marivaldo Medeiros e Robert Charles Wheeler.

Conselho ConsultívD

Presidente:João Elisio Ferraz de Campos

Membrosffeí/vos;Acácio Rosa de Queiroz, Alfredo Femandez de Larrea. Eduardo Baptista Vianna, Emilson Alonso.Federico

Baroglio, Francisco Caiuby Vidigal,Jayme Brasil Garfinkel, José Américo Peón de Sá,José Castro de Araújo Rudge,Júlio Albuquerque Bíerrenbach, Luciano Suzuki,Luiz de Campos

Salles, Luiz Henrique S. L. de Vasconcellos, Mário José Gonzaga Petrelli, Mário Teixeira Almeida Rossi, Patrick Larragoiti. Pedro Pereira de Freitas e Stéphane Cardon, MembrosNatos:Alberto 0.Continenfino de Araújo. Antônio

Tavares Câmara. Casimiro Blanco Gomez,Eugênio Oliveira

Mello,João Gilberto Possiede, Miguel Junqueira Pereira, Oswaido Mano Pego de Amorim Azevedo e Sérgio Passold,

REVISTA DE SEGUROS \

Órgão Informativo da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização - Fenaseg.PUBLICAÇÃO

INTEGRANTE DO CONVÊNIO DE IMPRENSA DO MERCOSULCOPREME.Em conjunto com SIDEMA(Serviço Informabvo do Mercado Segurador da República Argentina).EL PRODUCTOR

(Publicação da Associação de Agentes e Produtores de Seguro da República Oriental do Uruguai)e Jornal dosSeguros (Publicação do Sindicato dos Corretores de Seguros e de Capitalização do Estado de São Paulo).

Edilor-chefe:Paulo Amador(MTb/MG 2.888)

Editora Executiva: Ângela Cunha(MTtVRJ 12.555)

Coordenação Editorial:W\TEXTO

Tel/Fax:(021)2262.5215e2262.4736

Jomalista Resp.:Vania Mezzonato(MTb/RJ 14.850)

Programação Visual: Mariza Good Òel.: 2542.3969)

Colaboradores: Ciça Guedes,Jorge Ciapp. Maria Luisa Barros.

Vagner Ricardo e Jesus Ribeiro.

Equipe ASCOM;Adriana Beltrão e Valéria Machado

Escritório Fenaseg/Brasllia - SCN/Quadra 1/Bloco C ■ Ed.

Brasilia - Trade Center - sala 1607

Fotografia: Rosane Bieckerman e Adriana Loretti

Capa: Mariza Good,com fotos de arquivo da Fenaseg

Fotolifos: Dressa Color

Gráfica: Zlt Gráfica e Editora

Distribuição:Sen/iços Gerals/Fenaseg

Redação e Correspondência:Assessoria de Comunicação e imprensa - Fenaseg(Rua Senador Dantas,74/12° andar.

Centro ■ Rto de Janeiro(RJ)•CER 20.031-201 - Telex:(021)

34505-OmES

Fax:(21)2510,7839-Tel.(21)2510.7712

www.tenaseg.org.br

Periodicidade:Trimestral

Circulação:5 ml!exemplares

As matériase artigos assinadossão de responsabilidadedos autores. As matériaspublicadas nesta edição podem ser mproduzidas se idenlificada a fonte.

Distribuição Gratuita

Disposição para o diálogo

A presençado Presidenteda Repú blica, de cinco ministros de Es tado e de algumas das mais altas au toridades do País à solenidade de co memoração do cinqüentenário da Fenaseg, realizada no Sofitel Rio Palace, é mais que uma demonstra ção de prestígio político da classe se guradora. Pode-se dizer que é a ma nifestação pública de que o Govemo encontra-se disposto a um diálogo cuja importância, para o mercado, ficou evidenciada na expeaativa com que as mais de duas mil pessoas pre sentes na ocasião aguardaram,e entusiasticamente aplaudiram, não só a declaração de princípios e propos tas constantes da "Carta do Rio", mas sobretudo sua repercussão no discur so do Presidente Fernando Henrique Cardoso.

Efetivamente, constam da Carta, que interpreta o pensamento a von tade dos seguradores, tanto a reafir mação de seu compromisso corpo rativo da manutenção da eficiência das empresas no cumprimento de sua missão - que em última instân cia é voltada para a manutenção da tranqüilidade social -, quanto suas apreensões diante da necessidade de que se proceda ou se aprofundem determinadas mudanças no qua dro regulamentar e institucional, que é presentemente mantido pelo Govemo.

Osseguradores deixaram paten

Uma testemunha ocular da história do seguro

Com 61 anos de experiência no setor, o atual presidente da Minas-Brasil, um dos homenageados na festa, traça uma radioginfia do mercado

teado que esperam que o Estado De mocrático faça com que a fiscaliza ção do setor evolua para um itotiis em que,prioritariamente,volte suas aten ções para a preservação da solvência, a formação de reservas e o estímulo à àuto-regulação.Também manifesta ram seu desejo de que o processo de Reforma da Previdência se complete e se encaixe em moldura de mais ampla modernização institucional e normativa, que contemple uma po lítica tributária estimuladora da mas sificação dos produtos de vida e pre vidência, a tão acalentada regula mentação do Artigo 192 da Consti tuição Federal, e a conclusão do pro cesso de regulação do setor de assis tência complementar à saúde. Como contrapartida, a sociedade brasileira recebeu, na pessoa do Pre sidente da República, a promessa do empenho dos seguradores no senti do da eficiência na proteção aos agen tes produtivos e às famílias,e do aper feiçoamento tecnológico e profissi onal das instituições e produtos. En fim, o encontro solene dos segura dores e Governo,além de marcar as comemorações do passado glorioso dos 50 anos da Fenaseg, marca promissoramente a data inicial de um futuro de muito trabalho,e da reafir mação da importância de nossa ati vidade, como setor de base no pro cesso de desenvolvimento econômi co e social do Brasil.

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da seguradora Minas-Brasil, José Carneiro de Araújo, começou a trabalhar no mercado de seguros, ainda ado lescente, o IRB Brasil Re (então, . Instituto de Resseguros do Bra sil) tinha apenas um ano de exis tência e o setor, na época con trolado pelos grandes conglome rados estrangeiros, era um ilus tre desconhecido para a maioria da população brasileira. Hoje, pas sados mais de 61 anos, a ativi dade seguradora ainda busca ocu par um espaço maior no contex to da economia brasileira, mas a cultura do seguro já está bem mais propagada pelo país. De qualquer forma, como ele destaca nesta eni^evista concedida à Revista de Seguros, apenas dois dias após ser homenageado pela Fenaseg na festa dos 50 anos da entidade, ainda há "muito o que fazer". 'UUtO/AGOSrO/SCTEMBRO

RS Que fato o senhor considera marcante nessas seis décadas de atuação no mercado segurador?

José Carneiro de Araújo - E claro que eu vi e pude acompanhar de perto muitos fatos importantes na história do mercado de seguros durante todo esse tempo em que trabalho no setor. Contudo,

especialmente para mim e para a minha empresa, sem dúvida o fato marcante foi a estatização do seguro de acidentes de trabalho, no final da década de 60.

RS Por qiiè?

José Carneiro de Araújo - Foi, na verdade, úma medida chocante para todos nós. Na época, a

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a ABERJE Aa.4.REVISTA DE SEGUROS
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ENTRÉVISTA/José Carneiro de Araújo
JULHO/AGOSTO/SETEMBRO DE 2001
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Quando o atual presidente
DE 2001
REVISTA DE SEGUROS.5.A

Minas-BrasiJ era uma das seguradoras líderes nessa carteira e a estatização do seguro de acidentes de

José Carneiro de Araújo - De fato, a situação mudou um pouco nos últimos dez anos, principalmente a partir da metade da década passada. Com a estabilização econômica, o setor de seguros passou a ocupar mais espaço. No entanto, ainda há muito o que fazer.

O mercado sempre avançou de forma gradual, sem grandes alterações relevantes"

trabalho nos afetou profundamente, pois, de uma hora para outra, perdemos uma importante fonte de receita de prêmios.

RS E o comportamento do mercado de seguros durante todos esses anos? Há alguma transformação relevante que possa ser destacada pelo senhor?

José Carneiro de Araújo - Para ser sincero, é muito difícil apontar mudanças significativas no comportamento do setor de seguros. O mercado sempre avançou de forma gradual, sem grandes alterações relevantes que mereçam ser destacadas.

RS E esse cenário continua assim ainda hoje, mesmo com a participação do setor no Produto Interno Bruto ter aumentado de 1% para cen:a de 3%?

RS O que representou, especialmente do ponto de vista político, a participação do presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, nas comemorações dos 50 anos da Fenaseg?

a massificação do seguro. É preciso em primeiro lugar ter um bom volume de prêmios para suportar eventuais taxas de sinistralidade um pouco mais altas.

RS Qual a sua opinião sobre a demora no processo de privatização do IRB Brasil Re e na regulamentação da abertura no resseguro, ambos pendentes em função de liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) aos partidos de oposição?

José Carneiro de Araújo - Eu, pessoalmente, aaedito que como

José Carneiro de Araújo - Na verdade, nos meus sessenta anos de mercado, não me lembro de ter visto um Presidente da República participar de qualquer evento ligado direta ou indiretamente ao mercado de seguros. Não há dúvidas de que foi muito importante a presença do Presidente Fernando Henrique Cardoso na festa da Fenaseg. Talvez seja um indício de que o Governo brasileiro já sente que o mercado de seguros está em processo de evolução e que as autoridades estão propensas a ouvir e discutir as propostas desse segmento.

RS Na sua avaliação, que carteiras de seguros podem ter um crescimento mais expressivo nos próximos anos?

RS Há algum receio com relação à entrada de novas empresas estrangeiras no Brasil ou com o fato de a participação desses grupos no mercado brasileiro ter crescido substancialmente nos últimos anos?

José Carneiro de Araújo - Pelo menos a Minas-Brasil deverá ler uma evolução razoável da receita de prêmios. Não há previsão de uma variação muito grande, até porque seria preciso aumentar nossas reservas para não ter problemas com a sinistralidade. Na verdade, defendo uma postura um pouco mais cautelosa nesse aspecto.

RS O senhor citou a estatização do seguro de acidentes do trabalho como um trauma histórico para o setor. Com a quebra do monopólio do INSS, que ainda depende de regulamentação, esse tipo de seguro voltará a ser atraente para as empresas privadas?

estatização. De qualquer forma, adianto que, a princípio, a Minas-Brasil está fora, pois não conhecemos mais as características e o comportamento dessa carteira.

RS Quando a atividade seguradora poderá, enfim, deslanchar no Brasil?

José Carneiro de AraújoProvavelmente, será preciso um prazo um pouco mais longo. A curto prazo, não vejo como se atingir a meta de novo salto na participação do nosso mercado no Produto Interno Bruto brasileiro, depois do crescimento já registrado nos últimos anos, quando chegamos aos 3% do PIB.

RS Que fatores impedem esse crescimento do setor em prazos mais curtos?

está não pode mesmo ficar. É preciso mudar logo esse cenário para favorecer o mercado. O melhor, no momento, é a privatização do IRB.

José Carneiro de AraújoNão tenho dúvidas de que qualquer modalidade de seguros pode ser muito bem explorada pelas empresas do setor. As características do mercado brasileiro permitem a abertura de novos espaços em todas as carteiras. Entretanto, antes de tudo, devemos buscar

José Carneiro de Araújo - As seguradoras estrangeiras já ocupam efetivamente um espaço importante no contexto do mercado brasileiro. Contudo, esse fato não prejudica as companhias nacionais. Eu diria até que muito pelo contrário. Aqueles grupos trazem, na prática, algumas inovações importantes com resultados bastante positivos para todos nós que trabalhamos no setor.

RS Qual deverá ser o comportamento do mercado segurador este ano no Brasil?

'IJLHO/AGOSTO/SEmMBRO DE 2001

"No curto prazo, não vejo como se atingir a meta de novo salto na participação do nosso mercado no PIB brasileiro, depois do crescimento já registrado nos últimos anos, quando chegamos aos 3%"

José Carneiro de Araújo - Será preciso analisar antes todos os aspectos que envolvem essa questão, pois muito tempo se passou desde a

José Carneiro de Araújo São fatores de ordem política e, principalmente econômica. Especificamente, a questão das taxas de juros, que vêm oscilando muito, preocupa e afeta o mercado. Entretanto, é claro que sendo ^ registrado um período mais longo de estabilidade na economia, como vem ocorrendo desde a edição do Plano Real, o setor poderá reagir de forma bastante positiva.

"Ê muito difícil apontar mudanças significativas no comportamento do setor de seguros.
"A presença do Presidente
Fernando Henrique Cardoso na festa da Fenaseg talvez seja um indício de que o Governo brasileiro já sente que o mercado de seguros está em processo de evolução"
A.6 REVISTA DE SEGUROS
JULHD/AGOSTD/SETEMBRO DE 2001
"A presença dos grupos estrangeiros traz, na prática, algumas inovações importantes com resultados bastante positivos para todos nós que trabalhamos no setor"
REVISTA DE SEGUROS.7,A

UMA FESTA

INESQUECÍVEL

Convidados de atividades tão

diversificadas quanto impor tantes para um setor que pro mete, nos próximos dez anos, reu nir reservas técnicas de cerca de 20% do PIB nacional — governantes, po líticos, dirigentes do setor de segu ros, resseguros, previdência privada e capitalização, jornalistas, pessoas da sociedade e alguns dos mais des tacados empresários do País. Foi, sem dúvida, uma dupla comemoração. Primeiro, pela oportunidade de se homenagear personalidades do mer cado que tanto contribuíram para o engrandecimento da atividade se guradora no Brasil. Depois, por poder compartilhar esse dia de ale gria e de consolidação da institui ção do seguro também com as mais altas autoridades governamentais do Brasil.

A presença do presidente da Re pública, Fernando Henrique Cardo so, e dos ministros Pimenta da Veiga, das Comunicações; José Serra, da Saúde; José Gregori, da Justiça; Fran cisco Dornelles, do Trabalho; e José Jorge, das Minas e Energia, mostrou a força desse mercado no País, como afirmou o próprio presidente Fer nando Henrique, em seu discurso.

Também compareceram ao evento o senador Edson Lobão, então pre sidente interino do Senado Federal, os governadores do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, e do Paraná, Jaime Lerner, o presidente do DetranR), Eduardo Chuay, o Superinten dente da Susep, Hélio Portocarrero, o presidente do IRB-Brasil Re, Demósthenes Madureira de Pinho Fi lho, o presidente da Fenacor, Leoncio de Arruda, o presidente da Firjan, Eugênio Gouveia Vieira, e alguns dos mais destacados empresários do País.

homenagens, a cerimônia, condu zida pela apresentadora e jornalista Mônica Waldvogel, contou com um roteiro de texto objetivo, que emo cionou logo nas primeiras linhas.

ao reverenciar a memória de um dos mais ilustres colaboradores do mercado de seguros; o pernambu cano Luiz Mendonça, falecido no dia 20 de fevereiro deste ano, que por 50 anos trabalhou na Fenaseg e no Instituto de Resseguros do Brasil. Começava, a.ssim, a série de homenagens àqueles que ajudaram a fazer a história do seguro no Bra sil (ver quadro): ex-presidentes, re presentante da seguradora mais an tiga, profissionais igualmente cin qüentenários na atividade de segu ros e empresários empreendedores. Todos foram brindados com troféus e muitos aplausos.

Em seguida foi exibido um vídeo institucional sobre os fundamentos

e a operação do setor de seguros, previdência privada e capitalização. O filme mostrou uma entidade re presentativa (a Fenaseg) preocupa da em atender às necessidades da classe seguradora do País, conciliando-as com as aspirações da soci edade brasileira, e afinada com a modernidade, no que diz respeito, principalmente ao novo conceito de seguridade, que inclui todos os sis temas de proteção de pessoas con tra determinados riscos, ou aconte cimento certo mas imprevisível no tempo, tendo como apoio as técni cas do mutualismo e da estatística. E mais, mostrou através de dados estatísticos o estágio a que chegou esses mercados e o quanto eles ainda podem crescer.

MOMENTO POLÍTICO. Homenagens à parte, a comunidade seguradora aguardava ansiosa o momento po lítico das comemorações; a leitura da "Carta do Rio" (ver pg. 22). Um manifesto do mercado a favor de garantias institucionais e técnicas que

CAPA J m A festa ãòs 50 anos da Fenaseg reuniu mais de duas mil pessoas no salão do Hotel Sofitel, em Copacabana, Rio de Janeiro, no dia 27 de agosto
/Uitorídades à mesa de abertura da festa: presenças que demonstram a força do setor
O VALOR DO TRABALHO
PARA DESTACAR
■ João Elisio Ferraz de Campos, ao lado do presidente Fernando Henrique: defesa da quebra do monopólio do resseguro e do seguro de acidentes do trabalho
A memória de Luiz Mendonça, falecido no início deste ano, foi
reverenciada na festa
REVISTA DE SEGUROS JULHO/AGOSTO/SETEMBRO DE 2001 julho/agosto/setembro de 2001 REVISTA DE SEGUROS.9.A

tornem viáveis diretrizes e metas voltadas ao aprimoramento e cres cimento da atividade seguradora e resseguradora no País. Entre elas, a abertura do resseguro e do seguro de acidentes do trabalho. A tarefa coube ao vice-presidente da Fenaseg, Renato Campos, que após ler o documento,entregou-o ao presidente Fernando Henrique Cardoso. Essas condições ganharam reforço no dis curso do dirigente da Fenaseg, (ver pg 12). "É preciso eliminar efetiva mente o monopólio de resseguros no Brasil, que impede e prejudica o consumidor, como também modi ficar o seguro de acidentes de tra balho, dando estímulos à preven ção e à proteção do trabalhador", djsse João Elisio.

Outro aspecto ressaltado por ele foi o quanto a indústria do seguro, previdência privada e capitalização

evoluiu, por conta da estabilidade monetária, a partir de 1994, e ama dureceu ao se unir para superar e vencer desafios. "A presença maciça dos seguradores neste ato de come moração do cinqüentenário de sua entidade representativa é a melhor prova desta afirmação", declarou.

O presidente Fernando Henrique Cardoso, demonstrando estar mui to à vontade, encerrou a solenida de, falando de improviso (ver pg

14). Foram 30 minutos de análises e comentários sobre seguros, previ dência privada, capitalização, infla ção e pobreza. Na avaliação de FHC, para que haja uma melhor distri buição de renda do País, que con sidera uma das maiores causas da pobreza, é preciso mudar certas práticas, a exemplo do que foi feito com a inflação. Ao referir-se ao adiamento da privatização do IRBBrasil Re, citado na "Carta do Rio", o Presidente da República criticou o Poder ludiciário, pela morosida de com que trata as questões. Se gundo ele, o monopólio do resse guro já foi quebrado, mas a poster gação das decisões dão a sensação de que a impunidade vigora no País. "A sensação de impunidade deriva do fato de que os nossos processos não terminam nunca. Decida-se: a favor ou contra, mas decida-se. Pois

quando nao se decide, se tem a ilu são de que nada esteja sendo fei to", afirmou Fernando Henrique,sob uma salva de palmas.

COQUETEL.Após a solenidade, os pre sentes foram convidados para um coquetel, em cujo salão havia uma exposição sobre Luiz Mendonça e sobre o livro "Do retrato de Vargas à Carta de Brasília - 50 Anos de Fenaseg", que estava sendo lança do. Todos os convidados, ao saí rem, receberam um kit contendo o livro da história da Fenaseg (ver pg. 34), um CD com músicas da época da criação da entidade, também pro duzido especialmente para as co memorações (ver pg 36), um brin de comemorativo, e um exemplar da Revista de Seguros, da "Carta do Rio" e da "Cartilha de Capitaliza ção", outro lançamento do evento.

PERSONALIDADES MARCANTES DO MERCADO SEGURADOR

Antonio Caflos de Almeida Braga

Beatriz Saiiches de Larragoiti Lucas(representando a família Larragoiti)

HOMENAGEM PÓSTUMA

Luiz Mendonça

REPRESENTANDO OS PROFISSIONAIS COM MAIS DE 50 ANOS DE ATIVIDADES NO MERCADO

José Carneiro Araújo, presidente da Minas-Brasil Cia. de Seguros

SEGURADORA MAIS ANTIGA DO BRASIL

Argos Fluminense, atualmente Chubb do Brasil

PRESIDENTES DA FENASEG, EM NOME DE TODOS OS EX-PRESIDENTES

Rafael de Almeida Magalhães

Carlos Frederico Lopes da Motta

Vitor Renault

Sérgio Ribeiro

Rubens dos Santos Dias

João Elisio Ferraz dé Campos

Toda a comunidade seguradora prestigiou o evento da Fenaseg
O presideiite FHC criticou a demora no processo de privatização do litB Brasil Re
*V*.10.REVISTA OE SEGUROS lULHO/AGOSTO/SETEMBRO DE 2001 tÜLHO/AGOSTO/SETEMBRO DE 2001 REVISTA DE SEGUROS ii./A

primeira vez em nossa história, a mais alta autoridade do País comparece a um evento do setor de seguros.

E, coincidentemente,o Presidente Fernando Henrique Cardoso, que nos honra com a sua presença,foi, quando Ministro da Fazenda, um dos princi pais responsáveis pelos fundamentos que criaram as condições para o espe tacular crescimento do nosso mercado nos últimos anos.

Refiro-me à estabilidade econômi ca conquistada em 94 com a implan tação do Plano Real. Poucos segmen tos econômicos responderam tão prontamente e com tanto vigor a essa nova era da vida brasileira como o mercado de seguros, numa prova elo qüente de que a sua maior inimiga, como aliás de toda a sociedade, é a in flação.

Otimismo e confiança no crescimento do seguro, do Brasil

Na presidência da Fenaseg desde 1992, cjuando tornou pública a Carta de Brasília , cjue refletia a posição da entidade em favor da livre iniciativa, da economia de mercado e de um liberalismo justificável, João Elisio Ferraz de Campos fez um discurso breve, otimista e também reivindicatório. Leia a íntegra.

ii Hoje é um dia muito especial para o setor brasileiro de segu ros, que compreende, também, os mercados de resseguros, previdên cia privada e capitalização.

Estamos comemorando os cin qüenta anos de nossa entidade - a Fenaseg - que se converteu, ao longo de sua história, no traço de união en tre as empresas e em porta-voz das nossas idéias e reivindicações.

E, ao comemorar esta data, nada mais justo do que render homenagens às pessoas que nos precederam, mui tas das quais continuam a emprestar a sua dedicação, o seu entusiasmo e a sua competência ao aprimoramento da nossa atividade.

A Fenaseg, como todo o mercado, é, hoje, o que eles foram capazes de sonhar e realizar. O que foram capa zes de sonhar e realizar a família

Larragoiti, os pioneiros da Argos Flu minense, hoje Chubb do Brasil, e pes soas como José Carneiro de Araújo, Antônio Carlos Almeida Braga, Carlos Frederico Lopes da Motta, Raphael Hermeto de Almeida Magalhães, Ru bens dos Santos Dias, Sérgio Augusto Ribeiro, Victor Arthur Renault, aqui presentes.

Mas o dia de hoje é,também, mui to especial por um outro motivo. Pela

O vídeo que nós tivemos a opor tunidade de mostrar às senhoras e aos senhores apresentou alguns números e não pretendo repeti-los. Mas quero ressaltar a mudança de tamanho do mercado de seguros em relação ao PIB. Nesses sete anos de estabilidade monetária, a nossa participação na economia brasileira, que nunca havia passado da casa de 1%, já chegou a 3%.

Não posso deixar de ressaltar,tam bém, o crescimento das nossas reser vas técnicas, hoje na casa dos 30 bi lhões de reais. Elas significam pou pança interna de longo prazo e ten dem a crescer num ritmo ainda mai or e, particularmente, na razão direta em que a seguridade social pública abrir espaços para a previdência pri vada.

Isso é bom para as pessoas, que terão maior certeza em relação à sua tenda futura, e é bom para o País, pois significa diminuir as obrigações de desembolso por regime de caixa, substituindo-as pelo de capitalização.

As mudanças em curso trazem para nós, profissionais do mercado, novos desafios e responsabilidades. Ferdem espaço as nossas atribuições

como gestores de risco e se ampliam as funções de gestores de poupança com obrigação de garantir o pagamento de benefícios futuros.

Senhor Presidente.

Esses novos tempos, embora ain da requeiram aperfeiçoamentos insti tucionais, não nos intimidam. Pelo contrário, nos estimulam a olhar para a frente com muita confiança na tare fa - que desempenhamos com muito orgulho - de proteger patrimônios e assegurar a renda, a saúde e a tranqüi lidade das pessoas.

A nossa história demonstra que estamos acostumados a nos unir para vencer desafios e a presença maciça dos seguradores neste ato de comemo ração do cinqüentenário de sua enti dade representativa é a melhor prova desta afirmação. Além disso, há uma característica muito peculiar em nos so trabalho. As nossas aspirações, os nossos anseios, os cenários que ima ginamos como profissionais não dife rem - em nada - das nossas aspirações e anseios como cidadãos.

O nosso mercado, os nossos clien tes são as pessoas que vivem e moram neste País. Nós trabalhamos na prote ção de seus patrimônios e na garantia de suas rendas familiares e de sua saú de.

Como profissionais e como cida dãos, nós queremos que o Brasil cres ça e aumente sua riqueza. Mas é fun damental que a riqueza seja distribu ída, primeiro por uma questão de jus tiça social e, depois, porque a redistribuição de renda é a melhor aliada na ampliação da base do nosso mercado.

A diminuição da criminalidade, particularmente nos grandes centros

urbanos, trará mais segurança e tran qüilidade às pessoas e, paralelamen te, fará dos seguros patrimoniais não uma despesa compulsória diante da quase certeza do sinistro, mas um in vestimento consciente de proteção contra as adversidades fortuitas. E os avanços na saúde pública remeterão 0 seguro saúde para a sua verdadeira função de cobertura complementar.

É preciso, ainda, eliminar efetiva mente o monopólio de resseguros no Brasil,que impede a competição e pre judica o consumidor;e avançar na cri ação de um seguro agrícola compatí vel com as necessidades de nossa agri cultura.

Como é preciso, também, modifi car o seguro de acidentes do trabalho, dando estímulos à prevenção e à pro teção do trabalhador; e atender às ne cessidades de novas coberturas no se guro de responsabilidade civil.

Senhor Presidente.

A nossa visão da realidade, as nos sas intenções e os nossos compromis sos com a sociedade brasileira estão registrados na Carta do Rio de Janei ro que agora tomamos pública.

Todas as considerações que ela contém,levam em conta que a nossa atividade está associada, de forma indissolúvel, às condições internas do País e de sua população. Portanto, se olhamos o futuro com otimismo, se confiamos no crescimento do nosso setor, é porque, acima de tudo, confi amos no Brasil.

Há obstáculos a superar e nós va mos enfrentá-los com a coragem e a determinação que nos trouxeram até o estágio atual. Nós acreditamos,convictamente, que o setor de seguros, resseguros, previdência privada e ca pitalização vai chegar, num horizon te próximo, ao patamar dos países desenvolvidos.

E as senhoras e os senhores podem ter certeza; quando o mercado brasileiro de seguros,resseguros, previdéncia privada e capitalização chegar lá é porque o Brasil também chegou".

DISCURSO I
■ O presidente da Fenaseg, João Elísio, discursa observado pelos ministros Pimenta da Veiga (Comunicações) e José Serra (Saúde)
A A* . 12.REVISTA DE SEGUROS
ABRfMHAIO/IUNHO DE 2001
ABRIL/MAIO/JUNHO de 2001
"Como profissionais e cidadãos, nós queremos que o Brasil cresça e aumente sua riqueza"
REVISTA DE SEGUROS.13.Â*

TRABALHANDO PELO DESENVOLVIMENTO E CONTRA A POBREZA

^^Meu caro João Elisio Ferraz de Campos, que é o presidente da Fenaseg; governador

Anthony Garotinho que, como dis se o João Elisio, é governador do meu estado; governador Jaime Lemer, que é o governador do estado do meu pai, assim dividimos; senhor senador Edson Lobão, que é o pre sidente interino do Senado Nacio nal; senhores ministros de Estado, tão numerosos aqui presentes, que mostra a força da Fenaseg — nem sempre eu consigo reunir tantos... (risos da platéia); senhor Renato Martins Filho, que é o vice-presi dente; senhores senadores; parlamen tares; líderes do governo; senhoras e senhores.

Eu quero,em primeiro lugar, agra decer esse convite da Fenaseg, que me deu oportunidade de compare cer a essa cerimônia e de comparti lhar a alegria e a satisfação de to dos aqui presentes pela celebração de meio século de presença no ce nário cconômico-fínanceiro brasilei ro. E queria acrescentar que, quan do se vê que há uma empresa, que é centenária, aqui presente ativamen te, quando se vê a homenagem que é prestada àqueles que há tantos anos 'titam na área de seguros, se deve também entender o quanto este país realmente está caminhando,o quan to está fincado em suas raízes. Não

DE SEGUROS

é fácil ter empresas que, sob a dire ção da mesma família, durem cem anos. Isto é prova de eficiência, isto é prova de competência. Não é fácil ver empresas que têm demonstra do, como algumas das aqui citadas, a sua capacidade de ajusiarem-se às condições as mais cambiantes do mundo e do Brasil.

Portanto, realmente, eu acho que nós temos que ver que é com muita satisfação que eu estou aqui neste encontro. E é claro que aqui tam bém se celebra os avanços aconteci dos no Brasil, que nos últimos anos permitiram ver um horizonte mais positivo, mais tranqüilo com mais estabilidade. E estabilização que não é apenas econômica, a qual é fun damental. Mas, que é política, que é da sociedade, de visar a um hori-/j zonte com maior tranqüi lidade para a sociedade. Isto tudo tem a ver com o próprio tema da segu ridade e dos seguros. Todos nós aspiramos ter um horizonte mais tran qüilo. Na medida em que nós fomos capazes neste nosso país de modificar certas práticas como a inflação, que aqui já foi mencionada, que é in justa, espoliativa, que tira o dinhei ro dos mais pobres, quando nós con seguimos fazer isso, vê-se que este país avançou. E avançou porque per mite precisamente descortinar o fu turo pelo planejamento de mais lon go prazo, ter mais segurança, ser um país, portanto, que possa ser me lhor para todos. Aqui, no nosso caso, era muito difícil, como nós sabe mos, eliminar essas incertezas gera das pela inflação porque ela já vem incorporada ao cotidiano e era atra vés da indexação, ela tinha que re almente, tinha conseguido encurtar os nossos horizontes temporais. E quando a inflação coineça a se en raizar, num dado momento, ela cria um círculo vicioso, que é perpetua-

do pela própria idéia de indexação. Já houve um momento aqui no Brasil que houve quem se orgulhasse de uma invenção brasileira, que era a indexação. Pobre invenção. Ainda bem que não foi só nossa e que nós conseguimos acabar com ela. A inflação e a indexação começam por ser anual, depois é mensal, depois é diária. E quando ela é diária, ela é ruim dentro da sociedade. São os pobres os que mais pagam. Mas não são os únicos a pagar, porque tam bém mesmo aqueles que têm mais capacidade de defender seus recur sos não têm possibilidade de pla nejar a mais longo prazo e, portan to acaba havendo um horizonte de muito curto prazo, que não é com patível com a possibilidade de um avanço sustentado da economia e, é fácil ter empresas que, sob a direção da mesma família, durem cem anos. Isto é prova de eficiência"

portanto, não é compatível com a prosperidade de longo prazo. Eu acho que agora com a esta bilidade nós temos exatamente o efeito contrário, um horizonte de tempo maior, um alargamento no horizonte de tempo e que permitiu de novo o planejamento das em presas, do governo, mas quiçá o mais importante, do próprio consumidor, que pode planejar o seu recurso, o seu ga.sto e pode, portanto, sentirse mais seguro na vida cotidiana, isto talvez seja mais importante até para uma nação do que as outras dimensões desta estabilidade. Isto também leva a uma atitude mais favorável, mais voltada para a pou pança e para o investimento, que são a base, obviamente, do cresci mento de um país. Quando a infla

ção está corroendo os salários, o mais racional é gastar logo o que se rece be no primeiro dia. A atitude raci onal é o desperdício, é gastar. Quan do a atitude racionai é o desperdí cio nós estamos numa situação ver dadeiramente patética, porque o des perdício é o oposto, na verdade, da racionalidade. Quando há estabili dade é o contrário. O consumidor sabe que ele não precisa se apressar para gastar, ele pode refletir, espe rar melhorar a oferta, ter melhor confiança, porque ele tem confian ça na moeda e isso é fundamental. E hoje, apesar dos avatares, as difi culdades, a cada esquina do tempo nós nos encontramos de novo com obstáculos e temos que saltá-los, ape sar disso, já existe uma certa noção da importância da moeda é mais do que uma dimensão econômica. Éuma dimen são da vida. É um valor, é um reconhecimento de que é necessário ter uma referência estável e que permite, portanto, um arraigamento maior, uma ligação maior com o pró prio cotidiano e permite um planejamento mais efetivo. Isto foi o que aconteceu nestes últimos tempos no Brasil.

Desde 1995, aqui já foi dito, esse setor teve um crescimento anual de cerca de 16% na arrecadação de prê mios e chegou no ano 2000 com um montante de R$ 32 bilhões e, especialmente, na área de Previdên cia Privada Aberta, uma taxa anual de quase 50%. Taxa anual de 50% é qualquer coisa de invejável. E as pro visões técnicas cresceram 30% ao ano e como já foi dito aqui, alcançaram o patamar de cerca de R$ 30 bi lhões. Isto mostra que a relação prê mios X PIB no mercado de seguros era de 1% passou a ser de 3%. Ou seja, em cinco ou seis anos tripli cou. Pudéssemos nós vermos pro cesso semelhante nos distintos se-

especial!
A.14.REVISTA
JULHO/AGOSTO/SETEMBRO DE 2001
I Presidente Fernando Henrique Cardoso:'Todos nós aspiramos ter um horizonte mais tranqüilo
JULHO/AGOSTO/^rreMBRO DE 2001
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tores do Brasil, produtividade, por exemplo, nós estanamos mais feli zes do que estamos. Não há dúvi das, portanto, que vocês todos, todo o setor está de parabéns desde os pioneiros, daqueles que hoje são os organizadores das empresas que hoje têm um porte enorme, aquelas que foram se incoqjorando e ingressando no setor em conjunto, estendo-se este parabéns a Fenaseg e a todos que trabalham vê-se que há aqui alguém que percebeu uma oportu nidade de crescimento e soube agir para fazer com que esta oportuni dade se concretizasse.

Eu acredito que o que houve de significativo também nesse proces so todo que incentivou esse cresci mento foi o fato de nós termos novas seguradoras e não só nacionais mais também estrangeiras em associações com as empresas locais e às vezes com aquisições de empresas aqui. É curioso notar que essa participa ção cresceu bastante. Ela passou de cerca de 6 a 7% em 96 para 30%. É uma diferença que é muito im portante. É claro que nós damos boas-vindas às empresas que vêm para progredir junto. Mais o mais significativo é que isto não se fez ás expensas do crescimento das empresas nacionais.

Como houve uma expansão muito grande, houve a possibilidade das empresas nacionais também cresce rem, porque não seria de comemo rar se houvesse uma substituição de empresas nacionais por empresas es trangeiras e não houvesse ao mes mo tempo o ímpeto também no setor das empresas nacionais de tal maneira que o crescimento possa ser equilibrado e que a indução de novas tecnologias e mesmo de mon tantes de capital e capacidade de avaliação de risco vindo das empre sas estrangeiras tenha servido isso sim para aguçar ainda mais a von-

tade de trabalhar e a capacidade de realização das empresas nacionais. E claro que houve muito avan ço, mas também é verdade que há um potencial imenso de ampliação do setor de seguro e os indicadores são bastante eloqüentes e pelos da dos que me chegaram vê-se que o Brasil ainda ocupa uma posição bastante modesta no ranking mun dial de seguros. É menor, por exem plo, que em economias bastante menores que a nossa, Finlândia, Áustria, Irlanda. Nós temos uma po sição que não é vantajosa, para não falar de países como a Espanha, cujo potencial é mais ou menos equiva lente ao nosso. Isso ao mesmo tem po em que nos dá um sentimento de que não fizemos tudo, dá um outro sentimento: o de que pode mos fazer e que há muito campo

Mas, de qualquer maneira, existe aí um incentivo para que nós conti nuemos a crescer.

custosa para o conjunto da socie dade. Há muitos problemas, portan to, para nós avançarmos.

ainda para avançar e que os êxitos alcançados - como os êxitos alcan çados, em geral, no Brasil e na eco nomia e na sociedade brasileiranão podem servir de motivo para nós cruzarmos os braços. Tem que servir de motivo para nós querer mos ainda mais, querermos crescer ainda mais. É de notar que na Pre vidência Aberta esta discrepância ain da é maior. Isto mostra, portanto, que nós temos que trabalhar mui to. Mesmo quando se compara com países, é verdade que são países que têm uma renda per capita muito mais elevada que a renda per capita bra sileira e, portanto, as comparações têm que ser sempre tomadas como um grão de sal, não podem ser to madas pela numerologia apenas.

Bom, eu creio que estas possibi lidades estão todas aí, mas nós ou vimos algumas referências a certos setores que requerem uma atenção muito especial. Eu acho que as di ficuldades na Previdência Social se tornaram mais evidentes. Elas sem pre existiram, Elas não surgiram com a estabilidade. Estavam se agravan do. Mas agora, nós estamos vendo também existem alguns problemas a serem enfrentados. A mudança da pirâmide etária é algo patente no Brasil. Ainda recentemente, há pou cas semanas, na Bahia, eu não pude estar presente porque eu estava no Chile, mas o vice-presidente Marco Maciel me representou e me repor tou o que aconteceu numa reunião internacional de demógrafos na Bahia. E se nós olharmos com atenção as modificações são muito grande da pirâmide etária e também das taxas de crescimento. A tendência de estabilização da popu lação vai ser muito mais rápida do que se imagi nava. E não é só um fenômeno bra sileiro. É um fenômeno mundial. E não é só um fenômeno dos países ricos. É um fenômeno que está ul trapassando os países ricos. Isso vai ter efeitos, evidentemente, sobre a capitalização, sobre a necessidade de atenção na questão da previdência e sobre a lógica mesmo do sistema previdenciário. É claro que no nos so caso, sobre tudo o sistema previ denciário público, ficou patente que a nossa irresponsabilidade foi mui to grande e que nós ainda temos que desenvolver muitos mecanismos para que efetivamente a Previdên cia Privada possa complementar a Previdência Pública e para que a Pre vidência Pública tenha um equilí brio atuarial que não há faça tão

Mas, nós estamos numa outra eta pa. Uma etapa onde já existe hoje no Brasil pelo menos um embrião de uma cultura de responsabilidade fiscal e de seriedade no manejo das contas públicas. Nós precisamos, não obstante, continuar avançando. Tal vez eu pudesse resumir a mensagem que eu quero deixar aqui com os senhores no sentido de dizer que nós precisamos continuar reforman do. O Brasil não pode se confor mar com o que já alcançou porque falta muito a fazer. E precisamos de mais mudanças. Eu vejo com tanta freqüência críticas às mudanças, crí ticas à privatização, críticas às refor mas. É o oposto, nós precisamos de mais e não de menos. Não uma re forma impensada, não privatização a tono e direito, mas em muitos setores nós temos que avançar mais, nós não avançamos suficientemen te. Eu acho que este,.é-o._repto-quenós ternosfTemos que continuar a reforma, reforma do Estado, forta lecimento da Previdência Social num outro modelo, uma visão que per mita a existência de uma compati bilidade de um setor público e um setor privado. Mas, ou nós re-equacionamos tudo isso e damos maio res saltos ou então os avanços obti dos com o Plano Real, com a esta bilização institucional e econômica não vão ser suficientes para fazer face às demandas do tempo presen te. Nós precisamos continuar com um ímpeto muito grande nessa ma téria. Vimos aqui que nós temos hoje mais de R$100 bilhões na Previdên cia Privada Fechada e R$13 bilhões na Previdência Aberta. É claro que isso é bastante, mas é insuficiente, tomara cheguemos efetivamente a poder contar com 20% do PIB, aí sim nós vamos ter alguma coisa sig nificativa para que nós possamos en carar o futuro com mais tranqüili-

idade, com mais serenidade e mais confiantes na nossa capacidade de levar adiante as transformações de que o país necessita. E eu creio que essa talvez seja outro desafio que está ainda por se consolidar como forma de caminhar no Brasil, que é efetivamente de aumentar a poupan ça privada, a poupança doméstica, não privada, doméstica. Nós não vamos poder continuar a avançar com o ímpeto necessário, se não abreviarmos os mecanismos que fa cilitem a formação da poupança do méstica no Brasil. E a ação das em presas de seguros é uma ação indis pensável nesse momento,se nós que remos mais reformas, se nós preci samos de mais ímpeto para conti nuar avançando, nós temos de ter coragem para deixar de usar a retó rica como se fosse a substituta da lógica. Nós temos de ter coragem para sermos lógicos. Não é fácil no

nosso país, muitas vezes, dizer as coisas como elas são, como elas de vem ser. É mais fácil dar a impres são do que dar, realmente, uma ex plicação. Nós precisamos ler cora gem e integridade pessoal, intelec tual e política de não mentir e dizer o que é necessário fazer, mesmo quando desagrada, mesmo quer num dado momento isso possa levar a resistências. Nós temos de ter essa coragem para poder avançar. Nós lemos que entender que um dos gar galos mais sérios que ainda temos no Brasil é a insuficiência da nossa poupança doméstica. Obviamente, como acabei de referir-me ao fato, nós precisamos complementar a nossa poupança doméstica por in vestimentos externos, mas é com plementar, não é substituir, até por que não é substituível a poupança doméstica por investimento exter no. Basta olhar a proporção do que

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"O qu
e incentivou este crescimento foi o fato de termos também seguradoras estrangeiras associadas a nacionais"
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João Elisío cumprimenta o Pre»dente FHC, na chegada dele à cerimônia
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é o investimento externo e do que é a poupança para verificar-se a in versão não seria positiva para o país, como é impossível em termos prá ticos. Nós precisamos ter mais co ragem para avançar. É por isso que nós temos contribuído para a regu lamentação do setor da Previdên cia. E por isso que com a generosi dade caraaerística do Dr. João Elisio, ele refere ao fato de que quando Ministro da Fazenda, em 94, já me preocupava com essa questão, por que me preocupava com a questão do crescimento econômico, com a questão do desenvolvimento do país que é a condição necessária, embo ra não suficiente, para o bem estar da população, para o bem estar do povo brasileiro.

Nós avançamos em algumas áreas, aprimora mos a regulamentação do setor e estamos continu ando a tentar avançar. A própria Susep implantou um sistema de regulamen tação que no âmbito da América Latina, possivel mente está à frente dos de mais países. Estar à frente dos de mais países também não é suficien te, nós temos de estar ao lado dos mais avançados. O Brasil tem que ter essa vocação de grandeza, voca ção de não se conformar porque avançou um pouco, tem que olhar sempre o muito mais que pode fa zer. Não obstante, eu creio que a Susep avançou nessa matéria de re gulamentação, nós quebramos o monopólio, mas de fato não. De fato não porque ainda temos pen dências que estão no Judiciário.

Eu acho que é preciso coragem também para dizer que o Judiciário não pode pura e simplesmente dei xar de julgar. Uma das sensações mais desagradáveis do nosso país, que é a da impunidade, deriva do fato de que os nossos processos não termi nam nunca e isso dá a sensação, e

na verdade mais que sensação, é um fato, da impunidade. No caso, aqui não se trata de impunidade, mas se trata de uma postergação de deci sões. Decida-se, a favor ou contra, mas decida-se, porque enquanto não se decide se tem a ilusão de que nada esteja sendo feito,(muitos aplausos). Os aplausos mostram que a socie dade sabe o que precisa ser feito, mas é preciso que se diga com tran qüilidade, sem afrontar nenhum ou tro poder. Aliás, o meu poder é afron tado todo dia, que de vez em quan do posso arranhar os outros tam bém (risos). Mas não é o caso, não é o desejo simplesmente, e eu sei também que não é uma questão pessoal, é que o nosso sistema pro cessual é de tal maneira complexo.

"E

a nossa legislação é tão complexa, as nossas práticas também são tão, digamos, renitentes na decisão rápi da que acaba sendo rotina o não decidir, que é a pior situação a que pode ser levado um país da não de cisão. Mas o fato é que eu acho que a despeito de tudo isso, a despeito de que nós estamos vendo que há problemas ainda como os aqui men cionados e haveria muitos outros mais. Eu sei que vamos ter um jan tar e eu não quero poupá-los do gosto, do prazer de estar conviven do ao redor da mesa. Eu tenho o hábito de falar demais, me conterei, já estou me contendo o que posso, não quero mostra-lhes uma infini dade de outras dificuldades, porque não é o meu objetivo mostrar as di ficuldades, meu objetivo é outro, é felicitá-los, mostrar que estão avan

çando, que já avançamos alguma coi sa, mas é preciso avançar muito mais.

E eu também queria dizer que nós aqui temos um ponto que foi men cionado na "Carta do Rio", que parece que é um essencial e passou a ser, eu diria, quase um bom lugar comum no Brasil. Qual é o lugar comum? É que quando se fala em desenvolvimento, capitalização, de crescimento da economia, regras para melhorar a capitalização, regras para isso e para aquilo, nunca se deixa a margem de ter de fazer, pelo menos uma referência à questão da desi gualdade, pelo menos uma referên cia à questão do social (aplausos). Isso é fundamental.

Eu acho que para nós levarmos adiante os projetos que já estão em marcha no Brasil nós pre cisamos, realmente, reafir mar esse sentimento que é o que legitima a possi bilidade de ação num país tão desigual, uma ação no âmbito do favorecimento da atividade econômica.

Ela só se justifica, só se legitima quando realmen te ela tem a consciência de cidada nia, quando ela tem a consciência de sua responsabilidade social. Pode parecer banal que a "Carta do Rio" termine por fazer uma referência dessa natureza, mas não é banal. Ela passou a ser quase que norma em todos os encontros brasileiros, qua se que norma e que muitas vezes aparece sob a forma de cobrança ao governo, mas na verdade não é uma cobrança ao governo, é uma cobran ça a cada um de nós. Porque uma questão dessa magnitude não se re solve se não através de mecanismos de coesão social, mecanismos de ação, que seja uma ação interativa que ultrapasse os limites estreitos da vida estatal e que não fique apenas na vida da empresa, mas que inclua o conjunto da sociedade através das novas formas, que são múltiplas, de

interação do chamado terceiro se tor, da participação mais aberta de todo o segmento da sociedade, mas esta consciência que hoje é uma consciência que se toma cada vez mais forte no Brasil, é a prova pro vada, se é que eu posso dizer assim, de que nós não queremos só estabi lidade, nós apenas sabemos que sem estabilidade, não vai haver o fim da desigualdade. Então, nós queremos que a estabilidade seja o fundamen to para o fim da desigualdade.

E para que eu não faça retórica, também quero fazer uma pequena elaboração sobre desigualdade e a expressão um tanto precipitada, que eu usei, de fim da desigualdade. Nós ainda estamos lutando no Brasil por um processo que é, talvez, anterior a esse, que é o combate à pobreza. E muitas vezes, quando se está combaten do a pobreza, quando se apresentam dados de avan ço do combate à pobreza, sempre é possível levantar uma objeção, mas a desi gualdade não diminuiu. E é verdade, só que, para que nós possamos diminuir a desigual dade com propriedade, o fundamen tal é olhar se nós estamos diminu indo a pobreza, porque se não a igualdade pode ser feita às custas de um empobrecimento e não de um enriquecimento e aí passa a ser uma arma de dois gumes perigosa, para dizer: "Olha não melhorou nada

Não. Melhorou se a pobreza dimi nuir, além de diminuir a pobreza é mais positivo, além disso, diminuir a desigualdade, mas o fundamental é diminuir a pobreza como condi ção para que nós possamos ter uma diminuição da desigualdade e não seja, como existem em muitos paí ses, da África, por exemplo, que a igualdade está aumentando porque a pobreza está aumentando em to das as camadas, aí a desigualdade aumenta. Ou ao contrário, como nos países mais ricos da Europa, ou nos Estados Unidos, onde também a de sigualdade está aumentando, mas por um outro fator, porque todos estão crescendo, só que os mais ri cos crescem mais depressa.

Aqui no Brasil, nós temos que fazer com que os mais pobres cres çam mais depressa, mas que todos cresçamos, porque nós não temos riqueza suficiente para simplesmen te ter igualdade às expensas só dos que já têm alguma coisa. É preciso continuar produzindo, continuar poupando, continuar investindo.

SVB Sistema deVenda eSubscrição

continuar a enriquecer e ao mesmo tempo criando políticas ativas, prin cipais das quais; educação e acesso à propriedade da terra, políticas ativas, para que ao mesmo tempo que se produza uma situação de maior igual dade e ao mesmo tempo se combate à pobreza. Este é o outro desafio fun damental nosso. Não é só continuar reformando, não é só ter fé no futu ro, não é só termos a consciência das nossas tarefas e a coragem de dizer como elas são, sem usar a retórica, mas é também a de nós, como aqui foi feito, a todo instante, entender mos que o grande desafio nosso é de combater a pobreza e transformar essas formas todas de capitalização e de crescimento em formas efetivas para aumentar o bem-estar de toda a nossa população. Como eu vi esse espírito aqui, eu sabia que existia esse espírito, este é o signifi cado da presença do Pre sidente da República, não apenas como pes soa, amigo de tantos de vocês, mas institucionalmente o Presidente da República para saudar o fato que exis ta a Fenaseg e que exista geme que esteja ao mesmo tempo trabalhando pelo desenvolvimento do país, no pla no econômico, mas que nunca há de perder esse sentimento muito agudo da necessidade de combater a pobre za e de forte coesão social. Muito Obrigado."

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A A.18.REVISTA DE SEGUROS
star à frente dos demais países
também não é suficiente, nós temos de estar ao lado dos mais avançados"
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porque a desigualdade aumentou".
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Presença de FHC foi um marco para o setor

Pela primeira vez, o Presidente da República participa de um evento do setor e recobra os esperanças de cfue as mudanças

necessárias terão curso

Aprimeira aparição do Presiden

te Fernando Henrique Cardo so em um evento do setor de seguros - a festa dos 50 anos da Fenaseg, realizada no dia 27 de agos to, no Rio de Janeiro - foi um marco para o setor, na avaliação dos repre sentantes do mercado, e, de quebra, renovou as esperanças de que as re formas estruturais da economia e, em especial, a venda do IRB Brasil

Re avancem.

O titular da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Hélio

CARTA DO RIO

Reunida na Cidade do Rio de Ja neiro, em presença do Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Qr. Fer nando Henrique Cardoso, a FenasegFederação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização, torna pública esta "Carta do Rio", que interpreta o pensamento e a vontade dos seguradores, no momento em que reafirmam e assumem a responsabili dade e a importância social e econômi ca da atividade seguradora, como setor de base no processo de desenvolvimento do País.

Os seguradores ratificam, por este documento, os termos da "Carta de Brasília", editada em maio de 1992, ao refletir sua adesão aos ideais demo cráticos do povo brasileiro, à busca per manente do bem-estar, da tranqüilida de, da Paz Social e da realização dos valores gerais da cidadania, como for ma de humanização do progresso, que deve ser fundado na livre iniciativa e na justa valoração do trabalho.

Reafirmam seu compromisso insti tucional com a manutenção da eficiên cia no comprimento de sua missão de proteger os agentes produtivos contra os riscos de perdas patrimoniais; de asse gurar a renda das famílias, a proteção c garantia da reposição de bens, inde nizações e benefícios em caso de infor túnio e proteção à saúde; de promover

Portocarrero, entendeu a presença do presidente como um "testemu nho do comportamento altamente positivo do setor de seguros dentro da economia brasileira". Ele assina lou que o fortalecimento do merca do de seguros ocorreu justamente durante a gestão de FHC e tem re lação direta com o programa de estabilização, a "obra de maior gran deza de Fernando Henrique". Nesse sentido, Portocarrero lembrou que o setor, que durante décadas man teve sua arrecadação de prêmios

a formação de reservas de longo prazo, canalizdveis para projetos que contribu am para o desenvolvimento brasileiro.

Reconhecem o acerto da opção pela modernidade declarada na "Carta de Brasília", em decorrência da qual o mer cado segurador tem promovido o aper feiçoamento tecnológico e profissional de suas instituições; tem criado, aperfeiço ado e personalizado seus produtos, so bretudo ao antecipar-se às exigências do Código de Defesa do Consumidor, rela tivamente à transparência e substancialidade das cláusulas dos contratos co mercializados.

Entendem que os avanços que de correm do ambiente de estabilidade eco nômica, resultante da implantação do Plano Real em 1994, têm favorecido o crescimento do mercado segurador, mas devem ser aprofundados pela elimina ção dos excessos de amarras regulamentares, que deseslimulam a livre inicia tiva, e dificultam a criação e oferta de produtos vitais para o consumidor, par ticularmente no âmbito dos contratos de assistência à saúde.

Manifestam, finalmente, sua apre ensão diante da morosidade do processo de privatização do IRB, que integra a política de desestatização do Governo Federal e que tem sido reclamado como determinante à modernização do mer cado de resseguros, fortalecimento do sis-

tema de livre formação e conseqüente barateamento de preços, estímulo à cri ação de novos produtos e inserção do mercado brasileiro no ambiente interna cional, em condições de credibilidadejunto aos investidores estrangeiros.

Firmadas na expectativa e nos prin cípios acima enunciados, as empresas do setor assumem, neste momento, di ante da sociedade brasileira aqui repre sentada pelo Excelentíssimo Senhor Pre sidente da República, um compromisso institucional de empenho e de trabalho que compreenderá:

Intensificação da oferta de proteção ao setor industrial do País, como for ma de preservação e estímulo ao au mento da produção, evitando-se a interrupção no processo produtivo.

Desenvolvimento de produtos voltados à proteção dos mecanismos de expor tação, as atividades agro-industriais e o ecossistema, em face dos riscos de mudanças climáticas, e no sentido da promoção do desenvolvimento limpo.

Promoção das modalidades do seguro saúde, como forma de disponibilizar serviços de assistência médico-hospitalar, levando à opinião pública a correta informação relativa à presença complementar das seguradoras na ta refa da universalizar a proteção à saúde, preservado o caráter de atividade pri-

abaixo.de 1% do PIB, experimen tou expansão expressiva durante todos os anos de vigência do Real, saltando para quase 3% do PIB. O superintendente fez questão de des tacar "o milagre econômico pelo qual passou o segmento de previdência privada aberta", cujo índice de ex pansão passou a girar em tomo de 40% ao ano, do inicio da estabili dade da moeda em diante.

Entre as lideranças dos correto res, a presença de FHC é também destacada. "Na verdade, é a primei

ra vez que o presidente participa de uma solenidade do setor, e sua pre sença constitui-se um marco", assi nala Leôncio de Arruda, presidente da Fenacor. "A vinda do presidente é muito representativa para o mer cado", concorda Henrique Brandão, presidente do Sincor-RJ.

LINHA MESTRA. Na comemoração dos 50 anos da Fenaseg, foi entregue ao presidente a "Carta do Rio", docu mento que reúne as principais pro postas do mercado de seguros. "A

"Carta do Rio" é considerada a li nha mestra dos principais objetivos do mercado segurador brasileiro. Com estas metas, o desenvolvimen to acelerado do mercado segurador e da poupança de longo prazo, atra vés dos produtos de Previdência e de Capitalização, serão alcançados, sem dúvida, em um prazo muito cur to", traduz o presidente da Sul Amé rica, Patrick de Larragoiti Lucas.

vada na operação e na oferta de pro dutos ao consumidor.

Incretnento e difusão da Previdência Privada como forma de ampliação dos programas de aposentadorias livremente programadas, e das novas fiiodalidades de seguros de vida, provimento de rendas ou pecúlios, bem como a de mocratização do acesso aos produtos destinados à população de baixa ren da.

Esclarecimento à sociedade sobre a ati vidade seguradora, transparência nas relações de contrato, presteza na pres tação de serviços, respeito aos direitos do consumidor, diálogo com o Judici ário, os Procons e outros núcleos de defesa dos direitos de cidadania. Combate intensivo à fraude, que afronta a sociedade e as leis. desmoraliza as instituições, desordena e encarece o se guro.

Parceria com as Secretarias de Segu rança, Defesa Civil e outras entidades públicas, visando à diminuição da 5inistralidade relacionada à vida, ao pa trimônio e ao trabalho, e à prevenção e redução dos índices de acidentes.

Ênfase ao processo de formação de pro visões de longo prazo numa perspecti va de, nos próximos 10 anos, alcançar o montante correspondente a 20% do PIB brasileiro.

Efetivação da quebra do monopólio do

Seguro de Acidentes do Trabalho, com a conseqüente ampliação de seu ca ráter indenizatório, visando à prote ção do trabalhador, à prevenção e di minuição dos índices de sinistralidade.

Os seguradores enfatizam que a efe tiva realização desta proposta, e o êxito de sua missão de assegurar a paz e a tranqüilidade às famãias e aos agentes econômicos, pressupõe a contrapartida de um cenário de estabilidade econômi ca.

Pressupõe que o Estado Democráti co, ao evoluir do intervencionismo que inibe a livre iniciativa, para a legitimi dade de sua missão de garantidor das liberdades individuais e institucionais, firme com o mercado o pacto da moder nização dos mecanismos de controle, fis calização e regulamentação do setor, que devem prioritariamente atentar para a preservação da solvência, a formação de reservas e o estímulo à auto-regulação.

Pressupõe que o Estado, ciente da necessidade da universalização das ga rantias e certezas propiciadas pela ativi dade seguradora, atenda à justiça das reivindicações do setor, e defina uma política tributária que favoreça a massificação democratizada dos produ tos de vida e previdência com formação

O documento do mercado de se guros reconhece que o ambiente de estabilidade econômica viabilizou a de reserva.

As empresas do setor esperam, tam bém, que se complete o processo de Re forma da Previdência; a regulamenta ção do Artigo 192 da Constituição Fe deral; a conclusão do processo de regu lação do setor de assistência comple mentar à saúde; a efetivação das medi das já anunciadas, relativas às políticas de segurança piíblica e combate à criminalidade; a retomada dos progra mas de política social, voltados à gera ção de emprego, a distribuição mais justa da riqueza nacional, medidas que deve rão facilitar o acesso da população ao sistema de proteção propiciado pelo Se guro.

Para tanto, as empresas segurado ras, responsáveis pela fonnaçõo de par cela significativa da riqueza nacional, firmam neste momento, em Presença do Excelentíssimo Senhor Presidente da República, sua disposição de presença participativa no debate sobre as ques tões essenciais do desenvolvimento do País, à busca da tranqüilidade e da Paz Social.

Rio de Janeiro, 27 de agosto de 2001

Nas comemorações do Cinqüentenário de Fundação da Fenaseg

ANOS política1
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lULHIVAGOSnVSETEMBRO DE 2001
JULHO/AGOSTO/SETQtBRO DE 2001
REVISTA DE SEGUROS 21.A

expansão do setor, mas existem ain da amarras reguiamentares a serem abolidas. Reclama da morosidade da conclusão da venda do IRB e destaca outros anseios do setor. Como exemplos, os seguradores reivindicam a conclusão do processo de reforma da Previdência; a regulamentação do artigo 192 da Constituição; o térmi no da regulamentação do setor de assistência complementar à saúde.

No plano macroeconômico, pe dem a geração de programas de geração de emprego; mecanismos de distribuição mais justa da riqueza nacional, formas indiretas de am pliar o acesso ao mercado de segu ros. Sobre a questão do resseguro, Portocarrero considera a solução de venda do IRB um importante passo de "transformação qualitativa do mercado de seguros brasileiro".

Na sua opinião, o fato de as operações de resseguro permanece rem fechadas onera o chamado Custo Brasil. Até porque os seguros industriais, em um modelo de ex clusividade, carecem de competiti vidade e de inovações comuns em um mercado de livre concorrência. O titular da Susep reconheceu que a quebra do monopólio do resse guro é uma das reivindicações re correntes das seguradoras, por ace nar com a perspectiva de redução de custos aos consumidores.

Mas a demora em executar a venda do IRB Brasil Re não faz o titular da Susep aderir à tese de que deva ocorrer a simples abertura das ope rações de resseguro. Nesse sentido, assinala que, sem o apelo de aber tura gradual do resseguro, o Gover no deixaria de arrecadar o que pla neja no programa de privatização do órgão ressegurador.

De qualquer forma, ele conside ra a concorrência bem-vinda no seg mento de resseguro e acrescenta que este fato fará o mercado experimen tar um novo salto de produção, es pecialmente na linha de seguros agre-

gados. A flexibilização, para ele, pode reduzir o número de seguradoras presentes no mercado, mas haverá uma melhor distribuição de merca do entre as companhias restantes. Ele não chega a considerar a redu ção do número de seguradoras ne gativa, até porque hoje existem empresas que basicamente operam o bilhete DPVAT, apólice obrigató ria de veículos auto-motores, e retrocessão obrigatória.

REIVINDICAÇÕES. Ao comentar a "Car ta do Rio", Leôncio de Arruda lem bra que o documento reúne antigas reivindicações do mercado e sua im plementação tem condições de con tribuir para o fortalecimento da pou pança interna do País. As reservas técnicas provenientes dos seguros de benefícios podem somar R$ 100 bilhões em dez anos, se houver efe tivo estímulo; e as seguradoras em si estão aptas a atrair mais investi mentos diretos no País, por meio

COMUKICADO

AO MERCADO DE SEGUROS

A Molicar identificou no mercado a necessidade de dar continuidade ao processo de iiquidação de sinistros de automóveis com perda total e decidiu ampliar sua prestação de serviços às seguradoras,administrando processo que garanta o destino tecnicamente mais correto do salvado. O projeto prevê a baixa do salvado no respectivo Detran e a reciclagem do veículo com aproveitamento das peças,sucatas e resíduos. Inicialmente, a reciclagem abrangerá veículos salvados de uma só marca e adquiridos exclusivamente de seguradoras.As peças não danificadas no sinistro serão colocadas no mercado com garantia de origem e qualidade.

■ Renato Campos Martins Filho, vice-presidente da Fenaseg,fez a leHura do documento

de associações com multinacionais, assinalou.

Na opinião de Henrique Bran dão, a "Carta do Rio" expressou as angústias do mercado com apuro, ao reclamar o repasse dos seguros soci ais à iniciativa privada ou pelo me nos a quebra do monopólio, como nos casos do Acidente do Trabalho e planos de resseguro. O seguro de Acidentes do Trabalho poderia fa zer o mercado expandir em no mí nimo 1% do PIB, com um adicio nal de prêmios de R$ 5 bilhões no prazo de dois a três anos após a reestruturação.

A perspectiva futura de crescente redução do teto da previdência pu blica, para ele, é outra contribuição importante para a expansão das se guradoras. Henrique Brandão espe ra que FHC, após a "Carta do Rio", restabeleça a vontade política para tocar as reformas setoriais e estrutu rais para a plena expansão do mer cado de seguros.

A Moiicar constatou air.da sinergia entre a nova atividade e seu expertise na gestão de sinistros de automóveis,informática e autopeças disponíveis em seu banco de dados. Definiu ainda como objetivo tornar o processo de reciclagem de veículos no Brasil como modelo para o mercado, na sua estrutura, nos aspectos tributários e na preocupação em preservar o meio ambiente. Utilizará métodos de trabalho, tecnologia e sistemas de controle modernos, buscando experiências de outros países onde essa atividade está bem desenvolvida.

O projeto de reciclagem de veículos salvados dá prioridade ao interesse das seguradoras,e não à comercialização de autopeças. Naforma como está direcionado,seu sucesso vai depender do grau de comprometimento das seguradoras em apoiar a iniciativa e contribuir para a divulgação do conceito da peça original usada,com garantia de procedência e qualidade, e cuja utilização, nofuturo, poderá estar prevista nos contratos de seguros, como já ocorre em outros países.

molicar

Peças com origem e qualidade

22.REVICTA DE SEGUROS
A.
JULHO/AGOSTO/SETEMBRO DE 2001
o XX 11 5592-5100 www.molicar.com.br L

HOMENAGENS ESPECIAIS

Osempresários Antonio Caries

de Almeida Braga e Beatriz

Sanches de Larragoiti Lucas re ceberam uma homenagem especial durante a Comemoração do Cinqüen tenário da Fenaseg por sua contribui ção, cada um a sua maneira, para a expansão e consolidação do mercado de seguros no Brasil. O paulistano An tônio Carlos de Almeida Braga, Braguinha como é carinhosamente cha mado,largou os estudos ainda no gi násio para trabalhar em seguros. In gressou no mercado aos 17 anos, na contabilidade da Atlântica Seguros, sediada no Rio de Janeiro, e da qual seu pai era um dos sócios. Depois de debutar na área, foi para os Estados Unidos, onde trabalhou na Home Insurance durante três anos, e fez um curso de corretor de seguros. Voltou ao Brasil aos 23 anos, trazendo na bagagem uma certeza: o mercado de seguros era um dos mais promissores no mundo inteiro e por isso não po dia ser diferente em seu país."Meu pai

tinha outros negócios e eu nunca me interessei porque acreditava que o se guro tinha futuro, pois era muito im portante no resto do mundo. E eu sa bia que mais cedo ou mais tarde este desenvolvimento ia chegarão Brasil", afirma.

trajetória empreendedora.Duran

te o Governo de Carlos Lacerda, o empresário foi convidado a assumir a presidência do Banco do Estado da Guanabara,transformando-o em orga nização moderna e poderosa.Em 1971 ao retomar à Aüânüca Seguros,já como presidente da companhia,deu início a

uma trajetória empreendedora.A segu radora ocupava a quarta posição. Seu primeiro passo foi incorporar o grupo Boavista. Depois disso, Braguinha apro veitou um incentivo do Governo,que decidiu enxugar o mercado de seguros. Cada três companhias que se juntas sem,tinham direito a operar no ramo vida também.Com isso eu fui juntan do e fiquei com nove companhias. Comprava tudo no peito e na raça, pois não tinha dinheiro. Era tudo na base do crédito", conta, Ele investiu também na parceria

com as companhias estran geiras."Em cada companhia eu fazia sociedade com uma estrangeira.Todo mundo di zia que eu era louco, mas fiz a coisa mais certa do mun do",lembra. O empresário também foi o grande incentivador da parceria se guro e banco.Incompreen dido pelos corretores de se guros, Braga achava que a parceria ajudaria na divulga ção e na expansão do merca do. "Com a parceria ficou muito mais fácil vender se guro. Os corretores protesta ram, mas acho que hoje já entenderam. Tinha vanta gens, porque, normalmen te, os bancos comercializa vam através dos corretores e esta parceria aumentou as vendas".

Em 1982,já com o Gru po Atlântica Boavista de Seguros integrado por 21 empresas, Braga associou-se ao Banco Bradesco,"Cheguei à conclu são de que devia me juntar a um banco e escolhi o maior da época". E assim,a Atlântica-Boavista passou a se chamar Bradesco Seguros. "Era mais fácil asso ciar a imagem. Falando apenas Bradesco já se pensava em seguro,ban co, tudo. O Amador(Aguiar,dono do Bradesco) achou difícil eu abrir mão do nome de um negócio que eu tinha feito, mas achei que era mais prático e útil mudar".

Em 1986,ao-completar 66 anos,o empresário,fluminense "roxo",vendeu

Em 1986, ao completar 66 anos, o empresário, fluminense "roxo", ven deu sua posição acionária, renunciou à presidência do Grupo Bradesco e dedicou-se intensamente aos esportes e às viagens, duas de suas paixões. "Minha paixão pelos esportes vem des de criança. Já fiz muitas loucuras pelo esporte,como viajar 36 horas de avião, e mais 12 de carro para assistir a um amistoso de Brasil e Portugal, que aconteceu em Porto, Portugal". Hoje, mantém a jovialidade atualizando-se - Braga se diz louco por jornais, revis tas e Internet, e praticando diariamen te golfe, natação e alongamento.

FORÇA FEMININA. Beatriz Larragoiti Lucas, bisneta do fundador do Gmpo Sul América Seguros,Joaquim Sanchez Larragoiti, ingressou no mercado em 1982 e logo mostrou a força da mu lher. Formada em psicologia, não ti nha experiência no ramo de seguros, mas com dedicação, paciência e mui ta leitura conseguiu tornar-se uma das mais respeitadas administradoras do setor. "Naquela época não se prepara va a mulher para o mercado de traba lho", explica.

Mesmo assim, antes disso, ela ou sou trabalhar e bem longe daqui. Radicada na França, em 1960, depois de um desentendimento com o pai, Antônio Sanchez Larragoiti lúnior, foi trabalhar como intérprete simultânea na sede da Unesco. "Eu estava zanga da com meu pai e não queria o apoio dele, queria me virar sozinha e a úni ca coisa que eu sabia fazer era falar várias línguas". A atitude aproximou o pai que ficou orgulhoso com sua re ação."Ele achou ótimo esta minha ex periência".

Em 1982 assumiu a vice-presidên cia do Conselho de Administração da Sul América Seguros. "Quando assu mi não tinha preparo suficiente, mas tive a sorte de estar rodeada de pesso as muito competentes e o importante era eu estar presente", conta. Ao invés de apenas participar das reuniões do

Amemória do"Cronista do mercado de

seguros", como era chamado o jornalista e consultor técnico Luiz Mendonça, também foi reverenciada pela Fenaseg pelos 50 anos em íjue ele trabalhou na Federação e no instituto de Resseguros do Brasil. O homenageado, falecido em fevereiro deste ano, fez parte da exposição realizada na solenidade comemorativa do cinqüentenário da entidade representativa das seguradoras.

Conselho, Beatriz fazia questão de tra balhar todos os dias e passou a acom panhar de perto as ações dos executi vos. "Quando ia tudo bem batia pal mas, quando não, fazia um monte de perguntas para saber o que estava acontecendo. Acho que isso estimula va as pessoas". Beatriz aprendeu na prática e além da rotina diária, utili zou a leitura como grande fonte de informação. "Eu não podia fazer per guntas para os executivos, Então lia a Rei'i5W de Seguros, e muitos livros so bre o assunto", relembra.

Apesar de atuar em um mercado que, na época,era basicamente forma do por homens, e bastante conserva dor, Beatriz Larragoiti não deixou que a discriminassem por ser mulher. "Re solvia as crises com bom senso. En contrei preconceito, mas não deixei me abafarem", conta. Hoje, apesar do avanço, ela acha que ainda existem

poucas mulheres em cargos importan tes no Brasil e no próprio mercado. Temos aqui hoje uma diretora e uma vice-presidente, que assumiu recente mente. Mas acho que ainda é pouco", admite, dizendo que as mulheres tem um papel importante a desempenhar neste mercado.

Atualmente, além do trabalho, Beatriz se divide entre filhos e netos, viagens, e muita leitura. "Adoro ler li vros de história". Ao final da entrevis ta, ao mostrar a galeria de quadros que decora os extensos corredores do quinto andar da sede da Sul América, no Rio de Janeiro, onde está sua sala, a executiva dá uma pequena mostra do lema da companhia. De um lado belos quadros dos fundadores e de todos os ex-presidentes da compa nhia, do outro só quadro de pintores modernistas. Prova de que tradição e modernidade podem andar juntas.

PERSONALIDADES
A história destas duas personalidades do empresariado nacional se confunde com a história do seguro no país
i. /A .21.REVISTA DE SEGUROS
1 Braguínha e Beatriz Larragoiti: representando os empresários do setor
iULW/AGOSTO/SEIEMBm DE 2001
JUUKVAGOSTO/SETEWBRO DE 2001
REVISTA DE SEGUROS.25.A

ELES FIZERAM A HISTÓRIA DA FENASEG

Passaram pela Fenaseg, nesses 50 anos, 14 presidentes. Conheça agora o perfil dos cinco que foram homenageados na festa do cinqüentenário e que estão em pleno exercício de suas atividades no mercado de seguros

PRESIDENTES/GESTÕES

'I* Carlos Luz

'•♦Vicente Gailiez

*>Ângelo Cerne

*> Cláudio Rossi

♦> Humberto Roncarati

<'Carlos Mello

*•♦ Rafhael de Almeida Magalhães

♦•♦ Raul Rudge

*•• Carlos Frederico da Motta

Clínio Silva

•^VietorAnhur Renault

Sérgio Ribeiro

yl» Rubens dos Santos Dias

*•*loão Flisio Ferraz dos Santos

1951 -56/

1951-54

- 66

1956 - 62/ 1966 - 68

1962 -64

1967- 68

1968 - 71

1971 - 74

1974 - 77

1977- 80

1980 - 88

1983 - 86

1986 - 89

1989 - 92 1992 -

Advogado, ocupou vários cargos em ór gãos públicose privadoscomo, porexemplo: secretário de Planejamento do Estado da Guanabara (1960 a 64), vice-governador e governador em exercício Estado do Rio de Janeiro (1964 a 65), presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano do Estado da Guanabara (1963 a 65), deputado federal pela Arena (1967 a 70), vice-líder do Gover no Costa e Silva na Câmara dos Deputados (1967), presidente da Fenaseg (1971 a 73), diretor deAssessoria Especial da Light (1972 a 74), vice-presidente de Planejamento do Grupo Atlântica Boavista de Seguros (1973 a 76), presidente da Comissão de Estudos Constitucionais (1985 a 86), ministro da Pre vidência e Assistência Social (1986 a 87), se cretário de Cultura do Estado do Rio de Ja neiro (1988), secretário executivo do Conse lho Coordenador das Ações Federais no Es tado do Rio deJaneiro. Atualmente, entre ou tras atividades, tem acento no Conselho Es tratégico da Inepar, do Conselho Consultivo da Vallourec & Mannesmann Tubes e no Conselho Administrativo da Cia. de Seguros da Aliança do Brasil.

■ CARLOS FREDERICO DA MOTTA

Sua primeira incur são no mercado de segu ros foi como diretor da Ajax Corretora de Segu ros, aonde trabalhou de 1963 a 1974. De lá, foi para a Atlântica Compa nhia Nacional de Segu ros, para assumir a vicepresidência de assuntos iniemacionais da empre sa, que depois foi com prada pelo Grupo Bradesco Seguros. Ele permaneceu na Bradesco até março de 2Ü01, tendo ocupado os cargos de vice-presi dente executivo e, nos últimos dois anos, de membro do Conselho de Administração. Também advogado, foi presi dente do Sindicato das Seguradoras do Estado do Rio de Janeiro e vice-presidente da Fides (Federação Interamericana das EmpresasdeSeguros) no mesmoperíodo: de 1974 a 77. Em 1975 assumiu a direção da seguradora america na Atlantic Insurance Company, ficando no cargo até 1985. Presidiu a Fenaseg de 1977 a 80, ano em que iniciou sua gestão napresidênciada Funenseg, tendosido reeleitopara mais dois mandatos consecutivos (1983 e 1986).

VinTOR ARTHUR RENAULT

Formado em Direito, dirigiu o Grupo Segurador Brasil entre 1963 a 72, e o Sindicato das Empresas de Seguros e Capitalização do Estado de Minas Gerais de 1966 a 69. No Gmpo Na cional, no período compre endido entre 1972 a 188, foi diretor-presidente das empresas Nacional Com panhia de Seguros, Segura dora Industrial e Mercantil Nacional Companhia de Ca pitalização. Também comandou, por seis anos / 83), o Sindicato das EmpresasdeSeguros e Capitahzaçao do Estado do Rio de Janeiro. Atuou como membro do Conselho de Administração da Prever de 1982 a ^ a Fenaseg, ocupou a presidência na gestão 1983 / cio-diretor da Union Consülloria Técnica e Administrati vaeCorretagemdeSegurosdesdeasuafundação,em 1991.

■ SÉRGIO RIBEIRO

OTrabalhou como funcionário na Superintendência da Moeda e de Crédito de 1953 a 64, ten do sido, nos últimos quatro anos, economista do órgão nos últi mos quatro anos. Desempenhou a função de diretor-superintendente da Caixa de Amortização, subordinada diretamente ao Ministério da Fazenda, de 1965 a 67. Foi vice-presidente do Unibanco de 1968 a 73, diretor do Banco Central do Brasil na área de mercado de capitais de 1974 a 78, e vice-presidente do Grupo Sul América Seguros no período 1979 a 89. A partir de 1979 tornouse membro do Conselho de Adminisuação do Grupo, cargo que ocupa até hoje.

RUBENS DOS SANTOS DIAS

Passou a maior pane de sua vida profissional no Grupo Itaú Seguros. Foram 54 anos (1944 a 98), diri gindo, em períodos distin tos, as empresas Itaú Winterthur Seguradora, Itaú Previdência Privada, Seg Pan, Ilauwin Administração Panicipação, Itauseg Admi nistradora de Imóveis e Fundação Itaubanco. Foi su plente da Diretoria do Sin dicato das Seguradoras do Estado de São Paulo de 1980 a 83, e vice-presidente em dois mandados consecutivos - 1983 a 86 e 1986 a 89. Ocupou também a vice-presidência da diretoria exe cutiva da Associação Nacional das Companhias de Se guros entre 1984 e 90. Foi suplente da Diretoria no Sindicato das Entidades Abertas de Previdência Privada no Estado de São Paulo no período 1987 a 90. Presi diu o Comitê de Divulgação Institucional do Seguro (Codiseg) de 1989 a 90. Eleito membro efetivo do Con selho Fiscal do então Instituto de Resseguros do Brasil - IRB, em 1984, permaneceu no cargo até janeiro de 89, quando solicitou afastamento por tempo indeter minado. Na Fenaseg, foi 1° secretário de 1986 a 89 e presidente de 1989 a 91. Desde 1991 vem ocupando o cargo de vice-presidente.

GALERIA
>■:
A 26. REVnSTA DE SEGUROS j
1964
95 / 1995 - 98/ 1998 - 01 / 2001 - atualidade
RAPHAEL DE ALMEIDA MAGfll HflFft
JULHO/AGOSTO/SETEMBRO DE 2001
JULHO/AGDSTO/^ETEMBRO DE 2001
REVISTA DE SEGUROS 27 A

ram nas filiais aqueles que entendiam mesmo do riscado", recorda-se.

ESTADO DE ÂNIMO.O paulista Sérgio Túbero,81 anose52 de mercado,exibe em seu currículo que se encontra na Companhia deSeguros Aliança da Bahia "de 1967 aos dias auiais",tendo exerci do asfunções de gerente geral, assistente da superintendência, procurador, dire tor,vice-presidente e membro do conse lho de acionistas."O mercado segura dor acompanhou com folga as mudan

Uma lição de vitalidade

A Fenaseg homenageou os 69 profissionais mais antigos do mercado e a "Revista de Seguros", na impossibilidade de conversar com todos,

relata a trajetória vitoriosa que marcou a carreira de três deles

OScientistasenvolvidoscom pes

quisas de longevidade deveri am prestar mais atenção ao mercado segurador. Não para atuali zar as informações que embasam os cálculos atuariais, mas porque o mer cado concentra um time de "jovens antigos" de fazer inveja a outros seto res. £ o que é mais importante; a mai or parte deles em atividade!

A expressão "jovens antigos", ali ás, foi cunhada por um desses intrépi dos rapazes, o paraibano Celedônio Leonardo de Paiva e Souza, de 80 anos, 56 deles dedicados à atividade seguradora. Quando começou sua car reira, na Sul América, era inspetor de seguro de vida individual."Nessa épo ca ainda levávamos o médico conosco para fazer exame nas pessoas que que riam contratar o seguro", conta ele. Hoje, Celedônio — que está no tercei ro mandato como secretário do Sin dicato dos Corretores de Pernambuco gostar de citar Platão para incenti

var os corretores a investir na forma ção, inclusive dominando a informá tica. "A teoria sem a prática é anêmi ca, e a prática sem teoria é estúpida", diz ele, que digita no computador as aònicas e poesias do livro'Retalhos do Meu Nordeste', que pretende publicar em breve. O livro, é claro, está sendo produzido nos momentos de folga, porque Celedônio não parou de tra balhar.

LADAINHA. Já Gerson Rollin Pinhei ro, um carioca de 83 anos e 62 de ati vidade seguradora, ri quando se recor da da ladainha dos funcionários len do as propostas em voz alta para que um colega cotejasse os dados com a apólice e, assim, evitasse os erros. "Funcionária boa era aquela que ba tia o maior número de apólices por dia", diverte-se.

Mais do que a memória do merca do segurador, Gerson viu desfilar di ante de seus olhos a história da eco

nomia brasileira. "Eu vi a nacionali zação da atividade seguradora por Getúlio Vargas, acompanhei a 2^ Guerra Mundial, o surgimento da indústria automobilística e da Companhia Si derúrgica Nacional. Eu fiz seguro de acidente de trabalho para os candan gos que ergueram Brasília. O seguro garantiu o crescimento do Brasil!", orgulha-se.

Martinho da Luz, um gaúcho de Bagé que vive em Porto Alegre, está envolvido com seguros desde 1946. Aos 72 anos, em plena atividade, tra balha com renovação de apólices, co brança e visita a segurados. "Eu sem pre trabalhei com a parte de contabi lidade das seguradoras", conta. O fato que mais o marcou profissionalmen te foi o advento da informatização. "Aquilo foi uma chacoalhada no mer cado e na vida das pessoas. Acabaramse os registros, os livros, as fichas e fichários. As matrizes passaram a cen tralizar a emissão de apólices. Só fica

ças que se processaram na economia mundial e no Brasil", afirma ele.

Pedro de Paula Pinto, mineiro de Rio Novo que adotou Vitória, no Espíri to Santo,como lar há mais de 50 anos, ingressou muito jovem na atividade se guradora.O corretor, nascido em 1924, já trabalhava em 1938. Ele lembra que nem sempre a conjuntura ajudou o mercado a se desenvolver.'Tivemos um penodo de alta inflação,durante vários anos,que prejudicou o aesdmento das carteiras.A partir de 1994,com o plano

PROFISSIONAIS HOMENAGEADOS PftA FENASEO

Alceu dos Santos (PR) - 58 anos

Amaury Freire Gameiro (PR) - 53 anos

Antonio Volkov (PR) - 53 anos

Armando Borgato (SP) - 60 anos

Ary Puente dos Santos (RS) - 58 anos

Augusto Godoy (RJ) - 57 anos

Benito Carlos Fagundes da Silva

Bernardino da Rocha Bessa Borges (RJ) -

Breno Benício Schamann (RS) - 54 anos

Carlos Fernando Priess (SC) - 52 anos

Celedônio Leonardo de Paiva e Souza (PE)"^

Celso Faiabella de Figueiredo Castro (MG) «"'ob

Daer Bonadio (PE) - 60 anos

Daniel Lopes Mafra (SC) - 55 anos

Denio Leite Novaes (PR) - 56 anos

Dimas Camargo maia (SP) - 73 anos

Dirceu Werneck de Capistrano (PR) - 50 anos

Domingos Manzi (GO) - 51 anos

Eratosthenes Pacheco de Castro (RJ)

Fernando de Almeida Cardoso (RJ) - 50 anos

Fideli Mastrascusa (RS) - 56 anos

Francisco José Telles Rudge (RJ) - 53 anos

Francisco Paschoa (SP) - 54 anos

Geraldo de Oliveira (MG) - 58 anos

Geraldo Dias Moura de Oliveira (MG) - 59 anos

Gerson Rollim Pinheiro (RJ) - 62 anos

Guldo Magnani (SC) - 59 anos

Hélvio de Mendonça Vianna (RJ) - 55 anos

Ivan Beira de Castro (RJ) ~ 56 anos

Ivo Roberto Collares (RS) - 59 anos

Jair de Mello Moreira (MG) - 63 anos

Januário Anunciato (SP) - 52 anos

João Baptista (RJ) - 56 anos

João Gilberto Possiede (PR) - ^5 anos

João Damasceno Duarte Filho (RJ) - '6 anos

Real,efetivamentesurgiram novas pos sibilidades para o mercado,com a es tabilização econômica",analisa.

E é Pedro Paulo quem resume o es tado de ânimo da turma campeã de longevidade:" ainda há muito o que fazer, principalmente na qualificação das pessoas, não só no setor de vendas como na orientação administrativa,en fatizando muito o atendimento ao grande público consumidor". A nova geração certamente concorda e assina embaixo.

• Joaquim Garcia de Campos (PR) - 50 anos

• José Carneiro de Araújo (MG) - 61 anos

• José Pereira Lima (MG) - 55 anos

• José Perugini Júnior (SP) - 51 anos

• Laedio do Valle Ferreira (RJ) - 55 anos

• Leo Alceu Hatschbach (PR) - 57 anos

» Uno Oyola Neto (PR) - 59 anos

• Lyrio do Valle (RS) - 61 anos

» Mário Guimarães Alves Vilela (RJ) - 56 anos

• Martinho da Luz (RS) - 55 anos

• Manuel Sebastião Soares Póvoas (SP) - 50 anos

» Milton Duque Estrada (RJ) - 50 anos

» Newton Viliar Brandão (MG) - 54 anos

• Nelson Ghislain Collart (RJ) - 66 anos

• Neval Menzione de Carvalho (RJ) - 50 anos

» Nilton Alberto Ribeiro (RJ) - 59 anos

• Nilton Jonard Vieira (RJ) - 58 anos

• Oraido Ayres de Oliveira (RS) - 55 anos

• Orivaldo Fernandes (SP) - 50 anos

• Paulo Careili (RJ) - 50 anos

• Paulo Ferreira (RJ) - 53 anos

•Pedro de Paula Pinto (ES) - 63 anos

• Plácido Rocha Miranda (RJ) - 61 anos

• Rene de Souza Bonavita (SP) - 52 anos

• Ricardo Varella (RJ) - 61 anos

• Roberto Alvarenga (RJ) 59 anos

• Roberto Lupinacci (RS) - 54 anos

• Roberto Luz (SP) - 56 anos

» Rubens dos Santos Dias (SP) - 53 anos

• Rubens Vecchio (SP) - 56 anos

• Sérgio Túbero (BA) - 52 anos

• Sylvio M. F. Garriço (RJ) - 66 anos

• Valdir Ferreira Kersting (RS) - 51 anos

• Wander José Chavantes (RJ) - 56 anos

ANOS ANTIGOS DO MERCADOi
■ José Carneiro de Araújo, diretor-presidente da MInas-Brasil, recebe troféu em nome dos 69 mais antigos do mercado de seguros no Brasil
Aü.28.REVISTA 06 SEGUROS JULHO/AGOSTO/SETEMBRO DE 2001 JUmO/AGOSTO/SETEMBRO DE 2001 REVISTA DE SEGUROS 29 A

NOVIDADES NA CORTÉIMPERIAL DO BRASIL

Num ano em cfue os fatos políticos balançavam os alicerces da Corte, um dos principais acontecimentos financeiros do País foi a criação da primeira seguradora brasileira. Em 1845, surgia a Argos Fluminense, hoje Chubb do Brasil.

Em 1845, dois fatos políticos de grande significado chega ram ao conhecimento da Cor te Imperial do Brasil e dos súditos de Sua Majestade, Dom Pedro II. O pri meiro foi o fim da Revolta dos Farra pos, rebelião que se arrastava há dez anos e que opôs a Regência a liberais exaltados da província do Rio Gran de, defensores do federalismo e da República. O outro foi a aprovação, pelo Parlamento britânico, da Lei Bill Aberdeen, que dava à poderosa Mari nha de Guerra inglesa o direito de aprisionar navios negreiros em qual quer ponto do Atlântico, ferindo de morte o tráfico de escravos para o Brasil, que tomou-se muito arriscado e pouco lucrativo.

Nos meios financeiros da Corte, a novidade naquele ano foi o surgimen to, a 14 de novembro, da Companhia de Seguros Contra o Fogo Argos Flu minense, resultado da união dos empresários Antonio Alves da Silva Pinto lúnior, Alberto Antonio de Moraes Carvalho, Joaquim José dos Santos Júnior, Joaquim Pereira Peder neira e Amadeo David, todos do Rio de Janeiro, que somaram um capital de mil contos de réis para dar impul so à iniciativa. O local de reunião da histórica primeira assembléia dos acionistas foi um prédio da Rua da Quitanda 95.

Para se ter uma idéia do valor da

quantia,o Produto Interno Bmto(PIB) do país, na época, era de apenas 50 mil contos de réis, embora os tem pos fossem de crescente prosperida de: crescia a produção interna, o go verno esforçava-se para equilibrar o câmbio e o déficit orçamentário di minuía. Em 1846, uma lei autorizava o governo a retirar de circulação o excesso de papel moeda e em outu bro do ano seguinte outra lei estabe lecia o padrão ouro para a nossa moeda, ficando a prata como moeda divisionária. A novidade, hoje, é que a Argos - ou melhor, a Chubb do

Brasil Cia. de Seguros - é a única empresa remanescente daqueles tem pos heróicos, em que nem leis havia para regulamentar a atividade.

PALAVRASAGRADA.Data de7 de ja neiro de 1846 a emissão da primeira apólice da nova seguradora, benefi ciando Lourenço Pinto Guerra, pro prietário de "huma morada de casas de dois andares sita no Largo do Rocio número 43", no Rio de Janeiro. O valor da apólice era de 12 contos de réis, mas apenas doze meses depois a seguradora daria mostras de que

viera para ficar: ao final de seu pri meiro ano de operações, os valores segurados pela companhia já atingi am mais de dez mil contos de réis e os prêmios de seguros eram pagos em "letras a prazo de seis meses." E, numa prova de que desde seu nasci mento confiança era uma palavra sagrada para a Argos, todas as opera ções eram feitas até então sem leis reguladoras, que só surgiriam em 1850, com a promulgação do primeiro Código Comercial Brasileiro.

No rastro do novo código surgem, entre 1851 e 1858, pelo menos 15 novas companhias de seguros, levan- ^ do os administra dores da Argos a praticar um novo tipo de pioneirismo:a fusão. Em 16 de janeiro de 1858, com a rubrica de Sua Majestade o imperador Dom Pedro, é assinado pelo marquês de Olinda o decreto número 2079 do Governo Imperial aprovando os estatutos e autorizando a fusão das sociedades Argos Flumi nense e Phenix Fluminense para fun cionarem sob o título da primeira. E, com exceção desta, todas as empre sas dos primeiros tempos da ativida de de seguros no país desapaieceiam.

O novo século vai encontrar a Argos estruturada em um dos três andares de um moderno prédio - para os padrões da época - na Rua da Al fândega número 7, no Centro do Rio, edifício ainda existente mas servindo a outros fins. A Guerra do Paraguai, a libertação dos escravos, a Procla-

mação da República e a instabilidade política e econômica vigentes foram sobressaltos transpostos pelos primei ros administradores daquela que pas sara a ser, então, a Companhia de Seguros Terrestres e Marítimos Argos Fluminense.

"A marca da companhia era um olho, o símbolo de Argos, deus da mitologia grega. Como antigamente a maioria dos investimentos da em presa era em imóveis, essa marca pas sou a ser visível em muitos prédios do Rio", assinala o atual presidente da Chubb do Brasil, Mario de Almei-

vida em grupo. A companhia tinha então cerca de 60 funcionários, uma filial em São Paulo e equipamentos que a moderna tecnologia aposentou compulsoriamente, como calculado ras manuais e pesadas máquinas de escrever.

ARGOS FLUMINENSE

publicadoemmeadosdoséculoXIX

da Rossi, que ingressou na compa nhia em 1967, como advogado.

Um pouco antes, em 1958, a carta-patenie da Argos passara a perten cer à empresa americana General Reinsurance, dedicada ao ramo de resseguros. No início da década se guinte, a empresa transferiu-se para um andar inteiro na Avenida Rio Branco número 4, ao mesmo tempo em que ampliava sua carteira de se guros, mantendo seus tradicionais ramos de incêndio e transporte, mas passando a operarem outras áreas do jjeauro, principalmente no ramo de

N OVA FlLOSOFIA. Uma sociedade en tre dois gigantes do mercado finan ceiro dos Estados Unidos, o Citibank, presente no Brasil desde o início do século, e a Chubb, seguradora de caraaerísücas únicas em termos de qua lidade, ambos sediados na região de Nova Iorque, mudaria mais uma vez os destinos da Ar gos. Ao adquirir o controle acionário da Argos, em 1973, a Chubb e o Citibank imprimi ram nova filosofia à empresa, expres sa, de imediato, numa expansão geogratica, com a abertura de filiais em Belo Horizon te, Porto Alegre, Cu ritiba, Recife, Manaus e Blumenau, e no desenvolvimento de novos negó cios. "Doze anos depois, em 1985, houve a mudança da matriz, do Rio para São Paulo, onde o mercado mos trava um crescimento maior", recor da Rossi.

Com a compra, pela Chubb, da participação acionária do Citibank, em 1992, a Argos Fluminense passou a denominar-se Chubb do Brasil Cia de Seguros, identificando-se com a política de globalização da organiza ção, que conta hoje com 135 escritó rios em 33 países.

I SEGURADORA MAIS ANTIGA ■
N
Mario Rossi, presidente da Chubb do Brasil,é abraçado por João Elísio
A.30.REVISTA OE SEGUROS
JULHO/AGOSTO/SETEMBRO DE 2001
JULHO/AGOSTO/SETEMBRO DE 2001
Cduifio "AKOoa nimiREi Anúncio da Argos COMPANHIA DE SEGUROS TERRESTRES E MARÍTIMOS
FUNDADA EM 1646 DIHECTOBIA CAPITAL E RESERVAS cons.fiscal Henrique 'oi* GobcoWü EM AlWo L. Firiilca Charoi João RodtloQOD Tolxolra Jâr. LxOSCOkTOB V.F - Vdo Sou,a 6.453:089$823 )d r 19 títulos e haveres EM 90.S-9S 6.9 2 3:17 8$ 9 50 O"AUiraadt* H. BodriguRi Telep- 23-4954 - RUA DA ALFANDEGA,7 - Rio de laneiro isc ■inad» B. VISC. í. IMHCO. " Uns 4.n ^
REVISTA DE SEGUROS 31. A

tem feito para que estes Ministros en tendam o grau de importância da ati vidade de seguros do nosso País. O Presidente da República sentiu que o mercado segurador não só tem força, mas também necessidade de soluções. Êxito absoluto!"

que tudo transcorreu dentro da mais perfeita harmonia. Sob esse dois pon tos todas as pessoas que trabalham em seguro devem se sentir jubilosas. To dos devemos estar com a alma em fes ta com o desenrolar da atividade se guradora e do que houve naquele dia."

MERCADO TEM PROJEÇÃO E

RECONHECIMENTO MERECIDOS

Para os presidentes dos oito Sindicatos de Seguradoras que existem no País, a Festa de Comemoração dos 50 anos da Fenaseg foi um marco na história do setor e mostrou a pujança da indústria do seguro na economia nacional. A presença do Presidente da República, e de muitas outras autoridades, segundo estes dirigentes, revela que o mercado vem conquistando, a custo de muito trabalho e investimento, o reconhecimento e projeção merecidos dentro do cenário econômico brasileiro

■ ANTONIO TAVARES CÂMARA

"Achei a festa muito bem organizada. Com comparecimento de personalidades importantes do Governo.

Eu acho que a importância do mercado está sendo reconhecida, já que estamos crescendo cada vez mais. Éramos 1%e já estamos com 3% do PIB, e isso naturalmente chamou atenção das autoridades para esse se tor. E a perspectiva é de crescimento. Foi uma grande festa capitaneada pelo nosso presidente João Elisio".

■ ALBERTO contínentíno DE ARAIJJO

Em todo esse período em que venho traba lhando junto à Fenaseg e ao Sindicato, nunca vi um evento com prestígio

tão grande. O seguro está começando a ocupar um papel de muito relevo na economia nacional. Isso mostra que o prestígio da instituição seguro tam bém vem subindo paralelamente. Esse trabalho deve-se ao João Elisio, o pre sidente político, e que realmente deu peso à Fenaseg. Gostei demais do dis curso do Presidente da República por que achei um discurso sincero. O Pre sidente mostrou também um conhe cimento do setor e soube valorizar o que o mercado de seguros tem feito de bom para a economia, na parte de poupança de longo prazo. Achei mui to importante e interessante também a homenagem prestada aos segurado res antigos".

"O mercado segurador mos trou a sua pujança, a presenPARANÁ ça na economia nacional e que não é um segmento da economia de pequena importância. Acho que a Festa foi extraordinariamente prestigi ada, tendo o Presidente da República, Governadores e Ministros, isso revela um prestígio do presidente da Fenaseg com sua presença política, e o que ele

"A festa foi excepcional e atinpERMAWBuco giu todos as prerrogativas possíveis e imaginárias. Foi represen tada pelo expoente do Poder Executi vo, o Presidente, e seus Ministros. Enalteceu o setor de seguros. O mer cado de seguros nacional, no meu ponto de vista, começou a ser visto no contexto nacional depois do nos so grande presidente, João Elisio."

OSWALDO MÁRIO AZEVEDO

"O sucesso do evento foi RIO DE jANÊiTO enorme. Inclusive pela pre sença maciça de autoridades que prestigiaram, a começar pelo Presiden te da República. É importante para o mercado segurador que precisa ter sua relevância para o país mais reconhe cida pelo público em geral. Acho tam bém que foi muito oportuna a coin cidência dos 50 anos com vários itens importantes e pendentes, como a pri vatização do IRB, o seguro de aciden tes do trabalho. A "Garta do Rio" enfocou muito bem esses pontos. A fes ta foi um marco. Poderia dizer que foi o mercado segurador antes do 27 de agos to de 2001 e depois."

"Sob o aspecto político, foi um ato que vai ficar de T forma indelével na históRIO GRANDE 00 SUL , .• - j j na da atividade segurado ra. Não tenho lembrança de ter ocor rido um acontecimento desse porte. Gomeça acontecer a valorização da atividade de seguros. A organização merece também nossos parabéns por-

"Neste momento da econo mia brasileira este foi um dos eventos de maior representatividade para a economia do País. As presenças do Presidente da Repú blica, e de Ministros foram uma res posta muito positiva ao trabalho que o João Elisio tem feito junto às auto ridades em Brasília, para demonstrar o esforço do setor de seguros em cres cer e acompanhar o propósito do Govemo, que é o de promover um aescimento econômico mais sadio. E isso é o que nos temos conseguido fazer. Se passamos de 1% para 3% de parti cipação no PIB é porque o setor está decidido, empenhado, trabalhando e investindo. Os políticos e o Judiciário devem passar a se preocupar com o setor de seguros, que, cada vez mais, vem tendo um lugar de importância. E o que nós vamos buscar. Nos situar mos mais e melhor na economia do Brasil"

■ CASIMIRO BLANCO GOMEZ

f^sta foi muito bonita e muito prestigiada pelo PoSÁO PAULO der Público. O discurso do Presidente da República foi inteiessantíssimo e inclusive de apoio à privatização do IRB. Demonstrou também o desejo de ler uma melhor distribuição de renda, o que realmen te vai alavancar mais o mercado de se guros, quando isso ocorrer. Com um evento como esse as seguradoras pas sam a ser vistas pelo poder público como um ente econômico com força para reivindicar e pleitear melhorias na condução de seus assuntos"

repercussãoM
■ Sérgio Passold, presidente do Sindicato das Seguradoras de Santa Catarina ■ Em primeiro plano, da direita para a esquerda, seis dos oito presidentes dos Sindicatos das Seguradoras: Miguel Junqueira Pereira (RS), João Gilberto Possiede (PR), Casimiro Blanco Gomez (SP), Eugênio de Oliveira Mello (PE), Antônio Tavares Câmara (BA) e Alberto Oswaido Contínentíno de Araújo(MG)
AV.32.REVISTA DE SEGUROS
41 MINAS GERAIS
JULHO/AGOSTO/SETEMBRO D£ 2001
JULHO/AGOSTO/SETEMBRO DE 2001
t EUGÊNIO OLIVEIRA MaLO MIGUEL JUNQUEIRA PEREIRA ■ SÉRGIO PASSOLD
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Edifício das seguradoras, uma revolução de modernidade

Inagurado em 25 de setembro de 1951, o prédio abrigou inicialmente a sede do Sindicato das Seguradoras do Rio de Janeiro

"PAULO AMADOR

Desde o primeiro dia de sua existência, a Fenaseg(na época FNESPC)teve como sede o Edi fício das Seguradoras, que em 1951 era considerado um dos prédios mais bo nitos do Rio, e cuja construção tinha uma história um tanto emblemática.

Alguns anos antes, durante a guer ra, e depois do afundamento de vári os navios mercantes brasileiros por submarinos do Eixo, tinha-se discuti do a quem caberia aceitar os riscos de apólices de guerra, cuja sinistralidade era mais que previsível. Muita gente achava que cabia ao Estado, pois ha via sido ele que,soberanamente, assi nara a declaração de guerra. A outros, parecia mais acertada a aceitação pri vada e distribuída dos riscos, sob quaisquer circunstâncias, por enten derem que a soberania que servira para a declaração da guerra tanto como a defesa do País eram exercidas em nome de todos.

Ao [RB, que tinha cara de Estado e corpo de empresa, coube desempa tar a discussão e orientar que se cons tituísse um "pool" de guerra, no qual todas as companhias, nacionais ou estrangeiras, deveriam assumir tais ris cos, proporcionalmente a seu capital e reservas. Estimulado pelo IRB, o se guro de guerra tornou-se um bom negocio, com uma receita líquida de prêmios,entre 1943-1944, superiora 60 milhões de cruzeiros,e resultados

financeiros mais que compensadores. Com dinheiro sobrando no caixa do "pool",Álvaro da Silva Lima Pereira,exProcurador da República, Diretor-Presidente da Sul América Terrestres, Mantimos e Acidentes,que exercia o cargo de Conselheiro Técnico do IRB,sugeriu que se reservasse uma parte dos resulta dos de cada companhia para a constru ção do prédio que celebraria a atitude solidária dos seguradores diante da ameaça que lhes fora comum; Edifício das Seguradoras.Inaugurado no dia 25 de setembro de 1950,era propriedade da Imobiliária Seguradoras Reunidas, que tinha como acionistas companhi as de seguros brasileiras e esuangeiras e o IRB. Fora construído pela Edsa Enge nharia Comércio e Indústria, entre os anos de 1946 e 1949,e obedecia a uma tendência da arquitetura de inspiração modernista,que vinha transformando o centro do Rio de Janeiro.

MODERMISMO.Em 1946 a jovem arqui tetura brasileira vivia o momento mais feliz e mais criativo de sua história.

Niemeyer, Lúcio Costa, Burle Marx, Portinari, Paulo Werneck ou os irmãos MMM,toda uma geração de arquitetos, urbanistas e artistas plásticos vinha apontando rumos alternativos à buro cracia estética que rondava o modernis mo internacional. Procuravam retratar o ímpeto dos futurismos, refletidos na industrialização de um país quesonha va com a metropolização, mas que ain da vivia e dependia do campo,da vida

mral, dos pequenos burgos podres per didos na imensidão do território. Dis cutiam a estética dos espaços livres, das fachadas independentes, da curva, das assimetrias, da utilização de elementos arquitetônicos inspirados pelos exces sos de luz e calor dos trópicos. E foi nesse contexto,em que se fala va tanto em futuro e modernidade,que os triplamente talentosos MMM Roberto (Marcelo, Milton e Maurício) foram chamados para projetar o Edi fício das Seguradoras. Pontas-de-lança da arquitetura modernista, eles se credenciavam com um currículo imbalível. Tinham projetado o Edifício Herbert Moses, sede da ABI (19361938), primeira realização de grandes proporções da arquitetura moderna no Brasil (o Palácio da Cultura, pro jetado por Lúcio Costa e Le Corbusier, seria construído entre 1937-1943).

Também era deles o projeto do Aero porto Santos Dumont,construído na Ponta do Calabouço(1937),e que foi considerado na época o mais belo aeroporto do mundo. O prédio do IRB (1942-1944), na Avenida Mare chal Câmara.

Construído em pleno centro co mercial, numa esquina formada em ângulo desfavorável, onde o elevado preço dos terrenos exigia o melhor aproveitamento possível, e submeti do a limitações de altura pelo Plano de Remembramento do Centro do Rio,o Edifício das Seguradoras desafiou a ex periência dos MMM. Havia um exces-

so de sol, na fachada ao longo da Sena dor Dantas,e havia a natureza,os mor ros de Santa Teresa a ocidente e uma nesga de mar no fi m da rua. E havia mais a Cinelândia, cuja vista não po dia ser sacrificada.

O terreno, arenoso e sob lençol de águas superficiais,foi enfrentado pelo Professor Odair Grilo, urna das mai ores autoridades brasileiras em me cânica de solos, que executou na obra as mais profundas fundações até en tão vistas no Rio. A estrutura foi pro jetada pelo Engenheiro Feliciano Chaves,especialista em cálculo de con creto armado,que morreria na fase fi nal da constaição, vítima de acidente de automóvel. E os projetos de instala-

eles não só resolveram o problema da luz e radiação inffa-vermelha, como acabaram por se constituir numa solu ção que,daí por diante,seria aplicada a inúmeras outras obras modemistas. Na fachada da Rua Evaristo da Veiga, onde o sol é mais raro e oblíquo,foram utilizados amplos panos de vidro,que garantem vista desimpedida e boa ven tilação. No ângulo formado pelos ali nhamentos das ruas os arquitetos in troduziram o "pano cego",desenvolvi dos em delicadas curvas de concordân cia, revestidas com mosaicos de Paulo Werneck.

A idéia de enfrentar os rigores de um clima excessivamente quente e úmido, os ventos fortes e as chuvas que no Rio chegam a médias de 1200 milímetros por ano, havia inspirado Le Corbusier a buscar na tradição co lonial a utilização dos azulejos para a proteção externa de paredes. Com o modernismo, além dessa função pu ramente utilitária, passaram a servir para realçar a beleza estrutural de su perfícies, onde eram aplicadas com posições figurativas, abstratas, com painéis de mosaico de vidro ou por celana.

Werneck

ções elétricas e hidráulicasforam con fiados a lúlio de Barros Barreto.

BRiSE-SOLEIS. O sol da tarde na Sena dor Dantas foi enfrentado com a utili zação, pela primeira vez no Brasil, das placas móveis dos brise-soleis. Destina dos a resolver problemas de insolaçào, esses elementos arquitetônicos, geral mente armados no formato de lâmi nas ou colméias, representam uma evo lução das venezianas,rótulas,treliças e muxarabis da arquitetura colonial bra sileira. No Edifício das Seguradoras, onde foram constmídos em madeira e ajustados sobre ferragens móveis para acompanhar o deslocamento do sol e das sombras nas várias horas do dia,

Paulo Werneck, mais um talento de pioneiro presente à construção do Edifício das Seguradoras,foi o primei ro artista que, nessa passagem da ar quitetura para a pintura, utilizou mosaicos de porcelana. Autor do mosaico de pastilhas cerâmicas que recobrem o exterior da nave da Igreja de São Francisco na Pampuiha (1943), e dos murais nos jardins do prédio do IRB, é dele a parede curva que liga a fachada envidraçada à fa chada protegida, e o mural do saguão de entrada, onde foram aplicados pa inéis de vidrotil nas dimensões de dezesseis metros por dois e trinta.

Nesse mural Paulo Werneck fez inten sa utilização de cores, numa combi nação de rosa, cinza, verde,ocre, mar rom, que produziu o efeito de con trastes até então inéditos na arquite tura brasileira.

iHISTOBIAa
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O edifício das seguradoras abriga um mural de Paulo
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REVISTA DE SEGUROS.35.

Canções da época

Fenaseg lança CD com 12 músicas que fizeram sucesso na época de sua fundação, no início da década de 50

Em 1951, ano de fundação da

Fenaseg, não era apenas o mer cado segurador que passava por grandes transformações. A músi ca popular brasileira também vivia um momento de ebulição e seriam lançados naquele ano sucessos que até hoje povoam a memória musical dos brasileiros. Canções como "Sába do em Copacabana", de Dorival Caymmi e Carlos Guinle, "Vingança" de Lupicínio Rodrigues, fizeram his tória, e abriram caminho para que a MPB ganhasse reconhecimento e pres tígio mundial.

Foi com a idéia de brindar o mercado de seguros lan çando um CD com as músicas que fizeram su cesso no ano de 1951, que o presi dente da Fenaseg, joão Elisio Ferraz de Campos, chamou Ro naldo Youle, superin tendente administrativo da Fenaseg, para coorde nar o projeto. "Quando o presidente me falou sobre a sua idéia, achei fantástica. Assim estaríamos dando não apenas um brinde, mas um brinde com um significado",con ta Youie, que também é músico, e to cou piano profissionalmente de 1970 a 1986.

Para tocar o projeto, o primeiro passo dado pelo superinten dente foi encomendar uma pesquisa as bibliotecárias da Fenaseg, Juscenira

VIDA,PREVIDÊNCIA

Oliveira e Rosana de Souza. Depois de uma intensa procura nos acervos da Biblioteca Nacional e do Museu da Imagem e do Som, as bibliotecá rias conseguiram reunir 30 músicas que tinham sido sucesso no ano da fundação da Federação. "Era um pe ríodo de transição da música brasi leira, que estava passando das valsas e das serestas, para as músicas român ticas num ritmo de samba-canção. Ao mesmo tempo, a pesquisa revelou também algumas músi cas norte-americanas e francesas, e também a incidência de músi cas instrumentais", explica Ronaldo Youle. Além dis so, a pedido do presidente da Fenaseg, fo ram incluí das algu mas marchinhas de Carnaval que sacudiam os sa lões em 1951, como "Retra to do Velho", de Haroldo Lobo e Marino Pinto. "Naquela época, as marchinhas de Carnaval faziam seve ras críticas sociais e eram um grande sucesso", explica Youle.

Para se chegar às 12 faixas do CD, incluindo um tributo a Noel Rosa, com três músicas, e um pout-pourri, com cinco marchinhas, levou-se em conta não apenas o sucesso que es sas músicas fizeram naquele ano, mas o poder de transpor a barreira do tem po e permanecer presentes até hoje no cenário musical brasileiro, "Mui

tas músicas que fizeram sucesso na quele época sumiram depois",lembra o coordenador do projeto. Youle ex plica também que a presença de Noel Rosa no CD justifica-se pelo fato de que 1951 foi o ano do lançamento de um álbum deste famoso compositor de Vila Isabel, com três discos em 78 rotações."Noel Rosa foi um dos gran des compositores dos anos 30, mas resolvemos fazer este tributo porque, por coincidência, este álbum foi um dos maiores sucessos fonográficos de 51",conta Youle.

GRAVAÇÃO. Depois disso tudo a dúvi da era: usar as gravações da época ou gravar um disco novo? A segunda op ção tornou-se praticamente obrigató ria depois de se ouvir a qualidade so nora das gravações da época. "A qua lidade técnica era muito ruim. E até mesmo muitas matrizes não se encon travam em bom estado", explica o su perintendente da Fenaseg. Partindo daí, Ronaldo Youle arregimentou can tores como Claudette Soares e Cláu dio Pinheiro, músicos como Giovanni Bizzoto e Chico Costa, e o produtor musicai Luiz Otávio Costa para parti ciparem do projeto.

Os arranjos ganharam uma nova rou pagem enfatizando não as grandes or questrações, como era usual na épo ca, mas ao trio básico - piano, bai xo, bateria. O resultado foi um acen to mais "cool" onde a interpretação emocionada dos cantores sobressai.

"A idéia foi justamente criar uma nova atmosfera, fazendo com que essas músicas conhecidas soassem como novas no ouvido das pessoas", con clui o coordenador do projeto.

(O CURSO

€ SAÚDE ESTRUTURA

O Curso de Gestão de Seguros - Vida, Previdência e Saúde é o resultado da parceria do lAG,a Escola de Negócios da PUC-Rio,com a Fundação Escola Nacional de Seguros - FUNENSEG. Trata-se de uma pós-graduação /oto-sensu em nível de especialização, desenhada para "jovens" profissionais graduados em cursos de nível superior em qualquer área do conhecimento, que possuam elevado potencial para exercer funções na alta gerência de empresas do setor deseguros.

OBJGTIVO

O curso visa formar talentos profissionais para a área de seguros e gerenciamento de riscos, com ênfase em vida, previdência e saúde, bem como fornecer forte base para o desenvolvimento de habilidades analíticas e gerenciais, desafio intelectual e orientação prática, estruturada via contribuição e participação de profissionais que lidam com osconceitos mais modernos da área.

PÚBLICO

O curso se destina a jovens profissionais com nível superior completo em qualquer area de conhecimento, que possuam elevado potencial para exercer funções na alta gerência de empresas do setor de seguros, bem como, motivação e disponibilidade de tempo para desenvover os trabalhos exigidos.

O programa representa um curso de pósgraduação tato sensu, em nível de especialização, com carga horária total de450 horas,divididas em 3 módulos:

- Núcleo Fundamentai(5 disciplinas)

- Núcleo Gerencial(4 disciplinas)

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INSCRIÇÃO,LOCAL E PREÇO

Período de Inscrição: até 15/10/2001

Início do Curso: 19/10/2001

Duração Aproximada: 12 meses

Local do Curso: PUC-Rio,às 6^feiras (das 13h às 21 h)e sábados(das9h às I3h20).

Preço: R$ 16.500,00, material didático está incluído.

Forma de Pagamento: Pagamento à vista(no ato da matrícula), no valor de R$ 16.500,00 ou em 3 vezes de R$ 5.500,00 sem juros ou financiamento com juros de I%a.m.

MUSICA
. 36.REVISTA DE SEGUROS
JULHO/AGOSTO/SntMBRO DE 2001 GESTÃO DE
R I O A ESCOLA DE NEGÓCIOS DA PUC - RIO
PUC
^C-RIO -
- Tel..(21) ^FUNENSEG II fundação escola W NACIONAL DE SEGUROS
(Secretaria de Extensão)

Temos o que comemorar

AFenasegchega aos50 anos

tendo o que comemorar. Por conta disto, todo o setor de seguros brasileiro tem o que comemorar. Poucas atividades empresariais apresentaram, depois da estabilização da moeda, um desempenho comparável ao da atividade seguradora. Os índices de crescimento têm sido extraordinários, mesmo com o governo não fazendo sua parte, que seria a abertura do monopólio do resseguro, há anos — e até agora — amarrada num nó jurídico que ninguém sabe como será desatado.

Ao longo deste processo que está revolucionando vários hábitos da sociedade brasileira, a Fenaseg tem estado sempre presente, apoiando as principais iniciativas das companhias de seguros, de previdência privada e de capitalização, transformandose em palco para a discussão dos temas mais relevantes, atuando politicamente junto às autoridades federais e tecnicamente junto à Susep e ao IRB, abrindo espaço para eventos altamente constaitivos com o poder judiciário, negociando com o Congresso Nacional, enfim, executando aquilo que se espera de um órgão de classe moderno e engajado,

Mas nem sempre foi assim. Em seus 50 anos de vida a Fenaseg sempre foi coerente e esteve afinada com o setor que ela

representa, agindo em sintonia com as seguradoras, nos diferentes momentos da vida brasileira, por toda a segunda metade do século 20, período em que o país mudou radicalmente, transformando-se numa sociedade urbana, fruto da industrialização acelerada que nos deu uma das maiores taxas de aescimento no mundo e que acabou por levar a atividade seguradora a dar um salto qualitativo e quantitativo impressionante, após a implantação do plano Real, em 1994.

Depois, a partir de meados dos anos 80, a Fenaseg mudou, tomando a frente dos grandes movimentos que levaram as seguradoras a aumentarem seu faturamento para algo próximo de 3% do PIB.

Foram anos dramáticos, onde grandes companhias desapareceram, outras foram compradas, outras absorvidas por conglomerados fi nanceiros, outras transformaram-se em subsidiárias de empresas internacionais e outras cresceram e passaram a disputar os primeiros lugares do ranking, enquanto o produto "seguro" debtava de ser um assunto secreto, conhecido apenas por uns poucos iniciados.

A Fenaseg na tela

Imagens de sinistros e de mul tidão emolduram as explicações sobre os fundamentos do segu ro. A imprevisibilidade e a gene rosidade natural do próprio ho mem fazem emergir um valor coletivo de proteção, dando lu gar assim ao princípio básico do seguro: a mutualidade. A huma nidade aprende com o seguro a lição de repartir entre muitos o risco particularizado.

Antes disto, quando as seguradoras, nos anos 50, 60 e 70, por decisão própria, faziam questão de ser "low profile", a entidade também o era. Não chamava atenção, mas circulava eficientemente pelos bastidores da República, preservando o setor de intromissões então indesejadas, garantindo sua sobrevivência, o seu crescimento e a capitalização das companhias de seguros brasileiras, ainda que pagando o pesado preço das tarifas únicas e da tutela do Instituto de Resseguros do Brasil.

Desde esta época, cada vez mais, ocupando sempre o espaço político do setor, a Fenaseg abriu um canal de comunicação direto da maior importância com os mais altos escalões da República. Mudou o relacionamento com a Susep, num processo com resultados francamente positivos para todos os envolvidos. Deu dignidade e respeito para suas associadas. Profissionalizou o relacionamento com os corretores. E, mais importante de tudo, reconheceu o segurado como a razão de ser da atividade.

Em verdade, há muito para ser comemorado!

A Fenaseg rende-se mais uma vez à técnica cinematográfica para falar ao público de suas atividades. "Seguro, Fundamento e Realidade" é o nome do vídeo c^ue foi produzido especialmente para as comemorações dos 50 anos da Federação

Ovideo,produzido pela Asses

soria de Comunicação da Fenaseg e Micro Mídia, mos tra, ao focalizar a ata de fundação da Federação, que a criação da nova entidade veio atender a uma anti ga aspiração da categoria, com o propósito de fazer a articulação da

HÁBITO DE POUPAR. Procurou se, ainda, mostrar, através de núme ros, a abrangência desse setor (se guros, previdência privada e ca pitalização), que em 2000 teve produção global superior a R$ 32,700 bilhões, movimentando mais de 3% do PIB brasileiro, pa gou em sinistros, rendas e bene fícios R$ 15,626 bilhões e reuniu em reservas técnicas cerca de R$ 30 bilhões. Como evidencia o fil me, a atividade seguradora não se restringe à tranqüilidade pro porcionada ao sistema produtivo do País no momento em que realiza o pagamento de indeni zações. Vai mais longe. Ensinan do e estimulando o hábito de pou par, facilitando o acesso de mi lhões de pessoas a planos de renda e pecúlios, constitui-se em instru mento de formação de reservas de longo prazo, canalizáveis para investimentos em projetos que contribuem para o desenvolvi mento nacional.

classe seguradora do País em torno de uma proposta de atuação corpo rativa que transcendesse os interes ses puramente negociais de cada empresa: promover o desenvolvi mento eficiente dos mercados de se guros, além de politicamente repre sentar a classe seguradora.

Em oito minutos o telespecta dor tem diante de si uma entida de representativa, afinada também com a modernidade da ativida de, ao incorporar um novo con ceito de seguridade,que inclui todos os sistemas de proteção de pessoas contra determinados ris cos, ou acontecimento certo mas imprevisível no tempo, tendo como apoio as técnicas do mutualismo e da estatística.

ARTIGO I IVÍDÊÕII
ANTONIO PENTEADO MENDONÇA Jornalista e especialista em Seguros e Pretidència
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"A Fenaseg (...) reconheceu o segurado como a razão de ser da atividade do seguro"
lULHO/AGOSTOy^ETEMBRO DE 2001
o vídeo institucional é exibido na festa de comemoração dos 50 anos
Luz, câmara, ação.
tÜLHO/AGOSTO/SETEMBRO DE 2001
REVISTA DE SEGUROS 39 A

Eles disseram

"Foi um grande acontecimento para o mercado de seguros. Alcançamos agora um estágio em que o Executivo começa a dar a importância para o mercado fisicamente"

"Encantada mesmo e até maravilhada fiquei êu com o livro da história da Fenaseg. Estou lendo como se estivesse revivendo minha vida profissional a partir de 1954. Conheci pessoalmente todo mundo, todos os Presidentes desde o Galliez, tive saudades do Ângelo Mário Cerne. Eu entrava na Fenaseg na época do estatização dos acidentes do trabalho como entro agora, pela mão dos amigos, sempre encontrando o Luiz Mendonça. Que benção este livro. A Fenaseg acertou. Estou certa de que muitos se emocionarão como eu. E o que é importante: a história foi contada e registrada."

THEREZINHA CORRÊA, consultora técnica da Uniined Seguradora, sobre o livro "Do retrato de Vargas á Carta de Brasília - 50 Anos de Fenaseg", lançado no evento comemorativo.

"Como profissionais e como cidadãos, nós queremos que o Brasil cresça e aumente sua riqueza. Mas é fundamental que a riqueza seja distribuída, primeiro por uma questão de justiça social e, depois, porque a distribuição de renda é a melhor aliada na ampliação da base do nosso mercado."

JOÃO ELISIO FERRAZ DE CAMPOS, presidente da Fenaseg, em seu discurso, na solenidade!

"Acho que temos que melhorar muito a segurança no tráfego e nas estradas brasileiras. Fiquei impressionado com a estatística de acidentes, quantas pessoas ficam feridas e perdem vidas e quanto isso custa para as seguradoras. É preciso melhorar a educação e a segurança no trânsito e das estradas "

EMERSON FITTIPALDI surpreso com o número de acidentes nas estradas exibidos no vídeo institucional durante a festa da Fenaseg

"A festa foi excepcional. A participação efetiva do mercado e de autoridades governamentais, entre elas, o Presidente da República e cinco Ministros, enalteceu o trabalho. As estatísticas e o crescimento do mercado mostrados durante a solenidade evidenciam a importância do setor de seguros no cenário econômico, político e social do país".

LÚCIO ANTÔNIO MARQUES, vice-presidente do Sindicato rias Seguradoras do Rio de Janeiro

"Coisas que duram 50 anos no país são coisas boas. A Fenaseg tem cumprido perfeitamente o seu papel de congregar as empresas e promover o desenvolvimento do setor, através da união. £ o compareciinento maciço tia Festa mostrou a união deste mercado."

RITA BATISTA, presidente da Comissão de Capitalização da Fenaseg

. nem sempre consigo reunir tantos..."

PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO sobre a íiuiuerosa presença de Ministros na comemoração dos 50 anos da Fenaseg, ao discursar no evento

"Tenho inveja de você, porque só escrevo sobre sociologia. Não consigo escrever livro de poesias."

Reação do Presidente FHC ao receber de Lúcio Marques, durante o coquetel, o livro de poesia "Tsunami", de autoria do diretor da seguradora Previdência do Sul

"Fenaseg. Na sua história recente tem demonstrado o valor que a harmonia institucional traz para a convivência construtiva do setor privado com o setor publico .

HÉLIO PORTOCARRERO, superintendente ria Snsep, sobre o cinqüentenário da entidade representativa das seguradoras.

"O segmento de seguros, representado pela Fenaseg, é uma prova da evolução constante do Brasil que, através da estabilidade econômica, garantiu novas conquistas sociais à população. Os empresários de seguros estão a favor do Brasil, fazendo a sua parte na construção de um país com. melhor qualidade de vida e oportunidades para todos. E a Fenaseg tem se mostrado uma entidade representativa vital para os seus associados."

JAIME LERNER, governador do Paraná, uma das muitas personalidades presentes à festa do cinqüentenário

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LEONCIO ARRUDA, presidente da Fenacor
«Vi 40 REVISTA OE SEGUROS JULHO/AGOSTO/SETEMBRO DE 2001 ÜJLHO/A60STO/SETEMBRO DE 2001 REVISTA DE SEGUROS 41.A

Um olhar sobre a história

Liwo relembra anos de atividades através do olhar do segurador

Aleitura do livro de Paulo

Amador "Do Retrato de Vargas à Carta de Brasília" é de afa gar a auto-estima dos seguradores e de todos os envolvidos, de todas as formas e em todos os níveis, com a atividade de seguros entre nós.

O trabalho por ele empreendi do,em apenas noventa dias, ilumi na atos, fatos, datas, períodos extre mamente importantes não só para o Seguro Privado mas para o País. Essa ligação - entre o que acontecia conosco, como cidadãos e como pessoas envolvidas com a atividade de seguros - talvez seja a contribui ção mais relevante do esforço de senvolvido por Paulo Amador.

O livro não deve ser tomado como se se tratasse de investiga ção histórica. Não se cogita de trabalho técnico, calcado em pa drão científico de produção historiográfica.

E apenas um olhar, com pre

CAPITALIZAÇÃO TAMBÉM GANHA PUBLICAÇÃO

Uma outra publicação também foi lançada durante as come morações dos 50 anos da Fenaseg: a "Cartilha da Capitalização". Elaborada pela Comissão de Capitalização da Federação, a car tilha tem por orientar e transmitir ao público, através de uma linguagem simples, os conceitos e o funcionamento de toda a sistemática de um título de capitalização. Com a ajuda de Mister Cap, personagem criado para o íivreto, e de uma linguagem simples e transparente, o leitor encontra informações que vão desde o surgimento desse mercado até às dúvidas mais comuns.

tensão de reportar o visto, lança do sobre os últimos cinqüenta anos da nossa atividade. E o ponto de vista do olhar é o do segurador. Natural, portanto, que o livro re sulte generoso conosco. O que importa, porém, e nisso Paulo Amador revela competência exem plar, é o convite à reflexão, para além do testemunho da nossa importância, sobre os próximos cinqüenta anos. Que serão, é o que nos assegura o Autor, importan tíssimos como Seguro Privadomas com forte vocação Pública.

A redução das incertezas, em particular as que dizem respeito às pessoas e seu futuro, num ambi ente de crescentes dificuldades do Estado, será cada vez mais respon sabilidade nossa.

E bom que seja assim. Nos úl timos cinqüenta anos provamos ser capazes de enfrentar desafios como esse.

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)ÍBÍBLIOTECA B
Do Retrata de Vargas à Carta de Brasília Paulo Amador Editora Grupiara, 140 pàgs. ■ JOSÉ ARNALDO ROSSl Presidente do Conselho Empresarial de Política Social e Trabalhista da Firjan ò Cartõ.dsÈra uh Amadori
Àa*.42.REVISTA OE SEGUROS Oq«»voe*p(«aa«)tm ««*•"We a» cowauoçao JULHO/AGOSTO/SETEMBRO DE 2001 /■ ,• ■»».■ u carro de vol www. lojack.cofn. br m

Impressos de Segurança

Eficácia e beleza do Talho-Doce

O Talho-Doce (Intaglio) é reconhecido mundialmente como a principal e mais antiga técnica de impressão de segurança ainda vigente: é usado em quase todos os países, na fabricação de papelmoeda, e é recomendado como o mais eficaz sistema gráfico para impressão de documentos. A origem do nome talho-doce advém da arte de entalhar em uma chapa de aço-doce (macio), a figura e o texto a serem impressos, trabalhando sulcos que formam depressões sobre a superfície píatia da chapa. Na impressão, uma tinta especial penetra nos sulcos, proporcionando saliências variadas de relevo. Seus desenhos são produzidos por gravação manual, eletrônica ou química, exigindo perícia, conhecimento técnico e emprego de alta tecnologia. Enfim, uma impressão de extrema riqueza e fidelidade de detalhes. Além de desenhos especiais, o Talho-Doce permite incluir outros itens de segurança, como a Imagem Fantasma ou Latente e o Texto Microscópico, distinguindo-o como técnica de segurança que dá um toque de sofisticação ao produto.

Produtos|m

Adesivados:

* Selos Fiscais Estaduais e Municipais

* Selos de Autenticidade e Fiscalização (Junta Comercial, Tribunal de Justiça etc.)

* Selos de Pmteção de Marcas e Produtos (Facit, Inmetro, Brinks etc.)

Outros produtos:

Documentos fiscais (diplomas, certificados, certidões)

Registro e licenciamento de veículos (vale transporte e passes)

Tickets alimentação (carteiras)

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Impressos em Talho-Doce
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Selos Fiscais
IWtrix•FAbrIca M» Rua Peter Lunri, 149 S&o CrísMvêo CEP 20930-390 Riode Janew - RJ Trt.:(21í 2599^18 fk(2i)2$eo-3eM Fábrica S8o Paulo Estrada do Ingal, 200 Barued CEP 06428-000 Sáe Pauio - SP "W.:(ti)4789-2033 Fm:(11)4789-5408 EscrMórto Comarcial SP Rua Nacema, 12812* andar - 0)22 - Itaim BibI CEP 04530-050 Sáp Paulo - SP m:(ti)3187-5369 Fax- (11) 3167-2613 Fábrica Erachim Rua Lenka Gallí, 350 Distrito Industrial CEP 99700-000 Erechim - RS Tel.:(54)519-4000 Fw:(54)522-2067
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