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Fenaseg

A Fenaseg deseja a seus leitores e •

anunciantes um

2001 de muita paz, saĂşde e sucesso profissional


FENASEG Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização Diretoria Pmsidente: João Elisio Ferraz de Campos Vice-Pmsidentes: Júlio de Souza Avellar Neto, Luiz Tavares Pereira Filho, Nilton Molina, Olavo Egydio Setubal Junior, Renato Campos Martins Filho, Rubens dos Santos Dias. Dimtores: Brian John Guest, Cesar Jorge Saad, Maurício Accioly Neves, Mauro César Batista, Santi Cianci, Sergio Ricardo Miranda Nazaré, Valdery Frota de Albuquerque. Conselho Fiscal Membros Efetivos: Aparecida Lopes, Lúcio Antônio Marques e Orlando Vicente Pereira. Suplentes: Jorge Carvalho e José Maria de Souza Teixeira Costa. Conselho Consultivo Pmsidente: João Elísio Ferraz de Campos Membros Efetivos: Acácio Rosa de Queiroz , Alfredo Fernandez de Larrea, Eduardo Baptista Vianna, Emilson Alonso, Francisco Caiuby Vidigal , Jayme Brasil Garfinkel, José América Peón de Sá, José Castro de Araújo Rudge, Júlio de Albuquerque Bierrenbach, Luiz de Campos Salles, Luiz Henrique S. L. de Vasconcellos, Mário José Gonzaga Petrelli, Mário Santiago Salgado B. Costa Duarte, Mário Teixeira Almeida Rossi, Patrick Larragoit, Pedro Pereira de Freitas, Sérgio Sylvio Baumgarten Jr. e Stéphane Cardon. Membros Natos: Alberto O. Continentino de Araújo, Antônio Tavares da Câmara, Eugênio de Oliveira Mello, João Gilberto Possiede, Minas Alphonse Roelof Mardirossian, Miguel Junqueira Pereira, Paulo Miguel Marraccini, Sérgio Passold.

SUMÁRIO

ENTREVISTA

Júlio Avellar fala sobre o questionário usado na definição do perfil do segurado e afirma que é contra a padronização das perguntas

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Roubo de cargas: a organização a serviço do crime

REVISTA DE SEGUROS Órgão Informativo da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização - Fenaseg. PUBLICAÇÃO INTEGRANTE DO CONVÊNIO DE IMPRENSA DO MERCOSUL - COPREME. Em conjunto com SIDEMA (Serviço Informativo do Mercado Segurador da República Argentina) , EL PRODUCTOR (Publicação da Associação de Agentes e Produtores de Seguro da República Oriental do Uruguai) e Jornal dos Seguros (Publicação do Sindicato dos Corretores de Seguros e de Capitalização do Estado de São Paulo). Editora: Ãngela Cunha íf!1Tb . 12.555) Coordenação Editorial: V~ :tu:lc Tel. (Oxx21) 262.5215 e 262.4736 I Fax. 544.2437 Jornalista Resp.: Vania Mezzonato (MTb. 14.850) Programação Visual: Mariza Good (Tel. : 543.3784) Colaboradores: Ana Cecília, Ãngela Cunha, Jorge Clapp, Nadja Sampaio, Valéria Machado e Walcy Joannou. Equipe ASCOM: Adriana Beltrão e Valéria Machado. Escritório Fenaseg/Brasilia - SCN/Quadra 1/Bioco C - Ed. Brasília - Trade Center- sala 1607 Fotografia: Claudinei de Castro, AJB , Arquivo Fenaseg e Arquivo ACE Ilustração: Janey Capa: Scalla Assessoria e Design Fotolitos: Dressa Color Gré.fica: Zit Gráfica e Editora Distribuição: Serviços Gerais/Fenaseg Redação e Correspondência: Assessoria de Comunicação e Imprensa - Fenaseg (Rua Senador Dantas, 74/12° andar, Centro - Rio de Janeiro (RJ) - CEP. 20.031-201 -Telex: (021) 34505 - DFNES Fax: (Oxx21 ) 240.9558 - Tel.: (Oxx21) 524.1204 Ramais 140/156 Periodicidade: Trimestral Circulação: 5 mil exemplares As matérias e artigos assinados são de responsabilidade dos autores. As matérias publicadas nesta edição podem ser reproduzidas se identificada a fonte. Distribuição Gratuita.

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CAPA

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INDICADORES

Mercado cresceu 17,5% até agosto, segundo a Susep

BALANÇO DE 2000

Presidentes dos sindicatos de seguradoras dos Estados falam sobre os resultados de 2000 e as perspectivas para 200 l

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FUNENSEG

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COMPORTAMENTO

O desafio de preparar os profissionais para os novos postos de atuação

Ace muda conceitos e garante mais qualidade de vida ... e lucro

EDITORIAL. ........ ...... . 4

INVESTIMENTO .......... 32

AUTOMÓVEL. ............ l2

ARTIG0 ................... 34

MERCADO ............... l6

OPINIÃ0 ......... .. .... ... 36

RECURSOS HUMANOS.l8

RÁPIDAS .................. 37

ARTIGO 192 .............. 23

NOMES E NOTAS ..... 38

EMPRESAS ................ 26

LIVROS ................... 38

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REVISTA DE SEGUROS


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esta época do ano, em que todas as atenções se voltam para os resu ltados, o mercado brasileiro de seguros, resseguros, previdência privada e capitalização , embora ainda não tenha os números definitivos, já pode afirmar que o seu desempenho superou as expectativas mais otimistas. Como vem acontecendo desde a implantação do Plano Real, em 1994, mais uma vez o nosso segmento vai ampliar sua participação na formação do Produto Interno Bruto (PIB) do País. Consolida-se, assim, a tese de que o maior aliado do nosso mercado é a estabilidade econômica e que caminhamos lado a lado do desenvolvimento econômico e social. Todos os avanços da sociedade e do bem-estar da população, como melhor distribuição de renda, mais segurança, mais saúde, afetam direta e positivamente a nossa atividade. Não há a menor dúvida que o crescimento do setor de seguros é um forte indicador da melhoria das condições sociais do País. É por esse lado que nós devemos, também, ser olhados e vistos, e não somente como agentes econômicos. A opinião pública precisa saber - e é nossa tarefa fazê-la entender - que quando levantamos a nossa voz e solicitamos a contribuição de todos no combate à fraude, por exemplo, é porque fraude, além de crime, prejudica tanto a seguradora quanto o segurado; quando nos posicionamos a favor da quebra dos monopólios do resseguro e do seguro de acidentes do trabalho é porque essas atividades beneficiam o setor, é verdade, mas são ainda mais benéficas para os segurados, pois a concorrência vai melhorar e ampliar os serviços prestados e pode até, com mais concorrência, se refletir nos preços. O setor de seguros, resseguros, previdência privada e capitalização vai , assim, entrar em 2001 , que é também um novo milênio, com o otimismo que o tem caracterizado nos últimos anos. Falta-nos, apenas, resolver algumas questões institucionais para chegar ao nível dos países mais desenvolvidos, porque, do ponto de vista gerencial e operacional, as empresas do setor têm demonstrado competência, criatividade e capacidade para superar desafios e se adaptar às novas situações do mercado e de suas atividades.

João Elisio Ferraz de Campos Presidente da Fenaseg

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JÚLIO AVELLAR Uma das maiores autoridades do mercado de seguros de Automóveis, Júlio Avellar defende a manutenção do questionário para a avaliação do risco de cada segurado, mas é contrário à padronização das perguntas que, na sua opinião, engessaria o desenvolvimento do mercado. Vice-presidente da área de Automóveis da Sul América Seguros e vicepresidente da Fenaseg, Júlio Avellar - 42 anos, casado, três filhos, carioca e tricolor - é formado em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas

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m dos principais entraves à solução dos problemas relativos ao perfil do segurado, na avaliação de Júlio Ave/lar, é a desinformação das partes envolvidas no processo de contratação do seguro. Ele entende que éobrigação do segurador, do corretor e, conseqüentemente, da Superintendência de Seguros Privados (Susep) , educar e informar corretamente o segurado. Mas acrescenta: essa cadeia só se fecha se o segurado, que tem o direito de ser informado, tiver tempo evontade de conhecer os contratos de seguro. Neste sentido, ele é a favor da criação de uma cartilha - "um ótimo instrumento, por exemplo, para explicar em que situações o consumidor deve informar à seguradora uma mudança importante nos seus hábitos, que modifiquem a avaliação do risco". Leia a seguir a íntegra de sua entrevista. O O "perfil" foi criado com o ob-

jetivo de oferecer desconto no prêmio do seguro de automó-

vel para o bom segurado. Mas em alguns casos tem sido usado para negação do pagamento de sinistro. O senhor acha que houve distorção? Julio Avellar - Preliminarmente devo esclarecer que o objetivo é encontrar o preço certo para cada risco, em função das características do risco. Não gosto de chamar de "perfil". Insisto sempre que é um seguro precificado de acordo com as características do risco. Ele não foi feito de forma nenhuma para negar sinistro. Agora, se o preço do contrato levou em consideração determinadas características do risco e na hora do sinistro se observa que aquelas características não eram as normais e que o que foi informado na hora da contratação era bastante diferente do habitual, no mínimo, houve uma contratação equivocada.

ro, porque o processo é absolutamente justo. Todo mundo concorda que uma pessoa que mora no interior do estado e circula por lá pague menos pelo seguro do que outra que circula na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, estando exposta a um risco de roubo muito maior. Mas as pessoas compreendem que o processo é justo quando estão bem informadas. O Então, o segurado não sabe avaliar que hábitos seus seriam importantes para uma definição de risco ... Júlio Avellar - É por isso que é necessária a existência de um questionário. Mas deve ser explicado para o contratante, que deve responder ao questionário, a importância das perguntas para o estabelecimento do preço do seguro. Etem que ser dito que as respostas devem corresponder à verdade. Se o carro circula na cidade do Rio, não se pode informar que ele circula em Friburgo, porque ela estaria pagando menos pelo seguro já que aquela ci-

O Na sua avaliação, há má fé do segurado em alguns casos? Júlio Avellar - Em pouquíssimos casos. O que há, às vezes, é desinformação. Primei-

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dade tem uma incidência de roubo menor e, assim, teria vantagens sobre os outros cariocas que pagam o preço da cidade do Rio. O Eo senhor acha que as seguradoras preparam perguntas de forma a contundir o consumidor? Há má fé também das seguradoras? Júlio Avellar - Tanto as seguradoras como os corretores procuram atuar com transparência e objetividade - consumidor confuso é, no mínimo, um consumidor que deverá se frustrar. As seguradoras cada vez mais aprimoram suas perguntas, questionários e meios de comunicação. Já os corretores, também cientes de sua fundamental participação, melhor instruem e educam os segurados, não os substitutindo na tarefa de responder as questões. O seguro é, essencialmente, um produto de boa fé - da boa fé da seguradora, da boa fé do corretor e da boa fé do segurado. Porém, para essa boa fé ser exercida, é necessário que essas três partes estejam corretamente informadas.

REVISTA [)F SFI" IRn<>


O De quem é a responsabilidade pelas respostas do questionário: do corretor, da seguradora ou do consumidor? Júlio Avellar - A responsabilidade é, primariamente, do segurado. Eu recomendo firmemente que o corretor não responda o questionário pelo segurado. Mesmo que o corretor seja muito amigo do segurado , ele não deve substitui-lo nesta função. Ao contrário, além de pedir que ele mesmo responda, deve esclarecer que estas respostas precisam sempre corresponder à verdade. O A Susep anunciou que vai pro-

curar corretores, seguradores e Procon para sugerir que façam juntos uma cartilha para o mercado, com regras para o perfil. E vai sugerir ainda que firmem um compromisso público de que vão seguir as orientações propostas na cartilha. Osenhor acha que esta pode ser uma saída para evitar mais batalhas judiciais? Júlio Avellar - Há pouquíssimos casos judiciais. O mercado segurador de automóveis tem mais de 1,5 milhão de sinistros/ ano, para cerca de sete milhões de contratos, e as demandas por reclamações ou ações judiciais não chegam sequer a 0,5% deste total de sinistros. A cartilha é um instrumento' excepcional, não é o único, e faz parte desse processo de comunicação e educação. Temos muito a fazer e nosso trabalho deve ter total objetividade. O Qual a sua opinião sobre os

questionários que existem hoje? Júlio Avellar - São bons. Podem ser aprimorados e, principalmente, podem ser melhor explicados. A pergunta que cabe é se o consumidor dispõe de tempo e de interesse para querer se edu-

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car. É obrigação do segurador, do corretor e conseqüentemente da Susep fomentar essa educação.

o OSincor-RJ vai propor uma padronização das perguntas do questionário. Osr. concorda? Júlio Avellar - Acho que esta questão deve ser vista sob dois ângulos: sou absolutamente a favor da padronização de termos e absolutamente contra a padronização das perguntas. A padronização da terminologia é como estabelecer uma "língua comum ao seguro", gerando uma melhor comunicação entre as partes. Já a padronização das perguntas tolhe a criatividade e a competição. Vou dar um exemplo: imaginemos que hoje nenhuma seguradora pergunte qual

Júlio Avellar - Sim, é possível, mas como todo trabalho de pesquisa, quem descobre primeiro eaplica primeiro consegue primeiro os benefícios desta descoberta. Omais fantástico deste processo é tratar desigualmente os desiguais. É isso que o consumi~ dor quer, então é isso que o seguro deve fazer.

da época das carroças e da inflação estava perdido e sem parâmetros. Hoje, o consumidor é mais exigente com sua compra de automóveis e mais exigente quanto à qualidade dos serviços, compara preços. Mas acho que todos os mercados, de uma maneira em geral , gostariam que o consumidor dedicasse mais tempo para se educar sobre os contratos.

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O Um segurado de São Paulo, que

Como representante da Fenaseg, o senhor acha que o número de ações judiciais é pequeno. O que isto quer dizer, que a Fenaseg não está preocupada com isso e não pensa em uma proposta para reduzir o número de ações na Justiça? Júlio Avellar - A Fenaseg está preocupada, é claro . Isto afeta a imagem e O seguro é, o resu Ita do de nossa essencialmente, um atividade. Basta uma pessoa estar insatisproduto de boa fé feita para que o merda boa fé da cado todo sofra. A jorseguradora, do corretor nada para a satisfação total só vai se dar por e do segurado. Porém, boas práticas e por para essa boa fé ser educação . Existe um exercida, é necessário constante trabalho de aperfeiçoamento entre que essas três partes seguradores, corretoestejam corretamente res , autoridades , informadas" Susep, Procons, juristas, todos interessaé a profissão do motorista, mas a dos no melhoramento deste prominha companhia pesquisou edes- cesso. Eesta melhoria está ocorcobriu que os médicos são melho- rendo. Hoje falamos de sete mires condutores do que os jornalis- lhões de automóveis segurados, tas e merecem preço menor. Aper- quando na entrada do Real, em gunta deve ser objetiva: qual é a 1994, eram cerca de 4 milhões. profissão do condutor? Para então Só tem um crescimento vertigicalcular um preço para uma e ou- noso como esse um produto que tra profissão Não me parece bom é reconhecidamente satisfatório. para aevolução do mercado engessálo no seu desenvolvimento. O O senhor diz que o mercado segurador melhorou ecresceu. O Mas essa nova característica não E como o senhor vê a trajetóseria logo incorporada aos quesria do consumidor? tionários de outras seguradoras? Júlio Avellar - O consumidor

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afirmou no questionário que guardava ocarro na garagem, teve seu carro roubado na rua e a seguradora se negou a pagar o sinistro. Qual sua opinião sobre este caso? Júlio Avellar - Existem duas formas de fazer contratos. Uma, que eu não gosto, que é mais restritiva, pergunta: você guarda seu carro na garagem? Se a resposta é sim e o carro foi roubado na rua, quando deveria estar na garagem, a seguradora tem razão de negar o pagamento do sinistro. Mas prefiro outra forma de contrato, a que prevê a habitualidade - a pessoa normalmente guarda o carro na garagem, mas pode acontecer de um dia não ter guardado. O Ecomo você vai saber que apes-

soa guarda o carro na maior parte do tempo na garagem? Júlio Avellar - Ésó perguntar para as pessoas do seu ciclo de relacionamento ...

o Então o contrato da habituabilidade pressupõe uma investigação para o pagamento do sinistro? Júlio Avellar - Pressupõe a boa fé na resposta correta. Todavia, na defesa de todos os segurados que mantêm contratos pode-se investigar. Eo corretor deve alertar o segurado que, se houver uma alteração do risco, essa alteração deve ser comunicada à seguradora. Esse é, por exemplo, um assunto que deve ser tratado em uma cartilha. Por Nadja Sampaio

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e foi parar na Interne lnformacões sobre o sinistro de automóveis, 24 horas por dia. #

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ROUBO DE CARGAS

AORGANIZAÇ SERVIÇO DO C Eles são extremamente organizados, têm um forte esquema de segurança para garantir o sucesso das suas operações, contam com infra-estrutura invejável na estocagem e distribuição de produtos, e dispõem de fartas linhas de fmanciamento que lhes propiciam mais agilidade para atuar em todo o Brasil. Enf1II1, um quadro dos sonhos de qualquer empresário, não fosse essa atividade o roubo de cargas. Esta modalidade de crime deve causar, este ano, prejuízos da ordem de R$ 450 milhões para os donos das mercadorias, transportadoras e seguradoras - dados da Associação Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas

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fato é que esse tipo de ação não pára de crescer, formando um círculo vicioso que afeta toda a sociedade. Afinal , quanto mais roubos são registrados, maiores ficam os custos dos fretes, do seguro e, na ponta da linha, o preço final do produto. A situação é tão crítica que, ano após ano , cai o número de seguradoras que operam regularmente na carteira de roubo de cargas transportadas pelas estradas e ruas REVISTA DE SEGUROS

das maio res metrópoles do Brasil. Das cerca de 30 empresas que disputavam esse nicho de mercado em meados da década de 90 , hoje restam menos de dez. Gerenciando riscos Para se resguardarem dos elevados índices de sinistralidade apurados na carteira - que invariavelmente beiram o patamar dos 90% - essas seguradoras têm imposto condições antes de aceitar os riscos oferecidos pelo transporte de car-

gas. Nesse contexto, o pri ncipal requisito é o investimento em programas de gerenciamento de riscos. Essa exigência produziu efeitos imediatos, reduzindo em até 30% a sinistralidade das empresas que adotaram os programas mais avançados, segundo dados da Pamcary, empresa especializada tanto na corretagem de seguros quanto na elaboração de programas de gerenciamento de riscos na área de transportes.

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A radiografia das quadrilhas A polícia já sabe que as quadrilhas se organizam por "departamentos". Um grupo fica com a missão de roubar a carga, outro controla as vendas dessas mercadorias; e um terceiro comanda a distribuição dos produtos. Membros de um grupo raramente conhecem os com parsas que integram o outro . Assim , as quadrilhàs reduzem o risco de haver delação no caso de prisão de alguns integrantes. A estocagem é feita em depósitos muito bem equipados, que não despertam suspeitas na vizinhança. Os receptadores, em quase a to tal idade das vezes, são comerciantes bem sucedidos, que revendem a mercadoria roubada a preços muito baixos, atraindo uma imensa cli entela , o que garante alta rotatividade para o estoque, dificultando a ação policial. Nos últimos meses, está sendo detectada uma migração das quadrilhas, que esO problema é que as tec nologias utilizadas nesses programas de gerenciamento de riscos em geral são muito caras e somente as grandes empresas de transportes e as indústrias de primeira linha contam com recur sos para adquiri-las. "Apenas sete mil dos 1,2 milhões de caminhõe s que trafegam pelas estradas brasileiras utilizam tecnologi as mais modernas. Os carre teiros autônomos , que respon dem por 70% do tran sporte de

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tão saindo dos estados do Sudeste, que tradicionalmente respondem por até 85% dos roubos de cargas registrados no País, para outras regiões. Na avaliaçãú do diretor da Pamcary, Artur Santos, esse deslocamento não indica uma melhoria do combate ao crime no Sudeste. "Os ladrões estão mais audaciosos e, para reduzir custos operacionais, passaram a atuar mais próximos dos receptadores, principalmente do Sul e do Nordeste", explica. Segundo Artur Santos , nos último s anos muitas quadrilhas também estão preferindo roubar depósitos a atacar caminhões nas estradas, pois, assim, conseguem obter maiores lucros por ação. Ele revela que é por esse motivo que os prejuízos causados pelo roubo de cargas quadrupl icaram nos últimos seis anos, embora o número de ocorrências tenha "apenas" dobrado em igual período. cargas no país, e as pequenas e médias transportadoras ainda não têm como adotar esses programas ", lamenta o diretor da Pamcary, Artur Santos. Diante desse cenário , os transportadores sentem-se acuados, reclamam das exigênci as feitas pelas seguradoras e das suspeitas levantadas pela polícia. "Temos investido bastante em programas de gerenciamento de ri scos, mas a pressão é grande. Algumas vezes, o tran sportador é até apontado

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Autoridades do Estado, empresários, seguradores e entidades de classe reuniram-se no Rio, em outubro, para discutir soluções

pela polícia como suspeito de participação nos roubos e ainda somos pressionados pelas exigências e taxas adotadas pelas seguradoras que operam no ramo ", desabafou o diretor da Associação Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas, Oswaldo Dias de Castro durante o encontro promovid~ pela Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro junto com o Sindicato das Seguradoras do Rio de Janeiro e o Sindicato dos Transportadores de Cargas (Sindicarga) do Estado , no final de outubro , no Rio de Janeiro. Combate difícil - Também nesse encontro, o Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Josias Quintal , confessou que o roubo de cargas é o tipo de crime que a polícia do Estado tem encontrado mais dificuldades para combater. "Os registros de assaltos a bancos , seqüestros e homicídios caíram , mas não houve avan ços no combate ao

A visão dos seguradores O presidente da Comissão de Seguros de Transportes da Fenaseg , Alexandre Leal Rodrigues, aponta o roubo de cargas como um dos problemas que mais preocupam as seguradoras no momento. Segundo ele, a sensação é de que as quadrilhas sempre estão um passo adiante das tecnologias adotadas nos programas de gerenciamento de riscos. "Eles estão muito bem organizados e acabam superando os obstáculos que tentamos criar", lamenta. Alexandre Rodrigues, que é gerente de Produtos de Transpo~tes da Liberty Paulista, revela que as mercadorias pretendas dos ladrões são os cigarros, os medicamentos e os gêneros alimentícios, sendo que, nos últimos meses cresc~_u muito t~Jll bém o roubo de combustíveis. Na s~a opinlao, essas mvestidas seriam contidas, ou minimizadas, se fosse possível acabar com o receptador. "Mas reconheço que é muito difícil pegá-los", ressalta. O vice-presidente do Sindicato das Seguradoras do Rio de Janeiro, Lúcio Antonio Marques, lembra que, mais recentemente, quase 90% da receita de prêmios nessa carteira estão sendo empregados no pagamento de indenizações. Ele concorda com a tese de que a prioridade deve ser o cerco ao receptador, mas acha importante também esclarecer à população dos riscos que são oferecidas por mercadorias suspeitas. "No caso dos remédios roubados, por exemplo , há sempre o ri sco da validade vencida ou do estoque inadequado do produto , que pode causar danos à saúde de quem utiliza esse medicamento ", adverte .

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roubo de cargas. Não é por acaso que essa modalidade vem sendo tratada como um desafio que precisa ser vencido ", afirmou o secretário . Ele defende uma maior troca de experiências entre as autoridades dos estados da Região Sudeste para garantir um melhor aparelhamento no combate às quadrilhas especializadas . Para o presidente do Sindicato das Seguradoras do Rio de Janeiro , Minas Mardirossian talvez a situação descrita pel~ secretário fosse diferente se as empresas do setor tivessem adotado, em relação ao transporte de cargas, o mesmo posicionamento de cobrança permanente utilizado no caso dos roubos e furtos de automóveis. "O nosso sindicato se penitencia por não ter sido insistente em falar com as autoridades sobre esse problema", admite Minas Mardirossian. De qualquer forma, ele acredita que ainda há tempo para se combater "com veemência"

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ROUBOS CRESCEM ANO A ANO

Dez propostas de ação

Segundo dados da Pamcary, publicados abaixo, as ocorrências de roubos e furtos registradas em território brasileiro duplicaram de 1994 até hoje. Já os prejwws causados por esses roubos ficaram quatro vezes maiores.

O que não faltam são propostas visando o combate mais efetivo às quadrilhas especializadas no roubo de cargas. No encontro promovido pela Secretaria de Segurança Pública e o Sindicato das Seguradoras do Rio de Janeiro, transportadores, policiais e seguradores apresentaram as seguintes sugestões:

Ano

Ocorrências

Prejuízo (em R$ milhões)

Valor médio por ocorrência (em R$)

Criação de site na Internet para que policiais, trans1 portadores e autoridades possam ter maior agilida-

94

2.566

102

39.750

de na troca de informações a respeito das cargas roubadas que trafegam de um estado para outro ;

95

2.700

162

60.000

96

3.198

250

78.173

97

3.600

270

75.000

98

4.341

315

72.563

99

4.967

374

75.296

2000*

5.200

450

86.538

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Formação de grupo de trabalho permanente , integrado por representantes dos transportadores, seguradores e das Secretarias de Segurança Pública, que teriam a missão de discutir o assunto e apresentar propostas, além de convidar parlamentares e governantes para os debates;

3

Elaboração de banco de dados, com informações centralizadas sobre a atuação das quadrilhas, seus integrantes e veículos ou cargas roubados;

4

Policiamento mais ostensivo , com a utilização de motocicletas, que permitem maior agilidade para os pol iciais, nos grandes centros urbanos;

5

Realização de palestras periódicas para discutir soluções com base na experiência dos policiais e empresários de cada estado;

*Estimativa fonte : Pamcary

esse tipo de problema, para que a sin istralidade na cartei ra de roubo de cargas volte ao patamar histórico - osci lando entre 65% e 70%. Na avaliação do presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas (Sindicarga-Rio), Eduardo Rebuzzi, o grande erro no combate ao roubo de cargas é o fato de esse crime ser considerado da alçada estadual. "As mercadorias roubadas no Rio de Janeiro são vendidas em Minas Gerais ou na Bahia. As quadrilhas que agem em São Paulo vendem o produto do roubo no Sul do país. Então, trata-se de um crime de dimensões federais e como tal deve ser combatido", argumenta Rebuzzi . Ele acredita que não é muito difícil identificar o destino do produto roubado, desde que não se ataque apenas o vendedor ambulante , que "vende apenas as sobras dos roubos". Segun-

clara de cada lote de produtos trans6 Identificação portado, para facilitar a busca da carga e até a prisão do receptador; Identificação do motorista e ajudantes no próprio 7 transportada; veículo ou na documentação relativa à mercadoria 8!Melhor aproveitamento das tecnologias disponíveis para rastreamento de veículos e cargas roubados; de projeto de lei obrigando os estados a 9 Proposta criarem delegacias especializadas no combate ao roubo de cargas; visando tornar menos branda a legislação 10 noProposta que se refere à punição dos ladrões e receptadores.

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do Rebuzzi , é preciso investigar os comerciantes estabel eci dos que vendem medi camentos ou combu stívei s a preços muito abaixo da média do mercado . "Combustível barato ou é adulterado ou foi roubado ", di spara o pre sidente do Sindicarga. Mas talvez ninguém expresse melhor o real ri sco oferecido pela extrema organização das quadrilhas especial izadas em roubo de cargas do que o diretor da organização Rio Contra o Crime, Zeca Borges Segundo ele , a médio prazo , essas quadrilhas representam um perigo muito maior do que os traficantes de drogas. "São milícias armadas, muito bem organizadas, que estão acumulando um volume enorme de capi tal e diversifi cando suas atividades, finan ci ando o contrabando de armas e drogas", alerta o especialista . Por Jorge Clapp

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AUTOMÓVEIS

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s divergências entre seguradoras e consumidores no momento da apuração do valor a ser indenizado, quando ocorre um sinistro, parece que estão com os dias contados. A responsável pela boa nova é a Circular da Susep n° 145, de 8 de novembro último, que consolida toda a legislação referente ao seguro de Automóveis, criando regras para que os contratos fiquem mais transparentes, objetivos e de fácil entendimento pelo consumidor, acabando com as reclamações que nos últimos doi s anos avolumam -s e nos Procons , Judiciário e na própria Susep. Rossano Orsini Junior, coordenador do Departamento Técnico da autarquia, explica que as novas regras minimizam os problemas relacionados às discussões sobre valor médio de mercado, que sempre ocorrem na hora do pagamento do sini stro de uma apólice de automóveis . "Criamos dois ti pos de contrato de seguro, com duas regras para indenização", expl ica Rossano Orsini. A primeira, que já existia, é o se-

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circulação , possibilitando que o consumidor acompanhe a evolução da variação do valor de seu veículo e tenha certeza de quanto será a indenização em caso de sinistro. "Também é selecionado um fator que leva em consideração as características de cada veículo e dá uma margem para o consumidor ter essa flutuação . Ele pode achar, por exemplo , que o seu Gol 97 não esteja valendo R$ 10 mil , mas sim R$ 11 mil. Nesse caso, selecionará na tabela o fator 1.1, ou seja, agregará 1O% ao valor da tabela. Caso ocorra o sinistro durante a vigência, o procedimento de apuração do valor será simples: o con"O conswnidor pode sumidor procurará a achar, por exemplo, que o revista em v1gor na seu Gol 97 não esteja data mais ou menos próxima da liquidavalendo R$ lO mil, mas ção , verificará o vasim R$ ll mil. Nesse lor que está na tacaso, selecionará na tabela bela e aplicará o fao fator l.l e agregará l 0% tor que contratou ", explica Rosini . ao valor da tabela" Mais transpaRossano Orsini (Susep) rência - O presi-

guro pelo Valor Determinado , que as seguradoras obrigatoriamente terão que oferecer. No momento da contratação da apólice é estipulado um valor em reais para a reposição do bem. Ocorrendo o roubo , furto ou a perda total do veículo, independente da data da oco rrência, será pago o valor expresso na apólice , sem qualquer discussão ". O segundo contrato obrigatório é o seguro pelo Valor de Mercado Referenciado . Ele estabelece uma tabela de referência de preços de veículos de domínio público, ou seja, publicada em revistas especializadas e jornais de grande

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dente da Comissão de Automóveis da Fenaseg e diretortécnico de Automóveis da Bradesco Seguros, Renato Pita, encara como positiva essa consolidação da legislação do seguro de Automóveis. Ele concorda com Orsini Junior quanto à maior transparência e clareza que as novas normas darão ao mercado. "Não é nada agradável o que estávamos vivendo até hoje, com uma enorme quantidade de circulares ,

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'1\.inda que a circular não exija que a tabela tenha que ser a da Fipe, nós entendemos que ela é a única que atende a todos os pré-requisitos colocados nas novas normas" Renato Pita (Fenaseg)

que iam se substituindo e se cancelando parcialmente a cada momento". Na sua avaliação, é positivo que a Susep tenha elaborado uma Circular sobre o produto automóvel que inclui os ramos RCF (Seguro de Responsabilidade Civil Facultativo de Proprietário) e APP (Acidentes Pessoais de Passageiros de Veículos de Uso Particu lar), e também porque ela reconhece pela primeira vez

Fenaseg vem realizando há bastante tempo com vistas à construção da tabela de referência com a Fipe, da Universidade de São Paulo. "Ainda que a circular não exija que a tabela tenha que ser a da Fipe , nós entendemos que ela é a única que atend~ a todos os pré-requisitos colocados nas novas normas", destaca. Orsini Junior afirma que os novos dispositivos minimizarão a polêmica em torno do valor da apólice e valor de mercado. Explica que existia uma regra ditada pela Circular n° 18/83, agora revogada, que estBbelecia a indenização pelo valor médio de mercado, limitada a uma importância segurada. Com a dedução natural em função do uso do veículo, geralmente o valor a ser indenizado era um pouco inferior ao limite máximo de indenização. "A norma foi colocada em audiência pública, recebemos cerca de 130 sugestões, dentro de um processo democrático de ouvir opiniões, e vári -

que o automóvel é um produto, independente de ter o casco, RCF e APP em ramos distintos. "Parece que o caminho natural é que em breve teremos isso como um único ramo ", supõe. Tabela de referência Renato Pita aponta como grande novidade na circular a exigência do uso da tabela de referência para produtos de valor de mercado. Salienta que isso vem ao encontro do trabalho que a

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as delas foram incorporadas ao texto. Um tema que estamos abordando nesta legislação e que está sendo extremamente utilizado pelo mercado é o Questionário de Avaliação de Risco , também chamado de Perfil ", exp lica. Legislação - O coordenador da Susep diz que não existia nenhuma legislação específica tratando do assunto, mas a nova Circular cria uma regrinha que permite que as seguradoras continuem utilizando aqueles questionários, mas só poderão recusar pagamento de indenização com base nas respostas às perguntas objetivas. Perguntas com caráter subjetivo poderão continuar existindo, mas não serão levadas em conta no momento da indenização e de uma possível verificação por parte da seguradora. Renato Pita acha que houve uma grande evolução no seguro de Automóveis nos últimos anos. "O produto valor de mercado é um avanço inegável , mas o fato de ainda não existir um critério objetivo para o seu cálculo , no momento da indenização, vinha gerando certos problemas com o consumidor, que agora esperamos eliminar com as novas normas estabelecidas pela Susep". Por Walcy Joannou

REVISTA DE SEGUROS


·.

INDICADORES

mercado de seguros , previdência privada e de capitalização arre_ ___, cadou R$ 21,251 bilhões no acumulado de janeiro a agosto de 2000. O crescimento registrado foi de 17,50% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a arrecadação do mercado totalizou R$ 18,086 bilhões. Nos oito primeiros meses do ano, o setor de seguros foi responsável por R$ 15 bilhões da arrecadação , o de previdência privada aberta por R$ 3,278 bilhões e o de capitalização por R$ 2,893 bilhões. Os dados são da estatística da Susep. Provisões Técnicas - As provisões técnicas do mercado de Seguros, Previdência Privada aberta e de Capitalização somaram em agosto R$ 27 ,348 bilhões. O saldo das reservas técnicas no setor de Seguros em agosto de 2000 foi de R$ 9,6 bilhões. Já o segmento de Capitalização totalizou R$ 5,2 bilhões em provisões técnicas, e o de Previdência Privada aberta atingiu a marca de R$ 12,4 bilhões. Os dados são da estatística da Susep. Sinistros - O setor de REVISTA DE SEGUROS

SINISTRALIDADE (Jan. a Ago. 2000)

74,61%

Automóvel Vida

81 ,44% Saúde 68,56% Riscos Diversos Incêndio Acidentes Pessoais 75,9% DPVAT Habitacional Transporte 64,92% Demais Ramos 68,44%

Total Jan./Ago 2000 0%

20%

40%

60%

80%

100%

Fonte : Susep

seguros pagou 8,88% a mais em sinistros de janeiro a agosto de 2000 , comparado ao mesmo período de 1999. De acordo com a estatística da Susep , foram R$ 8,152 bilhões de sinistros retidos no ano passado , contra R$ 8,876 bilhões este ano. O ramo que registrou o maior incremento foi o

de Saúde, 21,7 4% a mais, com R$ 2,895 bilhões de sinistros retidos de janeiro a agosto deste ano, contra R$ 2,378 bilhões em igual período de 1999. Já o ramo habitacional foi o que registrou a maior queda no montante de sinistros pagos , 20,86% , passando de R$ 54 milhões nos oito pr imeiros

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meses de 99 , para R$ 42,7 milhões de janeiro a agosto de 2000. Setor de seguros - O mercado de seguros arrecadou R$ 15 bilhões de janeiro a agosto de 2000 e cresceu 14,30% no período . No mesmo período do ano passado, o faturamento deste setor foi

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de R$ 13,1 bi lhões. Nos oito primeiros meses do ano, o ramo de automóvel apresentou crescimento de 16,93%, passando de uma arrecadação de R$ 4,104 bilhões no ano passado, para R$ 4,799 bilhões este ano. A carteira de saúde vem logo em seguida, com faturamento global de R$ 3,661 bilhões até agosto. A evolução registrada no período foi de 16,27%. O ramo vida obteve um incremento de 13,67% no período , passando de uma arrecadação R$ 2,268 bilhões de janeiro a agosto de 1999 para R$ 2,578 bilhões em igual período de 2000. A participação destes três ramos na produção do mercado foi de, respectivamente , 31 ,83%; 24,29%; e 17,10%. Os dados são da estatística da Susep divulgada na última semana. Capitalização - O mercado de capitalização cresceu 10,34% de janeiro até agosto . O setor, no acumulado dos primeiros oito meses do ano, arrecadou R$ 2,893 bilhões, enquanto , no mesmo período do ano de 1999, a arrecadação registrada foi de R$ 2,662 bilhões. Já as provisões técnicas de capitalização somaram R$ 5,268 bilhões em agosto. Isto significa que houve um incremento de 22 ,86% em relação ao mesmo período do ano passado , quando o total das reservas ficou em R$ 4,288 bilhões . Previdência privada O mercado de Previdência Privada aberta teve uma receita de R$ 3,278 bilhões, entre janeiro e agosto deste ano, registrando um crescimento de 44,33% em relação ao mesmo período do ano passado . Todas os dados são da estatística da Susep.

PRÊMIOS TOTAIS (Jan. a Ago. 2000)

Riscos Diversos 2% Incêndio 5% ~

Saúde 24%

Acidentes Pessoais 3%------DPVAT 6%

Habitacional 4%

Vid a 17%

Transporte 2% Demais Ramos 5%

Fonte : Susep

MERCADO DE SEGUROS, PREVIDÊNCIA PRIVADA E CAPITALIZAÇÃO (Jan. a Ago. 2000)

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Seguros 71%

Previdência 3 Privada 15,4% 2

Capitalização 13,6%

1) Prêmio Total = Prêmio de Seguro + co-seguro Aceito- co-seguro Cedido - Restituição - Descontos 2) Receita com Títulos de Capitalização 3)Rendas de Contribuições Previdenciárias

Fonte : Susep

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~· MERCADO

esde que a privatização do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB-Brasil Re) foi anunciada, há três anos, o mercado de seguros brasileiro está na crista de uma revolução silenciosa. O processo de venda, emperrado na Justiça, tem trazido conseqüências para o consumidor, que sofre com a limitação de um mercado que não oferece produtos adequados à suas reais necessidades. A avaliação é do presidente da Associação Brasileira de Gerência de Riscos (ABGR) , Luiz Paulo Monteiro, para quem o país não pode mais esperar pela quebra do monopólio de resseguros para garantir a expansão do mercado .e o suporte adequado aos con'sumidores. Para Monteiro, isso não significa necessariamente a extinção do IRB. "Eles atuam com competência e, portanto, poderão se manter no mercado. "Os números mostram que o mercado de seguros tem grande potencial. No entanto , este desenvolvimento depende de uma mudança de mentalidade. O mercado precisa entender a urgência de se abrir à concorrência", garante Monteiro. REVISTA DE SEGUROS

Luiz Paulo Monteiro (ABGR): "Como pode num país em que a safra é fantástica e bate recorde, ainda estarmos tão atrasados no seguro agrícola em relação à realidade mundial?"

tinuidade das atividades em caso de perda da safra. Algumas dessas empresas já estão fechando acordos com seguradoras brasileiras para, juntas, explorarem este nicho de mercado. "Como pode num país em que a safra é fantástica e bate recorde, ainda estarmos tão atrasados em termos de seguro agrícola em relação à reali dade mundial? Precisamos modernizar o seguro de agrobusiness", sugere. O presidente da ABGR lem-

Um bom exemplo desta necessidade, segundo o presidente da AGBR , é o setor agrícola. No que se refere ao estímulo ao seguro agrícola privado, a situação é favorável à expansão no Brasil. A decisão do governo de extinguir o monopólio do resseguro vai atrair seguradoras estrangeiras com experiência no ramo, que virão oferecer novos produtos e tecnologia adequados para garantir estabilidade à renda do produtor, assegurando-lhe con-

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bra que, em todo o mundo, apenas o Brasil e o Paquistão ainda mantêm o monopólio de resseguros. Mas ele acredita que há como se recuperar rapidamente este atraso, uma vez que as empresas estrangeiras já estão preparadas para avançar no mercado brasileiro. "Na década de 90 , a participação do capital estrangeiro no mercado de seguros era de 4, 16%, no ano passado foi de 27,32%. As empresas estrangeiras estão avançando rápido ", avalia Luiz Paulo Monteiro. Ele acredita que a abertura do mercado de ressegurgs, que vai acontecer cedo ou tarde , tenda a aumentar ainda mais esta participação das empresas estrangeiras. "Muitas já estão no país, com equipes montadas, prontas para operar, à espera apenas da quebra do monopólio", afirma. Portanto,.conclui , as seguradoras brasileiras precisam se preparar para enfrentar a concorrênci.a externa. Falta de conhecimento A vice -presidente da Rural Seguros e do Sindicato das Seguradoras de Minas Gerais, Leda Rabello Carvalho, acha que a falta de informação atrapalha o mercado - de um lado, con-

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maior de produtos, com co'~ condições de aceitação bertura para de riscos no exterior são aqueles nichos de mercado muito rígidas, mas ajudam a que, até hoje, baixar as taxas. Aqui ocorre não são exploo contrário" rados ou não despertaram a Leda R. Carvalho (Rural Seguros) atenção devida das empresas de seguros que operam no BraAvalanche - Amílcar diz sil. Nesse sentido , Amílcar ainda que o Brasil é cobiçado Vianna entende que os segupelos operadores internacionais ros nos ramos de pessoas são devido ao fato de ter um enoras carteiras com maior potenme mercado consumidor que cial para crescer diante da inclui muitos nichos inexplochegada de competidores com rados, o que o leva a apostar larga experiência no mercado em uma avalanche de novas internacional. formas de seguros em ramos Ele destaca ainda que os como responsabilidade civil corretores de seguros terão profissional , eventos, equipapapel preponderante, passanmentos, animais e esportes . do a identificar novos mercaPara ele, será a inserção do merdos que podem oferecer bons cado brasileiro no contexto munresultados. "O corretor será o dial do setor de seguros. termômetro do mercado. E vai , Leilão do IRB - A exinclusive, ter a oportunidade de pectativa, no Governo, é de que desenvolver produtos em paro leilão de privatização do IRB ceria com as seguradoras para Brasil Re poderá ser remarcaatender às necessidades espedo para o segundo trimestre de cíficas dos consumidores bra2001 . A questão depende do sileiros", prevê o dirigente do julgamento, no Supremo TriSincor-RJ. bunal Federal (STF) , da liminar Na sua avaliação , poucos concedida ao Partido dos Tracorretores irão se arriscar a atuar balhadores (PT}, pelo ministro ao mesmo tempo no seguro e Marco Aurélio Mello, suspenresseguro , embora essa posdendo a vigência da lei que sibilidade esteja prevista na letransfere atribuições do IRB para gislação elaborada pela Susep a Susep, ponto de partida para - que entrará em vigor tão logo a efetivação da abertura do após a privatização do IRB-Brasil mercado. OPT alega que a maRe seja solucionada. téria deveria ser regulamentaEle aposta que, na prática, da por lei complementar e não será muito melhor para os corordinária. retores de seguros se especiCaberá ao ministro Mauríalizarem na modalidade que cio Corrêa elaborar o relatório mais se adequa às suas caracque irá ser julgado no plenário terísticas profissionais. "Será do STF provavelmente logo muito melhor para o corretor após o recesso do Judiciário, formar parcerias com os coleem fevereiro. gas brokers, para que possam Por Ana Cecilia trabalhar afinados", acentua. e Jorge Clapp

sumidores que não conhecem bem os serviços que estão con funcionários e operadores que já atuam ou que desejam entrar no mercado, como forma de manter os profissionais reciclados. Leda acha que o consumidor tem uma imagem distorcida do seguro porque as regras e condições das apólices são complicadas e genéricas. Por isso, os esclarecimentos para o cliente tornam-se cada vez mais necessários - é preciso haver mais transparência nas condições e coberturas das apólices e também um melhor gerenciamento dos riscos. "As condições de aceitação de riscos no exterior são rígidas, mas ajudam a baixar as taxas. Aqui ocorre o contrário. O consumidor tem que se educar não apenas para exigir, mas também para aceitar algumas mudanças de procedimentos". Segundo a executiva , as companhias de seguros são desiguais, mas precisam aceitar riscos de forma homogênea e o resseguro garante às companhias a possibilidade de assumirem qualquer tipo de risco em conformidade com seu limite técnico. Outro aspecto que prejudica o mercado, diz, é o sistema tributário. "Precisamos de uma reforma urgente porque uma racio-

nalização de impostos é prérequisito para termos um sistema moderno e compatível com uma economia globalizada. O seguro de vida em grupo, por exemplo , passou a ter uma incidência de 7% de IOF injustificável, o que causou um impacto nas empresas que faziam o seguro de seus empregados", conclui. Vantagens - Ovice-presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio de Janeiro (Sincor-RJ) , Amílcar Vianna, por sua vez, vê com otimismo a abertura do mercado de resseguro. Segundo ele, esse processo , em um primeiro momento, trará vantagens principalmente para os segurados de grande porte , alguns dos quais costumam negociar as condições de cobertura di retamente com os resseguradores estrangeiros. "Os preços cobrados no mercado interno estão mais ou menos no mesmo nível lá de fora. No entanto, a abertura trará mais concorrência e é possível que um ou outro ressegu rador reduza os seus preços para atrair a clientela, especialmente as grandes empresas brasileiras", observa. Amílcar Vianna vislumbra maiores possibilidades de queda dos preços nos ramos de cascos aeronáuticos, marítimos e na área de riscos de petróleo . No caso "O corretor vai ter dos consumioportunidade de dores individudesenvolver produtos em ais, ele não crê parceria com as seguradoras em redução imediata dos patia atender às necessidades preços . Entreesgecíficas dos tanto , ressalta que certamente co sumidores brasileiros" haverá uma vaAmilcar Vianna (Sincor-RJ) riedade bem

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RECURSOS HUMANOS

eter os recursos humanos nas empresas é o grande desafio do ....._____, mercado brasileiro de seguros para os próximos anos. Esta é uma das mais importantes conclusões de uma pesquisa realizada este ano pela Comissão de Recursos Humanos da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg). De acordo com a pesquisa, a taxa anual de rotatividade (turn over) do mercado é hoje de 18%, o que, segundo o presidente da Comissão, Milton Abrunhosa, significa dizer que a cada cinco anos e meio há uma renovação de todo o quadro de funcionários das empresas. E isso é bom ou ruim para as seguradoras? "Quando se fala da perda de pessoas qualificadas, a rotatividade é muito ruim. Porque nós temos escassez de bons profissionais no mercado. A empresa investe, treina e qualifica o profissional e permite que ele vá embora, seja para uma empresa concorrente ou para outro segmento Isso não é positivo ", avalia Abrunhosa, superintendente da RH da Sul América Seguros. Além disso, mesmo sem um item que permitisse auferir REVISTA DE SEGUROS

na pesquisa quanto se gasta para cobrir as despesas com a rotatividade - que incluiria os gastos com a dispensa do funcionário e também os recursos investidos no treinamento de um outro profissional - é certo que isto representa custos para o mercado. "A rotatividade de 18% tem um peso. Reter um funcionário significa qualificar, e qualificar significa investimento. Ter uma empresa nova a cada cinco anos é preocupante e representa um custo muito alto para as organizações. E se a empresa perde uma pessoa capaz de fechar bons negócios ou de evitar certos prejuízos, os gastos podem representar folhas e folhas de pagamento ao longo de um ou cinco anos", afirma. Geração Net - A verdade é que a pesquisa revela uma mudança no profissional que trabalha no mercado segurador. Hoje o setor é composto por jovens: 23% têm até 25 anos, e 66%, até 35 anos, segundo a pesquisa. E estes jovens estão imprimindo novos valores ao mercado. "Esta é uma força de trabalho ainda muito jovem e o compromisso dela hoje, dentro da característica da chamada "geração NET ou Internet", é priorizar o desenvolvimento pessoal" , explica Abrunhosa. Por

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''A empresa investe, treina e qualifica o profissional e permite que ele vá mbora, seja para uma em resa concorrente ou para outro segmento. Isso não é positivo" Milton Abrunhosa (Fenaseg)

isso, o investimento na capaci tação profissional e a atenção das empresas ao monitoramento dos recursos humanos que têm possibilidade de ascensão são hoje diferenciais para aquelas empresas que querem diminuir o turn over e estar up to date com o mercado. Dando uma importãncia muito maior ao desenvolvimento profissional e à satisfação do que à segurança na empresa ou remuneração, a força jovem quando não se sente valorizada pela organ ização , prefere optar pela solução mais radi cal : o desligamento. Prova disso são os números da pesquisa da Fenaseg que revelam que 36% dos empregados não ul trapassam a dois anos de trabalho na mesma empresa, e 63% não atingem mais do que cinco anos. "A lealdade do jovem está ligada ao auto-desenvolvimento. Se ele está em uma organização em que possa se desenvolver e vi slumbrar um futuro brilhante , ele fica. Mas se ele vê que está ficando distante das exigências do mercado, ele sai ", explica. Escolaridade - Abrunhosa lembra que a responsabilidade do desenvolvimento não é apenas das seguradoras e os profissionais sabem disso. Segundo a pesquisa, das 30.357 pessoas que o mercado emprega diretamente hoje, 27 ,6% possuem 3° grau completo e outros 27 ,6%, o 3° grau incompleto. Esta situação era bastante diferente há dez anos. "Esse percentual não passava de 12%. Daqui a quatro anos, se continuar nesta progressão, poderemos ter mais de 50%do mercado com nível superior comp leto ", contabiliza. As empresas também estão começando a investir na forma-

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Comunicação também é prioridade Para evitar a debandada desta força jovem, as empresas terão que mudar também a forma de se comunicar com os seus funcionários. Fazer a comunicação fluir naturalmente e sem ruídos dentro das organizações será um dos desafios de quem quiser lidar da melhor forma com esses jovens formados sob os valores da Internet e acostumados a uma enorme gama de informação, com extrema velocidade. "Antes os profissionais até poderiam aceitar a falta de informação , porque pensavam em segurança dentro da empresa. Mas os jovens hoje não estão preocupados com isso. Quem não der oportunidade para diálogo, terá dificuldades", avisa Abrunhosa. Acostumados ao controle remoto e ao click do mouse, essa nova massa de profissionais não posterga questionamentos e nem aceita respostas no dia seguinte.

ção acadêmica do s funcio nários. A pesquisa revela que, das 84 empresas que responderam às perguntas, 23 concedem algum tipo de bolsa de estudos, seja para cursos de inglês, de 3° grau , ou pósgraduação . Mesmo ass im , Abrunhosa diz que apenas a formação acadêmica não garante um bom profi ss ional. "Quando tem melhor grau de conhecimento as pessoas trazem, de maneira geral, condi ções melhores. Mas as empresas precisam definir o perfil do profissional que deseja para cada cargo e fazer um recrutamento baseado em experiência, e não só em formação ". Por isso, para diminuir arotatividade, as empresas devem também dar uma atenção especial ao momento da contratação do funcionário. "O recrutamento é prioritário. O profissional precisa agregar valor e não ser apenas mais um ". Dentro desse novo cenário, o setor de recursos humanos ganha força e passa a ser visto não só como

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um departamento operacional e estático dentro da organização, mas como um parceiro de negócios comprometido com o sucesso da empresa. "O RH é muito importante no trabalho estratégico, não pode mai s ser apenas operacional como era antes. Tem que participar ativamente dos negócios da organização, e estar integrado a todos os demais níveis da empresa, desafiando a todos na organização para atingir o seu potencial tanto como indivíduo tanto como time ", afirma. Na sua avaliação , é difícil citar individualmente o trabalho que já está sendo feito pelas empresas para motivar, qualificar e, conseqüentemente, reter os funcionários, pois cada uma tem planos específicos. Mas ele adianta que o mercado está bastante sensível a esta nova realidade e vem agindo com uma velocidade maior. "Todas as empresas tiveram um avanço nesse sentido e têm refletido sobre os números revelados pela pesquisa", conclui .

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BALANÇO

O ano de 2000 frustrou a expectativa do mercado de seguros brasileiro de ver privatizados o IRB-Brasil Re e o Seguro de Acidentes do Trabalho. Contudo, deixou marcas indeléveis de que o setor, além de não perder o otimismo e de contar com um enorme potencial, tem criatividade suficiente para driblar as dificuldades e fazer o seguro crescer. A expectativa de crescimento do mercado de Seguros, Previdência e Capitalização, para este ano, situa-se em tomo de 17%. Para o ano de 2001 , o cenário continua otimista, com a diferença de que os pontos de atração e interesse serão outros. Veja a seguir o depoimento dos presidentes dos Sindicatos Regionais das Seguradoras, sobre o desempenho da atividade no ano 2000 e as perspectivas para 2001

BAHIA

+ BRÁULIO DE BRITO* "Não é novidade o crescimento do mercado segurador nos últimos anos. Baseado, principalmente, na estabilização econômica e na mudança cultural em relação aos benefícios do REVISTA DE SEGUROS

seguro para a vida dos consumidores. De fato, o mercado alcança prêmios superiores a R$ 20 bilhões e a perspectiva é de fechar o ano com receita igual ou superior a 1999, quando o faturamento do setor foi de R$ 20,3 bilhões. Dentre os mercados regionais , o da Bahia é um dos que mais crescem e já é o sexto estado mais importante para as empresas seguradoras, tendo alcançado, no primeiro

semestre do ano, crescimento de cerca de 35% na receita, em relação ao mesmo período de 1999. Não se pode negar que o Nordeste, como um todo , vem registrando um grande desenvolvimento nos últimos tempos , já representando 23,5% na receita nacional. Isto vem demonstrar a importância do trabalho desenvolvido pelas em presas seguradoras em parceria 20

com os corretores de seguros e órgãos governamentais para estimu lar as atividades de seguros. Para o ano 2001 , vislumbramos um crescimento semelhante no mercado baiano de seguros, observados o desenvolvimento da economia nordestina, através da manutenção da estabilidade econômica e da gradual queda de juros". (*interino)

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benefícios, mantida a situação atual de juros baixos e de economia estabilizada. Acredito que será um ano favorável para o mercado brasileiro de seguros".

pouco da imagem negativa que nos torna alvo de tantos ataques, na maioria das vezes indevidos." MINAS GERAIS

+ ALBERTO

OSWALDO CONTINENTINO DE ARAÚJO

"O ano 2000 está sendo, de um modo geral , positivo para o desenvolvimento do seguro, pois deverá apresentar um crescimento entre 15% e 17%, bem acima do crescimento do PIB. Apesar do aumento no faturamento, os resultados operacionais não tiveram o mesmo desempenho, pois foram onerados pela sinistralidade que cresceu mais que o aumento de prêmios e pela incidência de impostos que refletiram nas despesas administrativas. As conquistas que tanto almejamos não foram concretizadas , já que a privatização do IRB ainda espera uma definição e a carteira de Acidentes do Trabalho continua sendo uma meta a ser cumprida. Para 2001 , esperamos que sejam solucionados esses problemas e que o mercado continue crescendo e se fortalecendo. Esperamos, também , uma maior divulgação da cultura do seguro o que irá permitir um melhor conhecimento dos nossos princípios e, com isto, desfazer um

RIO DE JANEIRO

+ MINAS MARDIROSSIAN "Entre os acontecimentos importantes deste ano, dois merecem destaque, pelo tratamento transparente que deram a questões polêmicas, beneficiando sobremaneira o segurado. São eles: criação de uma tabela de preços médios de automóveis pela FIFE e a prática do preço do seguro de automóvel em função do questionário de avaliação, identificando com maior clareza o preço em função do risco do condutor do veículo. Na área de Ramos Elementares, o mercado manteve-se estável , sobressaindo-se, porém, no que se refere a lançamento de produtos novos, agregados a outros serviços em benefício do consumidor. Este foi também um ano em que houve muita ação voltada para os seguros de pessoas, particularmente, os ramos vida e saúde, tendo este último alcançado grande projeção no cenário nacional. Para o ano de 2001 deverá haver um forte incremento na área de previdência privada e de seguros de

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SÃO PAULO

+

PAULO MARRACINI

"Em 2000, foram intensas as atividades das Comissões Técnicas dos Sindicatos das Seguradoras de São Paulo em torno de diversos temas. A anunciada privatização do IRB, acionando inúmeras mudanças na regulamentação do mercado, estimulou a participação da Susep em uma série de encontros no Sindicato paulista, onde os temas debatidos incluíram , entre outros, palestras sobre Atos Societários e Vinculação e Comprovação de Ativos Garantidores de Reservas Técnicas, Planos de Contas, além de aspectos como a comunicação eletrônica/ tecnologia da informação, que foi o assunto de encontro que reuniu técnicos da Susep e especialista da Cetip, Andima e CBLC. O Sindicato recebeu também em seu auditório expositores da Fundação Getúlio Vargas para a apresentação do Projeto de Planejamento Estratégico

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Monitorado". Foi elaborada nova "Pesquisa de Salários e Políticas de Recursos Humanos" , as normas de Concessão Tarifária passaram por uma profunda revisão que consumiu cerca de 14 meses de trabalho da Comissão Técnica; de Transportes; e a Comissão Técnica de Marketing elaborou o projeto de implantação do site do Sindicato. O roubo e furto de veículo recebeu toda a atenção da diretoria do Sindicato, que manteve diversos contatos com a Secretaria de Segurança, em busca de novas estratégias para reduzir os atuais índices. Diversos mecanismos estão em estudo. Um deles, já em atividade, foi a adoção de nova sistemática para o levantamento, nos pátios policiais, dos veículos apreendidos, o que vem trazendo resultados positivos. Em parceria com o Instituto São Paulo contra a Violência foi criado e entrou em funcionamento o "Disque-Denúncia ", assim como foi reativada a ação em torno da implantação do Cadastro de Sinistros."

PERNAMBUCO

+

EUGÊNIO MELLO

"Considerando a nova estrutura econômica e política do país e do Estado de Pernambuco, com um pequeno surto de desenvolvimento no setor REVISTA DE SEGUROS


...

secundário da economia e o crescimento do setor terciário , conseqüentemente os ramos de seguros saíram da inércia para uma recuperação. Para o ano de 2001 , as expectativas são as melhores possíveis, acreditamos que alcançaremos boas performances. "

PARANÁ

+ JOÃO GILBERTO POSSIEDE "Omercado segurador brasileiro vem mantendo, nos últimos anos, cresci menta constante dentro de uma média considerada satisfatória, apesar das dificuldades. Preocupa, por exemplo, a acentuada elevação da sinistralidade das carteiras de Saúde, Automóveis e Transportes de Cargas, como também o crescimento das fraudes contra o seguro. Mas se houver consenso no mercado de que, mais do que nunca, precisamos reunir forçds e lutar por um mesmo objetivo, é possível que alcancemos as nossas metas. A criação de uma Agência Nacional de Seguros no próximo ano, por exemplo, pautada na modernidade, pode trazer para o nosso mercado novos estímulos, contribuindo para que 2001 seja marcante na história do mercado segurador brasileiro." REVISTA DE SEGUROS

de Defesa do Consumidor, juntamente com o impulso do rompimento para 3% a barreira do 1% do PIB, há de garantir para 2001 o ritmo de crescimento balizado pela capacidade e entusiasmo da gente do seguro."

RIO GRANDE DO SUL

+ MIGUEL

JUNQUEIRA

PEREIRA "A globalização acelerou o processo da interdependência. Ficar parado à espera de que as coisas melhorem consagra um atestado de óbito. O segmento Seguros no ano de 2000 comportou-se à altura de seus líderes. O grau de dependência ao crescimento da economia como um todo o mantém em posição de vigília, com a iniciativa em estado permanente de liberação ao promover toda sorte de estudos e medidas, sugerindo, discutindo e esclarecendo. O Sindicato das Seguradoras-RS se congratula com os dirigentes das seguradoras pelo apoio que têm concedido a seus órgãos representativos , possibilitando, em benefício de toda a sociedade, o equilíbrio de posições nem sempre convergentes , característica que recrudesce na dinâmica globalizada. O histórico sobre resseguro , automóvel , saúde, acidente do trabalho e fraude contra o seguro está presente para testemunhar os fatos. O galardão de sermos apontados dentre os primeiros a ajustar a operacionalidade ao Código

SANTA CATARINA

+

SÉRGIO PASSOLD

"Este foi o ano da expectativa. Iniciou-se com as previsões de profundas mudanças no mercado em razão da tida como certa privatização do IRB, e, conseqüentemente , com o ingresso de grandes empresas resseguradoras, fatos que, seguramente, teriam dado outro curso aos negócios do segmento. O ano de 2000, portanto, foi muito importante para que o setor de seguros encontrasse soluções importantes para seu desenvolvimento. E por conta disso, vimos um acirramento do processo de concorrência, o surgimento de novos produtos de massa e conseqüentemente uma maior participação do setor no cenário econômico . Ressalto ainda, como da maior importância, as ações do nosso setor voltadas para o consumidor final de nossos produtos, as quais foram preferencialmente executadas através de reuniões, seminários, e

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principalmente da Conseguro. Estamos tratando bem a qualidade . Penso que, em 2001 , entre outros acontecimentos, deverão surgir novos interesses ligados ao assunto, de modo a impulsionarem o nosso mercado novamente a criatividade nas ações. Deveremos ter uma revolução em produtos provocada pela concorrência, o que trará maior benefício aos consumidores que estarão pagando menos por suas apólices. Os produtos de benefícios deverão obter um importante crescimento. Há também uma expectativa de que haja, por parte das empresas e órgãos do setor, mais ações de esclarecimento junto à opinião pública da importância da atividade seguradora e tudo quanto envolve o nosso trabalho . Desenvolver um processo educativo que pode iniciar-se na base universitária e passar pelos meios de comunicação autoridade de modo a aproximar cada vez mais a instituição do seguro da sociedade em geral , buscando assim sua merecida valorização. Serão responsáveis por essa iniciativa as seguradoras, os sindicatos regionais , a Fenaseg e a Funenseg , esta por sua função de formação, treinamento e apoio. "

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ARTIGO 192

utoridades governamentais, políticos e os principais representan.....____. tes do mercado financeiro estiveram reunidos no Riocentro, no Rio de Janeiro, dias 29 e 30 de novembro, para discutir a regulamentação do Artigo 192, que trata do sistema financeiroi , durante o Congresso Reforma do Sistema Financeiro Nacional (SFN) - Regulamentação do Artigo 192 da Constituição Federal. Organizado pela Comissão Especial do SFN , da Câmara dos Deputados, o objetivo do encontro foi promover um grande fórum de discussões. "Não queremos impor nossa visão . Aqui seremos ouvintes", avisou o deputado Edinho Bez (PMDB/SC) , relator da Comissão Especial. Eparece que agora o Governo tem pressa. Oministro da Fazenda, Pedro Malan, disse que chegou a hora de se avançar na regulamentação do Artigo 192, "antes que comece o clima eleitoral de 2002". Polêmica - Cerca de 500 pessoas participaram dos debates sobre a regulamentação do Artigo, que vai definir toda a regulamentação do Sistema Financeiro Nacional , e prevê , entre outros pontos, a fixação de taxas de juros, o funcionamento das instituições financeiras, do mercado de seguros, a participação do capital estrangeiro , a regulamentação das cooperativas e até o funcionamento do Banco Central. Por isso mesmo , há os defensores, como o ministro Pedro Malan, de que o sistema deva ser regido não por uma única lei , como preconiza o

O Mirústro Pedro Malan e deputados no seminário que discutiu a regulamentação do Artigo 192

Artigo 192, mas por legislações complementares que regulamentem cada setor. O ministro acredita que o projeto de autoria do hoje ministro da Saúde , José Serra, na época senador, permitirá avançar na questão. O projeto foi aprovado recentemente pelo Senado, com substitutivo do deputado Jefferson Peres (PDT -AM) , e prevê a criação de legislações infra-constitucionais, ou seja, leis específicas para cada segmento. Fiscalização - Durante os debates no seminário do setor de seguros houve severas críticas à intenção do Governo de criar uma única agência reguladora e fiscalizadora para todos os segmentos que compõe o SFN. "Me arrepio só de pensar nesta proposta. Vai se cuidar mais de um em detrimento de outros", disparou o ex-deputado, Saulo Queiroz.

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O presidente da Fenaseg , João Elisio Ferraz de Campos, que também posicionou-se contra a super-agência, chamou a atenção dos deputados para as diferenças entre as instituições bancárias e nãobancárias, argumentando que uma única agência levaria , certamente , ao aumento da burocracia. "Existem diferenças operacionais , econômicas e institucionais entre estas instituições e, por isso, elas não devem ficar submetidas à atividade reguladora e fiscalizadora de uma só e única super-agência, pois em matéria de administração é sabido que diminuem os padrões de eficiência de qualquer órgão, na medida em que se avolumem e diversifiquem suas atribuições ", afirmou. Oadvogado e ex-presidente da Federação lnteramericana das Empresas de Seguros -

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Fides , Francisco Serqueira, do Chile, também é partidário de uma agência especializada para cada setor, e defende a adoção de o órgão fiscalizador com capacidade teclógica e de pessoal. "Dessa forma o fiscalizador terá condições de colaborar para o desenvolvimento do setor fiscalizado ", concluiu . Votação em 2001 - As discussões do seminário serão reunidas num documento que servi rá de base para os trabalhos da Comissão em 2001 . O objetivo do deputado Edinho Bez é entregar o relatório final ao Congresso até outubro. A idéia é que o Artigo 192 possa ser aprovado em plenário ainda em 2001 . Mas o presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do RJ , Henrique Brandão, não está otimista: "Não vai haver agenda. Só se tiver vontade do executivo, que sempre tratou o artigo com desdém ".

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FUNENSEG

m mercado de seguros em franca expansão ; demanda crescendo a olhos vistos; seguradoras preparadas para atender essa demanda explosiva e receita batendo a casa dos R$ 50 bilhões. Este é o cenário visualizado para o Brasil daqui a cinco ou seis anos, na opinião do economista Cláudio Contador, secretário executivo da Fundação Nacional Escola de Seguros - Funenseg. Segundo ele , esse resultado será fruto da combinação de fatores estratégicos como melhoria salarial dos trabalhadores, maior conscientização da população em se proteger contra riscos, tecnologia e maior divulgação do seguro . Bem , este cenário le'va a crer, então , que todos os problemas do setor estariam resolvidos . Certo? Não, errado . Qualquer que seja o ambiente imaginado para o mercado de seguros num futuro próximo, prevê Cláudio Contador, vai haver uma situação paradoxal. Por exemplo , a enorme demanda potencial existente no País e a capacidade técnica das seguradoras de produzir produtos e serviços tão diversifi-

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Claudio Contador: a Funenseg antecipa-se às tendências do próprio mercado de seguros

cados quanto sofisticados só vão funcionar se , na outra ponta, houver uma mão-de-obra qualificada. "Se não dermos a devida atenção à formação e ao aperfeiçoamento do profissional de seguros vai ser im-

possível fazer com que esses serviços cheguem ao mercado consumidor", avalia. Isso significa investir maciçamente no ensino do seguro, seja aperfeiçoando o que já existe ou criando novas técnicas e ins-

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trumentos de trabalho. Conceitos e ações - Para fazer frente a esse mercado em transformação, a Funenseg vem reformulando conceitos e ações. Com o fim do século Y:f.. encerra-se também um ciclo de

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ensino -que funcionava a reboque dos acontecimentos esperava-se as coisas acontecerem para então preparar o técnico e o corretor de seguros para a nova realidade. Hoje, a Escola antecipa-se às tendências do próprio mercado de seguros. "Quando percebemos que o mercado está caminhando num determinado sentido , temos que correr na frente e preparar o profissional para esses novos postos de atuação ", diz Contador. Não são mudanças superficiais. No caso do corretor de seguros , por exemplo , o secretário executivo fala no desenho de um novo perfil profissional. O corretor deixará de ser um preparador de apólice

para assumir a função de um consultor de seguros . E para isso precisará de uma bagagem maior de conhecimentos, tanto da sua atividade como de matérias de suporte essenciais a um bom desempenho profissional , como é o caso de Matemática, Informática e Comunicação. Não é à toa que a Funenseg vem dando prioridade ao conteúdo de seus cursos. "Esse é um grande momento para a Funenseg , que, talvez pela primeira vez, esteja sendo colocada em prova", destaca. O desafio não intimida. Pelo contrário , estimula, afirma Contador. Principalmente quando se tem pela frente horizontes tão promissores. Parcerias - A Escola encontrou no ensino à distância e nas parcerias regionais uma "Se ão dermos a receita eficaz para a devilia atenção à meta de atingir um formação e ao maior número de alunos e regiões mais aperfeiçoamento do distantes , com um profissional de custo menor. "Por que seguros vai ser manter instalações , equipamentos e funimpossível fazer com cionários, quando se que esses serv1ços pode estar presente cheguem ao mercado através da Internet ou de uma unidade onde consumidor" se fale em seguros?", Cláudio Contador (Funenseg) indaga o secretário .

Segundo ele, a proliferação de cursos de trei ''Quando percebemos que namento em seguros, o mercado está sobretudo nos grandes caminhando num centros, aliada ao interesse cada vez maior das detenninado sentido, entidades privadas em temos que correr na investir nessa área, cria frente e preparar o um campo fértil para as parcerias. Além do mais, profissional para esses lembra, ensino de senovos postos de atuação" guro é um nicho da Funenseg . "Eles não têm a qualificação necessáque consiste em recuperar e ria para entrar sozinhos nessa organizar as estatísticas de seempreitada. Nós é que temos guros nacionais existentes. A a metodologia", afirma. previsão é que até final de deUma outra vantagem aponzembro o site já esteja divultada por ele é o compromisso gando alguns números. assumido pelo outro lado, que O mesmo deverá acontecer" funciona como uma importante alavanca. "O parceiro tamcom as estatísticas internacionais. Além de seguros, o site bém tem que se mexer, pois também disponibilizará bancos sabe que a competição é grande de dados de instituições intere cada vez maior. O país está nacionais como o FMI e o Banse interiorizando, novas oporco Mundial. Pretende-se com tunidades estão surgindo em isso dar maior visibilidade ao todos os cantos. Estamos expesquisador, através de infortremamente otimistas". mações que não têm nada a ver Portal de informações com seguro - como PIB, saA Funenseg também está inlário e inflação - mas que vestindo na Internet. A idéia, podem ajudar a compreender o segundo Contador, é transforperfil do mercado de seguros e mar o site da entidade em um da própria economia daquele portal de informações mais ampaís. "Além de necessário e de plas e diversificadas. Para isso, fácil execução, o projeto tem um foi criado um grupo de trabacusto super acessível ", ressalta lho, que já está desenvolveno executivo. do a primeira etapa do projeto,


EMPRESAS

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ualidade dos produtos e serviços, solidez financeira , inovação , IBID&d marca forte, compromisso com o país e responsabilidade social. Esses foram alguns dos fatores que mais pesaram para que a Porto Seguro Cia. de Seguros fosse eleita, pelo terceiro ano consecutivo , a seguradora mais admirada do país. A escolha foi feita por quem entende do assunto : 1.228 executivos de 592 empresas, de 38 setores da economia, que responderam a uma pesquisa realizada, entre maio e junho deste ano, pela Revista Carta Capital e a lnterscience Informação e Tecnologia Aplicada - consultoria com 17 anos de atuação em estudos de mercado. A direção da Porto Seguro comemora o título . "É muito bom ser eleito, porque de alguma forma mostra que o que fazemos está sendo 1admirado e se percebe a aceitação da companhia", afirma Jayme Brasil Garfinkel , vice-presidente executivo da Porto Seguro. Mas ele sabe que se a imagem é a alma da empresa, esta deve ser construída e cultivada a cada dia, sem ser permitido viver do passado ou esperar que o futuro aconteça. "Nada é absoluto. Até ontem éramos os mais admirados, mas hoje é outro dia. O trabalho deve ser contínuo ", diz.

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"É muito bom ser eleito, porque de alguma forma mostra que o que fazemos está sendo admirado e se percebe a aceitação da companhia" Jayme Garfinkel (Porto Seguro)

Responsabilidade Social - Segundo os entrevistados da pesquisa, que deram notas para 17 empresas do setor de seguros em oito fatores diferentes, a Porto Seguro destaca-se das concorrentes por atributos como a qualidade, a administração, a

inovação e a marca forte. Fundada em 1945, a companhia possui hoje a maior carteira de automóveis do país. No ano passado, registrou R$ 1,38 bilhão de prêmios auferidos e a expectativa é fechar este ano com um faturamento de R$ 1,7

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bilhão . A empresa tem hoje cerca de 7.000 funcionários e mais de 100 sucursais e escritórios regionais em todo o País Outros dois fatores começam a despontar como pilares importantes na construção da imagem da Porto Seguro: a responsabilidade social e o comprometimento com o país. Apostando no conceito de empresa-cidadã, a companhia adotou duas escolas públicas numa favela famosa de São Paulo , chamada Paraisópolis , fornecendo a estes estabelecimentos tudo o que o Estado não consegue prover. "Nós ajudamos em tudo , desde a parte física dos prédios, como instalações das escolas, até a parte pedagógica, complementando hora/aula para alunos, oferecendo treinamento para professores, biblioteca e aulas de informática. Este projeto vem desde 1991 ", comenta Garfinkel. A ação deu tão certo que em 1998 a seguradora resolveu construir uma pré-escola, na mesma favela, dirigida às crianças com idade entre cinco e seis anos. No início, a escola abrigava 120 crianças, hoje são mais de 300, que durante um ano e meio são preparadas para cursarem o primeiro ano do ensino básico. Outro projeto educacional de destaque na companhia é a escola Portinha Seguro. Trata-se de uma escola de trânsito

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também para as crianças com o objetivo de ensinar, desde cedo, as regras básicas da boa educação no trânsito. "As escolas trazem as crianças e lá a gente dá aula de trânsito , ensina a criança a pilotar uma bicicleta, a parar no farol , a respeitar a faixa de pedestres. Esse é um projeto que tem muita ligação conosco, porque somos fortes no ramo de automóvel", avalia o executivo. Patrocínio Cultural - A Porto Seguro também tem investido sistematicamente na área cultural , patrocinando peças teatrais, cinema, fotografia e outras manifestações culturais. Foi ela, por exemplo, a seguradora que patrocinou a exposição "Brasil 500 anos", iniciada em São Paulo e agora vai percorrer várias capitais do país. Segundo Garfinkel, os recursos dirigidos à área cultural são, em média, de R$ 500 mil por ano -a mostra do descobrimento acabou elevando os gastos da companhia nesta área, este ano, mas o executivo não revela números. A empresa também possui em sua sede, em São Paulo, um espaço para exposições. E já está programado para janeiro de 2001 o lançamento de um Concurso de Fotografias , que vai premiar as melhores fotos da região onde está localizada a sede da companhia, o bairro Campos Elíseos. A área musical também não podia ficar de fora. No início desse ano, a companhia fechou um contrato de dois anos com a rádio paulista Eldorado para patrocinar a programação de música popular brasileira veiculada pela emissora. "Havia uma rádio aqui chamada Rádio Musical , que só tocava música brasileira e nós éramos anunciantes. A rádio fechou e nós acha-

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ITAU APOSTA NAS FALHAS DA REDE A ltaú Seguros saiu na frente e está lançando o primeiro seguro para atividades ligadas à Internet, incluindo ações contra hackers, no país. Segundo o underwriting de Responsabilidade Civil e Garantia da ltaú Seguros, Júlio Tenreiro Ferreira, o produto surgiu em virtude da demanda encontrada no mercado para coberturas de danos causados a terceiros por atividades virtuais. Por isso, a ltaú fez uma parceria com duas resseguradoras internacionais e mais algumas empresas brasileiras cujos nomes a seguradora prefere não divulgar - para oferecer um produto que pode cobrir tanto as operações reali zadas na rede, como também as operações desencadeadas por atividades na Internet. "O modelo surgiu da espinha dorsal de um produto oferecido no mercado internacional, mas adaptado ao Risco Brasil ", explica. Apesar de não ser um produto fechado, existem coberturas básicas como a de responsabilidade civil , a de fidelidade, que envolve cobertura para alguma subtração de dados pelos empregados, a cobertura contra hackers , pessoas que possam subtrair dados intencionalmente, e também uma cobertura de property, que cobre custos referente à reconstrução de banco de dados. "Este é um leque possível de coberturas, mas no caso a caso você vai montando. Não existe um produto pré-estabelecido. Tem que se fazer toda

na, na própria Eldorado, o programa Novos Nomes, que mostra o trabalho dos músicos emergentes da MPB. "Este é um projeto de preservação da nossa música, da boa MPB, menos comercial e mais elaborada", explica. O objetivo de todo este investimento? "A sedimentação

mos que devíamos ajudar a manter essa tradição de ter música brasileira tocando no rádio, por isso, o convênio com a Eldorado", conta. Mas o projeto, na verdade, é mais ambicioso : a empresa aposta no surgimento de uma nova safra de talentos da música brasileira e por isso patroci-

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uma análise prévia e, a partir daí, criar mecanismos para oferecer um preço justo", diz. Radiografia minuciosa - Ea análise de risco é rigorosa. Através de uma empresa especializada em avaliar sistemas de segurança na Internet, faz-se uma minuciosa radiografia dos riscos do negócio _i_ o grau de exposição de risco na rede, o tamanho da operação que a empresa efetua na Internet, os sistemas de segurança existentes, o modo como éfeita a transferência de dados via Internet e Intranet, a quantidade de informações que é exigida dos clientes. "Só a partir daí teremos elementos suficientes para avaliar o risco, montar preços e esboçar cláusulas adequadas ", explica Tenreiro. Para cobertura contra hackers, a empresa de segurança de sistema pode até mesmo chegar a simular uma invasão para aval iar o grau de segurança do sistema do possível cliente e depois, se for o caso, enumerar sugestões para se evitar falhas. "Claro que isso só é feito com o consenso da empresa", destaca. Apesar de receber cerca de dez consultas por mês, a empresa ainda não fechou contrato. "Ainda estamos na fase do conhecimento do produto. Mas com o crescimento do ebusiness acreditamos que a procura e a necessidade do seguro também vai aumentar na mesma proporção", avalia Tenreiro.

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de uma imagem de seriedade e de compromisso com a cultura, com o bem. Isso, imaginando que as pessoas associam a cultura com uma empresa séria". O resultado de pesquisas como a da Carta Capital/lnterscience mostra que, no mínimo, este tipo de ação contribui para isso.

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Uma das maiores seguradoras do mundo está se as Some o know-how internacional da Nationwide com a experiência local da Marítima Segu seguradora que nasceu para oferecer a você as melhores soluções em seguro de vida

Quando o padre untou uém tinha -·;_ma coisa contra, a concorrenc1a tou obra o. .

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iando a uma das melhores seguradoras brasileiras. resultado é uma terceira empresa: a Nationwide Marítima Vida e Previdência , a idência privada. Pode pesquisar. Você não vai encontrar nada igual no Brasil. Nem lá fora.

Nationwide Marítima Vida e Previdência


COMPORTAMENTO

ábitos nada conven cionais estão mudando a vida de uma companhia que mal completou um ano : a Ace Seguradora, braço brasileiro da norte-americana Ace Limited , instalada no País em dezembro de 1999, após adquirir a carteira de Ramos Elementares da INA Seguradora. Um deles, o casual everyday, provocou um verdadeiro choque cultural. Esse estilo descontraído de se vestir no ambiente de trabalho é uma tendência nos principais centros empresariais do mundo, já tendo sido adotado por empresas como American Express, City Bank e a própria Ace Limited. Mas no mercado brasileiro de seguros, ainda é um tabu . Pois a Ace apostou no fim do terno e gravata e saiu ganhando. Além de mais conforto , a medida trouxe também maior prazer de trabalhar. "O funcionário sente-se mais valorizado e integrado quando lhe dão liberdade de escolher o que usar em cada ocasião", afirma o presidente da Ace Brasil e presidente sênior da América Latina, Acácia Queiroz. A nova prãtica foi implantada em julho deste ano, atendendo ao desejo da maioria dos funcionários da empresa. Antes de adotá-la a empresa fez uma pesquisa interna de opinião, apurando o seguinte resultado: 70% a favor e 30% contra a idéia. "Cinco meses depois, a resistência diminuiu. Hoje , apenas 3% continuam usando terno e gravata", con tabiliza o presidente, o primeiro a dar o exemplo.

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"O funcionário sente-se mais valorizado e integrado quando, por exemplo, lhe dão a liberdade de escolher o que usar em cada ocasião" Acácio Queiroz (Ace Brasil)

Anti-estresse - A Ace adotou o slogan fazendo seu futuro livre , e dentro desta filosofia, explica o executivo, a empresa tem procurado proporcionar a seus funcionários maior qualidade de vida. Para isso foi montado um programa de Integração Empresa/Família. Segundo Queiróz , o casual everyday, por exemplo, faz parte de uma cesta de benefícios criada para gerar sucesso e bem-estar. Esse pacote inclui vale refeição , vale transporte, auxílio creche ou babá, seguro de vida em grupo, auxílio doença, previdência privada, assistência médica e odontológica e auxílio funeral. Acrescente-se a isso outras vantagens como : cursos de idiomas e de aperfeiçoamento, treinamento no exterior, promoção de palestras, festas de datas comemorativas, participação de lucros, projeto salarial "terceiro quartil - que consiste em um patamar de remuneração acima da média do mercado , para o qual a empresa pretende içar todos os funcionário de nível médio. No vocabulário do presi30

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dente da Ace isso tudo ganha um outro nome: ações anti-estresse . "Vivemos num mundo muito competitivo, estressante. Então temos que criar meios de combater isso; seja adotando uma roupa esporte , oferecendo benefícios ao funcionário , envolvendo-o mais na vida da empresa, proporcionando-lhe momentos inesquecíveis", destaca ele. Um desses momentos aconteceu no dia 6 de outubro deste ano . Cerca de 25 crian ças entre 6 e 14 anos, fi lhos de funcionários, passaram um dia diferente na empresa. Em meio a brincadeiras , gravações para televisão , entrevista com o presidente da Ace , e muitas expl icações sobre seguro , a garotada se divertiu ao mesmo tempo em que pôde perceber como é um dia de trabalho. "Mostramos aos filhos dos nossos funcionários como um dia de trabalho pode ser prazeroso e dignificante. Queremos que eles cresçam com a certeza de que o trabalho não é uma obrigação, mas uma atividade que engrandece o ser humano ", enfatiza Acácia. Para os pequeninos, foi uma oportunidade para compreender, por exemplo, o que a mãe faz nos momentos em que não está com a família. Para os pais, "mais uma iniciativa maravilhosa para aproximar a família e a empresa", como define o técnico de resseguro Cláudio Rodrigues Moysés. Filantropia - A seguradora reserva mais novidades. Depois de se lançar na área cultural, com o patrocínio da Família Lima, a Ace Brasil vai incursionar, também , na filantropia. Já existem três projetos em estudo, vinculados a investimentos em esporte, educação,

Filhos de funcionários passam o dia na empresa: brincadeiras e muitas explicações sobre seguro

roupa, remédio , alimentos. A idéia é trabalhar com crianças carentes e a verba destinada para esse fim é de R$ 50 mil por ano. "Vamos doar essa quantia, mas queremos acompanhar de perto como esse dinheiro será aplicado Sei que não temos esse direito, mas não gostaríamos que a nossa doação fosse usada para pagar dívidas", argumenta o executivo . O mais importante nesse projeto, na sua opinião, será o envolvimento direto de funcionários com a instituição a ser escolhida. "Doar dinheiro até

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que é fácil. Difícil mesmo é doar tempo, dedicação, serviço gratuito ao próximo ", avalia. A empresa está mobilizada para mais essa nova atividade. E até já tem formado um grupo de voluntários dispostos a arregaçar as mangas. Outra medida inovadora que começa a vigorar em de janeiro de 2001 , e que certamente vai aumentar ainda mais o entusiasmo do pessoal , é a venda de ações para funcionários. "Eles também vão poder ser sócios da Ace, comprando ações com um desconto de 15%, diz o executivo.

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Desempenho - Tudo isso, somado a uma intensiva política de gerenciamento de riscos e a ações inovadoras na área de negócios, repercutiu favoravelmente no desempenho financeiro da seguradora. Segundo seu presidente , a Ace Brasil deve fechar o ano com 100% de crescimento , o que representará um faturamento de R$ 100 milhões. A maior carteira da seguradora continua sendo a de Transporte, respon dendo hoje por 40% do faturamento da empresa. Mas tudo indica que muito em breve um outro segmento ocupará esse lugar: o de seguros massificados. São produtos de maior alcance popular vendidos através de canais diferenciados como operadoras de celulares, contas de energia elétrica , supermercados , cartões de afinidade e de crédito, entre outros. Esse é um nicho ainda muito pouco explorado no mercado nacional. No ano passado, segundo Oueiróz, esse tipo de seguro representou apenas 5% na receita global do mercado de seguros. Mas na Ace, entretanto, a carteira toma grande impulso e já representa 30% dos negócios da companhia. "Estamos criando novas modalidades de seguros para atender aos mais diz o executivo. No primeiro ano de atuação no mercado nacional a Ace também dobrou seu efetivo, que passou para 84 funcionários . E está ampliando o seu raio de ação . Em dezembro a empresa inaugura, no Rio de Janeiro, a sua segunda sucursal. A primeira foi em Curitiba e a próxima deverá ser em Fortaleza, no Ceará. Por Ângela Cunha

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INVESTIMENTO

s normas de constituição das provisões técnicas das empresas do setor estão sendo consolidadas através de resolução do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) , cujo início da vigência, até o fechamento desta edição, estava previsto para o dia 1o de janeiro de 2001. As principais novidades são as provisões para a insuficiência de prêmios e para os benefícios concedidos ou a conceder, nos casos dos produtos enquadrados no regime financeiro de capitalização. Dependendo dos ramos em que operam, as empresas também terão que fazer provisões para os prêmios não ganhos, renda de eventos aleatórios , remissão , sinistros a liq~idar e para os sinistros ocorridos e não avisados. A Superintendência de Seguros Privados (Susep) vai dispor sobre os ramos que, em função das características técnicas, serão excluídos do cálculo de constituição de cada provisão. As empresas também poderão constituir provisões não especificadas na resolução , desde que estejam previamente autorizadas pelo órgão no rmatizador do mercado. REVISTA DE SEGU ROS

De acordo com a minuta elaborada pela Susep, as seguradoras deverão informar até o dia 31 de março de cada ano a estatística sobre sinistros estimados e os avisados, pagos ou não. No caso de o método utilizado pela empresa apresentar, de forma sistemática, desvios relevantes entre valores estimados e avisados, a autarquia poderá exigir a sua alteração , indicando o modelo mais adequado.

Coleta de propostas A minuta da reso lução foi posta em audiência pública para a coleta de propostas do mercado. O modelo desenhado pela Susep, e previamente discutido com a Comissão Técnica de Administração e Finanças da Fenaseg, agradou , embora sejam feitas algumas restrições técnicas principalmente ao dispositivo que prevê a divisão das carteiras de negócios das seguradoras em dois grupos (um

para a carteira de Automóveise outro para as demais modalidades de seguros) para efeito da provisão para a insuficiência de prêmios. "Fizemos várias simulações e detectamos excesso de prêmios em quase todas as modalidades de seguros, menos na carteira de automóvel , que deverá ter provisões significativas, em alguns casos ", alerta o presidente da comissão , Luiz Pereira de Souza.

"Fizemos simulações e detectamos excesso de prêmios em quase todas as modalidades de seguros, menos na carteira de automóvel, que deverá ter provisões significativas, em alguns casos", Luiz Pereira de Souza (Fenaseg)

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Segundo ele, as empresas do setor cujos negócios estejam direcionados para o seguro de veículos serão as mais afetadas pelas novas medidas, porque não poderão compensar, com os resultados obtidos em outras carteiras, a eventual insuficiência de prêmios nesse segmento . Aumento de preço - Luiz Pereira de Souza teme , inclusive , que algumas seguradoras tenham que optar pelo aumento do preço do seguro de veículos. "Se for apurada a insuficiência de prêmio pelo critério determinado pela Susep, estará sinalizado também que o preço está baixo e pode ser que as empresas tenham que reajustar esses valores ", diz. Ele espera ainda que a di reção da Susep cumpra a promessa de revogar a obrigatoriedade de provisionamento para os riscos decorridos, o que, teoricamente, serviria para compensar a implantação de novos tipos de provisões, hipótese não comprovada nas si mulações feitas até agora. A revogação desse tipo de provisão não consta da minuta de resolução do CNSP , mas a expectativa é de que seja editado um texto complementar para que o compromisso possa ser cumprido pelo órgão fiscalizador do mercado. A provisão para insuficiência de prêmios terá que ser feita se o resultado da soma dos sinistros e das despesas administrativas , dividido pelo que resultar da subtração do volume de prêmios retidos dos gastos comerciais , for superior a 105. Já a provisão de prêmios não ganhos deverá ser determinada para todos os ramos, apólice por apólice, pro rata dia,

Previdência aberta e capitalização A resolução do CNSP traz também a consolidação das normas para as provisões técnicas na previdência privada aberta. De acordo com a norma, o IBNR desse setor, por exemplo, passará a ser calcu lado com base no valor das obrigações decorrentes de eventos geradores de benefícios ocorridos na carteira e não avisados até a data das demonstrações financeiras. As empresas poderão utilizar o método que considerarem mais adequado para o cálculo do montante desta provisão, devendo ser encaminhada nota técnica atuarial à Susep com a sua descrição. As entidades abertas de previdência privada também terão que fazer provisões matemáticas de benefícios a conceder, abrangendo os compromissos dessas empresas para com os participantes do respectivo plano, enquanto não iniciada a percepção do pagamento de benefício; e de benefícios concedidos, correspondentes ao valor atual dos benefícios cuja percepção tenha sido iniciada. Será preciso fazer ainda provisões para as despesas administrativas, valores que, em caso de resgate ou transferência de plano, serão devolvidos aos participantes. Capitalização - No setor de capitalização, serão feitas provisões para o resgate, sorteios a realizar e a pagar, participação nos lucros de títulos ativos ou inativos, títulos vencidos, e títul os antecipados, entre outras.A provisão matemática para resgate será calculada para cada título que estiver em vigor, suspenso ou cancelado durante o prazo de carência. Deverá ser constituída ainda provisão para cobrir as despesas administrativas do plano. Já a provisão para sorteios a realizar será feita para cada título cujos sorteios, na data da constituição, já tenham sido custeados, porém ainda não realizados.

a partir dos prêmios comerciais retidos contabi Iizados relativos aos contratos em vigor no mês da constituição , observado o início e o de vigência da apólice. Nos casos dos seguros obrigatórios de veículos (DPVAT) e de embarcações (DPEM) a Susep reavaliará e informará, com a devida antecedência. A provisão de sinistros a liquidar corresponderá, na data de sua avaliação , à

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quantia total das indenizações a pagar por sinistros avisados, deduzida a parcela relativa à recuperação de resseguros e cosseguros cedidos. Cálculo da provisão No cálculo dessa provisão será tomado por base o valor acordado entre o segurado e a seguradora; o valor reclamado pelo segurado , quando aceito pela seguradora; o valor estimado pela seguradora, quan-

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do não tenha o segurado indicado a avaliação do sinistro ; o valor igual à metade da soma da importãncia reclamada pelo segurado e da oferecida pela seguradora, no caso de divergência de avaliação, limitada a importância segurada do risco coberto no sinistro ; o valor resultante de sentença transitada em julgado; e o valor máximo de responsabilidade por vítima ou por evento e por tipo de dano , nos seguros obrigatórios de responsabilidade civil. Evento gerador - Ainda de acordo com a minuta elaborada pela Susep, a provisão de benefícios concedidos deverá ser constituída pela seguradora, correspondendo ao valor atual da indenização cujo evento gerador tenha ocorrido , conforme nota técnica atuarial encaminhada para análise e arquivamento na autarquia, para as modalidades de renda de eventos aleatórios e remissão Outro ponto importante é que, pela minuta, toda a documentação e os dados comprobatórios do integral cumprimento das normas estabelecidas na resolução deverão permanecer à disposição da Susep por cinco anos. A direção da Susep pretende ainda revogar as Resoluções do CNSP 30/68 , 5/71 , 6/73, 2/74, 13/78 , 15/78, 28/ 78 , 26/87; 14/88 , 18/98. Dessa forma, a autarquia estará consolidando todas as regras com vistas à constituição de reservas pelas empresas de seguros , previdência privada aberta e de capitalização , atendendo a antigo pleito dos executivos desses setores .

Por Jorge Clapp

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OPINIÃO

Um grande século

O Luiz Mendonça é jornalista e consultor técnico de seguros

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instituição do seguro tem o dom da ubiqüidade. Está em toda parte, tanto no organismo econômico quanto no corpo social. Em ambos, sua função (permita o leitor a imagem) é a boa transfusão de sangue financeiro nas partes necrosadas pelo risco, esse ativo germe de elevado potencial ofensivo. Em todas as épocas, inclusive na pré-história, o homem sempre conviveu com o risco. E deste sempre tentou defender-se com as armas, é claro, que lhe estivessem à mão em cada época. Transcorreram milênios sem conta de história humana, e de evoluçãe do processo civilizatório, até afinal ser formalizado , no século XIV da era cristã, o primeiro contrato com os traços essenciais do atual contrato de seguro. Lavrado em cartório, sua respectiva ata virou relíquia do arquivo notarial genovês. Aquele contrato marcou o nascimento do seguro marítimo, único ramo a ser operado nos trezentos anos subseqüentes. Iria secundá-lo o seguro de incêndio, criado na Inglaterra em 1667 por causa do grande

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moso teorema de Jacques Bernouilli, mais conhecido como "lei dos grandes números". E o seu aproveitamento pela instituição do seguro? No século seguinte, precisamente no ano de 1765, a seguradora inglesa Equitable Society, no interesse de um equilibrado regime tarifário para o seu "underwriting" no ramo Vida, pediu a elaboração de uma tábua de mortalidade e de um sistema de anuidades a Richard Price. Este, pela excelência do seu trabalho, passaria a ser considerado o pai da ciência atuarial. Outro grande avanço, quase cem anos depois disso, isto é, já no século passado, foi a distribuição normal de probabilidade, a chamada curva de Gauss (Karl Friedrich Gauss) que tem a forma de sino e semelhança (alguns acham) com o chapéu de Napoleão. Esse é um poderoso instrumento matemático, ainda hoje suporte das numerosas aplicações práticas que tem, inclusive no seguro, a probabilidade estatística. Portanto, data do final do século passado o vigor técnico adquirido pelo seguro, lastro que lhe permitiu chegar ao vigor econômico dos dias atuais. Hoje é

fogaréu em que se transformara Londres, no ano anterior. A idéia do seguro vinha até então conquistando terreno gradativo. Lembre-se, a propósito, a célebre frase de Elizabeth I, em 1601 : "pelo seguro, a perda pesa levemente sobre grande número, em vez de insuportavelmente sobre pequeno número". Mas a prática do seguro, obviamente tolerada, ainda não era plenamente consagrada. Tanto assim que o seguro de vida, só admitido no século XVIII, durante muito tempo fora expressa e rigorosamente proibido. Isso, não só por causa das especulações e abusos a que dera margem, mas, sobretudo, porque, considerando mera versão de jogo de azar, era por isso objeto de condenação moral. No entanto, o curioso é que esse vilão, o jogo, por instigar com seus segredos o interesse e o engenho de alguns notáveis matemáticos, terminaria abrindo portas para a evolução do seguro em sólidas bases técnicas e científicas. Pois foi nos estudos de Pascal e Fermat sobre o jogo que resultou, no século XVII , a teoria das probabilidades, teoria poucos anos depois enriquecida pelo ta34

da ordem de 2,5 trilhões de dólares anuais o faturamento mundial de prêmios, cifra maior do que a totalidade dos prêmios antes acumulados desde o primeiro contrato lavrado no cartório de Gênova. O século XX é sem dúvida o século do seguro, como o é do progresso econômico oriundo de um avanço tecnológico sem precedente em toda a história da humanidade. Ao contrário do seguro privado, o seguro social , que em toda parte é administrado pelo Estado, não fez bom proveito desse extraordinário trampolim que reuniu o progresso da economia ao da atuária. E chega ao final do século do seguro fazendo água, com enorme acervo de prejuízos diretos causados a seus segurados; e de prejuízos indiretos, estes resultantes de contraproducente expulsão do seguro privado de áreas que passou a ocupar com ineficiência. E em toda parte o seguro social (chamado de previdência social no Brasil) está sendo objeto de reformas com longo período de maturação, que somente darão frutos , se derem, ao longo de muitos anos do próximo milênio. Haja paciência!

JULHO/AGOSTO/SETEMBRO DE 2000


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Segurança no exterior

Novo produto A Sul América Capitalização lançou em dezembro, em Minas Gerais, um novo produto- o Sul América Super Fácil de Aluguel. Um título de capitalização que promete acabar com a exigência de fiador para os contratos de locação de imóveis residenciais e comerciais. É um produto que tem apoio da Cãmara de Imóveis de Minas Gerais e poderá ser adquirido nas imobiliárias, no ato da assinatura do contrato do aluguel. Sua principal vantagem é que o locatário não precisa comprovar renda nem preencher aquele cadastro que todas as imobiliárias exigem dos locatários. Segundo o diretor comercial da Sul América José Luiz Florippes o produto é simples e seguro. "Tanto o locador como o locatário ficarão garantidos", diz ele.

Credicor-RJ

GE tem novo diretor

O Sincor-RJ inaugurou, em dezembro, a Cooperativa de Crédito dos Corretores de Seguros (Credicor) , que vai oferecer à categoria todos os serviços bancários, com taxas especiais. O "Banco do Corretor" funciona na Rua do Rosário 99, 5° andar, e entrou em operação com mais de 400 contas correntes. Para abrir uma conta no banco, os associados do sindicato e seus dependentes cumprirão todas as formalidades exigidas pelas agências bancárias. Além de linhas de crédito - cheque especial , credito direto ao consumidor, desconto de cheques, cartão de crédito, financiamento de equipamentos e automóveis a Credicor também vai oferecer serviços como pagamento de contas (luz, gás e telefone) , recebimento de títulos e crédito em conta para pagamento de salários.

Assumiu a diretoria de Operações da GE Employers Reinsurance Corporation (ERC) Luiz Eduardo Pereira de Lucena - que tem 28 anos de experiência no mercado de seguros no Brasil e antes ocupava a vice-presidência da Sul América Previdência. Ao assumir o cargo, Luiz Eduardo disse que a estratégia da empresa é formar uma grande

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equipe no país - atribuindo aos funcionários poder para tomar decisões locais - com a finalidade de focar intensamente nas oportunidades existentes, assim como investir em negócios futuros. Segundo ele, a empresa tem um forte compromisso com o Brasil , pois sabe que se trata do maior mercado da região.

Sabemi cresce 281 o/o em três anos A Sabemi Seguradora, empresa gaúcha com 27 anos de atuação no mercado, teve um aumento de 281% em volume de prêmios ganhos entre 1996 e 1999. De acordo com o ranking da Fenacor, a Sabemi chegou ao 34° lugar entre as 84 seguradoras no ramo Vida. A seguradora, que é especializada neste tipo de seguro e pioneira no atendimento ao público das classes C e O, teve um faturamento, até setembro de 2000, de R$ 11 ,4 milhões, quase o mesmo valor faturado em todo o ano de 99 (R$ 12 milhões). Só no primeiro semestre deste ano, a seguradora teve mais de R$ 6,5 milhões em prêmios ganhos em seguro de vida, 223% a mais em relação ao mesmo período do ano anterior e o seu faturamento total passou de R$ 4,7 milhões nos seis primeiros meses de 99, para R$ 10,4 milhões no ano seguinte, um crescimento de 118%. 36

Estudar no exterior ficou mais fácil. A Student Travei Bureau (STB) fez uma parceria com a Vera Cruz Vida Privada e lançou no mercado um fundo de investimento para quem deseja estudar no exterior, o Maxinvest Student Travei. É um produto inovador que funciona como um fundo de investimento, com correção cambial mais 4% de juros reais ao ano. O investidor deposita em reais e o rendimento é corrigido em dólares com uma aplicação mínima de R$ 100,00 mensais. Dentre as suas vantagens além de oferecer um seguro de vida, invalidez total e permanente e acidentes pessoais, permite aportes extras, como um depósito maior no recebimento do 13° salário. Além disso, cobre todas as despesas como, passagens aéreas, hospedagem, curso e ainda prevê uma quantia para gastos pessoais.

Seguro Educacional A Combined, a Top Work e a Aon Group lançaram no mercado uma nova modalidade de seguro educacional. Essa modalidade de seguro atende às necessidades dos estudantes e das escolas, e garante, a um baixo custo, a permanência do aluno na escola em caso de desemprego, invalidez ou morte do responsável legal.

OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2000

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O devedor: a luta para vencer a guerra das dívidas ADALGISA, Flávia. São Paulo: JSN Editora, 1999.

Os presidentes das Comissões Técnicas da Fenaseg, em reunião com o presidente da Federação, João Elisio Ferraz de Campos, no dia 6 de dezembro, fizeram um balanço das atividades realizadas em 2000. Na ocasião, João Elisio sugeriu a realização, já a partir do próximo ano, de seminários direcionados ao mercado abordando os assuntos que são examinados no âmbito de cada comissão e as soluções que estão sendo estudadas e adotadas, visando dar mais transparência ao trabalho técnico que é realizado pela Federação, através das 18 Comissões

Fornece orientações de como organizar suas dívidas, escalonar prioridades de pagamentos, isto é, a quem pagar primeiro , como pagar. Ensina também a enfrentar os credores, sugere táticas e posturas para negociar em melhores condições.

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A proteção jurídica do consumidor ALMEIDA, João Batista de. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2000. A leitura permite conhecer as linhas mestras da defesa do consumidor no Brasil , antes e depois Código, além de oferecer, para confronto, amp lo estudo dos problemas enfrentados pelo consumidor e da nova legislação.

Novos grupos de estudo A Fenaseg ampliou o efetivo de estudos técnicos do mercado. Com a criação, em outubro passado, de mais três Comissões Técnicas, subiu para 18 o número dessas equipes na Federação. As novas Comissões são: Responsabilidade Civil Geral , presidida por Santi Cianci (General i do Brasil) ; Medicina do Seguro , presidida por Paulo Cascardo (Bradesco Seguros) ; e Sinistros, presidida por Nelson Peixoto (Porto Seguro) . Também foram criados mais três Grupos de Trabalho - Regulamentação do Artigo 192, Regulador d~ Sinistros e Responsabilidade Civil de Operadores Portuários, perfazendo, agora, um total de seis. Oprimeiro é coordenado por Nilton Alberto Ribeiro (Unibanco Seguros) ; o segundo, por Júlio Avellar (Sul América Seguros) ; e o terceiro, por Maria Elena Bidino (Fenaseg). Houve também mudanças na direção de três Comissões. A presidência da CT de Previdência Privada e Vida foi ocupada por Carlos Alberto Trindade Filho (lcatu Hartford), em substituição a Hélio Cavalcanti de Brito (exUnibanco Seguro) ; a de Administração e Finanças, que era presidida por Carlos Roberto Costa Pinto (Bradesco Seguros) , está agora sob o comando de Luiz Pereira de Souza (América Latina) , e a de Seguro Saúde empossou Cláudio Safadi (Sul América Seguros) , que substituiu Márcio Coriolano (Bradesco Seguros) .

REVISTA DE SEGUROS

Direitos do Consumidor de A a Z LAZZARINI, Marilena (coord). São Paulo: IDEC, 1999. Contém informações e orientação sobre os casos concretos que ocorrem com mais freqüência nas relações consumidor/fornecedor. Descreve situações, expl icando os artigos do Código de Defesa do Consumidor específi cos para cada uma delas e oferecendo soluções . Apresenta modelos de cartas para reclamação e o endereço de organ ismos de defesa do consumidor em todo o Brasil.

1997.

Dividido em oito capítulos, traz visão geral dos meios de transporte hoje existentes, tratando em detalhes duas formas de util ização de carga muito comuns, o paliei e o container, seus tipos , usos, movimentação etc. Abrange o modal aquaviário (marítimo, fluvial e lacustre) , com relação aos órgãos intervenientes, tipos de navio, operação portuári~ e outros, merecendo atenção especial o transporte marí"' limo, por ser mais usado. Finalizando, o eguro ~ tr~tado sob todos os aspectos. 1

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OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2000


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